sábado, 31 de agosto de 2019

Respeito ao patrimônio florestal


Em conformidade com fontes ouvidas pela Rádio CBN, há forte indícios de que há sim suspeitos que orquestraram ações criminosas em larga escala de incêndios e queimadas no Estado do Pará, em movimento coordenado com a intenção de protesto ao governo.
A ação da Polícia Civil do Pará promoveu levantamentos em diversas localidades do Para, com vistas ao colhimento de depoimentos, ao desfazimento de acampamentos e à apreensão de motosserras, motocicletas e tratores das pessoas investigadas, que estão sob suspeitas dos incêndios devastadores e criminosos.
Em paralelo às investigações, a Polícia Federal apura a realização do chamado “Dia do Fogo”, em que grileiros, empresários, comerciantes e fazendeiros teriam aproveitado, em ação orquestrada, para se organizarem para o início de “fogos de limpeza” especialmente em áreas de matas e terras públicas, para poderem fazer uso dos territórios que eram ocupados por reservas ambientais e livres de fiscalização.
A manifestação combinada teria ocorrido no dia 10 de agosto último, quando diversas áreas da região tiveram aumento expressivo de focos de incêndio.
A Polícia Federal sobrevoou os municípios paraenses de Altamira e Pacajá, com vistas ao levantamento das áreas atingidas pelas queimadas e dos prejuízos causados à natureza.
Sob a orientação e organização da Polícia Federal, também foram realizadas ações para se investigarem crimes ambientais em outros estados, inclusive com a presença de peritos criminais federais e outras autoridades ligadas às questões de terra.
Um senador pelo Amapá trabalha pela criação da CPI da Amazônia, para se investigar a verdadeira origem das queimadas criminosas, porque ele acredita na “A hipótese que trabalhamos é que o que está acontecendo na Amazônia foi um crime calculado. Não há ninguém que, em sã consciência, acredite que o que está acontecendo na região é uma obra do acaso. É uma ação coordenada, atos calculados”.
É importante que se diga que as queimadas realmente existem, mas em localidades não muito distantes das povoações, em quantidade sim preocupante, mas nem tanto a ponto de haver generalização, como se toda região Amazônica estivesse sendo dissipada pelo fogo, como tem sido assim entendido pela opinião pública internacional e mais ainda brasileira, que tem interesse em queimar de vez a imagem do governo, dando a impressão de que aquela região se encontra abandonada, de modo a dar azo ao interesse de nações que já se mostraram ávidas em dominá-la, a exemplo da França.
Convém que o governo tenha inteligência para  informar, com o máximo de detalhes, a verdadeira situação sobre o que realmente significam as queimadas, em termos proporcionais, por exemplo, da região amazônica de tantos quilômetros quadrados de área florestada, apenas há o desmatamento de X extensão, sendo que os incêndios deste ano atingiram a área que representa Y da totalidade da Amazônia brasileira, tendo por base levantamentos promovidos por entidades especializadas e respeitadas quanto ao conhecimento da questão inerente às queimadas, o que contribuiria para, pelo menos, minimizar enormes especulações sobre o tema que tanto interessa ao mundo que se preocupa realmente pelo meio ambiente.
O governo precisa ter competência para lidar com os algozes que não estão nada preocupados em distorcer os fatos e acusá-lo, à sua maneira, e essa propagação de informações sensacionalistas poderia ser evitada ou minimizada, à vista de informações atualizadas, precisas e consistentes sobre o que realmente vem acontecendo com relação às queimadas, em especial no que tange a sua abrangência, em relação ao total da floresta brasileira, fato que se evitariam maiores desgastes desnecessários.
Agora é de se lamentar profundamente que esse horroroso crime à natureza seja protagonizado justamente por grileiros, empresários, comerciantes e fazendeiros, na forma das suspeitas levantadas pelo governo, ou seja, são pessoas que têm a obrigação de zelar pelas integridade e preservação da natureza, do meio ambiente onde eles extraem as suas riquezas, que deveriam fazer uso exclusivamente de instrumentos e equipamentos ligados aos cuidados e à proteção da região Amazônica.
Causa perplexidade que essas pessoas possam concorrer, de maneira deliberada, para causar danos às florestas, ao meio ambiente, em alarmantes proporções e possam ficar impunes, em que pese se tratar de gente que está na região se beneficiando das riquezas naturais dela, tendo por isso o dever de defender a sua integridade, fato que denuncia, de maneira clara, a total maldade do homem.
          Nessa questão sobre o controle da soberania nacional, convém que o governo promova ampla e profunda reavaliação acerca das atividades das ONGs que estão instaladas, em alarmante quantidade,  na região amazônica, de origem estrangeira, na sua maioria, praticando pesquisas que interessam, por óbvio, aos seus países, por quem são patrocinadas, em termos financeiros.
          Convém que essa reavaliação tenha por objetivo conhecer o que cada qual realiza especialmente e se também em benefício do Brasil, tendo o alto interesse delas em se manterem instaladas em território tupiniquim, de modo que aquelas que não apresentarem nada aproveitável ao Brasil, em termos substanciais, precisam perder imediatamente a autorização de permanência em terras brasilis e voltar para seus países, como forma de indispensável assepsia da influência estrangeira indevida em terras brasileiras, tendo em vista que essa medida não resultará qualquer prejuízo aos interesses nacionais.
Não há dúvidas de que o momento é extremamente propício para que o governo mostre a imperiosa necessidade do controle sobre a região Amazônica, principalmente tirando de circulação os malfeitores que tantos prejuízos já causaram ao meio ambiente brasileiro, além de anunciar medidas capazes de efetivo controle sobre a reincidência das queimadas.
O precisa aproveitar o resultado do desastre para, em cima dele, serem adotadas severas e amplas medidas de correção, controle e punição, de forma exemplar e que os autores dessa tragédia sejam severamente punidos, com prisão, perda das terras por eles ocupadas e obrigação da reparação dos danos causados ao meio ambiente, em especial com a obrigação do reflorestamento das áreas degradadas, para que as medidas adotadas possam servir de exemplo disciplinar e pedagógico, com vistas a se evitar tanta violência à flora e à fauna brasileiras.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 31 de agosto de 2019

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Ingerência indevida?


O presidente da República respondeu a um internauta que lhe pediu para cuidar bem do ministro da Justiça e Segurança Pública, à vista da interferência dele nas políticas dessa pasta.
O pedido do internauta foi escrito nos seguinte termos: "Jair Messias Bolsonaro, cuide bem do ministro Moro. Você sabe que votamos em um governo composto por você, ele e o Paulo Guedes.".
A resposta do presidente não menciona explicitamente o nome do ministro da Justiça, tendo sido redigido assim: "Com todo respeito a ele, mas o mesmo não esteve comigo durante a campanha, até que, como juiz, não poderia.".
Sem dúvida, por ocasião da campanha eleitoral presidencial, o atual ministro da Justiça ainda era juiz federal, em Curitiba (PR), responsável pela Operação Lava-Jato.
Somente depois de ser convidado para assumir o Ministério da Justiça é que ele se afastou da magistratura, por força da sua exoneração do cargo de juiz, exatamente sob a garantia de ter “carta branca” para trabalhar, o que vale dizer que ele teria “liberdade plena” para dirigir o citado órgão, que tem competência institucional de combater a corrupção e ao crime organizado.
Em que pesem as notórias ingerências presidenciais, principalmente aos reiterados ataques à sua prometida autonomia, o ministro da Justiça tem se mantido em silêncio, em franciscana obediência às decisões superiores, mesmo porque de nada adiantaria reclamação, porque certo ou errado, o mandatário sempre tem razão, de nada adianta estrebuchar, salvo se o ministro quisesse deixar o cargo.
Ocorre que, ultimamente, o presidente da República resolveu intervir diretamente na Polícia Federal, que é subordinada ao Ministério da Justiça, quebrando o entendimento sobre a garantia de plena autonomia do ex-juiz, com relação à indicação dos dirigentes dos órgãos vinculados ao ministério sob a sua direção.
O presidente brasileiro indicou cinco nomes para integrar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que é legalmente ligado ao Ministério da Justiça, cujo titular não foi sequer consultado e não teve influência em nenhuma das indicações.
Em conversa com os jornalistas, ao ser indagado se o ministro da Justiça teria “carta branca” para atuar, diante desses acontecimentos, o presidente da República disse que "todos os ministros têm ingerência minha" e que ele foi "eleito para mudar". 
A resposta do presidente, que alega ter o poder de ingerência sobre os ministros, não responde exatamente ao que os jornalistas gostariam de saber sobre o verdadeiro sentido da “carta branca” dada ao então juiz sobre a atuação dele à frente do Ministério da Justiça, em razão das decisões que ele vem adotando, por conta própria, sem ao menos consultá-lo, a exemplo das nomeações de dirigentes que, em princípio, deveriam caber ao próprio ministro, como nesse caso do Cade e também de outras nas superintendências da Polícia Federal e da Receita Federal.
O certo é que as ingerências presidenciais, com relação ao Ministro da Justiça, estão muito além da garantia da “carta branca” assegurada ao então juiz, quando ele foi convidado para assumir tão importante ministério, que, inicialmente, ganhou a estrutura de superministério, com a junção de órgãos indispensáveis ao combate à corrupção e à criminalidade, a exemplo do Coaf, que acaba de ser simplesmente extinto.
Ou seja, o que se percebe, com clareza meridiana, é que a autoridade do ex-juiz da Lava-Jato vem sendo progressivamente desgastada, diante das efetivas ações do presidente, que tem atraído para si atribuições que são da estrita competência do ministro da Justiça, na forma do entendimento de que ele teria “carta branca” para comandar a sua pasta e isso implicaria que as nomeações dos órgãos e entidades subordinados a ela seriam da exclusiva indicação dele, não cabendo, agora, nenhuma interferência ou ingerência presidencial, porque isso significa quebra de acordo, que precisa ser respeitado, como forma da preservação do princípio institucionalizado.
À toda evidência, o desgaste da autoridade do ministro da Justiça, que é considerado patrimônio nacional pelo presidente do país, representa a completa desmoralização de tudo aquilo que se espera sobre a construção de mudanças positivas e afirmativas, principalmente no que tange ao cumprimento da palavra, não importando as circunstâncias.
Nesse sentido, a preocupação não é somente do mencionado internauta, mas sim dos brasileiros que acreditaram que o presidente da República precisa ser leal aos seus compromissos dados perante a nação, sob pena de perder a credibilidade de suma importância do seu governo, especialmente no que tange ao ministro que tem expressivo apoio da opinião pública, em razão do seu riquíssimo legado inerente ao implacável combate à corrupção e à impunidade.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 30 de agosto de 2019

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Quem abusa?


O presidente da República, que tem prazo para sancionar o texto até o dia 5 de setembro vindouro, afirmou que está "entre a cruz e a espada" para decidir sobre o veto ou não de pontos na Lei de Abuso de Autoridade. 
O presidente teria feito esse comentário durante a reunião para discutir a proposta com parlamentares, ministros e entidades de classe.
A líder do governo no Congresso Nacional disse que, "Ao final (da reunião), o presidente disse: 'estou entre a cruz e a espada. Se eu vetar tudo, crio um problema com parte do Congresso e obviamente a população vai aplaudir. Se eu não vetar nada, crio um problema com a população.' Ele está ponderando muito.".
A aludida líder afirmou que o presidente não adiantou o que exatamente deverá vetar, mas garantiu que "alguns pontos" do projeto serão vetados, a exemplo do texto que prevê como crime de abuso de autoridade o uso de algemas quando o preso não mostra resistência.
A citada líder ressaltou que o governo tem preocupação com a reação do Congresso aos vetos, o que poderia impactar outros projetos no futuro, porque, basicamente, "Tudo é uma costura política, a gente tem que fazer essa conta porque o governo ainda tem no mínimo 3 anos e meio pela frente. Temos outros projetos para aprovar. Essa matemática política é o que a gente está fazendo agora".  
O ministro da Justiça e Segurança Pública deixou claro que “Ninguém defende abuso de autoridade de maneira alguma, mas que nossa intenção tem que ser sempre a de dar liberdade de investigação e punição. A gente não pode flexibilizar punição para crimes, em especial crimes de corrupção. Essa é a nossa grande preocupação".
A líder do governo acredita que há aumento no apoio político para alguns vetos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, na sua avaliação de que "Certamente não haverá o veto total, uma vez que estamos discutindo dez pontos (sugeridos para o presidente), mas esses dez pontos podem corrigir essa lei que na minha avaliação está manca e muito mal escrita. E aí a gente pode terminar de consertá-la com outro projeto de lei."
O presidente brasileiro recebeu da liderança do governo no Congresso documento, que também é assinado por entidades de policiais, delegados, juízes e procuradores, contendo pedido no sentido que ele vete dez textos do projeto sobre abuso de autoridade, justamente por terem reflexo direto na essência ao combate à corrupção e à impunidade.
À toda evidência, a Lei de Abuso de Autoridade precisa ser aperfeiçoada e modernizada, com a devida urgência, diante da sua defasagem normal desde quando ela foi aprovada, ainda no século passado, até o presente momento, mas não faz o menor sentido que a nova norma contenha dispositivos com viés direcionado cuidadosamente para fragilizar a atuação dos agentes públicos incumbidos legalmente das investigações e dos julgamentos das denúncias sobre fatos irregulares, numa forma explícita de que ninguém pode investigar autoridade pública, porque há o risco de ser punido pelo fato de ter mexido com gente poderosa e contra a qual nem pensar em se apurar seus atos na vida pública.
A incontestável confirmação disso se acha presente precisamente na origem do texto da norma, que foi especialmente arquitetado e preparado nos moldes apropriados para que os agentes incumbidos das investigações e dos julgamentos sejam obrigados a avaliar, previamente, se realmente convém investigar alguém detentor de poder e influência políticas, diante do risco de serem punidos em razão da sua participação em processo que será avaliado segundo o poder da autoridade, à luz da nova interpretação sobre o texto feito por encomenda de quem se acha acima da lei.
Quando se imaginava que as mudanças seriam exatamente para melhor, com vistas ao aperfeiçoamento, à modernização e à ampliação das normas contra a corrupção e a impunidade, para se coibirem, em definitivo, a esculhambação na administração pública, eis que surgem justamente medidas em contrário, no sentido da criação de dispositivos para dificultarem os mecanismos e as ações capazes da formalização do controle, da fiscalização, das investigações e dos julgamentos de atos irregulares envolvendo recursos públicos.
Nesse ponto, há clara demonstração de que o Brasil se encontra precisamente na contramão da evolução da humanidade, onde se elege quantidade descomunal de representantes do povo exatamente para a aprovação de normas jurídicas para respaldarem a imunidade de atividades irregulares, normalmente praticadas por homens públicos que têm o dever constitucional e legal de ser exemplo de moralidade e zelo para com o patrimônio dos brasileiros.
É preciso que o presidente do país resolva sancionar o projeto em causa sem a preocupação de agradar ou desagradar quaisquer segmentos políticos ou sociais, muito menos o político, que tem obrigação constitucional de representar o povo sob a égide dos princípios da ética, da moralidade, do decoro, da dignidade, entre outros, em respeito aos critérios de correção e decência no exercício de cargos públicos eletivos.
Com relação aos vetos dos dispositivos que possam contribuir para dificultar a atuação dos agentes públicos contra a criminalidade, não há a menor dúvida de que o presidente terá total apoio da sociedade, pelo menos dos brasileiros que votaram nele, diante da enorme ansiedade da pureza na administração pública, que não merece ser explorada justamente por aqueles que foram eleitos para defenderem, aplicarem e observarem os princípios republicanos da ética, da moralidade, da dignidade e dos demais que precisam ser implantados o quanto antes.
A preocupação do presidente, quanto à reação do Congresso, no caso de veto, mostra o seu arraigado sentimento ao degradante corporativismo que perdura no seu íntimo, o que não condiz exatamente com a atual condição de mandatário da nação, cuja atuação dele precisa se ajustar, com urgência, ao interesse público, que sempre prevalece inclusive sobre a classe política, que também é obrigada a observar as mesmas regras aplicáveis às causas dos brasileiros, o que vale dizer que os congressistas não podem pensar em boicotar projetos do governo, que são de interesse do povo, somente porque houve veto ao projeto em causa, que contém dispositivos, em forma indevida, em sua proteção.   
O presidente do país precisa decidir com serenidade, com base em critério estritamente com base na sua consciência, sancionando exatamente os textos do projeto que tenham a devida pertinência com o abuso de autoridade, devendo vetar os demais que sinalizem, de forma deliberada, com o intuito de se criar empecilho às investigações e aos julgamentos de atos suspeitos de irregularidades, eis que não faz o menor sentido que haja regra jurídica a impedir a atuação do Estado, diante da possibilidade da punição para os agentes públicos que tenham participado de investigações e julgamentos de atos criminosos.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 29 de julho de 2019

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

O poder corrompe?


Já está mais do que confirmado, em terras tupiniquins, que o poder corrompe, principalmente no seio da política pública, inclusive quanto às ideias mais conservadoras.
Há evidente estarrecimento na maneira como vem se comportando o titular do Palácio do Planalto, que, a título de mostrar autoridade absoluta, vem afrontando, sem o mínimo constrangimento, os princípios constitucionais e legais, colocando-se em posição de confronto contra as nações, as instituições, as autoridades constituídas, os empresários e o povo em geral, na tentativa de mostrar e provar que ele é realmente o presidente dos brasileiros.
Na forma constitucional e legal, o presidente da República tem o dever de governar para os brasileiros, indistintamente de etnias, ideologias, religiosidade ou qualquer forma de sentimento, de modo que a sua gestão se assente sob a égide dos princípios republicano e democrático, em harmonia com os preceitos de civilidade.
Ao contrário disso, o mandatário brasileiro tem procurado impor a sua vontade autoritária que não aceita críticas ao seu governo, ao adotar o estranho método do revide, em grau superior, contra quem mexer com ele ou com a sua família, porque estará sujeito a tratamento nada civilizado.
Exemplo clássico disso pode ser citado com relação à Polícia Federal, ao Coaf e à Receita Federal, que foram publicamente censurados, inclusive com ameaças de demissão de dirigentes, tão somente porque estavam investigando operações envolvendo familiares seus, em rotina normalíssima, diante dos fatos denunciados, sob o prisma da legislação vigente.
Para piorar a situação, há ordem superior para a mordaça e o tolhimento de investigações que avançavam sobre o clã da sua família, que passou a ter o amparo da República e a imunidade quanto ao controle sobre seus atos como cidadão comum.
O abuso de autoridade ficou explícito em muitos episódios, sobressaindo o bate-boca com o então diretor do INPE, cuja entidade trabalhara com números verdadeiros sobre o desmatamento, e o caso envolvendo os técnicos do IBGE, que evidenciaram o avanço do desemprego, entre outros casos que denunciam a ingerência nefasta do mandatário brasileiro, que precisa se conscientizar sobre o respeito ao trabalho das instituições.
Isso é demonstração de implacabilidade contra aqueles que apenas cumprem a sua missão funcional, mas o mandatário prefere que a verdade não venha à tona, para que o seu governo não seja avaliado à luz dos fatos e da realidade, como se imaginaria que dessa forma seria possível o pleno exercício da transparência, mesmo que isso mostrasse o lado falho do governo.
Não há a menor dúvida de que esse ranço de autoritarismo não se coaduna com os princípios da administração científica moderna, que prima justamente pela eficiência da gestão pública, tendo por fundamento a verdade sobre os fatos, sem distorção ou manipulação sobre eles.
Ao contrário disso, o governo termina sendo desmascarado, como aconteceu recentemente, quando uma candidata presidencial asseverava, para ganhar a reeleição, que as contas públicas estavam firmes, robustas e consistentes, mas, em seguida, os fatos mostraram que havia em curso as famosas “pedaladas”, que significavam que o governo não tinha dinheiro para pagar suas obrigações, sendo quitadas por bancos oficiais, em operações consideradas inconstitucionais.
          A evidência da intolerância presidencial tem sido protagonizada às claras, ao mostrar a sua maneira totalitária de agir, a ponto de o mandatário brasileiro ter declarado publicamente que “Quem manda sou eu, vou deixar claro”, dispensando qualquer interpretação sobre a sua autoridade, ao explicitar que ele não é “presidente de banana“, algo que é absolutamente dispensável.
Na verdade, agindo dessa maneira, a autoridade presidencial apenas tende a se fragilizar o mais rapidamente possível, quando o mandatário decide agir diferentemente do manual do bom senso, da racionalidade e da funcionalidade, ao adotar o estilo pessoal da truculência do “ou tudo ou nada”, sem nenhuma hipótese conciliatória para a solução dos graves problemas nacionais, porque isso não se encaixa no seu raciocínio contrário à ponderação.
O presidente já deixou muito claro de que ou aceita a linha de gestão, às suas determinações e aos seus limites, ou então fica tudo descartado e isso já foi demonstrado em muitas situações, não importando a avaliação se isso é bom ou ruim para o Brasil, porque, para ele, só importa a sua vontade.
É mais do evidente que a autoridade presidencial precisa se impor, porque ninguém concorda com mandatário “banana”, mas essa autoafirmação não pode fugir da linha da normalidade, do equilíbrio, da racionalidade, do bom senso, entre outros princípios próprios e necessários ao atingimento da eficiência administrativa, que precisa se assentar em parâmetros inerentes aos princípios de decência e civilidade republicanas.
          A verdade é que o presidente tem sido useiro e vezeiro em fazer declarações estapafúrdias, entremeadas com promessas públicas de aniquilamento e perseguição a supostos inimigos e oposicionistas, em forma de pura vingança política, em demonstração de permanente rivalidade contra se opor à sua cartilha, não diferenciando em de quem tinha essa mesma mentalidade, em sentido antagônico.
Vejam-se o caso da Receita Federal, que, segundo o presidente do país, teria promovido verdadeira e absurda devassa na vida financeira da família dele, que terá, somente por isso, que pagar e sofrer as consequências, por meio de medidas de fatiamento em agências independentes, possivelmente para se permitir o ingresso do condenável apadrinhamento político, por meio da escolha de pessoas estranhas aos quadros de pessoal da carreira da Receita, dando a ideia de que não se pode contrariar os interesses de autoridades constituídas da República.
No momento, o presidente está determinado a aparelhar tribunais, núcleos da polícia, repartições financeiras e tributárias, com pessoas da sua confiança, que possam concordar prestar vassalagem, em contrariedade aos princípios da administração pública.
O sintomático mais recente aconteceu com o Coaf, que se posicionou contra a decisão do Supremo Tribunal Federal, de suspender consultas à sua base de dados para identificar corruptos, em atendimento a pedido de um filho do presidente, e a resposta foi trágica, com a sua extinção (do Coaf), cujas funções passaram para a incumbência do Banco Central do Brasil, que jamais terá as mesmas atribuições no novo endereço, o que significa que a corrupção nas atividades financeiras ganhou importante aliado, quando deveria ser o contrário, diante urgente necessidade das mudanças de moralização do Brasil.
Na realidade, as atribuições de rigidez do Coaf foram transferidas do Ministério da Justiça para o Banco Central, com atribuições apenas burocráticas, com enorme possibilidade de sofrerem injunções políticas.
Como a Polícia Federal do Rio de Janeiro foi responsável pelas investigações envolvendo um dos filhos do presidente, incomodando membro do clã da família presidencial, o superintendente local foi exonerado, para que outro delegado da preferência do mandatário do país fosse nomeado, mas surgiu forte reação a ele e a Polícia Federal barrou a indicação.
Enfim, no momento, a República se encontra de ponta-cabeça, em que o presidente dos brasileiros vem agindo como verdadeiro monarca tupiniquim, por se imaginar que ele tem plenos poderes para prender e arrebentar, inclusive afrontar o comezinho princípio constitucional da impessoalidade, que vem sendo  quebrado a todo instante, porque simplesmente ele se acha o dono da principal poltrona do país, por conta do que ele colocou a coroa na cabeça, achando-se o dono da razão e da verdade, em inquestionável supremacia ditatorial.
Quando o mandatário da nação demonstra visível descontrole emocional, com o desfoque das atitudes inerentes às suas atribuições constitucionais e legais, há clara evidência de que algo está muito errado e a tendência é piorar cada vez mais se não houver rápido e devido contrafreio por parte da sociedade e das autoridades e instituições constituídas, sob pena de a República se transformar em verdadeiro caos, infelizmente.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 28 de agosto de 2019

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Notícia tendenciosa?


Conforme notícia publicada pela revista ISTOÉ, “Mais da metade da população desaprova o desempenho pessoal do presidente Jair Bolsonaro.”.
A aludida notícia tem por base pesquisa realizada pelo CNT/MD, que mostra que o índice de desaprovação do presidente aumentou significativamente, chegando a 53,7%, contra 28,2% de fevereiro.
No início do ano, 57,5% dos pesquisados aprovavam o desempenho do presidente, mas esse índice caiu agora para 41%.
Não quiseram ou não souberam responder 5,3% dos entrevistados.
Com relação ao governo do capitão reformada do Exército, também aumentou a reprovação em 20 pontos percentuais.
A avaliação negativa do governo passou de 19%, em fevereiro, para 39,5%, em agosto.
A avaliação positiva diminuiu, passando de 38,9%. em fevereiro, para 29,4%, agora.
A avaliação regular do governo é de 29,1% e 2% não souberam responder.
A pesquisa contabilizou 2.002 entrevistados, entre os dias 22 e 25 de agosto, em 137 municípios de 25 Unidades da Federação.
De antemão, é preciso se contestar, para fins do chamamento da justiça e da verdade, que a pesquisa simplesmente não representa o que a notícia afirma no primeiro parágrafo, no sentido de que “Mais da metade da população desaprova o desempenho pessoal do presidente Jair Bolsonaro.”.
Basta a intuição com base na ínfima quantidade das pessoas entrevistadas, de tão somente e de forma bastante desprezível, pouco mais de 2.000 eleitores, quando a população brasileira ascende de mais de 205 milhões pessoas, entre as quais aproximadamente mais de 150 milhões, que são eleitores, com capacidade para opinar sobre o desempenho do presidente do país.
Chega-se à conclusão de que se trata de notícia com viés sensacionalista, por ela não ter condições de corresponder à realidade dos fatos, quanto os irresponsáveis pela divulgação da pesquisa deveriam ter a dignidade de informar precisamente que “mais da metade das pessoas pesquisadas”, no total de 2.002, disse que não aprova o desempenho do mandatário do Brasil, o que é bastante diferente da manchete da mídia.
Por sua vez, a pouca representatividade da pesquisa é denunciada pela diminuta quantidade de municípios onde a pesquisa foi realizada, em apenas 137, representando pouco mais de 2% dos 5.754 municípios brasileiros, com o gravíssimo enviesamento de que não se informa quais foram eles e muito menos as regiões, se todas ou algumas, sem mencioná-las, entre outras informações importantes para a devida avaliação sobre a autenticidade da pesquisa, para a finalidade que se pretende, que pode ser até para servir à vaidade da oposição ao governo, em termos eleitorais.
Ou seja, a pesquisa pode ser usada até mesmo para fins políticos, porque, no Brasil, o que não faltam são aproveitadores e o resultado de pesquisa não poderia ser melhor para se mostrar o quanto o presidente está fragilizado, à luz dos elementos nela contidos, que pode representar fielmente à realidade, diante de muitas trapalhadas dadas pelo presidente tupiniquim, desde que assumiu o governo.
É importante que as pesquisas possam refletir determinada situação, exatamente para, conforme o caso, se fazer avaliação sobre o objeto da consulta à população, mas a sua base precisa ser consistente, em relação à sua finalidade, de modo que seus elementos não sofram qualquer forma de questionamento, como neste caso, em que o responsável pelo trabalho realizado não teve o menor despudor em afirmar que “Mais da metade da população desaprova o desempenho pessoal do presidente Jair Bolsonaro.”, quando isso não é verdade.
É evidente que, com base em apenas 2.002 pessoas, entre a população de mais de 200 milhões de pessoas, jamais seria possível tamanha e categórica afirmação como essa de que “Mais da metade da população desaprova o desempenho pessoal do presidente Jair Bolsonaro.”, sem que seus irresponsáveis não sofram qualquer forma de admoestação, pelo menos para se dizer a eles que há nisso erro crasso e grave, haja vista que envolve a figura do presidente da República.
Não se quer, com isso, em absoluto, contestar o resultado sobre a notória impopularidade do mandatário brasileiro, porque o seu desgaste é incontestável por tudo e por todas as declarações desastradas que ele não se envergonha de pronunciá-las, mesmo sabendo que isso somente contribui para desmoralizá-lo perante à opinião pública, quando seria mais razoável que ele ficasse no seu quadradinho somente trabalhando e nada mais, sem necessidade de participar de polêmicas.
Certamente que, nos países sérios, civilizados e evoluídos, em termos de respeito à verdade e à informação com credibilidade, as avaliações acerca do resultado das pesquisas sobre a opinião pública corresponda exatamente à realidade dos acontecimentos, para que ele produza e reflita fielmente os objetivos colimados.
Esperam-se que os órgãos de pesquisas contribuam positivamente para subsidiar a opinião pública com informações precisas, tendo por base elementos confiáveis, o mais abrangente possível, sem necessidade do emprego de artifícios que, ao contrário, podem concorrer para questionamentos sobre os objetivos pretendidos, fato que não condiz com o salutar princípio da transparência.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 27 de agosto de 2019

Amazônia: status internacional?


O G-7, grupo de países mais ricos do mundo, prometeu liberar, em caráter de urgência, US$ 20 milhões, o equivalente ao valor de R$ 83 milhões, que serão destinados ao envio de aviões-tanque para combater os incêndios na Amazônia.
Enquanto isso, o presidente da França levantou a hipótese sobre a conveniência de se conferir status internacional à floresta, caso os líderes da região tomem decisões prejudiciais ao planeta.
Não há qualquer dúvida de que a sugestão do francês se traduz em evidente alusão ao presidente brasileiro, que o acusou de ter "mentalidade colonialista", por exigir ação internacional a respeito da crise das queimadas na região amazônica.
A ideia do status internacional foi inicialmente aventada pelas associações e organizações não governamentais (ONGs), que levantaram a questão de defini-lo em relação à Amazônia.
O presidente francês disse que "Este não é o quadro da iniciativa que estamos tomando, mas é uma questão real que se impõe se um Estado soberano tomar medidas concretas que obviamente se opõem ao interesse de todo o planeta. As conversas entre Piñera (presidente do Chile) e Bolsonaro não vão nessa direção, acho que ele está ciente desse assunto. Em qualquer caso, quero viver com essa esperança.".
No entendimento do presidente francês, esse status "é um caminho que permanece aberto e continuará a florescer nos próximos meses e anos. A questão é tal no plano climático que não podemos dizer 'Este é um problema só meu'. É o mesmo para aqueles que têm espaços glaciais em seu território ou que impactam o mundo inteiro.".
O presidente francês garantiu que construiu a iniciativa que será proposta às Nações Unidas, segundo ele, "para respeitar a soberania de cada país". 
Por seu turno, o governo brasileiro, demonstrando clara repugnância à ideia do status internacional, já declarou, conforme aceno do Palácio do Planalto, que rejeitará a ajuda oferecida pelo G7, para a Amazônia.  
O presidente dos Estados Unidos não participou da reunião em que os líderes do G7 trataram da oferta em apreço, mas o francês assegurou que o mandatário norte-americano apoia a iniciativa em apreço. 
Segundo interlocutores do governo brasileiro, que estão acompanhando a crise referente às queimadas, o auxílio em comento foi interpretado muito mais como tentativa do presidente francês de capitalizar o tema do que uma iniciativa dos líderes do G7. 
Como trata-se ainda de sugestão, o interlocutor palaciano disse que o Brasil aguarda a formalização da oferta pelo francês, mas reafirma que ela será rejeitada.
O certo mesmo é que as relações diplomáticas entre os presidentes brasileiro e francês estão no grau máximo da fervura, ante às acusações e críticas duras partidas de ambos os lados, com capacidade para abalar as estruturas das relações entre eles, principalmente pelo protagonismo nada elegante da troca de mensagens pouco amigáveis para os padrões de civilidade e diplomacia, quanto mais em se tratando das grandeza e importância do Brasil e da França no contexto internacional, cujas relações jamais poderiam ter chegado ao nível simplesmente deplorável e inaceitável.
Não há a menor dúvida de que a solução para a gravíssima questão da preservação da Amazônia precisa e exige a melhor das discussões, em altíssimo nível, por parte das nações interessadas em contribuir para a mais conveniente solução possível.
Agora, parece de extrema conveniência que a ajuda financeira, a depender da forma a ser feita, pode servir como pretexto para a aprovação de desse abominável status internacional, que nada mais é do que a forma de interferência sobre o controle da região Amazônia por nações poderosas, que podem alegar a sua ajuda financeira para ter o direito de mandar para a região suas ONGs, estabelecendo alguma espécie de exploração do território brasileiro, quanto às suas riquezas naturais, que parece ser o caso que vem acontecendo exatamente de longa data, sem que tenha qualquer controle por parte do governo tupiniquim.   
Não obstante, há forte evidência de que as vaidades de autoridades públicas, de ambos os países, tiveram o mais doloroso encaminhamento da história diplomática, em que as questões pessoais prevaleceram, em evidente detrimento dos interesses, em especial, do Brasil, que poderia contar com apoio financeiro de suma importância, que não resolveria em definitivo a preocupante questão das queimadas, mas, por certo, seria o suficiente para minorar a escassez de recursos. 
O governante brasileiro precisa, com o máximo de urgência, se conscientizar de que não se pode confundir questão pessoal com interesses de Estado, como aconteceu nesse lamentável imbróglio, em que entraram em discussão, de forma inadmissível e inconveniente, assuntos pessoais e até de família, que não têm, em absoluto, nada com as causas de importância para o Brasil, que precisam ser resolvidas em ambiente de maturidade, compreensão, sensatez e racionalidade, em estrita consonância com os princípios modernos da diplomacia.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 27 de agosto de 2019

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Decadência de conduta


O presidente da França voltou a subir o tom contra o presidente brasileiro, ao dizer, pasmem, esperar que "os brasileiros tenham logo um presidente à altura" do cargo. 
Trata-se de afirmação absolutamente desrespeitosa não somente ao mandatário brasileiro, mas, em especial, aos brasileiros que o escolheram para governar o Brasil.
O certo é que, tanto o presidente francês como as autoridades brasileiras deixaram de lado a compostura inerente à liturgia que exige o respeito à dignidade, quando todos ficaram à vontade para se manifestarem por meio de remessa de petardo da França para o Brasil e vice-versa.
Vejam-se que o ministro da Educação brasileiro achou por bem chamar o presidente francês, pasmem, de “cretino oportunista”, enquanto o presidente brasileiro, por sua vez, zombou da mulher do francês, em comentário na internet, todos mostrando baixíssimo nível civilizatório, que se traduz em péssimo exemplo para os povos, principalmente porque a troca de farpas reflete negativamente nas relações de toda ordem entre os países envolvidos.
O presidente francês também disse que "As mulheres brasileiras sem dúvida têm um pouco de vergonha (de seu presidente)", talvez em referência ao imbróglio envolvendo o presidente tupiniquim e uma deputada federal.
O francês descreveu os últimos lances da crise diplomática com o presidente brasileiro como um "grande mal-entendido", tendo dito que "Ele me prometeu (se referindo ao presidente brasileiro), com a mão no peito (na cúpula do G20, em julho, no Japão), respeitar seus engajamentos ambientais. Dias depois, demitiu cientistas de seu governo".
O presidente francês se referia à demissão do presidente do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), após a divulgação de estatísticas sobre o desmatamento que desagradaram ao governo brasileiro.
Os visíveis desentendimentos entre os dois grandes líderes se acirraram, em tom de agressividade recíproca, desde que o brasileiro ameaçou deixar o Acordo de Paris sobre o Clima e o francês reagiu prometendo barrar o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul.
Aproveitando a onda das queimadas na Amazônia, o presidente francês disse que elas tinham o condão de gerar crise internacional e houve por bem levar a aludida questão para ser discutida entre os membros do G7, com vistas a se encontrar soluções para esse grave problema.
O presidente brasileiro não gostou dessa atitude e reagiu às críticas, tendo afirmado que "A sugestão do presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G7, sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista descabida no século 21". 
Na mesma ocasião, um filho do presidente brasileiro, que é deputado federal, compartilhou um vídeo com o título "Macron é um idiota", ou seja, descendo o malho no francês e contribuindo para jogar mais lenha e gasolina na fogueira, quando a política diplomática exige ponderação e capacidade para se discutirem as questões sob a égide do bom senso e da racionalidade, diante da demonstração de tanta insensata bestialidade oferecida por ambas as partes, extremamente prejudicial à construção do estreitamento da concórdia e da paz entre as nações sempre muito amigas.
Ainda nesse embalo das degradantes críticas no patamar nada recomendado para as nações do Brasil e da França, o presidente brasileiro aproveitou para afirmar que o presidente francês tenta potencializar o ódio contra o Brasil, ao esticar as críticas na imprensa.
À toda evidência, o presidente francês menospreza a capacidade do governo brasileiro e, ainda mais, demonstra desconhecimento sobre os comezinhos princípios civilizatório e diplomático, porque as suas afirmações jamais poderiam ter sido ditas em nível presidencial, onde se impera a necessária respeitabilidade, no âmbito da reciprocidade, jamais se permitindo que as discussões se transformassem em péssimo exemplo de deselegância e descortesia, inclusive sob o grave risco do ferimento das cordiais relações diplomáticas e comerciais entre as nações, que têm interesses superiores aos meros valores pessoais.
Infelizmente, o sentimento que se tem é exatamente o de que os homens públicos estão muito mais interessados na defesa da preservação de suas autoridades, não se importando com as consequências negativas e prejudiciais que podem advir como resultado das acusações extremamente dispensáveis e nefastas trocadas entre eles.  
Os estadistas brasileiro e francês precisam refletir sobre a relevância dos cargos por eles ocupados, em nível tal que as críticas feitas por ambos estão bastante distanciadas da dignidade existentes nos dois países, cujos povos discordam radicalmente de seus comportamentos agressivos, porque eles demonstram imaturidade e desrespeito aos princípios diplomático e civilizatório, por estarem absolutamente em dissonância com a modernidade da evolução da humanidade.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 26 de agosto de 2019 

domingo, 25 de agosto de 2019

À espera do norte seguro


Na crônica intitulada “Comportamento nada civilizatório”, eu disse, em conclusão, que a atenção à cruzada reacionária que tanto prejudica o Brasil e os brasileiros parece só ter vez na agenda do presidente da República tupiniquim, que age loucamente para provar que ele é o único que tem razão e até pode ser que a tenha, mas a prudência mostra que os fatos falam por si sós, sem precisar causar enorme estrago nas relações diplomática, política e comercial com outras nações, porque a perda de mercados potencialmente importantes para o Brasil tem reflexo direto no crescimento da produção interna, na exportação de produtos brasileiros e principalmente na geração de empregos, ou seja, a insensatez do homem público pode contribuir para causar danos irreversíveis ao país e ao seu povo, que bem merece que o governante aja com equilíbrio, sensatez e prudência.
Entre muitos comentários, ganha destaque a espetacular mensagem proferida pelo ilustre professor Xavier Fernandes, que mostrou enorme indignação acerca do lastimável momento político brasileiro, da seguinte maneira: “Caríssimo conterrâneo, seu comentário é uma verdadeira análise reflexiva para o quadro político Nacional, que enfatiza a condução comportamental do Nosso Presidente, que rapidamente está nos deixando perder a confiança e a esperança em tempos mais promissores diante de tudo que já enfrentamos tão recentemente, haja vista que o Presidente não tem noção do prejuízo que tem causado com o exagero na qualidade e na quantidade de falações que faz diariamente, sendo totalmente fora dos trilhos, comprando encrenca com todos os quadrantes ao seu redor. Já brigou com Governadores Nordestinos, nordestinos, governadores do Norte, universidades, reitores, estudantes, enfermeiros, artistas, grandes chefes de Nações poderosas, intervindo em assuntos alheios, como agora na eleição da Argentina, fazendo críticas e comentários totalmente descabidos, entrando em confronto com policial federal, PGR, Congresso, Senado etc. Além da grande rinha permanente com a imprensa, que o fere sem dá trégua. Então, vejo todo esse quadro com muita preocupação, pois o que parecia ser solução está virando uma tremenda confusão, um imbróglio indigesto. Não sei onde os seus assessores andam, para chamá-lo para uma reflexão e uma mudança radical de rumo nesse desastroso comportamento, que começa a desestabilizar o governo. Acho tenebroso esse jeito indecoroso de se postar diante das situações, mesmo as mais chocantes. Contudo, o Chefe maior não pode ceder às provocações e sair trocando farpas com qualquer um. O Presidente tem que se dá o respeito pela grandeza do seu cargo. Pois quaisquer danos dirigidos a ele são ao Brasil que se faz, pois ele representa a todos nós: o nosso País. Cadê a sua assessoria composta de tantos generais competentes e equilibrados? Para que possam dar uma linha de raciocínio serena e controlável. Já está passando da hora. Pois medida que cada vez que abre à boca, avolumam-se os problemas com efeitos e consequências das suas falas desequilibradas e danosas atingindo frontalmente a economia, a segurança, a saúde, os relacionamentos internacionais etc. E para concluir , está pondo em risco o seu e o nosso projeto de esperanças de ver o início de uma arrancada saudável e próspera para uma nação que foi vergonhosa e violentamente ferida e dilacerada por uma máfia corrupta de bandidos e criminosos de alta periculosidade, que não para de ser divulgada e revelada pela justiça. Toda essa esperança que vimos tão recente a luz no horizonte e que de repente àquele que confiamos e acreditamos está entrando em colapso comportamental. Ao invés de concentrar-se nos reais e emergentes problemas da Nação. Fica falando asneiras em cada esquina que passa, trocando farpas com qualquer um: Basta Presidente! Imponha mais respeito e Autoridade. Presidente só fala quando for de extrema necessidade, em Rede Nacional de tv e rádio. Os outros informes deixam para os ministros e assessores de cada pasta. E o presidente, ao trabalho e à dedicação das grandes demandas do País. Estamos muito preocupados com tudo isso!...QUERO parabenizar o nosso doutor Adalmir, por essa reflexão tão importante diante o momento que estamos assistindo, quando o nosso Presidente se mete em todas as polêmicas e termina culpado por todas, sendo o vilão da história. Portanto, prudência, disciplina, educação e respeito e não se deixar ser envolvido por tantas provocações e insinuações venenosas. O jogo é duríssimo e violento. E só está começando... Parabéns ao nobre Conterrâneo.”.
Em resposta à abalizada análise da lavra do ilustrado professor Xavier Fernandes, eu digo que a sua percuciente manifestação sobre o momento político brasileiro atual não me surpreendeu, diante da sua altíssima capacidade de discorrer sobre a abordagem de assunto de tamanha relevância, mas confesso que fiquei admirado e impressionado com tanta beleza de colocações, extremamente adequadas à crise sustentada, sem o menor pudor, por mandatário desajustado e poderosíssimo em falações jamais vistas para quem cumpriria com louvores as suas relevantes atribuições de príncipe da República se não falasse absolutamente nada, apenas trabalhando em cumprimento à sua majestosa agenda presidencial, que imagino que tanto exige dele, durante todo esse tempo desperdiçado em falações inúteis, dispensáveis e inconsequentes.
A aludida mensagem deixa muito claro o sentimento frustrante dos eleitores do presidente, que enxergavam nele um homem público experiente, equilibrado e capaz de discernir facilmente as questões problemáticas de outras nem tanto e as transformaria em brilhantes e práticas soluções, em harmonia com a convergência indispensável à pacificação e à unificação dos brasileiros.
Ao contrário, a decepção maior é a de se perceber que as questões menores se transformaram, em passe de mágica, em problemas de difícil solução.
A maior gravidade intrínseca do presidente é a certeza de que após um deslize, sabe-se, de antemão, que outro ainda pior já está engatilhado e isso já não é mais novidade para ninguém, o que é deplorável, para quem recebeu expressivo apoio da maioria dos eleitores, esperançosos de mudanças em todos os sentidos.
Nobre professor Xavier, sinto-me honrado com a sua brilhante exposição, porque eu vejo que a sua precisa e acertada manifestação enriqueceu grandemente a minha modesta crônica, haja vista que você incursiona com detalhes e precisão sobre tema tão importante do momento, qual seja, o descaminho tomado pelo presidente do país que tem o dever primacial de mostrar para os brasileiros o norte seguro e tranquilo a ser seguido por todos.
Embora com chances reduzidíssimas, eu ainda tenha esperança de que o presidente resolva e consiga consertar a sua biruta bússola, a tempo de ainda salvar o seu governo, ao perceber que tem realmente condições de traçar novas diretrizes com base em fundamentos absolutamente contrários ao que foi trilhado até o momento por ele, infelizmente, de péssima e triste lembrança.
Parabenizo o sábio professor Xavier, por essa importante aula política, ao atestar que o presidente do Brasil se atrapalhou profundamente e se perdeu, tendo escolhido o pior caminho para conduzir os brasileiros, que se frustraram precocemente sobre a sua linha de governabilidade, nada condizente com o sentimento com as mudanças prometidas por ele, evidentemente no que se refere precisamente ao equilíbrio emocional, que é muito importante, em se tratando de transição ansiada pelos brasileiros.
Por fim, é preciso deixar bem claro que a análise delineada na minha crônica diz respeito exclusivamente sobre a forma de trabalho do presidente, ponderando que o seu governo já contabiliza grandes avanços, em especial no que diz respeito ao sentimento da moralidade e da correção de rumos de muitas práticas diferenciadas de outros governos, porque tudo isso faz parte de qualquer governo sério e responsável.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em de 25 de agosto de 2019

sábado, 24 de agosto de 2019

Queimadas na Amazônia


O presidente da França, que vem liderando duras críticas contra o governo brasileiro, afirmou que uma das suas prioridades na cúpula do G7, que está sendo realizada na França, será a mobilização de “todas as potências, em parceria com os países da Amazônia”, para combater o desmatamento e investir no reflorestamento.
O presidente francês afirmou que “A Amazônia é nosso bem comum. Estamos todos envolvidos, e a França está provavelmente mais do que outros que estarão nessa mesa (do G7), porque nós somos amazonenses. A Guiana Francesa está na Amazônia”.
Diante do climão que se formou por conta das notícias sobre as queimadas na Amazônia, foi inserida discussão sobre o tema na pauta do G7, cúpula das sete grandes economias mundiais, que se realiza na França, mesmo sem a presença de representantes dos países onde se situa a Amazônia, como interessados em realmente as questões que a envolve.
O presidente francês disse que “Vamos lançar uma mobilização de todas as potências que estão aqui, em parceria com os países da Amazônia, para investir na luta contra os incêndios que estão em curso e ajudar o Brasil e todos os outros países que são atingidos. Depois, investir no reflorestamento e permitir aos povos autóctones, às ONGs, aos habitantes desenvolverem atividades preservando a floresta, que nós precisamos”.
Segundo o presidente francês, a Amazônia “é um tesouro de biodiversidade e um tesouro para o nosso clima, graças ao oxigênio que ela emite e ao carbono que ela captura”.
De acordo com estudos científicos, a manutenção do regime de chuvas e a biodiversidade, a floresta amazônica não pode ser considerada o pulmão do mundo, porque ela consome a maior parte do oxigênio que produz, levando-se em conta que o oxigênio da atmosfera é produzido principalmente pela flora marítima.
Os mesmos estudos revelam que as florestas também retêm dióxido de carbono, o principal gás de efeito estufa, que se acumula por ocasião das queimadas, por meio da liberação de CO2, que cuida de acelerar o desequilíbrio do clima, por meio por bilhões de toneladas de gás, que reflete na elevação da temperatura média do planeta, fora o impacto causado na qualidade do ar das cidades.
A questão referente à “emergência climática” foi inserida na reunião do G7, na parte que se refere ao “combate às desigualdades”, que é um dos três temas principais da cúpula, além de segurança e economia, mesmo assim, há claro ferimento à independência dos países amazônicos, diante da ausência deles na reunião.
Enquanto isso, o presidente brasileiro diz que os incêndios florestais, na região amazônica, podem ser usados para prejudicar o setor do agronegócio do Brasil, mas ele assegurou que “o governo trabalha para mitigar o problema e pediu que as pessoas ajudem a denunciar práticas criminosas na área.”.
O presidente brasileiro afirmou que "Alguns países aproveitam o momento para potencializar as críticas contra o Brasil para prejudicar o agronegócio, nossa economia, recolocar o Brasil numa posição subalterna".
O presidente criticou manifestações estrangeiras sobre o assunto, alegando que "Um país agora (sem dizer o nome) falou da 'nossa Amazônia', teve a desfaçatez de falar 'a nossa Amazônia', está interessado em um dia ter um espaço aqui na nossa Amazônia para ele".
O mandatário tupiniquim disse que "Lamento que o presidente Macron busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil e de outros países amazônicos para ganhos políticos pessoais. O tom sensacionalista com que se refere à Amazônia (apelando até p/ fotos falsas) não contribui em nada para a solução do problema. O Governo brasileiro segue aberto ao diálogo, com base em dados objetivos e no respeito mútuo. A sugestão do presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G7 sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista descabida no século XXI.".
O presidente brasileiro admitiu que tem havido incêndios criminosos e que, segundo ele, isso pode significar tentativa de afetar a soberania brasileira sobre a Amazônia, tendo comparado os incêndios no Brasil a outros que acontecem anualmente em regiões como a Califórnia, nos Estados Unidos.
Embora as tensões surgidas com as questões em torno do clima, da biodiversidade e de resto da degradação do meio ambiente sejam o foco de discussão no presente momento, há imperiosa necessidade da resolução dos problemas referentes às relações comerciais, parque estas influenciam diretamente a produtividade, as exportações e o emprego, componentes estes importantes com relação ao desenvolvimento socioeconômicas das nações.
O presidente francês precisa saber que a Amazônia é bem exclusivamente dos brasileiros, na parte que pertence ao território do Brasil, dispensada a cobiça do resto do universo sobre ela, a par de caber aos governantes, de per si, cuidar dos problemas relacionados com os seus territórios, em especial no que diz respeito ao meio ambiente, que realmente é de suma importância para as condições de sobrevivência do ser humano, na Terra.
Não tem nada de querer considerar a Amazônia de bem comum de ninguém, se não do Brasil, no âmbito do seu território, que tem a incumbência de cuidar e preservar as riquezas naturais da região, abundante em biodiversidade, por ser constituído de fantástico conjunto composto por fauna e flora invejavelmente extraordinário e cobiçado por países europeus, em especial.  
Não há a menor dúvida de que os incêndios de grande proporção são feitos sob o viés criminoso, com a finalidade de prejudicar as imagens do governo e do Brasil, possivelmente pelo fato de os autores terem seus interesses contrariados, ou, ainda, não como incêndios criminosos, mas sim tendo o objetivo econômico, para a expansão do agronegócio, quando a devastação é tão somente predatória e danosa ao meio ambiente.
Essa forma de se preocupar com questões alheias aos países do G7 caracteriza estilo prepotente e colonialista, exatamente porque não fica bem qualquer forma de decisão que possa implicar na soberania dos países amazônicos, ficando a ideia bastante negativa de que os países podem se achar no direito de decidir soberanamente sobre as questões de interesse de outras nações, sem que estas tenham se manifestado em consentimento à intervenção absurda e inadmissível na soberania de outros países, algo que extrapola os princípios de independência e autonomia, em cristalina afronta ao Direito Internacional Público.
Uma das formas precisas para calar a boca de quem critica as queimadas na Amazônia seria a divulgação de informações precisas e atualizadas sobre a situação dos estragos causados pelo fogo, mas o próprio governo pós em dúvidas e desacreditou os levantamentos e as pesquisas coletadas pelo INPE, que eram feitos pela NASA, fato que somente contribuiu para demonstrar a ineficácia sobre o controle do governo brasileiro sobre as áreas afetadas, o que evidencia o descaso das autoridades públicas sobre problema crucial, de interesse inclusive internacional.
Diante desses fatos desastrosos, se percebe que havia alguma atividade governamental tão somente de monitoramento sobre as áreas queimadas, sem qualquer política de combate permanente e efetivo, para controle dos incêndios e punição aos criminosos envolvidos, o que demonstra total irresponsabilidade das autoridades públicas incumbidas das políticas contraincêndios.     
É preciso que o governo brasileiro aproveite essa onda de críticas internacionais sobre os incêndios na Amazônia, para promover minucioso levantamento sobre tudo o que realmente está acontecendo de efetivo naquela região, inclusive, se possível, acerca de investigações sobre os culpados pelas queimadas, porque incêndios podem acontecer sozinhos, em escala bem reduzida, mas o grosso mesmo têm origem em ações criminosas, sob motivação para o beneficiamento da situação ou para prejudicar o governo.
Convém que o governo federal tenha o efetivo controle sobre o que está realmente acontecendo na Amazônia brasileira, inclusive quanto à atuação das ONGs, das empresas mineradoras, dos fazendeiros, dos índios etc., de modo que seja possível o monitoramento e a fiscalização sobre essa dramática e lastimável situação, mostrando ao mundo que o Brasil tem condições para pôr freios aos desastres que incidem sobre o meio ambiente da região, mandando claro recado aos governantes estrangeiros que procurem cuidar apenas da recuperação do seu meio ambiente.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 24 de agosto de 2019

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Comportamento pouco civilizatório


O estilo de governar o Brasil, à moda completamente estabanada do presidente da República, cada dia ganha tonalidade de quem reivindica o holofote para a sua imagem, que foi se notabilizando por meio de ataque a tudo e a todos, inclusive para sobre as instituições da República.
O presidente brasileiro tem mostrado refinado gosto para criar, sustentar e atrair polêmica para dentro do Palácio do Planalto, que a alimenta, com enorme prazer, evidentemente para que a sua autoridade fique sempre em evidência na mídia, demonstrando total incapacidade para controlar o impulso repressiva e, via de regera, violento e com maior intensidade, quando é acusado por algo estranho no seu governo.
Como se pretendesse governar absolutamente sozinho, tem evitado a prática da boa vizinhança perante os poderes Legislativo e Judiciário, procurando se distanciar deles ou os criticando, em demonstração de indiferença à atuação deles, que, em muitos casos, até isso faz sentido, mas a liturgia do cargo presidencial exige que o seu titular se comporte apenas como estadista que precisa demonstrar interesse em cuidar dos assuntos da sua incumbência constitucional e legal, como assim recomenda o manual da administração pública.
O pior de todo esse reboliço que acontece na cabeça do presidente, ele acaba de ser eleito, em pesquisa entre jornalistas e profissionais da comunicação, o terceiro pior mandatário da América Latina e do Caribe, só perdendo para os ditadores da Venezuela e de Cuba, em termos de desempenho como chefe de Estado, sendo motivo de chacota não somente na região, mas também mundialmente.
Esse fato é muito triste e lamentável, porque fica explícito que o mandatário brasileiro precisa, com urgência, refletir e se autoavaliar sobre a sua maneira indiscutivelmente distanciada dos princípios do bom senso e da racionalidade, à luz do sentimento refletido pela opinião pública, que entende muito bem que, a continuar nesse ritmo de visível insensatez, o presidente brasileiro terá gigantesca dificuldade para se relacionar com as nações civilizadas e evoluídas políticas, democráticas e diplomáticas.  
Em razão do comportamento que ele vem imprimindo à frente do Palácio do Planalto, a tendência é a que essa péssima forma de desempenho presidencial tende a se consolidar, com repercussão extremamente prejudicial não à imagem dele, mas à dos brasileiros e do Brasil, porque as suas declarações impensadas, bombásticas e insensatas, mesmo causando danos diplomáticos, políticos e principalmente comerciais ao Brasil, tendem a se adensarem, diante da sua indiscutível insensibilidade para perceber que o presidente competente, eficiente e capaz apenas trabalha e se volta, com todo vigor, para cuidar das potenciais questões relacionadas com os interesses e as políticas do seu governo.
Vejam-se a injustificável e deselegante crítica ao possível mandatário da Argentino, que é a principal nação comercial da região, além de ser país amigo, aliado no Mercosul, mas ele não teve a menor prudência para declarar, tão logo saiu o resultado das urnas, que a esquerdalha estava voltando na Argentina, em clara evidência de desrespeito ao povo argentino, que tem plena soberania para escolher seu mandatário, assim como aconteceu com a maioria dos brasileiros, que o escolheu, e os vizinhos nem se manifestaram em repúdio ao presidente brasileiro.
O presidente brasileiro houve por bem qualificar o virtual presidente argentino, pasmem, de bandido, além de dizer que a Argentina vai virar uma Venezuela, que os argentinos vão emigrar como os venezuelanos, que o Rio Grande do Sul vai se transformar em Roraima, que haverá saques em grande escala nos bancos e que o caos político vai tomar conta da Argentina.
As afirmações do presidente brasileiro funcionam como verdadeira declaração de distanciamento das relações diplomáticas, políticas e comerciais com a Argentina, tendo como consequência o esfriamento do clima de amizade, além das inevitáveis desastrosas consequências econômicas.
Diante das declarações nada amistosas do presidente brasileiro, dificilmente o virtual presidente argentino terá condições para participe de reunião com os membros do Mercosul, que é o principal bloco comercial entre quatro países amigos, em torno do livre comércio da região.
Na verdade, as indevidas e inoportunas declarações do presidente brasileiro tiveram o condão de mexer, de forma bastante prejudicial, com as relações políticas, diplomáticas e comerciais com o país amigo, que precisa, sobretudo, ser respeitado, no âmbito da reciprocidade diplomática.
Não percebendo e ainda insatisfeito com os estragos causados junto à vizinhança, o nobre presidente brasileiro entendeu de procurar criar caso com duas importantes nações europeias, mais especificamente a Alemanha e a França, que são potências econômicas e parceiras comerciais importantes do Brasil, mas nem por isso o capitão reformado do Exército quis amainar as críticas feitas àqueles países.
Nessa questão do meio ambiente, a França e a Alemanha viraram notícia e crítica de ambas as partes, com acusações que não levam a absolutamente nada, a não ser azedar as relações bilaterais, com prejuízos para os povos dos países envolvidos, o que significa dizer que o Brasil termina sendo prejudicado com essas falações insensatas e incivilizadas, que deveriam ser ponderadas e conduzidas pelas vias da diplomacia moderna e conciliatória, no âmbito do respeito mútuo entre as nações.
Imaginando que precisava pôr mais lenha na fogueira, o presidente brasileiro entrou em rota de colisão com outra nação europeia, tentando desqualificar a Noruega e a sua política de defesa do meio ambiente, tendo postado vídeo sobre pesca da baleia atribuindo a ação aos noruegueses, causando mal-estar terrível porque o caso aconteceu na Dinamarca.
Em síntese, a desastrada atuação do mandatário brasileiro pode contribuir negativamente para a derrocada do acordo Mercosul-União Europeia, que dificilmente encontrará boa vontade para a sua aprovação pelo Parlamento Europeu e por 27 Parlamentos nacionais, que deverão se unir para mandar recado duro ao presidente brasileiro insensato e desvelado, em termos políticos e diplomáticos, à vista de suas críticas impensadas e irresponsáveis, em que pesem muitas das quais terem procedência, mas a cartilha do estadista aconselha que cautela e prudência, com boa pitada de caldo de galinha, não fazem mal a ninguém.
Ainda insatisfeito com o mundo ao seu redor, o presidente brasileiro desandou em críticas contra as ONGs, sem ao menos ter certeza de que realmente elas estão causando incêndio nas florestas amazônicas, mas essa acusação somente contribuiu para incendiar ainda mais o ambiente do governo, que já vinda do terrível rescaldo do inadmissível incêndio envolvendo o então responsável pelo INPE, entidade federal de enorme respeito no mundo científico internacional, que foi desmoralizada publicamente pelo presidente do pais, quando as questões suscitadas poderiam ser esclarecidas na reserva recomendada entre pessoas civilizadas.
A lista de desacertos protagonizados pelo presidente brasileiro é muito longa e não tem outra medida a ser adotada, com urgência, no caso, senão alguém, com acesso a ele, prestar gigantesco serviço ao Brasil, no sentido de dizer a ele que a maneira troglodita como ele vem governando a nação, sob comportamento absolutamente estranho à normalidade civilizatória e democrática, certamente levará a caminho sem volta do total isolamento das nações que estão em outro nível de evolução política e diplomática.
O Brasil merece sim que seja governado por pessoa competente, ponderada, equilibrada e sobretudo que não aceite qualquer forma de provocação, crítica ou acusação, que precisa ser tratada pelas vias civilizatórias, políticas e diplomáticas, sob égide do respeito e da integridade dos princípios da concórdia e da harmonia, em demonstração de maturidade e grandeza que somente contribuem para a solução dos conflitos, o mais rapidamente possível.
Não há a menor dúvida de que a atenção à cruzada reacionária que tanto prejudica o Brasil e os brasileiros parece não ter vez na agenda do presidente da República tupiniquim, que age loucamente para provar que ele é o único que tem razão e até pode ser que a tenha, mas a prudência mostra que os fatos falam por si sós, sem precisar causar enorme estrago nas relações diplomática, política e comercial com outras nações, porque a perda de mercados potencialmente importantes para o Brasil tem reflexo direto no crescimento da produção interna, na exportação de produtos brasileiros e principalmente na geração de empregos, ou seja, a insensatez do homem público pode contribuir para causar danos irreversíveis ao país e ao seu povo, que bem merece que o governante aja com equilíbrio, sensatez e prudência.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 23 de agosto de 2019