domingo, 30 de setembro de 2012

Basta de insensatez e indignidade

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a presidente da República teria confirmado ao PT que irá participar do comício do candidato petista à Prefeitura de São Paulo, a realizar-se nesta segunda-feira, às 17h00, tendo por finalidade o resgate da imagem desse candidato, que se encontra em terceiro lugar na disputa. A sua ida a São Paulo atende aos insistentes pedidos do ex-presidente petista e da cúpula do PT, desejosos de socorrer seu candidato, sob a alegação de que sua presença na capital paulista ajudará a desempatar o jogo com o candidato tucano. O desespero do ex-presidente é tão grande que ele vem pedindo aos militantes do PT que ajudem o seu candidato a fazer "o milagre da multiplicação dos votos". Como não tem sido comum a presidente se deslocar do Planalto para se integrar ao comitê de campanha dos seus aliados partidários, espera-se que ela e sua enorme comitiva tenham a sensatez e a dignidade de não fazer uso da máquina pública para a implementação desse intento político-partidário, que não tem vinculação alguma com os objetivos públicos. No Estado Democrático de Direito, é considerado lícito que os ocupantes de cargos públicos possam participar das campanhas eleitorais de candidatos do seu partido ou da sua simpatia. No entanto, essa participação pode e deve ser realizada em estrita observância aos princípios da ética, moralidade e legitimidade, como estabelecem o manual da decência e da probidade administrativa, o que vale dizer que essas autoridades públicas somente podem se afastar da sua sede de trabalho para os locais dos comícios após o expediente da sua repartição e o seu deslocamento e o dos assessores, ministros, segurança e demais membros do aparato de apoio devem ser feitos mediante transporte comercial de carreira e às suas custas, sob pena de cometerem infração às normas de administração financeira e orçamentária, em caso da utilização de transportes, ajudas de custo e diárias pagos com recursos dos bestas dos contribuintes. Compete aos órgãos de controle e fiscalização o acompanhamento da regularidade das despesas com os deslocamentos de autoridades públicas, como no caso dessa participação da presidente da República, cujo objeto diverge da finalidade específica da sua competência constitucional. Caso não sejam observados os princípios da administração pública, na viagem em comento, a presidente e sua comitiva sujeitar-se-ão aos termos da lei, quanto à possibilidade de responderem pelo crime de apoderação de recursos e bens públicos para fins não públicos, ficando obrigados ao ressarcimento ao erário dos correspondentes valores. Compete à presidente demonstrar também nesses casos a observância aos princípios da ética, da moral e da economicidade dos atos de gestão, como forma de dar exemplo à administração pública, nas suas ações, porque a probidade com o dinheiro do cidadão é dever de ofício em todos os níveis das autoridades públicas. A sociedade, no desempenho do consagrado compromisso cívico, independente da competência dos órgãos de controle e fiscalização, tem obrigação de recriminar o uso da máquina pública e a realização de despesas para satisfação de fins estranhos ao interesse público. Acorda, Brasil! 
                           
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 30 de setembro de 2012

sábado, 29 de setembro de 2012

Desrespeito explícito

A revista Placar, edição de outubro, publica reportagem com o principal jogador em atividade no Brasil, em cuja capa se estampa montagem com a imagem de Jesus Cristo crucificado tendo o rosto do atacante do Santos e da seleção brasileira. A finalidade primordial da edição da revista é ressaltar que o atleta vem sendo "crucificado", em face das acusações da utilização do recurso de simular faltas para tentar induzir a arbitragem ao erro durante as partidas. Não gostando nem um pouco da matéria, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB expediu nota manifestando indignação contra a malsucedida e irracional comparação e reafirmando o reconhecimento à liberdade de expressão como princípio democrático, mas questiona a falta de limites no exercício profissional no caso e diz mais que "A ridicularização da fé e o desdém pelo sentimento religioso do povo por meio do uso desrespeitoso da imagem da pessoa de Jesus Cristo sugerem a manipulação e instrumentalização de um recurso editorial com mera finalidade comercial". Não há a menor dúvida de que a reportagem ultrapassou os limites do bom sendo e da razoabilidade, ao violar o mais sagrado princípio de religiosidade universal, com a inexplicável imitação da crucificação de alguém por motivo banal e distante da mínima necessidade do uso da expressão forte e inimitável de Jesus. A matéria, além de ofensiva ao credo religioso, deixa muito evidente o apelo ao decadente marketing esportivo, como estratégia carente de alternativa de criatividade. Não há como negar a cristalina demonstração de extremo desrespeito ao símbolo maior do cristianismo, caracterizado pela encenação do atleta como tremenda falta de imaginação editorial. O destacado prestígio do jogador não precisa de artifício chamativo e provocativo para aparecer como objeto mercadológico, posto que ele já é disparado o maior atleta em atividade na propaganda do Brasil. Ele por si só já construiu patrimônio pessoal de indiscutível credibilidade e não precisava deixar ser exposto de forma tão apelativa, com sua comparação nada mais nada menos a figura eternizada de Jesus Cristo. A liberdade de imprensa e de expressão gráfica tem sua importância também no sentido de possibilitar a criação de produção artística com inteligência, sem necessidade de causar celeuma sobre a finalidade da matéria jornalística. Desta vez, o jogador foi longe de mais em reportagem esportiva sobre a sua pessoa e seu trabalho, tendo conseguido extrapolar a compreensão dos seus admiradores. Não seria nenhuma leviandade se afirmar que, desta vez, o famoso atleta conseguiu fazer um golaço de placar contra a sua tão bela imagem, ao ofender descaradamente o símbolo maior e mais sagrado dos cristãos, que não mereciam e não compreendem como foi utilizado de forma indevida um recurso intocável e inimitável. A sociedade tem a obrigação de repudiar a reportagem de capa da revista Placar de outubro e aplicar o cartão vermelho aos despreparados profissionais que tiveram a infelicidade da ideia. Acorda, Brasil!  
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 28 de setembro de 2012

Desprestígio à ética pública

Mesmo alegando não ter havido motivo determinante, o então presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República renuncia ao cargo, embora reconheça que houve mudança radical na composição desse órgão, máxime por força do desprestígio pela falta da recondução de dois importantes membros que ele havia indicado à presidente da República. Essa comissão é vinculada ao Palácio do Planalto e foi criada em 1999, para examinar os casos em que autoridades da administração federal desrespeitem as normas e as condutas éticas exigidas para o serviço público. As suas decisões não têm valor judicial, porém elas servem de fundamento para que os envolvidos sejam avaliados quanto ao merecimento de continuar ou não no cargo, após as apurações promovidas sobre o caso denunciado. Na verdade, os dois conselheiros que, de forma inédita, não foram reconduzidos protagonizaram tremenda contrariedade à presidente, quando, ao relatarem, cada um, os casos referentes às denúncias de irregularidades envolvendo, respectivamente, o então ministro do Trabalho, cujo parecer conclusivo foi pelo seu imediato afastamento, e o atual ministro do Desenvolvimento Econômico, com relação ao procedimento preliminar para investigar uma viagem feita por ele a Roma em avião fretado por um empresário, além de atividades de consultoria desempenhadas por ele antes de assumir a pasta. Embora os pareceres tenham sido vazados em termos técnico-jurídicos e fundamentados nos fatos denunciados, a presidente demonstrou irritação com seus resultados, por eles contrariarem suas pretensões no sentido de que as autoridades não deveriam ser molestadas quanto à sua “honradez”, mesmo comprovadas as denúncias, tendo em vista que os princípios da lisura e do decoro são incensuráveis, quando está em avaliação a probidade das autoridades públicas, que tem sido considerada inatacável, porque elas são, na avaliação oficial, isentas de qualquer suspeita. No Estado Democrático de Direito, ninguém está acima da lei e muito menos pode ficar imune às apurações e, quando for o caso, às punições pertinentes. Na verdade, ao rejeitar a renovação dos dois conselheiros, a presidente demonstra, de forma cristalina, indevida interferência no funcionamento da comissão em comento, que não teve, nos dois casos citados, a indignidade de fechar os olhos para os “malfeitos” apontados. A renúncia do presidente sinaliza para evidente esvaziamento da competência da comissão, como forma de diminuir o seu grau de respeitabilidade e de autonomia que ela procurava manter quando se manifestava em consonância com os seus objetivos institucionais, podendo ficar prejudicada a sua independência, que passará a se ater aos caprichos e às vontades da mandatária do país, que não gosta de ser contrariada. Agora que a defesa da ética pública foi oficialmente jogada para planos secundários, não se justifica a existência de mais um órgão na estrutura da administração pública, a exemplo de tantos outros que não têm o que fazer, mesmo que os conselheiros cumpram missão gratuita, mas o apoio ao seu trabalho é oneroso e à custa dos contribuintes. A sociedade anseia por que a Comissão de Ética Pública não seja descaracterizada quanto à sua competência, independência, autonomia e seriedade, como forma de defender o desejável padrão de ética na administração pública. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 28 de setembro de 2012

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Pesquisas levianas

Segundo pesquisa realizada pelo CNI/Ibope, divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, a avaliação positiva do atual governo atingiu o maior índice desde o início da sua gestão, tendo subido de 59% para 62% o percentual dos entrevistados considerando-o "ótimo" ou "bom". Na mesma pesquisa, a aprovação sobre a maneira de a presidente governar permaneceu em 77%, mas houve queda de 16 pontos percentuais entre os entrevistados com renda familiar superior a 10 salários mínimos neste quesito. A pesquisa também revela que a popularidade da presidente também caiu entre as pessoas com renda familiar de até um salário mínimo, decrescendo de 82% para 75%. As regiões de maiores índices de aprovação da presidente são Sul e Nordeste, respectivamente com 82% e 81%. No Sudeste, a sua aprovação é de 73%. Não deixa de ser interessante e até risível se observar que a pesquisa teve abrangência entre tão somente 2002 pessoas, em 143 municípios, compreendendo a média de 14 pessoas por município. Os idealizadores e divulgadores dessa pesquisa deveriam se envergonhar ao afirmar que os brasileiros aprovam o desempenho da presidente e do governo, como se a insignificantíssima parcela representada na pesquisa, entre aproximadamente 195 milhões de brasileiros, fosse capaz de possibilitar conclusão tão afirmativa e definitiva sobre matéria de suma importância para os destinos da nação. Fica a impressão de que faltam seriedade e espírito profissional para se chegar a entendimento tão simplista, principalmente pela cristalina carência de elementos suficientes para fundamentar e dar consistência a tais resultados. Em outras palavras, as pesquisas se mostram tendenciosas e enganosas, porque elas refletem fatos absolutamente irreais, servindo para iludir e inflar ainda mais o ego da presidente, que é levada a se convencer de que seu governo galopa ao sabor da satisfação de pessoas pouco conhecedoras da realidade do país. Os gatos pintados entrevistados demonstraram desconhecer o pífio crescimento do PIB; o vertiginoso crescimento da violência; a má qualidade do ensino público; a falência do atendimento à saúde; o deficiente sistema de transportes, incluídas as estradas; a exorbitância dos tributos; o aumento da inflação; a inoperância da maquina pública a serviço dos partidos aliados; o Brasil ranqueado em 1º lugar no consumo do crack; a corrupção descontrolada no governo; e uma série interminável de desgoverno, que poderia influenciar na pesquisa, contribuindo para justa e realista avaliação sobre as misérias da gestão do país, para que a mandatária se despertasse para essa verdade e tivesse a dignidade de trabalhar com intensidade no combate às enormes precariedades existentes no seu governo. Aliás, essa forma de avaliação ilusória e maquiavélica é duplamente prejudicial ao país e à presidente, porque ela acredita que é boa gestora, a par de satisfazer os “2002 brasileiros”, mas possibilita que o Brasil continue atolado no subdesenvolvimento socioeconômico, quando poderia deslanchar se fosse administrado com competência, tendo em conta a visão realista dos problemas e a priorização de políticas públicas destinadas ao seu saneamento. Urge que a sociedade deixe de ser tratada de forma leviana e que as importantes pesquisas sejam realizadas com a devida seriedade, em benefício da transparência e das causas do país, evitando a manipulação de resultados para satisfação de interesses escusos. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 27 de setembro de 2012

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Eleições venezuelanas

Segundo a última pesquisa realizada pelo Instituto Datanálisis, se a eleição fosse agora, o atual presidente da Venezuela obteria 49,4% dos votos contra 39% do seu principal opositor. Essa pesquisa também evidencia que 11,6% continuam indecisos. De acordo com o resultado da pesquisa, o candidato de oposição teve significativo crescimento na campanha, chegando a reduzir a diferença para o presidente de 20,4 para 10,4 pontos percentuais entre maio e setembro. A esperança do opositor é que até o dia da eleição, a realizar-se em 7 de outubro vindouro, o crescimento da sua aceitação seja constante, porque tem sido o único candidato que conseguiu conquistar simpatia popular, em que pesem o indecente e desavergonhado uso da máquina pública, com maciço aparato governamental, em prol do presidente e as seguidas interrupções  dos programas de televisão do opositor, para inserção de imagem do presidente, como prova do jogo sujo e da desigualdade de tratamento entre os candidatos, em flagrante desrespeito aos princípios democráticos de isonomia que devem primar em pleitos eleitorais. Além disso, a distribuição de benesses governamentais, a exemplo do programa Bolsa Família brasileiro, tem se intensificado durante a campanha, como forma de potencializar a imagem de homem generoso do presidente, tal qual prática colocada à disposição do povo no país tupiniquim. Do mesmo modo como ocorre aqui, o povo venezuelano ainda não percebeu que esse ardil procedimento tem por finalidade manter o curral eleitoral e a indignidade da nação, como forma discreta da compra da consciência do seu povo com recursos públicos, com o exclusivo propósito da conquista do poder e de se manter nele, não importando os meios para serem atingidos os fins almejados. Até parece que o pensador imaginaria que o aforismo segundo o qual todo povo tem o governo que merece se encaixasse tanto na atualidade. Na Venezuela, como no Brasil, o assistencialismo social tem sido arma poderosa para eleger quem patrocina sistemas mantidos exclusivamente com fins eleitoreiros, contribuindo para a vadiagem e o comodismo, em prejuízo da produtividade e do pleno emprego. Se não houvesse o programa Bolsa Caridade naquele país, será se o atual presidente estaria tão bem cotado para se reeleger? Provavelmente, não. Essa espécie de ajuda social contribui para aumentar a população despreocupada com a melhoria das suas condições de vida e com a verdadeira situação de subdesenvolvimento do país, facilitando a conquista do poder por pessoas inescrupulosas e interessadas unicamente na satisfação dos seus caprichos e das suas vontades pessoais, como se verifica na Venezuela, que dá mostra de empobrecimento e de subdesenvolvimento, nos últimos tempos. A sociedade tem que conscientizar de que o exemplo do Brasil e do país vizinho, quanto à incompetência gerencial do patrimônio público deve servir para o urgente posicionamento sobre a necessidade de mudança de dirigentes com visão de modernidade e de vanguarda, como forma de propiciar o progresso que o povo tanto aspira. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 26 de setembro de 2012

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O PT mudou o Brasil?

Em comício em Santo André/SP, o ex-presidente da República petista, no alto da sua costumeira arrogância, disse que o Brasil não seria o mesmo sem o PT e arrematou: "Quando fazem críticas ao PT, a gente tem de fechar os olhos e imaginar o país sem o PT. Sem o PT, o Brasil não seria esse país alegre que é nem esse país orgulhoso que é". Essa veemente defesa do partido coincide exatamente com o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal, cujo processo agrega diversos caciques petistas e se transformou em poderosa arma na campanha eleitoral da oposição. Aliado ao fato de que o ex-presidente teria sido suposto chefe do esquema do mensalão, conforme revelação da lavra do publicitário operador do mensalão, veiculada pela revista Veja, que suscitou a divulgação de nota de desagravo elaborada pelo PT e por partidos aliados. Ele fez questão de lembrar as greves que liderou na região, em 1978, para dizer que muitas coisas aconteceram no Brasil nesses 34 anos, dando ênfase de que a criação do partido, em 1980, "foi praticamente o começo da conquista da democracia no país". Concluindo, ele disse: “... Quem tem o partido que temos e os candidatos que temos não precisa ter raiva de ninguém.". Sem dúvida, o PT transformou completamente a vida pacata e honesta dos brasileiros, com a ascensão ao poder supremo de mandatário que teve a insensatez e insensibilidade de compor seu governo com pessoas de qualidade incompatível com a grandeza do Brasil, para administrá-lo. Em razão disso, no seu governo, os escândalos políticos vicejaram, cresceram, criaram raízes e foram objeto de ocupação das Comissões Permanentes de Investigações, as famosas CPIs. A mais importante investigação do Congresso Nacional cuidou da apuração do maior dos escândalos da história do país, o “célebre” mensalão, que teve por objeto primordial a compra da consciência de alguns parlamentares, que venderam seus votos para a aprovação dos projetos do governo, a fim de fortalecer a sua base de sustentação às custas do dinheiro dos brasileiros, que foi desviando das empresas estatais, como o Banco do Brasil e outras. Foi o PT que, de forma despudorada, impingiu o maior golpe eleitoral à nação, ao jurar fidelidade aos princípios ético, moral e legal, mas a sua administração se caracterizou pela incompetência, corrupção, antiética e desonestidade. Tornou-se famosa a complacência do PT com a impunidade aos corruptos, que, além de não serem penalizados, ainda eram incentivados a negar até a morte sua inculpabilidade sobre os fatos irregulares. Induvidosamente, o Brasil seria diferente do que é hoje se aquele partido que se dizia repugnar o coronelismo, os maus políticos, os conchavos espúrios, as negociatas com fins eleitoreiros e a conquista do poder, as coligações interesseiras etc., não tivesse a indignidade e indecência de se juntar na mesma panela a essa podridão política, para chafurdar o já desacreditado e ridicularizado sistema político-partidário. O legado do PT ao Brasil pode ser considerado revolucionário, porém no sentido de como não se deve fazer política, haja vista que seus métodos contrariaram os padrões de qualidade e de competência que são esperados dos partidos políticos. Na verdade, o rol de incompetência do governo petista foi capaz de mudar para pior a história do país, que poderia ser bastante diferente se ele tivesse sido administrado com honestidade, legalidade, probidade, em estrita observância aos princípios da administração pública. Urge que a sociedade se inspire nos péssimos exemplos de gestão do PT, para mudar o gerenciamento do país, evitando que a nação continue submetida aos regimes da incompetência e da corrupção. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 26 de setembro de 2012

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Absurda incoerência


A propósito da menção do nome da presidente da República pelo relator do mensalão, em julgamento no Supremo Tribunal Federal, para sustentar o seu voto, afirmando que ela teria dito, em depoimento prestado em juízo, em 2009, como testemunha de réu no processo, que ficou "surpresa" com a aprovação rápida, entre 2003 e 2004, de duas medidas provisórias que alteravam a legislação pertinente à área de energia, a reação palaciana foi imediata e carregada de palavras duras, incompatíveis com a liturgia do cargo presidencial. Segundo o relator, à época, ela "Disse que se surpreende, vendo com os olhos de hoje, a rapidez da aprovação desse projeto. Pode se assim avaliar a dimensão ...". Na nota, a presidente esclareceu que a sua surpresa se deu em virtude de acordo celebrado entre líderes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, constituída da base aliada e da oposição, para a aprovação das matérias. Ainda na sua versão, a reação se deu "por termos conseguido uma rápida aprovação por parte de todas as forças políticas que compreenderam a gravidade do tema". Mais adiante, ela disse que o país vinha de "apagão" no fornecimento de energia elétrica, obrigando o governo tucano a decidir pela implantação de plano de racionamento de luz. A nota reproduziu outro trecho do seu depoimento, onde consta: "Ou se reformava ou o setor quebrava. E quando se está em situações limites como esta, as coisas ficam muito urgentes e claras". Essas argumentações foram inventadas agora, num esforço hercúleo para justificar o injustificável, porque elas não constam do texto do depoimento original. Longe de tecer qualquer juízo de valor sobre o episódio, mas, para bom entendedor, a citação do depoimento de quem era ministra das Minas e Energia deixa antever o tamanho do incômodo causado a quem se julga acima de tudo e de todos, inclusive do Judiciário, que, no presente caso, apenas cumpre a sua competência constitucional de julgar os crimes contra o Estado e a sociedade. A nota evidencia absurda incoerência da presidente da República, tendo em vista que, se a matéria aprovada pelo Congresso era de relevância e essencial para a sociedade, por envolver a grave situação por que passava o setor elétrico, isso em absoluto poderia ensejar motivo para a surpresa da presidente na urgente deliberação dos projetos. Ao contrário da motivação da sua surpresa, seria muito estranho se não tivesse havido empenho dos parlamentares para a pronta aprovação dos projetos governamentais. A nota presidencial, além de bastante infeliz e contraditória, ainda mostra a indignação da presidente quando alguém menciona os seus peculiares equívocos. Teria sido mais elegante se ela tivesse tido a dignidade de ter ficado calada, para não atiçar e piorar ainda mais a questão, que depois disso ganhou maior amplitude na mídia e na opinião pública. A sociedade aspira por que as notas presidenciais, se necessárias, no caso do mensalão, sirvam apenas como instrumento capaz de contribuir, de forma isenta e imparcial, para ajudar no julgamento imbróglio. Acorda, Brasil!


ANTONIO ADALMIR FERNANDES


Brasília, em 25 de setembro de 2012

Notinha inventada e ridícula

Por iniciativa do próprio ex-presidente petista, os partidos que formam a coalizão de governo se aliaram para defendê-lo das declarações atribuídas ao empresário operador do mensalão à revista Veja, segundo as quais o “todo-poderoso” estaria no centro da crise, como sendo o "chefe do mensalão". Como é apontado pivô do esquema do mensalão, seria do seu dever se dignar esclarecer os fatos e mostrar com provas irrefutáveis a sua isenção na participação dos fatos dolosos à nação, mas, de forma vacilante, como é próprio da sua índole, ele preferiu convocar seus aliados para se unirem em nota de repúdio às "calúnias e mentiras" assacadas contra ele. No seu entendimento, a medida se fez necessária, por considerar que a estratégia de atingi-lo termina prejudicando, nas eleições, o PT e os demais partidos governistas. A proposta foi aceita de imediato, por entenderem que há necessidade de "defender o projeto, que é de todos nós". O texto tem expressões fortes, fala em "práticas golpistas" e ataca o que chama de "forças conservadoras", que estariam dispostas a "qualquer aventura". O presidente do PT decidiu convocar a sua militância para uma "batalha do tamanho do Brasil" em defesa do partido, do ex-presidente e do seu legado. A nota parece destoar da racionalidade e do bom-senso, tanto que integrantes do PMDB e do PDT reclamaram da decisão dos seus presidentes, ávido em defender o “todo poderoso”, por terem assinado a nota, idealizada pelo PT, na qual seis partidos da base aliada defendem o ex-presidente e acusam a oposição de tentativa de golpe (sic), tão somente por ela ter ameaçado pedir apuração sobre a suposta relação do ex-presidente com o mensalão. A nota demonstra evidente falta de sintonia com a realidade dos fatos, quando fala em golpe contra ex-presidente, como se ele ainda estivesse no poder, além de negar o legítimo direito da oposição se manifestar contra possíveis fatos irregulares praticados por pessoa pública, que vive se imiscuindo na vida de todos os brasileiros, ao opinar e instruir a presidente da República no que ela deve fazer com relação ao gerenciamento do país. Na verdade, não é somente a oposição que pretende saber se o ex-presidente era ou não chefe do mensalão, mas a sociedade em geral, que não concorda que a quadrilha, funcionando no coração do poder, dentro do palácio presidencial, e que o seu principal ocupante não sabia o que estava se passando nas suas barbas. Se o presidente de então não sabia realmente de nada, quem na verdade administrava a nação? Também impressiona o tamanho da coragem dos partidos aliados em partir cegamente em defesa de quem não tem sequer coragem nem a dignidade de se defender perante a nação, que é da sua primacial obrigação. Não deixa de ser bastante curioso o fato de os seus defensores também sequer conhecerem os meandros do escabroso affaire, nem um pouco do que deve saber o operador do mensalão, que poderá a qualquer momento revelar tudo que sabe sobre as tramoias palacianas. A sociedade anseia por que a verdade sobre o mensalão seja plenamente revelada, em especial por envolver irregularidades com recursos dos cidadãos e a participação de altas autoridades públicas, porquanto é inadmissível que alguém tenha a indignidade de se apoiar em arranjada notinha ridícula para servir de escudo e de defesa sobre acusações seríssimas e comprometedoras acerca da sua reputação. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 25 de setembro de 2012

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Generosidade tem limite

Um senador petista do Acre tomou as dores do ex-presidente da República, ao defendê-lo das acusações atribuídas ao operador do mensalão de que o “todo-poderoso” seria o chefe desse esquema. A tática inicial do politico foi acusar o PSDB de ser o mentor do esquema de corrupção e compra de votos em Minas Gerais, em 1998, dando origem ao mensalão do PT, e depois atribuir à “elite intolerante e preconceituosa”, aliada à mídia, a tentativa de golpe para destruir a imagem do ex-presidente, por causa da próxima eleição. Ele reconhece que “Todo e qualquer governo tem deslizes. Só não estou de acordo com a satanização do PT e do presidente Lula...”, “O mensalão de Minas deu origem a esse esquema criminoso que está sendo julgado. Alunos mal aplicados do PT foram tentar repetir o modelo profissional do PSDB e do PFL” e “Não vai ser uma elite atrasada que vai apagar a história do presidente Lula. O presidente Lula não merece esse tratamento. Ele não teve nenhum encontro com Marcos Valério. Lula é uma pessoa generosa e merece todo respeito”. Não chega a ser novidade que, ao se defender de sujeira e indignidade na política, o PT pôr a culpa em outrem, como forma de transferir a culpa dos seus graves erros para quem já cometeu desonestidades semelhantes, quando o correto seria assumir e reconhecer que parcela do seu partido praticou procedimentos condenáveis e censuráveis, contrários aos interesses do país, e, por isso, de forma justa, deve ser julgado pelo Poder Judiciário. Na verdade, pouco importa quem foi o inventor do esquema criminoso, porque a sociedade tem interesse na reparação dos danos causados à dignidade da nação, com julgamento justo com base nas provas dos autos, mesmo que os líderes partidários sejam condenados, porque o efeito disciplinar e pedagógico acresce de importância para pôr freios ou amenizar a roubalheira no serviço público. Ademais, não parece correto condenar a importante participação da mídia pelo seu papel de informar a opinião pública sobre os fatos de interesse do país. Só pode ser desespero de causa querer censurar a atuação da mídia. Mesmo que o ex-presidente seja pessoa generosa, como afirma o senador, compete a ele se defender das acusações, mediante a demonstração com provas da sua inculpabilidade sobre os fatos cuja autoria lhe é atribuída. É assim que funciona no Estado Democrático de Direito, onde todo cidadão é tratado igualmente perante as leis do país, sem privilégio ou discriminação, em razão da sua autoridade ou do seu cargo, como se isso fosse motivo para tornar a pessoa imune a suspeita, a julgamento ou a algo que o valha. Em primeiro momento, o ex-presidente declarou que não sabia de nada..., mais tarde, disse que foi traído, mas não indicou o traidor..., depois disse que o país merecia desculpa do partido..., por fim, sentenciou que tudo não passava de uma farsa plantada pela oposição, para desestabilizar o governo petista..., agora, com as provas substanciais mostradas pelo Supremo, é reconhecido o esquema criminoso, mas a culpa é do PSDB, que foi o mentor do mensalão mineiro; da mídia golpista, que não respeita a autoridade; das elites atrasadas, que não sabem fazer política decente; da burguesia, que não admite ser comandada pelos trabalhadores; da direita reacionária, que não aceita perder para socialistas; etc. Enquanto isso, o poder da corrupção impera à solta e soberana, em detrimento da honradez e da moralidade. Compete à sociedade decidir pelo fim ao falso moralismo, às inverdades, à corrupção, às ilegalidades, às desonestidades, à incompetência gerencial, à falta de reformas estruturais e demais atos gerenciais contrários aos interesses da nação. Acorda, Brasil!  
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 23 de setembro de 2012

Que vença o melhor...

O atuante e eficiente portal Uirauna.Net acaba de divulgar entrevistas, devidamente autorizadas pela Justiça Eleitoral, dos candidatos ao cargo de Prefeito do Município de Uiraúna/Paraíba, tendo por especial finalidade contribuir para o aperfeiçoamento da democrática, como forma de facilitação de disseminação dos seus programas de governo e das suas motivações para o exercício desse cargo, bem assim de propiciar que os eleitores do município possam aquilatar com maior segurança qual dos dois candidatos oferece melhor condição de trabalho em benefício da comunidade. Na oportunidade, eles deixaram bastante claros seus propósitos com relação a diversas matérias pertinentes à administração do município, merecendo especial destaque as questões que dizem respeito à educação, saúde, habitação e infraestrutura. Como não poderiam ser diferentes, os candidatos tiveram desempenho extraordinário, deixando evidentes as metas que pretendem pôr em prática logo no primeiro dia de mandato, ante a necessidade de maior dinamismo em todos os aspectos da administração municipal. Na realidade, não existe nada mais belo e exuberante no mundo político do que entrevista de candidato a cargo público eleitoral. No caso em referência, cada candidato se apresentou com boa desenvoltura e demonstrou possuir suficiente capacidade de realização de super-homem e ninguém tem programa melhor do que o seu. Os dois candidatos demonstraram que são imbatíveis e inigualáveis, em termos de realização de projetos e atividades para a melhoria da população. Como eles são médicos com larga experiência na área, a saúde da cidade será a mais privilegiada, preparada e qualificada do Brasil, em termos de equipamentos médico-hospitalares e de pessoal médico e paramédico, além da distribuição de medicamentos aos necessitados. Com certeza, Uiraúna logo em breve, no limiar de 2013, será uma cidade maravilhosa e quiçá a melhor do país para se morar, caso realmente seja contemplada com, pelo menos, o mínimo das promessas dos ilustres candidatos, que não se limitaram em nada para expor suas qualidades e experiências de grandes e reconhecidos administradores públicos. Os uiraunenses anseiam por que o vencedor seja o melhor candidato, para que o povo de Uiraúna possa ser beneficiado com trabalho profícuo e de qualidade e que a transparência da nova administração seja marco fundamental para o tão almejado progresso da comunidade. 
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 24 de setembro de 2012

domingo, 23 de setembro de 2012

Êta homem bom!

Com a finalidade desesperada de defender o ex-presidente da República das acusações atribuídas ao operador do mensalão de que ele seria o chefe do esquema da compra de votos, um senador petista, além de acusar o PSDB, por ter sido o pioneiro nessa espécie de malandragem, e de atribuir à “elite intolerante e preconceituosa” e à mídia a tentativa de golpe para destruir a imagem do ex-presidente, sentencia que “Lula é uma pessoa generosa e merece todo respeito”. Não há a menor dúvida de que o ex-presidente, pelo seu legado como mandatário do país, vai ser sempre lembrado pela sua indiscutível e inabalável “generosidade”, porquanto a sua benevolência não será esquecida jamais, principalmente por ter sido da sua cruenta iniciativa o agigantamento da máquina pública, aumentando os ministérios para 38 e loteando-os entre a coalizão de partidos ávidos para preencher os cargos com seus filiados e apaniguados políticos, normalmente sem competência ou qualificação profissional para desempenhá-los senão em função dos interesses pessoais ou partidários, sem nenhum compromisso com as causas do país. A generosidade do ex-presidente permitiu incrementar o sistema de especialização da corrupção no seu governo, a exemplo do horripilante mensalão e tantos outros casos de irregularidades com o uso do dinheiro dos cidadãos. A bondade do ex-presidente, como tinha o grave defeito de nada ver, mesmo que o fato irregular ocorresse dentro da sede presidencial, foi conivente com a impunidade dos corruptos. A magnanimidade do ex-presidente turbinou o programa Bolsa Família, instituindo a distribuição assistencialismo com recursos públicos sem que os beneficiários sejam obrigados a se qualificarem profissionalmente por determinado período e terem condição de arranjar emprego, para contribuir para a produção do país, ao invés de ficarem à disposição da vadiagem. O ex-presidente foi tão generoso ao prometer reformas essenciais ao desenvolvimento do país, mas ficou apenas na promessa. O ex-presidente teve a máxima generosidade com os governos ditadores, a ponto de fechar os olhos para a ocupação da Petrobras pelo governo boliviano. A generosidade do ex-mandatário do país sobressai no terrível aumento da criminalidade, da bandidagem, do tráfego de drogas, por falta de políticas eficientes de repressão e combate aos focos de maior incidência dos crimes. A generosidade do ex-presidente esteve bastante ativa na saúde, com os hospitais sempre lotados de doentes e carentes de condições satisfatórias de atendimento. Enfim, a generosidade do ex-presidente é patente e presente na precariedade do gerenciamento do resto da administração pública, com uma herança que certamente não vai deixar a mínima saudade, principalmente para aqueles que não se beneficiaram das desonestidades, mentiras, corrupções, leviandades e demais incompetências de um governo organizado com a exclusiva deliberação de se perpetuar no poder à custa dos recursos públicos, em detrimento dos interesses da nação. A sociedade entende que generosidade é sinônimo de altruísmo, magnanimidade, benevolência, grandiosidade, mas no sentido construtivo e positivo em benefício de causas justas e edificantes. Acorda, Brasil! 
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 22 de setembro de 2012

sábado, 22 de setembro de 2012

Falta de criatividade

A campanha do candidato do Partido dos Trabalhadores à Prefeitura de São Paulo vem utilizando a inserção, na TV, de propaganda eleitoral que associa o voto no candidato tucano ao ex-presidente também tucano e ao atual prefeito de São Paulo, aproveitando para mencionar que, se eleito, ele pode "abandonar o cargo", por ter sido eleito prefeito de São Paulo em 2004 e deixado o cargo em 2006, para disputar o governo do Estado. O vídeo petista utiliza o mesmo formato da propaganda do PSDB que liga o candidato petista aos réus do mensalão e ao deputado corrupto ex-governador de São Paulo. A inserção comercial da campanha petista inicia com a pergunta "Sabe o que acontece quando você vota no PSDB?" e conclui com os dizeres "você vota, ele volta". Trata-se de clichê surrado, mas sempre utilizado nas campanhas eleitorais petistas para desviar a atenção do eleitorado sobre as questões de interesse e importância da sociedade, principalmente quanto ao programa da possível gestão, caso ele seja eleito. A título de exemplo, na campanha eleitoral para presidente da República, o mote principal girava em torno das privatizações, que aparecia nas entrevistas, nos debates, nos programas de rádio e televisão, nos..., sempre preenchendo o importante espaço dedicado ao programa de governo, que nunca foi mostrado à sociedade, porque ele jamais existiu, como comprova o atual governo brasileiro, que assumiu o cargo presidencial há quase dois anos e não consegue sequer administrar a decantada herança maldita do seu antecessor. Como não houve debate de programa de governo, a sua gestão é ruim; é pífio o crescimento do país; é péssima a capacidade gerencial dos ministros; não há programas de reformas estruturais; a violência cresce dia a dia, a educação... a saúde..., ou seja, a nação vem sendo administrada de forma ineficiente e sem perspectiva de melhoras, ante à falta de programas econômicos capazes de modificar o mero instinto governamental de aprovar pacotes localizados, sempre ao sabor de setores com sofrível desempenho, em sinal de que inexiste programa governamental consistente de combate à crise. No caso em foco, o candidato ao cargo de prefeito do PSDB de São Paulo acusa o candidato do PT sobre a existência do mensalão e este imediatamente responde que o tucano tem costume de deixar o cargo para se candidatar para outro, numa repetição cansativa e infrutífera de acusações entre eles e isso deve ocorrer até o termino da campanha. Enquanto eles brincam de pega-pega, sem dizer nada do que realmente precisa ser realizado em benefício do povo e para a melhoria da cidade, seu adversário que lidera o pleito eleitoral vai à luta e fatura os votos das pessoas inteligentes, que não suportam mais tanta imaturidade e bestialidade, em discussão de abobrinhas. Considerando que os referidos candidatos já exerceram cargos relevantes na República, essa forma de programa eleitoral mostra com clareza o nível de cultura deles, deixando transparecer a perda de enorme oportunidade para fazer suas campanhas de modo proveitoso para o povo paulistano, tendo por meta cada qual apresentar seu programa de gestão à frente da Prefeitura. Assiste razão à sociedade em rejeitar candidatos que querem convencer o eleitorado com o uso de acusação das falhas do seu adversário, deixando passar em brancas nuvens seu programa de governo. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 21 de setembro de 2012

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Enxugamento dos partidos nanicos

O presidente nacional do PMDB declarou que o partido vai discutir, com maior intensificação logo após as eleições municipais, a fusão do referido partido com outras seis legendas, que preferiu não revelar seus nomes. Ele disse que "Nós estamos conversando. Neste momento de eleição, não seria interessante dizer os nomes. Após as eleições, nós vamos intensificar as conversas e a possibilidade de fusão é praticamente real. Nós estamos conversando com meia dúzia de partidos". Já se sabe que um dos partidos que participam dessas tratativas é o Democratas. Esse entendimento surgiu com a constatação de que há real "desconforto" político pela existência de várias legendas, como forma clara da "pulverização de partidos", que já são contabilizados, na atualidade, 30 legendas em condição de disputar as eleições, sendo considerado número excessivamente anormal para as pretensões de uma democracia consistente e digna do país em franco desenvolvimento como o Brasil. Com a possibilidade de complicar ainda mais esse quadro, acredita-se que as igrejas estão se organizando para a criação de novos partidos, acrescentando, em 2014, mais seis ou mais legendas, contribuindo para transformar o sistema político-eleitoral numa autêntica torre de babel, em que pese a democracia permitir tantos quantos partidos forem organizados e registrados legalmente. Não há a menor dúvida de que a vergonhosa enxurrada de partidos pequenos, sem qualquer expressão representativa da sociedade, tem servido para tumultuar a complexa política partidária. A experiência já demonstrou que essas legendas são verdadeiras aglutinadoras de políticos, na sua expressiva maioria, despreparados, inescrupulosos, sem a mínima qualificação para o desempenho da missão estabelecida no ideário estatutário dos respectivos partidos, que, às vezes, são criados visando à habilitação, à moda do jeitinho brasileiro, aos recursos oriundos do Fundo de Participação Partidária, mantido pelos otários dos contribuintes. Normalmente, os pequenos partidos preferem funcionar como legendas de aluguel, em apoio aos partidos mais estruturados, recebendo, em contrapartida, pagamentos e propinas, sem qualquer respaldo estatutário, com flagrante infringência aos ditames constitucionais e legais. Na verdade, a diminuição das legendas, principalmente com a fusão de partidos nanicos, tem a importância precípua de fortalecer, aprimorar, modernizar e moralizar o funcionamento da politica partidária, contribuindo também para ressaltar os princípios democráticos, base de sustentação de uma nação evoluída e consciente sobre a necessidade do enxugamento de mais da metade dos partidos sem qualquer aspiração senão contribuir para o enfraquecimento e a confusão do sistema político brasileiro. Nas circunstâncias, a sociedade, por ter significativa responsabilidade na constituição dos partidos, não pode se envolver nem apoiar o lançamento de legendas nanicas, inúteis e inexpressivas, como forma de contribuir para o desenvolvimento político-partidário da nação. Acorda, Brasil!   
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 20 de setembro de 2012

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

As cotas irracionais

O governo finalmente conseguiu transformar seu intento da destinação de vagas nas universidades federais para alunos oriundos de escolas públicas, mediante a intensificação das benesses das cotas, ao invés de optar por investimento na qualidade da educação, em todos os níveis da formação de ensino, principalmente na educação fundamental, para que todos possam concorrer igualmente no vestibular, como forma de fortalecimento do ensino superior. Conforme lei sancionada pela presidente da República, ficam destinados 50% das vagas em universidades federais para estudantes oriundos de escolas públicas. A medida aprovada, ressalvada a metade das vagas oferecida para ampla concorrência, combina cotas racial e social, observados três fatores: cor, rede de ensino e renda familiar. A medida é tão esdrúxula que estabelece diferença de cota racial em cada universidade ou instituto da rede federal, em que estudantes negros, pardos e índios terão o número de vagas reservadas definido, na unidade da federação em que está a instituição de ensino superior, em conformidade com a proporção dessas populações apontada no censo do IBGE de 2010. O restante das vagas reservadas será distribuído entre os alunos que cursaram o ensino médio em escola pública, sendo que no mínimo metade da cota - ou 25% do total de vagas - deverá ser destinada a estudantes que, além de ter estudado em escola pública, sejam oriundos de famílias com renda igual ou inferior a um salário mínimo e meio per capita. O que o governo faz é simplesmente aplicar a famosa lei de menor esforço, impondo regras prontas e acabadas, para serem implantadas goela a baixo da sociedade, quando seria recomendável propugnar por reformas na educação, com vistas à melhoria da qualidade do ensino, dando condições para a obtenção de vagas por meio do tradicional vestibular, como forma de contribuir para a formação acadêmica em satisfatório nível de qualidade para todos, eliminando qualquer possiblidade de discriminação com essa invenção de cotas, por fatores raciais e origem de ensino público. Tudo isso não passa de incompetência governamental, que prefere se acomodar, deixando o ensino como estar, sem nenhuma modificação estrutural. O correto seria aperfeiçoar e modernizar a educação, mediante maciços investimentos em todos os níveis de ensino da competência do Estado, justamente para que todos tenham condições de usufruir de formação acadêmica que não comprometa a qualidade, sem serem submetidos a processo de desconfiança quanto às condições intelectuais para acompanhamento dos estudos, devido ao nível precário do ensino público fundamental. O certo é que as críticas somente ocorrem devido à incompetência do governo, que poderia evitar os sistemas de cotas se ele primasse por ensino de qualidade, se ele tivesse preocupação e prioridade para a educação pública. Como isso não é possível, realmente há necessidade de benesses das cotas, que somente contribuem para que o ensino continue com estrutura antiquada, em descompasso com os avanços da modernidade e distanciado das conquistas das nações culturalmente adiantadas e preocupadas em propiciar formação de qualidade aos estudantes, independentemente desses arranjos e comodismos de cotas, que devem ser exclusiva invenção tupiniquim. A sociedade sente-se envergonhada com o sistema de cotas pela cor, por mostrar que o entendimento do governo é de que os não brancos possuem menos cérebro, sendo incapazes de competir em igualdade de condições e de evoluir como pessoas normais. Essa pouca-vergonha precisa ser revista, mediante a realização de reformas eficientes e capazes de propiciar ensino de qualidade para todos, sem discriminação ou privilégios irracionais. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 20 de setembro de 2012

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Saúde à deriva

Diante do estado lastimável que se encontra o Hospital São Lucas de Vitória/ES, o Sindicato dos Médicos do Espírito Santo solicitou à Central de Regulação de Vagas, ao Samu, ao Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes) e ao Corpo de Bombeiros que não encaminhem àquele hospital vítimas de acidentes de trânsito, tendo em vista que o centro cirúrgico estava com 13 pacientes e todas as salas de operação e emergência estavam ocupadas na noite do último domingo. O sindicato denuncia que “O hospital está lotado, não tem mais leito, existem pacientes no centro cirúrgico aguardando vaga. E, para que não aconteça um tumulto e dificuldade na mobilidade do paciente de um setor para o outro, foi pedido que não leve paciente cirúrgico para ele". O secretário de Saúde não esboçou qualquer medida saneadora sobre a precariedade apontada, tendo se limitado a dizer que “o hospital faz muito, apesar das más condições”, ou seja, a autoridade que tem a obrigação de buscar a solução para a calamidade se digna apenas a reconhecer a fragilidade do atendimento que vem causando enorme sofrimento à população, sempre obrigada a se submeter à falta de assistência, principalmente as pessoas que se encontram em estado de maior gravidade, como os acidentados e os doentes em situação de emergência. Os familiares de pacientes contam que as condições de atendimento no hospital são complicadas, havendo caso em que o doente sai do hospital em estado pior do que quando entrou nele. A reprovável incompetência das autoridades públicas é tão gritante que o citado secretário se orgulhava em pontuar que a demanda tem sido alta e houve uma queda nos leitos por conta da mudança dos atendimentos, que foram para o Hospital da Polícia Militar, mas "Mesmo com essas condições, o São Lucas continua atendendo cinco mil pacientes por mês, 500 internações e fazendo 300 cirurgias e salvando muitas vidas". Ora, secretário, o que importa, em se tratando de saúde pública, salvamento de vidas, atendimento condignamente aos doentes, é o Estado se empenhar e se preparar adequadamente para satisfazer as demandas, de modo a atender com presteza o indispensável serviço médico-cirúrgico-hospitalar, sem quaisquer condições ou empecilhos, porque a sua incumbência é ilimitada, na forma prevista na Constituição do país, tendo em conta que a vida é o bem mais precioso, não suportando complacência com o descaso e a incompetência do Estado, responsável pelo fomento dos meios imprescindíveis à assistência e à cura do sofrimento físico. O hospital em causa é o retrato da saúde pública do Brasil, que permanece imutável, não obstante as queixas e as denúncias da população e dos profissionais médicos e paramédicos, à vista da inércia do governo, que nada faz para minorar a situação caótica da assistência médico-hospitalar do país. Enquanto isso, o ministro da Saúde encontra-se em campanha política no interior de São Paulo, ajudando os candidatos petistas aos cargos de Prefeito, tendo por objetivo preparar a sua campanha ao cargo de Governador em 2014, e a presidente da República, em que pese a intensificação da precariedade gerencial do seu governo, tem atuação aprovada em índice sempre alto e crescente, incompatível com a situação da administração do país. A sociedade tem a obrigação cívica de perceber que o país precisa ser urgentemente gerenciado com competência, eficiência, sensibilidade e respeito à dignidade humana. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 19 de setembro de 2012

Forbes: verdade ou farsa?

Vira e volta, circula pela web notícia de que a conceituada revista Forbes teria indicado que o ex-presidente petista possui fortuna pessoal estimada em mais de R$ 2 bilhões de dólares e que ele estaria incluído entre os cidadãos brasileiros mais ricos do país. Esse enriquecimento, se verdadeiro, suscita questionamento quanto à sua origem, porquanto, em 2001, por ocasião do registro junto ao Superior Tribunal Eleitoral da sua candidatura ao cargo de presidente da República, o seu patrimônio era de cerca de R$ 400 mil, enquanto quatro anos mais tarde, quando do registro da sua candidatura para o segundo mandato, a sua fortuna tinha sido de aproximadamente R$ 800 mil. A estranheza gira em torno do que seria considerado astronômico crescimento patrimonial de R$ 800 mil para R$ 4 bilhões, em tão somente sete anos, o que representa multiplicar esse valor por 5.000.000. Custa acreditar que uma pessoa consiga aumentar tanto o seu patrimônio, ganhando tão modestamente, porquanto ele apenas teria desempenhado o cargo de presidente da República, em apenas quatro anos, após o primeiro mandato, com salário, à época, de mais ou menos R$ 12 mil, acrescido de outros três anos vivendo com proventos de aposentadorias e da remuneração do cargo de assessor do PT. Por se tratar de homem público, seria do seu dever esclarecer a veracidade dessa notícia bombástica, que deixa perplexo o povo brasileiro, por não entender como um mero metalúrgico, quase analfabeto, oriundo de berço humilde, consiga ficar bilionário em tempo recorde, como se fosse num passe de mágica. Com absoluta certeza, a explicação para enriquecimento tão alarmante não encontraria plausibilidade nos ganhos provenientes dos vencimentos do cargo de presidente da República, que, em todo período, não atingiria R$ 1 milhão. No final do seu governo, o seu patrimônio poderia chegar, no máximo, à cifra de R$ 1,4 milhão, que representa século de distância dos R$ 4 bilhões. Tudo leva a crer que se trata de grosseira falsificação de dados da citada revista, incluindo a sua capa e as informações internas. Compete ao acusado mostrar a verdade sobre os fatos questionados, porém, como é próprio do ex-presidente, que nada sabe nem ver, ele prefere se calar acerca desse affaire, porque o silêncio pode ser a maneira mais apropriada e cômoda para a sua defesa, que não despertariam as inevitáveis consequências legais, as devidas apurações do caso e possível desgaste perante a opinião pública, em se tratando de envolvimento de bastante dinheiro. O fato se torna ainda mais emblemático diante dos questionamentos que não querem se calar sobre o súbito e vertiginoso enriquecimento com recursos públicos de um dos seus filhos, que tem sido obrigado a se explicar acerca do seu patrimônio. Resta se indagar qual a atitude dos órgãos de fiscalização nesse caso, principalmente do Ministério Público e da Polícia Federal, que deveriam e devem tomar as providências da sua alçada sobre as chamativas notícias de possível enriquecimento ilícito de quem foi, por duas vezes, presidente da República? A sociedade tem interesse em conhecer a verdade sobre os fatos em apreço, em virtude de envolver pessoa pública de notória influência junto à opinião pública. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 18 de setembro de 2012

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Aceitação criminosa do mensalão

Seguindo a linha de raciocínio da cúpula do PT, o presidente da Câmara dos Deputados declarou que o suposto esquema de pagamento de propina a parlamentares no governo do ex-presidente petista, o denominado mensalão, é uma “falácia”. Ele disse que “Me chamou a atenção ter voltado esta tese do mensalão. Eu, por exemplo, acho uma grande falácia. Não houve, por exemplo, pagamentos mensais aos deputados do PT. Os deputados do PT não tinham nenhuma necessidade de ter pagamentos mensais para votar com o governo. Há uma tentativa de se reforçar e afirmar uma coisa que não é verdade, que não condiz com verdade” e que “A expectativa é que se faça o julgamento mais justo possível, olhando as provas que foram produzidas nos autos do processo.”. Na realidade, a afirmação do político sintetiza meia verdade, haja vista que, de fato, não houve pagamentos aos deputados petistas, visto que o mensalão foi arquitetado para a compra de votos de deputados de outros partidos, tendo por finalidade a aprovação de matérias de interesse do governo e o aumento da sua base de sustentação no Congresso Nacional. A ilação do presidente da Câmara, na tentativa de descartar a existência do mensalão, é forma disfarçada para tentar negar o óbvio, no sentido de que, para ele, não havendo propina para os próprios deputados, também não faria sentido haver para os parlamentares de outros partidos. Ledo engano, tendo em vista a revelação pelo Supremo Tribunal Federal, dos procedimentos sobre a distribuição, passo-a-passo, dos dinheiros sujos aos partidos participantes do esquema, em cumprimento aos acordos indecorosos, tramados nos bastidores do Palácio do Planalto, sede presidencial. No momento em que os fatos escandalosos estão sendo revelados, de forma esmiuçada, nos mínimos detalhes, como se dizia no passado, parece mais do que natural e evidente o surgimento dos líderes petistas, em mobilização nacional, se manifestando contra a existência do famigerado mensalão, que, pelo aviltamento da sua criação, finalidade e operabilidade seria capaz de envergonhar e desmoralizar terminantemente qualquer instituição que funcionasse num país com um pouco de cultura, cujo povo tivesse a compreensão do exato valor da dimensão da dignidade simbolizada por um partido político perante a sociedade, que seria representá-la tendo por base o ideário da estrita observância dos princípios da ética, moralidade, honradez, decência e demais sentimentos de caráter de retidão, além do respeito ao patrimônio dos cidadãos. Não deixa de ser inacreditável que parte da sociedade ainda tenha dúvida sobre esse terrível golpe do mensalão, quando o Poder Judiciário já atestou a sua perversidade com os cofres públicos. O pior cego é aquele que não quer enxergar, mesmo que as provas constantes dos autos em julgamento no Supremo demonstrem a robusteza das roubalheiras jamais vistas dentro do governo, cujos mentores tiveram a “competência” de desviar dinheiros dos cofres públicos para a mesquinha compra de votos e o fortalecimento do seu projeto de poder. Não fosse o aliciamento com a distribuição de bolsas eleitoreiras, essa concepção de “falácia” já tinha sido desmascarada há bastante tempo também pela sociedade menos esclarecida, que, diante de tal "bondade", não tem interesse de se convencer de que o "homem tão bom" seja membro da quadrilha do mensalão. A sociedade precisa se conscientizar de que a rejeição à realidade do mensalão tem contribuído para o fortalecimento da corrupção e para a formação de homens desonestos e despreocupados com o progresso da nação. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 18 de setembro de 2012

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Hospitais públicos, rascunhos do inferno?

Um médico neurocirurgião, visivelmente contrariado com a precariedade do Hospital São Lucas, em Vitória/ES, decidiu denunciar sua indignação sobre a situação desse nosocômio, ao afirmar que o atendimento em geral ali está caótica e insuportável, com a sala de emergência lotada e o Samu trazendo mais pacientes graves a cada minuto. Ele disse que “É o verdadeiro rascunho do inferno” e “até mosca e mosquitos foram vistosa dentro de uma sala de cirurgia”. Trabalhando há 20 anos no hospital, o médico foi enfático: “Imaginem o pessoal do Samu atendendo um paciente acidentado em estado grave, entubam e ressuscitam o paciente e resolvem levar para o São Lucas. Lá, se deparam com um congestionamento de macas, tentando entrar no hospital. Imagine o desespero desses profissionais. O negócio está insuportável” e “O que encontramos ali é uma situação desumana. Pacientes deitados em macas baixas, a 10 ou 20 centímetros do chão. Estão predispostos a uma infecção hospitalar”. As queixas e os desabafos totalmente abalizados feitos pelo médico foram respaldados por seus pares, que atestaram o verdadeiro abandono e descaso pelos hospitais e de resto pela saúde pública, que não é privilégio negativo somente daquele hospital, porque o absurdo em matéria de atendimento médico-hospitalar na rede pública de saúde é generalizado e, se fosse possível dizer, endêmico, para não falar da falta de espírito humanitário das autoridades públicas, ao se passarem por moucos para não ouvir as queixas e os pedidos de socorros da população brasileira. A vergonha nacional tem vários nomes, mas a saúde pública não comportaria denominação tão apropriada, diante da deficiência do tratamento das pessoas, como se elas fossem serem desumanos e não tivessem direito à atenção digna. O certo é que sai e entra governo, mas nenhum tem a dignidade de designar pessoas qualificadas, com preparação gerencial em saúde pública, para administrar o caos crônico nos hospitais, onde as pessoas são tratadas como animais, como algo desprezível, que terminam morrendo por falta de assistência médico-hospitalar, não por culpa dos profissionais médicos, enfermeiros, administrativos, mas exclusivamente pela incompetência das autoridades públicas, que não priorizam recursos e políticas destinados à valorização e ao saneamento de atividades tão importantes a saúde do ser humano. Na realidade, a saúde pública brasileira sempre foi tratada com deboche, a exemplo da menção feita pelo último presidente da República, que um dia disse: "O SUS é tão bom, mais tão bom, que dá até vontade de ficar doente". Todavia, quando ele adoeceu de verdade, procurou socorro no Sírio Libanês. Com absoluta certeza, a grave e crônica enfermidade da saúde pública, que foi denominada sem muito exagero de “rascunho do inferno”, tem solução e pode ser sarada, desde que cuidada antes da sua transformação em definitivo em inferno, mas depende unicamente da sociedade, que deve se conscientizar com urgência de que não se pode insistir com a continuidade da incompetência, da corrupção, dos investimentos faraônicos com estádios de futebol inúteis, com assistencialismo eleitoreiro, com fisiologismo interesseiro e outras tantas gestões antieconômica, contraproducentes e prejudiciais aos interesses da nacionalidade. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 17 de setembro de 2012