quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Muita coerência

 O ministro da Fazenda acaba de declarar que qualquer correção na tabela do Imposto de Renda dependerá de acordo do governo com as centrais sindicais, com relação ao salário mínimo, e a forma de viabilizá-la somente será possível no mês de março ou de abril. Ocorre que a aludida correção, que vinha sendo realizada desde 2007, não houve este ano, por força de acordo com os sindicalistas, em 4,5%, para compensar a inflação. Curiosamente, a par de criticar os sindicalistas, por reivindicarem salário mínimo maior ao estabelecido pelo governo, autoridades governamentais defendem ardorosamente o acordo em referência, embora deixassem de implementar, no início do ano, a correção da tabela do IR, que fazia parte do acordão e dependia exclusivamente do governo. Ou seja, para o governo, devem ser respeitados e mantidos os termos do acordo com relação ao salário mínimo, mas a correção em causa pode ficar normalmente no plano secundário, a depender de... Isso demonstra o grau de confiabilidade que esse governo pretende passar para a sociedade, sem mencionar que aquele ministro chegou a garantir que a tabela do IR não seria corrigida. Como se pode inferir, trata-se de muita firmeza na coerência do governo, que somente valida o que realmente lhe interessa, deixando que os interesses da sociedade dependam do sucesso dos seus projetos, não importando se não os termos acordados em seu favor, apenas. 

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 08 de fevereiro de 2011
   

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