segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Contradição

Durante a recente campanha eleitoral, entre tantas mirabolantes promessas, houve garantia de que não haveria necessidade de ajuste fiscal, sob o pretexto de que as contas públicas estavam em absoluta ordem, e demonização das privatizações, por não se harmonizarem com o ideário do partido. Entretanto, logo no início da gestão, a Presidência da República anuncia que haverá privatização dos terminais aeroportuários do país e substancial ajuste no orçamento fiscal. Isso demonstra evidente quebra do compromisso da então candidata, porquanto, na prática, nesse particular, não há qualquer validade o que foi dito no pleito, ou seja, tudo não passou de brincadeirinha. O pior de tudo é que os seus eleitores não esboçam nenhuma indignação ou recriminação por tamanha e brutal incoerência, como se isso não representasse anormalidade grave, o que comprova a fraca memória do brasileiro, que só se torna eficiente quando os seus interesses diretos são atacados. Na proximidade das festas momescas, as promessas petistas de campanha estão sendo desmascaradas e os seus eleitores sequer se envergonham dessa flagrante contradição, que contribui por cento para robustecer a estatística dos casos de retrocesso na confiança dos políticos brasileiros. Na realidade, esse filme já foi visto, mas a sua protagonista principal faz jus, agora, por mérito, ao Oscar, pela pregação de promessas enganosas.  

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 27 de fevereiro de 2011

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