quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Basta um voto!

 

Na cidade de São José do Sabugi, no Sertão da Paraíba, somente só um candidato foi inscrito para o cargo de prefeito na próxima eleição, segundo dados disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral.

           O município de São José de Sabugi fica localizado na Região Metropolitana de Patos, Paraíba, e conta com a população de pouco mais de 4 mil habitantes, conforme estimativa do IBGE, edição de 2017.

Originalmente, a palavra "sabuji" vem da língua indígena eça-ponji e significa "olho d'água rumoroso" e o nome atual deriva da localização do município no Vale do Sabugi, na encosta da Cordilheira da Borborema.

O atual prefeito decidiu se sacrificar para concorrer à reeleição em chapa única, com o atual vice-prefeito.

Dos 223 municípios do Estado da Paraíba, São José do Sabugi é o único com apenas um candidato.

Segundo a plataforma divulgada pelo TSE, foram realizadas mais quatro convenções partidárias no município, mas os respectivos partidos optaram por não lançar nenhum candidato a prefeito nem a vice-prefeito, preferindo participar de coligações.

De acordo com a legislação eleitoral, o candidato ao Executivo precisa, para ser eleito, de 50% dos votos válidos, mais um, sendo que votos brancos e nulos não contam como válidos.

Fato interessante é que, no caso de municípios com apenas um concorrente, basta um único voto válido para que o candidato seja eleito.

          Ou seja, na prática, naquele município paraibano, o atual prefeito, tremendo felizardo, por não ter concorrente, só precisa do próprio voto para sagrar-se vencedor e continuar no cargo, por mais quatro anos de mandato e ainda se vangloriar de ter sido eleito, se for o caso, por ele mesmo, com o poder do próprio voto, sem necessidade ficar devendo favor a ninguém.

O primeiro turno das eleições deste ano será em 15 de novembro, mas o prefeito de Sabugi já pode se considerar vitorioso com maioria esmagadora, sem precisar gastar absolutamente nada nem jogar conversa fora para conquistar votos, sabendo antecipadamente de que somente gigantesco desastre seria capaz para mudar seus planos políticos.

Isso também vale dizer que o município vai puder contar com a tranquilidade e o sossego no período eleitoral, em razão de somente haver a campanha para a Câmara de Vereadores, cuja movimentação política nem se compara com a disputa para o Executivo, onde a briga é sempre intensa entre os concorrentes à prefeitura.

Nessas circunstâncias, a cidade de São José do Sabugi é a primeira do país a conhecer o novo prefeito, que poderá formar, desde já, a sua equipe de governo e estabelecer as metas da nova gestão, a iniciar-se somente em 1° de janeiro de 2021.

Resta desejar boa sorte para o mais novo prefeito brasileiro já eleito, que tomará posse no cargo, logo no início do próximo ano.

Brasília, em 30 de setembro de 2020  

Homenagem a Zé Gualberto

             

O historiador e ilustrado mestre Xavier Fernandes escreveu importante crônica contando alguns detalhes da magistral vida do cidadão Zé Gualberto, figura de proeminência na sociedade de Uiraúna, Paraíba.

O texto mostra em minúcia como ele vivia no seio da comunidade, que tinha por salutar hábito de cultuar estreito relacionamento com a nata social da cidade, sempre em permanente discussão das notícias e dos fatos da vida, em animadas conversas que adentravam à noite sempre estrelada.

Os fatos narrados na referida crônica se reportam aos tempos da minha infância, quando eu tive a oportunidade de vivenciar as proezas do senhor Zé Gualberto e dos amigos prediletos de jornada, o qual foi realmente um personagem impressionante do seu tempo, por ter se notabilizado como o senhor notícia e passado para a história da cidade como a pessoa que centralizava na sua casa a sede de onde se irradiava as mais quentes e atualizadas informações, que eram veiculadas depois para os quatro cantos da cidade e essa magnífica façanha perdurou enquanto vida ele teve.

Parabenizei o insigne mestre Xavier Fernandes pela bela aula de história de Uiraúna, envolvendo um dos mais importantes filhos da nossa amada terra, o ilustrado e sensível homem notícia, que realmente se especializou na ímpar arte de agregador social da cidade, para tratar de um pouco de tudo, mas o ponto nevrálgico mesmo era a notícia, como a rainha dos assuntos.

Ele tinha enorme prazer em manter a sua casa sempre cheia de visitas dos entendidos e sábios da cidade, para se discutir variedades de assuntos que somente eram disseminados na cidade depois das conclusões tomadas ali, sob a batuta do sábio-mor: Zé Gualberto.

Tanto isso era verdade que as pessoas somente acreditavam nas notícias que circulam na cidade quando sabiam que elas tinham origem na casa dele, porque o seu rádio especializado em notícias tinha a primazia de receber as primeiras e importantes informações da Paraíba, do Brasil e mundo, com a pureza da fidelidade à verdade.

O repórter Esso, a mais importante fonte de notícias da época, sobre todos os fatos do quotidiano, tinha sede cativa na casa dele, motivo pelo qual ela estava sempre cheia de pessoas ávidas para se atualizar sobre o que acontecia no mundo.

Eu ficava impressionado como ele apreciava tanto as notícias e a companhia de muitas pessoas amigas, posto que a sua vocacionada disposição pela a filtragem das notícias foi por toda a sua vida como a sua missão de amor, transformada na sua causa mais importante, pelo menos enquanto eu o conheci.

O meu testemunho é de quem morara de frente da casa dele, com condições superprivilegiadas para acompanhar toda movimentação dos visitantes, durante o dia até à noite.

Em termos de notícias e informações, o nobre Zé Gualberto pode ser agraciado como autêntico patrono da classe, porque ninguém foi tão fiel como homem que amava como ninguém a sua predileção de se manter atualizado sobre os fatos que aconteciam no mundo.

Muito obrigado, mestre Xavier Fernandes, por mais importante lição de história sobre nossos conterrâneos, que muito enriquece os anais de Uiraúna.  

Logo em seguida ao meu comentário acima, o professor Xavier Fernandes agradece a minha mensagem, afirmando o seguinte: “Caríssimo Escritor e Mestre: Antônio Adalmir, Agradeço o seu precioso Comentário que dá testemunha real e comprova fielmente com detalhes que foram vistos a olho nu, a importância do nosso homenageado, quando recebia os amigos em sua sala durante o dia e durante à noite no tradicional bate papo na calçada. Ali se completava a resenha das notícias e dos fatos mais importantes do dia, entre uma xícara de café e baforadas de cigarros de papel de seda e fumo de rôlo. A casa de Seu Zé Gualberto, substituiu a casa do meu Avô Joãozinho Fernandes (Didi) que se mudou para morar em João em Pessoa no ano de 1973 e tinha essa mesma movimentação de acolhimento de cortesia e hospitalidade. E assim eram os costumes da Nossa gente. Vi também essas rodas de bate papos na grande sala na Casa do Seu Avô Juvino Fernandes, ali na rua Nova, quase vizinha a nossa. E assim se desenhou um passado que nos deixou grande aprendizado e também muitas saudades!”.

Diante disso, respondi ao mestre Xavier Fernandes, afirmando que as descrições históricas da lavra dele são fiéis aos acontecimentos da época e têm o condão de despertar interesse das pessoas para conhecerem, com maior profundidade, a vida desses importantes personagens que ditaram os costumes dos tempos passados e gloriosos de Uiraúna.

          Daí, a grande importância de seus textos, ilustre mestre Xavier Fernandes, a retratarem com fidelidade e a devida cátedra os fatos do passado de Uiraúna, que merecem o urgentíssimo resgate, sob pena de se perderem em futuro não muito longe, diante do desaparecimento da progressiva memória viva daqueles que conviveram com eles, quando, lamentavelmente, tudo será apagado, em definitivo.

Com o meu incentivo a esse importantíssimo trabalho de restauração da rica história de nosso povo, na liderança da pessoa de esforçado e inteligente historiador, o professor Xavier Fernandes, que é merecedor dos melhores encômios por seu árduo trabalho em benefício da cultura de Uiraúna.

Brasília, em 30 de setembro de 2020  

Apelo à tolerância

Em crônica que comentei sobre a chapa da situação para os cargos de prefeito e vice-prefeito de Uiraúna, Paraíba, teci comentário sobre a singela apresentação dos candidatos, porém com destaque para a seguinte expressão: “AGORA PODE Soltar o Grito EU VOTO EM QUEM TRABALHA Meu Voto é 14”.

Entendi que o aludido texto dá margem à insinuação segundo a qual somente o titular dessa chapa trabalha e que a outra chapa não, deixado claro sobre a impossibilidade de comparação sobre o desempenho de ambos os candidatos, eis que a opositora ao Executivo é novata na vida pública.

Com base nas minhas análises, um atento conterrâneo houve por bem se expressar, em forma de mensagem, tendo afirmado que, verbis: “Só podemos avaliar parâmetros de gestão, se os proponentes tivessem ocupado o mesmo cargo na linha do tempo em períodos diferentes. Neste sentido, o parâmetro não tem fundamentação e nem sustentação! Portanto, só poderíamos avaliar as duas pretenções mediante plano de gestão que através de um plebiscito ou de uma pesquisa ação, levantando todos os pontos de carências apontados pelos procedimentos metodológicos da pesquisa ação em que a comunidade em questão apontassem, caso contrário, fica um julgamento empírico onde nas entranhas da estratificação dominante, inibissem os verdadeiros anseios ou outros instrumentos de manipulação do sistema dominante. Assim sendo, precisamos construir um formato de gestão comprometido, com mudanças de atitudes e de consciência política sem o formato de ideologias de um projeto de poder excluindo o processo de humanização! Inté!”.

Embora eu tivesse lido o texto acima, entendi que não tinha nada a acrescentar nem esclarecer, porque tudo foi discutido em tese e, no fundo, entendo do mesmo modo como consta no texto.

Não obstante, o meu silêncio à respeitável mensagem provocou a iniciativa contundente queixa, dando a entender que eu teria sido desatencioso em não fazer sequer menção ao texto supratranscrito, nestes termos: “Quem escreve ou publica algo, tem que ouvir o contraditório, ou moção de aplauso, pois, ninguém escreve ou pública para si mesmo, até no sermão da montanha, Jesus faz indagação aos seus discípulos das suas publicações!”.

Pelo que entendi, do que consta do parágrafo acima, trata-se de recado para mim, no sentido de que eu tenho obrigação de “ouvir o contraditório, ou moção de aplauso,”, à vista do teor da mensagem que ele se refere, mais precisamente sobre a viabilidade de avaliação sobre o desempenho do trabalho entre gestores públicos.

Pois bem, sobre essa justa queixa, digo que a li e a ouvi imediatamente quando ela apareceu no Facebook, mas não a respondi porque entendi que as afirmações ali colocadas estavam em conformidade com o que também penso, apenas em texto sobre tese e ainda bem abrangente.

Agora, a propósito, de outra feita, normalmente, tenho por hábito responder às mensagens opostas às minhas crônicas, sempre de maneira educada e objetiva e, na medida do possível, com clareza.

Não respondi à mensagem em causa, colocada noutra crônica da minha lavra, como já disse, porque entendi que os termos ali escritos confirmam o que eu disse que não tinha como avaliar o trabalho do atual prefeito com o da candidata da oposição, porque ela é estreante na política.

E continuo ainda entendendo dessa maneira e assim, por esse motivo, penso que não se exige esclarecimento da minha parte, salvo melhor juízo.

Mesmo assim, peço desculpas por possível falha minha, mais precisamente por meu silêncio, na minha singeleza de compreensão de que, ao questionamento em causa, assiste total procedência, conquanto também entendo que muitos questionamentos podem permitir melhor compreensão por parte das pessoas, quando fazem juízo de valor apenas com base no seu pensamento, que até pode ser supremo, mas convém também seja ponderado o que pode ser interpretado por outrem sobre o mesmo assunto.

Neste caso específico, acho que tem toda consistência o que foi escrito na mensagem, caso em que imagino que não me sinto na obrigação de dizer mais nada, porque o meu silêncio diz com a minha sintonia com ela, que foi o que aconteceu, no meu modesto entendimento.

Deixo claro que tenho o maior apreço por todas as pessoas que se manifestam educada e respeitosamente sobre minhas crônicas, à vista do meu sentimento democrático de respeito às opiniões colocadas em razão do assunto enfocado, onde há pessoas que são bem versadas sobre ele e podem oferecer melhor explanação ainda melhor do que eu expus, em forma de esclarecimentos úteis.

Faço o registro ainda no sentido de que, na qualidade de pessoa pública, não tenho direito de discriminar ou menosprezar a valiosa opinião de ninguém, salvo quando ela se tornar insensata ou agressiva, o que não é o presente caso, por se coadunar com o sentimento civilizatório.

Esclareço que tenho sempre o cuidado para ser atencioso e educado na correspondência com as pessoas, mas nem por isso um ou outro caso pode sim deixar de seguir o padrão habitual, exatamente na compreensão da tolerância de que o ser humano também estar passível ao erro.

Nessas condições, peço a compreensão por falhas que eu venha a cometer, comprometendo-me a me policiar, tendo por propósito reduzir ao máximo os meus erros.  

Brasília, em 30 de setembro de 2020


terça-feira, 29 de setembro de 2020

O sentido de "quem trabalha"

 

Em crônica que comentei sobre a chapa da situação para os cargos de prefeito e vice-prefeito de Uiraúna, Paraíba, eu disse que não tinha como comentar, por absoluta falta da síntese de informações, as pretensões da futura gestão dela, em caso de vitória, mas fiz análise acerca da singela apresentação dos candidatos, com os seguintes dizeres:AGORA PODE Soltar o Grito EU VOTO EM QUEM TRABALHA Meu Voto é 14”.

Entendi que o aludido texto dá margem à insinuação segundo a qual somente o titular dessa chapa trabalha e que a outra chapa não, pelo menos foi assim que deduzi.

Dessa forma, deixei no ar a indagação, em forma de apelo, para que, se possível, para o bem da clareza, fosse esclarecida essa sutileza, já que, na política, a intenção de fazer tem a sua importância, em termos de estratégia.

Com o sentimento de muita atenção e carinho, a professora Maria Jaqueline Oliveira Santiago prestou os esclarecimentos de que, ipsis litteris: “Dr.Aldami a quém tenho grande apreço! Por que quém trabalha? Vc me fez essa pergunta! Porque ele nosso prefeito Segundo Santiago nos orgulha! Pelo seu jeito de ser! Ñ sabe ofender ninguém, honesto, humilde,verdadeiro e dono de um coração humano invejável! Além de paciente e tolerável! Em 9 meses assumindo a prefeitura mostrou raça em todos os aspectos! Incansável na labuta do seu dia a dia! Só tem hora p sair de casa ,para voltar ñ! Atente à todos sem olhar cor partidária! Realizações feita por ele! Calçamentos! Praças! Compra de veículos! Restauração de malha asfáltica! Perfuração de poços na zona rural! Ajudas aos menos necessitados! Construção de um hospital Municipal p atender a todos por igual! Calçamentos em ruas ! Iluminação nas principais avenidas de Una! Construção de um ginásio de esporte! E o pagamento dos funcionários rigoroso em dia! Dr.Antonio Adalmir se eu for relatar tdo aqui vou longe! E ñ gosto de coisas extensas! Por tudo isso é q nosso slogan é Votar p o TRABALHO CONTINUAR! (...) Então amigo e eterno vizinho é essa a real realidade por que quém trabalha! Um fraterno abraço ao amigo q tenho grande respeito e admiração.”.

Em resposta às atenciosas informações, eu disse à estimada professora Maria Jaqueline Oliveira Santiago que a precisa explanação dela, vista acima, vem na linha da resposta à minha indagação: "Por que quem trabalha?", a mostrar, de maneira detalhada, o verdadeiro significado "quem trabalha", expressão esta que, antes interpretada isoladamente, levaria a outro sentido, a de se concluir que somente trabalha o candidato da referência dela.

Nessa mesma linha de raciocínio, poder-se-ia levar também a se achar que a oponente dele não trabalha ou não tanto como ele, porque seria temeridade em se afirmar algo sem o menor parâmetro, em termos de prestação de serviços públicos, já que ela é estreante na vida pública, sem elementos para comparação entre ambos.

Os aludidos esclarecimentos condizem precisamente com a minha conclusão feita no texto, quando afirmei: "(...) mesmo que seja a reiteração do mesmo ritmo de trabalho, parece conveniente que se diga, ao menos, que, por exemplo, “EU VOTO EM QUEM TRABALHA, NA VORACIDADE (COMPETÊNCIA, EFETIVIDADE...) IMPRIMIDA NA ATUAL GESTÃO” ou cousa que o valha, de modo até mesmo ao afastamento da dubiedade de interpretação, ao meu sentir, aduzida acima...".

Penso que eu tenha, no mínimo, contribuído para a tentativa de aclarar expressão que, lida isoladamente, não contribui muito para quem não sabe que o atual prefeito vem cumprindo rigorosamente com o seu dever legal de administrador probo e consciente da sua responsabilidade de zelar pelos interesses do povo de Uiraúna, na forma descrita no relato supratranscrito.

Ao meu ver, fica muito claro que a minha ponderação tinha e ainda tem plena pertinência, caso ela permaneça na forma como se encontra redigida, ou seja: "EU VOTO EM QUEM TRABALHA", diante do fato de que, ela lida isoladamente, evidentemente sem o elenco das realizações supraindicadas ou sem o adendo por mim sugerido, visto acima, pode levar à ilação, segundo à minha limitada inteligência, de que somente o candidato trabalha ou tem condições de trabalho.

Outrossim, pode também suscitar à interpretação de que ninguém mais trabalha e isso se torna deselegante, em se tratando de disputa eleitoral de cargo público eletivo, em cujo cenário é muito importante que os textos pertinentes sejam claros, objetivos e não suscitem margem para quaisquer dúvidas, como no presente caso, que espero que somente eu não tenha conseguido melhor interpretação para o sentido da expressão de "EU VOTO EM QUEM TRABALHA".

Deixo muito claro que entrei no mérito exclusivamente da expressão citada no meu texto, simplesmente por tê-la achado, com a devida vênia, estranha e em desconformidade com o meu pensamento sobre o significado dela em si.

Certamente que o mérito sobre a gestão do candidato em tela deve ficar sob a incumbência do eleitorado de Uiraúna, que certamente há de avaliá-la para decidir sobre a continuidade ou não no cargo que ele vem exercendo.

Muito obrigado pela admiração, prezada amiga professora Maria Jaqueline de Oliveira Santiago, pela qual muito agradeço a honra que me concede.

Ante o exposto, reafirmo os votos de sucesso para a chapa composta pelos doutores Segundo Santiago e Diogo Galdino, para os cargos de prefeito e vice-prefeito de Uiraúna.     

Brasília, em 29 de setembro de 2020

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Pouca inteligência?

 

Deputada federal pelo Distrito Federal provocou verdadeira onda de indignação nas redes sociais, depois da publicação de montagem ofensiva e grosseira envolvendo os ex-ministros da Saúde e da Justiça, ao publicar pintura dos rostos deles de preto, sugerindo que ambos poderão buscar vagas de emprego na rede Magazine Luíza, em referência ao programa de trainee apenas para negros, anunciado por essa empresa.

Ao perceber as reações ao que classificou como mera "piada", a parlamentar disse que não tinha feito nada demais, que não perdeu seu "bom humor" e que não via nenhum problema em publicar uma "chargezinha".  

Enquanto isso, como não poderia ser diferente, o ex-ministro da Saúde reagiu com indignação à despropositada montagem envolvendo a sua pessoa, tendo declarado que se trata de mensagem "Racista nauseabunda. Chula. Pequena. Inútil. Abjeta. RACISTA!!!!!", e que “lamenta profundamente ver um parlamentar se prestar a esse tipo de provocação.

O ex-ministro da Saúde afirmou que "É triste ver isso. Para mim, não ofende em nada ser caracterizado como negro. Muito pelo contrário. Sou totalmente favorável à companha da Magazine Luíza. Já era fã da dona Luíza e seria, com orgulho, um garoto propaganda de sua loja".

Diante da repercussão bastante negativa nas redes sociais, um ministro do Supremo Tribunal Federal criticou o que ele classificou de manifestações de racismo, tendo afirmado que "O preconceito racial é uma das maiores chagas da nossa tradição colonial. Qualquer iniciativa - seja do Estado ou da iniciativa privada - que vise a reparar a história de segregação da população negra deve ser louvada, jamais achincalhada. Racismo é crime e fomentá-lo também".

É extremamente lamentável que paramentar, em clara demonstração de insensibilidade humana, por motivação nitidamente ideológica, em razão de os ilustres personagens agredidos por ela terem se tornado da sua antipatia, em razão do afastamento do governo que ela apoia, em que pese ter sido abandonada por ele, que a dispensou do cargo de líder dele no Parlamento, ouse fazer montagem com a finalidade exclusiva de ridicularização da imagem de homens públicos, tendo como pano de fundo denegrir, no sentido literal, o caráter e a honra deles, ao propor, de maneira pejorativa, que eles se disfarçam de preto para pleitearem emprego que fora destinado para negros.

Em demonstração de limitadíssimas inteligência e sensibilidade, a parlamentar se esforçou para dizer que não tinha feito nada anormal, por considerar tão somente “piada”, em forma de “chargezinha", sem problema algum.

Não obstante, a parlamentar não se toca que a maneira deselegante, atrevida, racista, insensata e absolutamente irresponsável teve por alvo direto seres humanos como ela, que exigem, em termos de reciprocidade, muito respeito e consideração no trato da dignidade humana, principalmente porque, na concepção dela, se objetivava mesmo era fazer piada, e esta, por essência, tem como tentativa se fazer ri e isso não tem o menor cabimento quando, nas circunstâncias, ela queria mesmo era menosprezar, ridicularizar e inutilizar a imagem de pessoas da antipatia dela, que foram nomeadas para se amoldar à “chargezinha” de péssimo gosto arquitetada por ela, principalmente se se considerar a relevância do cargo que ela ocupa, que exige o máximo de bons exemplos de dignidade e respeito ao sentido de representatividade política, princípios estes que ela simplesmente não se preocupou em expor ao ridículo.

Ao se colocar na condição de piadista sem graça, com apelo racista e criminoso, a parlamentar mostra a sua inutilidade como representante do povo, dando a entender que não tem com que se ocupar no exercício principal do seu mandato, quando se propõe a cuidar de futilidades pagas com recursos públicos e o pior é que a sua deliberada intenção era realmente de provocação, tanto que ela quis fazer gracinha com assuntos sérios e da maior importância social, como o racismo, que precisa ser respeitado, diante de a sua indevida invocação puder ser caracterizada como crime.

É cabível e oportuno sim que a parlamentar seja recriminável diante da sua natural reação de entender que não iria perder o “bom humor” somente por causa da indignação das pessoas, ante à sua “piada” indevida e desnecessária, com cunho desrespeitoso ao ser humano, fato que evidencia normalidade e insensibilidade humana.

Enfim, os fatos mostram o quanto o Parlamento brasileiro padece da qualidade de homens públicos com atributos à altura da representatividade política, com noções de sensibilidade social, respeitabilidade aos sentimentos humanos e responsabilidade cívica, de modo que o exercício do mandato parlamentar seja importante motivo de satisfação e orgulho para os brasileiros.

Brasília, em 28 de setembro de 2020

Por que quem trabalha?


  quem tenha questionado, nos bastidores, a minha parcialidade de análise, por não ter opinando igualmente por ocasião do lançamento da candidatura à reeleição de Segundo Santiago, para o cargo de prefeito de Uiraúna, Paraíba.

De antemão, digo, com todo respeito, que não tenho nenhuma obrigação de escrever para satisfazer fulano ou sicrano, diante da minha liberdade democrática de pensar, escrever e opinar, sempre em harmonia com a verdade que tenho de enxergar os fatos da vida, sem vinculação ou compromisso com absolutamente nada, senão com a minha consciência.

Não obstante, como forma de satisfazer à ansiedade de alguns eleitores, ante a importância da campanha eleitoral, cujo pleito já foi deflagrado com a apresentação dos candidatos que disputam o principal cargo da cidade, digo que é também com prazer que cumprimento o candidato Segundo Santiago à reeleição ao cargo de prefeito de Uiraúna e do seu vice, o doutor Diogo Galdino.

Por absoluta falta da síntese de informação, não tenho como tecer comentários sobre as pretensões da futura gestão dessa chapa, caso ela seja vitoriosa, diante da singela apresentação com os seguintes dizeres, verbis:AGORA PODE Soltar o Grito EU VOTO EM QUEM TRABALHA Meu Voto é 14”, segundo copiei de mensagem onde consta as fotografias dos candidatos.

Nesse texto, há, de forma subliminar, implícita insinuação de que somente essa chapa trabalha, dando margem à interpretação ao eleitor de que a outra chapa não é chegada ao trabalho, pelo menos foi assim que deduzi, motivo pelo qual faço apelo para que, se possível, para o bem da clareza, seja esclarecida essa sutileza, já que, na política, a intenção de fazer tem a sua importância, em termos de estratégia.

Seria interessante que, junto com a apresentação da chapa, tivesse, ao menos a resenha sobre as metas e as políticas de governo a serem executadas, em caso de vitória, uma vez que apenas dizer que vai votar em quem trabalha é muito vago, porque é da sabença que todos políticos trabalham, uns mais e outros menos, mas isso nunca fez nem faz a menor diferença, com vistas à conquista de voto.

Por certo, o candidato à reeleição possa considerar ser despiciendo mostrar o que ele pretende executar na sua nova gestão, mas, mesmo que seja a reiteração do mesmo ritmo de trabalho, parece conveniente que se diga, ao menos, que, por exemplo, “EU VOTO EM QUEM TRABALHA, NA VORACIDADE (COMPETÊNCIA, EFETIVIDADE...) IMPRIMIDA NA ATUAL GESTÃO” ou cousa que o valha, de modo até mesmo ao afastamento da dubiedade de interpretação, ao meu sentir, aduzida acima e ainda que o eleitor possa decidir conscientemente em quem votar, ante a possibilidade de se votar na outra chapa, que já adiantou que a mudança político-administrativa será a marca da nova gestão, caso ela seja eleita.

Embora o mote principal anunciado da outra chapa seja a “mudança”, de efetividade nada também foi adiantado nesse sentido.

Ao que tudo indica, poque é o que se pode intuir facilmente, na laconicidade, deve residir a estratégia de marketing político para se tentar vencer a disputa eleitoral, em Uiraúna.

O certo é que os candidatos já dispuseram de muito tempo para chegar na abertura da campanha eleitoral botando para quebrar e incendiando com a apresentação das novidades, em termos de metas e projetos novos reservados para a revolução administrativa da cidade, mas, salvo melhor juízo, eles pecaram mortalmente nesse quesito, que é da maior importância para o eleitorado.

Enfim, os candidatos da chapa aqui referida, sendo um à reeleição, são ilustres personagens bastante conhecidos dos eleitores da cidade, que certamente estão imbuídos dos melhores propósitos para bem servir ao povo de Uiraúna, caso eles sejam eleitos.

Assim sendo, com o sentimento cívico que sempre norteia a minha vida pública, de igual modo, desejo sucesso na empreitada da chapa formada pelos  prefeito Segundo Santiago e doutor Diego Galdino, para os cargos de prefeito e vice-prefeito de Uiraúna.

Brasília, em 27 de setembro de 2020

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

domingo, 27 de setembro de 2020

A importância da mudança

Quero saudar, com muita alegria no coração, o anúncio, nesta data, das candidaturas de Leninha Romão e doutor Arthur Bastos, respectivamente para os cargos de prefeita e vice-prefeito de Uiraúna, Paraíba.

Trata-se de dupla de personagens muito conhecida do povo dessa cidade, que, voluntária e com os melhores augúrios de vida nova para todos, se apresenta aos eleitores de Uiraúna, com largo sorriso próprio do político que nunca disputou cargo público.

Não obstante, a sua proposta de governo tem algo em comum entre os políticos, que é o prenúncio estruturado nos arquétipos do marketing político consistente na promessa da valorização do povo, por meio da execução de projetos que visem à elevação do município a lugar de destaque, em termos de gestão pública, a propósito das ingentes dificuldades que terão que enfrentar, mas eles acenam, desde logo, que já dominam os mecanismos capazes de elucidá-las.

Ou seja, em princípio, todos os políticos sempre têm a fórmula mágica para resolver os problemas do povo, sendo que dificilmente eles conseguem materializá-la, em especial em razão dos contratempos que eles não tiveram a menor preocupação em avaliá-los no importante momento da campanha eleitoral.

Os candidatos nomeados acima anseiam por que o povo conheça, tanto eles pessoalmente como as suas propostas para a melhoria da reestruturação e da reorganização de Uiraúna e o convida para a construção, em conjunto, do seu progresso, por meio da execução do importante projeto que foi denominado de “mudança”.

É muito importante que se diga que esse vocábulo “mudança” tem como marco essencial a gestão da chapa em apreço, caso ela seja vitoriosa, tendo o sentido da maior expressão no mundo político-administrativo, notadamente porque todos os candidatos se valem estrategicamente dele, em especial, para dizerem que vão ser diferentes dos demais políticos.

Isso parece querer anunciar que a nova administração de Uiraúna, se eleitos os candidatos, será implementada sob os princípios da competência, da eficiência, da efetividade, da economicidade e, sobretudo, da responsabilidade, com a precisa observância das salutares condutas republicana e democrática, na forma do governo do povo para o povo, de acordo com a visão panorâmica constante da sua apresentação ao eleitorado.

Não obstante, a propósito dessa relevante promessa de mudança, prepondera a necessidade de que sejam especificadas, de maneira objetiva, clara, precisa e detalhadamente, as ações por meio das quais hão de ser processada, executada e atingida a tão almejada mudança, porque não faz o menor sentido se cogitar por algo visado, principalmente pelo povo, sem a devida indicação dos pressupostos de viabilidade.

Quando se fala em governo do povo, é da maior importância que o programa de trabalho pertinente contemple, de alguma forma, as sugestões oferecidas por ele (o povo) sobre os projetos a serem executados pelo gestor, diante da necessidade de se prestigiar a comunidade, no sentido de que, o projeto prioritário apresentado por ela, passará a ser defendido, pelo menos pela maioria daquela localidade, que se inclina a votar nesse candidato que encampar aquele projeto comunitário.

Nessa mesma linha de pensamento, é muito importante que o candidato discuta com o povo as metas principais da sua gestão, de modo que elas sejam do conhecimento dele e que a comunidade possa sugerir mudanças e aperfeiçoamento, em termos de priorização das políticas a serem implementadas, para a satisfação de seus interesses.

Penso ser de bom alvitre que o candidato ideal é aquele que precisa se concentrar exclusivamente na construção de programa de governo apenas em sintonia com o seu perfil de trabalho, com a definição objetiva, clara, viável, das suas ações político-administrativas, tendo por base conhecimentos abrangentes sobre a viabilidade da fonte dos recursos.

É preciso lembrar que tem sido praxe o candidato, obviamente na empolgação da campanha eleitoral, prometer ser verdadeiro revolucionário, em termos de realização de obras e serviços, mas não consegue executar absolutamente nada na sua gestão, sob a fajuta e injustificável alegação da inexistência de recursos, ou seja, isso se chama calote eleitoral, diante de tantas promessas para conquistar votos, sendo que elas não passam de verdadeiro engodo.

Não é de bom tom que os candidatos fiquem apontando as franquezas do seu opositor, mas sim pondo em relevo as suas qualidades e capacidade, que realmente precisam ser realçadas, para se evitar a incidência dos deslizes deles, ou seja, o que o opositor fez de ruim ou errado o povo sabe muito bem e tem consciência das deficiências dele e isso não precisa que seja repassado para ninguém, porque a campanha eleitoral tem por precípua finalidade a disseminação das potencialidades do candidato, em condições de realização de obras e empreendimentos em benefício do povo.

Não faz o menor sentido ficar remoendo as ruindades das gestões passadas, porque isso não passa de perda de tempo e não tem qualquer aproveitamento para a conquista de votos.

Essas e outras ideias estão inseridas exatamente no princípio filosófico de mudança de mentalidade do político moderno, que precisa entender que ele é apenas o principal gerente do município, que poderá ser excelentemente administrado se contar com efetivo voluntariado de todos, de modo que essa solidariedade gestiva possa real e efetivamente convergir para o que os candidatos se dispuserem a trabalhar pelo desenvolvimento de Uiraúna.

O fato de haver uma dupla de candidatos estreantes na política já é motivo de júbilo e encômios para Uiraúna, porque isso já significa importantíssima mudança, ante a possibilidade de completa transformação da mentalidade reinante nas velhas políticas, que têm como ideia preponderante o arraigado pensamento da perenidade no poder, que já se mostrou bastante prejudicial aos interesses do povo.    

Finalmente, manifesto-me, como filho de Uiraúna que tanto defende tudo de bom para seu povo, inclusive sobre o aparecimento de excelentes gestores públicos, com o sentimento de esperança e otimismo, confiando muito no trabalho da dupla Leninha/Arthur, em especial por suas capacidade e competência, à vista do sucesso nas respectivas atividades empresarial e profissional, notadamente sob o aspecto de que eles sequer foram impúberes na política, ou, mais precisamente, são pessoas novatas estreando na vida política, sem os vezos próprios dos homens públicos calejados e carregados de vícios nocivos, que prometem e prometem anos a fio e não passam disso.

Convém, a propósito, ser esclarecido que esse pensamento se coaduna com a imperiosa necessidade de efetiva mudança na política, na esperança de que possa aparecer alguém que se atreva a realmente ser diferente, para, enfim, se entender que a atividade política é essencial ao homem, porque, por meio dela, seja possível a prestação de excelente trabalho em benefício da sociedade e é nesse sentido que se nutre a esperança na mudança ora anunciada por Leninha Romão e doutor Arthur Bastos e que ela possa se concretizar para o bem dos uiraunenses.        

Brasília, em 27 de setembro de 2020  


sábado, 26 de setembro de 2020

Atentado à liberdade de expressão?

 

Uma jogadora brasileira de vôlei de praia disse espontânea e propositadamente, ao vivo, logo após partida da etapa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, em entrevista a canal de televisão: “Só para não esquecer: Fora Bolsonaro”.

Segundo um comentarista esportivo, a jogadora “agiu com espontaneidade e liberdade política, mas a reação às suas palavras foram desproporcionais e violentas. O mundo do esporte está assistindo, neste momento, um atentado à liberdade de expressão.”.      

Uma reportagem noticia que a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), “temendo melindrar o presidente Jair Bolsonaro e perder o patrocínio do Banco do Brasil, divulgou uma nota de repúdio e repreendeu a atleta por seu ato, ameaçando tomar medidas cabíveis. Embora tenha apenas expressado sua opinião, tentaram calá-la com dureza. Nas mídias sociais, ela também foi ofendida e sofre ameaças de bolsonaristas.”.

A CBV disse que o “ato praticado no domingo 20 pela atleta Carol Solberg em nada condiz com a atitude ética que os atletas devem sempre zelar. Tomará todas as medidas cabíveis para que fatos como esses, que denigrem a imagem do esporte, não voltem mais a ser praticados”. 

Outro comentarista disse que “Atletas devem ter o direito de se manifestar politicamente e não deveria mais haver questionamentos neste sentido.”.

Esse mesmo comentarista invocou o caso de um jogador do Palmeira, que “não para de elogiar o presidente Jair Bolsonaro, de quem é eleitor e admirador, e, nem por isso, sofreu qualquer tipo de intimidação dos clubes, da Federação Paulista ou da CBF. Perseguir atletas por sua posição política é algo típico de ambientes repressivos.”.

Consta da reportagem que a jogadora lamentou a ameaça de punição que sofreu por se manifestar livremente e não se arrepende do seu ato, tendo dito que “Não sou ativista, mas me sinto na obrigação de me posicionar e é lamentável e curioso que eu possa ser punida por exercer a minha liberdade de expressão contra este desgoverno. Não tenho a menor ideia do que vai acontecer, mas a reação da CBV no meu caso foi bem diferente do ocorrido com o Wallace.”, este, ao contrário dela, se manifestou em apoio ao presidente do país, o que já é diferente dela.   

Em verdade, a jogadora em tela tem realmente total direito de se expressar livremente, inclusive na forma como ela entendeu de fazer,  em ambiente completamente fora de contexto político, quando ela se encontrava logo após partida do esporte praticado por ela, que parece deveria ser o momento ideal para ela falar exclusivamente das questões pertinentes à partida, se a disputa foi difícil ou não, se ela estava feliz com o resultado e tudo o mais sobre o que teria acontecido no desenrolar do jogo em si.  

Agora, sem mais nem menos, sem que ela tenha sido questionada sobre outro assunto, que corretamente não era o caso, nem mesmo sobre política ou governo, ela, todo metida, insere a expressão que considera correta para ocasião aparentemente inadequada, precisamente para dizer: “Só para não esquecer: Fora Bolsonaro”, exatamente para lembrar que o presidente do país, porque ela não gosta nem votou nele, tem que ficar fora do governo, porque ela, mesmo que fosse a mais importante jogadora de vôlei do universo, quer que isso aconteça, o que bem demonstra tamanho disparate e grosseria cívicas.

Essa cidadã precisa saber que o presidente do Brasil, que ela e a turma dela pode até normalmente não gostar, como ela deixou muito claro sobre isso, foi eleito pela maioria dos brasileiros em pleito eleitoral segundo os ditames da Constituição brasileira, que ela tem obrigação de acatar e respeitar, e na melhor forma dos princípios democráticos, que estabelecem precisamente que a vontade da maioria deve prevalecer sobre a minoria, porque é exatamente assim que funciona nas civilizações modernas e evoluídas, em que os cidadãos conscientes da sua responsabilidade cívica e igualmente civilizados precisam respeitar as regras democráticas.

Convém que as pessoas entendem que o legítimo exercício do direito de se expressar livre, democrática e politicamente não pode contrariar o direito dos demais cidadãos brasileiros, que, no caso, votaram no presidente da República, por livre opção democrática, que precisa ser respeitada pelos demais brasileiros, inclusive por aqueles que pensam diferentemente, que também devem ser respeitados, sob o princípio de que ninguém é dono da verdade.

Não se pode olvidar que a verdade é direito inviolável, desde que ela não fira gravemente o direito de outrem, exatamente como fez essa jogadora que acha que somente ela tem a razão, por entender que é normal mandar o presidente do país para fora do trono dele, conquistado na forma da legalidade, sem imaginar de forma civilizada que há pessoas que pensam diferentemente dela, motivo pelo qual se pode inferir que é do princípio da correta cidadania se expressar livremente, desde que isso não fira o sentimento das demais pessoas, que também têm o mesmo direito de manifestação, inclusive em contrário, onde prevalece a maioria da vontade popular.

Em que pese entendimento em outra linha, não há, no caso vertente, coisíssima alguma de “atentado à liberdade de expressão.”, na ação espontânea da jogadora, estritamente porque aquele não era momento reservado para a manifestação sobre assunto político, quando a reportagem tratava de esporte, mas ela preferiu fazer gracinha com coisa séria, com a tentativa de provocar situação fora do contexto, inclusive agredindo o sentimento dos eleitores do presidente da nação, que exigem que ela respeite a vontade popular e procure, a exemplo dos trabalhadores brasileiros, exercer o seu ofício com a dignidade que ele exige.

Ao justificar o seu ato de clara insatisfação com o governo, ela lamenta que possa ser sancionada por “exercer a minha liberdade de expressão contra este desgoverno.”, deixando muito evidente a sua forma de rebeldia contra o governo que, por incrível que pareça, patrocina o esporte praticado por ela, o que, no mínimo, exige o silêncio dela, como maneira digna de desportiva inteligente que deve separar as atividades esportivas de outros assuntos, ainda mais precisamente da política, os quais não devem se misturar, por serem matérias diametralmente diferentes.

Na linha do indispensável disciplinamento dos atletas, a CBV agiu com correção, ao admoestar a jogadora e anunciar medidas cabíveis para que os atletas se comportem com a devida compostura de desportivas, enquanto estiverem nos recintos das práticas do seu esporte, evidentemente ficando à vontade, inclusive quanto ao exercício de atos políticos, quando estiverem afastados das atividades profissionais, porque isso deve ser a praxe estabelecida para o engrandecimento do desporto nacional.

A jogadora pode até se lamentar pela possibilidade de ser punida, mas, se a for, não será à toa, à vista da sua atitude intempestiva e leviana de se manifestar contra o presidente da República e os eleitores que o elegeram, a qual não condiz com o verdadeiro sentimento de atleta consciente e responsável.

Não seria outra a medida adotada pela CBV, exatamente porque, com o desejo petulante e acintoso da jogadora de se chamar atenção para determinado fato, em circunstância onde a liberdade de expressão precisava sim ser muito valorizada, no sentido exato de não ter sido pronunciado coisíssima alguma naquele teor, diante da inadequabilidade do momento, estritamente esportivo e isso a atleta tem ciência, justamente para se pôr ordem e disciplina nas competições esportivas, que não devem ser confundidas com palanque político e muito menos com a distorção da liberdade de expressão, por esta ser importante princípio que precisa ser empregado precisamente como forma de valorização dos institutos da democracia e de engrandecimento do homem.

É preciso ficar muito claro que o direito à liberdade de expressão é essencial para o fortalecimento da democracia, da política e da civilidade, mas isso não pode ser confundido com o desrespeito às regras gerais de civismo e patriotismo, como a que foi violentamente quebrada pela expressão manifestada por essa cidadã, diante da evidente afronta às comezinhas normas de civilidade, na fora do desacatamento, com a devida irreverência, do resultado das urnas, que somente poderá ser revertido pelos mesmos eleitores que se dignaram a escolher, livre e democraticamente, o brasileiro para comandar o Brasil e, quem se sentir insatisfeito com o status quo, há a alternativa de deixar o país.     

          Brasília, em 26 de setembro de 2020