domingo, 20 de fevereiro de 2011

Tudo como antes

Sem surpresas ou novidades, acaba de ser aprovado o aumento do salário mínimo pela Câmara dos Deputados e, de quebra, o governo conseguiu autorização legislativa, contrariando regra constitucional e cercada de sérias polêmicas, para atualizar o referido salário no futuro, de 2012 a 2015, por meio de decreto. É curioso que, às vésperas dessa importante votação, em apenas 11 dias, o governo tenha liberado verbas para parlamentares, no montante de R$ 653,7 milhões, equivalente a 441% a mais do que todo o mês anterior. O governo é novo, mas a sua forma de “relacionamento” com aquelas autoridades, não muda um milímetro, apenas foi aperfeiçoado o método de “convencimento democrático" adotado com absoluto êxito na administração sucedida, a exemplo da bancada do PMDB, que votou unida prol governo. O que importa mesmo é que o povão ficou muito feliz com o substancial aumento no seu salário, que até já se esqueceu do expressivo reajuste nos vencimentos de dirigentes do Executivo e dos parlamentares. Resta, agora, tão somente lamentar a costumeira prática imunda e imoral desse governo inescrupuloso, que sequer esboça um pingo de vergonha pelos seus atos escabrosos, naturalmente porque, recentemente, ele teve, nas urnas, a chancela da maioria da sociedade e por isso pode perfeitamente continuar aliciando com liberação de verbas para atendimento de emendas parlamentares e nomeando os apadrinhados destes para ocuparem cargos nos segundo e terceiro escalões da administração pública.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 20 de fevereiro de 2011
   

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