segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Roteiro adaptado


Na edição de 18 do corrente mês, o Correio Braziliense noticiou que a construção da sintonia política entre o Palácio do Buriti e a Câmara Legislativa do DF está sendo seriamente atrapalhada pela partilha dos cargos do GDF, que propiciou aos deputados distritais até da oposição, à exceção de apenas um, a nomeação de seus apadrinhados na administração do DF, não o suficiente, porém, para satisfazê-los nos seus interesses. Também foi noticiado que houve negociação para garantir a derrubada dos vetos às emendas, com a anuência do governador. Acerca desses fatos escabrosos, o presidente da Câmara Legislativa, que é do mesmo partido, mandou recado para o governador, dizendo que “Esta Casa tem o rito próprio, não é puxadinha do Buriti e vai cumprir seu papel debatendo os projetos antes de votá-los.”. Esses fatos falam por si sós e dão a exata dimensão do quanto a interferência vergonhosa de um Poder nos destinos de outro fere os salutares princípios da moralidade, da impessoalidade e da ética, além de escancarar a incoerência das promessas de campanha, no sentido de que nunca mais Brasília voltaria a conviver com as práticas sebosas de conchavos e as negociatas espúrias, com a exclusiva finalidade de “facilitar” a gestão distrital. A máscara desse governo não resistiu por muito tempo e foi por terra antes do Carnaval. O certo é que essa película é repetida, os atores são novatos e o Oscar vai para...   

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 27 de fevereiro de 2011

Contradição

Durante a recente campanha eleitoral, entre tantas mirabolantes promessas, houve garantia de que não haveria necessidade de ajuste fiscal, sob o pretexto de que as contas públicas estavam em absoluta ordem, e demonização das privatizações, por não se harmonizarem com o ideário do partido. Entretanto, logo no início da gestão, a Presidência da República anuncia que haverá privatização dos terminais aeroportuários do país e substancial ajuste no orçamento fiscal. Isso demonstra evidente quebra do compromisso da então candidata, porquanto, na prática, nesse particular, não há qualquer validade o que foi dito no pleito, ou seja, tudo não passou de brincadeirinha. O pior de tudo é que os seus eleitores não esboçam nenhuma indignação ou recriminação por tamanha e brutal incoerência, como se isso não representasse anormalidade grave, o que comprova a fraca memória do brasileiro, que só se torna eficiente quando os seus interesses diretos são atacados. Na proximidade das festas momescas, as promessas petistas de campanha estão sendo desmascaradas e os seus eleitores sequer se envergonham dessa flagrante contradição, que contribui por cento para robustecer a estatística dos casos de retrocesso na confiança dos políticos brasileiros. Na realidade, esse filme já foi visto, mas a sua protagonista principal faz jus, agora, por mérito, ao Oscar, pela pregação de promessas enganosas.  

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 27 de fevereiro de 2011

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Basta de CPMF

Na atualidade, infelizmente, ainda existem políticos saudosistas e retrógrados insistindo no ressuscitamento do cadáver denominado CPMF, que foi sepultado solenemente há alguns anos por um Senado Federal que não suportava mais o clamor e o repúdio da sociedade, diante da extorsiva cobrança daquele tributo abusivo, extravagante e insensato, que penalizava cruelmente o cidadão em indevido nome da salvação da saúde dos brasileiros. Puro eufemismo para enganar vergonhosamente a nação, porque a saúde pública sempre esteve, como se encontra no presente, na UTI e não era conhecida a destinação dos recursos pertinentes, como também jamais se soube se alguém tivesse sido responsabilizado por malversação e desvios de dinheiros públicos. Hoje, o superávit de arrecadação é sempre crescente mês a mês e a incompetência do administrador público ainda tem coragem de pleitear a recriação desse famigerado e absurdo tributo. Urge ser repensada a mentalidade dos políticos pátrios, no sentido de serem inseridas nos seus planos de governo medidas voltadas para a racionalização de gastos públicos e a devida priorização de metas, em conformidade com os recursos que já são arrecadados em abundância e em limites acima da capacidade contributiva dos cidadãos. 
  
ANTONIO ADALMIR FERNANDES                           

Brasília, em 25 de fevereiro de 2011                                    

Agradecimento

A cronologia dos fatos indica que já foram registradas, neste ostensivo arquivo particular, cem mensagens contendo opiniões diversas sobre fatos do dia a dia, com destaque para acontecimentos que envolvem a gestão do patrimônio público. A receptividade por parte dos seguidores tem sido mais para positivo do que o contrário, porquanto ninguém se manifestou contestando os escritos ou o modo como são abordados os assuntos. Por tudo isso, o apoio implícito de todos é motivo de incentivo e estímulo para que outros artigos apareçam neste espaço. De certa forma, os textos retratam, na sua maioria, a vontade que alguns amigos gostariam de exprimir, extravasando os sentimentos de aprovação ou de rejeição acerca desses fatos. Portanto, tem sido motivo de felicidade e enorme satisfação ao escrevê-los, às vezes de forma sarcástica, noutras nem tanto, mas todos são nascidos da necessidade de opinar sobre algo interessante, pelo menos sob o prisma do autor. Inicialmente, todas as mensagens estavam sendo enviadas ao Correio Braziliense, observado o seu padrão editorial, mas eram publicadas apenas algumas. Agora, são enviados àquele jornal somente alguns artigos selecionados pela sua importância. Ah! Desculpem, mas todas as mensagens, pela sua “preciosidade”, mereciam publicação, para que a opinião pública pudesse tecer juízo de valor sobre os fatos nelas abordados. Finalizando, resta o agradecimento aos prezados seguidores, pela atenção, pela deferência e pelo trabalho em acessar o blog, ficando aqui o convite para continuarem prestigiando a página do Adalmir.
  
ANTONIO ADALMIR FERNANDES         

Brasília, em 25 de fevereiro de 2011                         

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Uma vida vida de superação e amor

                                        
 “Tudo tem o seu tempo determinado e há tempo para todo propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de se arrancar o que plantou; tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de amar, e tempo de aborrecer; ...” (Eclesiastes).
Portanto, nada surge ou sucede simplesmente por acaso. Tudo acontece no seu exato e devido momento, porquanto há o tempo de semear e o tempo de colher. Assim como há o tempo para nascer e outro para morrer...
Com inspiração nesses princípios bíblicos e por ter sido pessoa que os experimentou intensamente, é possível se inferir que Maria Dalila Rocha nasceu abençoada por Deus, tendo recebido do Criador dom excepcional para lançar sementes férteis, fecundar uma história bonita e maravilhosa e colher belos frutos, virtudes essas que enchem de orgulho e de felicidade os seus descendentes, pelo seu magnífico legado de exemplos de atitudes e procedimentos edificantes e extraordinários.
O seu ventre foi fonte especial da geração e fecundação de nove filhos, a saber: Canidé, Antonio, Dalivan, José, Luiz, Vandali I (falecida ainda bebê), Vandali, Cláudio e Adamilto, todos criados com muito carinho, incomparável dedicação e inexcedível amor. Além dos filhos naturais, ela criou, também  com todo amor, outra filha de nome Maria.
Na sua missão materna, ela se deparou com árduas dificuldades e outros tantos sacrifícios, porém, com habilidade, abnegação e o máximo de desprendimento, tudo foi superado, sempre envidando grandes esforços e bastante energia, ao longo de sua vida, para conseguir, juntamente com seu também dedicado esposo, José Volney Fernandes, o seu sustento e o de sua numerosa prole, nem sempre dispondo de recursos suficientes para tanto.
Pode-se creditar à sua inabalável fé, aliada à firme esperança, o sucesso no vencimento dos obstáculos que se lhe apareciam, porquanto nem mesmo os piores momentos de sua vida foram capazes de abatê-la. Ao contrário, a sua determinação renascia mais forte após a superação dos embaraços.
Algumas virtudes sobressaiam na personalidade de Maria Dalila, merecendo ênfase a bravura e a força inquebrantável que a fortaleciam com surpreendente disposição e capacidade para superar quaisquer empecilhos, surgidos amiudamente ao longo da sua existência.
Quem conviveu com essa senhora sabe perfeitamente que ela foi exemplo de coragem e intrepidez, por ter enfrentado, absolutamente destemida, toda e a mais intrincada dificuldade, não esboçando o mínimo de fraquejo no decorrer da sua extraordinária jornada.
A sua visão generosa dos acontecimentos transcendeu o seu tempo e isso foi manifestado claramente logo cedo na criação de seus filhos, ao se posicionar, com vigor e intransigência, a favor da necessidade de proporcionar-lhes boa e adequada instrução, em que pesem as adversidades de toda ordem existentes àquela época. Esse seu evidente interesse pelos estudos dos filhos foi de fundamental importância para que todos conseguissem formação educacional básica e teve contribuição essencial para a orientação de suas vidas.
Dona Dalila, como era carinhosamente conhecida, foi pródiga em compartilhar gentilezas para com as pessoas e sabia, como poucos, conquistar a amizade de todos, não importando a posição social que ocupavam. Isso não era relevante para ela, porque a todos sempre tratava com muita consideração e respeito, sendo características próprias de sua personalidade, cuja vocação para acolher bem os seus semelhantes e dispensar-lhes a devida atenção, como evidência de camaradagem espontânea, era sua marca inata, fato sempre demonstrado ao receber as pessoas na sua casa, com cortesia, satisfação, afabilidade e sorriso aberto, manifestando sempre a sua felicidade e alegria do convívio.
A excelência do seu relacionamento com as pessoas, da cidade ou da zona rural, se refletiu na extensa relação de afilhados que, prazerosamente, levou-os à pia batismal, como prova inconteste do seu vasto ciclo de amizades e admiradores que soube conquistar com o seu jeito simples e sincero, ao longo da sua vida também dedicada ao amor ao próximo.
Quando ela visitava Brasília, para rever e abraçar seus filhos, suas noras, seu genro, seus netos, demais parentes e amigos, a sua satisfação era facilmente perceptível e, como corolário disso, ela permanecia demoradamente na capital federal, o tempo suficiente para amenizar a saudade que sempre existe no coração das pessoas que se amam. De igual modo, a sua alegria era visível ao receber em sua casa os seus entes queridos, a quem dedicava muita atenção e amabilidade, propiciando-lhes farta e saborosa alimentação de sua rica e especial culinária, que dava água na boca somente ao “degustá-la” com os olhos.
Não há a menor dúvida de que, onde ela se encontre agora, com certeza estará, com muito prazer, como era do seu costume, praticando, caso seja permitido no plano eterno, o muito que gostava na terra, qual seja, fazer as suas abençoadas e gostosas receitas culinárias, sempre muito deliciosas e recheadas do toque mágico da sua marca registrada, como o acerto no tempero, no ponto do cozimento e no sabor da guloseima. Uma de suas muitas receitas, da qual se orgulhava, era o famoso pão-de-ló, sempre processado com esmero e capricho.
Uma paixão que dona Dalila não escondia de ninguém era a sua imensa predileção pelas terras onde nasceu e viveu a sua infância e até se casar. Propiciavam-lhe bastante emoção quaisquer menções ou comentários acerca dos Sítios Cajueiro e Maniçoba, por evocarem-lhe boas recordações de momentos saudáveis e felizes. A sua última visita ao Sítio Maniçoba ocorreu um mês antes do seu passamento, que consistiu num momento memorável para os presentes, apesar de ter sido a sua despedida do local que tanto amava.
A autenticidade das suas opiniões e ideias sobre determinados assuntos foi uma de suas virtudes expressivas e marcantes. Ela nunca media palavras para manifestar o seu verdadeiro e sincero pensamento, sempre fiel à mais pura tradição da família Rocha, que tinha enorme prazer em fazer parte desse grupo social de respeitada tradição regional.
Tristeza era palavra pouco pronunciada no seu restrito vocabulário. No entanto, sem dúvida alguma, alegria foi a sua companheira inseparável e isso era demonstrado no dia a dia de maneira bem peculiar, especialmente quando contava causos, se divertindo a vontade e, ao final, se satisfazia com sonoras, gostosas e demoradas gargalhadas, acompanhadas do seu sorriso cativante. Era assim como ela gostava de viver...
Certamente, Deus foi muito generoso ao lhe conceder amplas oportunidades para o plantio, na sua existência terrena, de verdadeiras sementes de bondade e de amor para o bem da sua família e do seu próximo, permitindo-lhe que colhesse resultados abundantes, conforme evidenciam os seus copiosos ensinamentos de exemplos de amizade e caridade, totalmente condizentes com os mandamentos da lei divina, comprovando ter sido uma devota e dedicada à construção do bem e à prática de puras, boas e edificantes ações, satisfazendo, de forma positiva, os desígnios do Criador.
Com absoluta certeza, a sua ausência é marcante e bastante notada, especialmente no seio da sua família, que sente infinita saudade pela irreparável perda de pessoa tão especial, querida e amada, que, além do dom divino da geração de muitos filhos, soube criá-los com dignidade, dar-lhes a necessária educação e ensinar-lhes a prática do bem e do respeito para com o seu semelhante, sendo merecedora do eterno e sincero agradecimento por sua bondade, integridade, responsabilidade e pelo seu imenso amor no coração, atributos que a elegem, seguramente, candidata ao usufruto das benesses, bênçãos e dádivas celestiais, somente concedidas às pessoas que nesta vida foram fiéis seguidoras dos ensinamentos cristãos e praticaram atos de dignidade e de verdadeiro amor, sendo, pelos seus méritos, eleitas por Deus.
Pouco importa o tempo da partida de Maria Dalila Rocha, mesmo após o fiel e satisfatório cumprimento, durante exatos 86 anos e 10 meses, da sua missão bíblica na terra, as lágrimas continuam escorrendo, mas elas se volatilizam nos eflúvios de seu legado de fibra e bravura na defesa de seus ideais e da dignidade das pessoas e na esperança de dias melhores para todos.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 17 de março de 2010

Obs.: Este texto passa a ser histórico e estava sendo guardado para este momento, porque é o centésimo registrado neste arquivo  e homenageia uma pessoa muito especial, conforme se percebe nos seus escritos.

O poder do sorriso

Toda felicidade vem sempre acompanhada de sorriso largo, descontraído e abundante. Por fazer bem à saúde e ao bem-estar do homem, os entendidos recomendam rir da vida, da natureza, dos familiares e amigos, das coisas boas, das próprias bobagens, da beleza, das realizações, do dia a dia, enfim, de tudo. Rir com naturalidade e abertamente contribui para contagiar o ambiente com a sua alegria, porque o bom humor tem o poder de atrair bons fruídos e contaminar positivamente a todos. Não existe pureza maior do que um sorriso verdadeiro, oriundo do mais profundo sentimento de alegria e satisfação por acontecimento marcante, porque ele é fruto da espontaneidade da alma, que demonstra para a vida real toda a sua força de viver sempre contente e feliz. O sorriso natural não merece censura, muito menos policiamento por qualquer razão, porquanto ele nasce da beleza da plena felicidade da ocasião e, por isso, precisa ser extrapolado e manifestado à vontade e sem constrangimento para todos os cantos do universo. É inegável que, diante da imponderabilidade, o sorriso, acompanhado de gargalhadas, possa causar incômodo momentâneo para alguém, passível, no entanto, de escusas do fundo do coração àqueles que não conseguem assimilar, prontamente, esse momento de pura magia e singularidade inerente ao ser humano. Por tudo isso: “Sorria, mesmo que seja um sorriso triste, porque mais triste é a tristeza de não saber sorrir.” Autor desconhecido.  
  
ANTONIO ADALMIR FERNANDES                           

Brasília, em 23 de fevereiro de 2011                                        

Pura vocação

Mandatos políticos começam e terminam e seus titulares, principalmente parlamentares, nunca são questionados pela sua atuação ou pelo descumprimento das suas promessas, muitas vezes mirabolantes feitas no calor do pleito eleitoral. Os princípios éticos e morais também são relegados a planos secundários e assiduidade laboral inexiste, mas todos exigem o pagamento dos seus vencimentos, com os famosos agregados como verbas indenizatórias, incontáveis auxílios e ajudas, 14º e 15º salários etc. Sem mencionar a insignificante produção em prol do cidadão, sendo impossível avaliação do custo-benefício, nem sempre favorável ao contribuinte, que quase nada recebe em contrapartida aos impostos que é obrigado a pagar. Essa sistemática absurda precisa ser radicalmente modificada, cujas regras passam a ser estabelecidas pela sociedade, que é o verdadeiro patrão, para o atendimento do seu interesse, ficando o candidato obrigado a segui-las a rigor, ainda na campanha eleitoral, sob pena de perder o mandato se não observá-las, quando no exercício do cargo. Essa medida simples, porém racional, ajudaria a economizar bastante recursos, porque o parlamentar, além de se obrigar a cumprir o seu compromisso, somente terá direito aos vencimentos, sendo eliminados os gastos supérfluos acima elencados, com drástica lotação no gabinete de até dez servidores, ficando obrigado a cumprir carga de quarenta horas semanais como todo servidor público, com a única diferença que ainda seria escolhido eletivamente. Difícil é saber se alguém se candidatará para gigantesco sacrifício.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES                         

Brasília, em 22 de fevereiro de 2011                                         

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Palavras ao vento


Na efervescência do pleito eleitoral, o atual governador do Distrito Federal bradava aos quatro cantos, recriminando a costumeira prática de corrupção espraiada no serviço público e prometendo com estridência que a sua gestão seria modelo de moralidade e ética. Mais de dois terços do eleitorado distrital acreditou piamente na sua promessa. Contudo, não demorou muito para os jornais noticiarem que as comissões temáticas da Câmara Legislativa do Distrito Federal somente foram ocupadas pelos seus titulares graças a “um gesto simples de Agnelo. Ele pediu a Olair Francisco (PTdoB) para desistir da Ceof e foi atendido.”. Fala-se até que esse deputado será aquinhoado com a garantia da indicação de apadrinhado seu para dirigir uma Administração Regional e com a promessa de ocupar em breve a mesa diretora daquela Casa Legislativa. Agradecido, o parlamentar concluiu: “O Executivo entende que há uma nova maneira de fazer política, mas é preciso haver diálogo entre os Poderes”. Além da indevida influência noutro importante Poder, o gesto nada nobre do mandatário distrital evidencia a reincidência das práticas, no mínimo, suspeitas, muito comuns do passado e por ele até recentemente condenadas, mas, como visto, de difícil erradicação da vida do homem público, apesar de tantas e repetidas promessas na campanha eleitoral, porque essa indecência, infelizmente, está no DNA dos políticos. 
  
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
                            
Brasília, em 22 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Mudança de mentalidade

Significativa parcela da sociedade clama pela realização de movimentos pacíficos, também no Brasil, aproveitando o sucesso obtido especialmente no Egito, com a finalidade de passar a limpo a sujeira que impera na administração pública do país. Não há dúvida alguma de que essa varredura se impõe e vem sendo exigida há bastante tempo, mas a sociedade acaba de desperdiçar excelente oportunidade de exercer esse sagrado direito de colocar ordem na casa, quando, recentemente, participou democraticamente das eleições para a escolha de seus representantes nos Executivos e parlamentos, a quem foram outorgados livremente os poderes para decidirem soberanamente sobre os interesses da nação. Infelizmente, um dos primeiros atos praticados por alguns empossados foi a polêmica recondução, com votos de senadores recém-eleitos do Distrito Federal, no importante cargo de presidente da Câmara Alta de político comprovadamente envolvido até o talo com prática de corrupção. Como estes e outros parlamentares, que insistem em desprezar os princípios éticos e morais, são os lídimos representantes do povo, a única solução plausível para o caso enfocado seria a imediata revolução da mentalidade de cada cidadão, com o emprego melhor do seu voto, que é a sua arma poderosa e pacífica. Oxalá isso seja possível em futuro próximo.  

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 21 de fevereiro de 2011

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Tudo como antes

Sem surpresas ou novidades, acaba de ser aprovado o aumento do salário mínimo pela Câmara dos Deputados e, de quebra, o governo conseguiu autorização legislativa, contrariando regra constitucional e cercada de sérias polêmicas, para atualizar o referido salário no futuro, de 2012 a 2015, por meio de decreto. É curioso que, às vésperas dessa importante votação, em apenas 11 dias, o governo tenha liberado verbas para parlamentares, no montante de R$ 653,7 milhões, equivalente a 441% a mais do que todo o mês anterior. O governo é novo, mas a sua forma de “relacionamento” com aquelas autoridades, não muda um milímetro, apenas foi aperfeiçoado o método de “convencimento democrático" adotado com absoluto êxito na administração sucedida, a exemplo da bancada do PMDB, que votou unida prol governo. O que importa mesmo é que o povão ficou muito feliz com o substancial aumento no seu salário, que até já se esqueceu do expressivo reajuste nos vencimentos de dirigentes do Executivo e dos parlamentares. Resta, agora, tão somente lamentar a costumeira prática imunda e imoral desse governo inescrupuloso, que sequer esboça um pingo de vergonha pelos seus atos escabrosos, naturalmente porque, recentemente, ele teve, nas urnas, a chancela da maioria da sociedade e por isso pode perfeitamente continuar aliciando com liberação de verbas para atendimento de emendas parlamentares e nomeando os apadrinhados destes para ocuparem cargos nos segundo e terceiro escalões da administração pública.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 20 de fevereiro de 2011
   

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Torrefação de dinheiro

Não chega a ser nenhuma novidade a notícia sobre a farra dos parlamentares com o dinheiro do contribuinte, notadamente com a famigerada e abominável verba indenizatória, em que, no caso do Distrito Federal, deputados distritais torraram a cifra de R$ 1,8 milhão, com combustíveis, publicidade, aluguel de imóveis e consultoria, pasmem, em pleno ano eleitoral, em que a Casa Legislativa ficou entregue às moscas e nada foi produzido em benefício da sociedade. É totalmente inadmissível que um único deputado, sem justificar, tenha gasto com combustível, em três meses, a cifra de R$ 31.650,00, sendo suficiente para percorrer 162 mil km, que equivalem a quatro voltas ao mundo. Isso é um absurdo, para não dizer outra palavra mais apropriada à sanha criminosa que deforma o orçamento público. Na mais remota hipótese, essa esquisita verba somente deveria ser liberada, a exemplo do que deve ocorrer com todas as despesas públicas, após a comprovação da sua real necessidade para o exercício do cargo. Na forma como é desprendida, hoje, essa despesa é uma vergonha, uma agressão inaceitável, por não justificar o seu resultado apenas em benefício do seu usuário, sem qualquer reflexo na vida do contribuinte. Trata-se de mais uma escancarada imoralidade do parlamento que precisa urgente e definitivamente ser banida da administração pública, para o bem da nação.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
                           
Brasília, em 18 de fevereiro de 2011                                         


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Fenomenal

O amanhecer de hoje, no mundo do futebol, deixou de se maravilhar com o fenomenal brilho de uma de suas principais estrelas, que tinha luz própria e conquistou a admiração de enorme legião de aficionados pelo esporte bretão, por sua genialidade e extraordinária atuação nos gramados por onde desfilou a beleza de suas arrancadas, dos seus dribles desconcertantes e dos gols geniais e importantes nas decisões dos clubes que defendeu ou do selecionado canarinho. Nesses momentos de despedidas, chega a ser utópica, para não dizer ridícula, a comparação de atleta com outro, para nomear quem foi melhor, justamente pela impossibilidade de conclusão satisfatória, porquanto cada um teve peculiar atuação em campo, palco de seu belo desempenho com a bola, que tem sido fiel cúmplice nas maravilhosas jogadas que eternizam os seus magistrais feitos em campo. O fenômeno se despede em definitivo do seu ofício predileto, mas o seu significativo legado há de contribuir para o surgimento e a formação de novos e talentosos astros, para que o espetáculo da bola continue com o brilhantismo e a intensidade na forma como  ele sempre demonstrou com bravura, superação e sucesso. Ainda bem que a fonte abastecedora dessa constelação de grandes atletas, decerto o deus do futebol, tem sido pródigo até demais e, percebendo o iminente ocaso de uma estrela de grandeza superior, anuncia imediatamente o nascimento de outros astros em sua substituição, para que a magia do futebol não sofra solução de continuidade.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 14 de fevereiro de 2011
   

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Fatos e versões

O ainda todo poderoso ex-presidente da República declarou recentemente, se referindo ao escândalo do mensalão, que: “A história haverá de mostrar que não houve campanha mais infame do que a feita contra o PT em 2005.” e que tudo não passou de uma tentativa de disseminar a desconfiança entre os companheiros de partido. Ao que tudo indica, nem mesmo os quarenta dias do seu afastamento do governo foram suficientes para a retomada à sua vida real, ao desapego ao deslumbramento e à arrogância intrínseca à sua personalidade no poder. O horripilante, reprovável e imoral mensalão, gerado, alimentado e gerenciado no seio do PT, chocou toda nação pela sórdida, vil e indecente forma de compra e aliciamento de apoio político para a consecução de projetos ambiciosos de sua permanência no poder, por longo tempo. A solução desse abominável esquema doloso, fraudulento e criminoso pende de decisão da Justiça, onde se arrasta e ainda não tem precisão da data para o seu veredicto, possibilitando com isso, infelizmente, que, vez em quando, a insensatez venha à lume para tentar, ainda bem sem sucesso, distorcer a realidade dos fatos, tão robustamente comprovados pelas apurações. Isso também pode ser uma forma esperta de reafirmação daquela tosca e clássica expressão, de todos conhecida, de que “não sei de nada, como também nada vi”. Para o bem da nação, a sociedade, lesada econômica e moralmente, pelo superfaturamento das obras, para manter o esquema, e pela omissão das autoridades, que nada fizeram para punir os culpados, sabe perfeitamente o significado do triste famigerado mensalão. 

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 13 de fevereiro de 2011
   

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Obra de arte

Os moradores das Superquadras Norte 109 e 209 sentem-se honrados em convidar o governador do Distrito Federal, para visitar a passagem subterrânea que as interliga, com o primordial objetivo de conhecer uma obra-prima da criação humana. Trata-se de uma estrutura pública destinada a oferecer comodidade e segurança ao cidadão. É muito prazeroso transitar por ali, porque é um local bem cuidado, confortado e seguro. O piso e as paredes não têm qualquer defeito, ou seja, as cerâmicas e os azulejos estão todos completos e no seu devido lugar; as canaletas e passagens de água se encontram em perfeito estado de conservação e funcionamento; a vigilância é permanente e confiante; a limpeza impressiona pelo brilho do puro e reluzente limpo que ajuda a exalar perfume inebriante no recinto; as paredes chamam a atenção por ostentarem inscrições e desenhos modernos, lindos e de muito bom gosto, feitos, naturalmente, por artistas renomados e bastante qualificados; a iluminação dar vida e combina com o ambiente aconchegante. É inacreditável que a capital da República tenha uma obra pública de tão esmerado requinte. Com certeza, o governador do Distrito Federal irá se emocionar e se orgulhar da preciosidade e beleza do local. É importante vê-la o quanto antes, para acreditar nessa verdadeira “obra de arte”, em pleno século XXI.  

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 12 de fevereiro de 2011
   

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Vitória da praça

As comemorações com muita alegria e merecida euforia pela queda do ditador egípcio são por demais marcantes e emocionantes, fruto da pacífica, persistente e incessante luta da população submetida, de longa data, a difícil regime ditatorial e restritivo de liberdades dos direitos humanos. Agora, aquele povo pode respirar novos ares, com real possibilidade de exercer livremente as suas aspirações de mudanças, democracia e progresso. A presença no governo do “Faraó” do século XX estava causando atraso do desenvolvimento da nação. A partir de hoje, certamente, o futuro daquele país árabe poderá ser promissor, por se vislumbrar uma transição que possa levar ao aparecimento de medidas benéficas à livre iniciativa e às grandes transformações. Os louros da vitória devem ser creditados, com todo mérito, aos bravos da Praça Tahrir, mas é justo que o mundo inteiro festeje com efusão esse momento histórico de mudanças. A vitória do povo egípcio serve de exemplo e de estímulo para os demais povos que vivem sob o julgo dos regimes totalitários e ditatoriais, relegados ao eterno atraso econômico, político e social e submetidos à terrível escuridão, pela perda dos direitos fundamentais e indispensáveis de liberdade e de democracia. Esse movimento vitorioso do povo egípcio até que poderia também se expandir para os países cujos mandatários sejam ditadores, para possibilitar benfazejo florescimento de bem-estar para todos...

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 11 de fevereiro de 2011
   

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Contenção do incontido


Na tentativa de moralizar a instituição, o Senado Federal decidiu, hoje, extinguir as horas extras pagas aos seus diretores e os contratos de emergência celebrados sem licitação. Foram anunciadas como medidas de contenção de despesas, consideradas prioritárias, tendo por finalidade também dar transparência aos seus atos. Os termos da auspiciosa notícia, por si sós, denunciam que os respectivos dispêndios estavam sendo realizados de forma irregular no seio daquela Casa Legislativa, que tem o dever constitucional, não só de fiscalizar, mas especialmente de zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos. À primeira vista, por se tratar do Senado Federal, é forçoso reconhecer que isso já é avanço gigantesco por parte de quem sempre se houve desdenhoso e resistente ao clamor do povo por medidas de contenção de despesas. Contudo, ainda há uma distância enorme da moralização administrativa que a sociedade anseia que seja promovida naquela Casa do Povo, que, finalmente, despertou e acena com essas medidas com a possibilidade de maior transparência de seus atos e mais cuidado e zelo com os gastos dos dinheiros públicos. Não há dúvida alguma de que já é tempo de ser exigido um basta de tanto desperdício e de absurdas gastanças no Senado da República, quando os benefícios por ele oferecidos à nação, em contraposição aos custos, não têm sido nada animadores, nem convincentes.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 10 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Muita coerência

 O ministro da Fazenda acaba de declarar que qualquer correção na tabela do Imposto de Renda dependerá de acordo do governo com as centrais sindicais, com relação ao salário mínimo, e a forma de viabilizá-la somente será possível no mês de março ou de abril. Ocorre que a aludida correção, que vinha sendo realizada desde 2007, não houve este ano, por força de acordo com os sindicalistas, em 4,5%, para compensar a inflação. Curiosamente, a par de criticar os sindicalistas, por reivindicarem salário mínimo maior ao estabelecido pelo governo, autoridades governamentais defendem ardorosamente o acordo em referência, embora deixassem de implementar, no início do ano, a correção da tabela do IR, que fazia parte do acordão e dependia exclusivamente do governo. Ou seja, para o governo, devem ser respeitados e mantidos os termos do acordo com relação ao salário mínimo, mas a correção em causa pode ficar normalmente no plano secundário, a depender de... Isso demonstra o grau de confiabilidade que esse governo pretende passar para a sociedade, sem mencionar que aquele ministro chegou a garantir que a tabela do IR não seria corrigida. Como se pode inferir, trata-se de muita firmeza na coerência do governo, que somente valida o que realmente lhe interessa, deixando que os interesses da sociedade dependam do sucesso dos seus projetos, não importando se não os termos acordados em seu favor, apenas. 

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 08 de fevereiro de 2011
   

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Justa homenagem

Está de parabéns a jovem guerreira Vescijudith, por sua coragem e bravura em se aventurar em plagas distantes, em terras além-mar, com a finalidade de obter aperfeiçoamento da sua graduação em Direito, em universidade de renome internacional, tendo que suplantar, com certeza, uma montanha de empecilhos, a começar pelo desconhecimento da língua de origem. Ao ensejo, convém enaltecer a importância das marcantes figuras de seus queridos pais, Bonifácio Fernandes (in memoriam) e Maria da Conceição, que, certamente, tiveram significativa contribuição no preparo educacional da homenageada. Bonifácio foi uma pessoa muito especial, por ter se dedicado intensamente à nobre e honrosa missão de servir incondicionalmente o seu irmão, praticando o difícil e espinhoso ofício de aliviar a dor e o sofrimento de uma comunidade repleta de carência e de desamparo, não medindo esforços ou sacrifícios para bem cumprir plena e satisfatoriamente a vocação de amor ao próximo. O seu legado não pode jamais ser relegada ao esquecimento, porque as grandes obras permanecem na memória e no coração do povo que reconhece com carinho a sua suprema dedicação à saúde pública.
                    
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 06 de fevereiro de 2011
   

Romariando


 No dia em que haveria a primeira sessão legislativa na Câmara Federal, o importante doublê de deputado Romário foi flagrado jogando futevôlei, em praia da Cidade Maravilhosa. A par de tachar alguns jornalistas de não terem credibilidade, a sua pronta justificativa para o caso é bastante plausível: “Ontem não teve plenário e a presença não era obrigatória.”. Muito boa, seu Romário. Você está repleto de razão. A sua atitude guarda coerência com o que, sem exceção, os parlamentares brasileiros dignos e honrados fazem ao longo dos tempos, ou seja, absolutamente nada, havendo apenas importante diferença no modus operandi, porque os mais experientes não se expõem aos paparazzi de plantão. Quem é marinheiro de primeira viagem, nesse caso, sempre facilita o trabalho dos fotógrafos. Parabéns, deputado Romário, pelo seu dignificante exemplo, logo no início de sua vida parlamentar. O Brasil precisa mais de congressistas que têm a coragem de praticar futevôlei na praia, em pleno expediente, do que daqueles que, hipocritamente, permanecem na Casa do Povo, sem ter o que fazer, ou não?

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 05 de fevereiro de 2011
   

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Injusta equiparação

Ainda repercute negativa e intensamente no seio da sociedade a esdrúxula equiparação dos vencimentos dos congressistas com os subsídios dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Segundo o presidente da Câmara Federal, em entrevista à Folha de S. Paulo, edição de 02 do fluente mês: “A decisão que foi tomada no ano passado foi a de que tivéssemos a equidade entre os Poderes. Nós resolvemos esse problema. Há hoje essa equiparação...”. Sua Excelência demonstrou que não foi bem assessorado nessa matéria, porque equivalência significa, em bom e claro português: igual em valor, quantidade, qualidade, intensidade, efeito, tudo. Nos subsídios dos ministros do STF, ainda não constam verbas indenizatórias, auxílios variados, ajudas de custo de todo tipo, 14º salário etc. A famigerada majoração talvez pudesse ter sido considerada justa e até aceita sem censura pelo patrão, no caso, o contribuinte, se tivesse sido feita a verdadeira equiparação, estabelecendo para os parlamentares tão somente o mesmo subsídio do Judiciário, sem os vergonhosos penduricalhos absolutamente injustificáveis em comparação com a produtividade por eles oferecida à nação. Por certo, no próximo reajuste salarial, os congressistas, sem constrangimento, concederão aos ministros do STF, como forma de alcançar a propalada equivalência, as verbas indenizatórias, o 14º salário, os variados auxílios, as diversas ajudas de custo e demais benefícios e vantagens por eles ora percebidos indevidamente, porque perdê-los, nem em pensamento.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 03 de fevereiro de 2011
   

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Reformar é preciso

Há novidade em quase tudo. No ano, no governo e até o congresso foi renovado, mas a sociedade continua eternamente ávida por reformas e mudanças estruturais, objetivando o desenvolvimento social e econômico da nação. As principais reformas catalogadas são muitas e todas consideradas necessárias, destacando-se entre elas a tributária, com a finalidade precípua de diminuir drasticamente a pesada carga de impostos, sem prejudicar o que é provido hoje pelo estado, e a política, para modernização do sistema que se encontra há muito tempo arcaico e ultrapassado. Também exigem restauração os sistemas públicos de saúde, educação, previdência, segurança, transportes (estradas, portos e aeroportos), trabalho e tantos outros, onde predomina deficiência crônica que emperra avanços nessas áreas importantes para o país. A sociedade anseia por qualquer reforma que contrarie profundamente as promovidas no passado e privilegie o aperfeiçoamento e o benefício e jamais retire direitos e aumente obrigações e deveres dos cidadãos, sob a infeliz e inaceitável justificativa de que os fins sobrepõem a qualquer interesse social.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 02 de fevereiro de 2011
   

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Idade do paleolítico

O programa Fantástico da Rede Globo de Televisão, última edição, foi muito feliz ao mostrar a situação caótica do atendimento à sociedade, na área de segurança pública, especialmente quanto ao funcionamento de delegacias, ao sistema carcerário de alguns estados e à impunidade pela prática de crimes, entre outras questões congêneres relevantes. Os fatos seriam dignos de ruborescer os habitantes da pedra lascada, onde, com certeza, o homo sapiens deve ter tido melhores tratamentos. São revelações nuas e cruas sobre a reclusão de pessoas em jaulas ou recintos totalmente desumanos, inclusive prisão de homens e mulheres no mesmo local, na maior promiscuidade e falta de higiene nunca vistas neste país. Lastima-se que, depois de alcançados significativos avanços em todas as áreas do conhecimento, o ser humano ainda seja tratado pelos seus pares como se estivesse na época do paleolítico. É pena que a reportagem não tenha apontado os responsáveis por tamanha barbárie e o destino dos recursos arrecadados dos cidadãos para manter a segurança pública nos estados. Esse é um importante alerta para que a população se encoraje e denuncie os maus tratos e as deficiências estruturais da segurança pública, para possibilitar a melhoria do atendimento, em especial, nas delegacias de polícia e no sistema carcerário, de modo que as pessoas sejam tratadas como gente decente e com a dignidade que merecem. A sociedade deve exigir que o estado, por força de obrigação constitucional, assuma a sua responsabilidade no caso e providencie o saneamento das aludidas falhas.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 31 de janeiro de 2011
   

Odioso monopólio


No Distrito Federal, há, com a benevolência das autoridades competentes, repugnante cartel formado pelos donos dos postos de combustíveis, sumamente prejudicial aos interesses dos proprietários de veículos, em virtude do pernicioso controle dos postos em mãos de pouquíssimos empresários, que têm o poder de manter os preços dos combustíveis nivelados e sem a mínima condição da livre concorrência entre eles, em extrema maldade com a economia da sociedade, eterna refém desse detestável monopólio. Esse péssimo exemplo, ao que parece, vem sendo implantado, de forma sorrateira, no ramo das farmácias. A famosa Rua das Farmácias é comandada, atualmente, por apenas dois donos e os demais tomaram Doril e sumiram do pedaço. A Farmácia Santa Marta, que era encontrada em qualquer esquina - se é que há -, só funciona, agora, na Rodoviária do Plano Piloto. A aludida situação é bastante desanimadora, por conspirar contra a indefesa sociedade, que possivelmente será obrigada a se curvar a mais uma repulsiva cartelização da economia.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 31 de janeiro de 2011