quarta-feira, 31 de maio de 2023

A face da desumanidade

Em vídeo que circula nas redes sociais, aparece a entrevista do general que era o comandante do quartel próximo ao acampamento dos apoiadores bolsonaristas, na qual ele afirma, ipsis litteris: “O presidente Lula me ligou e disse ‘são todos criminosos, precisam ser todos presos’. Respondi que não temos dúvida disso, estamos indignados.”.

O general também informou que o cordão de isolamento feito pelo Exército, na noite após os atos de protestos na Praça dos Três Poderes não teria sido feito para proteger os manifestantes, a quem ele chamou de “fanáticos”, mas sim para garantir a prisão deles, no dia seguinte, confirmando que teria agido premeditadamente.

Essa notícia mostra, com muita clareza, que as Forças Armadas, na pessoa desse general, traíram os brasileiros, em especial por ele ter contribuído, de maneira torpe e desonestamente, para a prisão de pessoas ordeiras e honradas, que não cometeram nenhum crime, salvo no caso de prova em contrário, que nada foi apresentado como prática delituosa.   

Chega a ser repugnante a falta de sensibilidade humanas desse general, por ter, sem o menor escrúpulo, participado da deprimente montagem de verdadeira arapuca e da prisão de pessoas inocentes e honradas, que se encontravam ali implorando por resposta do Exército, diante de situação imaginada sobre a existência de fraudes nas urnas eletrônicas.

A atitude do general pode ser considerada como verdadeira traição aos brasileiros, quando ele concordou com o presidente do país que se tratava de pessoas criminosas, embora elas fossem apenas brasileiros, entre idosos, crianças e adultos, honestos e dignos, que não tinham cometido nenhum crime, senão o de ter confiado na figura de um general desumano, antipatriota e criminoso, que demonstrou completa aderência à podridão imperante no poder, a quem hipotecou seu total apoio, tendo participado na facilitação da prisão de pessoas inocentes.

Na verdade, esse general, além de ter traído da confiança dos brasileiros, é um desqualificado como autoridade de alto nível, por ter tido a insensibilidade de manter pessoas na área do quartel do Exército, sob o seu comando, quando, se ele tinha o entendimento de que elas eram criminosas, sem que elas tivessem praticado qualquer crime, mesmo assim, nada fez para coibir a permanência desses “criminosos”, na concepção dele, na área militar, quando a consciência cívica o obrigaria a expulsá-las do local, tendo a honestidade funcional de retirá-las dali, por força da lei, em absoluta sinceridade de propósito, a par de ter a obrigação de declinar a motivação do seu ato e permitir que todos saíssem normalmente na paz.

Ao contrário disso, em narrativa recheada de ódio, desumanidade e crueldade, o general diz que cercou a área, sob a vigilância de soldados, dando a ideia para as pessoas que elas estavam em lugar seguro e confiável, tanto que elas foram dormir tranquilamente, mas o general, mancomunado com o presidente do país, conseguiu prender todos, no dia seguinte, em demonstração de extrema perversidade e desumanidade.

A verdade é que se trata de gesto de confessa monstruosidade protagonizada por militar estrelado, que muito desonra a instituição militar, por ter nas suas fileiras general desqualificado, desonesto e desumano, que foi capaz de manchar a dignidade da caserna, em forma de traição absolutamente injustificável.

Enfim, esse maligno general mostrou o lado da maldade que existe no ser humano, sendo indigno de vestir a respeitável farda do glorioso Exército de Caxias, à vista de ter assumido, sem o menor pudor, a mais vil traição a brasileiros honrados e imbuídos dos melhores sentimentos de amor à pátria.

            Brasília, em 31 de maio de 2023 

terça-feira, 30 de maio de 2023

Tragédia diplomática

               Conforme notícia veiculada nos meios de comunicação, o governo brasileiro acaba de recepcionar o principal ditador da América Latina, prestando-lhe as honras protocolares da diplomacia internacional.

Esse é o momento marcante da atualidade brasileira, em que ditador cruel, sanguinário e desumano é recepcionado com honraria militar, com direito a continência e afagos a quem menospreza o povo do seu país, que é submetido aos piores castigos de privações impingidas ao ser humano, por haver notícia da falta de alimentos, remédios e demais gêneros básicos de sobrevivência, além da falta de liberdade para a exposição de pensamento.

Tal situação se harmoniza perfeitamente com o status quo da governabilidade brasileira, em que o presidente foi eleito pelo povo e pelo sistema dominante, tudo em nome da democracia e da constitucionalidade, porquanto nada foi feito para questionar nem contestar contra a volta ao poder da  parte política decomposta, a despeito da existência de inúmeras denúncias de irregularidades na operacionalização das urnas eletrônicas.

Trata-se de ambiente de completo conformismo com a degeneração da administração pública do Brasil, que foi banalizada, em termos de mediocridade, a ponto de passar a ser considerado normal se prestigiar, com honras militares, pessoa indigna e insignificante, ante o respeito à dignidade humana, como se ela fosse realmente autoridade digna de respeito.

Na verdade, é preciso que seja reconhecido que essa tragédia referente à  desmoralização e à degeneração dos princípios republicanos e democráticos, foram sepultados por vontade própria e voluntária de antibrasileiros e sistema predominante, o que vale dizer que isso não resiste normalmente a qualquer forma de estranheza.

Esse deprimente episódio se coaduna com a estrita vontade do povo e do sistema dominante, que não tiveram a mínima sensibilidade para perceber que o seu apoio a político em plena decadência moral, sem nenhuma qualificação político-administrativo, somente resultaria em situação deplorável como essa, em que pessoa desprezível e repulsiva merece deferência incompatível com o que ele realmente faz jus, qual seja, absoluto desprezo, à altura da sua insignificância, a tal ponto que ele jamais deveria sequer ter sido recebido no Brasil, se o governo brasileiro fosse diferente dele, em termos de ideologia política, quanto ao desrespeito aos direitos humanos e às liberdades individuais e democráticas.

A verdade é que os tempos brasileiros são realmente outros, em que é simplesmente normal a prática da degeneração dos princípios republicanos e humanitários, em nome da ideologia política, em que o povo é somente um detalhe, embora a sua insignificância ainda seja capaz de colocar no poder político absolutamente sem nenhuma importância, à vista desse lamentável evento, em que o governo brasileiro patrocina a reunião, no Brasil, dos presidentes de esquerda da América do Sul, onde certamente nada será discutido sobre a defesa dos direitos humanos e das liberdades democráticas.

Essa deprimente situação se harmoniza com a nova mentalidade ideológica predominante no país, quando passa a ser normal o acolhimento, em visita ao Brasil, de ditador cruel e desumano, que menospreza os direitos humanos e as liberdades democráticas, cuja deplorabilidade humanitária tem o beneplácito de expressiva parcela de brasileiros que certamente comungam com a mesma mentalidade de desequilíbrio do mandatário brasileiro, que, incrivelmente, enxerga a existência de democracia no país presidido por verdadeiro monstro totalitário e selvagem, que teria poderes populares para sacrificar o próprio ser humano, conforme registram os fatos noticiados pela mídia.

Enfim, não se trata de qualquer perplexidade o caloroso afago do presidente brasileiro a ditador impiedoso e desumano, conquanto ambos defendem igualmente a perniciosa ideologia das trevas, que também foi abraçada voluntariamente por antipatriotas ávidos por vingança, que permitiu o enlace dessa monstruosa e inaceitável tragédia diplomática.         

            Brasília, em 30 de maio de 2023

segunda-feira, 29 de maio de 2023

Publicação do meu 68º livro

 

Como tem acontecido com frequência, constitui motivo de muita alegria no meu coração a conclusão de mais um livro, que representa a minha sexagésima oitava obra literária, que se junta à minha já interessante coleção de livros, cujo acontecimento se reveste de importante estímulo para o acréscimo de saudáveis energias que alimentam minhas fontes criadoras e inspiradoras, de vez que preciso dessa seiva estímulo para a continuidade das prodigiosas atividades de escrever textos sobre os variados fatos da vida.

Diante disso, aproveito a oportunidade para dar continuidade ao importante sentimento pessoal que tenho de homenagear especiais personalidades ou entidades, com a modéstia dedicatória de meus livros, ante a relevância de pessoas, fatos ou instituições queridos e de prestígio, em razão do seu legado junto à sociedade, em especial, de Uiraúna, tendo, agora, a alegria de me lembrar de notável pessoa que foi exemplo e símbolo do boa construtora de importante obra humanitária, com o seu denotado amor às pessoas de Uiraúna, Paraíba.

Desta feita, tenho enorme prazer em homenagear a venerável parteira Candinha, pessoa de destaque da sociedade uiraunense, por seu trabalho humanitário, que merece ser reconhecida por mim, posto que a sua personalidade faz jus às formas especiais de deferência, por ter prestado importante contribuição ao desenvolvimento de Uiraúna, com a sua marcante experiência na área neonatal, ao acompanhar o nascimento de quantidade expressiva de uiraunenses.

A fotografia da capa do livro é flagrante do aparecimento de lindo arco-íris nos céus de Brasília, Distrito Federal.

A seguir, transcrevo a dedicatória que faço, com amor no coração, em homenagem à admirável Candinha, pessoa que tenho especial admiração, na certeza de que o livro se enriquece com a dedicação que lhe faço.

                                     DEDICATÓRIA

Tenho o enorme prazer em dedicar este livro à devotada parteira Candinha (in memoriam), pessoa especial e admirável da cidade de Uiraúna, Paraíba.

Lembro-me de Candinha sempre caminhando apressada, se dirigindo em alguma direção norteada por alguma “cegonha”, na certeza de que alguém importante estava em via de aparecer para viver fora do útero materno.

Não importava a honra do dia ou da noite, posto que ela estava indo, às pressas próprias da sua profissão, para acompanhar o nascimento de mais uma criancinha, que vinha ao mundo sob os cuidados e o zelo do anjo da guarda de milhares de criaturinhas.

Esses novos uiraunenses tinham a satisfação de ser amparados, logo no desembarque no início da sua nova e importante jornada da vida, já com a certeza da chegada com total segurança da melhor acolhida possível.

Ali, no momento do nascimento, sempre estava a figura da diligente parteira Candinha, que, com a inspiração de Deus, ela usava apenas suas mãos, uma bacia com água, uma tesoura, uma toalha e, por certo, uma seringa, pronta e habilitada para a importante missão do parto, na conformidade das condições encontradas no local, inclusive à base da luz de lamparina ou de vela, muitas das vezes em condições precaríssimas.

Conforme as circunstâncias, Candinha corriam à residência da parturiente a pé, sobre o lombo de animal, de carroça, de canoa ou da forma que fosse possível para se chegar ao local, a tempo de acompanhar o primeiro choro do moleque, no bom sentido.

A verdade é que o trabalho da Candinha foi da maior importância humanitária, porque a sua divina experiência certamente contribuiu para salvar muitas vidas de mães e crianças, quando os partos se tornavam problemáticos e a sua habilidade perinatal ajudava à condução do nascimento sem maiores dificuldades.

A importância maior do seu trabalho foi extraordinariamente notável, à vista da inexistência de médicos e outros profissionais com experiência neonatal, na região, naqueles tempos remotos do início de tudo, o que vale dizer que a atuação da Candinha evitou enorme mortalidade materna.

Em precisa avaliação feita agora, sobre o trabalho de Candinha, pode-se se afirmar que ela tinha o poder da energia vital, que ajudava a atrair a nova vida e proporcionava os cuidados necessários à mamãe e ao bebê, com a segurança da sua forte companhia de conforto para ela e a criança.

Imaginasse, agora, que era momento de muita tranquilidade e segurança quando o parto era realizado com a presença da Candinha, constituindo em grande dádiva se ver o bebê chegando de uma maneira confortável, sendo recebido pelas mãos abençoadas dessa genial parteira, cujo ato pode ser considerado como verdadeira bênção divina.

Na verdade, essa fantástica dedicação da Candinha, ao longo da sua vida cuidando da vida das pessoas, rendeu a ela múltiplas formas de reconhecimento, com o enaltecimento da grandeza da sua obra de amor à vida.

Uma homenagem da maior importância diz respeito àquela prestada por grupos de uiraunenses, que criaram página na internet, cujo nome foi denominado como “Os Filhos de Candinha”, em forma de sentida gratidão ao trabalho dela, pelo acompanhamento dos partos de muitos deles.

A propósito, abro parênteses para esclarecer que, embora eu e meus irmãos tenhamos nascidos no período áureo do reinado da magnânima parteira Candinha, todos os partos da minha querida mamãe Dalila foram feitos sob os cuidados de pessoas da amizade antiga dela, desde os tempos que ela viveu no sítio Canadá, sempre na certeza da segurança e do conforto da presença de Deus, quando seus filhos nasciam.

 Diante da importância do trabalho de assistência aos partos da memorável Candinha, torna-se absolutamente lícito o reconhecimento de que essa venerável mulher se tornou símbolo imaterial e patrimonial de Uiraúna, como reafirmação da gratidão do povo pelo seu trabalho na melhor compreensão do amor ao seu semelhante.

Tenho procurado recuperar a imagem de pessoas especiais do meu tempo de Uiraúna, que se notabilizaram pela dedicação às importantes causas da população, como nesse caso da parteira Candinha, que permanece viva na lembrança de todos os contemporâneos dela.

É com especial regozijo que homenageio a pessoa de Candinha, na certeza de que a sua grandeza enriquece as páginas do meu livro, mesmo que seja por meio desta singela dedicatória, pela oportunidade de dizer ao povo de Uiraúna que ela se dedicou, como ninguém, ao seu imprescindível ofício, sendo a principal pessoa a ter o privilégio de ser a primeira a dar as boas-vindas a expressiva parte das criaturinhas nascidas, na cidade, no seu tempo.

Assim, sinto-me honrado em homenagear a admirável Candinha, com a dedicatória deste livro, em forma de singela gratidão, ao tempo em que faço justiça a ilustre pessoa por quem sempre tive admiração, ante a sua importância como mensageira e realizadora de importante obra de Deus, tendo sido permanente anjo da guarda de incontáveis parturientes, cujos relevantes serviços são eternamente reconhecidos pelo povo de Uiraúna.

Enfim, fico muito feliz em agradecer a Deus, por ter tido a oportunidade de conhecer o importante e maravilhoso trabalho de puro amor ao próximo, realizado por essa verdadeira heroína, de pseudônimo Candinha, que é sempre digna do carinho e da gratidão do povo de Uiraúna.

Brasília, em 29 de maio de 2023

domingo, 28 de maio de 2023

Os idealistas

 

Uma foto de alunos do ginásio da cidade de Uiraúna, Paraíba, que foi publicada no Facebook, despertou momento de saudades de bons e felizes tempos da inocência e das esperanças sobre o porvir de muitas expectativas que certamente se realizaram nesses idealizadores do passado.   

Posso imaginar que essa fase ginasial é a mais importante da vida estudantil, em que, na verdade, estudar mesmo era somente um detalhe de cada um aluno, com a cabeça dominada por ideias mirabolantes, muitas das quais já pensando unicamente no seu par romântico.

Certamente que existia um sonho a ser realizado dentro de cada cabecinha, pensando no futuro glorioso, quando ali as sementinhas do saber estavam sendo plantadas exatamente nesse instante de beleza e pensamento juvenis, entremeados com a animação mais do que enturmada, de feliz e construtiva convivência entre colegas de estudos.

Meu coração se enche de muita alegria e até um tanto de inveja desses garotos, ao ver a memorável foto dessa linda e maravilhosa turminha, certamente embebecida pela avidez do incerto amanhã, mas por certo cheio de esperanças, que deve ser vivido agora com as belezas da glória plasmada na alegria da união de estudar entre amigos que se confundiam como verdadeira família.

Essa foto, de expressivo simbolismo de passado extraordinariamente fantástico, suscita o sentimento em mim da ideia de se tentar reunir em encontro da saudade, agora, em Uiraúna, dessas mesmas pessoas, para feliz confraternização e congraçamento, inclusive para visita à Praça Padre França, relembrando momento tal e qual de alegria e sonhos.

Essa sim é forma de valorização da vida, sempre gloriosa, em lembrança festiva e feliz.

O meu carinho a todos vocês participantes desse animadíssimo grupo de ilustres contemporâneos, pessoas muitas das quais tive o prazer de estudar com elas no sempre amado Grupo Escolar Jovelina Gomes, a quem rendo eternas homenagens.

Fico feliz em enaltecer tão importante momento da vida de vocês, queridos conterrâneos.

Brasília, em 28 de maio de 2023

A grandeza da CPMI

 

Enfim, foram iniciados os trabalhos da importante Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPMI, visando às investigações sobre os ataques terroristas de 8 de janeiro, mas persistem as pressões quanto aos temas a serem debatidos e realmente discutidos, faltando entendimentos para a acomodação dos interesses partidários dos seus integrantes.

A aludida comissão pode representar iniciativa da maior importância para o Congresso Nacional contribuir com a identificação da prática de falhas e delitos que marcaram o odioso episódio ocorrido com a depredação do patrimônio público, de modo que também possa contribuir com sugestões para a punição dos verdadeiros envolvidos nesse abominável episódio, que escandalizou o mundo civilizado.

Convém que se reconheça que os três poderes da República foram atacados, desonrados, depredados, vilipendiados por horda de criminosos antipatriotas que desrespeitou as bases de sustentação do regime democrático brasileiro, caracterizando verdadeiro crime de lesa-pátria, que vai bem além de qualquer divergência política, diante da ofensa aos princípios democráticos e republicanos insculpidos na Constituição Federal.

A verdade é que não pode haver crime sem punição, mas também não pode haver aplicação de penalidades sem a devida identificação dos verdadeiros responsáveis pelos atos terroristas, de modo que as investigações de alto nível atribuídas à CPMI possam contribuir realmente para pôr às claras os mentores e os operadores dos atos delituosos, servindo de bom exemplo disciplinar e pedagógico, como forma de s evitar a reincidência de fatos terrivelmente análogos.

À toda evidência, as informações já reunidas por meio de vídeos apontam para a extraordinária sucessão de erros, omissões, atitudes suspeitas e explicações injustificáveis com a indicação de verdadeira tragédia política e institucional da maior gravidade, diante do encadeamento de falhas inadmissíveis, em termos de segurança e prevenção contra o patrimônio público.

É preciso, desde logo, se dizer não à contaminação dos trabalhos da comissão pelas políticas partidárias, propugnando pelo afastamento de palanques políticos para o desvio e a proteção de interesses nem sempre republicanos.

Convém que prevaleça, sobretudo, o império do seu objetivo maior de integração da nacionalidade, na forma da reparação do profundo dano causado à democracia brasileira e a necessidade da adoção de importantes medidas que possam institucionalizar mecanismos de proteção não somente dos princípios democráticos e republicanos, mas também, em especial, do sagrado patrimônio dos brasileiros.    

Com a aplicação dessa mesma linha de conduta, esperam-se idênticos rigor e respeito ao processo legal por parte da corte superior de Justiça brasileira, no sentido da persecução de penas exemplares, com a devida e merecida severidade, mas somente aos mentores e aos executores do crime de lesa-pátria praticado na capital da República, de modo que a ordem e a justiça prevaleçam acima da política e do pensamento personalista e partidário.

Enfim, a sociedade espera e acredita que os trabalhos dos congressistas tenham a grandeza e a importância dos objetivos pretendidos com as investigações a serem levados a efeito pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, que precisam dar resposta amplas e cabais sobre os injustificáveis atos terroristas absolutamente insanos e criminosos.

Brasília, em 28 de maio de 2023

sábado, 27 de maio de 2023

Juiz de garantias

 

A lei que trata do juiz de garantias foi sancionada em 2019, mas, desde janeiro de 2020, a corte suprema do país mantém suspensa a sua eficácia, havendo a possibilidade, agora, três anos depois, sobre a decisão quanto à sua constitucionalidade.

Trata-se de norma meramente processual que já é adotada há décadas em vários países evoluídos e que foi debatida por mais de dez anos no Congresso Nacional brasileiro.

Com base na referida lei, de nº 13.964/19, os processos criminais passam a ter dois juízes em etapas distintas, em que há o juiz de garantias, que fica responsável pela fase de produção de provas, cabendo-lhe exercer o controle de constitucionalidade das investigações, com relação à autorização para a busca e a apreensão, o deferimento de pedidos de quebra de sigilo e determinação das medidas restritivas ao ir e vir do acusado.

Ao fim desse processo, concluída a instrução e aceita a denúncia, o processo é transferido para outro juiz, responsável por julgar o mérito propriamente do caso.

Ocorre que entidades de advogados alegaram que, pelo sistema atual, o juiz tem pouca motivação para revisar eventuais erros no inquérito em que ele próprio atuou, aumentando o risco da punição de inocentes e da impunidade de culpados.

Em outra frente, magistrados e promotores se manifestaram contra, sob o argumento de razões estruturais e fiscais, em que há a necessidade da realização de concursos, para a contratação de servidores e a formação de juízes, em avaliação de cerca de mais de 40% das comarcas, que contam somente com um magistrado.

Na verdade, a única questão pendente de solução diz respeito à constitucionalidade sobre a criação de despesas sem a devida previsão orçamentária na lei em causa, fato este que seria passível de pronta solução, caso tivesse havido interesse.

A corte havia adiado a implementação da norma por seis meses, cujo adiamento era medida excepcional, mas não afrontava a decisão do Congresso, mas a eficácia da lei foi suspensa por prazo indeterminado, estando, como se ver, até agora sem solução.

Ao que se tem conhecimento, a criação do instituto do juiz de garantias foi em resposta a abusos do Judiciário, com o objetivo de assegurar a isenção da magistratura, preservar o equilíbrio processual e garantir segurança jurídica, mas nada disso foi atendido, com a demora para a lei entrar em vigor.

Um ministro da corte, sem esconder interesses corporativistas, chegou a argumentar que a “medida foi feita para depreciar o juiz da causa e que faltavam melhores subsídios quanto ao impacto financeiro do juízo de garantias.”.

Na verdade, a demora na plena vigência da lei em causa desmoraliza e prejudica o próprio Poder Judiciário, que tem obrigação de funcionar como colegiado, mas, ao contrário, mostra afronta aos demais poderes da República, cujas competências foram abduzidas pelo interesse de um único juiz.

A sociedade espera que a lei referente a juiz de garantias tenha plena eficácia, o mais rapidamente possível, como forma de contribuir para o aperfeiçoamento e a melhoria do funcionamento do sistema judiciário brasileiro, tão carente de dinâmica e desenvoltura das suas decisões, ante a sua importância para os interesses nacionais.

Brasília, em 27 de maio de 2023

Alerta aos brasileiros

Vem circulando nas redes sociais carta atribuída a um general, na qual ele faz alertas sobre afrontas à sociedade, por meio de medidas contrárias aos princípios assegurados na Constituição e consolidados como direitos democráticos.

O militar conclui a sua mensagem em forma de urgente mobilização dos brasileiros, em especial dos militares, para agirem em defesa e salvação do Brasil, conforme excerto transcrito a seguir.

“(...) Entre tantas preocupações e anseios que a Sociedade necessita nesses tempos difíceis e sombrios que passamos, ainda existem aqueles que insistem em nos provocar e nos intimidar pelas Vias Radicais e Ditatoriais. Esse Tribunal que se diz ser Supremo, afronta a Nação de uma forma irresponsável, podando e talhando os Direitos Constitucionais adquiridos na constituição de 1988. (...) Em um gesto covarde e absurdo de um homem que se acha Deus Supremo, aplica inquéritos de censuras a liberdade de imprensa, e de seu povo que absolutamente não quer mais esses homens no Poder e tem o poder e direito de manifestar-se. (...) Alguém terá que parar esses inescrupulosos homens deuses. Nós juramos defender a Pátria! (...) Uma população que está acomodada em berço esplêndido e ao mesmo tempo oprimida ao seu maior medo. (...) Nós das FFAA sabemos muito bem o que devemos fazer para impedir tudo isso, mas agora cabe saber o que a Sociedade de bem deseja. (...) Convoco aqui, como Chefe de Instituição Militar, uma grande mobilização dos nosso amigos oficiais patriotas e que essa carta se espalhe para todos vocês e se unam ao meu sentimento, porque depois que as lagartas se moverem, não reclamem de quem tem o poder de verdade de recuperar essa Nação. Mais uma vez alerto que: Quando tudo está parado e sequestram o direito de um Presidente de governar, não há mais o que fazer, a não ser agirmos em prol e em defesa da Nação. Que pena, que pena que nos tiraram esse poder institucional. Será que teremos que ver o País ser dominado por completo por meia dúzia de raposas Comunistas e não fazermos nada? (...) Meus amigos de farda, levantemo-nos agora, e estejamos em QAP total de prontidão. (...)”.

Como se vê, trata-se de mensagem de suma importância para alertar precisamente a prevalência da desgraça generalizada que predomina no Brasil, por força da imposição pessoal por parte de quem se acha e é, de fato e de direito, o todo-poderoso, que casa, batiza, prende, ordena e reina, soberanamente, a despeito do reconhecimento unânime do patente abuso de autoridade, que não tem limites, a afrontar os comezinhos princípios de civilidade e razoabilidade democráticas.

Tanto é visível a monstruosidade, em termos do assombroso atrevimento autoritário que a carta em comento declara, verbis: “Alguém terá que parar esses inescrupulosos homens deuses.”, justamente se afirmando que os atos e as decisões adotadas por esses homens superpoderosos já se tornaram corriqueiros e absolutamente inquestionáveis, à luz da verdade e da justiça.

Na linha do alerta, a importante mensagem faz convocação para grande mobilização contra os abusos e as medidas inconstitucionais, na forma de união contra os prejudiciais desmandos contra os verdadeiros interesses nacionais.

Como visto, não basta somente a convocação verbal, por meio de veemente mensagem, conquanto é preciso e com urgência que essa mobilização tenha por iniciativa algo efetivo, a começar pela convocação dos brasileiros, invocando a presença maciça também dos militares, para essa reunião, tendo por finalidade se discutir precisamente a inadmissível dominação do poder pela parte decomposta do sistema dominante, de modo que sejam colocadas em pauta as principais medidas necessárias ao banimento de todos os segmentos nefastos às causas da moralidade e da dignidade na administração pública.

É conveniente que seja definida a pauta essencial ao convencimento da sociedade sobre a imperiosa necessidade da libertação e da salvação do Brasil, por meio de medidas capazes de motivar a reação dos brasileiros contra o império da esculhambação e da dominação sistémica e criminosa que vem ditando as regras totalitárias e absolutistas, evidentemente em dissonância com os salutares princípios democráticos de respeito aos sagrados direitos individuais e de cidadania.

Lamenta-se que o militar mencionou que os militares sabem “muito bem o que devemos fazer para impedir tudo isso,”, mas esse conhecimento não teve nenhuma aplicação prática, até o momento, por parte dos militares, nem serviu para absolutamente nada.

Esse fato significa o mesmo que nada conhecer, quando sequer são esboçados os mecanismos pelos quais eles seriam factíveis como tentativa para a solução dos gravíssimos problemas predominantes no Brasil, particularmente no que diz respeito aos indiscutíveis abusos de autoridade, por meio de medidas antidemocráticas e inconstitucionais, em clara dissonância dos princípios de civilidade.     

Urge que os verdadeiros brasileiros sejam despertados para o real significado do sentido de amor à pátria, de modo que esse sentimento de patriotismo seja suficientemente capaz para o despertar sobre a urgente necessidade de agir em defesa das causas nacionais, sob a concepção de que constitui demonstração de extrema irresponsabilidade cívica se permitir o império dos inescrupulosos e aproveitadores do poder, em visível detrimento dos interesses do Brasil e dos brasileiros.

            Brasília, em 27 de maio de 2023 

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Desrespeito à democracia

 

Também na político é preciso se atentar para a fiel observância aos princípios de boa conduta republicana, diante da concepção do dever de justiça e ética, como forma capaz de validação dos atos da vida pública.

 Convém que existam respeito e civilidade na vida pública, como ingredientes necessários à consolidação da democracia, de modo que a integração de ambos os princípios seja possível a extração da consagrada liberdade de expressão, permitindo a evidenciação dos sentimentos da verdadeira democracia.

Esse pressuposto foi descuidado e suplantado pelo arraigado sentimento da ideologia política, que passou a imperar no Brasil, com capacidade para se permitir a inversão da lógica e até dos valores de moralidade, quando foram aproveitados os princípios do respeito e da civilidade para o respaldo da violência e da desonestidade, na vida pública, perdendo espaço o amor ao diálogo, em nome da agressividade e do desprezo à pureza da democracia, além de pôr em séria dificuldade o gosto pela convergência e pelo consenso das verdadeiras ideias políticas.

É comum se ver nos trabalhos legislativos do Congresso Nacional as alarmantes notícias sobre péssimos exemplos de desentendimentos grotescos entre parlamentares, em atitudes visivelmente incompatíveis com o "decoro parlamentar", que é regra comum de civilidade construtiva aos trabalhos legislativos.

Na tentativa de contenção dos ânimos dos congressistas, os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal decidiram reativar as comissões de ética em cada Casa, em razão da reiterada prática de atritos por espaço para a aposição de fortaleza de combate, apenas na tentativa da demonstração de poder político.

As provas dessas renhidas disputadas são as imagens de vídeos ou descritas nos meios de comunicação impressos, que mostram desavenças e atritos verbais, em tom de muita agressividade, com o uso de expressões chulas e gestos normalmente desrespeitosos e degradantes, mostrando o conturbado ambiente de trabalho dos congressistas.

Na verdade, essa forma de comportamento nada republicano contribui para a postergação e a dificuldade da aprovação de decisões importantes aos interesses do país, quando o bom senso e a racionalidade devem prevalecer como forma de aperfeiçoamento dos princípios políticos e democráticos.

Diante da evolução e da modernidade, tem-se que os conflitos entre os parlamentares, normalmente entremeados de cenas desagradáveis, revelam-se exemplos injustificáveis, ante o ferimento do decoro parlamentar, por ser incompatível à modernidade da civilização.

À toda evidência, as desavenças entre congressistas são formas precipitadas e insensatas que podem servir para a incitação de violência no seio da sociedade.

É muito provável que o deplorável episódio ocorrido no dia 8 de janeiro tenha resultado de incentivos levianos, com resquício ideológico, na vã tentativa de se provocar o rompimento do Estado Democrático de Direito, como se isso pudesse contribuir para o fim das mazelas e precariedades sociais e econômicas.

Os fatos históricos recentes demonstram que o caminho das disputas e desavenças foi o mais tortuoso possível  para o país, diante da falta de convergência sobre a solução dos graves problemas brasileiros, que persistem à espera de medidas saneadoras.

A pluralidade partidária traduz a característica do Brasil, mas as diferentes visões de pensamento são as mais distintas e isso somente contribui para dificultar as soluções dos graves e severos problemas sociais e econômicos do país.

Sem dúvida alguma, ideologias políticas à parte, a imensa maioria dos verdadeiros brasileiros quer o fim da violência, em todas as suas mais diversas formas de expressão.

Há a prevalência de entendimento segundo o qual somente a convergência de bons sentimentos pode contribuir para a eliminação ou minimização da miséria, do desemprego, das desigualdades sociais, das dificuldades de acesso aos serviços de saúde, educação, enfim, da busca da melhor qualidade de vida e das demais ações de incumbência do Estado que visem a assegurar o tão desejável bem-estar aos brasileiros.

A verdade é que todas as democracias evoluídas convivem pacificamente com as divergências, porque isso faz parte da própria sociedade, mas não convém que isso resulte em agressões e violência, que são sabidamente contrárias aos princípios democráticos.

Os brasileiros esperam que os parlamentares se conscientizem de que a otimização dos trabalhos legislativos ganha relevo em ambiente de união, tolerância e harmonia entre os contrários, uma vez que se encontra em jogo a essência do bem comum dos brasileiros.

Brasília, em 26 de maio de 2023

quinta-feira, 25 de maio de 2023

A liberdade de pensamento

 

Diante de crônica que fiz menção a desempenho precário do último ex-presidente do país, uma pessoa manifestou insatisfação contra o meu texto e disse que, se referindo a mim: “Você está sempre atacando o Bolsonaro. Não vejo você atacar o governo atual.”.

Em resposta, eu disse que não ataco ninguém, apenas eu escrevo a realidade sobre os fatos, segundo o meu prisma de entendimento quanto aos acontecimentos.

Atacar o ex-presidente do país seria eu escrever algo que não teria sequer acontecido, mas acredito que meu texto tem a minha verdade sobre o que realmente aconteceu no governo dele.

É direito das pessoas entenderem diferentemente de mim, especialmente aquelas que ficaram cegas por conta da ideologia que defendem, a qual realmente causou estrago medonho às pessoas que somente conseguem enxergar aquilo que lhe é conveniente.

 Impressiona que esses fantásticos não perceberem que a tragédia da atual desgovernabilidade é consequência da omissão do então presidente da República, que deixou de decretar a intervenção militar, medida necessárias, nas circunstâncias, que poderia ter a importante missão de fiscalizar a operacionalização das urnas eletrônicas, com vistas à verificação da regularidade das últimas eleições, a despeito das denúncias sobre suspeitas de irregularidades no sistema eleitoral.

Já tive oportunidade de postar, no grupo do WhatsApp, crônica analisando irregularidades praticadas pelo atual governo, quando eu critiquei a compra da consciência de parlamentares com recursos públicos, em resposta à reclamação igualmente postada por essa pessoa, quando eu até cheguei a dizer que cometia injustiça quem ignorava ou não lia o que eu escrevia.

Impende se esclarecer, a propósito, que tenho analisado fatos esporádicos, sem qualquer preocupação com a seleção do assunto, com a finalidade de agradar ou desgostar ninguém, ante o meu desprezo ao fanatismo ideológico.

Por fim, é aconselhável que as pessoas sejam conscienciosas nas suas críticas e avaliações, especialmente no que diz respeito ao sagrado direito da liberdade de expressão, segundo a qual todas as pessoas são livres para se manifestarem sobre todos os assuntos, não sendo justo que haja julgamento indevido e injusto contra as pessoas.

Brasília, em 25 de maio de 2023

quarta-feira, 24 de maio de 2023

Desrespeito do ser humano

Como soe acontecer, mundo afora, mais uma vez pessoas presentes em um estádio de futebol da Espanha protagonizaram espetáculo de pura incivilidade, na tentativa de denegrir a imagem de um jogador brasileiro, ao compará-lo a macaco, pelo fato de ele ser negro.

Como era de se esperar, a posterior reação contra o aludido ato de discriminação foi à altura do que realmente era preciso, mostrando que as pessoas civilizadas não toleram essa maneira de comportamento selvagem e incompatível com os princípios de respeito e tolerância que se impõem no âmbito do relacionamento entre os seres humanos dignos, que merecem viver em clima de amizade, compreensão e respeito mútuos.   

À toda evidência, a humanidade apenas se imbeciliza ainda mais quando pensa que atitude de menosprezo ao seu semelhante é motivo apropriado de diversão, um vez que isso apenas mostra forma bestial de incivilidade e regressão às trevas da ignorância e da intolerância, em total demonstração de que o homem tem muito o que ainda aprender, em termos de princípios humanitários, para compreender que não existe raça superior nem ninguém melhor ou pior do que ninguém.

Somos uma única raça cognominada de ser humano, em que, por natureza própria da etimologia, a cor da pele (traço meramente morfológico ou identidade biológica do ser humano) deriva tão somente da necessidade da tentativa de classificação de qualidades psicológica, moral, intelectual e cultural, que nada diz com a personalidade do ser humano, quando é possível se perceber que a raça negra sofre permanentemente forma de racismo e intolerância, evidentemente sem causa alguma a justificar tamanhas brutalidade e irracionalidade.

A verdade é que o conceito de raça tem tudo a ver com ideologia e não com biologia, porque mostra que o ser humano é igual em termos de origem e composição orgânica, fato este que mostra outra verdade nessa história, no sentido de que a raça não tem nada com a diferenciação biológica, mas sim ideológica, qual seja, no sentido da determinação da estrutura global da humanidade em poder e dominação, de modo a se tentar institucionalizar a recriminável cultura do racismo, consolidada nos países que menosprezam os salutares valores da raça humana.

Enfim, somos espécie humana que se diferencia dos demais animais, cuja composição orgânica não se diferencia, em termos mofo-biológica, entre indivíduos de pessoas, não importando a cor da sua pele, quer seja branca, amarela, parda, negra etc.   

Urge que a humanidade se empenhe em respeitar a igualdade genética do ser humano, diante do primado de que ninguém é absolutamente melhor, pior, superior, inferior ou diferente por força de caracteres da pele.

Isso supõe a imperiosa necessidade do respeito das pessoas no que existe de único, em termos de diversidade ética e cultural, como forma inteligente de se contribuir para o enriquecimento cultural e o desenvolvimento da humanidade.

Sim é preciso que a humanidade se esforce para que seja eliminada toda forma de preconceito, racismo e discriminação ao ser humano, como maneira racional e inteligente de convivência pacífica entre os homens de boa vontade.

           Brasília, em 24 de maio de 2023 

terça-feira, 23 de maio de 2023

Denúncias de parlamentares

 

Em vídeo que circula na internet, um deputado reclama, com veemência da impotência da Câmara dos Deputados, conforme seu pronunciamento nestes  termos: “(...) Se nós, que somos deputados federais, não temos prerrogativa para convocar ministro do STF, o que nós estamos fazendo aqui? Vamos para casa. (...) Então serve para que a Câmara dos Deputados? Para que serve a Câmara Federal, se não tem poder de requisitar um mero juiz? Por que eu digo mero? Porque ele é um funcionário público, que nem mandato conseguido por voto ele tem (...)”.

Em outra mensagem também de protestos, um deputado federal denuncia que uma emissora de televisão faz novela com tema progressista, tendo a finalidade de atacar e agredir pessoas e famílias do agronegócio, por meio de mensagens hipócritas que procuram devassar a sua integridade.    

Em princípio, pode-se até serem aplaudidos os discursos dos dois deputados que aparecem nos vídeos referidos acima, por eles terem colocado seus dedos sobre chagas que vêm degenerando progressivamente o instituto denominado humanidade, mas precisamente com referência à restrição da individualidade, ao abuso de autoridade, às decisões inconstitucionais, às agressões na campo e na cidade, tudo bem mostrado nos discursos deles.

Sim, e daí, senhores parlamentares, quais são as medidas realmente efetivas adotadas por vossas excelências, em cada situação, com vistas ao saneamento das gravíssimas questões ali apontadas?

Como é sabido, de discursos vazios e boas intenções, têm lugares no espaço sideral assoberbados de intelectuais que enxergam as mazelas que afligem a sociedade e fazem belos e impactantes discursos em cima disso, mas fica tudo como antes, no quartel de Abrantes, ou seja, tudo não passa de verdadeiro lero-lero improdutivo.

Seria somente valioso, com possíveis resultados práticos, inclusive a  justificar o exercício do relevante cargo de parlamentar, que seus ocupantes nem precisassem se valer de pronunciamento de qualquer discurso acompanhado de nada objetivando a solução das mazelas apontadas.

Convém sim que que os congressistas tenham a importante iniciativa de estudar cada caso, para o fim de apresentar projetos legislativos pertinentes, com vistas à sua aprovação e a solução das questões, quando somente depois disso, eles possam ter reais motivos para discursarem, mostrando o fruto dos seus esforços.

Embora, a despeito disso, qualquer trabalho realizado por parlamentares somente deve ser atribuído à sua obrigação de defesa dos interesse da sociedade, que tem o pesado ônus de arcar com os segundos maiores vencimentos do mundo pagos aos congressistas, a justificarem toda forma de dedicação produtiva em prol do povo.

Assim, é muito mais razoável e justo o adiamento dos aplausos para esses parlamentares, no aguardo de que eles se dignem em aproveitar, em forma de efetiva, os seus veementes e floreados discursos em projetos objetivando os cuidados com o saneamento de cada tema abordado por eles, porque, somente assim, eles possam ser merecedores dos louros por decorrência do reconhecimento da sociedade.

Brasília, em 23 de maio de 2023

Urgência na CPI

 

Conforme vídeo que circula nas redes sociais, um parlamentar faz apelo para os brasileiros assinarem abaixo-assinado, visando à instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI, destinada à investigação do abuso de autoridade e da prática de atos e decisões inconstitucionais, por parte de integrantes do sistema dominante.  

Diante disso, eu afirmei que, se o Congresso Nacional tivesse o mínimo de compromisso com o respeito aos princípios constitucionais e à defesa dos interesses dos brasileiros, em especial no que diz respeito à garantia da lei e da ordem, há muito tempo que essa pretendida CPI já teria sido não somente realizada como concluída.

A verdade é que os resultados das investigações poderiam ter contribuído para, senão eliminar os abusos de autoridade e a constância de decisões anticonstitucionais, minimizar os seus efeitos danosos à sociedade, conquanto essa demora venha conspirando contra os interesses dos brasileiros honrados.

Está certo que é de suma importância que os brasileiros se manifestem por meio de abaixo-assinado, com muitas assinaturas de eleitores, se possível, mas se os parlamentares tivessem realmente interessados em defender as causas do povo, certamente que eles já tinham se mobilizados bem antes para a criação da CPI pertinente, dispensando a participação do povo, uma vez que eles já têm competência constitucional para agir com essa finalidade.

Urge que sejam investigados os inadmissíveis abusos de autoridade e os atos e as decisões contrárias aos ditames constitucionais, permitindo que os envolvidos possam merecer, se for o caso, as devidas penalidades por suas práticas nocivas à sociedade.

Brasília, em 23 de maio de 2023

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Mudança de mentalidade

 

Um vídeo que um ministro da corte superior da Justiça brasileira se pronuncia apontando patifarias praticadas por homem público integrante da podridão política brasileira, inclusive o condenando com bastante veemência, à vista da comprovação do desvio de dinheiro de cofres públicos, que era a praxe adotada por meio de esquemas criminosos engendrados no governo dele.

Diante disso, uma pessoa do grupo de WhatsApp fez a seguinte indagação: “Alguém tem ideia do fez este ministro trair as próprias palavras veementes e a própria biografia para passar a defender e privilegiar aqueles que rejeitava, apontava e reconhecia como verdadeiros corruptos?

Em resposta, eu tentei explicar que normalmente é comum que as pessoas mudem de ideia e transformem o seu pensamento em razão da existência de situação relacionada com interesses pessoais ou mesmo por motivação causada por desentendimento de pensamentos políticos ou funcionais.

O caso específico desse ministro não precisa de muito esforço para ser interpretado e compreendido, à vista da mentalidade de pessoa absolutamente civilizada, em termos de coerência com a cruel realidade dos fatos, quando ele se posicionava com muita sinceridade e espírito de racionalidade como verdadeiro homem público, enxergando exatamente a realidade dos acontecimentos, à luz da visão jurídica, tendo a hombridade de se pronunciar com a precisão cabível às situações analisadas por ele, sob a visão da racionalidade e da civilidade.

Com isso, ele vinha angariando muito respeito e admiração dos brasileiros honrados, que acreditavam na sinceridade existente nas manifestações de pessoa íntegra, imparcial e justa, em harmonia com a liturgia exigida para o exercício do relevante cargo de magistrado da mais alta corte de Justiça do Brasil.

Essa é a verdade que se pode presumir de quem ainda valorizava a pureza dos princípios da dignidade, da moralidade e da honradez no cumprimento da importância missão de juiz fiel aos princípios do bem e da verdade.

Não obstante, de repente, o formoso e altruísta ministro foi literalmente confrontado com situações conflitantes e indesejáveis aos interesses pessoais dele, cujas consequências transbordaram às raias das incontroláveis e incompreensíveis agressões verbais sem precedentes na história civilizada republicana.

Certamente que o conjunto dessa insuportável tragédia de civilidade e racionalidade tenha precipitada a conversão dele para a aceitação pacífica da associação àqueles que já trabalhavam, nos camarins, urdindo fórmulas mágicas para a mudança de poder, não importando as desgraças resultantes dessa mudança de pensamento, uma vez que acabara de suscitar a necessidade da materialização do espírito de vingança.

Essa foi, certamente, a melhor forma idealizada pelo magistrado para a satisfação do desejo pessoal, para mostrar, enfim, quem tinha mais fortaleza, nos poderes da República, à vista dos atritos e das disputas espargidas inapropriadamente nas praças públicas do país.

Ou seja, parece que tudo pode se resumir, quer queira ou não, na vil disputa do poder, não importando os meios deletérios empregados nem, muito menos, as desastrosas consequências prejudiciais aos interesses do Brasil, uma vez que estava em jogo era simplesmente o arraigado sentimento de vingança, que terminou prevalecendo e sobre isso não resta a menor dúvida, salvo melhor juízo.

É preciso ficar claro que a pessoa que tem consigo o sentimento de vingança não tem o menor escrúpulo em, de repente, se transformar até mesmo em um monstro, porque, nessa situação sempre há de preponderar o instinto maior da vindita, em forma sorrateira da desforra.

A verdade é que, para as mentes vingativas, inexiste pureza de sentimento, civilidade e muito menos de respeito aos princípios humanitários, que parece justificar, no caso em comento, a abrupta transformação de pessoa sensata, equilibrada e justa em ser possuído pela sentimento de vingança.

Essa interpretação decorre da capacidade de o magistrado, antes, somente enxergava a pureza dos fatos, com inteligência, altivez, ponderação e sentimentos de valorização e grandeza sobre eles, em demonstração equilibrada e  brilhante quanto à prática da verdadeira justiça, cuja mudança radical dele, que impressiona bastante, pode ser considerada absolutamente normal, como aderência natural ao seu deplorável sentimento de vingança.

Brasília, em 22 de maio de 2023

Livre pensamento

 

Vem circulando nas redes sociais imagem do presidente do país sendo recepcionado por oficiais da Aeronáutica, que oferecem a ele um capacete de piloto de avião de caça, como homenagem prestada por ocasião da inauguração da fábrica do novo avião Gripen.

Manifestei-me, diante dessa imagem, dizendo sobre tamanha falta de respeito à instituição sagrada, a tão amada e honrada Força Aérea Brasileira, que tantas importantes lições aprendi sobre o significado dos pujantes princípios referentes à dignidade, à moralidade e à honradez, como saudáveis regras de comportamento militar e cívico, como forma de aperfeiçoamento e consolidação da integridade daquela outrora respeitável instituição militar.

Quanta decepção ao se deparar com pessoa que é autêntico símbolo da desmoralização e da indignidade, na vida pública, diante da completa ausência, na pessoa dele, dos atributos inerentes à conduta ilibada e à idoneidade como agente público, sendo homenageado por militares daquela força militar, ao receber imerecidas distinções somente deferidas às autoridades realmente dignas e honradas.

A aludida honraria aconteceu diante do novo avião Gripen, que representa as esperanças da segurança aérea nacional, por ocasião da inauguração da sua linha de produção, que contou, como visto, com a presença dessa autoridade que representa tudo ao contrário do progresso e da esperança dos brasileiros honrados.

Isso levaria à interpretação de que jamais deveria associar a imagem desse político ao empreendimento que simboliza o futuro do Brasil e o progresso da indústria aeronáutica.

Enfim, a atual Força Aérea Brasileira também se vergou ao regime de decadência escolhido pelo povo, não importando as suas qualidades ou falta delas, porque esse é o governo que a mentalidade brasileira merece, por opção democrática ou por força da imposição da autocracia.

Insatisfeito com o meu texto, uma pessoa houve por bem se manifestar, dizendo que, “Segundo o artigo 142 da Constituição do Brasil, o Presidente da República é o Comandante-em-chefe das Forças Armadas. Enquanto esse cidadão não for arrancado do poder, pelas nossas leis, ou terminar o seu mandato, ele terá o direito como Chefe de Estado a posar como tal. O outro cidadão cansou de bradar: ‘Eu sou o Chefe Supremo das FFAA’. Não lembro de nenhum comentário contraditório a esse respeito. Segue o baile!”.

Em resposta, eu disse que deixo muito claro que não estou negando a validade do texto constitucional de poder supremo do presidente do país.

Estou afirmando a incontida estranheza, no ainda âmbito do direito constitucional da liberdade de expressão, da concessão de honraria a pessoa sem qualificação moral e isso é fato, à vista dos julgamentos da Justiça, declarando a prática, por parte dele, de atos criminosos contra a administração pública, mais precisamente por recebimento de propinas.

As referidas práticas suspeitas de irregularidades estão ainda sob denúncias em processos com tramitação na Justiça, fatos estes que aconselham unicamente o afastamento dele das atividades políticas, porque a presença dele na vida pública é sempre indigna enquanto ele não provar a sua inocência sobre os aludidos fatos maculadores da honra do político.

Ou seja, isso vale dizer que o político não teve capacidade para provar a inocência dele, quanto às suspeitas de tantas irregularidades comprovadas por investigações pertinentes, fato que contribui para diminuir a autoridade dele também no âmbito dos quartéis militares, à vista da incompatibilidade com os princípios que precisam ser preservados no seio dos militares.

A meu juízo, a presença de pessoa sem os atributos de conduta ilibada e idoneidade moral, nos quartéis das Forças Armadas, contradiz completamente tudo aquilo que representaram os ensinamentos sobre doutrina e conduta militares, que são sedimentadas na rigidez dos princípios retilíneos da moralidade, da honradez e da dignidade, como assim foi a minha formação recebida nos bons e velhos tempos que realmente se valorizavam os princípios e as condutas basilares das casernas, estruturadas nos valores intrínsecos da moralidade e da decência públicas.

Na verdade, essa forma de avaliação, embora até possa parecer radical sobre pensamento prevalente dos novos tempos, cujos ideólogos e defensores sobre a existência deles, que na verdade é exatamente isso que acontece, não significa que os apoiadores do governo de ideologia socialista não estejam corretos, na compreensão de que eles têm a mesma mentalidade do seu líder, no sentido de que vale tudo para se conquistar o poder, mesmo não tendo como se comprovarem os requisitos de conduta ilibada e idoneidade, que são exigidos na vida pública.

É preciso que fique claro o meu respeito ao status quo, mas penso que, como cidadão completamente em dia com as minhas obrigações cívica e patriótica, tenho pleno direito de me manifestar sobre os fatos da vida, na forma assegurada constitucionalmente a todos os brasileiros.

Brasília, em 22 de maio de 2023