segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Farra parlamentar

Os ânimos dos membros dos partidos políticos estão acirrados com a disputa intensa pela distribuição de 1.168 cargos de natureza especial, que são normalmente preenchidos, sem concurso público, por apadrinhados políticos, com gastos anuais de noventa e cinco milhões de reais. São tantos cargos loteados entre lideranças dos partidos e parlamentares com pouca ou nenhuma função a desempenhar, evidenciando verdadeira farra, claro absurdo e desperdício de dinheiros públicos. A saciedade com o imoral preenchimento desses cargos fere a dignidade de todo povo brasileiro, que vem sofrendo cruelmente com a deficiência de toda ordem, principalmente da saúde, do ensino, da segurança e dos transportes públicos. Enquanto uns reivindicam o direito à assistência pública de qualidade, outros poucos travam luta intestina para gastança sem critério algum de recursos, sempre minguados para aqueles e abundantes para estes. Isso é uma vergonha nacional que a sociedade precisa denunciar e exigir que essa extremosa indecência seja eliminada da administração pública.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 31 de janeiro de 2011
   

Ultrage à moralidade

De norte a sul do país, há frenética busca dos ex-governadores por aposentadorias indevidas, porquanto o Supremo Tribunal Federal já a considerou inconstitucional, mas esse veredicto não foi capaz de evitar a farra dos políticos na consecução dos seus intentos, ainda que resultem em sangria dos cofres públicos, pelo pagamento de despesas sem amparo legal.  A cultura dos políticos brasileiros não permite enxergar senão aquilo que lhe beneficie, não importando quanto à legitimidade do ato. Veja-se o caso de um importante político, beneficiário dessa vergonhosa imoralidade, que, na vã tentativa de justificar o injustificável, alegou que o valor da sua aposentadoria estava sendo doado a uma instituição de caridade, dando a entender, com seu “gesto benévolo”, que o produto do benefício provém de origem ilícita, não sendo, certamente para ele, confortável ficar com o dinheiro, talvez por temer que isso pudesse denegrir a sua imagem política. Na verdade, trata-se de típica pseudocaridade com chapéu alheio, porque, sendo ilegítima a fonte dos recursos, a doação também se torna viciada juridicamente. É imperdoável e inconcebível que essa investida insidiosa e perversa ao erário, que mais caracteriza subtração pacífica do dinheiro público, não tenha sido ainda terminantemente extirpada, com a apuração das responsabilidades, com vistas ao ressarcimento dos valores pagos indevidamente, como forma desejável do restabelecimento do princípio da moralidade pública.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 30 de janeiro de 2011
   

domingo, 30 de janeiro de 2011

Cassação de araque

Depois de mais de dois longos anos no cargo, a prefeita da cidade paraibana de Uiraúna, bem no interior do estado, foi cassada pela Justiça Eleitoral. É muito estranho e até lamentável a morosidade para a apreciação do caso somente agora, quando poderia ter sido tão logo e concomitante à denúncia das irregularidades, ocorrida nos idos de 2008, em seguida à eleição municipal. A vantagem da rapidez da deliberação teria sido com a possibilidade de solucionar o litígio antes mesmo da posse da cidadã envolvida, em cuja ocasião poderia ter sido demonstrada a ausência de ilicitude ou não do caso apontado, permitindo, conforme a situação, a posse do verdadeiro candidato escolhido democraticamente nas urnas, de forma incensurável e legítima. Contudo, a aludida vagareza processual, com certeza, milita em prol da prefeita cassada, que terá todo tempo do mundo para apresentar recursos e ficará mantida no cargo até o seu término e quiçá, se quiser, se reeleger para outro mandato e mesmo assim a sua cassação, ora deferida, não terá sido concluída. Até quando a Justiça se despertará desse estado letárgico, que só contribui para prejudicar as relações entre os cidadãos, que contribuem com escorchantes tributos para manter um Poder tão alheio às necessidades sociais?    

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 30 de janeiro de 2011

sábado, 29 de janeiro de 2011

Urgente responsabilização


Segundo noticia artigo publicado no Correio Braziliense, edição de 24 do mês em curso, o jornal Folha de S. Paulo fez alerta, em 2008, ao governo do Estado do Rio de Janeiro, que já era dirigido pelo atual mandatário, acerca do perigo da ocupação das encostas das cidades serranas, ressaltando a premente necessidade da desocupação da região, para evitar desastres e perdas de vidas humanas. Como o governador falastrão e doublê de político nada providenciou preventivamente, para afastar a gravidade, a sua omissão criminosa e a inércia administrativa podem ser consideradas responsáveis pela pior catástrofe da história deste país. No entanto, ao contrário de punição pela incompetência gerencial, esse cidadão acaba de ser premiado com a reeleição para o cargo de governador e terá, agora, o direito de desfrutar, por mais quatro anos, das benesses que o cargo lhe proporciona, sem o compromisso de zelar por coisa nenhuma. Esse aviso sobre o iminente sinistro reforça o entendimento segundo o qual o gestor público deve ser inarredavelmente responsabilizado, com a imediata aplicação das penalidades compativelmente com a sua ação ou omissão criminosa prejudicial à sociedade, inclusive com o seu afastamento do cargo e a sua prisão, para que o exemplo sirva de lição e haja mais interesse em administrar o interesse público com o devido zelo.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 28 de janeiro de 2011

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O insuspeito


Recentemente, a mídia destaca, estarrecida, que algumas estatais jurisdicionadas ao Tribunal de Contas da União contrataram o presidente desse órgão, com dispensa de licitação, para ministrar palestras e cursos de um a dois dias, nos exercícios de 2008 a 2010, em valores que atingem duzentos e vinte e oito mil reais. Questionado sobre o caso, sua excelência se defendeu, com o beneplácito de seus pares, alegando que nada fez de errado e não teria contrariado legislação alguma, embora conste que ele, na qualidade de relator de processos de alguns órgãos envolvidos nas contratações, mudou o entendimento do corpo técnico sobre determinada matéria. Com a finalidade de dar suporte às suas atividades particulares, o presidente do TCU abriu a empresa EMZ Cursos e Treinamentos. Esse é mais um episódio mal justificado, porque, à toda evidência, constata-se flagrante conflito de interesses e patente violação dos princípios éticos e morais inerentes à liturgia do importante cargo que exerce como dirigente do principal órgão fiscalizador e controlador dos gastos públicos federais, a quem a sociedade deposita plena confiança na eficiência e eficácia da sua atuação. Porém, esse tipo de denúncia tem o condão de suspeitar principalmente sobre a imparcialidade na condução das decisões processuais e a possível ingerência sobre os assuntos de interesse dos órgãos envolvidos. Trata-se, em princípio, de mais um vergonhoso caso em que, se tivesse ocorrido num país com um pouquinho de seriedade, o protagonista já teria renunciado ao cargo, como forma honesta de dar satisfação à sociedade que paga religiosamente os seus régios vencimentos.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 28 de janeiro de 2011
   

Coleção de privilégios

Muitos brasileiros já respiravam aliviados com a recente substituição do titular da Presidência da República, na esperança de que o ex-presidente desse uma boa contribuição no sentido de se aposentar da vida pública e de desfrutar de longo e imerecido descanso. Contrariamente, nesta data, o Partido dos Trabalhadores anuncia que vai pagar salário de R$ 13.500,00 ao ex-presidente da República, a título de presidente de honra do partido. O valor é um pouco superior ao que ele percebia antes, que também servirá para recompensar igualmente o seu esforço de nada fazer. Essa benesse se soma às outras duas inerentes à aposentadoria pela perda de um dedo e indenização pela “anistia” política. Mais uma vez, o contribuinte vai arcar com esse pesado ônus, haja vista que o orçamento federal destina verbas para o fundo partidário. Trata-se de mais um explícito e indevido privilégio com recursos do cidadão, porque, conforme esclarecido, as normas internas do seu partido não dispõem sobre a possibilidade do pagamento desse tipo de salário. Coisas do PT. É lamentável que esse seja mais um presente de grego, protagonizado justamente por quem teve a insensibilidade de aumentar a carga tributária dos brasileiros de 32% para aproximadamente 38% do PIB. O povo certamente merece mais esse absurdo fardo.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 27 de janeiro de 2011
   

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A insensatez

  De longa data, a saúde pública de todo país é um verdadeiro caos, não sendo privilégio negativo somente da capital dos brasileiros, onde faltam equipamentos médico-hospitalares, medicamentos, médicos e apoio administrativo, que contribuem seriamente para dificultar atendimento digno à população menos aquinhoada. O principal sintoma dessa chaga é a má gestão dos recursos públicos, que são despendidos sem qualquer priorização, com graves reflexos no sistema de saúde pública nacional. Não se trata em absoluto de escassez de dinheiros públicos, porque o Brasil é pródigo em ajudas financeiras a países como Cuba e outros, exemplos de democracia e de respeito aos direitos sociais, e benevolente em concordar sem questionar com as absurdas exigências dos dirigentes do futebol internacional, para a liberação de recursos para construir e reformar monstruosos estádios para os jogos da Copa do Mundo de 2014, com custos estimados em montantes incalculáveis, cujos monumentos terão pouca utilidade após os eventos, como o de Brasília e de outros estados sem expressão alguma da prática do futebol. Essas evidências reforçam, de forma insofismável, a incompetência gerencial, a falta de priorização das necessidades humanas e acima de tudo a vulgarização do sofrimento das pessoas, que sempre são colocadas em planos secundários. Como a saúde pública encontra-se, há bastante tempo, padecendo na UTI, a alternativa mais adequada ao caso em tela é a responsabilização dos maus administradores públicos, que seriam obrigados a tomar remédios amargos, porém eficazes contra a insensibilidade, o descaso, o tratamento indigno e a perversidade praticados em desfavor do ser humano.   

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 25 de janeiro de 2011
   

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Privilégio da despedida

A concessão indevida de passaportes diplomáticos aos filhos e netos do ex-presidente da República, a dois dias do término do seu mandato, pegou tão mal que a nova administração federal cuidou imediatamente de mudar as regras para a liberação desse documento. O atual governo preferiu simplesmente “aperfeiçoar” as regras já existentes, que já eram claras quanto àqueles que têm direito ao usufruto das vantagens dos superpassaportes. Infelizmente, a péssima lição deixada por esse episódio não foi suficientemente capaz de incutir no novo governo a necessidade de serem corrigidos os erros da administração pública, como os aludidos acima, que vêm causando estragos na credibilidade dos seus atos e envergonhando a nação, com privilégios inaceitáveis e injustificáveis. Na realidade, a nação esperava, como forma de moralização do serviço público, o conserto da trapalhada, com o cancelamento dos questionados passaportes, por terem sido concedidos irregularmente, sob a fajuta argumentação de que teriam sido “em função do interesse do país”, quando todos sabem que aqueles destinatários, no momento da expedição, não preenchiam esse requisito.
                                                                    
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 24 de janeiro de 2011


Decadência moral


A Universidade de Brasília – UnB passa por momentos de dificuldade com a comprovada notícia da transformação de algumas de suas dependências, como salas de aula e anfiteatros, em tranquilas e aconchegantes acomodações para o comércio, o uso e a disseminação à vontade de bebidas alcoólicas e drogas, acompanhadas de festinhas badaladas, com plena isenção de controle e sem restrição de qualquer ordem. Há evidência de que esse episódio expõe o extremo da ousadia, da falência dos valores humanos e morais e do ultraje à dignidade de uma instituição educandária superior de escol, que conquistou respeitabilidade acadêmica de alta qualidade, com reconhecimento nacional, pela eficiência do ensino por ela praticada. É lamentável que a sua reputação tenha sido envolvida em noticiário policial, protagonizado por meia dúzia de maus elementos, que não têm a menor ideia do real significado da grandeza da UnB e quanto custa para a nação mantê-la em eficiente funcionamento. Espera-se, agora, que a lição da UnB, para os infratores de suas normas internas e das regras dos bons costumes, seja compatível com o alto conceito que ela desfruta no seio da sociedade, servindo de exemplo para todo o seu corpo discente, de modo que essa chaga seja definitivamente extirpada de suas respeitáveis dependências.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES                         

Brasília, em 23 de janeiro de 2011

Benefício da vergonha

No Brasil, vem sendo implantado sistema de cotas sociais nas universidades públicas e nos serviços públicos, tendo como objetivo primordial propiciar política de inclusão e de diminuir a desigualdade social, em exclusivo benefício aos afrodescendentes. Isso vem suscitando séria polêmica quanto aos seus fins, especialmente porque, na prática, há inarredável estabelecimento de discriminação em virtude de a escolha ter por base a cor da pele, como se as pessoas da raça negra não tivessem qualificação para competirem com os seus semelhantes de diferentes raças e se estes últimos indivíduos fossem imunes às carências daqueles e desmerecedores dos mesmos benefícios. No caso vertente, há nítida proteção injusta a determinado segmento social, em flagrante menosprezo à sociedade como um todo, que, independentemente da raça, cor ou etnia, tem direito de igualdade de tratamento assegurado na Constituição Federal. A distinção pela cor é absolutamente inaceitável na atualidade, por ferir vergonhosa e inexplicavelmente o princípio isonômico de condições sociais que deve, necessariamente, coexistir entre os semelhantes. Essa questão social recorrente deve ser tratada com competência e racionalidade, evitando-se a concessão de privilégios a quem quer que seja. Como forma de se evitar esse tipo de abominável discriminação, repelida constitucionalmente e odiosa por contrariar frontalmente princípios fundamentais dos Direitos Humanos Universais, convém que sejam criados programas e políticas governamentais com a finalidade de beneficiar igualitariamente toda sociedade brasileira carente, indistintamente de sua origem racial, que, por questão de justiça, jamais deveria servir de base para exclusivo benefício social.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES                         

Brasília, em 19 de janeiro de 2011                                        


Aniversário da Letícia

A capital da República registra com muito ânimo evento especial e histórico, em comemoração ao primeiro aniversário da querida Letícia, que, ao formular convite a todos para o encontro, anunciou: “Vou apagar a velinha, bater palmas e cantar.”. Os pais da aniversariante, Cátia Beatriz e Elder, exultavam satisfação e felicidade, por verem o seu esforço exitoso com a reunião da sociedade brasiliense, em especial a família Fernandes, em expressiva participação, constituída pelos avós paternos Dalivan e Chagas, tios Canidé, Neuza, Adalmir, Aldenir, Volnei, Socorro, Luiz, Salete, Cláudio, Lúcia, Adamilto,  Paula, Estanislau e Luara e uma turma entusiasmada de primos da homenageada, todos, juntamente com os demais familiares e amigos, manifestando espontaneamente e de coração a alegria e o contentamento pelo congraçamento descontraído e festivo. Na oportunidade, a aniversariante e os presentes estavam à vontade e participaram ativamente da felicidade reinante da ocasião. Eram facilmente visíveis, pelos semblantes, que todos curtiam descontraidamente o momento, aproveitando para degustar as deliciosas e fartas guloseimas e bebidas servidas à vontade. Como não poderia deixar de ser, as musiquinhas próprias para o evento animavam e embalavam o ambiente, que era só alegria. Foi tudo muito maravilhoso, principalmente pelo encantamento plasmado nas pessoas presentes, que, em pura confraternização, estavam na presença da Letícia, para lhe parabenizar pelo seu primeiro natalício e rogar a Deus que lhe proteja e propicie muitas felicidades.
                    Parabéns, Letícia, pelo seu aniversário!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 22 de janeiro de 2011
   


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Responsabilização

Os especialistas garantem que, somente em raríssimos casos, as tragédias são imprevisíveis. O que existe, na realidade, é a arraigada negligência, desídia, dos administradores públicos, cuja indolência gerencial vem entravando ou dificultando a indispensável e efetiva prevenção de sinistros, que poderiam ser evitados ou sensivelmente amenizados com a identificação dos problemas e o adequado e eficiente planejamento para a execução das medidas de prévio saneamento das falhas estruturais. A pior prova da incompetência do gestor público é que os gastos com a prevenção normalmente são mínimos, conquanto a reconstrução ou reparação dos estragos exige montanhas de dinheiros públicos. A falta de vontade política e o desinteresse na articulação dos órgãos competentes por certo são fatores que contribuem para banalizar as tragédias, que, de forma altaneira e impiedosa, vão continuar causando sofrimento e danos irreparáveis à sociedade. Este é o momento ideal para serem impostas regras duras e vigorosas, no sentido da responsabilização dos administradores públicos pela sua omissão, nos casos de tragédias que poderiam ser evitadas com a simples prevenção.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 19 de janeiro de 2011

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Indignidade

Alguns estados brasileiros vêm concedendo a ex-governadores pensões especiais, não importando o tempo em que tenham permanecido nos cargos, em valores que podem atingir os montantes integrais da atividade. Essa forma de benefício, embora amparada legalmente, caracteriza verdadeiras imoralidade e indecência e afronta à dignidade e honradez dos cidadãos contribuintes, que, além de arcarem com mais esse pesado e indevido ônus, são obrigados por lei a pagarem contribuições previdenciárias por, pelo menos trinta e cinco anos, para se aposentarem com base em beneficio sempre inferior ao valor percebido na atividade. Essa aberração se torna ainda mais grave porque as pensões correspondem aos valores integrais, em contrapartida pela prestação, às vezes, de apenas nove meses de serviço público. Como isso contraria os consagrados princípios constitucionais da ética e da moralidade, já que não houve o recolhimento da contribuição previdenciária pertinente, compete ao Ministério Público demandar ações judiciais apropriadas, com vistas à correção de imerecidos e injustificados benefícios, porquanto a Carta Magna assegura que todos os cidadãos são iguais perante a lei.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES                         

Brasília, em 19 de janeiro de 2011                                        

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Incompetência e dor

Está comprovado, ao longo dos tempos, que o povo brasileiro é pródigo em solidariedade nos momentos de dificuldade e sofrimento do seu semelhante e isso se manifesta espontaneamente nos casos de catástrofes e calamidades públicas, em que há imediata mobilização geral, com a finalidade da arrecadação de mantimentos diversos. Em muitos casos, as coletas são tantas que não é possível o seu transporte para os locais afetados. Todo esse comprometimento é bastante louvável, embora sendo exclusiva consequência da incompetência e do desmazelo dos administradores públicos, que, inversamente ao espírito solidário da sociedade, cada vez mais vêm se especializando em ineficiência da gestão do interesse público, ao permitirem que as mazelas nas cidades se multipliquem à luz do dia e às claras, pondo em gravíssimos riscos preciosas vidas humanas e riquíssimos patrimônios, cujos sinistros frequentes têm causado prejuízos incalculáveis e irreparáveis à nação. Neste momento de dor e sofrimento intensos, a consciência de cada cidadão clama por gerenciamento responsável e competente, em todos os níveis, e por que a sociedade também tenha semelhante inteligência para escolher as pessoas certas para operarem o milagre da salvação nacional.  

ANTONIO ADALMIR FERNANDES                 

Brasília, em 18 de janeiro de 2011                                        

sábado, 15 de janeiro de 2011

Puro preconceito


Nunca se discutiu tanto neste país sobre a possibilidade ou a legitimidade de um palhaço, pouco letrado ou quase analfabeto, poder assumir uma cadeira de deputado federal, conquistada com mérito nas urnas. Trata-se sem dúvida alguma de um preconceito explícito e abominável de parte da hipócrita sociedade contra um cidadão cumpridor de seus deveres, que tem pleno e legítimo direito de assumir cargo público como qualquer outro, a exemplo do empresário, sindicalista, ruralista, operário, bancário, profissional liberal..., em que ninguém, com relação a estes, ousa questionar sobre a sua capacidade para desempenhar a nobre função de parlamentar. O palhaço, por sua experiência, tem sensibilidade social aguçada e sabe auscultar, como poucos, a ansiedade dos menos aquinhoados. Além do circo, onde desempenha o seu papel social, o palhaço, independentemente de ser semialfabetizado ou ter formação acadêmica, pode e tem condições de atuar também em qualquer campo de atividade e sua participação contribuirá positivamente para agregar novas ideias e importantes projetos em benefício da sociedade, que ultimamente vem se ressentindo de enorme carência de pessoas interessadas em ajudar o crescimento da humanidade.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 14 de janeiro de 2011


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Lágrimas da cegueira

As imagens mostradas pela rede Globo de Televisão, na edição do Jornal Nacional do dia 03 último, revelaram, sem retoques ou truques, a nitidez de um pedaço do Brasil real, representado por uma população totalmente desamparada e maltratada com marcas profundas na carne e no seu íntimo, gravadas com a maldade dos truculentos narcotraficantes, que dominaram soberanamente, sem qualquer interferência das forças policiais ou das autoridades governamentais, um enorme território, assaltando e praticando as piores perversidades, inclusive assassinatos sem qualquer motivação. Enquanto isso, como se tudo estivessem às mil maravilhas, o Brasil mantém forças de pacificação em diversos países, com o patrocínio da ONU, e vem fazendo generosas e jamais explicadas ajudas, com dinheiros dos contribuintes, a países que sequer respeitam os mínimos direitos humanos, como Cuba e outros simpatizados. Os fatos emergidos com a provável liberação do Complexo do Alemão dão a exata dimensão do quanto, neste país, as vidas humanas não são realmente respeitadas, confirmando a absoluta cegueira que contagiou significativa parcela dos governantes, que somente estão aptos a enxergarem aquilo que lhes convém, aliás, com a visão ampliada com o auxílio das imagens trimendicionais, denominadas simplesmente de efeito 3D.  
                                      
ANTONIO ADALMIR FERNANDES                        

Brasília, em 07 de dezembro de 2010                                        

O poder da pesquisa

Por ter canalizado pesadamente seus esforços para a execução de projetos voltados para a assistência social, em especial o Bolsa Família como carro-chefe, e de cuidadosa política econômica, dando continuidade aos programas criados pelo governo anterior, e ainda respaldado em maciços gastos específicos em publicidade, o ex-presidente atingiu quase a nota máxima na sua avaliação de desempenho. É questionável o motivo pelo qual essa avaliação não tenha contemplado o seu desempenho pelo conjunto da obra, englobando também a situação calamitosa das estradas, da falência do sistema de saúde púbica, da deficiência e do atraso do ensino público, da falta de segurança nas cidades, da falta de ética e de moralidade na gestão pública, sobretudo quanto aos escândalos do mensalão, do sanguessuga, do caso Erenice, dos conchavos espúrios com os políticos, entre outros fatos que a mídia cansou de denunciar e não resultaram em nada. Na verdade, o marketing foi muito bem direcionado e reforçado para as áreas estratégicas, que estavam dando notoriedade e bons dividendos, cuja avaliação encomendada ou comandada por agente subsidiado sempre conseguia a nota de aprovação nunca vista antes. Agora, a sociedade anseia por que o atual governo consiga bom desempenho dos seus programas e que os meios de avaliação reflitam, com seriedade, exatamente o resultado de todas as atividades governamentais.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 14 de janeiro de 2011

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A esperança da paz

Passada a euforia pela conquista, considerada heróica, do Morro do Alemão, não se tem notícia alguma sobre planos ou estudos de medidas governamentais, com vistas ao efetivo combate ao fantástico mercado das drogas. Talvez seja necessário que haja reincidência dos fatos lamentáveis ocorridos anteriormente à invasão àquela localidade, para que as autoridades sintam novamente a gravidade da situação e se arvorem em esboçar alguma iniciativa a respeito. Enquanto isso não acontece, a indústria química do Brasil, a maior da América Latina, continua abastecendo abundante e livremente insumos químicos necessários ao refino da cocaína, as fronteiras permanecem escancaradas e sem restrição para a entrada à vontade no país de drogas, armas e munições e também não há sequer iniciativa de cooperação internacional para o estabelecimento de políticas capazes de coibir as atividades lucrativas dos narcotraficantes. Sem mencionar a evidente falta de estrutura para atender e apoiar os usuários das drogas, que tranquilamente lotam as ruas das cidades. Com a finalidade de combater o tráfego de drogas, considerado todo o conjunto das mazelas a elas inerentes, o governo federal tem a obrigação, mais do que urgente, de priorizar a adoção de providências enérgicas, drásticas, objetivas de eficientes, abrangendo todo o território nacional, para serem executadas nos moldes da operação “Morro do Alemão”, devendo, para tanto, convocar a participação da sociedade, que terá total interesse em contribuir para erradicar do seu seio essa chaga maldita.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES                           

Brasília, em 12 de janeiro de 2011

É mentida, Terta?

Em determinada ocasião, numa audiência, o juiz, incrédulo, indagou ao réu o motivo pelo qual ele estava desacompanhado do advogado. Prontamente, o acusado respondeu que estava disposto a confessar exclusivamente a verdade. Nem sempre as estórias têm final semelhante, mas às vezes elas podem se tornar verdadeiras, a exemplo da barbárie da 113 Sul, em que o criminoso, friamente e sem a presença de advogado, já declarou, passo a passo, seu desatinado ato de crueldade, assumindo espontaneamente a autoria de tudo. Não será novidade alguma se, de repente, aparecer algum rábula, sem qualquer pretensão de notoriedade na mídia, apenas encorajado de intransigente defensor do réu, declarando, como de costume, que o seu cliente foi severamente espancado, com maus tratos, para assumir a culpa pelo horribilíssimo crime; que ele não tem domínio de suas faculdades mentais, sendo, por isso, incapaz de ofender sequer uma mosca; que as jóias e os valores por ele negociados foram objeto de merecido presente, em gratidão pelos bons serviços prestados no prédio; que, nos autos, não há qualquer prova material que o incrimine; e que, ao final, será operada justiça, depois de mostrada cabal inocência do seu representado, que é um homem de bem. Se isso vier a acontecer, é sempre lamentável que somente reste à sociedade, estarrecida e impotente, assistir tudo com indignação e revolta, por mais uma tentativa de ludibriagem e distorção, com requinte de retocagem nua e crua dos fatos. A sociedade espera que todo profissional, não importando a circunstância ou o ramo da atividade, atue sob o pálio da ética e dignidade, acima de qualquer vaidade ou interesse de grandeza pessoal.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 19 de novembro de 2010

É, nem tanto

Por mais que as autoridades governamentais se esforcem em defender, há um rosário de dúvidas quanto ao sucesso do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), tanto que, presentemente, a sociedade e a Justiça têm opiniões mais realistas sobre o seu fracasso até então, principalmente à luz das graves falhas na aplicação dos últimos testes, como problemas na montagem, gabaritos invertidos, questões repetidas ou falhas, quebra do sigilo do tema da redação etc. Induvidosamente, o Enem é excelente ideia, por objetivar a unificação em todo país dos vestibulares. Contudo, o despreparo, a incompetência, o desleixo e a confusão evidenciados até agora são prova inconteste da má gestão dos dinheiros públicos, que estão sendo jogados continuamente pelos ralos e as autoridades ainda se vangloriam do gerenciamento problemático da educação, que, em todos os níveis de ensino, há razoável deficiência e clama pela urgente atenção que merece. Haja imposto para bancar tantas incompetências e trapalhadas, nunca vistas antes neste país.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 05 de novembro de 2010

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Loba ferida

Ultimamente, a população de Brasília se encontra absolutamente magoada com o verdadeiro abandono da cidade querida, parecendo que os atuais governantes, deslumbrados com o poder colocado nos seus colos, entregaram-se aos prazeres do uísque paraguaio, não permitindo despertarem-se da ressaca profundo com que foram acometidos. Com isso, eles permitiram que a cidade fosse transformada, sem necessidade de esforço algum, em cenário perfeito para as filmagens de película de terror, com todos os recursos naturais expostos em cada esquina, se é que existe, mas, certamente, ao contrário disso, haveria grande dificuldade para a colocação em toda região de arranjos reais de desprezo como se constata no momento, com muita sujeira explícita, insetos e ratos se multiplicando em cada canto, lixo acumulado sem a adequada acomodação, mato competindo com a mata Atlântica, buracos nas pistas lembrando o cenário da lua e a falta generalizada do respeito às normas de conduta da cidade. É lamentável que esse triste desmazelo ocorra com um lindo e respeitável monumento contemporâneo de apenas cinquenta anos de idade, que é símbolo da modernidade mundial. Brasília, acorda dessa letargia maldita, corrige todas as chagas do desgoverno e da incompetência administrativa e mostra ao mundo a sua verdadeira importância magistral e altaneira dos brasileiros.    
 
Antonio Adalmir Fernandes

Brasília, em 29 de dezembro de 2010

Haja coerência

No site “folha.com”, noticiando os acontecimentos do dia 09 do corrente mês, consta, in verbis: “Em sua primeira semana, Dilma Rousseff fez algumas mudanças no seu gabinete. ... e retirou a bíblia da mesa e o crucifixo da parede.”. A medida atinente à retirada da bíblia e do crucifixo do seu gabinete contrasta diametralmente com as suas atitudes postas em prática na campanha eleitoral, quando, após ser acusada pelos adversários de ter mudado as suas convicções religiosas, ela se declarou católica fervorosa e por pouco não se mudou com mala e cuia para um templo religioso, mas teve a “humildade” de visitar com invariável frequência catedrais, igrejas, templos, creches mantidas por organizações religiosas etc., talvez com o propósito de angariar uns votos a mais. No entanto, nessa fase, não foi possível o merecimento da canonização, ainda na campanha, por absoluta exiguidade do pleito eleitoral. Na realidade, essa notícia contraditória apenas vem confirmar o convencimento da população sobre a dubiedade comportamental da presidente da República, uma vez que o seu pensamento não é externado de forma clara, deixando a nação sempre na expectativa do próximo ato, torcendo, evidentemente, para que ele seja sempre em benefício de todo o povo brasileiro.     
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 09 de janeiro de 2011

O sabor do tutano

Tão logo imediatamente à passagem da faixa presidencial, suscitou-se dúvida se houve ou não convite de autoridade competente para o ex-mandatário mor e família usufruírem dos prazeres praianos, com absolutos conforto e privacidade, às custas do tão sacrificado povo brasileiro. Na verdade, o cerne da discussão deveria cingir-se, primordialmente, se foram observados os princípios consagrados na Carta Magna, quanto à legalidade, ética e moralidade, que devem balizar e orientar a conduta dos negócios do Estado, que são mantidos a duras penas com dinheiros arrecadados dos trabalhadores, que, concomitante à notícia,  foram, imerecidamente, recompensados com o tripúdio sarcástico por aqueles que se beneficiam indevidamente das nababescas mordomias oficiais. Urge que as autoridades governamentais sejam conscientizadas de que a gestão dos recursos públicos é coisa muito importante para os interesses da nação e que eles não podem ser distribuídos ao bel-prazer, de forma generosa e graciosa, como forma de benesse para agradar a quem quer que seja, muito menos a quem, por oito anos, degustou do especial filé mignon e agora resiste em não largar sequer o osso, porque sabe que o substancioso tutano oficial também é bastante saboroso e nutritivo. Aliás, casos que tais, num país um pouquinho sério, ensejariam a apuração de responsabilidades e perda do cargo, por uso irregular de dinheiros públicos, mas, como isso ocorreu nas terras Brasis, é como se nada tivesse ocorrido, ou seja, o caso deve ser encarado com naturalidade, porque todos agem dessa mesma forma, conforme respalda a insensata justificativa do ministro da Defesa, que acusou de “absolutamente ridículas” as críticas feitas pela imprensa sobre o lamentável affaire.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES 

Brasília, em 05 de janeiro de 2011

Jeitinho Caseiro

Nem mesmo o até então insuspeito Itamaraty, no alto da sua tradicional e respeitável chancelaria, conseguiu cerrar as suas portas, no final do governo, sem protagonizar escândalo que, por certo, ficará gravado na secular história da casa do venerável Barão do Rio Branco, em virtude da indevida concessão de passaportes diplomáticos a quem efetivamente não preenchem os requisitos legais para o merecimento da outorga de tamanha importância. Esses documentos simplesmente transformam os beneficiários em pessoas com regalias e facilidades especiais que os diferenciam dos demais serem humanos. Por comprometer a lisura ínsita dos atos administrativos, essa chaga moral tem o condão de macular a sempre brilhante atuação do Itamaraty e põe em dúvida a licitude de seus atos, ficando evidenciada a facilitação do jeitinho brasileiro, com exclusiva finalidade de, no mínimo, agradar o “todo poderoso”, em claro afronta ao interesse público. É o caso da imediata anulação dos aludidos documentos, por terem sido concedidos em absoluto ferimento aos princípios da legalidade, da ética e da moralidade, além de não se coadunar com o senso de justiça social, sob pena de o Barão do Rio Branco lamentar profundamente a ostentação do seu insigne nome naquela Instituição sempre considerada paradigma de competência, eficiência e dignidade.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 05 de janeiro de 2011

Voo da agonia

Com embarque às 12h30 do belo segundo dia do ano-novo, para um voo de exatas duas horas e quarenta e cinco minutos, uma empresa aérea que se autointitula inteligente protagonizou um vexame inimaginável na história da aviação comercial, em virtude da distribuição aos passageiros, com aeronave lotada, de um copo de suco, refrigerante ou água, acompanhado, pasmem, de um ridículo pacotinho de amendoim salgado com apenas quinze gramas. A indignação maior de todos foi a notícia da venda de lanches e bebidas a bordo, a preços compatíveis com a altura da aeronave. Seria mais correto e elegante se, como forma de profissionalismo sério e elegante, fosse informado, com a devida antecedência, que não haveria distribuição de nada, ficando a opção de quem quisesse levar o seu próprio lanche ou submeter-se à aquisição dos produtos da empresa. De qualquer modo, esse voo propiciou uma importante lição para não ser esquecida, ante a enorme frustração com a expectativa da distribuição de um lanche quente e farto, em face da longa duração do voo. Evidentemente que esse episódio é motivo suficiente para, no futuro, serem avaliados, não somente os preços, mas também o atendimento de bordo. Por certo, na próxima viagem nessa aviação, não haverá decepção alguma, porque serão tomadas as devidas precauções.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 02 de janeiro de 2011 

domingo, 2 de janeiro de 2011

Politicamente incorreto

No fechamento das cortinas do mandato presidencial e do maravilhoso ano de 2010, a nação brasileira acaba de receber um presente de grego, com a decisão pela permanência nas terras tupiniquins do “eminente diplomata italiano”, Sr. Cesare Battisti, possuidor de “invejável curriculum”, tendo sido condenado à revelia, no país de origem, à prisão perpétua, por quatro mortes e participação em atos “heróicos” de terrorismo e cumplicidade em assassinatos cometidos nos anos de 1978 e 1979. Impõe-se relembrar a coerência desse governo, que extraditou dois “violentos” atletas para Cuba, país “cumpridor” da democracia e do respeito aos direitos humanos, para receberem as devidas homenagens de praxe. É de se lamentar que essa generosa medida não seja estendida também, em forma de benefício de fim ano, aos nossos anjinhos brasileiros, como Beira-Mar, Marcola etc., igualmente exemplos de “honradez”. Esse ato fere de morte a dignidade do povo brasileiro, por premiar vergonhosamente a impunidade, e terá, por certo, o repúdio e a desaprovação de mais de 83% da opinião pública. Espera-se que o clima benfazejo do ano-novo propicie decisões justas e coerentes com os fatos delituosos.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 31 de dezembro de 2010

Obrigado, Senhor

Não se trata de qualquer surpresa, mas, de repente, se percebe que o ano chega ao fim, sugerindo que o momento seja para reflexão, com a finalidade de possibilitar a realização de um balanço e da apuração dos lucros e perdas da nossa existência.

As perdas, como de costume, foram significativas e são representadas pelas tristezas e saudades próprias do ser humano e também pela impossibilidade material da convivência e do contato permanente com todos os familiares e amigos.

Sem dúvida, os lucros superaram em muito as perdas, porquanto houve verdadeiro compartilhamento de muitas, palpáveis e inumeráveis conquistas ao longo do ano, como a celebração de inesquecíveis momentos felizes e alegres, em especial com o presente divino da chegada do amado Pedro Henrique, que veio acrescentar motivação a mais ao pleno sentimento da felicidade e do amor entre nós.

A retrospectiva do velho ano mostra um lindo e bem pintado quadro sem retoques, onde se pode vislumbrar facilmente que a safra do período foi farta e abundante,  propiciando colheita de muitos, saudáveis e bons frutos, que servirão de base para o enfrentamento dos dias futuros, tanto que, agora, estamos aqui, reunidos, com as graças e sob as bênçãos de Deus, comemorando os resultados do ano e aproveitando para distribuir irmãmente os bônus e os dividendos em forma de alegrias, felicidades e amor acumulados no período.

O surgimento de um novo ano tem o poder mágico de se ansiar por esperanças imagináveis em todos os sentidos, inclusive o renascimento de muitas e boas realizações por todos, o fortalecimento das relações interpessoais e o crescimento da fé e do amor, de modo que as nossas vidas sejam sempre maravilhosas, com a obtenção de nossas aspirações, e que o mundo seja cada vez melhor.

Ao ensejo desta ocasião especial e festiva, vamos elevar nossos pensamentos a Deus, para agradecer pela união, pela saúde, pela luz permanente, pela sabedoria, pelos ensinamentos e orientações espirituais, pelo carinho, pelas alegrias, por todos os bons e verdadeiros momentos de carinho e de felicidade e pelas fecundas realizações no ano que se finda.

Finalmente, o desejo de todos, com certeza, é de que, no ano-novo, sejam multiplicadas as realizações colhidas no ano que acaba e que Deus esteja mais uma vez presente em todos os nossos corações, para possibilitar a promoção do sublime e verdadeiro amor entre as pessoas.

Pessoalmente, quero aproveitar a oportunidade para também agradecer do coração ao bondoso Deus pela salutar, feliz e prazerosa convivência com meus familiares, amigos e até desconhecidos, em especial com meus queridos Aldenir, Alysson, Aline, Andersen, Viviane, Clara, Ana Luíza e Pedro Henrique, augurando que essa feliz companhia seja sempre iluminada pelas luzes celestiais.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 31 de dezembro de 2010

Defesa da segurança

Nacionalmente, é deplorável a situação da segurança pública, notadamente em virtude da ousadia do crime organizado, que vem se especializando e se infiltrando nas políticas públicas, com a finalidade de desnortearem completamente os seus planos de combate à criminalidade. O caos não se tornou ainda pior, nos últimos tempos, graças ao avanço ocorrido em algumas áreas da sociedade, com a implementação de programas públicos de assistência social. Como o Brasil dispõe de distâncias territoriais comparáveis a verdadeiro continente, o governo tem a obrigação, por força de ditames constitucionais, de dedicar especial atenção ao equacionamento desse grave e emergente problema social, sob pena, não somente de degradar a já complicada situação da ordem pública, mas também de prejudicar ainda mais a imagem bastante desgastada do país no exterior. Convém que seja forjada uma consciência cívica capaz de exigir das autoridades a imediata implantação de programas nacionais de segurança pública, abrangentes e eficientes, com vistas à efetiva proteção dos brasileiros.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 28 de dezembro de 2010

Natal de verdade

Novamente, nos deparamos com as emoções e os sentimentos da maior festa de aniversário, em que os corações das pessoas são preparados para o recebimento de Jesus Cristo, onde, pelo menos por momentos maravilhosos, Ele permanece e opera a magia do verdadeiro amor.

Por ocasião da celebração do natalício do menino Jesus, as pessoas são abençoadas por Deus e então é evocada a vontade da realização do amor, que é o verdadeiro sentido da vida, e do perdão, por meio do qual se atinge o amor, na sua sublime acepção.

É bem verdade que, em muitos casos, as comemorações não passam da célebre troca de presentes, com efeitos meramente comerciais, quando melhor seria se as manifestações natalinas fossem de pura alegria e de distribuição de concretas ações voltadas à exaltação da harmonia, da paz e da união entre as pessoas, porque a prática ao culto desses sentimentos gera o amor, que é a verdadeira mola propulsora capaz de extirpar muitos males da face da terra.

Além do mais, é sabido que o sorriso, o ato de bondade, a ajuda, o perdão e a compreensão são gestos de generosidade que tanto beneficia o próximo como tem o poder milagroso de sempre retornar, como um bumerangue, a quem os semeia, em maior intensidade.

Portanto, já não há mais dúvidas de que as boas ações e as festas de confraternizações natalinas, sempre externadas espontaneamente, com naturalidade e sem nenhum esforço, são exemplos de real elevação da autoestima das pessoas e do fortalecimento da aplicação dos princípios da solidariedade cristã.

Com inspiração nessas manifestações positivas e edificantes de amor, seria salutar que o ser humano adotasse-as permanentemente, não somente num único momento do ano, como forma de consolidar os princípios da cristandade e de propiciar a prosperidade do bem e da bondade entre as pessoas.

Feliz Natal para todos!
                                                 
Antonio Adalmir Fernandes

Brasília, em 20 de dezembro de 2010

Espírito natalino

Já estamos em plena fase pré-Natal, em que há uma correria turbinada e quase sem limites para os preparativos das comemorações do nascimento do menino mais famoso, Jesus Cristo. Na verdade, há uma  sensação de paz e solidariedade transitando entre as pessoas, fortalecida pelo espírito natalino, tendo como pano de fundo a já tradicional e salutar prática do oferecimento mútuo de presentes, originária da visita de cortesia dos três Reis Magos ao recém-nascido.

Todavia, nesta época, infelizmente, a essencialidade religiosa do Natal vem perdendo significativo terreno para a artificialidade econômica, porquanto a figura do bom e amável velhinho, poderoso pela fama de distribuir muitos presentes, é símbolo marcante e ganha destaque principal no Natal, quando todas as reverências deveriam ser dedicadas apenas à criancinha nascida na manjedoura.

Seria maravilhoso se as mentes humanas estivessem, nesta época festiva, mais direcionadas para a celebração do nascimento daquele que é síntese do amor, da justiça e da paz, que são o pilar da verdade, da solidariedade e da união entre os povos, sentimentos estes que a humanidade vem ressentindo nos tempos modernos.

Neste Natal, voltemos nossos pensamentos para Deus, na esperança de que as comemorações do nascimento do menino Jesus Cristo, em todas as partes do planeta Terra, renovem nos corações das pessoas o verdadeiro espírito natalino, infundindo neles a valorização dos princípios da Cristandade, para que o mundo seja bem melhor e mais justo.

Ao ensejo, estamos convidando o aniversariante para participar conosco deste nosso encontro, para a celebração em família da sua natalidade, rogando-Lhe que a sua presença entre nós aumente ainda mais a nossa fé e o amor pelo próximo. Obrigado, Senhor, por este momento feliz. Amém!
                         
ANTONIO ADALMIR FERNANDES                                      

Brasília, em 17 de dezembro de 2010

Devo, não nego

No passado próximo, o verdadeiro calcanhar de Aquiles do Brasil era a dívida externa, tendo como principal credor o FMI - Fundo Monetário Internacional. O engenhoso presidente da República conseguiu, em 2007, quitá-la, para se livrar dos rigores da fiscalização exercida por esse órgão, que praticamente ditava os rumos da economia do país, estabelecendo limites e impondo regras consideradas ortodoxas. Tudo foi motivo de muitas celebrações e exaltações exacerbadas. Porém, sem dinheiro em caixa, a astúcia do governo foi pegar emprestado aos banqueiros, a juros extorsivos de 11% a.a., enquanto o FMI cobrava apenas 1% a.a., ou seja, a liberdade da dívida externa implicou automática adesão ao pagamento de juros a mais de 10% a.a. Considerada milagrosa, essa operação vem causando verdadeiro rombo nas contas públicas, porque, à época da quitação, a dívida brasileira total era de 1,4 trilhão de reais e, agora, é de 1,89 trilhão de reais, significando aumento de 1 trilhão de reais da dívida do Brasil, desde o início desse governo, que era de 852 bilhões de reais. O expressivo aumento da dívida brasileira tem uma justificativa plausível. Destina-se aos gastos com o PAC e a infinidade de bolsas filantrópicas. O ritmo alucinante do endividamento tem motivado desastres para a economia do país e a sociedade contributiva certamente já está arcando com as consequências da malograda alforria. Na  campanha eleitoral recente, não houve debate sobre essa lamentável e terrível incompetência da gestão dos recursos dos brasileiros. 
  
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
                           
Brasília, em 14 de dezembro de 2010

O país da Alice

Depois de participar ativamente, durante nove meses, das peripécias no famoso mundo imaginário denominado País das Maravilhas, recém-desembarca no planeta Terra, com mala e cuia, a bela princesa Alice, que vem fazer temporária companhia aos seus priminhos, também princesa e príncipe, Ana Luíza e Pedro Henrique, que, juntamente com os demais componentes da corte, ficaram bastante felizes com a sua presença, a quem desejam os melhores votos de boas-vindas, principalmente em virtude do difícil e árduo caminho percorrido desde a concepção até o seu natalício. A jovem Alice tem demonstrado preocupação, motivando inclusive a perda momentânea de seu valioso sono, por não ter conseguido ainda gerenciar com eficiência a farta produção de leite posta à sua disposição. Outra tarefa preocupante será como cuidar da abundante cabeleira. Espera-se que o novo membro da corte seja esperta e inteligente quanto os seus priminhos. A Ana Luíza, por exemplo, há algum tempo, já consegue facilmente, com suas criatividades, enganar a avó Aldenir, que se derrete em candura às suas travessuras. Ninguém esquece a célebre e memorável noitada do talco, em que o quarto foi literalmente tomado pelo perfumado pó, enquanto a avó dormia o sono reparador dos justos. Já o Pedro Henrique, possuidor de QI refinado, com apenas pouco mais de seis meses de idade, já é fanático torcedor, desde criancinha, do Fogão, embora ainda não tenha sido possível identificar se isso é hereditário. Uns dizem que o DNA pode influenciar. Porém, há fortes controvérsias, podendo-se acreditar que se trata mesmo de bom-gosto precoce, apenas. Outro sinal de inteligência apurada é evidenciada quando ele recebe a visita se seus avós paternos, em que a sua reação de felicidade é instantânea e comovida, expressada mediante choro profundo e quase incontrolável. Isso é prova inconteste e suficiente da sabedoria dessa linda criança, que já sabe distinguir sem dificuldade o belo do feio. O importante mesmo é que, no castelo de verdade, continua reinando um ambiente de muita alegria, paz e contentamento com presença entre nós da querida Alice. 

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
                           
Brasília, em 13 de dezembro de 2010

Hipocrisia

A história registra que, nos áureos tempos, a corte brasileira se notabilizou pelos excessos e abusos com os dinheiros públicos, sobressaindo os gastos com refinada e exigente mordomia destinada aos cortesãos, a quem eram servidos, com fartura e abundância, os melhores e requintados banquetes, sem qualquer preocupação com o que se passava com os súditos, que, em regra, já se mantinham à míngua e a distância da assistência pública de qualquer espécie. Hoje, ainda há forma de corrupção parecida, patrocinada por quem tem o dever constitucional de zelar pelo seu bom e regular emprego, mediante a realização de confraternizações de festas natalinas entre servidores. Na atualidade, os órgãos públicos, autodenominados de cortes, por questão de coerência privativa e funcional, não poderiam promover eventos comemorativos, sob os auspícios indevidos do Tesouro, sem antes avaliarem se o momento é propício para isso, verificando, especialmente, se o atendimento às necessidades públicas da sociedade está sendo ou não afetada com a carência de recursos materiais ou financeiros. Embora não seja possível influenciar ou mudar a mentalidade do gestor público, nada impede que, no Estado Democrático de Direito, o contribuinte proteste com veemência contra a farra que, nos dias atuais, ainda é feita com recursos públicos. 

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
                           
Brasília, em 13 de dezembro de 2010