domingo, 30 de setembro de 2018

Desprezo à sensatez


Em rede social circula nota com os dizeres mostrados abaixo, dando a entender que há críticas ao principal político do PT, de forma injusta, porque se ele é repudiado por parte dos brasileiros, o seu legado justificaria qualquer deslize ou tropeço na vida pública, inclusive ficando a salvo às graves denúncias contra ele, na Justiça, como se valesse a proverbial assertiva segundo as quais os acertos justificam os erros, quando, na verdade, cada questão precisa ser avaliada de per si, segundo o seu valor, sob os princípios que norteiam a administração pública.
Agora, não passa de monumental insensatez poucos brasileiros tentarem justificar o injustificável, quando o mais razoável seria procurar entender e assimilar cada caso, os acertos e os erros, porque não se pode imaginar que alguém, mesmo tendo agido com acerto, no exato cumprimento do seu dever legal, mas que tenha sido acusado da prática de atos incorretos, não possa ser passível de críticas quando incorre nessa situação recriminável, em deslizes que até nem podem ter acontecido, mas, em termos jurídicos e não no entendimento popular, enquanto eles não forem infirmados, por meio de contraprova, é preciso se considerar que os fatos irregulares realmente aconteceram e assim precisam ser levados em consideração, sob pena de se permitir que os maus exemplos dos homens públicos se disseminem como praga daninha e prejudicial à formação de bons representantes do povo.
O texto que circular na internet tem os seguintes dizeres: “Falar mal de mim é fácil. Difícil é ser eu e criar: Samu, luz para todos, PROUNI, 422 escolas técnicas, 18 Universidades, 173 extensões universitárias, Programa fome zero, elevar o Brasil para a 5ª potência, cotas, zerar IPI e segurar o emprego do povo em plena crise, tirar o Brasil do mapa da fome etc. e ainda fazer o Brasil ser reconhecido mundialmente.”
Ou seja, não existe nos fatos supracitados absolutamente nada excepcional que um governante não tivesse condições de praticar e que não já estivesse na sua jurisdição para executar e muito menos a justificar a prática de atos irregulares, por menores que sejam, porque a sua obrigação era de executar tudo aquilo e muito mais que deixou de ser feito em benefício do desenvolvimento do país, conforme demonstram os fatos comentados logo abaixo, mostrando que o povo pode sim ser grato aos governantes que trabalharam em benefício da população, mas sem essa injustificável veneração que é capaz de ignorar seus desacertos na vida pública.
Não obstante, nada disso é motivo suficiente para se perdoar possíveis deslizes, em se tratando que os administradores públicos e de resto os homens públicos são obrigados não somente cumprir com eficiência o mandato político emanado do povo, com a execução proveitoso dos recursos arrecadados dos contribuintes e a construção de algo em benefício da sociedade, como se esforçarem para que a correção e a exação sejam a marca das suas gestões, ficando, ao contrário, na obrigação de prestar contas à sociedade sobre a regularidade de seus atos, inclusive quando se envolverem, mesmo que involuntariamente, com atos suspeitos de irregularidades, a ponto de ser condenados à prisão e não terem a dignidade de justificar esse fato perante a população, porque isso faz parte de seus deveres como verdadeiros homens públicos.
A questão não é falar mal de alguém, mas sim se falar a verdade sobre alguém, com relação aos atos por ele praticados, de forma correta ou incorreta, porque convém que sejam avaliados os homens públicos pelo que eles fizeram ou fazem na vida pública, em benefício do povo e contra os princípios inerentes à administração pública, quando for o caso, porque isso é normal, diante do princípio de que ninguém é infalível.
As obras deixadas pelos governantes nada mais são do que o resultado de suas gestões, que certamente precisam ser avaliadas pelo povo, sem que isso mereça qualquer forma de recompensa, porque eles apenas teriam cumprido os seus deveres como representantes do povo, que foram eleitos exatamente para cumprirem com eficiência e eficácia o orçamento e demais funções inerentes aos cargos pertinentes, onde constam as metas de gestão e os recursos destinados à execução de atividades e obras por ele deixadas sem nenhum favor para a nação, porque se trata da aplicação do nosso dinheiro, recolhido dos contribuintes.
Os governantes ficam passíveis de críticas, com a devida justiça, se não tivessem feito nada em benefício do povo, caso em que os brasileiros precisam entender que os homens públicos são eleitos justamente para trabalharem pelo povo e as suas obras precisam ser as melhores possíveis, em proveito da sociedade, porque é exatamente para essa finalidade que eles são eleitos.
A execução dos programas dos governos recentes não tem absolutamente nada extraordinário senão o mero cumprimento de obrigações próprias de qualquer governo mediano, que, aliás, nas dimensões e nas grandezas econômicas e sociais do Brasil, qualquer presidente da República teria condições para passar para a história republicana como aquele que teve a dignidade de não somente gerenciar os negócios do país com absoluta regularidade e honestidade, mas também, de promover as necessárias e urgentes reformas das estruturas e conjunturas do Estado, eliminado todos os gargalos que impedem que o Brasil se modernize e funcione devidamente com os aperfeiçoamentos próprios de nação evoluída, com sistemas eficientes e competentes, eliminando os espúrios fisiologismos e os horrorosos loteamentos da máquina pública, práticas terríveis dos últimos governos, que são responsáveis pelos péssimos serviços públicos que deveriam ter sido prestados com a devida qualidade Fifa à população.
Os governos que foram capazes de executar alguns importantes programas e obras de cunho social, não demonstraram o devido controle ou capacidade para evitarem a roubalheira sistêmica e endêmica na principal empresa petroleira brasileira, de onde foram retirados montanhas de recursos para o caixa 2 de partidos políticos, para o financiamento irregular de várias campanhas político-eleitorais, vale dizer contribuindo para eleger de forma ilegítima e indevida muitos candidatos, em razão do uso do dinheiro sujo vindo dos contratos celebrados com a Petrobras, e também para beneficiar, por meio de propinas, vários políticos, executivos, empresários e outros inescrupulosos e aproveitadores assemelhados, muitos dos quais se encontram condenados e/ou presos, justamente porque não conseguiram provar a sua inocência, haja vista que quem não tem culpa consegue prová-la, por meio de elementos juridicamente válidos, mostrando a sua imaculabilidade sobre os fatos denunciados à Justiça.
Os brasileiros que se vangloriam de ter se beneficiado de muitas obras realizadas por determinados governantes precisam se conscientizar de que elas eram necessárias e precisavam ser implementadas, não importando quem eram os governantes nem os seus partidos, porque os grandes estadistas pensam em marcar sua passagem pelo governo com grandes obras de impacto e estas não foram feitas nos governos que se preocuparam em priorizar somente a área social, que é importantíssima para a nação, em termos de desenvolvimento social, mas este somente é sustentável se houver, em concomitância, o desenvolvimento econômico, com a implementação de grandes obras, como estradas rodoviárias, ferroviárias, metrôs etc., portos e outras capazes de contribuir para a criação de empregos e de fomentar a produção, como suporte necessário ao progresso social.
Nos últimos governos, as obras de impactos são contadas nos dedos, com destaque para a transposição das águas do Rio São Francisco, orçada em inicialmente em 2 bilhões de reais, para conclusão em quatro anos, mas se passaram mais de 10 anos, com custo astronômico de mais de 8 bilhões de reais e só Deus sabe quando será o seu término, com o acréscimo de outros bilhões de reais e certamente o hercúleo esforço dos brasileiros somente são capazes de beneficiar parte dos nordestinos, ficando outra parte à espera de novos investimentos nesse sentido.
Não obstante, é preciso ressaltar as obras faraônicas para a realização da Copa do Mundo e da Olimpíada, para as quais foram destinados fortunas de dinheiro, sem nenhum benefício para o povo, que precisava e ainda carece de hospitais, escolas, investimentos de saneamento básico, infraestrutura e tantas outras importantes obras públicas para, ao menos, minimizar o sofrimento do povo desassistido, principalmente do Nordeste.
Na verdade, a realização desses eventos poderia ter sido evitada se não fosse a megalomania de grandeza de governos passados, que preferiram afagar seus egos com a realização de eventos absolutamente dispensáveis, quando os recursos gastos neles teriam sido muito bem aplicados em benefícios do provo e isso é muito notório se constatar que se tratava de governos que se diziam que cuidavam do povo, mas, nesse caso, a população foi devidamente passada para traz, perdendo para o capricho da onipotência.
Os brasileiros que somente enxergam algumas realizações feitas por determinados governos, poderiam aplaudi-los ainda mais se a monumental soma de recursos dos brasileiros emprestados por eles a governos socialistas da Venezuela, de Cuba, de alguns países da África e de outras nações comandadas por ditadores e tiranos, para a realização de obras naqueles países, fosse aplicada exclusivamente no Brasil, quando muitas daquelas obras como metrôs, portos, usinas, estradas etc. teriam sido realizadas em cidades brasileiras, para usufruto dos brasileiros, além da contribuição para emprego da mão de obra brasileira, mas talvez houvesse razão para que o dinheiro dos brasileiros fosse mandado para o exterior, por razão muito simples, ou seja, porque parte dele foi desviada, visto que as empreiteiras brasileiras envolvidas nas obras estão sendo investigadas pela Operação Lava-Jato, também sobre os questionados empréstimos.
Os brasileiros que elogiam as poucas obras realizadas por alguns governos precisam saber que alguns países não estão pagando os referidos empréstimos, fato que obriga que o Tesouro brasileiro assuma os pagamentos, mas não há notícia sobre responsabilização dos respectivos governantes, que deveriam assumir a culpa pela entrega de dinheiro dos brasileiros a governos socialistas, sem a devida garantia de retorno aos cofres públicos.
Esperam-se que os brasileiros que se conformam com algumas obras realizações, que poderiam ter sido muito mais substanciais e expressivas, com muito mais qualidade e economicidade, se os governantes tivessem tido o cuidado de empregar o dinheiro da Copa do Mundo e da Olimpíada, jogado fora pelo ralo, em obras para o povo; evitar o empréstimo de dinheiro dos brasileiros a países socialistas; priorizar a realização de grandes investimentos em obras de impacto, como forma de fomentar a produção e o emprego; evitar os enormes desvios irregulares de recursos de empresas estatais, a exemplo da Petrobras; reformar as estruturas do Estado; entre outras medidas que tivessem por meta a eficiência, a eficácia e a economicidade da administração pública.
É bem visível, diante dos fatos, como aqueles indicados na mensagem transcrita acima, que o fortalecimento do populismo ideológico prevalente nos últimos governos tenha contribuído para alterar o pensamento de pessoas de bem, que não se enrubescem, como deviam, em apoiá-la e compartilhá-la, na forma como ali imaginada, no sentido ser estranho, pasmem, criticar quem tenha realizado algo pelo Brasil, mesmo que o governante tenha sido alvo de recriminação por suspeita da prática de irregularidades, certamente em demonstração de que o homem público deve ser valorizado por suas obras, mesmo que elas apenas expressem o cumprimento do seu dever funcional, sem se levar em conta seus deslizes, passando a demonstrar, com isso, desprezo à razão e à sensatez, que jamais deveriam se afastar das pessoas honradas.  
Seria prudente que os brasileiros, não importando a sua ideologia, procurassem avaliar os governantes no conjunto da sua gestão, sopesando tanto e de igual modo os acertos quanto os erros, sobretudo procurando entender que o resultado de suas realizações faz parte tão somente da sua obrigação como agente público, que foi eleito para trabalhar, defender e fazer alguma coisa em benefício do povo, cujo mérito precisa ser feito em relação às grandes obras e relevantes realizações, porque os governantes não precisam ficar se vangloriando por obras ou realizações que não tenham o porte da transamazônica, de vez que é impossível que haja desenvolvimento permanente e sustentável sem a priorização também de obras de impacto e de melhor cuidado com o princípios econômicos, legais e morais, em especial com o enxugamento da máquina pública e a eficiência na execução orçamentária, evitando a incidência de rombo nas contas públicas. Acorda, Brasil!
Brasília, em 30 de setembro de 2018

sábado, 29 de setembro de 2018

Estou dentro do eu de dentro?

O Tribunal Superior Eleitoral negou, por seis votos a um, pedido da coligação do presidenciável do PSL, para retirar o nome do ex-presidente da República petista de um logotipo do candidato do PT ao Palácio do Planalto.
A aludida coligação argumentou à Justiça Eleitoral que, na propaganda eleitoral do presidenciável petista, há a mensagem “Haddad é Lula”, cujos nomes aparecem com o mesmo tamanho e o da vice é 30% menor.
Para a referida coligação, a intenção é "incutir no eleitor a falsa informação de que Lula compõe a chapa” do PT.
O ministro-relator do pedido votou pela retirada do nome do ex-presidente do logotipo, sob o argumento de que a lei não impede a aparição do petista como “apoiador” e é “legítima a menção a feitos do PT”, mas o logotipo pode causar confusão no eleitor.
O relator disse que “De fato, não há previsão legal do registro de nome de apoiador junto aos candidatos ao cargo majoritário, mas a presença do nome de Lula nas dimensões que foram apresentadas pode, sim, levar o eleitor a certa confusão, o que enseja a pronta remoção do logotipo”.
Não obstante, os demais ministros discordaram do relator, por não haver previsão na lei para impedir o uso do nome de apoiador no logotipo e que “100% dos eleitores têm certeza de que o ex-presidente Lula não é o candidato. Não gera confusão. Fica muito claro que o candidato Haddad se socorre de Lula para obtenção dos votos”, disse outro.
A presidente da Corte afirmou que não identificou “desinformação. Eu vejo a afirmação de Haddad do patrimônio eleitoral do partido que ele integra”.
Embora não haja impedimento legal, mas o fato em si denota péssimo mau gosto de se incluir a figura de presidiário em slogan como apoiador de candidato, logo ao mais importante cargo da República, quando a prisão dele, segundo a Justiça, tem como base a prática de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em claríssima incompatibilidade com os princípios da ética, do decoro, da moralidade, da honorabilidade, da improbidade, entre outras exigências de idoneidade que são antítese que quem se encontra cumprindo pena gravíssima, que jamais deveria servir de exemplo e menção em campanha eleitoral, principalmente por se tratar, no momento, de pessoa, na condição de encarcerada, extremamente contestada por parcela expressiva dos brasileiros, que anseiam pela moralização não somente da política, mas, em especial, do Brasil.
À toda evidência, esse fato mostra a decadência da política brasileira, em que ainda se considera legítimo que presidiário seja alçado como principal modelo de campanha eleitoral, em apoio ao candidato de seu partido, que não tem o menor escrúpulo de defender forma patética e estrambótica de condenado pela Justiça poder ser transformado em modelo de homem público, fato este que seria absolutamente tido por deplorável em qualquer republiqueta, quanto mais em países civilizados e evoluídos, ante o sentimento prevalente é o de que quem está preso não pode, em hipótese alguma, servir de exemplo para ninguém, quanto mais em se tratando de eleição para o cargo mais importante da República, em que é preciso que seus pretendentes tenham a sensibilidade para se respaldar em somente exemplos edificantes.
Não à toa que o candidato ao Palácio do Planalto pelo PT continua falando em nome do líder-mor, como se um e o outro fossem a mesma pessoa, à vista dos dizeres que muito bem caracterizam isso, estampados em slogan de campanha, como visto acima, de que “Haddad é Lula”, dando a entender que o candidato age como se fosse o próprio petista, i.e., como se ele fosse sósia, como expressão de marionete dele, demonstrando o ridículo de falta de personalidade logo de candidato ao principal cargo da República.
Esse ambiente é bastante lamentável para a realidade brasileira, que ainda se permite, evidentemente com o imaginável respaldo da desatualizadíssima legislação eleitoral, que, em pleno século XXI, um candidato se passe por outra pessoa, ou seja, fazendo as vezes de outro personagem, sem que este precise assumir nenhuma responsabilidade jurídica, mas a sua imagem está indevidamente inserida no contexto político.
Nem precisa ser bom entendedor para se concluir que o candidato do PT diz que ele é outra pessoa e isso significa que ele não tem personalidade própria, ou seja, em termos reais, o candidato, o presidenciável precisa se assumir e não tentar se passar por outrem, porque isso até não infringir o regramento jurídico, mas afronta sim mortalmente os conceitos da ética e da moralidade.
Certamente que essa forma esdrúxula de fazer política somente acontece no Brasil, em que o povo, nas suas santas ingenuidade e desinformação, ainda aceita que alguém faça, de maneira deliberada, o papel de outra pessoa, como se isso não tivesse explicitamente demonstrado o quanto as atividades políticas precisam evoluir muitíssimo, até mesmo para mostrar a sua verdadeira e benéfica finalidade de satisfação do interesse público, com embargo das causas pessoais e partidárias.
Ou seja, essa mudança cultural depende muito da conscientização do povo, que não pode mais aceitar vexaminosa manobra como essa, visivelmente com a intenção de enganá-lo, porque nem mesmo nas republiquetas alguém vai querer se passar por outra pessoa, de vez que, quando se diz que fulano é sicrano, o primeiro passa a ser o segundo e isso não condiz com a autenticidade que se espera dos homens públicos, que precisam se apresentar ao eleitor tal qual como sendo ele próprio, sem subterfúgio ou malemoleque, de vez que isso é próprio de quem resiste à própria personalidade, quando se declara que não tem responsabilidade jurídica para ser e se apresentar como si mesmo.
Além do mais, essa forma de se fazer política se torna muito mais ridícula porque a pessoa se apresenta como sendo outro agente, na disputa de cargo por ele, mas em nome de outra pessoa física, só com o detalhe de que, se o primeiro for eleito, é exatamente ele que, em princípio e juridicamente, vai assumir a responsabilidade pelo exercício do cargo para o qual foi eleito e não aquele outro agente que essa pessoa disse que era, de forma sistemática e indevida, para os padrões de idoneidade e pureza ínsitos dos verdadeiros homens públicos.
Não há a menor dúvida de que essa forma de se fazer política demonstra pobrezas moral e política tais que somente ainda no Brasil se permite que isso possa acontecer, em clara demonstração da ausência do sentimento de amor à própria pessoa como ser humano, que se apresenta como sendo outro ser com o claro e indiscutível propósito de se tentar levar vantagem política, quando, diante do nível cultural de quem assim procede errônea e exatamente dessa forma questionável, tem absoluta consciência de estar agindo fora dos padrões de moralidade e dignidade.
À toda evidência, os princípios do bom senso e da razoabilidade mostram exatamente que isso não se trata de procedimento pleno de correção, porque o correto é cada qual ser o que é, com sua personalidade, sua individualidade, sua integridade, porque quem assume e responde juridicamente por seus atos, certos ou errados, é a própria pessoa, o candidato e não aquele que ele diz que é, apenas como forma esperta e ilegítima de tirar proveito, no âmbito do deplorável e condenável jeitinho brasileiro.
Esse expediente despudorado jamais deveria ser permitido, em se tratando que o candidato aspira exercer o cargo de príncipe da República, motivo pelo qual ele tem obrigação moral de dar bons exemplos de dignidade, moralidade e legitimidade, não permitindo, em hipótese alguma, dizer que é outra pessoa somente com a finalidade de se beneficiar eleitoralmente, em processo visivelmente estranho à licitude e à moralidade.
É extremamente lamentável que o candidato petista não assuma a sua personalidade e o mais grave é que isso é feito tão escrachadamente e intransigente que se busca reafirmação mesmo diante da Justiça, que decidiu corretamente, porque a lei não proíbe que essa forma esdrúxula de desmoralização política possa ocorrer, porque ela faz parte do sentimento de integridade de quem demonstra não ter amor a si próprio, que não se permite se passar por quem quer que seja, mesmo que isso possa traduzir em vantagem indevida e ilegítima, como é exatamente o que se verifica no caso do presidenciável do PT.
É precisa sim ser chamada a atenção da sociedade para esses fatos degradantes dos princípios republicano e democrático, de vez que ela insiste em não querer perceber a gravidade dessa monstruosa e deprimente farsa consistente na deformidade política, quando alguém se submete ao ridículo e questionável papel de coadjuvante da desmoralização protagonizada por aproveitadores da ingenuidade de pessoas possivelmente fanatizadas, que ainda se sentem felizes com atrocidades e imoralidades praticadas na política, que, ao contrário, deve ter por finalidade somente o emprego de práticas saudáveis e construtivas de bons princípios e de condutas exemplares de cidadania.
Convém que os honrados brasileiros se conscientizem sobre a existência de tristes mazelas políticas, em especial sobre os fatos acima narrados, que são capazes de contribuir para tornar o sistema político-eleitoral péssimo exemplo de deplorável, desmoralizada e corrompida democracia, em aprendizado monstruoso para a formação de novos políticos brasileiros, que precisam urgentemente se distanciar da atual classe política reconhecidamente decrépita pela opinião pública, em termos de parâmetro de democracia moderna, desejável pelas nações sérias, civilizadas e evoluídas.
Essa maneira de tentar se passar por outra pessoa, permanecendo exatamente como ela é, tem a nítida pretensão ao transformismo com o misto de oportunismo para se beneficiar eleitoralmente da estratégia, em cujo processo há a exploração da ingenuidade de pessoas, o que se traduz em procedimento indevido e ilegítimo, à luz dos salutares princípios segundo os quais, em termos de responsabilidade jurídica, a pessoa é ela mesma e não pode se passar por outrem, quanto mais para se beneficiar da situação, porque isso, no fundo, tem o nome de falsidade ideológica, que pode, dependendo das circunstâncias, ser enquadrada como crime, quando alguém tenta se passar indevidamente por outra pessoa, como é o caso caracterizado na propaganda eleitoral em questão.
É de extrema necessidade que os brasileiros honrados, ungidos pelos melhores sentimentos de amor ao Brasil, não somente repudiem, de forma veemente, os homens públicos que insistem na prática de atos insensatos e inescrupulosos, tendo por finalidade o aproveitamento das oportunidades propiciadas pelos deficientes sistemas político-partidários para a realização de seus projetos políticos, nem sempre republicanos, em evidente detrimento das causas do Brasil e do povo, mas se esforcem para eliminá-los, o quanto antes possível, da vida pública, em consonância com a pureza e o primado institucionalizados pelos objetivos republicano e democrático. Acorda, Brasil!
          Brasília, em 29 de setembro de 2018

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Repúdio aos aproveitadores


O principal político do PT e a voz central do partido, que consegue manobrar ao seu talante os destinos da agremiação, conforme ficou muito claro nesse episódio da tentativa se se impor a sua candidatura, em que o possível e o impossível foram explorados para se conseguir o registro da sua candidatura ao Palácio do Planalto, mas, enfim, prevaleceu a norma insculpida na Lei da Ficha Limpa, segundo a qual quem for julgado por órgão colegiado da Justiça, que é o caso dele, se torna inelegível, i. e., não pode se candidatar, porque isso significa a perda dos direitos políticos, já na segunda instância.
O partido chegou ao ponto de se valer de fajuta liminar concedida por somente dois membros, de dezoito, do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, que queria que a imposição da aludida lei fosse suspensa por força desse documento de órgão apenas administrativo da ONU, como se ele tivesse algum poder jurisdicional, que não o tem, para que o Brasil respeitasse os direitos do petista, como se houvesse algum desrespeito aos direitos dele, quando ele não tinha direito de se candidatar, perdendo sentido o teor do documento do comitê. 
Superada essa fase, com a confirmação da inelegibilidade do todo-poderoso, restaram as recomendações dele ao seu substituto na chapa presidencial, que precisa seguir rigorosamente a cartilha política instituída por ele, de modo que seja satisfeitos os desejos e as imposições emanados pelo pensamento dele, que tem o poder máximo de traçar exatamente o que o seu substituto precisa fazer e seguir para atender aos desejos políticos do chefe, que age como verdadeiro dono e mentor dos desígnios da agremiação que integra.
Na verdade, ao substituir o todo-poderoso, o agora titular na chapa presidencial é obrigado a se submeter, porque também não haveria alternativa, aos caprichos dele, simplesmente realizando exatamente aquilo que ele pretendia pôr em prática, caso tivesse sido liberado para ser candidato, como o dono do poder e da influência política, aos moldes que lhe convém, sem que o agora titular possa formular e pôr em prática qualquer plano exclusivamente seu, eis que deve prevalecer unicamente o que está escrito na cartilha do chefão, que não admite senão as vontade e ideias próprias.
Tudo começou com a ideia de que o agora candidato titular precisou sustentar a candidatura a vice-presidente, a depender do desfecho da pretensa candidatura do ex-presidente, enquanto ele estava encarcerado nas dependências da Polícia Federal, em Curitiba (PR), embora todos, menos os petistas, sabiam que o líder-mor era carta fora do baralho e não poderia ser candidato, por não ter condições legais para atender aos requisitos de idoneidade e conduta ilibada, que são exigências indispensáveis ao exercício de cargo público eletivo.
Em claro afronta às normas jurídicas e às respeitáveis decisões judiciais, o condenado em segunda instância e inexoravelmente “ficha-suja” era considerado inelegível, permanecendo por muito tempo como enganador da boa vontade de seus seguidores, que acreditavam piamente na garantia dita por ele que seria candidato, “nem que Deus não quisesse.”.
O mais estranho de tudo isso, como se o Brasil fosse uma republiqueta, é que a sua pseudo candidatura foi mantida, por muito tempo, absolutamente ilegítima e ainda com ele dentro da cadeia, obrigando o vice na sua chapa fazer papel de pau mandado, a correr o Brasil, a sustentar a  ideia que certamente seria declarado candidato à Presidência da República, fazendo os ingênuos a acreditarem na sua força política, que seria capaz de dobrar o Poder Judiciário, mas, felizmente, a força da norma jurídica, contida na Lei da Ficha Limpa, foi confirmada, para garantir a preservação dos princípios da legalidade, moralidade e dignidade no processo político.
Não à toa que o já agora titular candidato ao Palácio do Planalto continua falando em nome do líder-mor, como se um e o outro fossem a mesma pessoa, à vista dos dizeres que muito bem caracterizam isso, estampados em chamada na televisão, pasmem, de que “Haddad é Lula”, dando a entender que o candidato age como se fosse o próprio petista, i.e., como se ele fosse sósia, como expressão de marionete dele, demonstrando o ridículo de falta de personalidade logo de candidato ao principal cargo da República, em ambiente bastante lamentável para a realidade brasileira, que ainda se permite, evidentemente com o imaginável respaldo da desatualizadíssima legislação eleitoral, que, em pleno século XXI, um candidato se passe por outra pessoa, ou seja, fazendo as vezes de outro personagem, sem que este precise assumir nenhuma responsabilidade jurídica, mas a sua imagem está inserida no contexto político.
É precisa sim ser chamada a atenção da sociedade para esses fatos degradantes dos princípios republicano e democrático, de vez que ela insiste em não querer perceber a gravidade dessa monstruosa farsa consistente na deformidade política, quando alguém se submete ao ridículo e questionável papel de coadjuvante da desmoralização protagonizada por aproveitadores da ingenuidade de pessoas possivelmente fanatizadas, que ainda se sentem felizes com atrocidades e imoralidades praticadas na política, que, ao contrário, deve ter por finalidade somente o emprego de práticas saudáveis e construtivas de bons princípios e de condutas exemplares de cidadania.
Convém que os honrados brasileiros se conscientizem sobre a existência de tristes mazelas políticas, em especial sobre os fatos acima narrados, que são capazes de contribuir para tornar o sistema político-eleitoral péssimo exemplo de deplorável, desmoralizada e corrompida democracia, em aprendizado monstruoso para a formação de novos políticos brasileiros, que precisam urgentemente se distanciar da atual classe política reconhecida decrépita pela opinião pública, em termos de parâmetro de democracia moderna, desejável pelas nações sérias, civilizadas e evoluídas.
Urge que os verdadeiros brasileiros, ungidos pelo nobre sentimento de amor ao Brasil, repudiem, com veemência, os homens públicos inescrupulosos e aproveitadores dos sistemas político-partidários para a realização de seus projetos políticos, em cristalino prejuízo das causas sociais e do país, de modo que eles sejam eliminados da vida pública, em consonância com a pureza e o primado institucionalizados pelos objetivos republicano e democrático. Acorda, Brasil!
Brasília, em 28 de setembro de 2018

O suplício como regra


O ditador venezuelano declarou, nas dependências da Organização das Nações Unidas, que “A Venezuela é centro de uma campanha mundial brutal, de ordem econômica. Há bloqueios, guerra econômica e financeira, diplomática todos os dias em todos os organismos internacionais, pressões políticas e ameaças de todo tipo".
No discurso na ONU, o ditador insinuou, com tom duro de acusação, que ”A crise humanitária no país era fabricada para justificar a intervenção militar na Venezuela, assim como as armas de destruição em massa foram usadas como pretexto para iniciar a Guerra do Iraque em 2003. (Os Estados Unidos) fabricaram uma crise migratória para justificar uma intervenção humanitária, no mesmo esquema das armas de destruição em massa do Iraque, um esquema brutal de guerra psicológica".
O ditador venezuelano voltou a insinuar que a crise humanitária no seu país seria forjada, ao dizer que não é permitido "levar a verdade sobre a Venezuela. A verdade faz milagres, abre portas, abre entendimento".
O tirano fez referência à reportagem do jornal The New York Times sobre a participação de autoridades do governo americano nas discussões com militares venezuelanos sobre uma intervenção no país, nestes termos: "Falamos sobre tudo o que tem a ver com a situação da Venezuela, como o que saiu no jornal The New York Times recentemente, no Washington Post, sobre a participação de funcionários da Casa Branca na preparação de uma insurreição militar, de um golpe de estado na Venezuela. Isso alarmou muita gente no mundo.".
Não obstante, por ser contrário ao seu interesse, o ditador não mencionou a resolução histórica do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que pediu a ele que aceite "ajuda humanitária", para resolver os problemas de "escassez" de alimentos e medicamentos no país.
Também causou perplexidade o ditador venezuelano ter se comparado ao ex-grande líder sul-africano, nestes ternos: "Há 30 anos, Mandela era considerado um terrorista pelo Congresso dos Estados Unidos e pelos governos americanos. Apenas há uns anos, porém, Nelson Mandela estava na lista dos sancionados. Parece familiar, não é verdade?". Com informações da Folhapress. 
Um ditador desumano, cruel e troglodita, que implantou sistema socialista de cunho absolutamente totalitário e opressivo na Venezuela, cujo resultado tem sido, além da privação dos direitos humanos e dos princípios democráticos, a mortandade de seu povo, por decorrência da falta de alimentos, remédios e gêneros essenciais à sobrevivência, além do êxodo de venezuelanos, como último e desesperado recurso para a sobrevivência, nem deveria ser ouvido por qualquer meio de comunicação internacional enquanto não demonstrasse respeito aos princípios civilizatórios e humanitários.
Vejam-se que a sua prepotência como ditador desumano foi contraditada pela decisão da ONU, na tentativa, pasmem, de ele permitir que possa haver ajuda humanitária, para, pelos menos, minimizar os graves problemas de escassez de alimentos e medicamentos no país, fato este que significa extrema humilhação para qualquer governante, porque isso materializa a precária situação referente à escassez de alimentos, medicamentos e outros gêneros básicos e a crise humanitária patrocinada por ditador desumano e sanguinário, que trata seu povo com o extremo da perversidade, ao permitir que a população seja dizimada por suas ações e omissões administrativas, não permitindo sequer ajuda humanitária, vale dizer mandada por meio de alimentos, remédios e demais produtos indispensáveis à sobrevivência humana.
          O ditador venezuelano ainda tem o desplante de acusar os Estados Unidos da América de ter insinuado ou fabricado crise humanitária, para justificar intervenção militar, fato que somente poderia ter sido arquitetado por mente mirabolante e leviana, por tentar transferir a culpa da sua doentia, suja e degradante gestão para outrem que não tem absolutamente nada com o desastre que ocorre sob seus pés genocidas.  
É preciso se perceber, com a maior clareza, que os ditadores nunca assumem seus erros, seus crimes e suas barbáries, porquanto sempre procuram encontrar o “jeitinho” de atribuí-los ao contexto internacional, em evidente demonstração de falta de caráter por não assumir a culpa por seus fracassos, como no caso da maior gravidade político-administrativa que assola a Venezuela, em que a população foi submetida ao trágico regime socialista, cujas consequências são os desarranjos generalizados, afetando principalmente a população pobre, que vivia na miséria sob a ajuda do governo, nos moldes do assistencialismo do Bolsa Família, que já não tem condições, no caso da Venezuela, de funcionar mais como antigamente, devido à falta de alimentos e recursos para adquiri-los no exterior.
A consequência dessa tragédia se apresenta como a inevitável e dura crise humanitária, que a insensibilidade do ditador não permite sequer que as nações possam socorrer a população desassistida e carente de alimentos e outros gêneros básicos e, por causa disso, é normal que as pessoas, daquele país, somente se alimentem uma vez por dia, o que vem contribuindo para a sua dizimação, de forma gradual, sob a insensatez do cruel ditador, que prefere que o povo morra de fome, justamente por já não ter mais como atendê-lo com alimentos, ao invés de aceitar a ajuda humanitária das nações, que se prontificaram a ajudar aquele país, mas o tirano, na sua “onipotência” resiste em não aceitar, evitando dar a mão à palmatória, para não mostrar a sua desumana, doentia e bestial autoridade de mandatário de nação destruída pelo regime socialista.
Os bestas e os ingênuos brasileiros precisam saber exatamente o que significa o regime socialista implantado na Venezuela, que nada mais é do que o mesmo regime defendido pelos partidos de esquerda brasileiros, como PSDB, Psol, PCdoB, PT, PSB e todos as demais agremiações políticas que, nos seus estatutos mencionam o monograma “socialista”, os quais têm como princípio essencial a defesa da “igualdade social”, cuja filosofia é “magnificamente” interessante, por defender a dita igualdade exatamente por meio de medida que retira de quem possui mais recursos para a distribuição para os pobres, de modo que chega o momento em que todos ficam igualmente pobres, com a monstruosa e inevitável desvantagem de que o Estado administra todo patrimônio da nação, inclusive de quem foi obrigado a transferir seus bens para ele.
É sabido que o Estado somente administra, com mão de ferro, o patrimônio nacional e não consegue produzir absolutamente nada e muito menos gerenciar nada com a devida eficiência, sendo que as fábricas e os meios de produção são repassados ou fechados, se não se submeterem às regras totalitárias e de controle do Estado, e, finalmente, a nação vai à falência e a população sofre as drásticas consequências do famigerado e desumano regime socialista, que, lamentavelmente e de forma absolutamente inexplicável, é adorado pela esquerda brasileira, exatamente nos moldes do que acontece na atualidade na Venezuela, em que nada funciona em benefício do povo ou tudo deixou de funcionar para infernizar a vida do povo, com o detalhe de que a classe dominante continua privilegiada com o usufruto das regalias, benesses e mordomias próprias do troglodita regime socialista/comunista, que é realmente verdadeira maravilha somente para quem está no poder, enquanto o resto da população é submetido às piores atrocidades e desgraças impróprias para o ser humano, inclusive ao martírio da fome.
É preciso que seja esclarecido aos brasileiros que o sistema representado pelo programa Bolsa Família, tão bem executado pelos últimos governos, nada mais é do que a materialização do princípio fundamental defendido pelo regime socialista, na forma da distribuição de renda aos mais pobres, de maneira permanente e sistemática, de modo que a classe considerada pobre já esteja devidamente enquadrada na filosofia socialista de ser, não sabendo ela que as consequências disso pode resultar na monumental tragédia pela qual estão sendo submetidos os pobres e ingênuos venezuelanos, cujo ditador, extremamente desumano, ainda se considera verdadeiro herói, exatamente como acontece no país tupiniquim, quando um político já foi endeusado exatamente por alardear a generosidade de defender os pobres, mas não se enganem que, por traz dessas boas intenções, pode acontecer algo inevitável e horrível como a implantação, no Brasil, do regime do tipo “bolivariano”, que pode apenas mudar o rótulo para algo mais sugestivo.
Urge que os partidos de esquerda brasileiros expliquem à população os motivos pelos quais eles insistem em defender a implantação, no Brasil, do famigerado, cruel e desumano regime socialista, quando, em nenhum país governado sob a sua égide, a população mais prejudicada e sofrida é exatamente a classe mais pobre, enquanto a classe dominante não reclama absolutamente de nada, à vista do direito às prerrogativas próprias do sistema, a exemplo, cristalino, do que vem acontecendo atualmente na Venezuela, onde só existem notícias sobre atrocidades contra a população, em decorrência de maus-tratos e brutais sofrimentos, em razão da falta de alimentos, medicamentos e outros gêneros básicos, além dos controles totalitário e absoluto sobre as individualidades, além da privação dos direitos humanos e dos princípios democráticos, contribuindo para que o povo seja submetido aos piores tratamentos de indignidade ao ser humano, em evidente demonstração do que prometem os fanatizados defensores dessa monstruosa e ensandecida ideologia socialista/comunista de igualdade social, que, ao contrário, só consegue disseminar a destruição dos salutares princípios civilizatórios e humanitários, com a distribuição insensata, inglória e injusta do martírio e do extremado sofrimento, em nome da defesa de ideologia apregoada e defendida por ditadores, tiranos e gentes da pior espécie, por não terem o mínimo de remorso em promoveram a desgraça e o suplício de seres humanos. Acorda, Brasil!
Brasília, em 28 de setembro de 2018

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Desaconselhável ao interesse público


Conforme reportagem publicada no jornal A folha de S. Paulo, ao tomar posse na Prefeitura de São Paulo, em 2013, o candidato à Presidência da República pelo PT afirmou que a saúde seria uma das prioridades da sua administração e que iria colocar a cidade "na vanguarda do serviço público de qualidade", ou seja, ao eleger determinada área como prioritária, fica muito claro que ela terá o melhor cuidado pelo administrador, mas o resultado dessa medida é o que se sentir na reportagem a seguir.
Ocorre que auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Município de São Paulo, após o término da gestão do petista, mostrou que ele deixou de  executar ou cumprir, parcial ou integralmente, 9 das 10 metas de governo que havia prometido para o setor da saúde, na capital paulista.
         O aludido jornal noticiou que o petista prometeu inaugurar três hospitais, nas localidades de Parelheiros, Brasilândia e Vila Matilde, mas, conforme a auditoria do TCM, nenhum deles foi entregue à população, sendo que apenas 50% dos trabalhos previstos foram realizados, ou seja, ele deixou de cumprir o que havia prometido, mesmo sendo metas previstas como prioritárias no seu plano de governo, fato que pode ter contribuído para a rejeição contra seu governo, no momento da reeleição, em clara demonstração de que o povo, quando quer não esquece as promessas de políticos, principalmente quando elas se referem aos principais pontos nevrálgicos da população.
O compromisso do então prefeito era de reformar e melhorar 20 prontos-socorros, usando como modelo conceitual as Unidades de Pronto Atendimento, além da implantação de 5 novas Upas, mas, nos termos do citado relatório técnico, referente à auditoria realizada entre fevereiro e março de 2017, com relação à gestão do petista, o ex-prefeito petista havia cumprido apenas 22,5% dessa meta, ou seja, pouco mais de 1/5 justamente de um dos setores integrantes da principal eleita por ele como prioritária.
A reportagem esclarece que o cálculo sobre o cumprimento das metas considera não apenas os projetos concluídos, mas também tudo o que foi feito naqueles que ainda estavam em construção, registrado no documento denominado "acompanhamento qualitativo das metas".
Nos termos do relatório de auditoria, o único objetivo efetivamente cumprido pelo petista foi o de implantar 12 novos consultórios de rua para tratamentos odontológicos de pessoas incluídas em grupos relacionados ao abuso de álcool e outras drogas, o que não significa o mínimo do mínimo, em relação ao tanto do complexo da saúde de incumbência da gestão municipal.
Mesmo assim, os técnicos do tribunal ressalvam no documento que o projeto foi concluído antes da divulgação do Plano de Metas.
A auditoria considerou que o melhor índice de cumprimento da meta proposta foi atingido, com 92,55%, no desenvolvimento do processo de inclusão do modelo de prontuário eletrônico, na rede municipal de saúde.
Segundo o relatório em apreço, embora o Plano de Metas fosse obrigatório por lei, a sua divulgação somente ocorreu, por iniciativa do então prefeito, em outubro de 2013, mais de nove meses depois da posse dele, tendo a justificativa de que o seu texto preliminar havia sido lançado em março daquele ano e discutido em 35 audiências públicas, para se chegar à conclusão.
O jornal cita que, ao final do governo, o atual presidenciável petista divulgou balanço, no Diário Oficial, onde afirmou que teria cumprido 82,3% dos objetivos estabelecidos, considerando todas as áreas, mas os números da saúde, como se vê, são destoantes dos apontados pelos auditores do TCM.
O presidenciável disse que teria cumprido 32% da meta de construir e instalar 30 centros de atendimento psicossocial, tendo afirmado, como justificativa, que "A meta não foi concluída em virtude do cenário de restrição orçamentária", mas o TCM atesta que a taxa de cumprimento foi bem menor, de apenas 14,5%, ou seja, menos da metade do declarado por ele. 
Segundo a reportagem, “A diferença de entendimento entre o que Haddad diz ter feito e o que o TCM considera como tal se repete em praticamente todas as tarefas.”, ou seja, além de não ter conseguido cumprir as metas estabelecidas, as obras realizadas não condizem exatamente com os índices alegados, em clara demonstração de falta da verdade, exatidão  e clareza quanto às obras realmente executadas, concluídas, entregues à população, para o devido e integral funcionamento, na forma de regularidade quanto ao padrão de efetividade exigido para a administração pública.
O hoje presidenciável foi prefeito de São Paulo entre os anos de 2013 e 2016, quando não conseguiu se reeleger, tendo sido derrotado por um tucano neófito na política, por certo em razão da sua desastrosa gestão, conforme essa pequena amostra noticiada pelo jornal A folha de S. Paulo, que não tem como se negar a sua veracidade, por ter por base resultado de auditoria realizada por quem tem competência constitucional para verificar e atestar tanto os acertos como as falhas sob a responsabilidade dos respectivos administradores, no caso, nada mais nada menos do que o Tribunal de Contas do Município de São Paulo.
Na auditoria, o TCM destaca ainda a queda da satisfação da população com a área da saúde, tendo afirmado que, em 2013, quando o petista assumiu a prefeitura, a nota média geral dada pelo paulistano para a saúde era 4,9, que caiu para 3,7, em 2016, i.e., no término da gestão dele.
Conforme pesquisa realizada pelo Datafolha, cerca de três meses antes da eleição municipal de 2016, havia a indicação de que 79% dos paulistanos consideravam que o petista tinha feito menos do esperado na saúde, enquanto para 11% ele havia feito pela saúde o que esperavam que fizesse e somente 2% entendiam que o prefeito havia feito mais do imaginado.
Não obstante, em prestação de contas publicada no último dia de mandato, o petista declarou, em justificativa, que, no período da sua governo, "houve grande instabilidade econômica e social", em referência aos protestos de junho de 2013, mas, mesmo assim: "a prefeitura promoveu o maior ciclo de humanização e investimentos da história recente", embora isso tenha sido contestado, com muita clarividência, pelo povo, nas urnas, quando os paulistanos reprovaram a sua gestão e o mandaram para casa, para que ele pudesse refletir melhor sobre a sua desastrada passagem pela prefeitura de São Paulo.
Conforme a auditoria realizada por órgão especializado, o então prefeito paulistano somente conseguiu cumprir integralmente uma das dez metas estipuladas na área de saúde, nos quatro anos de mandato, em clima de absoluta normalidade, sem graves problemas financeiros, porque ele teria deixado mais de cinco bilhões de reais em caixa, ficando as dúvidas quanto às metas para os demais setores da municipalidade, que não foram revelados pela reportagem, porque a matéria se refere a apenas ao setor da saúde pública.
Sem dúvida alguma essa tem sido a marca dos governos petistas, a exemplo do que também ocorreu na esfera federal, como indiscutível maneira irresponsável de desperdício de recursos públicos, onde foram contabilizadas mais de 7.000 obras paradas ou inacabadas, sendo que aproximadamente 2.500 são referentes ao PAC (Programa Acelerado de Crescimento), que foi criado em 2007, exatamente para cuidar da efetividade de políticas públicas do governo, mas o que tem se verificado é o crescimento das precariedades e da montanha de obras paralisadas ou sem acabamento, fato este que se transforma em enormes prejuízos para os cofres públicos, diante da necessidade da recuperação de muitas delas, exatamente por causa da deterioração natural, por causa do abandono por parte do governo.
O caso mais emblemático das obras petistas diz respeito à transposição do Rio  São Francisco, que já se prolonga por mais de dez anos e ainda não se sabe quando ela termina, cujos custos se tornaram astronômicos, tendo começado com apenas dois bilhões de reais, mas já foram gastos mais de oito bilhões de reais, com perspectiva do atingimento dos dez bilhões reais e o abastecimento de água aos nordestinos ainda está bem distante de ser resolvido, porque a água desviada não vai chegar em todas as localidades, mas somente em alguns lugares, o que é importante, mas as medidas nesse sentido são insuficientes e incompletas.
É evidente que a reportagem em referência, feita pela Folha de S. Paulo, tem nítida conotação política, por se referir diretamente a somente um dos principais candidatos à Presidência da República, mas, por óbvio, no Estado Democrático de Direito, um dos essenciais princípios que precisam ser prestigiados é o da transparência, como vista neste caso, como forma de se contribuir para que os eleitores possam se inteirar sobre o desempenho dos homens públicos que conseguem ou não cumprir as suas metas de governo.
Infelizmente, no Brasil, a escolha dos representantes políticos ainda é feita exclusivamente pelo critério do fanatismo político-ideológico, a exemplo do que pode vir a acontecer nas próximas eleições, em que a principal motivação para se eleger o novo presidente da República está, indiscutivelmente, vinculada exatamente ao sentimento de direita ou esquerda, conforme mostram, até o momento, as pesquisas de intenção de voto, em que, respectivamente, os dois principais representantes dessas ideologias estão disparados na dianteira dos mais candidatos, alguns quais com um pouco mais de experiência de gestão pública e capacidade administrativa do que os referidos líderes, mas é provável que deva prevalecer, ao final, o sentimento do coração, em detrimento da razão.
À toda evidência, se boa parcela dos brasileiros tivesse o mínimo de sensibilidade e responsabilidade cívicas e patrióticas, assentadas em sentimento de amor ao Brasil, em primeiro plano, quanto à defesa de seus interesses, jamais concordaria que político sequer pudesse voltar a se candidatar a cargo tão relevante da República, depois de já ter sido comprovadamente reprovado pela sociedade, em razão da confirmação de deficiência de gestão, ante a evidência da falta de competência para cuidar, como prometido, das metas prioritárias de governo municipal, por ele estabelecidas para a satisfação do povo, no que concerne ao atendimento dos serviços públicos essenciais, com relação aos princípios administrativos da eficiência, competência e  efetividade,.
Na prática, fica muito claro que isso representa, no mínimo, extraordinária temeridade quanto ao futuro do país, diante da monumental diferença entre se administrar uma cidade, mesmo que no porte de São Paulo, cujo experiência foi  horrorosa e reprovada pelos eleitores, em razão dos maléficos indicadores oficiais, inclusive com base em resultado de auditoria do controle externo, e um país com as grandezas continentais do Brasil, com a exposição dos múltiplos problemas e questões que precisam ser urgentemente saneados, que certamente não os serão por quem foi completamente incapaz de governar satisfatoriamente um município, o que não poderá ser diferente com relação a um país com gigantescas complexidades.         
Na verdade, o desempenho do ex-prefeito de São Paulo se mostrou extremamente prejudicial ao interesse dos paulistanos, por ele ter conseguido cumprir apenas uma meta das dez prometidas, ainda mais como prioritárias na sua gestão, na área de saúde pública, fato este que, queira ou não, serve de péssima referência para quem pretende governar o país com a dimensão continental do Brasil, que tem múltiplos e macros problemas para serem solucionados com competência e eficiência, que podem não existir em quem não conseguiu sequer dá conta do saneamento das questões existentes em uma cidade, mesmo ela tendo a grandeza de São Paulo, cuja população desaprovou a sua gestão, por via da mais genuína forma democrática: as urnas, mostrando, com a maior clareza possível, que a sua atuação como administrador público foi negativa e desaconselhável ao interesse público. Acorda, Brasil!
Brasília, em 27 de setembro de 2018

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

O peso político do voto útil


O cenário político atual, que vem sendo delineado por meio das pesquisas de intenção de voto, mostra sombria perspectiva de possível segundo turno da eleição presidencial, a ser disputado entre extremistas dispostos a seguirem em frente sem qualquer perspectiva de acordo político, com vistas à obtenção do indispensável consenso nacional.
Esse fato contribuiu para a antecipada materialização da temida - pelo menos por parte dos demais candidatos, que podem ficar à deriva no curso da campanha - estratégia do que se pode chamar de “voto útil”, que nada mais é do que a intenção de se votar em determinado candidato, não em razão de suas qualidades e capacidades político-administrativas, mas sim por ele ser capaz de impedir a eleição de alguém considerado extremamente indesejado, a exemplo dos candidatos do PSL e PR, que estão liderando as pesquisas de intenção de voto, com margem de enorme dianteira dos demais candidatos, dando a impressão de que eles são inalcançáveis e já estão eventualmente no segundo turno.  
Na prática, esse movimento ganha relevo nas proximidades ou nos últimos dias antes do primeiro turno ou apenas no segundo turno, em razão da constatação de que algum dos candidatos ou os dois principais candidatos possam denotar risco ou perigo para a democracia ou os interesses do país e do povo, recurso que o eleitor tem feito uso nas últimas eleições.
Essa forma de votação, com o sentido de protesto e repúdio aos candidatos indesejáveis, por um lado ou por outro, surgiu, basicamente, a partir do discurso de radicalização do PT, com seu declarado antagonismo às “elites”, aliado ao seu comportamento arrogante perante quem demonstrasse repúdio à sua cartilha de doutrinação antidemocrática e a suas concepções arredias aos princípios da moralidade e da responsabilidade administrativa da gestão dos recursos públicos, a exemplo dos famigerados mensalão e petrolão, fazendo com que o “voto útil” parecesse, se consolidasse e se tornasse praticamente valioso voto permanente contra esse partido.
Na eleição de 2016, por exemplo, o “voto útil” ganhou relevo na votação para prefeito da cidade de São Paulo, quando, de repente, houve enorme indisposição ao PT e certamente ao então prefeito que é o atual presidenciável do partido, que foi obrigado a amargar fragorosa derrota já no primeiro turno, pasmem, para um novato e inexperiente tucano, tendo sido derrotado em todas as regiões da cidade, inclusive nos redutos petistas.
A perplexidade ocorreu porque até a véspera da eleição, as pesquisas indicavam eventual segundo turno entre o tucano e o petista, que havia ganhado energia na reta final, sem se descartar a possibilidade de vitória do tucano já no primeiro turno, como de fato aconteceu.
A chance de se impedir que o PT permanecesse com a sua característica pregação de intolerância no segundo turno, em razão, principalmente, da igualdade de tempo de exposição dos candidatos na televisão, nasceu para os paulistanos quando eles preferiram dar estrondoso corretivo ao petista, exatamente no principal colégio eleitoral do país, por meio do “voto útil”, que tem muito a ver com a situação dos indecisos e principalmente daqueles que são radicalmente contrários do PT.
Desta feita, a indiscutível radicalização do PT suscitou seu antípoda de extrema perfeição, o colérico movimento bolsonarista, que tem atraído fiéis e barulhentos seguidores, os quais estão pouco se importando se o candidato sabe ao menos o tamanho da encrenca que terá de enfrentar na hipótese de ser eleito presidente do país, porque o que importa mesmo é que o capitão foi transformado no verdadeiro paladino do antipetismo, algo de suma importância para a atual política brasileira.
Não há a menor dúvida de que o risco do enfrentamento já se tornou cáustica realidade e o mais perigoso dos cenários já foi inexoravelmente caracterizado, em que os extremos representam o mais radical antagonismo dos últimos tempos, evidenciando com isso que a política tradicional cede lugar, em razão da sua quase impotência, por mais que os envolvidos reclamem desse quadro político de realidade imutável.
A verdade é que o candidato ultradireitista aparece com incontestável liderança em plena consolidação, à vista das pesquisas de intenção de voto, enquanto na sua proximidade surge o candidato petista, que demonstra ter herdado parte expressiva do capital eleitoral de seu poderoso padrinho.
Em princípio, o presidenciável carioca demonstra não ser muito favorável ao diálogo, que é reconhecido como a essência na democracia moderna, enquanto o petista tem como bandeira projeto liberticida de poder, que encarna o frescor do ranço da corrupção política e o desprezo pelos fundamentos da economia como método, a vista do desastre da última gestão interrompida pelo meio do caminho, em muito boa hora, antes que o Brasil fosse conduzido às profundezas do abismo.
À toda evidência os referidos candidatos estão na disputa eleitoral muito mais por conveniência pessoal ou até mesmo partidária e ambos, infelizmente, nada têm para oferecer como contribuição capaz para solucionar as robustas crises nacionais.
É de todos sabido que o ex-capitão já demonstrou que não está nada preocupado com a sua falta de qualificação e preparo para exercer o cargo presidencial, como bem demonstra o seu currículo como parlamentar pouco atuante e nada interessado sobre as questões nacionais
No caso do petista, sabe-se que ele integra justamente o partido responsável pelo surgimento das terríveis crises, principalmente a econômica, não tendo o menor respaldo para garantir absolutamente nada, em termos de saneamento das mazelas criadas e alimentadas nas hostes de seu ambiente partidário, além de ter sido considerado um dos piores prefeitos da cidade de São Paulo, tanto que foi derrotado logo no primeiro turno por um tucano neófito na política.
É induvidoso de que a participação dos mencionados candidatos não somente enseja temível guerra ideológica, cuja superação certamente poderá suscitar o agravamento da já complicada e difícil situação do país, que bem merece urgente e radical transformação da mediocridade administrativa dos últimos governos em substancial gestão da coisa pública, sob a tutela de estadista cônscio da extrema responsabilidade de soerguimento da nação que ainda patina desequilibrada no lamaçal da incompetência e da ineficiência administrativas.
Não constitui nenhuma novidade que, a pouco mais de dez dias do primeiro turno, a campanha pelo “voto útil” se agigante e se torne preocupante tanto contra o presidenciável ultradireitista como contra o petista ou contra ambos, simultaneamente, porque parece que essa foi a possível hipótese escolhida na tentativa de que o pior seja consagrado antecipadamente nas urnas.
Por via de consequência, não tem nem como se imaginar, por minimamente que seja, qualquer discussão, que seria essencial, em se tratando justamente de campanha presidencial, de planos de governo, o que vale dizer que o eleitor, no momento, é obrigado, nesse ambiente de “voto útil”, a fazer sua escolha não na base, especificamente, ao que propõem os candidatos, mas sim levando em conta quem teria mais chance de se evitar desastre ou trágico desfecho eleitoral, evidentemente com monumental prejuízo para os interesses do Brasil.
Diante da inevitável degradação da política brasileira, há que se lastimar que, no calor da campanha eleitoral, para a escolha do mandatário do Brasil, poderia estar se discutindo equacionamentos dos gravíssimos problemas nacionais e as adequadas soluções para eles, mas o debate eleitoral foi descambado naturalmente para a monopolização por ferrenha disputa entre minorias radicais.
É inevitável o lamento, nesse esdrúxulo cenário de embate político de extremismos antidemocráticos, por que o “voto útil”, que tem legitimidade, seja utilizado como remédio no jogo da democracia, nem que seja para agir em punição aos extremistas e sinalizar para o desejo do restabelecimento do valor do diálogo político, em benefício do saudável aperfeiçoamento dos princípios democráticos. Acorda, Brasil!
Brasília, em 26 de setembro de 2018

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Ainda dá tempo para decidir...


A realidade política brasileira se apresenta com características as mais sombrias imagináveis, em termos de representação projetada para o futuro muito próximo, com o delinear das projeções das pesquisas de intenção de voto, em que um ex-militar do Exército tem a preferência de muitos eleitores, enquanto um petista vem logo no seu encalce, mostrando disposição que poucos acreditavam que isso seria possível.
Parece provável que um dos dois vai sentar no principal trono da República, embora ambos não sejam exatamente o estadista com o perfil que o Brasil esteja procurando, porquanto eles não preenchem nem de longe os requisitos da simpatia e do charme ínsitos de políticos palatáveis, visto que eles são extremamente odiados por expressiva parcela da população, que terá de aturar um ou outro, porque o quadro político, a poucos dias das eleições, deve se alterar pouquíssimo.
Esse fato se confirma tanto na liderança das pesquisas de intenção de voto como na rejeição dos eleitores, estando os dois na frente das preferências dos eleitores como da rejeição deles.
Os dois candidatos se destacam, em termos de repulsa, exatamente pelo que eles representam politicamente em pensamento ideológico antagônico, enquanto um segue para a direita o outro ganha o caminho da esquerda e tem despertado os interesses dos brasileiros, que já estão deixando de lado os demais candidatos, que não conseguiram atrair a atenção dos eleitores para seus planos de governo, tanto que eles estão ficando distanciados dos dois mais focados pelos eleitores.
Ao que parece, os brasileiros vão ser obrigados a escolher seu presidente entre o de menor grau de antipatia ou aquele que for menos odiado, embora ambos estejam nivelados em termos de mediocridade, cada qual ao seu modo de ser, em especial como gestor ou administrador do patrimônio público, por serem homens públicos que não demonstram a menor habilidade para resolver os graves e macros problemas do Brasil, salvo alguns poucos conhecimentos sobre algo específico, que mesmo assim estão distanciados da realidade do Brasil, que precisa de estadista que tenha amplos domínios sobre todos os assuntos da administração do país, de modo que a sua compreensão possa contribuir para o equacionamento das monumentosas questões e o seu pronto saneamento.
Um presidenciável não tem o menor pudor de encarnar a figura de político poderoso, em clara demonstração de ausência de personalidade, inclusive o seu lema de campanha tem o slogan “Haddad é Lula”, deixando muito claro que o próprio candidato não é ele, mas sim o seu mentor, como se isso fosse normal, quando se encontra em jogo o principal cargo da República.
Essa ridícula manobra política evidencia, de forma muito clara, que a disputa eleitoral não é tratada como algo sério e responsável, quando o eleitor é levado a acreditar que vota em um candidato como se estivesse votando em outra pessoa, fato esse que dá a impressão de que, se eleito, o futuro presidente do país será comandado, em princípio, por ilustre presidiário, por certo, com a chancela de parcela dos brasileiros que deveriam ter a dignidade e a honradez de não permitir que essa forma de esculhambação político-eleitoral ainda possa ocorrer no Brasil, que não merece que essa maneira de desmoralização possa se materializar, visto que isso somente contribui para denegrir a imagem do país, em termos da devida observância dos salutares princípios da seriedade e da civilidade.
Ou seja, o candidato, sem o mínimo de escrúpulo, usa a máscara do próprio mentor para afirmar que um e outro representam o mesmo ser, i.e., tal afilhado nada mais é do que figura postiça, que não tem personalidade autônoma e apenas age como mero pau-mandado do seu criador e o pior é que seus simpatizantes não se envergonham de aceitar isso como normal, quando, na verdade, representa algo do mais aviltante e depreciativo para o eleitor que concorda e apoia tamanho aviltamento político, porque ele está apoiando uma descomunal farsa política, absolutamente abominável e recriminável, por haver indiscutível ferimento aos princípios democrático e republicano.
O presidenciável, a par de se sujeitar a fazer o papel de candidato desqualificado, como visto acima, tem terrível histórico de ex-prefeito paulistano inexpressivo, apagado, desprezado pelo povo, marcado pela ineficiência administrativa, pela mediocridade de projetos e pela arrogância na conduta, cujos predicativos negativos sobressaíram na última eleição para prefeito da cidade de São Paulo, não tendo sequer conseguido votos para ir ao segundo turno do pleito, ou seja, ele permitiu que o seu sucessor fosse um tucano novato e inexperiente na política. 
Como concorrente principal do petista, aparece o líder das intenções de voto, que pode ser denominado com a imprudência com origem na farda verde-oliva, na figura do titular e do vice de chapa, composta por ex-capitão e general da reserva, ambos famosos por suas incontinências verbais, que mais atrapalharam do que beneficiaram as suas campanhas eleitorais, com seus currículos recheados de pronunciamentos polêmicos, além de ainda não terem apresentado projetos capazes de recolocar o Brasil nos trilhos do progresso, salvo algumas ideias pouco plausíveis.
Por enquanto, os ex-militares ainda não trataram de oferecer ao país as metas principais do seu possível governo, salvo a promessa da implantação de modelo libertário de poder ancorado na intolerância como princípio, como se isso tivesse condições de coexistirem, por serem mecanismos ambíguos.
Na verdade, o sentimento de radicalização como princípio de prende e arrebenta pode não se adaptar muito bem no Estado Democrático de Direito, por não condizente com os princípios democrático e de direitos humanos, diante da necessidade da tolerância e das boas e imprescindíveis relações sociais.
O momento político parece aconselhar que os dois candidatos líderes da corrida presidencial devem caminhar à procura dos eleitores insatisfeitos com o status quo, que estavam à espera da garantia de que as mudanças do Brasil precisavam acontecer com urgência, abrangência e modernização, para que ele pudesse ser alçado à rota do tão sonhado progresso, mas esse alento foi-se para o espaço sideral, em um sopro de pura e passageira ilusão, diante desse lastimável cenário político-eleitoral.
Por seu turno, diante das circunstâncias, os eleitores, premidos pela realidade dos fatos, procuram alternativas que melhores se adequem às suas conveniências político-ideológicas, em completo detrimento, como se percebe, do sentimento de brasilidade, nacionalidade ou patriotismo, tão somente agindo na base dos impulsos de defesa, vingança, insatisfação ou irracionalidade, com claro desprezo aos princípios democráticos, que deveriam orientar, a princípio, a sua consciência cívica.
Têm-se, na disputa presidencial, na liderança, um político que se diz antissocialista e radicalmente anti-PT, que se apresentou aos brasileiros com o ideário liberal, prometendo a transformação do Estado mórbido por uma máquina moderna, revolucionária na sua essência funcional, tendo como bandeira de luta a condenação ao fisiologismo e à distribuição de cargos públicos em troca de favores em forma de apoio político, à corrupção e ao uso da máquina pública em prol de interesses pessoais e partidários; a liberação de armas para a defesa pessoal; a promoção das privatizações, como forma de enxugamento do gigantismo da administração pública; o combate intransigente à criminalidade, entre outras metas sugeridas como contrárias ao populismo político-eleitoreiro.
Na outra extremidade, aparece o candidato representante do socialismo, que ficou no poder por 13 anos e meio, que tem como modelo trágico a Venezuela, completamente devastada como nação que adotou o regime socialista e que serve de exemplo vivo para o Brasil, cuja essência de governo é o de se apoderar do Estado e praticar miseráveis políticas sociais assistencialistas, a exemplo do Bolsa Família, como técnica infalível da conquista da simpatia das classes pobres, sob a forma de distribuição de migalhas, para a segura obtenção de recompensa com os votos dos eleitores pobres, que não percebem o real significado de políticas tão generosas e absolutamente enganosas e traiçoeiras, à vista, exatamente, como aconteceu naquele país.
Convém que, como medida de suma importância, além de premente, os eleitores brasileiros avaliem quanto à enorme possibilidade de o Brasil vir a se tornar, em curto tempo, uma destroçada Venezuela, em que seu povo é tratado pelo governo socialista de forma irracional, truculenta e desumana, a ponto de parcela expressiva da sua população já ter fugido de seu país, para não morrer de forme ou até mesmo continuar sofrendo as agruras do inferno que foi transformado aquele país.
Há de se convir que o PT, além de ter trabalhado para eleger o presidente-ditador daquele país e de transferir substanciosos recursos dos brasileiros para construção de importantes obras na Venezuela, igualmente carentes no Brasil, cujos pagamentos dos empréstimos pertinentes não estão sendo honrados, continua mantendo seu apoio ao ditador em exercício, por entender que ali pratica-se “democracia”, evidentemente tal qual aos moldes totalitários do socialismo, que, na essência, o cidadão perde a sua liberdade individual, diante da privação dos direitos humanos e princípios democráticos, cujo resultado é o que se sabe sobre a desgraça que se abateu sobre os venezuelanos, que, ingenuamente e crédulos, apoiaram aqueles que distribuíam benesses, em forma de assistência social, que se transforam em algozes da população, por meio de métodos cruéis e desumanos, como mostram as notícias vindas daquele país.
          É preciso que os brasileiros deixem de ficar inebriados com o que pode ter sido algo considerado maravilhoso para parcela da população, por meio da distribuição de renda, com recursos públicos, porque essa forma de política socialista, além de que, diante das circunstâncias de carência financeira, poderia ter sido feita por qualquer governante, no âmbito da assistência sociofinanceira de competência constitucional do Estado às famílias carentes, não passou de importante estratégia político-eleitoral, justamente para o endeusamento político de quem é considerado o maior líder político do país, conforme mostraram os resultados das urnas da última eleição presidencial, em que a candidata à reeleição obteve, em determinadas regiões de absoluta pobreza, quase 90% da totalidade dos votos.
É importante se ressaltar que não é verdadeiro que somente o partido socialista do PT seja capaz de manter as políticas de distribuição de renda, consistentes no Bolsa Família, porque o sucessor da presidente afastada manteve o mesmo nível dos programas assistenciais do governo dela e nem por isso o presidente da República conseguiu alguma forma de popularidade, justamente porque não quis fazer sistemático uso pessoal dessa política social, em prol da sua imagem, na forma estratégica como era feita com sucesso no passado, talvez por se tratar de mera execução de ação governamental, obrigatória de qualquer governo da República, cujo titular, na forma constitucional e legal, não pode nem deve se beneficiar politicamente em decorrência do exercício de cargo público.    
Este momento também releva a necessidade da conscientização dos eleitores sobre o desastroso resultado da última gestão petista, que tinha como titular exatamente pessoa colocada na linha sucessória por quem também agora indicou o candidato ao Palácio do Planalto, em forma de repetição dos fatos, que podem ter o mesmo ou pior final desastroso para o país e a população, quando o Brasil foi conduzido ao abismo, diante de gigantescas e incontroláveis crises social, moral, política, econômica, administrativa, entre outras que resultaram no inevitável impeachment da então presidente.
Somente para rememorar, convém citar que o Brasil e os brasileiros conviveram com terrível crise econômica, notadamente com recessão; inflação alta; taxas de juros próximas de 15% a.a.; endividamento público nas alturas; desemprego explodindo de tamanho; queda estrondosa da arrecadação; rombo nas contas públicas; perda do grau de investimento; desindustrialização; retirada do capital estrangeiro; precária prestação dos serviços públicos; falta de investimentos em obras públicas; entre tantas outras mazelas que foram transformadas em verdadeiro coas, que foi minimizado com a entrada de outro presidente da linha sucessória da mesma chapa petista, que, felizmente, conseguiu reverter alguns indicadores, como o processo recessivo, a inflação e as taxas de juros, permitindo melhoras no consumo e na produção.      
Ou seja, o quadro político-eleitoral, na atualidade, cinge-se a alternativas bizarras, em que prevalecem os sentimentos antagônicos entre direita e esquerda, como que em uma disputa de cabo de guerra, a mostrar que o mais forte será o vencedor, não importando que nessa disputa cruel esteja, pasmem,  exatamente o futuro dos brasileiros, que hão de eleger um dos piores candidatos que nada, absolutamente nada têm a oferecer como solução para os gravíssimos e extraordinários problemas nacionais, senão muitíssimas incertezas projetadas para o porvir.
Na realidade, a proposta oferecida na eleição presidencial para os brasileiros pode ser, embora bastante inacreditável, a de trucidamento da pobre democracia, à vista da presença nas lideranças emblemáticas, de um lado, alguém com a bandeira com viés “militarizante”, vale dizer, visivelmente de direção à direita, e do outro, a figura de candidato manipulável a distância de presídio, de forma absolutamente esdrúxula, por não saber se expressar senão em nome de um fora da lei, preso, segundo a Justiça, pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ou seja, sem legitimidade e moralidade para presidir o processo eleitoral do qual vem sendo a principal figura de seu partido, por ter decidido absolutamente tudo em nome dele, que só ainda existe em razão da sua pessoa e isso é simplesmente tenebroso, em termos de democracia moderna e saudável, que deveria ter somente a participação de homens públicos em plenas condições do legítimo exercício de funções públicas.
Na verdade, a degradação política vem de longa data, desde quando já se constatou que a classe política nada mais é do que aglomerado de homens públicos concentrados em um Congresso nacionalizado que, no conjunto, com raras exceções, estão ali para defender interesses pessoais ou partidárias, sem nenhuma preocupação com as causas do povo, em total desvirtuamento das finalidades para quais eles foram eleitos para representar o povo.
Não há a menor dúvida de que forças ocultas estão conspirando exatamente para que o Brasil se encaminhe para desfecho bastante sombrio, tendo como  perspectiva o confronto de ideologias diferentes que, nem de longe, uma ou outra mostra-se capaz de expressar os sentimentos políticos da maioria, mas não há outra fórmula que possa satisfazer os verdadeiros anseios dos brasileiros, possivelmente em razão do desencanto por parte das pessoas que desistiram da luta por saídas mais satisfatórias, dignas e honradas.
Na possível disputa a ser travada entre a chapa “verde-oliva”/liberal versus a chapa petista/socialista, há visível simbologia de princípios por demais deploráveis de suas respectivas cartilhas, por ainda dependerem de muitas similaridades de interpretações, adaptáveis ao sabor das versões das conveniências de cada lado, mas as prováveis mudanças não devem beneficiar senão aos interesses pessoais ou partidários e jamais os nacionais.
Diante do exposto, resta somente o apelo aos brasileiros para que, no âmbito do seu extremado senso patriótico e cívico, se conscientizem sobre os possíveis benefícios e malefícios que os dois candidatos que lideram a disputa presidencial possam oferecer para o futuro do Brasil, à vista do retorno à administração nos moldes perversos do sistema socialista, que já demonstrou seu especial sentimento de socialização e absoluta resistência à modernização do Estado, em completa dissonância com os princípios de progresso, ou ao temeroso e improvável futuro da inexperiência do liberalismo-militarista ou ainda pela mudança de ambos, para o bem do Brasil, porque ainda dá tempo para decidir sobre o melhor e venturoso caminho a ser colocado o destino do Brasil e dos brasileiros. Acorda, Brasil!
Brasília, em 25 de setembro de 2018