terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Palavras ao vento


Na efervescência do pleito eleitoral, o atual governador do Distrito Federal bradava aos quatro cantos, recriminando a costumeira prática de corrupção espraiada no serviço público e prometendo com estridência que a sua gestão seria modelo de moralidade e ética. Mais de dois terços do eleitorado distrital acreditou piamente na sua promessa. Contudo, não demorou muito para os jornais noticiarem que as comissões temáticas da Câmara Legislativa do Distrito Federal somente foram ocupadas pelos seus titulares graças a “um gesto simples de Agnelo. Ele pediu a Olair Francisco (PTdoB) para desistir da Ceof e foi atendido.”. Fala-se até que esse deputado será aquinhoado com a garantia da indicação de apadrinhado seu para dirigir uma Administração Regional e com a promessa de ocupar em breve a mesa diretora daquela Casa Legislativa. Agradecido, o parlamentar concluiu: “O Executivo entende que há uma nova maneira de fazer política, mas é preciso haver diálogo entre os Poderes”. Além da indevida influência noutro importante Poder, o gesto nada nobre do mandatário distrital evidencia a reincidência das práticas, no mínimo, suspeitas, muito comuns do passado e por ele até recentemente condenadas, mas, como visto, de difícil erradicação da vida do homem público, apesar de tantas e repetidas promessas na campanha eleitoral, porque essa indecência, infelizmente, está no DNA dos políticos. 
  
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
                            
Brasília, em 22 de fevereiro de 2011

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