sexta-feira, 31 de maio de 2019

Eterna vigilância


Ainda nos idos do século XIX, o destemido, impoluto e valente Rui Barbosa, que foi diplomata, jurista, professor, escritor, deputado provincial, deputado nacional, senador da 1ª República, disse frase que se tornou célebre, que, trazendo para os dias atuais, nem precisava de retoques, diante do momento por que se apresenta o quadro político brasileiro, ou seja, há enorme coincidência com a realidade contemporânea, pela materialização do sentimento de escracho de imoralidade por parte de muitos políticos.
O notável baiano disse textualmente, no discurso intitulado “Vergonha”, o seguinte:A falta de justiça, Srs. Senadores é o grande mal da nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo nosso descrédito, é a miséria suprema desta pobre nação. A sua grande vergonha diante do estrangeiro, é aquilo que nos afasta os homens, os auxílios, os capitais. A injustiça, Senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade, promove a venalidade, promove a relaxação, insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas. De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.”.
Convém também trazer à colação importante trecho da autoria da nobre pedagoga, poetiza e escritora Cleide Canton, cujo texto tem sido atribuído erroneamente à autoria de Rui Barbosa, possivelmente por seguir a mesma linha de moralidade desse notável homem público, que tem o seguinte teor: Sinto vergonha de mim, por ter sido educador de parte desse povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade e por ver este povo já chamado varonil enveredar pelo caminho da desonra. Sinto vergonha de mim por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente, a derrota das virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência com a família, célula-mater da sociedade, a demasiada preocupação com o “eu” feliz a qualquer custo, buscando a tal “felicidade” em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo. Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo, a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e pela vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos ‘floreios’ para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre ‘contestar’, voltar atrás e mudar o futuro. Tenho vergonha de mim, pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer. Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço. Não tenho para onde ir, pois amo este meu chão, vibro ao ouvir meu hino e jamais usei a minha bandeira para enxugar o meu suor ou enrolar meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade. Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro”.
Comenta-se que, no regime monárquico, o homem que tinha alguma nódoa ou se desviasse da linha da moralidade, na vida pública, era considerado perdido para todo o sempre, em termos de carreira política, posto que as portas para as atividades públicas eram encerradas em definitivo para ele, por força da sentinela vigilante, de cuja severidade era rigorosa e temida pelos homens públicos, a qual se mantinha sempre acesa sob os cuidados atentos e  permanentes do próprio Imperador, que controlava o Poder Moderador e se preocupava com essa vigilância, como um farol cuja luz nunca se apagava e tinha por propósito a iluminar os princípios da honra, justiça e moralidade.
Na atualidade, com os ares fluídicos e benfazejos de renovação nascida do sentimento de verdadeiras práticas políticas, na sua primacial concepção, havia sim alguma descrença permeada com muito mais razão com o ressurgimento de esperança com a confirmação de novo mandatário oriundo de quadro político diferente dos partidos que conseguiram banalizar princípios e ideologias contrárias à normalidade republicana de obediência e respeito à moralização e à dignidade na administração pública, à vista da implantação e da consolidação de esquemas sistêmicos e endêmicos de corrupção, como forma da garantia da permanência no poder, com a absoluta dominação das classes política e social.
Sobre isso nenhuma dúvida remanesce, diante das reiteradas comprovações dos fatos deletérios protagonizados por antipatriotas, que insistem em não arredar um milímetro da defesa de seus princípios maquiavélicos do abuso da máquina pública, mediante a tentativa de “negociação” – entenda-se: vergonhoso balcão de troca de apoio, em espúria aliança política - para a aprovação de projetos do governo, e isso ficou patenteado com a liderança de alguns partidos que integram o famigerado Centrão, que não se conforma em perder espaço para os saudáveis princípios do decoro, da honestidade e da probidade no exercício de cargos públicos demandados pelo povo.
Os brasileiros já demonstraram que é preciso urgente assepsia desses maus políticos, que ainda imaginam que suas práticas anticivilizantes possam ainda prevalecer em ambiente onde se exige urgente mudança de comportamento desses brutamontes contrários aos princípios e às condutas de moralização da administração dos recursos públicos.
Convém que esses elementos de hábitos estranhos à ordem da democracia construtiva, em benefício do interesse da sociedade, sejam vencidos e suas ideais possam ser esmagadas pelo verdadeiro sentimento de civilidade e brasilidade, como forma da imediata implantação de políticas saudáveis de exclusiva defesa do interesse público, em consonância com os princípios modernos da prática de legitimas políticas, onde devam prevalecer negociações limpas e voltadas exclusivamente para a satisfação das causas do povo.
Aliás, não seria exigir demais que os integrantes do Centrão tivessem a dignidade de se justificarem perante a sociedade, ou mais especificamente, os eleitores, de modo que pudesse ficar bem clara a motivação de seus objetivos por cargos e verbas públicas, em contraprestação por seu apoio aos projetos do governo, quando, na verdade, o eleitor exige que seus representantes desempenhem seus cargos eletivos imbuídos tão somente em defesa do interesse da sociedade.
É evidente que, na pior das hipóteses, conviria que os centralistas fossem responsabilizados pelo desvio de conduta parlamentar, por se recusarem a decidir ante a recusa de “negociação”, justamente porque isso contradiz os princípios republicano e democrático, caracterizando grave crime contra o patrimônio dos brasileiros, com evidente prejuízo às causas nacionais.
É bastante difícil de se entender o motivo pelo qual os brasileiros não aprendem nunca a votar em quem realmente tem o seu perfil e a sua identidade com capacidade para representá-los em harmonia com a sua conduta moral, eis que os integrantes do Centrão fazem parte de esquema construído de longa data, o que já se recomendaria que eles fossem eliminados da vida pública, diante da contumácia em defesa de suas causas, em detrimento da defesa do povo, do eleitor, como seria o normal e desejável, porque as barganhas políticas têm raízes antigas, mas, ao contrário, os partidos que os mantêm em seus quadros de filiação estão sempre bem fortes e representados.
No estrito sentimento político, não há a menor dúvida de que as práticas defendidas pelo famigerado Centrão condizem harmonicamente com verdadeira agressão aos princípios democráticos, fato este que constitui crime de lesa-pátria, diante da caracterização de defesa de seus planos políticos, em ofensa ao sentimento de pureza da sociedade, exatamente pelo uso indevido dos cargos para os quais não se incluem outras atividades senão a defesa da causa da população, que nada mais são do que táticas condenáveis e recrimináveis, por estarem distanciadas da realidade política desejável dos brasileiros.
Na atualidade, o que pode ser considerado obsoleto ou supérfluo em outras plagas, no Brasil tem total validade o alerta aos eleitores de que “o preço da liberdade é a eterna vigilância”, quanto mais contra os maus políticos que ainda insistem na manutenção de negociatas para a satisfação de seus planos políticos, em detrimento das modernas e salutares práticas políticas.
Nesse ponto, não basta que apenas o eleitor seja vigilante, quanto às práticas inconvenientes de alguns maus políticos, porque compete aos demais políticos, aqueles de boa índole, como forma de contribuição à democracia, alertarem sobre a forma nem sempre republicana como agem congressistas que integram o Centrão, porque seus interesses estão bem além do que se pode denominar conveniente ao interesse público.
Diante dos fatos recentes, que culminaram com as manifestações de protestos de brasileiros nas ruas do país, convém que os eleitores procurem se interessar no acompanhamento de seus representantes na vida pública, de modo que tenham condições de somente apoiarem aqueles que demonstrem que o desemprenho de seus cargos estão focados exclusivamente para a defesa de atividades e projetos de interesse da sociedade, com o que os centristas seriam definitivamente eliminados da vida pública, diante da necessidade da limpeza moral e ética tão ansiada pela sociedade.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 31 de maio de 2019

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Para pura reflexão


Alguém postou, em Facebook, a imagem de uma cachorro com peruca e óculos, sob o simulacro de ser figura da vida pública, tendo inclusive colocado o nome dela e ainda esclarecendo que não havia conseguido ficar impassível ao caso.
Com todo respeito às pessoas, esclareço que não tenciono, se possível, mudar para melhor senão eu mesmo e cada qual que se cuide, mas a minha reação foi apenas chamar a atenção, com base nesse caso, para a possibilidade de cada pessoa puder ser menos mordaz e um pouco mais tolerante e respeitosa para com o seu próximo, conforme deixei explicitado a seguir.
          Eu disse que ficava muito triste quando o ser humano não se respeita e ofende seu semelhante, em gesto extremamente deselegante e gracioso, não importando a índole de quem quer que seja, porque isso não condiz com a dignidade das pessoas e não faz o menor sentido que alguém fique menosprezando e fazendo gozação com seu semelhante, por mais ridículas que as pessoas possam ser e mesmo que nem sejam.
É preciso se levar em conta, sobretudo, o nosso sentimento cristão, que não pode ser diferente da compreensão em relação ao seu semelhante, em qualquer circunstância da vida, considerando que, sob os planos divinos, ninguém é melhor ou pior do que ninguém, tendo em conta que aquilo que não desejamos para nós mesmos, jamais deveria ser desejado para o nosso próximo, em compreensão mais restrita do sentimento humano, que precisa se harmonizar perfeitamente nos contextos de racionalidade e civilidade.
A minha tristeza maior é verificar que situação como essa não contribui absolutamente para coisa nenhuma, senão para mostrar que nós como ser humano precisamos muitíssimo e com urgência aprender as melhores lições de vida e principalmente a conviver harmonicamente em sociedade, com a maior sentimento de dignidade e amor mútuos, em clima de respeito possível para com o nosso semelhante, de modo que possamos ser dignos igualmente do respeito das outras pessoas.
Sei perfeitamente que não sou o dono da razão nem de coisa alguma, mas tenho plena convicção de que se eu puder dar bons exemplos de cidadania e civilidade, em ambiente de amor e compreensão sobre os fatos da vida, já estou prestando enorme contribuição para o aperfeiçoamento da humanidade, no sentido de que, se alguém pretende mudar o mundo, é importante que isso comece pela própria pessoa, mudando a si próprio, como reafirmação de que, se cada um fizer a sua parte nesse complexo universo, pelo menos haveria muito mais compreensão e compaixão nas relações entre as pessoas.
Eu deixo claro que não sou defensor de absolutamente ninguém, apenas tenho direito, como todo cidadão tem de se manifestar livremente e da forma que melhor lhe aprouver, quanto ao usufruto do importante e precioso princípio permitido e assegurado no âmbito do Estado Democrático de Direito, de dizer exatamente o que pensa, mas eu sempre procuro interpretar os fatos de modo que resulte em beneficio para o semelhante, como forma de realmente se evitar que o homem contribua, de maneira graciosa e indevida, degradar cada vez mais o seu irmão.
Nutro a esperança no sentido de que as pessoas que pensam diferentemente de mim, porque é assim, nesse caso, que se sentem felizes e realizadas, não tomem este texto senão pela visão de quem já tem bastante experiência de vida e gostaria muito que o ser humano refletisse um pouco mais quando fizesse alguma crítica, questionando a si próprio se realmente a sua ideia pode servir para algo de valor, como contribuição em benefício para a sociedade, porque somente assim faz sentido, em termos humanitários, a nossa participação em comunhão com a sociedade.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 30 de maio de 2019

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Magistral inversão de valores

O ministro da Justiça brasileiro participou de conferência em Lisboa, Portugal, tendo como tema as mudanças globais, onde estiveram líderes políticos, artistas, escritores e atletas.
Não obstante, após a organização do evento, Conferências do Estoril, anunciar a participação do mencionado ministro na composição dos conferencistas, no quadro “De Volta ao Essencial: Democracia e a Luta contra a Corrupção”, diversos grupos decidiram boicotar o evento e lançaram notas de repúdio contra a presença do ministro brasileiro no país.
Em carta aberta, o Coletivo Andorinha afirmou que o ministro pertence ao governo que é "contra a democracia, contra as mulheres, contra a educação, a ciência, e o ambiente, contra os povos indígenas, a cultura afro-brasileira, e contra os homossexuais".
O grupo também criticou declaração do presidente brasileiro sobre o ministro no STF, tendo afirmado: "Foi ainda revelado recentemente pelo próprio Bolsonaro que trocou favores políticos com Moro para ganhar um lugar na Suprema Corte brasileira".
Além das duras críticas ao ministro, grupos de ativistas também decidiram convocar protesto no dia e horário da participação de Moro no evento, tendo afirmado: Em 28 de maio de 1926, o fascismo instalava-se em Portugal. Em 28 de maio de 2019, receberemos o fascista brasileiro mostrando-lhe que não é bem-vindo. Fascismo nunca mais, nem em Portugal nem no Brasil, lê-se em um evento do Facebook.
É incrível como ainda tem gente com mentalidade aparentemente atrofiada, tendo a singeleza e a comodidade de pensar da forma mais cruel possível, inclusive para encontrar grave defeito e atribuir o título de fascista a homem íntegro, profissional exemplar e digno do maior respeito, como é o caso do ministro da Justiça brasileiro.
Esse nobre brasileiro conduziu, com imparcialidade, competência e justiça, a Operação Lava-Jato, que conseguiu desvendar um dos maiores esquemas criminosos da história mundial, com a comprovação do mais grave desvio de recursos dos cofres públicos, por meio de organização criminosa que atuava no âmbito da administração pública, mais especificamente na Petrobras.
Aliado a isso, sob a sua batuta, ele é responsável pelas condenação à prisão de muitos bandidos e devolução ao erário de milhões de recursos roubados, tendo a capacidade de tirar de atividade criminosa mais de centena de aproveitadores do dinheiro dos brasileiros, compreendendo bandidos de colarinho branco trasvestidos de políticos, executivos, empresários e muitos criminosos assemelhados.
Por ocasião do evento, compareceram algumas pessoas vestindo camisetas vermelhas, com a estampa do ex-presidente da República petista e dizeres “Lula Livre”, além de faixa de protesto, em clara demonstração da defesa de pessoa que se encontra presa pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, segundo decretação pela Justiça brasileira.
Ou seja, percebe-se facilmente que a humanidade ao invés de evoluir, em termos de civilidade, mostra-se cada vez mais em queda livre de decadência, diante do quadro degradante apresentado por pessoas em defesa de homem público condenado pela Justiça e, ao mesmo tempo, protestando, com veemência, contra quem apenas trabalhou em defesa da sua pátria, por ter cumprido a sua obrigação constitucional de julgar, na função de juiz, em consonância com o seu dever funcional e em harmonia com a legislação de regência, em ambiente de julgamento onde o réu teve o normal usufruto de amplos direitos de defesa e contraditório, não tendo, à toda evidência, conseguido demonstrar a sua inocência quanto às denúncias constantes dos autos, em nenhuma das instâncias da Justiça, por enquanto.
As manifestações contra pessoa do quilate do ministro da Justiça apenas têm o condão de evidenciar o nível intelectual e moral desses indivíduos, naturalmente por mostrarem quem eles defendem: criminoso preso pela Justiça, com a veemência de quem não tem sensibilidade para a questão da moralidade na administração pública e muito menos senso de civilidade e razoabilidade, preferindo se igualar àquele que foi condenado pela prática de atos indignos e contrários aos princípios da honestidade e da conduta de correção e ética, que são próprios dos homens públicos e tudo isso são fatos do noticiário da imprensa.
A verdade é que nada daquilo que foi atribuído ao ministro pelos protestantes tem fundo de verdade, porque nada foi provado por eles nem por ninguém, fato que só demonstra, no mínimo, sentimento de injustificável vingança graciosa contra quem já conseguiu mostrar seus enormes valor e amor às causas do Brasil e dos brasileiros.
Esses protestantes são apenas merecedores de dor e compaixão, justamente por defenderem ideologias por meio das quais é possível se acreditar na devassidão e na irresponsabilidade como se fosse algo importante e valioso para a sociedade, quando os fatos vêm mostrando exatamente o contrário dessa teoria absurda e destruidora dos bons princípios ínsitos da humanidade.
À luz da evolução da humanidade, com a prestimosa contribuição do iluminismo aos conhecimentos do Homo sapiens, causa perplexidade ainda se perceber que pessoas, adjutoradas por pura ideologia, percam a dignidade em defesa de condenado pela prática atos comprovadamente contrários aos princípios da moralidade e da dignidade, não tendo o mínimo pudor de achar que quem merece ser castigado é a pessoa que se houve apenas como cumpridor do seu dever de agir, resultando disso inafastável ilação de cristalina inversão de valores, quando aquele que se desviou do caminho da retidão não merece aplauso enquanto não provar a sua inocência, enquanto aquele que agiu por força do dever institucional não pode ser castigado se nada for provado, materialmente, contra ele.   
Causa enorme estranheza que os defensores de condenado, ao invés de protestar contra quem agiu com correção, em defesa da Justiça e do Brasil, não se dignam a exigir dele, como parece ser normal, justo e digno, a comprovação da inocência, da inculpabilidade, naturalmente por meio da produção de elementos capazes de evidenciar que os fatos denunciados são inexistentes, em contestação da robusteza das provas sobre a materialidade dos fatos irregulares, constantes dos autos, que foram devidamente autenticas por, pelo menos, oito magistrados integrantes das primeira, segunda e terceira instâncias da Justiça, até agora, por unanimidade, fato que afasta qualquer alegação de perseguição ou algo contrário à legitimidade dos julgamentos.
Com o maior respeito aos sentimentos dos cidadãos, que têm o direito de discordar das medidas adotadas pelo ex-juiz da Lava-Jato, exclusivamente em razão adotada contra pessoa endeusada, porque não há quaisquer críticas contra o ex-magistrado, com relação às demais condenações da sua lavra, que ultrapassaram das 150, nesse caso, com o devido acerto, com o que se pode intuir que não fosse uma única condenação, por certo, ele não seria tão massacrado e repudiado, de forma injusta, por seguidores de quem pensava, em princípio, que jamais seria julgado pela Justiça, diante da sua áurea de endeusamento.
Não obstante, é preciso se reconhecer os altíssimos espírito altruísta e de amor ao Brasil por parte do ministro da Justiça, diante de seu importante legado, cujos atos adotados por ele foram revestidos, salvo pequeninas ressalvas, de legitimidade, correção e imparcialidade, à vista da homologação deles, na quase integralidade, nas instâncias superiores, em convalidação das sentenças absolutamente em harmonia com a justeza que se impõe nos jugados da Justiça, à vista da sua fiel observância ao regramento jurídico pátrio.
Os brasileiros honrados e dignos se orgulham, com o devido respeito a quem pensa diferentemente, de pessoa com os melhores atributos incorporados ao seu currículo de homem público, com o timbre e as qualidades invejáveis de quem já prestou inestimáveis serviços em defesa dos interesses do Brasil, demonstrando muitas bravura, competência e sabedoria no desempenho implacável da importante missão de combater, com denodo, a corrupção e a impunidade, em conduta profissional incomparável na história republicana brasileira, não se justificando, com as devidas vênias, a defesa de quem não conseguiu provar a própria inocência, em ambiente de transparência e amplas defesas constitucional e legal.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 29 de maio de 2019

terça-feira, 28 de maio de 2019

Segurança padrão Fifa


O governo federal pretende desembolsar o valor de até R$ 7,14 milhões na compra de carros blindados para fazer parte da segurança proporcionada aos familiares do presidente da República e do seu vice.
Com o estranho argumento de que houve aumento da demanda, na atual gestão, o Gabinete de Segurança Institucional autorizou a realização de pregão eletrônico, para a aquisição, pasmem, do total de 29 veículos, sendo 17 blindados e 12 normais.
O edital de compra especifica que o comboio de segurança para cada um dos familiares deve ser composto de dois veículos, da mesma marca e modelo, sendo um blindado e outro normal.
Segundo o edital, há necessidade de os carros serem iguais, com vistas a se evitar a identificação deles como sendo de transporte de familiar de autoridade pública.
Os cuidados máximos e especiais com a segurança de familiares salta aos olhos, na forma da justificativa, que explicita o seguinte: "A imposição, por aspectos de segurança, visa não demonstrar a presença exata dos familiares das autoridades nos deslocamentos com o uso de veículo diferenciado, exigindo que os veículos blindados e não blindados sejam exatamente iguais.".
Desta feita, a segurança de familiar de autoridade é realmente extraordinária e objeto de motivação especial, quando o Palácio do Planalto exemplifica como modelos e marcas que podem ser adquiridos, com a indicação, praticamente dirigida, o que não é permitida pela norma de licitação, como Audi A6, Honda Accord e Ford Fusion, veículos considerados de altíssimo padrão e extremo luxo.
Para se ter ideia do absurdo, ao todo, o presidente brasileiro tem cinco filhos e quase todos estão residindo em Brasília, o que significa que eles podem se beneficiar desse extravagante privilégio às custas dos bestas dos contribuintes, que são obrigados a despender dinheiro público para a aquisição dos carros de luxo e especiais, no valor astronômico de mais de sete milhões de reais, além do imensurável preço com manutenção, pessoal, combustíveis e demais encargos decorrentes dessa abusiva decisão palaciana.
A aludida farra com dinheiro público é completamente fora da realidade brasileira, quando se sabe que a segurança das pessoas é tão precária e capenga que ninguém se sente seguro nem mesmo dentro da própria residência, mas a segurança de familiares de autoridade chega ao requinte do extremo luxo.
Em princípio, trata-se de despesas absolutamente injustificáveis, por elas terem por base, segundo a norma editalícia, "O quantitativo pretendido decorre de aumento na demanda de veículos de serviços especiais, com a posse dos atuais presidente e vice-presidente, que atendem aos familiares dos citados dignitários".
Impende se ressaltar que o governo federal previu outro pregão eletrônico, conforme foi divulgado pela imprensa, no valor de R$ 2,5 milhões, para a locação de carros para transporte do presidente e seu vice, em viagens e eventos oficiais no Norte e no Centro-Oeste, ou seja, em termos de gastos com recursos públicos, o Palácio do Planalto simplesmente esbanja sem o menor constrangimento.
Por derradeiro, o edital especifica que a empresa vencedora da licitação deverá disponibilizar 32 veículos, ou seja, três a mais do que o previsto para a compra, o que significa natural acréscimo no valor final, porque os carros adicionais jamais entrariam no negócio de forma graciosa.
À toda evidência, a aludida compra contradiz o compromisso de mudança na gestão pública, em especial no que tange ao importante aspecto do princípio da economicidade, que precisa imperar, de forma persistente, com origem no Palácio do Planalto, como forma modelar da gestão dos recursos públicos.
Isso porque, na campanha eleitoral, o então candidato se mostrava simpatizante da redução de gastos, demonstrando que isso seria realmente uma de suas metas quando assumisse a principal cadeira da República, com vistas à implantação de drásticas reduções de gastos, em respeito aos limites da razoabilidade e das condições orçamentárias, que não comportam o exagero da compra de tantos carros de excessivo luxo, para, pasmem, propiciar a devida segurança a familiares de autoridades republicanas, às custas dos já sacrificados contribuintes.
Nesse caso, fica muito visível a máxima segundo a qual: “o povo tem o governo que merece” e isso vem acontecendo em todos os tempos, independentemente das suas ideologias, porque o eleitor que os elege se omite em não repudiar gastos abusivos como esse nem exigir o cumprimento dos compromissos de campanha, inclusive votando para a retirada do cargo daqueles que desrespeitam seus compromissos, porque isso estaria em conformidade com as regras democráticas, considerando que, quem pode delegar competência para o exercício do poder, também pode igualmente declinar dessa delegação, com base em motivos justos, que são exatamente a quebra da palavra compromissada por ocasião da campanha eleitoral e a cara-de-pau de não se envergonhar disso, permitindo a implementação de exagero com recursos públicos.
Não há a menor dúvida de que é até compreensível, com muito esforço, que os familiares do presidente e vice-presidente da República tenham efetiva segurança, mas gastar mais de sete milhões de reais somente para a compra de carros blindados já demonstra extrema falta de sensibilidade e o cúmulo do abuso com o escasso dinheiro dos explorados contribuintes, que são obrigados a manter, nessas condições de desleixo na aplicação de dinheiro, escorchante carga tributária, uma das maiores do mundo, não somente para a manutenção de máquina pública arcaica, emperrada, ineficiente, mas, acima tudo, para a má prestação dos serviços públicos que a população faz jus, por direito constitucional e legal.
Os brasileiros precisam se conscientizar sobre a urgente necessidade de repudiar, com veemência, o esbanjamento, em especial, quanto aos gastos pertinentes aos serviços e à segurança de incumbência da Presidência da República, a exemplo da aquisição visivelmente abusiva e injustificável de 29 carros de sofisticado luxo, que, em princípio, trata-se de ato indiscutivelmente fora dos padrões da realidade brasileira, em exagero incompatível com a segurança propiciado pelo Estado à população, notadamente, mais ainda, diante da falta de recursos para a prestação dos serviços essenciais ao povo, que é normalmente privado deles, embora ele mereça a mesma prioridade, em termos de satisfação de atendimento, à custa de recursos públicos.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 28 de maio de 2019

segunda-feira, 27 de maio de 2019

O único vitorioso: o Brasil


Diante das manifestações de protesto em prol, basicamente, das medidas enviadas pelo governo ao Congresso Nacional, parece ter ficado bem evidente que muitos brasileiros mandaram recado objetivo e muito claro no sentido de que convém que esses projetos precisam ser aprovados, como forma de viabilização das contas da Previdência e de combate à chaga da corrupção.
A avaliação do ministro da Economia foi a de que o balanço é positivo, porque não se imaginava que o povo estivesse tão interessado nas mudanças propostas pelo governo, tendo dito, em reserva, que "Nunca vimos isso antes, o povo nas ruas, apoiando a reforma da Previdência.”.
De modo geral, a impressão que fica é a de que parcela expressiva da população nutre esperança de que o governo merece voto de confiança, diante da falta de alternativas, porque a sua única garantia de equilíbrio das contas da Previdência se inicia com a nova cara dela, por meio do saneamento dos crônicos déficits, que têm impactos prejudiciais nos demais Orçamentos da União.
À toda evidência, se é verdade que a Previdência se encontra falida e ainda respirando com a ajuda de aparelhos, conforme nesse sentido tem sido a justifica o governo, na iniciativa do projeto pertinente, não resta ao Congresso senão aperfeiçoá-lo e aprová-lo, com a maior urgência possível, como forma de se garantir também as aposentadorias no futuro.
          Não há a menor dúvida de que a reforma cogitada procura acertar o rombo das contas da Previdência, mas ela ainda vem encontrando muita resistência no Congresso, principalmente por parte da oposição, que, a bem da verdade, sempre mostrou ojeriza   às reformas na estrutura do Estado, haja vista que os governos recentes jamais tiveram a iniciativa de reformular, com profundidade, os setores carentes de mudanças, a exemplo da Previdência e outras importantes políticas públicas, como a viária, tributária, administrativa, trabalhista etc.
A verdade é que o resultado das manifestações tem o condão de animar a equipe econômica, em especial porque as ruas mostraram que o Congresso tem obrigação de votar os projetos do governo, porque eles são de interesse da população, que não pode ser prejudicada por grupos de parlamentares que confundem seus interesses, como no caso específico do famigerado Centrão, com o público, ou seja, as causas nacionais.
Diante das manifestações, em claro apelo ao entendimento político para a viabilização das mudanças em discussão, convém que o governo e os congressistas se voltem para a valorização de pauta, de agenda que privilegie as boas relações entre eles, porque se encontra em jogo o futuro do Brasil e dos brasileiros, diante desse terrível sufoco de milhões de desempregados à espera de oportunidade de trabalho.
A primeira lição que ficou bem visível, nas manifestações, diz respeito à premência do sepultamento, para sempre, do monstrinho Centrão, que, atualidade, nada mais é senão deformidade ética e moral, em se tratando que as atividades políticas devem seguir princípios e condutas dignas e honradas de linearidade, onde o homem pública só tem único caminho a seguir de estrita observância aos bons costumes de honestidade e decoro, merecendo total repúdio os congressistas que se identificam com as propostas daquele grupo, que defendem o fisiologismo como regra no desempenho de suas atividades parlamentares, ao exigirem cargos e verbas para a aprovação de projetos de iniciativa do governo, o que demonstra visível grau de decadência moral de seus integrantes.
Se depender dos brasileiros, o contestável Centrão jamais deveria existir no Congresso, justamente porque ali tem a representatividade do povo, que é titular da moralidade depositada nas urnas e, diante disso, a sua delegação não poderia ser transformada em instrumento de barganha e exigências estranhas aos princípios republicano e democrático.
A avaliação que pode ser feita, nesse momento difícil e importante para o país, é que agora os homens responsáveis pela condução dos negócios da República precisam, imediatamente, ensarilhar as armas e se voltarem para o meticuloso trabalho de saneamento das feridas remanescentes, tendo por mira tão somente os interesses do Brasil, deixando de lado quaisquer resquícios de vaidades magoadas, que somente contribuíram para prejudicar os interesses dos brasileiros, porque o jogo inerente à recuperação da economia não pode haver nem vencedor e muito menos vencido, em se tratando que a disputa em discussão precisa ter um único vitorioso: o Brasil.
Convém que as principais autoridades da República, compreendendo as lideranças dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, precisam construir, mediante conversa clara e franca, especial agenda de convergência de ação conjunto, em nome da aprovação de medidas em benefício dos brasileiros, sob o compromisso do exclusivo atendimento do interesse público, contribuindo para a obtenção da normalidade política, social, econômica, administrativa, entre outras que levem à retomada do desenvolvimento do Brasil.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 27 de maio de 2019

domingo, 26 de maio de 2019

À espera da revolução no ensino


Ao participarem com o ministro da Educação, em encontro com 30 educadores que venceram o Prêmio Professores do Brasil, ao menos quatro deles levantaram livros do educador e filósofo Paulo Freire, no momento da foto com aquela autoridade, dando a entender que eles defendem, na atualidade, o ensino com base no método criado pelo célebre educador pernambucano.  
Certamente que os professores quiseram chamar a tenção da opinião pública sobre a importância de Freire para a educação, diante das críticas que são feitas pelo presidente da República ao método criado pelo ex-professor pernambucano, que atribui os baixos índices de avaliação da educação do país ao método desenvolvido pelo educador nordestino.
Questionado  sobre o método Paulo Freire, o ministro da Educação disse, a par de questionar a metodologia de que se trata, que "Eu não quero acabar com nada. Simplesmente. Pode levantar (o livro de) Paulo Freire, eu aceito a opinião contraditória. (...) Agora, o que acontece? Do mesmo jeito que ela tem direito de falar 'viva o Paulo Freire', eu tenho o direito de falar 'olha, o único lugar do mundo que segue Paulo Freire é o Brasil. Que eu saiba, não tem nenhum outro país que fale 'Paulo Freire é maravilhoso'. Quando você tem uma pesquisa científica, um resultado que é bom, um antibiótico, aspirina, um avião, todo mundo imita, todo mundo copia. E ninguém quis copiar o Paulo Freire. E os nossos resultados são ruins. Só isso. Agora, se isso é sacrossanto e não pode ser dito, podem atirar pedra, não tem problema".
A propósito, o método Paulo Freire foi desenvolvido no início da década de 60, no Nordeste, onde havia expressiva quantidade de trabalhadores rurais analfabetos e sem acesso à escola, que consistia em contingente de pessoas consideradas afastadas da participação social.
O método se destinava à alfabetização de adultos, mediante a prática de três etapas básicas, a saber: a) investigação: aluno e professor buscam, no universo vocabular do aluno e da sociedade em que ele vive, as palavras e temas centrais de sua biografia; b) tematização: alunos e professores codificam e decodificam esses temas, buscando o seu significado social, tomando assim consciência do mundo vivido; c) problematização: aluno e professor buscam superar a primeira visão mágica por uma visão crítica do mundo, partindo para a transformação do contexto vivido.
Na atualidade, muito tem se falado sobre o método em comento, em que pese o mundo ter passado por tremenda evolução e até revolução nas áreas da Ciência e da Tecnologia, principalmente no seio da educação, o que se imaginava que o Brasil tivesse o mínimo de capacidade para apresentar ao mundo novos métodos de aprendizagem e de educação, com vistas à modernização e à melhor qualificação do ensino, como forma de se buscar celeremente o desenvolvimento na educação, que tem sido perseguida nas nações evoluídas, diante da sua valiosa importância para o progresso do conhecimento humano.
O Brasil precisa, com urgência, se distanciar da rabeira dos países supersubdesenvolvidos, completamente fora da contextualização brasileira, diante de suas potencialidades de país de economia, cultura e socialmente muito além de outras nações sem nenhuma expressão, comparativamente a esses quesitos, evidentemente sem menosprezo a nenhum deles.
À toda evidência, o Brasil não merece ficar situado nessa triste realidade de uma das piores nações, em termos de ensino e educação, graças, também, por óbvio, à lamentável discussão quanto à validade ou não, na atualidade, de método que até pode ter sido revolucionário, há quase sessenta anos, quando o mundo ainda se engatinhava na escuridão e no breu dos avançados métodos de ensino atuais, com o emprego da estonteante modernidade tecnológica, com a fantástica e gigantesca contribuição da internet, da informática e de tantos instrumentos riquíssimos de recursos para a criação de métodos de ensino, inclusive alfabetização, compatíveis com a modernidade dos novos tempos.
É bastante lamentável que os professores ainda insistam em defender, na modernidade, a validade de método de ensino que era magnífico em priscas eras, em país absolutamente pobre e carente de qualquer método que pudesse contribuir para tirar parcela dos brasileiros das trevas do saber e isso apenas faz parte do passado, com o devido respeito a essas pessoas, porque cada uma tem direito de pensa como bem lhe prouver, ante a importância do sentimento de democracia que impera no país.
É preciso que os professores e as autoridades incumbidas da educação se conscientizem sobre a urgente implantação de método de alfabetização e de ensino em geral com base em metodologias revolucionárias normalmente em prática nos países que oferecem a melhor educação no mundo, tendo por base as experimentações aprovadas por meio de recursos informatizados e validados, em termos de eficiência e efetividade.
 É indiscutível que a lastimável penúria da educação brasileira é fruto do descaso e da falta de prioridade para as políticas educacionais, diante do arcaísmo de seus métodos ou até mesmo da inexistência de metodologias modernas compatíveis com os avanços da humanidade.
O certo é que o Brasil gasta muitíssimo com educação, mas os resultados nessa área são extremamente pífios e sofríveis, justamente porque não existe o mínimo interesse dos governantes na reformulação do ensino em todos os níveis, quer por falta de absoluta competência ou até mesmo pelo extremo conformismo com a preocupante precariedade, que é notória desde longa data e não tem ninguém interessado em mudar esse horrorosa e melancólica realidade somente comparável às piores republiquetas, que preferem a manutenção da burrice de seu povo, em que pesem montanhas de recursos jogados fora, pelos ralos da educação, no caso do Brasil.
Não passa de brutal ignorância se pretender atribuir a decadência da educação, a qualquer método, inclusive ao do memorável professor Paulo Freire, mas sim a um conjunto de fatores que se encerram em descaso e principalmente à magistral falta de prioridade na reformulação do ensino e da educação.
A insistência, por alguns educadores, do emprego do método Paulo Freire, em pleno século XXI, quando o homem já até conquistou o espaço sideral, riscando o universo com máquinas revolucionárias, não passa de falta de imaginação crítica e extremo conformismo com a incapacidade de se criar método compatível com novos tempos de modernidade e novas tecnologias, em benefício da formação de gerações inteligentes adequadas à realidade atual.
Ou seja, é preciso sim se valorizar o método Paulo Freire, que foi de extrema valia para a sua época e até tempos depois, mas não se pode desprezar a nova filosofia de educação coerente com a modernidade, tendo por base as novas metodologias de ensino em voga no mundo moderno, mediante a criação de instrumentos adaptáveis à realidade atual, em plena era dos avanços tecnológicos.
Se realmente é verdade o que disse o ministro, de que, verbis: (...) 'olha, o único lugar do mundo que segue Paulo Freire é o Brasil. Que eu saiba, não tem nenhum outro país que fale 'Paulo Freire é maravilhoso'. (...) E ninguém quis copiar o Paulo Freire. E os nossos resultados são ruins. Só isso. (...) Agora, se isso é sacrossanto e não pode ser dito, podem atirar pedra, não tem problema", há realmente algo muito errado e inaceitável com a educação brasileira, diante da sua sofrível e incômoda posição no contexto mundial, em termos de avaliação de qualidade, em que o Brasil sempre e há muito tempo figura nos últimos lugares, demonstrando visível atraso, desconforto e descompasso com relação aos avanços desejáveis nessa área tão importante do conhecimento, ensejando urgentes reformulações, até mesmo para se evitar que o pior se potencialize ainda mais, a curto prazo, diante da notória evolução experimentada no resto do mundo.   
Em se tratando do mundo em constante e permanente evolução, em especial nas áreas científica e tecnológica, o Brasil não pode se dá ao luxo de permanecer deitado eternamente, em berço esplêndido, à espera de milagre na educação ou ainda que se opere o quanto pior, melhor para a burrice do povo, se os brasileiros não exigirem dos governantes providências mais do que urgentes nas políticas educacionais, como forma de priorização de novas metodologias, porque, a permanecer a caótica situação atual, por certo, a tendência é aumentar cada vez mais o fosso entre o gigantesco atraso do conhecimento e a modernidade do saber, com as suas novas e modernas metodologias de educação.
Diante da premente necessidade de mudanças radicais, estruturais e conjunturais da educação, convém que o governo se conscientize sobre a imperiosa conveniência da priorização das políticas voltadas para essa área estratégica da nação, de modo a se decidir pela imediata reformulação do sistema pertinente, que deve ser estudado por comissão própria e especial, composta por notáveis da educação, que necessariamente deve ter por base os melhores métodos de ensino dos países evoluídos, que se situam no topo das avaliações realizadas por entidades internacionais especializadas, como forma de modernização, aperfeiçoamento e adequação das aludidas políticas à realidade dos novos tempos e à importância que o Brasil precisa, enfim, dá à educação de primeira qualidade, como fazem normalmente os países evoluídos.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 26 de maio de 2019

sábado, 25 de maio de 2019

A clamorosa derrota do Brasil


Tem sido comum a mídia anunciar que o governo ou, mais especificamente, o ministro da Justiça e Segurança Pública vem sofrendo importantes derrotas, no Congresso Nacional, com relação às matérias tratando de moralização da administração pública brasileira.
No último caso, em que pese a maioria dos deputados ter aprovado a redução de 29 para 22 ministérios, na votação da Medida Provisória nº 870, proposta pelo presidente da República, os parlamentares resolveram tirar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) da pasta comandada pelo ex-juiz da Operação Lava-Jato, cujo texto ainda vai passar pelo crivo do Senado Federal.
O aludido órgão, que é responsável pelo levantamento das movimentações financeiras e um dos principais auxiliares no combate aos crimes de corrupção, voltará para a pasta a que pertencia originalmente – o Ministério da Economia.
Chamado e tido por herói nacional, principalmente por ter conduzido com competência e eficiência os processos da Operação Lava-Jato, em primeira instância da Justiça, no Paraná, e ser o responsável por condenador à prisão o ex-presidente da República petista, o titular da Justiça abandonou a magistratura a convite do presidente do país, onde pretende continuar contribuindo com o Brasil, no persistente combate á corrupção e à impunidade.
Não obstante, na sua curta passagem pelo governo, o paladino da Lava-Jato vem contabilizando alguns fatos contrários aos seus planos de trabalho, com destaque para medidas direcionadas ao combate à corrupção, conforme algumas indicadas a seguir.
O pacote anticrime, que foi encaminhado ao Congresso, em fevereiro último, tendo como ponto principal a sua bandeira à criminalização do caixa dois e outras medidas anticorrupção, mas o projeto tramita sem o menor interesse naquela Casa Legislativa, em razão da indiscutível resistência de expressiva parcela de parlamentares, em razão do notório envolvimento deles em supostos crimes eleitorais, que estão sendo investigados pelos órgãos pertinentes.
Por ter cobrado publicamente o presidente da Câmara dos Deputados, para a colocação do pacote anticrime em discussão e votação, este se disse irritado com o ministro da Justiça, que o acusou de “copiar” outro projeto que já tramitava na Casa, de autoria de antigo ministro da Justiça, quando, a partir daí, o caldo engrossou de vez, fato que dificultou, ainda mais, a aprovação de projeto de extrema importância para o combate à corrupção, que poderá até ser aprovado, por questão de verdadeiro milagre, uma vez que depende exatamente da boa vontade de quem passará a ser investigado a partir da vigência das medidas cogitadas pelo governo.
Embora os decretos sobre posse e porte de armas, assinados pelo presidente do país, façam parte de promessa da campanha eleitoral, o ministro da Justiça demonstra total afastamento sobre eles, tendo afirmado que os decretos não fazem parte da estratégia de combate à criminalidade e que é normal haver divergências dentro do governo, diante de questionamento sobre discordância sobre o conteúdo dessas medidas de liberação de armas.
À toda evidência, não se pode atribuir qualquer forma de derrota ao ministro da Justiça e muito menos ao governo, em se tratando que a falta de decisões legislativas razoáveis e em harmonia com o interesse público ou até mesmo a aprovação de medidas absurdas e extravagantes contrárias à normalidade e ao bom senso dizem respeito exclusivamente à vontade de parlamentares que pensam diferente do sentimento da maioria dos brasileiros, que votaram por urgentes mudanças no status quo do país, diante dos indiscutíveis desmandos impostos à administração pública, inclusive com a desmoralização na gestão de recursos públicos, à vista dos fatos investigados pela Operação Lava-Jato, sob a batuta do agora ministro da Justiça.
Na verdade, as decisões adotadas pelo Congresso que não se coadunam com os sentimentos da maioria dos brasileiros, demonstrados na última eleição, devem ser computadas à conta daqueles que pensam diferentemente e em dissonância com a necessidade de mudança e de moralização tão ansiada pelos brasileiros não suportam mais tanta devassidão com a gestão da coisa pública, onde os escândalos representados pelos desvios de recursos públicos não passam de meras intolerâncias e discriminação contra as pessoas que se “sacrificam” pela inclusão social e melhoria das classes massacradas pelas elites, ignorando completamente os salutares princípios da probidade administrativa e da boa conduta que devem prevalecer na índole dos homens públicos.
Ou seja, em tese, as votações contrárias aos projetos enviados pelo governo ao Congresso, normalmente com propostas de moralização ou de eficiência da gestão pública, precisam ser interpretadas, na sua essência, como derrota do interesse público e do Brasil, uma vez que elas sinalizam a vontade de parlamentares contrários à posição do governo e ao desejo de mudança das condições de vida dos brasileiros, que anseiam por que seja possível a melhora socioeconômica, com reflexo no desenvolvimento da produção e no aumento do emprego.
O que se percebe, de forma cristalina, é a sanha desesperada do Centrão contra o Palácio do Planalto, para mostrar sua força no Congresso, não permitindo que as matérias do governo sejam aprovadas, enquanto não houver a “negociação” tão reclamada pelos integrantes desse contestável bloco de parlamentares, que não se conformam com a perda das verbas públicas e dos cargos que eram concedidos pelos governos do passado, em clara demonstração de promiscuidade e de indignidade das alianças espúrias em troca de apoio, ou seja, a desonra dos congressistas fica cada vez mais evidente em toda votação, por meio de recados diretos, em forma da derrubada de medidas moralizadoras que terminam beneficiando os interesses desses abutres dos cofres públicos.
A maior indignação fica por conta da atitude de muitos brasileiros que entendem que as atitudes dos congressistas contrárias à moralização da administração pública precisam ser comemoradas, por pensarem que são derrotas do governo, quando, na verdade, quem estar sendo derrotado é o povo, por antipatriotas que estão votando em benefício próprio, porque as medidas cogitadas pelo governo têm por escopo o combate à corrupção, que vem sendo defendida por muitos parlamentares que não estão de acordo com a adoção de medidas nesse sentido.
Os brasileiros honrados e dignos percebem perfeitamente que não tem sido fácil se remar contra a maré, conquanto é notório que e o ministro da Justiça tem sido verdadeiro vencedor, porque ele vem trabalhando com ética, dignidade, sabedoria e competência, na esperança de se tentar conseguir mudar muitas coisas em favor do Brasil, cujos princípios foram detonados em nome de ideologia que não consegue enxergar algo de diferente do caos que foi implantado nos governos do passado, que deixaram de implementar as prementes reformas das estruturas e conjunturas do Estado e as grandes obras de impacto indispensáveis ao desenvolvimento do Brasil, apenas construíram uma nação centrada em assistencialismo social, com menosprezo às políticas e estratégias de desenvolvimento, permitindo a generalização do enfraquecimento da economia, exatamente pela ausência da geração de recursos para investimentos em obas, produção e emprego.
Na realidade, as campanhas contra o governo e o ministro da Justiça, que são orquestradas na mídia, somente devem partir do lado da maldade e principalmente daqueles que têm sentimento contrário às mudanças e à limpeza moral e ética da administração pública, por mera e doentia ideologia, que fazem tudo para a derrota de quem trabalha para o bem da nação, evidentemente que tudo isso resulta em detrimento do interesse público e do bem comum do povo, obviamente que os efeitos negativos e prejudiciais desses planos diabólicos atingem por igual todos os brasileiros.
Não se trata da defesa de causa nobre o trabalho contra as mudanças em benefício dos brasileiros e isso fica muito à vista diante dos esquemas antipatrióticos, que procuram dificultar, ao máximo, à aprovação de medidas necessárias à moralização do Brasil, em claríssima demonstração de conformismo com as desgraças que imperam em prejuízo do desenvolvimento socioeconômico brasileiro, tendo o beneplácito de pessoas de ideologias que comungam com o atraso e o subdesenvolvimento da nação.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 25 de maio de 2019

sexta-feira, 24 de maio de 2019

A essência da democracia


Diante de questionamentos que a sociedade vem fazendo sobre a liberação da posse de armas para algumas categorias, eu disse, em crônica, que até podem constituir inconstitucionalidade os atos presidenciais nesse sentido, mas nada se compara, em termos de responsabilidade pública, à fenomenal omissão das autoridades públicas quanto ao disposto no artigo 144 da Lei Magma do país, que estabelece precisamente que é obrigação do Estado proteger a sociedade e o patrimônio.
Na verdade, a regra ali prescrita não passa de letra gelada e inútil, sem qualquer eficácia, confirmando a plenitude da degradação imposta à segurança pública, que tem sido objeto de monstruoso desuso, há muito tempo, deixando à vista a esculhambação do que seja realmente o sistema pertinente, quando as autoridades públicas permitem o seu progressivo sucateamento, diante da completa falta de prioridade como política de Estado, além da visível incapacidade de formulação das estratégias de eficiência e efetividade da segurança pública, nos exatos termos inscritos no texto constitucional, que têm sido letras mortas e apagadas do mundo jurídico, embora a sua vigência é incontestável.  
Pouco importa, neste exato momento, se há ou não inconstitucionalidade nos decretos presidenciais, que até podem ter alguma valia para parcela ínfima da população, porque o governo e as autoridades públicas não estão nem aí para a principal causa da insegurança pública, com vistas à sua preocupação com a proteção das pessoas e do patrimônio, que deveriam merecer a atenção deles, como forma de se promover o saneamento da magistral crise reinante na segurança pública, que chegou ao limite, diante da banalização da criminalidade, a ponto de manter as pessoas de bem em verdadeiro estado de pânico, encurralada e reprimida, diante da violência e das limitadas condições de segurança e proteção.
Em razão desse quadro tenebroso de explícita falta de segurança e da impossibilidade de haver revolução por parte do governo, o atento amigo Ditinho Minervino, incursionando no mundo do ilusionismo, preconizou que, em apenas 90 dias, haverá recrudescimento da violência, obviamente por culpa da liberação das armas.
Eu disse ao Ditinho que eu sabia que ele era pessoa inteligente, mas desconhecia seu lado visionário, de fazer previsão sobre o que pode vir a acontecer com os fatos, no futuro, na expectativa de que ele pudesse prevê bons acontecimentos, para logo.   
Em resposta, ele me disse que “(...) bem que eu gostaria de prever coisas boas, mais infelizmente não depende de mim, já tenho falado muitas vezes que me considero realista, pois procuro ver o lado real da coisa. Bem que, na minha juventude, tive muita vontade de ser um ILUSIONISTA (só nos palcos). Acho que ver os acontecimentos pelo lado real, dói menos. Você sempre me fala que os problemas do Brasil devem ser resolvidos DEMOCRATICAMENTE. Seria maravilhoso se os políticos usassem a democracia com uns temperos, como HONESTIDADE, interesses em prol da nação e não usar a tal democracia como uma máscara. Veja a Constituição, no meu entender, dar trabalho fazer essa Carta Magna, que seria cumprida rigorosamente, com igualdade para todos. Mas, qualquer um que queira enxergar, verá que ela é toda remendada a cada necessidade de favorecimento ao político. ISTO É OU NÃO É REALIDADE?”.
Sem muita dificuldade, eu disse ao Ditinho que a verdade é que a democracia brasileira, na atualidade, depende muito de quem a pratica, à vista do que vem acontecendo, na prática.
Infelizmente, tem corrente que imagina que o desvio de conduto do homem público acontece normalmente em nome da democracia e como se isso fizesse parte dela, dando a entender que, mesmo em falta gravíssima, ele tivesse agido em benefício do bem comum, confundido propositadamente, de forma completamente distorcida e absurda, nesse caso, o verdadeiro sentido de interesse público.
Na verdade, essa aceitação plácida da falta de moralidade nada mais é do que a negação da conduta ética e não pode fazer, em hipótese alguma, parte da democracia, que tem como princípio essencial a correção, a legitimidade, os bons costumes e a dignidade.
Nesse viés distorcido da democracia, há quem ainda defenda que, mesmo estando fora da bitola do princípio da legitimidade, errado e indigno é aquele que se opõe aos desacertos e às irregularidades na gestão pública.
Na atualidade, a democracia brasileira é defendida por quem tem mais força de argumentos e consegue convencer o povão que o errado é considerado certo e vice-versa, em completa inversão de valores e princípios políticos e democráticos, em clara demonstração de que expressiva massa da população ainda se encontra ano-luz da realidade e da modernidade.
Exemplo real dessa afirmação se encaixa na cabeça de quem, a todo momento defende pessoa que teria sido considerado o melhor presidente do Brasil, sem nunca ter feito e concluído uma única obra pública de impacto, em longo período de governo, tendo conseguido tão somente fazer o que todo governo mediano e sem expressão tem o dever de fazer, como a construção de algumas escolas, universidades, estradas, além da manutenção de programas assistenciais de incumbência obrigatória do Estado, que terminaram se transformando em viés eleitoreiro - conforme mostram os resultados de eleições -, por meio de marketing vinculando à pessoa, quando tudo não passa de obrigação de Estado, a exemplo do que vem sendo feito pelo atual governo, que é de direita e até pretende pagar contribuição adicional, em forma de 13º, o que não constitui nenhuma novidade nem nada extraordinário, porque isso faz parte da assistência prestada normalmente à população carente, sem nenhuma conexão com fins eleitoreiros, senão com a obrigação de cumprir o dever assistencial regular, sem nenhuma exortação a indevido endeusamento.
Além do mais, a par de mostrar unicamente as qualidades de gestor, são omitidas, de forma proposital, as faces degradantes de gestão pública, notadamente acontecidas em todo processo de roubalheira acontecido durante grande parte de governo, conhecido pelos escândalos do mensalão e petrolão, em que, no último caso, os cofres da Petrobras serviram de “propinoduto” para abastecimento dos cofres de três partidos políticos, que tinham participação em percentuais de valores de contratos celebrados entre empresas e a petrolífera brasileira.
Tais recursos sujos serviram para fins escusos e imorais nas eleições, permitindo que houvesse burlas e ilegitimidades nos resultados eleitorais, ante o uso e a participação de dinheiro sujo no processo pertinente, mas absolutamente ninguém ousou assumir nada sobre essa sujeira que era indiscutível e mais do que suficiente para que o povo com o mínimo de dignidade e brio na cara tivesse coragem de se olhar no espelho e se perguntar se isso é realmente certo, correto, em termos de legitimidade e democracia, em que alguém foi considerado bom gestor, mas teve, de forma comprovada, reprovação nos quesitos probidade e moralidade com relação a aplicação de recursos na sua gestão, conforme mostram os fatos a todo instante sendo exibidos na imprensa escrita e televisada, que não deixam dúvidas quanto à falta de lisura e licitude no gerenciamento da caisa pública, dando a entender, por parte dessas pessoas, que não se pode condenar o homem público, por possíveis erros, quando ele teria sido pessoa boa no passado, ou seja, um fato é capaz de compensar outro, em total inversão de valores.  
Seria justo que, em termos democráticos, houvesse o confronto entre os atos de gestão regulares e os fatos desabonadores, para o fim de se verificar claramente que eles não se confundem, em relação à avaliação sobre a conduta moral que precisa ser sopesada diante da responsabilidade pública, que deve ser atribuída quando há necessidade de se depurar as condutas intrínsecas dos homens públicos, que têm o dever constitucional e legal de prestar contas sobre seus atos na vida pública, que não podem se desviar da regularidade, sob pena da responsabilização, como acontece normalmente nos países sérios, civilizados e evoluídos, em termos políticos e democráticos.
A democracia ou é real, edificadas em pilares consistentes de moralidade e licitude, ou simplesmente não existe, porque ela se consubstancia com a sublime e soberana vontade do povo, tudo em completa harmonia com os princípios intrínsecos de condutas exemplares e de atitudes dignas e verdadeiras, com embargo das demagogias e hipocrisias, que são próprias dos homens públicos aproveitadores das coisas públicas, que renegam os fundamentos do interesse público, como forma essencial das atividades políticas.     
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 24 de maio de 2019

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Basta de degradação do meio ambiente


Há poucos dias, escrevi, em veemente defesa dos animais, principalmente da raça bovina, que as vaquejadas até poderiam ser enquadradas como manifestação cultural, mas, nesse contexto, tão somente em tempos remotos, quando não havia os avanços, a evolução e a modernidade dos equipamentos digitais, em termos de diversão e jogos, que oferecem ao homem inteligente divertimento de primeira qualidade, com capacidade superior e sem degradação alguma, para substituir, com bastante vantagem, as vaquejadas e outras práticas medievais, que são penosas e infelizmente contribuem para os maus-tratos de animais indefesos, sendo que toda maldade, via de regra, se reveste em benefício econômico para seus patrocinadores, que se valem falsamente do pomposo e imaginário título de manifestação cultural, apenas cabível na sua estreita mentalidade de crueldade.
O homem “tem” enorme dificuldade para perceber as suas atitudes de irracionalidade e incapacidade para compreender a gigantesca dimensão da maldade praticada por ele, ante a sua ganância por resultados econômicos à custa do sacrifício de animais indefesos, que tal qual o bicho-homem também  tem direito à proteção contra os maus-tratos e a violência que, se evitados, não causam qualquer prejuízo aos seus protagonistas, senão quanto ao fator econômico, que pode perfeitamente ser canalizado para outras atividades igualmente lucrativas.
É preciso que o homem se conscientize sobre a urgente necessidade de entender que ele não tem direito a causar martírio e sofrimento aos animais nem está autorizado a promover mutilações e lesões neles, por conta da absurda e banalizada impunidade, que é justamente o que acontece, normalmente, com os responsáveis pelas vaquejadas e outras atividades envolvendo animais, que ignoram os graves crimes praticados contra a preservação da integridade física e psicológica dos animais.
Diante da insensibilidade e da irracionalidade do homem, algumas pessoas se manifestaram em apoio à minha crônica, entre elas os amigos doutora Ubaldina Fernandes e Ditinho Minervino, conforme os diálogos transcritos abaixo, com as respectivas respostas que fiz a respeito de cada mensagem.
Inicialmente, Ditinho disse que “Eu sempre tive essa opinião.”, se manifestando em concordância com o texto e lamentando a prática de vaquejadas, ainda na atualidade.
          Em razão dessa manifestação, eu disse que isso é sinal de que eu não estava sozinho em defesa dos animais e que eu também sou a favor da vaquejada, com certa ironia, desde que o próprio homem faça as vezes dos animais, o que, com isso, estou defendendo o fim dessa tradição nada elegante, que não faria a menor falta para o ser humano, porque certamente ninguém gostaria de passar pelo sofrimento que é imposto aos animais.
Eu, como bom nordestino, que nunca perdia uma vaquejada, quando morava em Uiraúna, depois de 53 anos morando em Brasília, nunca mais assisti vaquejada, nem por televisão, e posso dizer que até agora não senti a menor saudade e jamais participaria de evento nesse sentido, porque tem outras formas de diversão, que poupam o sacrifício dos animais.
Novamente o amigo Ditinho disse que “Eu também não assisto. E até aos 30 anos tinha muitas gaiolas com diversos passarinhos. Achava lindo eles ‘CANTAREM’. Más depois descobri que eles não cantavam e sim CHORAVAM! Hoje, não faço gaiolas nem para vender.”
Sensibilizado com o sentimento de amor aos pássaros, mostrado na mensagem acima, eu disse ao Ditinho que esse seu exemplo sobre a liberdade dos pássaros demonstra mentalidade que os brasileiros precisam aprender como importante lição de amor à natureza e o parabenizei pelo lindo gesto dele, concitando que seu valioso exemplo seja seguido pelas pessoas sensatas e amantes do meio ambiente, em especial dos animais.
Não menos importante e expressiva foi a mensagem deixada pela doutora Ubaldina Fernandes, que mostrou toda sua sensibilidade ante o tema versado na minha crônica, tendo dito, verbis:Prática atroz, cruel, e já sem o menor sentido em dias atuais, quando o catálogo de diversões modernas só cresce, contemplando todas as idades: dos jogos eletrônicos aos parques temáticos. Portanto, nem em nome do culto às tradições nem para preservação cultural justificam-se “pelejas tão abomináveis”, como vaquejadas, brigas de galo ((rinhas) e quejandos. Incluo nesse execrável rol as lutas “humanas” como o MMA... outra aberração, que privilegia a violência, a força, o sangue ... Enfim, onde houver violência aí mora o lado sombrio, o antiético, o desumano, o contravalor. Devemos estimular os esportes saudáveis, as manifestações culturais, as criações artísticas que agreguem valor e eduquem positivamente essa geração, já tão atônita nesse caos moderno, palco de violência e selvageria urbana (e também rural. Ah!). Ditinho Minervino, também compartilho de sua opinião: nunca admirei o canto do pássaro engaiolado. Ali, não há canto; há lamento; há súplica sonora pela liberdade suprimida. Eles querem alçar o infinito, onde é sua morada, ‘o céu é do condor’, diria Castro Alves... Quem se delicia com aquele (desencanto) canto oprimido, que ressoa das gaiolas é um egocêntrico, que chega a crer que há uma sinfonia preparada para si...Doce engano!!!”.
          Nesse ponto, eu disse à amiga Ubaldina que a parabenizava pelas precisas palavras traduzindo veemente repúdio ao vandalismo que o homem, sem o menor escrúpulo, pratica contra o meio ambiente e, em especial, os animais, deixando viva lição de que a proteção deles depende muito da conscientização do ser humano sobre a importância da preservação do reino animal e dos demais elementos da natureza.
Os homens precisam se conscientizar de que é muito importante a sua participação ativa e efetiva, sozinhos ou por meio dos movimentos em defesa da natureza e dos animais, procurando, de alguma forma, até mesmo escrevendo crônica, mostrar que a nossa omissão nesse processo de degradação do meio ambiente e dos animais tem o condão de contribuir para a piora gradativa de nosso habitat natural, de modo que é preciso que cada pessoa possa ajudar e dar o seu testemunho em defesa da preservação da vida, em todos os sentidos, em atitude de proteção contra as pessoas de mentes insensíveis e insensatas, que não podem concorrer para a destruição do ecossistema do meio ambiente e simplesmente ficarem impunes.  
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 23 de maio de 2019