segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Estapafúrdias interpretações?


O Supremo Tribunal Federal vem decidindo, de forma sistemática, sobre questões menores, normalmente da competência de instâncias inferiores, deixando de cuidar, se preocupar estritamente com os casos institucionalmente a ela delegados, em especial quanto às questões referentes à inconstitucionalidade de dispositivos da Carta Magna, ou seja, a corte deve se debruçar apenas sobre as situações em que suscitassem dúvidas acerca da sua inconformidade com o texto da Constituição Federal, a exemplo do que é feito nas nações sérias, civilizadas e evoluídas, em termos jurídicos e democráticos.
Esquecendo-se da sua função institucional, o Supremo deixou em plano secundário os julgamentos das ações referentes aos criminosos de colarinho branco, mais precisamente os parlamentares envolvidos na roubalheira do petrolão, cujos processos estão tranquilamente aguardando a sua vez da premiação da vergonhosa prescrição, porque, sem julgamento, logo mais não tem mais como serem apreciados, por força do transcurso de tempo, como sói acontecer naquela corte.
Naquele tribunal, ganhou relevância a figura dos ministros “garantistas”, que, deixando à margem os casos estritamente da competência do Supremo, resolveram se preocupar com a garantia de direitos de criminosos e bandidos de colarinho branco, mediante a construção de interpretações sobre a aplicação do ordenamento jurídico e dos ritos procedimentais as mais elastecidas possíveis e imagináveis.
Na atualidade, os textos constitucional e legais viraram peças de museu, substituídos que foram por essas revolucionárias interpretações modernas dos avançados ministros “garantistas”, que podem tudo e, enfim, se consideram os luminares da novas geração de juristas, sendo cognominados os autênticos donos da razão, por terem encontrado fórmulas mirabolantes para garantir que nenhum criminoso endinheirado, que tenha poder e influência político-econômicas possa sequer ser condenado e muito menos preso, diante do novo arcabouço jurídico construído por força de suas poderosas interpretação dos dispositivos constitucionais e legais.
Tanto isso passa a ser verdadeiro que a presunção de inocência do condenado tem validade mesmo que a sentença condenatória seja confirmada nas três instâncias anteriores ao Supremo, dando a entender que aquelas instâncias da Justiça fossem apenas inúteis e as suas decisões nem tivessem valor jurídico, em total dissonância com os princípios jurídicos que asseguram plena validade das decisões judiciais.
A confirmação dessa assertiva se materializa com a decisão soberana do Suprema, que pode anular a maioria absoluta das decisões adotadas pela Operação Lava-Jato, em que os “garantistas” entendem que um rito não previsto no ordenamento jurídico precisa ser observado nos processos já julgados, para que a decisão tenha validade jurídica, em clara demonstração do poder de suas interpretações absurdas e ditatoriais, que se destinam exclusivamente e de forma cristalina à proteção de bandidos de colarinho branco, evidentemente tendo como consequência enorme prejuízo para o patrimônio público, diante de centenas de julgamentos já realizados, com determinações de condenações à prisão e à devolução de recursos roubados de cofres públicos.
Nesse caso, a maior gravidade fica por conta do refazimento de tudo o que já foi efetivado, sem levar em conta todo trabalho produzido em anos a fio e os recursos despendidos para chegar ao julgamento de centenas de processos, sobretudo porque precisam prevalecer as relevantes e majestosas interpretações do sábios e soberanos doutos “garantistas”, que realmente somente confirmam que são lídimos donos da razão e da sabedoria sobre a interpretação das leis brasileiras.
Embora haja explicita demonstração de abuso de autoridade nessa sebosa forma de interpretação instituída por meio dúzia de ministros, nada se pode fazer contra as questionáveis decisões, porque elas são terminativas, ou seja, não existe instância revisora contra as medidas adotadas pelo Supremo, que passou a ser dominado por essa casta poderosa, que tem a palavra final e não adianta estrebuchar, por a palavra final que há de prevalecer é a dos senhores “garantistas”, os homens mais poderosos da República, em termos de jurisprudência.
Essa decisão fica patente o sentimento explícito de ojeriza aos trabalhos e resultados desempenhados brilhantemente pela Operação Lava-Jato, que já sentenciou em mais de cento e cinquenta processos, com dezenas de condenações à prisão de criminosos poderosos, envolvendo políticos, empresários, executivos, doleiros e outros bandidos assemelhados, sendo que alguns estão presos, cumprindo sentença judicial, além da determinação da devolução de recursos aos cofres públicos, enquanto a corte dos competentes “garantistas”, que tem a incumbência de julgar os delinquentes de foro privilegiados, depois de mais de cinco anos, somente julgou e condenou um único tristonho caso, mostrando o disparate ente um único juiz contra onze magistrados da Excelsa Corte de Justiça do país.  
A propósito, é consabido que a prisão em primeira instância e confirmada na segunda instância constitui regra consagrada da condenação do réu, porque os seus fundamentos somente hão, se for o caso, de mudar ou de ser revisto no caso do surgimento de novo fato sobre as provas produzidas, vale dizer que não tenha sido apreciado em frase anterior, ou seja, não haverá mudança da sentença nas outras duas instâncias da Justiça senão em notórias falhas processuais ou contrariedade aos princípios constitucionais, mas jamais haverá mudança da condenação se não houver casos outros capazes de modificar os fatos denunciados à Justiça, objeto da sentença condenatória.
Impende lembrar que é exatamente assim que procedem também as cortes judiciais dos países sérios, civilizados e evoluídos, em termos jurídicos, políticos e democráticos, porque eles adotam normalmente instrumentos jurídicos consentâneos com a modernidade e a evolução da humanidade, diante da imperiosa necessidade do acompanhamento dos princípios, entre outros, da racionalidade e da razoabilidade.
Há de se notar o princípio insculpido no inciso LVII do artigo 5º da Constituição Federal, que estabelece que “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, o vale dizer que, na forma do ordenamento jurídico pátrio, somente as primeira e segunda instâncias têm competência para julgar as ações penais, quanto ao mérito sobre os fatos denunciados, de réus sem foro privilegiado, o que significa se intuir que foram esgotadas as hipóteses de novo julgamento sobre os fatos já apreciados e, com base nas provas constantes dos autos, conquanto praticamente fica selada a culpa, porque as outras instâncias não têm poder legal para rejulgar referidas ações senão quanto aos casos, repete-se, de falhas procedimentais e alguma inconstitucionalidade, no caso do Superior Tribuna de Justiça e Supremo Tribunal Federal, respectivamente.
A verdade é que a condenação nessas duas instâncias, em graus de jurisdição determinados por lei, dificilmente possa se imaginar ainda na existência de presunção de inocência, eis que as provas e contraprovas foram ali esmiuçadas e definidas quanto à essência, a entranha, dos fatos, valendo os recursos posteriores, no âmbito dos tribunais superiores, compreendo o STJ e o Supremo, como mero formalismo procedimental, com caráter absolutamente procrastinatórios, na tentativa de se ganhar tempo para apenas alongar a decretação do trânsito em julgado propriamente dito, que já poderia se reconhecer, desde logo depois da confirmação da sentença preferida na segunda instância, ressalvado o direito de recursos em instâncias superiores, não para modificar coisa alguma da sentença condenatória, mas sim para o cumprimento do conhecido “imbromation” processual, por quase não haver modificação sobre o veredicto chancelado nas duas instâncias iniciais.  
Em síntese, percebe-se claramente que a figura do “garantista” tem muito a haver com ideologia política ou outra forma de afinidade com poderosos envolvidos com o mundo da criminalidade, em que a posição resultante das interpretações de dispositivos constitucionais e legais nada mais é do que a institucionalização de biombos para ninguém que tenha poder e influência, política ou econômica, nunca mais possa ser preso, justamente porque essa história de condenação de criminosos importantes começou por iniciativa da “atrevida” Operação Lava-Jato, que ousou contrariar a jurisprudência informal da suprema corte do país.
Ao que tudo indica, as questionáveis interpretações procuram estabelecer e consolidar regras capazes de não mais haver punição para bandidos com sede no petrolão, nos casos já julgados e daqueles que aguardam julgamento, a exemplo dos notáveis e famosos delinquentes de colarinho branco com foro privilegiado, cujos processos estão paralisados placidamente naquela corte, sem nenhuma perspectiva de julgamento, que tem a presunção intuitiva do restabelecimento do recriminável sistema da impunidade, sob a proteção dos “garantistas” que deveriam agir, por força do seu dever funcional, exatamente ao contrário, diante do importante cargo que eles exercem na estrutura da República, inclusive de contribuir para o combate à corrupção, à criminalidade e à impunidade.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 30 de setembro de 2019

domingo, 29 de setembro de 2019

Mediocridade?


O presidente da República demonstrou incômodo com as críticas que recebeu pelo seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, nos Estados Unidos da América.
O presidente afirmou ter assistido à sua fala novamente e que não considerou suas posições agressivas, tendo indagado o seguinte: “Queriam alguém lá que fosse para falar abobrinha, enxugar gelo e passar o pano?”.
Para o presidente, alguns setores da mídia “foram para o esculacho”.
Ele foi além, tendo afirmado que “Não fui ofensivo com ninguém. Assisti ao que eu falei, seria muito mais cômodo eu fazer um discurso para ser aplaudido, mas não teria coragem de olhar para a cara de vocês aqui.”, ao se dirigir aos apoiadores que o aguardavam na saída do Palácio da Alvorada.
O presidente entendeu que “Foi um discurso patriótico, diferente de outros presidentes que me antecederam, que iam lá para ser aplaudidos e nada além disso.”.
Nesse ponto, o presidente seria incoerente consigo mesmo se concordasse com os críticos ao seu discurso, ou seja, o seu papel é o de defender as bobagens que ele poderia muito bem substituí-las com frases estritamente próprias de estadista, com reafirmação da soberania nacional, sem necessidade de replicar insultos e acusações sobre assuntos que já foram desgastantes demais nos últimos dias, envolvendo a figura dele e de outros presidentes despreparados e completamente desassessorados, que poderiam contribuir com discurso com o mínimo de equilíbrio, ponderação e civilidade, em se tratando da abertura da principal assembleia da ONU.
Mesmo que não queira aceitar, estritamente por questão pessoal, a opinião da imprensa mundial e dos entendidos em diplomacia foi a de que o presidente brasileiro criticou, em especial, com palavras duras, desnecessárias e inadequadamente para o evento da maior relevância, que recomendaria moderação e espírito de sociabilidade, os governos anteriores do PT, o socialismo, com enfoque para os casos de Cuba e Venezuela, e os países estrangeiros que questionaram o Brasil sobre as queimadas na Amazônia e a defesa do meio ambiente.
Em nada, mas em nada mesmo houve contribuição do presidente em ter decidido fazer absurdas e inúteis acusações aos defensores e idólatras da esquerda, porque isso é tão insosso e sem expressão que somente reforça o empobrecimento do seu discurso, principalmente porque aquele órgão está recheado de esquerdistas, que a sua fala não passou de perda de tempo, apenas demonstrando a sua ojeriza ao regime socialista, algo que o menos ignorante sabe muito bem disso.
Agora, não se pode olvidar que o seu discurso foi realmente verdadeira glória para seus fiéis e apaixonados seguidores, que vão ao auge da excitação quando o presidente reage com insensatez, grosseria e incivilidade às críticas que são feitas a ele e ao seu governo, em clara demonstração de desequilíbrio e intolerância, que são completamente incompatíveis com a figura de estadista cônscio da sua responsabilidade de administrar o país da grandeza do Brasil, sob a observâncias os consagrados princípios moderação, sabedoria e inteligência, como forma de mostrar que a educação na gestão pública pode perfeitamente contribuir para o apoio dos brasileiros que repudiam o confronto e a descortesia nas relações sociais.
Convém que haja a conscientização de que o ocupante do principal cargo da República precisa dar bons exemplos de cidadania e ponderação, mesmo que ele seja agredido por palavras mais fora do costume, porque a liturgia do cargo aconselha que o mandatário mature as suas reações em público, como forma de contemporização e não de revide, como tem sido a sua marca registrada de mostrar imediata indignação, justamente para satisfazer às pessoas que preferem que ele não meça as palavras e diga logo tudo o que sente e ponha para fora todo o seu sentimento de rancor e incivilidade, não condizentes com a relevância do seu cargo.
A verdade é que os brasileiros sensatos e com o mínimo de sentimento de civilidade não gostariam que o presidente de seu país fosse para a tribuna da ONU propagar inutilmente abobrinhas, nem muito menos que ele se apresentasse com discurso medíocre de ideias, recheadas de menções absolutamente fora do contexto do concerto das nações.
O brasileiros gostariam muito mais em saber o que o seu governo vem fazendo para o fortalecimento dos princípios econômicos, a retomada do crescimento econômico, as reformas estruturais do Estado que estão sendo examinadas, os resultados das medidas destinadas ao combate à corrupção, as providências efetivas de proteção ao meio ambiente, a verdade sobre as queimadas, com detalhes sobre a sua evolução, as questões relacionadas com o agronegócio e outras medidas estritamente relacionadas principalmente com a economia interna brasileira que interessam aos investidores internacionais.
Ou seja, o pensamento diferente disso apenas contribui para a perda de tempo em evento tão importante para se mostra algo realmente de valor e interesse para o Brasil, que não pode permitir o sentimentalismo ideológico vacilante, com a finalidade de satisfazer apoiadores da mesma mentalidade retrógrada de confronto e intolerância.
Não se pode ignorar que os investidores internacionais somente aplicam seus capitais em país cujo governante demonstre o mínimo de sensibilidade, equilíbrio e sabedoria para compreender que futricas e intrigas paroquianas, muitas delas tratadas no discurso presidencial, não merecem a menor atenção, salvo para certificar-se sobre a mediocridade e a falta de inteligência do mandatário, por ter perdido, no caso, excelente oportunidade para falar para o mundo algo realmente de importância no contexto internacional.  
Os brasileiros com um pouco de sensibilidade e inteligência não podem concordar nem aceitar que discurso preparado como se fosse para campanha eleitoral - que foi o caso - seja apresentado logo na tribuna da ONU e ainda mais na abertura solene da sua Assembleia Geral, quando as lideranças mundiais estavam, por certo, ávidos para ouvir discurso verdadeiramente apropriado para o momento especial, mas foram obrigados a tolerar, por mais de trinta minutos, peça horrível, das mais pobres possíveis para o momento, que teve apenas a primazia de satisfazer “meia” dúzia de brasileiros, que ainda a aplaudem como se fosse algo em demonstração de patriotismo, coragem e bravura, quando teria sido bem melhor, para a saúde do presidente  (já que ele passou por cirurgia) e do Brasil que nem discurso tivesse, o que teria evitado tamanho vexame global.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 29 de setembro de 2019

sábado, 28 de setembro de 2019

Doloroso atrevimento?


Fora de dúvida, a Operação Lava-Jato, nos seus mais de cinco anos de existência, conseguiu imprimir nova rotulação à imagem do Judiciário, então tida muito mais como verdadeiro faz de conta, porque era completamente incapaz para julgar e punir os conhecidos tubarões do poder, cuja influência tinha a garantia de jamais ser alcançados pelas  garras da Justiça, que somente condenava peixe miúdo.
Não obstante, esse momento de opulência e excelência de trabalho otimizado deu com a cara contra os “garantistas” do Supremo Tribunal Federal, conhecidos por meia dúzia de ministros que se acham os donos da verdade e não aceitam que a impunidade seja extinta nem combatida no Brasil, haja vista que eles fazem de tudo e a todo momento para a imposição de interpretações absurdas e fora de propósito, justamente para o restabelecimento do paraíso dos criminosos.
À toda evidência, a mudança da mentalidade do Judiciário ganhou substância e foi apoiada pela população depois que a força-tarefa, estruturada em Curitiba (PR), começou para valer o desbaratamento de esquemas de corrupção nos altos escalões do governo, compreendendo poderosos políticos, empresários, executivos, doleiros e outros desavergonhados assemelhados, que jamais tinham sido enfrentados com tanta implacabilidade pelos organismos do Estado.
A pesada repressão aos crimes perpetrados pela famosa ala de colarinho branco desestruturou os alicerces da roubalheira generalizada, tendo por objetivo a manutenção no poder, exatamente contando com a ajuda do dinheiro sujo, desviado de cofres de estatais, sendo que a Petrobras foi a empresa mais prejudicada, posto que o dinheiro passou a ser canalizado por meio de dutos denominados “propinoduto”, de tão grande era o volume de recursos desviados, para fins espúrios.
Na verdade, a disposição para punir poderosos começou mesmo com “mensalão do PT”, que foi  denunciado em 2005 e julgado pelo Supremo em 2012, cujos resultados já sinalizavam que o Judiciário começava a mudar de entendimento, quando chegou a produzir cenas inéditas de punição de políticos poderosos e de alguns banqueiros, que foram condenados por desvio do dinheiro do contribuinte.
O pior golpe, que deixou marcas profundas e letais no sistema de corrupção, foi dado mesmo pela Lava-Jato, que foi capaz do enfrentamento à poderosa organização criminosa que plantou raízes no governo, cujos tentáculos atingiram o âmago da criminalidade, com o adentramento às suas entranhas, permitindo se mostrar a linhagem da corrupção e os seus nobres e imponentes líderes, que conseguiram causar gigantesco prejuízo aos cofres públicos, numa proporção extraordinária.
O combate à corrupção teve por base a Lei das Organizações Criminosas nº 12.850/2013, que, por meio da qual, se pôde fazer uso do poderoso instrumento da “colaboração premiada”, que logo ganhou imensurável força como ferramenta primordial para, seguindo o fio da miada, se identificar os envolvidos,  a relevância de políticos famosos, inclusive de ex-presidentes da República, ex-ministros, senadores, deputados, ex-governadores, empreiteiros influentes, entre outros personagens com influência política que sempre estiveram imunes à norma republicana de que “a Justiça é cega e tem validade para todos, indistintamente.”.
Em que pesem as severas críticas, por parte dos corruptos, a “delação premiada” não tardou a ser principal alvo de escaramuças jurídicas desferidas por espertos e sábios advogados, mas sem a menor razão, porque os procedimentos adotados pela Justiça ocorreram no âmbito da legitimidade, estritamente dentro da lei, em completa harmonia com o Estado Democrático de Direito.
A verdade é que tudo foi feito para a anulação dos processos examinados no âmbito da Lava-Jato, justamente na ânsia de se mostrar possível falha procedimental, sendo considerada a mais eficaz investida contra o seu trabalho, por meio de mero detalhe que não interfere na culpabilidade do réu, porque se trata apenas do aproveitamento de brecha encontrada na aplicação da legislação penal pelos magistrados, na parte da concessão do mesmo prazo para as alegações finais a réus denunciados e a réus delatores e isso foi o suficiente para que se desenvolvesse a competente e ardilosa tese de que o princípio do amplo direito de defesa não foi seguido à risca.
É sabido que, desde o início da Operação Lava-Jato, já houve a condenação de 150 pessoas por meio do questionado rito, que não está previsto na legislação penal, ou seja, não houve qualquer afronta à norma legal, salvo a interpretação, agora, dos ministros “garantistas” do Supremo, que pode interferir nos casos já julgados, compreendendo a condenação à prisão de bandidos de colarinho branco e a recuperação de bilhões de reais referentes à roubalheira aos cofres públicos, ocorrida notadamente na Petrobras.
A apreciação da questão pela Excelsa Corte de Justiça, que não foi concluída, já garante a consagração dessa tese, faltando apenas a conclusão do julgamento com o voto de dois ministros, em que poderá haver a definição de que maneira será aplicado o veredicto.
Esperam-se que a chamada “modulação”, que está a cargo do presidente do Supremo, não prejudique os casos já julgados, porque isso resultaria na anulação de mais de centena de processos, que voltariam à fase anterior ao julgamento de mérito, fato que obrigaria se reconhecer que inexistiram as sentenças diante da falta da interpretação somente agora oposta pela corte, o que seria verdadeiro e estrondoso prejuízo para o Brasil, por se levar em conta mero detalhe que somente os “garantistas” enxergaram, sem que ele não consta da legislação penal, além de vir com bastante atraso.
O mais grave de tudo isso é que os enormes esforço e sacrifício para se alcançar algum nível de credibilidade do Judiciário, com a marca registrada da Lava-Jato, podem simplesmente ir de água abaixo, pelo arraigado instinto de vingança e vaidade de ministros do Supremo, que não se conformam diante da fama de quem tanto batalhou para combater, com coragem, competência e amor ao Brasil, a corrupção e a impunidade, porque a decisão absurda da corte somente prejudica o Brasil e premia a criminalidade, que se sentirá vitoriosa, porque teria a seu favor nova decisão, depois de tanto tempo.
É certo que fica a lição sobre a quebra da segurança jurídica, porque, a qualquer momento, pode haver a interpretação da norma jurídica, por parte do Supremo, sempre para beneficiar criminosos que praticaram atos irregulares prejudiciais ao interesse público, pondo por terra tudo de bom que já foi construído, exatamente com base na lei, pela Operação Lava-Jato, justamente por seus atos não os satisfazem plenamente e pouco importam as consequências trágicas e desastrosos como as que podem acontecer com essa estapafúrdia interpretação mequetrefe.   
A pior hipótese que pode advir será a anulação pura e simples de mais de centena de sentenças condenatórias, porque isso tem o condão de apagar a belíssima herança desenvolvido pela Operação Lava-Jato, que será desautorizada por tudo que já foi implementado em benefício da moralidade e do Brasil.
Tem-se a clara impressão de que, no Brasil, as meras interpretações de ministros “garantistas” têm muito mais força jurídica do que a norma propriamente, em clara demonstração de completa e explícita esculhambação, em que a Excelsa Corte de Justiça não se envergonha de participar de atos de desmoralização em benefício à criminalidade e à impunidade, quando a sociedade implora, aos gritos, por urgente mudança dos costumes e das condutas dos homens públicos, mas recebem como resposta a tristeza da completa falta de dignidade de quem deveria ser modelo de patriotismo e civismo.
Trata-se, à toda evidência, de golpe brutal e monstruoso à consciência cívica, se os processos julgados pela Operação Lava-Jato vierem a ser anulados, por força de decisão absurda e tendenciosa do Supremo Tribunal Federal, porque isso somente demonstra completa decadência e degeneração dos comezinhos princípios dos homens públicos e total derrocada das instituições públicas, diante da efetiva prova de cumplicidade com a criminalidade, em verdadeira afronta ao sagrado patrimônio da nação grandiosa como o Brasil.
É simplesmente doloroso e perverso o atrevimento de meia dúzia de homens públicos insensíveis e cruéis, que demonstram extrema frieza e indiferença, sem justificativa plausível, salvo beneficiar, consciente e deliberadamente, criminosos de colarinho branco, em desmoronar lindo castelo arquitetado e construído com o máximo de esforço, dedicação e amor às causas do Brasil, em clara evidência de enorme irresponsabilidade contra os interesses dos brasileiros.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 28 de setembro de 2019

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

A tragédia de um povo


A deplorável situação da ditadura da Venezuela mostra um de seus lados mais tristes e trágicos, com enorme repercussão negativa sobre a vida dos pais de família, que, não tendo emprego nem condições financeiras, abandonam seus filhos em pontos estratégicos da cidade ou os deixam em orfanatos oficiais, que já estão superlotados, na esperança de que eles possam ser cuidados, em demonstração de extremo desespero, por não suportarem tamanho sofrimento.
Um jornalista fez relato do retrato superficial dessa tragédia que vem acontecendo naquele país, a evidenciar situações dramáticas de maus-tratos com o ser humano em geral, envolvendo país e filhos, em situação de cortar coração, no país modelo do socialismo do século XXI, que se encontra sitiado por extrema pobreza e o povo morrendo de fome e impedido de receber ajuda humanitária.
Ele disse que foi levado por uma colega venezuelana a esse orfanato, que é imponente complexo de concreto no sudeste de Caracas, que foi fundada, em 1991, pela família dela e vem funcionando como centro de acolhimento de crianças.
Ele disse que muitos pais não podem mais sustentar a família e estão fazendo o que era impensável, ou seja, abandonar seus filhos, porque, disse ele: “As pessoas não conseguem mais comida. Estão abandonando os filhos, não porque não os amam, mas exatamente porque os amam”.
O jornalista disse que antes de ver a tragédia in loco, “Eu já ouvira falar que famílias estavam entregando seus filhos para instituições. Mas foi um desafio encontrar realmente as pequenas vítimas. Meus pedidos para entrar em orfanatos do governo ficaram sem reposta. Uma encarregada da agência de proteção à infância confidenciou que a visita seria ‘impossível’”. 
Ele registrou que não há estatísticas oficiais sobre a quantidade de crianças abandonadas por razões econômicas, mas entrevistas de funcionários do referido orfanato e de outras organizações indicam que são centenas de casos em todo o país, sendo que a maioria dos pedidos está relacionada com dificuldades econômicas.
          Uma mãe de família, de três crianças, disse que “Não sabia mais o que fazer” com os filhos de 3, 5 e 14 anos, depois de ter perdido o emprego de costureira.
A mãe dessas crianças planejava deixar as crianças no orfanato, na esperança de que ali elas seriam alimentadas, e pretendia trabalhar na Colômbia, para mais tarde tê-las de volta.
Desesperada, a mulher disse: “Você não sabe o que é ver um filho com fome, não tem ideia. Eu me sinto responsável, como se tivesse falhado com eles. Mas tentei de tudo. Não há trabalho e eles estão ficando cada vez mais fracos.”
O jornalista disse que, durante anos, a Venezuela manteve instituições públicas que cuidavam normalmente de crianças vulneráveis e abrigos para as que precisassem de proteção, mas, na atualidade, conforme afirmação de assistentes sociais, as instituições estão desmoronando e algumas em risco de fechamento por falta de recursos, fato que obriga, cada vez mais, os pais a deixarem os filhos na rua, em completo abandono.
O jornalista relatou que um administrador de 10 orfanatos afirmou que, “Anteriormente, as crianças vinham de lares onde haviam sofrido abusos mentais e físicos. Mas seus orfanatos receberam dezenas de telefonemas de mães desesperadas, desejando entregar seus filhos para que pudessem ser alimentados. A demanda é tão alta que muitos orfanatos têm até listas de espera.”.
Finalmente, o jornalista relatou que aumentou, em muito, a quantidade de mulheres grávidas dando os filhos para adoção, tendo citado o dono de agência de adoção, a Proadopcion, que disse que a sua organização recebeu entre 10 e 15 pedidos por mês de mulheres grávidas oferecendo bebês, mas a organização teve de recusar muitos pedidos.
A verdade é que a esquerda brasileira, certamente alheia ao que realmente vem acontecendo de mais grave ao seu redor, como nesse deplorável caso que envolve vidas humanas de inocentes indefesos, no caso, as crianças venezuelanas, não tem muito a se preocupar com essa horrível tragédia que dilacera os corações e os sentimentos de pais de famílias, que são impossibilitados de alimentar seus queridos filhos, em clara demonstração de crueldade contra o ser humano, tendo por causa exatamente o governo sustentado pelo famigerado regime socialista, defendido loucamente por trogloditas que desprezam a vida humana, conforme mostram os fatos.
É evidente que nada impede que alguém defenda a sua ideologia política, não importando o seu direcionamento de direita, esquerda ou qual melhor se lhe aprouver, porque isso faz parte do livre arbítrio, em harmonia com os consagrados princípios institucionalizados no Estado Democrático de Direito e na evolução da humanidade, mas simplesmente ignorar o que vem sendo praticado por governo socialista que é capaz de liderar barbárie como essa aqui relatada, com detalhes chocantes, por quem presenciou os horrores contra pais de famílias e crianças indefesas, em nome de regime extremamente desumano, cruel e insano, isso é simplesmente imperdoável.
Na verdade, todos esses insensatos apoiadores de quem patrocina a destruição da humanidade e tão monstruoso e animalesco quanto quem comanda o país que permite, conscientemente, a prática de atos indignos e contrários ao seu semelhante, com o envolvimento de crianças ingênuas e indefesas.
Não há a menor dúvida de que monstruosidade como essa somente acontece, sem que nada seja feito para evitá-la e punir seus atrozes, porque ainda existem as pessoas igualmente desequilibradas, insensíveis e desumanas que concordam e aplaudem mandatários trogloditas, insensatos e cruéis, que por ação ou omissão, exatamente por conveniência pessoal e política, em defesa da ideologia idolatrada, ou mesmo por vergonha de defender causa justa e humanitária, porque, nessas situações delicadíssimas de destruição do ser humano, nada, absolutamente nada justifica que, de sã consciência, parcela expressiva da humanidade, exatamente os esquerdistas, se calem e permitam que a perversidade prevaleça massacrando o ser humano, o que só demonstra puro sentimento de irracionalidade próprio dos animais, que demonstram muito mais solidariedade entre o seu reino.
Registre que, mesmo diante dessa quadro terrível e desolador, desconhece-se a voz de entidades de defesa de direitos humanos internacionais em defesa das criancinhas venezuelanas, dando a entender o estranho desprezo delas à causa de suma importância para a proteção da vida.
Apelam-se, em desesperado sentimento humanitário, diante dessa horrorosa tragédia que acontece, na Venezuela, contra famílias e crianças indefesas, que o homem, não importando a sua ideologia, que precisa ser defendida exatamente para a construção do bem e do amor, em forma da solidariedade, se conscientize de que, acima das suas paixões, precisa valorizar o seu semelhante, não permitindo que os monstros institucionalizados, por força de ideologia socialista absurda e destrutiva, fiquem livres para a prática de crueldades e desumanidades.  
          Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 27 de setembro de 2019

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Lindas frases da Santa dos Pobres


Muito tem se falado sobre as riquíssimas obras de caridade dessa santa brasileira, mas pouco se conhece sobre as suas poderosas, abençoadas e firmes declarações de quem vivia em permanente estado de santidade, quando ainda povoava a sua amada terra natal, a Bahia.
Trata-se de declarações de reafirmações sobre seus verdadeiros sentimentos carregados de amor, santidade, fé e devoção, refletindo a sua vocação para servir, com extrema dedicação, às obras de Deus, conforme mostram as frases transcritas a seguir, que foram levantadas pelo site G1, da organização Globo:
          Procuremos viver em união, em espírito de caridade, perdoando uns aos outros as nossas pequenas faltas e defeitos. É necessário saber desculpar para viver em paz e união.".
"O que fazer para mudar o mundo? Amar. O amor pode, sim, vencer o egoísmo.".
"No amor e na fé, encontraremos as forças necessárias para a nossa missão.".
"O importante é fazer a caridade, não falar de caridade. Compreender o trabalho em favor dos necessitados como missão escolhida por Deus.".
"Se Deus viesse à nossa porta, como seria recebido? Aquele que bate à nossa porta, em busca de conforto para a sua dor, para o seu sofrimento, é um outro Cristo que nos procura.".
"Deus não atende a todos? Ele recusa alguma coisa, quando pedimos com fé, esperança? Como vamos recusar alguma coisa ao nosso semelhante, ao nosso próximo?".
"Sempre que puder, fale de amor e com amor para alguém. Faz bem aos ouvidos de quem ouve e à alma de quem fala".
"Eu não tenho, graças a Deus, nenhum sentimento de vaidade. Seria até um contrassenso da minha parte. Se eu sei que é Deus quem faz tudo?".
"A providência divina é que mantém, que toma conta, que dirige. A gente aqui é somente um instrumento bem fraco nas mãos de Deus.".
"Se houvesse mais amor, o mundo seria outro; se nós amássemos mais, haveria menos guerra. Tudo está resumido nisso: dê o máximo de si em favor do seu irmão, e, assim sendo, haverá paz na terra.".
 “Não entro na área política, não tenho tempo para me inteirar das implicações partidárias. Meu partido é a pobreza. A minha política é a do amor ao próximo.".
"Habitue-se a ouvir a voz do seu coração. É através dele que Deus fala conosco e nos dá a força que necessitamos para seguirmos em frente, vencendo os obstáculos que surgem na nossa estrada.”.
"É preciso acreditar e ter a certeza de que nada é impossível aos olhos de Deus. Se fosse preciso, começaria tudo outra vez do mesmo jeito, andando pelo mesmo caminho de dificuldades, pois a fé, que nunca me abandona, me daria forças para ir sempre em frente.".
Na verdade, não são as palavras os dotes mais expressivos da Santa Irmã Dulce, mesmo sendo elas consideradas como de maior primor, em termos de santificação, pelo poder de mostrar o verdadeiro caminho que é capaz de levar o homem até Deus, mas sim as suas obras da maior significância em benefício do seu semelhante, dando a prova material e real da sua santidade materializada e literalmente reconhecida como algo extraordinário.
Na verdade, a Irmã Dulce viveu praticamente de milagres, mostrando, na prática, o real significado do amar ao próximo e trabalhando incansavelmente na busca de meios para a reconstrução da saúde e da vida de pessoas doentes e carentes.
O amor voluntariamente espargido por Irmã Dulce, às pessoas, permitiu o salvamento não somente de vidas, mas também de almas, mediante a sua presença em lugares quase inóspitos, para levar alguma forma de amparo aos necessitados e desamparados, exatamente em seguimento ao que fazia o Benfeitor pioneiro e maior: Jesus Cristo, que certa feita disse a seu discípulo que  "A sua fé te curou, vá e não peques mais!" e foi assim que viveu a santa brasileira: de pura fé.
No caso da Irmã Dulce, somente tem a explicação do milagre sempre presente na sua vida, porque ela foi capaz de realizar obras excepcionais, mesmo sem possuir recursos e tudo acontecia de forma inexplicável como algo que acontece normalmente, mesmo sem o devido conhecimento das leis divinas e espirituais que nos regem.
O trabalho realizado por essa santa somente se explica pela misericórdia de Deus, porque ela simplesmente teve o dom de acolher igualmente a todos, tendo à sua frente a disposição para administrar as piores dificuldades, como verdadeira guerreira, que a tudo encarava somente com determinação e destemida coragem, evidentemente conduzida pela força da inabalável fé em Deus e amor no coração.
A vida da primeira santa brasileira foi, realmente, admirável, merecendo o título maior da Igreja Católica, que tem o sentido do reconhecimento das suas obras, mas também isso deve se revestir como especial exemplo de dedicação e amor ao próximo, no âmbito do princípio bíblico de que se deve fazer o bem sem olhar para quem e era exatamente isso o verdadeiro lema dessa santa, que é amada por sua magnífica obra de caridade.
Não obstante, teria sido muito mais representativo para a Irmã Dulce se ela tivesse sido declarada santa ainda em vida, porque as suas importantes obras significavam permanentes milagres, a justificar a sua canonização como santa que nem precisava morrer para receber esse título maior da Igreja Católica.
As palavras da Irmã Dulce dizem, de muito perto, o que realmente foi a imagem de pessoa cheia de humildade e pureza d’alma, com a lindeza de que ela só disseminava o bem, como autêntica lição de vida santificada, a se indicar que ela foi verdadeiro modelo de amor ao próximo, na mais sublime prova de compreensão sobre as palavras de Jesus Cristo, que disse, com peculiar sabedoria, que é preciso “se amar ao próximo como a si mesmo”.
Com certeza, a conduta amorosa da Irmã Dulce deve ter tido como inspiração o ensinamento de Jesus Cristo, que teria dito, segundo João 14:12: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.”.
Não há margem de dúvida de que o amor ao próximo é mola capaz de impulsionar o estreitamento das relações sociais e a união das pessoas para a realização de grandes obras, como essas da santa brasileira, que tem o reconhecimento do seu sacrifício e da sua dedicação ao bem comum, com inspiração nos ensinamento do Mestre Jesus Cristo, que mostrou, na prática, que os bons frutos são colhidos de árvores perfeitas.
A força da dedicação e do amor ao próximo pode sim levar as pessoas à santificação, que nem precisava de ter feito milagre depois da sua passagem para o céu, como no exemplo da Santa Irmão Dulce, porque a sua obra terrestre já representava muito além do que milagres para respaldarem a santidade celestial.
Os brasileiros, com puro sentimento de amor no coração, entoam em uníssono o som do seja bem-vinda ao Brasil a amada “Santa dos Pobres”, que na verdade é santa de todos, a Irmã Dulce, ser de muita luz espiritual, rogando que a paz de Deus e o amor de Jesus Cristo estejam entre as pessoas e que o Brasil seja guiado pelas mãos sagradas de Deus, de modo que a paz divina seja inspirada nas benditas palavras da santa dos brasileiros. 
Amém!
Brasília, em 26 de setembro de 2019

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

É preciso sensibilidade


Escrevi, ontem, diante de normal preocupação com a vida do ser humano, a crônica intitulada “Apelo à sensibilidade”, versando cerca da lastimável e inadmissível situação referente aos animais soltos nas estradas do interior do Nordeste, com maior frequência, em que, quase sempre, no caso de motociclista, há final desastroso, com a perda da vida.
Nesse texto, fiz apelo a Deus e ao mundo, em grau desesperador, não por ser potencial vítima, mas por não mais aceitar que tão importantes vidas humanas sejam perdidas de forma injustificável, inaceitável, uma atrás da outra, exatamente pela omissão de autoridades públicas e da própria população, que tem ainda a principal contribuição da gigantesca irresponsabilidade dos donos dos animais, que os criam soltos e não assumem nenhuma punição pelo mal causado à sociedade, no caso de acidentes com o envolvimento deles.
É preciso que todos, autoridades, população e proprietário de animais, em forma de conscientização, se unam para discutir a melhor maneira de preservação de vidas humanas, que não podem ser desfeitas com tanta facilidade, quando há enormes condições para a solução desse gravíssimo problema, bastando, em primeiro lugar, que a vida seja realmente valorizada, porque até o presente momento, se nada ainda foi feito nesse sentido, é precisamente porque não houve interesse em valorizar a vida humana, e, em segundo lugar, é preciso que haja mobilização urgente de todos, no sentido de se buscar maneira efetiva e factível de se evitar a reincidência desses casos desagradáveis.  
Demonstrando enorme preocupação com essa dramática situação, o genial Dintinho Minervino emitiu abalizada opinião acerca dessa deprimente realidade, tendo dito, verbis: “O maior problema sobre os animais soltos nas estradas é exatamente eles terem donos, donos estes conhecidos da administração municipal. Não podem prender porque eles pertencem ao compadre, ao amigo ou no mínimo a um eleitor. É bem verdade que o Administrador é eleito para administrar para todos, mas na realidade não é assim que acontece. nem precisa falar isso, pois é do conhecimento de todos.”.
Em resposta, eu apenas bato palmas para o genial e sábio Ditinho, por sua análise perfeita, precisa e justa, porque parece que o seu raciocínio pode sim ter fundo de verdade, para justificar tamanho descaso por parte de quem tem a incumbência de cuidar da segurança das estradas, mesmo que elas sejam da alçada federal ou estadual, não importa, porque a preservação da vida humana é dever do Estado, que tem a incumbência de garantir a integridade e segurança da população.
É exatamente isso que pode estar acontecendo, mas é preciso que a população se conscientize sobre a premência de medidas saneadoras, por meio de atos de repúdio e protesto contra esse pernicioso estado de coisas, porque a vida humana está muito acima de qualquer compadrio, que não pode prejudicar o interesse público, para se abandonar o controle e a fiscalização de incumbência do Estado, como forma de proteção à vida, que apenas fica à mercê da sorte.
É preciso sim que a população de movimente, não concordando com esse horrível estado de coisas, que só demonstra o inaceitável atraso da sociedade, que precisa se despertar, com urgência, dessa inadmissível letargia extremamente prejudicial aos interesses da população, que evidencia forma passiva e comodista diante do status quo, ao permitir a existência de situação que já era para ter sido solucionada há bastante tempo, diante dos gigantescos danos já causados a vidas humanas.
Infelizmente, a solução do problema ainda pende da boa vontade de homens públicos que não passam de autênticos omissos e irresponsáveis, por não se preocuparem com os sinistros que acontecem às suas barbas, ao permitirem que situações horrorosas como essa de animais soltos nas pistas continuam contribuindo normalmente para a perda de preciosas vidas e, o pior, ninguém tem sido responsabilizado nem punido, em evidente estado sem leis e normas capazes de obrigar a reparação dos prejuízos causados às vítimas e às famílias, os quais nem existiriam, com tanta frequência, se houvesse norma de controle e fiscalização sobre animais soltos, além da conscientização de todos sobre a gravidade desse problema.
Por questão de justiça, chega-se à conclusão de que, nesse caso, um dos principais causadores de todas as desgraças é mesmo a sociedade, que sabe perfeitamente a dimensão da tragédia, com a perda de vida humana, e quem são os homens públicos incumbidos de dar cabo a essa lamentável situação e simplesmente a aceita, com a maior passividade, sem mover uma pena.
O mais grave de tudo isso é saber que, apesar dos pesares, os eleitores ainda os elegem ou reelegem, mesmo sabendo que eles foram incapazes, até aqui, de promover medidas saneadoras sob a sua incumbência, deixando de solucionar ou minimizar essa reiterada tristeza, de devastador sofrimento para as famílias que perdem entes queridos, na consciência de que a monstruosidade tem sim como se resolver, bastando tão somente tocar à sensibilidade dos homens públicos e da sociedade em geral, porque todos juntos são poderosos em força para resolver qualquer problema, por mais grave que seja, desde que haja boa vontade e interesse.
Nesse contexto, em que se analisa questão de enorme relevância social, não se pretende senão aproveitar o frescor de caso que acaba de acontecer para chamar a atenção das pessoas potencialmente interessadas, assim como eu, só que possam atuar diretamente na cidade de Uiraúna, principalmente para a sensibilização das autoridades, com vistas à busca, o mais rapidamente possível, de mecanismos capazes de contribuir para a solução desse gravíssimo problema dos aninais soltos nas estradas.   
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 25 de setembro de 2019

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Apelo à sensibilidade


Conforme noticiaram o conceituado portal Cofemac e outros órgãos da mídia, um empresário envolveu-se em grave acidente de motocicleta, quando trafegava pela BR-405, no trajeto de Uiraúna para São João do Rio do Peixe, cidades do interior da Paraíba, tendo sido acometido por vários ferimentos graves.
O empresário colidiu a sua motocicleta contra uma vaca que estava solta no meio da pista, em plena tarde.
Ele foi imediatamente socorrido, mas o seu grave estado de saúde o levou à morte.
É mais uma vítima a morrer precocemente por causa da irresponsabilidade de proprietários de animais soltos nas pistas e da fala de cuidados por parte de autoridades públicas, que poderiam se sensibilizar com essa grave situação de ordem pública, não importando se a estrada é estadual ou federal, porque o que está em jogo é a vida humana, constantemente ceifada por falta de providências pertinentes, que dependem apenas da boa vontade para a regulamentação sobre a obrigatoriedade da apreensão de animais, de modo a se evitar que eles fiquem perambulando pelas estradas.
Acerca dessa intrigante e lastimável situação referente a animais soltos nas estradas do interior do Nordeste, com maior frequência, já tive a oportunidade para escrever interessantes crônicas, fazendo abordagem sobre o tema e demonstrando a preocupante incidência de acidentes com resultados trágicos, que poderiam sim ser evitados, salvo em casos excepcionais, como a existência de animais não domesticados, a exemplo de raposa, veado e outros cujo dono é a natureza.
Nesses textos, foram feitas várias sugestões, com vistas à minimização dos estragos causados não somente ao ser humano, mas também aos animais irracionais, entre as quais estariam a obrigatoriedade da responsabilização dos proprietários dos animais que derem causa aos acidentes, por eles terem o dever de prendê-los, de forma permanente.
Nessa mesma linha, foi lembrado o dever das autoridades públicas, estaduais ou municipais, de serem mais atentos e atuantes, no sentido de promover cuidadosos controle e fiscalização sobre os animais soltos nas estradas, mediante a obrigatoriedade do recolhimento deles e a devolução aos seus donos, se forem identificados, sob termos de obrigação de prendê-los e de responsabilização em caso de acidente com veículos motorizados.
Os animais recolhidos ficariam por determinado prazo sob a custódia da autoridade municipal e, se não forem identificados ou não aparecerem seus donos, o poder público ficaria autorizado, mediante pronunciamento do Ministério Público competente, a dar a devida destinação a eles, na forma da legislação aplicável à espécie.
Ou seja, urge que haja eficientes e permanentes controle e fiscalização sobre os animais soltos nas estradas, inclusive mediante abrangente divulgação das medidas necessárias para o controle sobre eles, obrigando que as autoridades públicas tenham importantes cotas de participação na prevenção e na proteção das vidas humanas e de animais.
 Em se tratando do uso de estradas, há nítido prejuízo de toda ordem nessa história, que conta com injustificável omissão do poder público, salvo se já houver alguma medida nesse sentido que precisa apenas ser efetivamente intensificada, sob pena de qualquer cidadão invocar o direito de responsabilizá-lo por falta de ação dele, eis que as estradas, mesmo estaduais ou federais, estão sob a jurisdição do município e compete aos seus mandatários organizar o seu melhor funcionamento, inclusive o de proteger os cidadãos e animais.
Nesse processo, é provável que se alegue uma série de dificuldades por parte das autoridades públicas, para a implementação de medidas preventivas capazes de salvar vidas, mas é preciso lembrar que os empecilhos são enfrentados com a priorização das ações públicas, sempre tendo a iniciativa de se buscar os meios necessários à realização de benefícios para a população, visto que a representatividade política obriga que haja esforços fora do comum, com a primordial finalidade de satisfazer os anseios da sociedade, em especial nesse caso, em que a vida humana é sempre prioritária.
A questão é bastante delicada, em virtude da notória irresponsabilidade dos donos dos animais, que têm a obrigação de prendê-los, evitando que eles fiquem perambulando pelas estradas, servindo de perigosa arma capaz de, a qualquer momento, contribuir para tirar a vida de pessoas, muitas delas jovens, que são submetidas às ciladas das estradas, sem possibilidade de proteção contra situações repentinas e imprevisíveis.
Impressiona a forma passiva e insensível de autoridades públicas, por não se tocarem quanto ao sentimento humanitário e à falta de iniciativa para solucionar essa gravíssima situação, que poderia ser equacionada se houvesse vontade e conscientização acerca da real importância da vida das pessoas e dos animais, além dos danos materiais.
É premente a necessidade da interrupção desse caos nas estradas brasileiras, exigindo que alguém de sensibilidade lidere movimentos com a finalidade de conscientizar as comunidades e as autoridades para o seu enfrentamento.
Diante do quadro de horror e desassossego, o caso clama por providências urgentes, entre elas a imediata responsabilização, na via judicial, do proprietário do animal envolvido no acidente, tendo em conta a caracterização da sua efetiva culpa, pela omissão e negligência de ação, ao deixar de cuidar do seu bem, como bovino, equino, ovino etc., que deveria estar preso em currais ou em roçados cercados, não permitindo que ele fique perambulando por vias públicas, no caso, as estradas, locais inapropriados para sua criação.
Essa responsabilização consiste na reparação em face da evidência do cometimento dos crimes de natureza cível e criminal, ficando o proprietário do animal envolvido obrigado a ressarcir os danos materiais causados e pagar salário à vítima ou pensão à sua família, conforme o caso, além de caber-lhe a aplicação de penalidade, mediante reclusão.
É evidente que não se pode isentar de responsabilidade as autoridades públicas, incumbidas também da fiscalização das estradas sob a jurisdição municipal, porque, em tese, todos têm a obrigação, em especial, de garantir a segurança nas estradas; de alertar os proprietários dos animais que circulam nas proximidades das estradas sobre o seu dever de prendê-los em áreas cercadas e sobre as penalidades que eles estão passíveis de receber, na forma da lei, em caso de acidente; de proteger os motoristas contra os perigos das estradas; de providenciar a apreensão dos animais que estejam nas proximidades das vias trafegáveis.
No pior das hipóteses, mesmo que as autoridades locais entendam que não têm competência primária para adotar as medidas necessárias exigidas ao caso, porém elas têm a obrigação de levar o assunto às autoridades pertinentes, obrigadas institucionalmente para regulamentar e tomar as medidas preventivas, de modo que elas, por omissão, terminam sendo cúmplices com tantas mortes que acontecem exatamente sob a sua jurisdição e simplesmente lavam as mãos sob assunto que poderia muito bem ser solucionado ou minimizado se contasse com o seu interesse.
 Como a situação já atingiu nível alarmante e incontrolável, compete à comunidade exigir das autoridades públicas que sejam adotadas efetivas e urgentes medidas, na forma aqui explicitada, além da implementação de campanhas de mobilização da sociedade, com vistas à proteção das pessoas e dos animais, sob pena de a situação, perfeitamente saneável, se tornar infindável pesadelo social, por causa da falta de ação ou da incompetência de quem de direito, que faria grande bem se tivessem um pouco de interesse em  compreender a verdadeira extensão de problema solucionável, bastando tão somente permitir que a sua sensibilidade se colocasse no lugar dos parentes de vítimas que choram as suas irreparáveis perdas, que poderiam ser evitáveis se os homens públicos não dessem tanta importância à sua incompreensível omissão.
Esta crônica tem o significado especial de veemente apelo às pessoas, autoridades públicas ou não, que tenham amor à preciosa vida humana, para se sensibilizarem sobre a importância da urgente adoção de medidas de prevenção de acidades nas estradas, na forma aqui preconizada ou na melhor maneira que possa contribuir para solucionar ou, ao menos, minimizar, o mais rapidamente possível, essa tragédia de mortes nas estradas.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 24 de setembro de 2019

O discurso na ONU


De início, ele disse: “Apresento aos senhores um novo Brasil, que ressurge após ter estado à beira do socialismo. No meu governo, o Brasil vem trabalhando para reconquistar a confiança do mundo, diminuir o desemprego e a violência”.
O brasileiro afirmou que “Meu país esteve muito próximo do socialismo, que nos levou à corrupção generalizada, recessão, alta criminalidade e ataque ininterrupto aos valores familiares que formam as nossas tradições. Em 2013, um acordo do PT com ditadura cubana trouxe ao Brasil 10 mil médicos sem comprovação profissional, sem poder trazer suas famílias. Um verdadeiro trabalho escravo respaldado por entidades de direitos humanos do Brasil e da ONU”, cujo governo resolveu encerrar o programa Mais Médicos.
O presidente aproveitou para criticar o Foro de São Paulo, ao afirmar que “uma organização de partidos de esquerda que trabalha para implementar o socialismo na América Latina, que continua vivo e tem que ser combatido. Trabalhamos para que outros países da América do Sul não experimentem esse nefasto regime”.
A questão do meio ambiente, envolvendo a polêmica das queimadas na Amazônia, teve predomínio na sua fala, quando ele entendeu de  reafirmar que a floresta faz parte da soberania do Brasil, nestes termos: “Em primeiro lugar, meu governo tem o compromisso solene com a preservação do meio ambiente e com o desenvolvimento sustentável do Brasil e do mundo. Nossa Amazônia é maior que toda a Europa Ocidental e permanece intocada, prova que somos um dos países que mais protege o meio ambiente.”.
O presidente acusou a mídia de publicar “mentiras sobre o assunto”, tendo justificado os incêndios como eventos “naturais ou criminosos que ocorrem nessa época do ano, com os ventos que favorecem as queimadas”.
Ele disse que o Brasil sofre “ataques sensacionalistas de grande parte pela imprensa internacional. É uma falácia dizer que o Amazônia é patrimônio da humanidade”.  
Sem citar diretamente o presidente da França, o brasileiro disse que “outros países, em vez de ajudar, questionaram aquilo que nos é mais sagrado, a nossa soberania. Um deles, por ocasião do encontro do G7, ousou sugerir aplicar sanções ao Brasil sem ao menos nos ouvir”.
Nesse ponto, o brasileiro se referia ao presidente francês, ao tempo em que elogiava o mandatário norte-americano, que conseguiu evitar que a Amazônia aparecesse na declaração final da cúpula do G7.
Com relação às críticas sobre os territórios indígenas, o presidente as rebateu, dizendo que “Hoje, 14% do território brasileiro está demarcado como território indígena. Eles querem e merecem usufruir dos mesmos direitos que todos nós. Mas o Brasil não vai aumentar para 20% a área demarcada, como alguns chefes de Estado gostariam”.
O presidente criticou o ativismo do cacique Raoni, alegando que “A visão de um líder indígena não representa a de todos os outros líderes. “Muitas vezes, alguns, como o cacique Raoni, são usados por outros países para seus interesses na Amazônia”, tendo aproveitado para ler carta de lideranças indígenas e elogiar a youtuber Ysani Kalapalo, que apoia as ações do governo na Amazônia.
Ele foi enfático em dizer que “O Brasil hoje tem um presidente que se preocupa com o povo que lá estava antes da chegada dos portugueses, em 1500. Os que nos atacam não estão preocupados com o ser humano índio, mas com suas riquezas”.
Em outro momento do discurso, o presidente disse que foi “covardemente esfaqueado por um militante de esquerda”.
O presidente disse que seu regime não tolerará terroristas, tendo citado o caso o criminoso italiano, que foi preso na Bolívia e extraditado para a Itália e reafirmou que “Terroristas sob o disfarce de prosseguidos políticos não mais encontrarão refúgio no Brasil”.
Em resumo, o discurso do brasileiro na ONU, que foi o primeiro presidente a discursar na Assembleia Geral da ONU, mantendo uma tradição diplomática, tem altos e baixos, em termos de reafirmação política e diplomática.
A sua postura se confundiu com o perfil de estadista que fez questão de se manter preso, o tempo todo, às cordas, hora fazendo acusações, hora procurando se defender de seus ferrenhos opositores, como se os fantasmas o incomodassem terrivelmente.
O discurso na ONU não comporta esse nível pobre, insosso, deplorável, que somente demonstra falta de experiência dos assuntos que precisam ficar marcados em momento especial como a abertura de evento relevante, na principal tribuna internacional, as nações se encontram para reacender as esperanças do desenvolvimento mundial, sob os benfazejos ares da paz e da pacificação.
Vejam-se que o presidente brasileiro ficou remoendo passado de governos que tantos dissabores causaram a parcela expressiva de brasileiros, o que demonstra o seu sentimento de reativação de passado triste e lamentável, quando o certo é apagar toda história melancólica que precisa ser totalmente esquecida e esponjada para sempre.
Também perde importância, em termos do uso da tribuna da ONU, futricas e entreveros entre ele e outros governantes sobre questões já ultrapassadas, que nada acrescentam, no sentido do estreitamento das relações diplomáticas, porque, na forma como o tema foi levado ao ar, só demonstra ridículo resquício de mágoa, sem nada objetivando ao engrandecimento das relações entre as nações amigas, fortemente prejudicadas pela insensibilidade de seus governantes, no caso do Brasil e da França.
Na verdade, a única fala que merece o mínimo de relevância diz respeito à defesa da soberania nacional, porém se trata de tema absolutamente pacificado e, nessas condições, dispensável para o momento tão importante para a diplomacia internacional.
Outra questão que poderia ter sido nem mencionada no discurso, no tocante ao clima e outros temas correlatos, considerando que o Brasil ficou fora, exatamente por falta de interesse, que nem discurso pôde oferecer, no importante evento patrocinado pela ONU sobre o clima, em antecipação à Assembleia Geral, onde participaram os principais governantes mundiais, menos o Brasil e isso, por si só, já demonstra a incoerência do discurso.
No discurso, poderiam ser enfatizados os temos de extrema relevância da atualidade, principalmente no que tange à economia, ao social, à segurança pública e outros assuntos de interesse mundial, a propiciar motivação por  aplicação de investimentos estrangeiros, tão indispensável ao desenvolvimento socioeconômico do país.
Na minha modesta opinião, o Brasil perdeu excelente oportunidade para a reafirmação de grandeza no contexto mundial, quando poderia ter deixado no palco das nações, literalmente presentes e unidas, a sua verdadeira digital de nação grandiosa e de seu povo maravilhoso, com a mensagem limpa de ressentimentos, objetiva e vanguardista de estadista imune a questiúnculas e desavenças, em absoluta sintonia com os princípios diplomático e civilizado.
Em síntese, é de se lamentar que o presidente da República brasileiro tenha se deslocado para Nova York, em enorme sacrifício em fazer viagem extremamente desgastante, depois de se submeter à demorada cirurgia, para se apresentar ao mundo com as mãos vazias de mensagens úteis, ainda sob o fabuloso e deplorável pecado de dizer das suas mágoas sobre algo que teria tido muito maior valor se tivesse sido esquecido, para o bem do Brasil e quiçá do mundo.
Brasil: apenas o ame!     
Brasília, em 24 de setembro de 2019