terça-feira, 22 de julho de 2014

Indispensáveis contribuições

Em resposta a pedido de amigo para colaborar na campanha de candidato a deputado distrital, tive a satisfação de alinhavar rápidas canetadas sobre algumas ideias que, no momento, as considerei oportunas, como forma de serem prestadas importantes contribuições ao que ele classificou de abnegado político, que já deve ter seus planos para o desempenho de tão disputado cargo, ante a infinidade de vantagens que ele proporciona ao seu ocupante. No caso do Distrito Federal, não é novidade que o Legislativo tem sido exemplo de gigantesco desperdício de dinheiro do contribuinte, pelo tanto de gastos com eles próprios, os servidores e diversidade de eventos que não condizem exatamente com as atividades legislativas, no estrito sentido da instituição Parlamento. Desde já, foi dada a garantia a ele de que são do candidato em comento os votos meu e de milhares de pessoas de bem e de responsabilidade pelo desenvolvimento desta nação, que almejam a limpeza dos maus políticos da vida pública, a moralização das atividades político-partidárias, principalmente  dos Parlamentos, e a seriedade no exercício dos cargos públicos eletivos. No meu caso específico, o nobre candidato pode assegurar o meu voto, desde que se comprometa, mediante documento público lavrado em cartório e mostrado aos eleitores, que a sua campanha como candidato será financiada exclusivamente com recursos próprios, arrecadados mediante rifas, sorteios de objetos, almoços de confraternização etc., como forma de não se comprometer com grupos, sindicatos, cooperativas, associações ou pessoas responsáveis pelas despesas da sua campanha, uma vez, depois de formado o vínculo entre candidato e eles, o político, ao tomar posse, tem preito de gratidão que o obriga a defender as causas daqueles que foram responsáveis por suas despesas, que nem sempre guardam consonância com o princípio da parcimônia; se comprometa a ser autêntico servidor público, tendo obrigação de trabalhar de segunda-feira a sexta-feira, cumprindo religiosamente 40 horas semanais, como fazem os servidores de carreira, por força de obrigação estatutária; a receber somente a remuneração principal pertinente ao cargo básico de deputado, no valor previsto constitucionalmente, com expressa abdicação dos demais absurdos e inaceitáveis penduricalhos compostos por as mais variadas ajudas, verbas de representação e de gabinete, auxílios múltiplos, mordomias, regalias e demais benesses injustificáveis e até odiáveis, por não se compatibilizarem com as condições de penúria do povo brasileiro e com a realidade do trabalhador pai de família, que dá o maior duro e se sacrificar cumprindo rigorosamente 44 horas semanais, para receber o minguado e insatisfatório salário mensal de R$ 724,00, que pouco representa para o custeio da família, por menor que ela seja; a ir trabalhar no seu próprio veículo, dispensando carro oficial, motorista e combustível, que são disponibilizados para os parlamentares; a reduzir drasticamente o pessoal do seu gabinete para o mínimo necessário aos trabalhos legislativos, não devendo passar do exagero de seis servidores do seu staff; a evitar participar das vergonhosas e deprimentes coalizões de governabilidade, para o fim exclusivo de se beneficiar do repugnante fisiologismo mediante a garantia de seu apoio político; enfim, cumprir fielmente o mandato de deputado apenas e exclusivamente como verdadeiro representante do povo, conforme e nos termos  da Carta Magna, como forma de ser fiel aos princípios republicanos da ética, da moralidade, do decoro e da honorabilidade. São somente esses conceitos e outros do mesmo quilate que podem ser considerados ideais e justos para que os candidatos se dignem a adotá-los como pilares do seu mandato, na atualidade, como forma garantidora de conquistar credibilidade e mostrar à sociedade que ainda é possível se pensar em moralização das atividades políticas, exatamente em conformidade com seus salutares princípios, que foram institucionalizados justamente para satisfazer o interesse público e o bem comum. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 22 de julho de 2014 

Sucesso ou ressaca da Copa do Mundo?

O jornal americano "The New York Times" destaca que o Brasil foi um sucesso, menos nos gramados. A reportagem elogia a excelência da organizada do Mundial, que conseguiu superar os temores de que ele seria caótico, diante da possibilidade de violência e de protestos contra os gastos das obras. O jornal ressaltou que o povo brasileiro foi bastante hospitaleiro, tendo contribuído com o êxito do evento. A reportagem afirma que a esperança da equipe em conquistar o hexacampeonato esbarrou na humilhante derrota para a Alemanha na semifinal, que transformou a esperança em estrondosa frustração. O texto diz que, apesar dos pesares, os brasileiros reagiram com bom humor, aproveitando para fazer piadas sobre o insucesso da sua seleção. O artigo também diz que a derrota da Argentina para a Alemanha serviu de "alívio" para os brasileiros, que aplaudiram com veemência o gol da vitória alemã. Já o jornal “Wall Street Journal” lembra que apesar de a seleção brasileira ter sido derrubada nas semifinais, os líderes políticos do país celebram os sucessos, principalmente pelo bom funcionamento dos aeroportos, pela conclusão dos estádios e ainda pelas infundadas preocupações sobre protestos. Mas o texto diz que “Agora chegou a ressaca. O Brasil está passando por provações, incluindo o desafio de uma economia moribunda e eleições que potencialmente provocarão divisões em outubro. O país precisa se preparar para os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, outro evento que os organizadores dizem que está atrasado e que mais uma vez provoca críticas sobre as prioridades de gastos do país”. O artigo destaca que um economista responsável por acompanhar o país no Barclays, em Nova York, teria dito: “Durante a Copa, o Brasil estava numa ‘ilha da fantasia’, mas o choque de realidade virá.”, para se referir ao que ele entende sobre as revisões para baixo das previsões de economistas para o resultado do crescimento do PIB do país neste ano, com sofrível expansão de apenas 0,7%, ante previsão anterior de 1,7%. O “WSJ” vai além, afirmando que “Após quatro anos de estagnação, as fábricas estão cortando a produção. Os esforços do Brasil para estimular o crescimento com grandes estímulos federais, crédito ao consumo e ajuda em dinheiro para os pobres parecem já ter corrido seu curso. Enquanto a Copa do Mundo foi um sucesso, ela não forneceu a grande recompensa econômica que o anfitrião estava procurando. Brasil planejava usar o torneio para estimular a construção de trens, metrôs e outras infraestruturas que iria aumentar as suas economias locais. Muitos desses chamados projetos de legado, como um trem de alta velocidade planejada entre São Paulo e Rio [o trem-bala], nunca foram construídos”, lembrando ainda que muitos dos estádios construídos jamais serão tanto usados. Por último, o jornal britânico “The Guardian” descreveu que a Copa do Mundo no Brasil mostrou que “... o Brasil foi um anfitrião inebriante e acolhedor (...) mas a discussão sobre os US$ 13,5 bilhões de dinheiro público investidos no torneio vai continuar por muito tempo, mesmo depois que o circo da Fifa deixar a cidade, particularmente em locais como Manaus e Natal, onde estádios novinhos em folha não têm uso sustentável óbvio” e ainda que o acidente com um viaduto em Belo Horizonte, que matou duas pessoas, foi um “lembrete do custo humano que pode ter uma construção feita de última hora”. Veja-se que os meios de comunicação são unânimes em apontar o sucesso da copa no Brasil, mas também em ressaltar as precariedades que foram naturalmente deixadas de lado pelo governo, como se o Mundial fosse a única e mais importante prioridade da gestão do país, quando, na realidade, se trata de projeto que jamais deveria ter sido imaginado ou idealizado por governantes que desprezam as reais políticas públicas que interessam à sociedade, em termos de resolução das graves pendências sociais, principalmente com relação à infraestrutura, ao saneamento básico, à segurança pública, à saúde pública, à educação, aos transportes e tantos outros gigantescos problemas que foram suplantados pela realização da famigerada Copa do Mundo, que tinha por escopo básico a realização de grandes obras que sequer saíram do papel ou da tabuleta, justamente em razão da incapacidade de realização de obras realmente importantes para a mobilidade urbana, aquelas que seriam o que tanto se falava de maior importância da copa, i.e., o seu legado, que jamais será objeto de discussão, quanto mais de execução, porque agora a prioridade se assenta na plenitude dos objetivos da reeleição e da perenidade no poder, em detrimento de quaisquer projetos e atividades de interesse da sociedade e do país. Compete ao povo eleger as políticas públicas prioritariamente compatíveis com a melhoria das suas condições de vida, com pleno desprezo aos governantes que miram somente a satisfação dos interesses pessoais e partidários, em contraposição às causas da sociedade e do país, com grave ferimento aos princípios republicanos de unidade e desenvolvimento nacionais. Acorda, Brasil!  
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 21 de julho de 2014

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Qual o objetivo do Mundial no Brasil?

Depois que a Copa do Mundo terminou e a sua passagem pelas terras tupiniquins deixou a marca indelével na história do futebol brasileiro da tristeza e muita lamentação, principalmente quanto o desempenho da Seleção verde-amarela, resta agora o inevitável questionamento sobre as reais razões que levaram os mentores desse empreendimento absurdo e injustificável a merecer tamanhos esforços e tremendas dedicações, não sopesando em momento algum o montante dos recursos destinados à realização dela no Brasil, sabendo-se, sobretudo, da existência de tantas prioridades de cunho social, político e econômico que foram simplesmente desprezadas, sobrelevando-se tão somente a realização da copa como supremo empreendimento prioritário e essencial à consecução de fins supostamente pessoais, como reafirmação política, com menosprezo à satisfação do interesse público que sempre deve predominar sobre quaisquer outros projetos, por se tratar, no caso, do envolvimento e da aplicação de recursos públicos, que jamais deveriam se destinar a tais finalidades de cunho privado, pelo notório interesse particular do empreendimento, sem a menor serventia à população. Não há a menor dúvida de que administrador público responsável e cônscio do seu dever com os princípios elementares do gerenciamento da res publica não teria cometido a insanidade de assumir tal compromisso caso não tivesse o propósito relacionado com o atendimento de interesses políticos pessoais, suportados à custa de recursos da sociedade que deveriam se destinar exclusivamente para programas públicos, em benefício da população e do bem comum. É evidente que tamanha irresponsabilidade não se implementa sem ter sido planejada para que o seu resultado não sofresse o mínimo revés ou solução de continuidade, para que os reais objetivos do aproveitamento de seus benefícios causassem indiscutíveis reconhecimentos pela capacidade empreendedora a ser imputada ao governante, que poderia incorporar ao seu currículo os bons fluidos propiciados pela maravilhosa e mirabolante ideia da realização da copa no Brasil. Todavia, o castigo pela insensatez veio em dose inesperada e exagerada, transformando o sonho que era para ser glorioso em surpreendente e doloroso pesadelo, que destruiu as esperanças quanto à conquista do hexacampeonato de futebol, que teria o condão de beneficiar as pretensões políticas de quem não teve a sensibilidade de entender que o desempenho da Seleção brasileira de futebol não poderia jamais se confundir com atividades relacionadas à gestão pública, por serem situações distintas. Por certo, a prepotência e a onipotência do governo e da comissão técnica da Seleção brasileira não se atinaram para o fato de que não bastava somente a time nacional jogar em casa, com o pleno apoio da torcida para ser campeão apenas com a ajuda dos deuses do futebol, porque eles sabem muito bem que apenas o mito de ser reconhecido pelo talento dos atletas que, no passado, era abundante, mágico e temia os adversários não é mais capaz de ganhar absolutamente nada na atualidade, se não houver intensos treinamentos técnico e tático, além do completo conhecimento sobre seus oponentes. Não há dúvida de que a lição da Copa do Mundo foi um golpe mortal aos objetivos de associação da incompetência à ignorância do povo, como forma de mostrar o sucesso que não foi possível na via própria da administração do país, no que diz respeito à gestão dos recursos públicos, justamente por inexistir realizações capazes de justificar a realização de obras e de benfeitorias materializadas com o dinheiro dos contribuintes. Diante da formidável lição deixada pelo insucesso do Mundial, resta agora à sociedade se despertar da sua terrível letargia que a impede de enxergar as maldades protagonizadas pelos maus políticos, que infelizmente são capazes de atuar tão somente com a finalidade de realizar objetivos pessoais ou partidários, em detrimento dos verdadeiros fins de satisfação do interesse público e do bem comum. Acorda, Brasil!
  
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 20 de julho de 2014

domingo, 20 de julho de 2014

A precaridade da contraespionagem

Volta e meia, a questão da espionagem envolvendo os americanos toma conta das manchetes da mídia, mostrando que pouco ou nada adiantou os países espionados, a exemplo do Brasil, terem estrebuchado e demonstrado enorme irritação sobre o poderoso presidente dos Estados Unidos da América, que até tem tentado esboçar boa vontade ao afirmar ao mundo que teria determinado o controle e a limitação sobre a arapongagem nos países e nos lugares da sua preferência e dos seus interesses, a exemplo do país tupiniquim e de outros que têm tecnologia ou são governados por ditadores, com ideologias socialistas que menosprezam os direitos humanos e os princípios democráticos, demonstrando indiferença aos governos de sistema democraticamente consolidado e politicamente desenvolvidos. Não há a menor dúvida de que não adiante o país, como o Brasil, simplesmente protestar e denunciar junto aos organismos internacionais a invasão de privacidade das suas informações e comunicações, sem que medidas internas e efetivas sejam adotadas no sentido do aparelhamento à altura de proteger o sigilo de seus dados e de suas informações, de modo que os invasores cibernéticos não tenham condições mínimas de vasculhar os segredos oficiais e da sociedade, que até podem não ser muito relevantes, mas é forma de demonstrar competência de se cuidar e se proteger contra a invasão dos inimigos da espionagem, que, em princípio, deveriam respeitar a privacidade e a independência das nações e dos povos.  Exposto a público o problema, ficaria muito chato se o Brasil não protestasse e não tomasse outras medidas vistosas, sem descambar para a bravata, como bravamente tem feito até agora, apenas de forma louvável e nada mais para solucionar o problema, na forma devidamente adequada. Por seu turno, os americanos também seguem, a seu modo, afirmando que não têm tirado proveito sobre suas indevidas espionagens, ou seja, para eles a invasão de privacidade é inofensiva e não causa nenhum estrago ou prejuízo às nações vasculhadas, consideradas tradicionais aliadas e amigas. Nesse episódio da espionagem, os americanos fingem que prestam informações sobre os fatos ocorridos, dão entrevistas e se pronunciam em tom respeitoso e até prometem esclarecer tudo, mas até agora nada foi informado e muito menos esclarecido ou justificado sobre as incursões no território brasileiro, para espionar os segredos palacianos, estatais e particulares. Enquanto isso, o governo brasileiro continua na angústia e na maior agonia esperando informações reveladoras sobre o que realmente teria sido obtido de importante para os americanos, que certamente não teria se ocupado de espionar o Brasil por simples deleite imotivado. O certo é que quanto mais o governo brasileiro fica choramingando aos quatro cantos, com cara de menino mimado, as questões principais nacionais são relegadas a planos secundários, por incompetência ou por entender que o povo brasileiro merece que as mazelas continuem imperando à luz solar, sem que ninguém tenha a dignidade de exigir providências dos governantes. Até quando este país vai continua sem autoridade e sem iniciativas capazes de solucionar as pletoras questões nacionais? Será que não tem ninguém com responsabilidade política para enfrentar a apatia e a inépcia gerencial do país, sabendo-se que os problemas se avolumam em gravidade? Acorda, povo brasileiro e exija efetivas ações dos governantes, que estão muito mais focados nos seus interesses, principalmente na continuidade do poder, em prejuízo das causas nacionais. O governo brasileiro, ao reclamar da invasão de privacidade, deveria reconhecer a fragilidade dos sistemas de contraespionagens do país, que, embora até possam existir, não evoluíram a ponto de interceptar os poderosos aparelhos olhudos e bisbilhoteiros do resto do mundo, em especial os dos norte-americanos, que se julgam donos do planeta e com plenos poderes para espionar quem bem quiser, inclusive o anacrônico país tupiniquim, que ainda tem a petulância de imaginar que tem o direito de reclamar das estripulias do Tio Sam, quando somente teve conhecimento que estava sendo espionado depois da divulgação dos documentos fornecidos por agente delator americano. Compete ao governo brasileiro, a par de reconhecer, humildemente, a fragilidade de seus sistemas antiespionagens, investir o suficiente para se evoluir como fizeram os países desenvolvidos, de modo a se proteger e ainda ter o privilégio de se equiparar às nações competentes e responsáveis quanto à preservação das suas informações e comunicações. Acorda, Brasil!
 
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 20 de julho de 2014

Inércia e irresponsabilidade na segurança pública

Em que pesem as expectativas em contrário, a Copa do Mundo foi reconhecida como absoluto sucesso, tendo surpreendido até os executivos da Fifa, que contavam com possíveis manifestações contra os gastos para a realização dela. A opinião da grande maioria dos estrangeiros que veio assistir ao Mundial considerou o evento maravilhoso. Os turistas fizeram questão de elogiar a organização e a amabilidade dos brasileiros, ressaltando que vão regressar a seus país com saudades de muitos momentos felizes e alegres. Conforme pesquisa do Instituto Datafolha, houve aprovação dos estrangeiros sobre a organização da Copa do Mundo realizada no Brasil, tendo agradado, pelo menos, a 83% dos turistas que vieram ao país para assistir aos jogos, sendo que 12% a consideraram regular e 3% acharam-na ruim ou péssima. Entre aproximadamente um milhão de turistas de 202 países, segundo estimativa oficial, foram ouvidos apenas 2.209 estrangeiros de mais de 60 países, em aeroportos, Fan Fests e locais de grande concentração nas cidades-sedes, os quais se manifestaram favoráveis em 95% no quesito hospitalidade, que disseram que a recepção foi ótima ou boa, enquanto outros 92% dos visitantes gostaram dos estádios, no que diz respeito a conforto e a segurança. Também foi avaliado o custo de vida do país, com nota apenas regular de 32% de aprovação, 29% para ruim ou péssimo, 29% para bom ou ótimo e 10% não souberam opinar. Entre os entrevistados, 69% disseram que gostariam de morar no Brasil. A maioria de 76% dos ouvidos achou ótima ou boa a qualidade do transporte até os estádios. A mobilidade urbana foi avaliada como melhor do que o esperado para 46%, dentro do esperado para 40% e pior que o esperado para 11%. Já o transporte aéreo mereceu avaliação ótima ou boa de 76% das pessoas ouvidas, regular de 10% e de 4% para ruim. Não causou nenhuma surpresa que, dos entrevistados, 72% consideraram ótima ou boa a estrutura para segurança pessoal no Brasil, com 19% de avaliação para regular e 6% para ruim ou péssima. Quando à específica segurança dos turistas, 82% dos ouvidos avaliaram como ótima ou boa; 13% acharam regular; 3%, ruim ou péssima. Parcela significativa de 71% dos ouvidos informou que não presenciou protestos contra o Mundial, mas 29% dos entrevistados afirmaram que presenciaram manifestação nesse sentido. Certamente que alertados pelos maus agouros sobre possíveis falta de segurança, violência, protestos e outras precariedades, o governo investiu maciça e exclusivamente nos preparativos para a Copa do Mundo, seguindo a cartilha ideal de eficiência para o evento, para mostrar outra realidade do país, com enfoque especialíssimo para as cidades-sedes. Veja-se que os turistas estrangeiros não se cansam de elogiar a organização, a limpeza, a segurança, os aeroportos, os estádios e tudo o mais circunstanciado com os eventos, para onde foram disponibilizados os melhores cuidados, como limpeza, segurança e assistência aos turistas, tudo para impressioná-los, o que não poderia ser diferente, já que o governo tinha a obrigação de assegurar as melhores condições para os visitantes estrangeiros, por ocasião do Mundial. Há que notar que, somente no último dia da copa, foram mobilizados, para a segurança dos turistas, somente no Rio de Janeiro, nada mais nada menos, do que 26 mil homens, compreendendo policiais militares, bombeiros e Forças Armadas, de modo que seria humanamente impossível que houvesse violência contra os visitantes, que realmente têm motivos para elogiar a organização da copa. Todavia, como de práxis, a situação de calamidade pública vai voltar rapidinho ao status quo ante, com a volta da criminalidade e da violência às atividades normais anteriores à copa, justamente diante da desmobilização do aparato militar cuidadosamente preparado para não deixar margem às críticas, principalmente internacionais. Trata-se de mais uma demonstração da conduta irresponsável do governo brasileiro, que, no interesse de mostrar ao mundo uma situação irreal de segurança e de tranquilidade, investiu desmedidamente para que não houvesse maiores problemas de violência contra os turistas, na tentativa de mostrar aos observadores estrangeiros uma imagem completamente diferente do que ocorre no país, na normalidade fora da copa, principalmente nas cidades-sedes, quando a criminalidade deita e rola e ainda amedronta com suas barbaridades e crueldades o sofrido povo brasileiro, exatamente pelas inércia e irresponsabilidade das autoridades que deveriam se empenhar com dedicação para proteger a sociedade, com o mesmo ou melhor empenho demonstrado por ocasião do Mundial. Compete à sociedade, no contexto do seu dever de cidadania, exigir que seja disponibilizado pelas autoridades públicas idêntico aparelhamento de segurança pública para a copa, de maneira permanente, sob pena de responsabilização das pessoas envolvidas e incumbidas de propiciar proteção e segurança à população, diante da omissão quanto à obrigação constitucional e legal de manter o sistema de segurança pública, fazendo-o funcionar com eficiência e eficácia, em cumprimento à sua incumbência institucional. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 19 de julho de 2014

sábado, 19 de julho de 2014

Dominação da inépcia e da incompetência

A última pesquisa Datafolha de intensões de voto para presidente da República, abrangendo o universo de 5.377 eleitores, entre aproximadamente 135 milhões de eleitores, mostra que a presidente do país contabilizou 36% das pessoas entrevistadas, vindo em seguida o candidato tucano, com 20%, e logo após vem o ex-governador de Pernambuco, com 8%. No levantamento anterior do mesmo instituto de pesquisa, os aludidos candidatos contavam, respectivamente, com a preferência de 38%, 20% e 9%. A pesquisa mostra ainda que, somadas as intensões de voto dos adversários da petista, o resultado atinge igualmente os 36% dados à presidente, que é candidata à reeleição. A pesquisa em causa trouxe importante revelação quanto à disputa em caso de segundo turno, em que o candidato tucano aparece empatado, tecnicamente, com a candidata petista, indicando que o quadro político pode mudar a todo instante. Não obstante, sabe-se que o candidato poderá vencer a eleição, no primeiro turno, se conseguir mais votos que a soma de seus rivais. Essa pesquisa se revela importante por ter sido realizada após o início oficial da campanha eleitoral, no último dia 6, quando começaram os comícios, as propagandas na rua e na internet e demais atividades pertinentes à campanha. Nessa pesquisa, 14% dos entrevistados disseram não saber em quem votar ou que não responderam, enquanto 13% declararam voto em branco ou nulo. A pesquisa também mostra que a administração da presidente do país tem queda na sua aprovação, passando de 35% para 32% da preferência dos eleitores, que considera o governo como "bom" ou "ótimo", enquanto 38% e 29% disseram, respectivamente, que o governo petista é “regular” e "ruim" ou "péssimo". Esse fato bem demonstra que a realização da Copa do Mundo não foi bom negócio para as pretensões da administração petista, com a revelação desfavorável das intenções de voto à sua candidata à reeleição, que agora vai ter que se virar nos “trinta” para encontrar algum argumento para justificar a incompetência e a falta de realizações do governo, porque até mesmo a surrada alegação da distribuição de renda, mediante o programa do Bolsa Família, única realização alegada por ele, não mais funciona para mostrar capacidade para continuar administrando o país tão carente de outros relevantes programas de governo, principalmente com o peso de maior importância para o país, como maciços investimentos em obras de impacto e a reformulação das estruturas do Estado, como instrumentos capazes de propiciar o tão esperado progresso da nação. Agora, não deixa de ser estranho que, mesmo havendo notória unanimidade das pessoas que recriminam a gestão petista, o resultado da pesquisa revela praticamente cinquenta por cento favoráveis à sua continuidade. É induvidoso que a insatisfação é enorme e visível nos segmentos sociais, possivelmente à exceção dos beneficiários do Bolsa Família, que se agarram às arraigadas convicções de que esse programa é obra exclusivamente petista. As pessoas esclarecidas sempre se surpreendem com a divulgação de pesquisas ainda mostrando a liderança da presidente da República, por entenderem que ela não conseguiu fazer nada de novo e muito menos de extraordinário para merecer tamanho crédito de confiança, salvo daqueles que ainda acha que o Bolsa Família é a única salvação da lavoura, ou seja, do seu governo, quando a nação tem outras e importantes prioridades que sequer foram pensadas, a exemplo das reformas estruturais do Estado, cuja imobilidade e inércia são responsáveis pelos gargalos que emperram o desenvolvimento econômico e social do Brasil. O governo petista é considerado sofrível, conforme mostra o desempenho desastroso da economia, com a inflação em alta, o acanhado resultado do Produto Interno Bruto, o descontrole das contas e das dívidas públicas, os juros nas nuvens, o escrachado e vergonhoso fisiologismo, mantido no seu governo para angariar apoio político, como forma de perpetuação no poder, entre tantas mazelas que a população não suporta nem ouvir falar da incompetência gerencial do país. Como se pode ainda ter confiança nesse governo que não fez uma obra importante senão em Cuba, existem enormes carências de infraestrutura dentro de casa? Veja-se que as obras de transposição do Rio São Francisco se arrastam entre injustificáveis abandonos, atrasos e superfaturamentos e não têm fim. A Petrobras é outro modelo de gritante incompetência, cujo patrimônio se esvaiu pelos ralos, entre atos de corrupção e de gerenciamento questionável, a exemplo da operação Lava-Jato da Polícia Federal, da aquisição, nos EUA, de refinaria sucateada e a preço superfaturado, da ingerência e do aparelhamento da estatal, em clara evidência de plena contrariedade aos princípios da legalidade, dignidade, eficiência e economicidade. Causa perplexidade que, diante de tantas deficiências e precariedades, a presidente do país ainda seja contemplada com intenções de voto que não correspondem em absoluto, à vista das evidências, a realidade do desempenho da sua gestão, que é visivelmente lastimável, sob a ótica da competência e da eficiência. Só pode ser o fim dos mundos que as pesquisas sejam capazes de revelar exatamente o contrário do pensamento da sociedade brasileira, salvo se elas estejam sendo realizadas em redutos que não reflitam o exato sentimento dos brasileiros. A população precisa se despertar da letargia tão prejudicial à verdadeira sensibilidade de brasilidade e de cidadania, com vistas a enxergar a realidade da administração do país, na forma real como ela se apresenta, que não pode continuar sob o domínio da incompetência e da inépcia quanto à consecução das transformações estruturais e das realizações de obras de impacto, além do desleixo com relação à fiel observância aos princípios da moralidade, do decoro, da legitimidade e da honorabilidade na gestão dos recursos públicos. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 18 de julho de 2014

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Salário exagerado e absurdo

As injustificáveis e humilhantes derrotas nos jogos da semifinal e do terceiro lugar da Copa do Mundo certamente não foram as únicas causas da demissão do técnico da Seleção do Brasil, mesmo por que a Confederação Brasileira de Futebol nunca foi de primar pelo rigor na seriedade no âmbito dessa entidade, a exemplo da continuidade da administração entre integrantes do grupo predominante, que certamente contribuiu para o caos no futebol brasileiro. Também teria influenciada a defenestração da comissão técnica a “bagatela” salarial paga somente ao comandante, o todo-poderoso treinador, que custava à entidade o valor de R$ 1,5 milhão por mês, compreendendo R$ 900 mil líquido de salários e o restante de encargos trabalhistas. Trata-se de valor absolutamente incompatível com o mero cargo de treinador de uma seleção de futebol, mesmo que ela já tenha sido afamada, por ter conquistado cinco títulos mundiais, em condições isoladas, mas, por esse valor, ela, no mínimo, deveria estar imunizada contra qualquer vexame dentro de casa e muito menos poderia ser surrada por goleada sequer impensável para uma seleção de respeito. Não há dúvida de que a questão salarial deveria se restringir no âmbito da qualificação envolvida no negócio, independentemente do glamour atribuído à Seleção do Brasil. À toda evidência, trata-se de enorme exagero o técnico de futebol, por mais gênio e diferenciado que ele seja, faturar o astronômico valor de R$ 900 mil líquidos por mês, o equivalente a R$ 30 mil por dia, para treinar, quando muito, duas horas por dia, somente na fase em que a seleção se encontra convocada, ficando o resto do tempo disponível para viajar o mundo como olheiro de jogos e jogadores, ou seja, praticamente o técnico da Seleção Canarinha embolsa uma grana preta para nem quase trabalhar e mesmo assim seu faturamento é de causar inveja aos maiores empresários do mundo, que investem recursos, para terem lucro. Tratando-se do cargo mais cobiçado do futebol mundial e que todos os técnicos, menos o atual técnico do São Paulo, fazem qualquer negócio para aparecer como o mais capacitado, principalmente pelo status de dirigir o que se convencional serem os melhores jogadores do planeta, o salário deveria ter por base critério justo e razoável, sem exageros, observada a realidade brasileira de que o salário mínimo do trabalhador, pai de família, com carga de trabalho semanal de 44 horas é de tão somente R$ 724,00. Eis aí a razão pela qual os clubes brasileiros estão completamente atolados em dívidas com a previdência, o FGTS, o Fisco, os jogadores, os bancos etc., justamente por esse disparate das contratações absurdas e fora da realidade de suas receitas, que são baseadas no desempenho nas competições, nas quais nem sempre há garantia de sucesso. Diante desses fatos, pode-se concluir que o futebol deveria ser administrado mediante a observância dos princípios empresariais, onde predomine o entendimento segundo o qual os custos nunca podem ser maiores do que as receitas, sob pena de haver prejuízo e contabilidade negativa a determinar a falência do empreendimento. Não há dúvida de que as atividades pertinentes ao futebol continuarão em situação falimentar enquanto persistirem as crônicas insensibilidade e irresponsabilidade dos dirigentes dos clubes, que ignoram completamente os comezinhos princípios econômicos sopesados na balança empresarial, cujo prato dos custos jamais deve superar o seu rival da receita. É evidente que os brasileiros torcem para que o novo técnico da Seleção verde-amarela tenha competência suficiente para superar o passado recente, que pouco contribuiu para o engrandecimento do futebol brasileiro, e que seja capaz de compreender o sucesso de um time de futebol dependente de muitos e especiais fatores, entre os quais não se incluem prepotência, arrogância e mediocridade, porque esses elementos já comprovaram que são incapazes de capacitar e qualificar os jogadores, a exemplo da lição mais autêntica que foi dada nesta copa, quando a comissão técnica tupiniquim assegurava, com a convicção de quem nadava em dinheiro, que o Brasil já estava com a mão na taça, dando a entender ainda a completa supremacia do futebol brasileiro e o atraso das demais seleções, quando o resultado demonstrou exatamente o contrário, ficando evidenciado que a Seleção brasileira contabilizou o pior dos resultados da sua centenária e gloriosa história. O certo é que o clamoroso fracasso do esquete verde-amarelo foi custeado a preço de ouro, cuja competência profissional ficou bastante distante dos salários milionários. Os dirigentes do futebol brasileiros poderiam assimilar a lição de que a nova comissão técnica deve ser remunerada tendo por base parâmetros razoáveis de salário, sem exageros capazes de distorcer a realidade do futebol, que serviria apenas como tentativa de justificar o insatisfatório trabalho, sem o menor resultado prático e convincente. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 17 de julho de 2014

Dispêndios absolutamente injustificáveis

A Copa do Mundo foi finalizada apenas com o reconhecimento dos turistas estrangeiros e da imprensa nacional e estrangeira quanto ao brilhantismo da sua organização e do seu funcionamento no Brasil, que foi muito além das expectativas, principalmente quando se temia a potencialização dos protestos e da ocorrência do caos nos eventos pertinentes. Todavia, nada do pior aconteceu e o país passou no teste da civilidade, que era o mínimo que poderia ter acontecido, porque não teria sentido o governo lutar bravamente para sediá-la e não ter demonstrado condições de garantir a sua realização nos padrões Fifa. Na verdade, trata-se de empreendimento quase efêmero, com megacusto além da realidade brasileira, que não compensaria se fosse avaliado o custo-benefício da sua implementação, em termos de atendimento ao interesse da sociedade, principalmente a classe periféricas dos grandes centros, menos aquinhoada, que não terá qualquer participação nos megalomaníacos estádios, cujas obras inerentes às construções e reformas foram realizadas à custa de bilhões de reais desviados dos cofres públicos, que nem seriam recompensados se a seleção Canarinha tivesse representado com dignidade o país. O certo é que a copa se foi, mas ela deixa importante lição de que o evento teve o significado de satisfazer o ego de políticos inescrupulosos que menosprezam os reais interesses da sociedade e os princípios fundamentais da administração econômica e financeira, quanto ao conceito determinante de que os recursos públicos somente devem ser aplicados em atendimento à satisfação do interesse da sociedade, que não é o caso dos projetos eminentemente de interesse privado da Copa do Mundo, cujo principal beneficiado é a todo-poderosa Fifa, que arrecadou montanhas de dinheiros livres de tributos e os transportou para a sua sede na Suíça, enquanto o povo brasileiro vai continuar na mesma situação anterior à copa ou ainda em condições piores, porquanto os “minguados” recursos destinados aos estádios não retornarão mais às finalidades sociais e muitas obras carentes jamais serão providenciadas. Com absoluta certeza, o povo não precisava de copa nem necessita de Olimpíada, ou seja, o Brasil não queria, por sua evidente inutilidade, perda de tempo, produtividade e negócio, com a sua paralisação e principalmente pela falta de atendimento às necessidades do povo. O país precisa, com urgência, proporcionar dignidade para o seu povo, mediante a prestação de assistência médica igual à que o ex-presidente petista recebe quando adoece, não tendo que ser atendido em macas e cadeiras nos corredores de hospitais, morrendo por falta de atendimento; o direito de ir e vir sem ser assaltado, estuprado, assassinado, atropelado, sequestrado, violentado; o devido cuidado das estradas que evitem a destruição de vidas e patrimônio; a existência de portos, aeroportos, ferrovias, hidrovias e infraestrutura em condições de atender a demanda do progresso do país; a prestação de ensino público de qualidade, com dignificação e respeito aos professores e escolas seguras e modernas, equipadas com tecnológica de ponta; a prestação de serviços públicos essenciais funcionando com eficiência e qualidade, sobretudo com remuneração digna ao funcionalismo público; o funcionamento da Justiça com celeridade; a permanente atualização do regramento jurídico, de modo que a sociedade possa se beneficiar dos conceitos da modernidade e que sejam eliminados os privilegiados indevidos e injustificáveis; a proteção de suas riquezas contra o locupletamento e a distribuição do patrimônio nacional entre apaniguados e ditadores de países comandados por ditadores contrários aos princípios democráticos; o combate à corrupção; a punição aos corruptos e dilapidadores de recursos públicos; o rigoroso combate à criminalidade e ao narcotráfico, que são responsáveis pela perdição da sociedade, sobretudo, a juventude, com a liberdade do tráfico de drogas; a priorização das políticas públicas, mediante a implantação de gestão competente, eficiente e responsável, com a observância dos princípios da ética, moralidade, economicidade, legalidade e honestidade, como verdadeira e capaz maneira de colocar a administração pública no seu correto rumo, do qual jamais deveria ter sido desviado, não fosse o desperdício de excelentes oportunidades de avanço no sentido da modernidade e do progresso, justamente por não terem sido evitados compromissos alheios aos reais interesses da sociedade e da nação, a exemplo dessa famigerada Copa do Mundo, que poderia ter sido realizada em qualquer país, menos no Brasil, cujos resultados certamente teriam sido muito mais vantajosos para os brasileiros, com a economia de recursos jogados pelos ralos da incompetência e da má gestão, e até mesmo para a própria Seleção Canarinha, que teria se beneficiado da ausência da terrível cobrança das autoridades e da população pela conquista do título, em razão de jogar em casa e ainda ser obrigada a reparar o desastroso resultado da copa de 1950, quando ela foi derrotada em pleno Maracanã. Não se pode dizer que a copa foi coroada de êxito, em especial porque o seu legado é absolutamente insignificante para a população, que não se beneficiou em nada dos estádios preparados para ela, os quais continuarão bem distantes do povo e este ainda continuará não tendo serviços públicos suficientes e de qualidade. A sociedade tem o dever cívico e patriótico de se conscientizar sobre a maneira correta de aplicação dos recursos públicos, uma vez que os administradores públicos já demonstraram, de forma cabal, que desprezam completamente esse comezinho conceito da execução da despesa pública; de mostrar aos homens públicos a postura adequada e correta como se deve gerenciar o patrimônio dos brasileiros; e de, em especial, eliminar da vida pública os maus políticos que somente enxergam o próprio umbigo, para o fim de satisfazer seus interesses e egos, a exemplo da absurda realização da Copa do Mundo, totalmente contrária à realidade do país, mas tinha por exclusivo escopo a satisfação de objetivos pessoais e partidários, cujos dispêndios foram completamente injustificáveis. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 17 de julho de 2014

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Abuso com recursos públicos

Com o fim da Copa do Mundo, é de total conveniência do interesse público que sejam colocadas em pauta, para discussão na campanha eleitoral que se inicia em seguida, de forma transparente e abrangente, as graves e cruentas questões que afligem, sobretudo, a sociedade, por interferir diretamente nas despesas públicas, que devem ser aplicadas com estrita observância aos princípios da parcimônia, economicidade, razoabilidade e legitimidade. Nesse contexto, um fato sobressai e exige especial e urgente exame, por se referir às despesas inerentes aos injustificáveis benefícios, mordomias e regalias aprovados e concedidos aos ocupantes de cargos públicos eletivos, mas especificamente com os parlamentares, que não vêm mostrando não terem o menor pudor nem escrúpulo no esbanjamento dos dinheiros dos bestas dos contribuintes. Como se sabe, os parlamentares dispõem de verbas para tudo, inclusive para custear refeições suas e dos servidores de seus gabinetes. Essa esdrúxula prática é considerada normal, por se encontrar prevista em resolução aprovada pelos próprios senadores beneficiários, em demonstração de abuso com recursos públicos, que não sofrem qualquer restrição. Veja-se, por exemplo, o caso de um senador que decidiu homenagear seu pai e o fez oferecendo jantar de gala aos convidados, amigos e familiares, num restaurante de grife, que é classificado como um dos mais caros da capital do país, com rodízio por pessoa de R$ 105,00. No caso, o “jantarzinho” do papai teve o custo total, pasmem, de R$ 7.567,60, por conta dos cofres públicos, ou seja, dos tolos dos brasileiros. Causa estranheza que, além do abuso e da liberalidade com recursos públicos, os parlamentares sequer cumprem a exigência prevista na norma própria, por ter constado no documento do aludido senador apenas “refeições”, quando o regulamento aprovado pelo Senado Federal estabelece a obrigatoriedade da apresentação de "nota fiscal ou nota fiscal eletrônica ou cupom fiscal original, em primeira via, datada e com a completa discriminação da despesa, isenta de rasuras, acréscimos, emendas ou entrelinhas, emitida em seu nome". Outro senador, apreciador de comida japonesa, solicitou ao Senado reembolso de três contas de despesas realizadas em restaurante japonês, cada uma custando pelo menos R$ 1 mil, sob a justificativa de que os valores se referem à alimentação dos funcionários do seu gabinete, cujos gastos estão amparados nas normas próprias. Se no Senado, há essa liberalidade e abusividade com dinheiro público, na Câmara dos Deputados não é diferente, porque a normal permite idêntico tipo de despesas, onde igualmente há esbanjamento de despesas com alimentação, de preferência sob a especialização de frutos do mar, cujos gastos não se coadunam em absoluto com as condições de vida dos brasileiros e a realidade da economia do país. O certo é que cada senador tem direito a usar, por mês, a quantia de R$ 15 mil mais o equivalente a cinco passagens aéreas de ida e volta a seu Estado de origem, o que faz com que o valor seja diferente para cada parlamentar. No caso de um parlamentar da Paraíba, ele tem direito ao reembolso do valor de R$ 35.555,20, mensalmente. Segundo o Senado, não há regra delimitando o gasto específico com restaurantes e o parlamentar pode gastar até o valor total da cota com alimentação. Trata-se de mais um vergonhoso episódio demonstrando completo desprezo e desdém à dignidade que deveria haver com relação ao Orçamento da União, por parte dos homens públicos que deveriam dar o exemplo no zelo e na fiscalização dos dinheiros públicos, mas os abusos despontam por todos os lados e o pior com a aprovação deles, em atos suspeitos e viciados, por não corresponderem à legitimidade e a dignidade que se impõem na aplicação de verbas públicas. Compete à sociedade, em estrita obrigação cívica e patriótica, exigir dos homens públicos que os recursos públicos sejam despendidos sob a observância dos necessários princípios da parcimônia, transparência e legitimidade e que sejam extintos imediatamente os indecentes e injustificáveis mordomias, vantagens, benefícios que não condizem com a remuneração que os parlamentares devem constitucionalmente fazer jus, a exemplo do que ocorre com a remuneração dos demais servidores públicos, que se baseia apenas nos vencimentos específicos, sem as vergonhosas mordomias, regalias e demais verbas de representação. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 16 de julho de 2014

Críticas justas à incompetência?

Em editorial, o jornal Financial Times pede "choque de credibilidade" no Brasil, ao afirmar que, se o governo da presidente petista não mudar de rumo, as eleições presidenciais poderão acenar para mudanças, entre outras, na equipe econômica e a transformação do Banco Central em entidade independente, em eventual segundo mandato da presidente. O editorial não suaviza nas críticas à presidente do país, pelo fato estranho de ela haver projetado "uma aura tediosa da eficiência de Angela Merkel", mas a sua avaliação resulta em um trabalho mais parecido com comédia bufa, sem credibilidade. O jornal ressalta que "Os preparativos atrasados para a Copa do Mundo já envergonham o país, enquanto o trabalho para os Jogos Olímpicos de 2016 é classificado como 'o pior' que o Comitê Internacional já viu. A economia também está em queda. O Brasil, que já foi o queridinho do mercado, vê investidores caindo fora". No texto, consta que "O país precisa de um choque de credibilidade. Se Dilma não entregá-lo, as eleições presidenciais de outubro o farão" e que o Brasil enfrenta desafios imediatos, como o escândalo referente à compra pela Petrobras da refinaria de Pasadena, nos EUA, e o fornecimento de energia elétrica, após a recente escassez de chuvas. Em que pese o forte e duro tom empregado nas críticas, o jornal dá voto de confiança à presidente, dizendo que "Dilma Rousseff é conhecida por falar em vez de ouvir, mas há sinais de que ela mesma está reconhecendo as críticas. Fala-se que ela poderia dar independência formal ao Banco Central, em um segundo mandato (originalmente, uma ideia de oposição). Ela também pode recrutar o presidente do BC, Alexandre Tombini, para substituir Guido Mantega, o desafortunado ministro da Fazenda. Ambos os movimentos seriam bem-vindos". O texto finaliza pondo em dúvida a capacidade da mandatária do país, afirmando: "Saber se a senhora Rousseff que parece Merkel, mas resulta nos Irmãos Marx é realmente a pessoa certa para colocar o Brasil de volta aos trilhos é outra questão. Afinal de contas, sua primeira administração foi uma decepção. Mas, pelo menos, há sinais de que os mercados do país estão trabalhando como deveriam através da transmissão de uma preocupação generalizada e crescente. Estes estão agora começando a empurrar o debate político em uma direção favorável aos investidores. Isso só pode ser uma coisa boa". O ceticismo sobre a capacidade da gestão petista não é evidenciado somente por parte dos especialistas brasileiros, a exemplo do Financial Times, que, no alto da sua competência e credibilidade, faz duras críticas contra a presidente brasileira, dando a entender que ela contribuiu para desarranjar e desorganizar a economia do país, com as ineficientes políticas fiscais, que resultaram na queda da economia; nas contas públicas fora de controle; nos juros beirando as nuvens; no descomunal crescimento da dívida pública, em razão dos gastos descontrolados; no desempenho raquítico do Produto Interno Bruto – PIB; na falta de competitividade da produção nacional; e principalmente na debandada do capital estrangeiro, em virtude das sufocantes cargas tributárias, dos injustificáveis encargos previdenciários, da inexplicável burocracia, entre tantos gargalos que não têm sido capazes de sensibilizar o governo para a premência das reformas estruturais que seriam suficientes para solucionar os notórios entraves que jamais existiriam num país cujos governantes tivessem o mínimo de sensibilidade política e responsabilidade administrativa, para perceberem que os mecanismos retrógrados e obsoletos resistem ao tempo e fazem estragos no sistema econômico, contribuindo perversamente para o subdesenvolvimento da nação. Urge que a sociedade se desperte para a triste realidade da administração do país, em especial no que diz respeito, entre outras precariedades, aos prejuízos que as políticas econômico-fiscais estão causando ao desenvolvimento nacional, e seja capaz de eleger alguém que tenha capacidade de estadista com qualificação e capacitação suficientes para implementar as reformas estruturais necessárias ao crescimento social, político, econômico e democrático. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 16 de julho de 2014

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Vaias: desaprovação da sociedade?

Embora tenha sido a principal autoridade brasileira no Maracanã, a presidente da República passou quase despercebida nas duas horas do jogo da final da Copa do Mundo, realizado entre Alemanha e Argentina. Ela ficou todo tempo escondida no palanque das autoridades e somente deu o ar da graça quando foi obrigada a fazer a entrega da taça ao capitão do time campeão, em cumprimento ao ritual da Fifa, mas a aparição dela no telão se resumiu a apenas fração de segundos, muito mais rápido do que a passagem de um cometa. A imagem da petista foi bastante veloz, como se ela não pudesse ser exibida, porque, incontinenti, apareceu o gramado no telão, como despiste estratégico, em combinação com o governo brasileiro depois das vaias e dos xingamentos que a presidente recebeu no jogo de abertura do Mundial, no Itaquerão, quando ela foi alvo de xingamentos por milhares de pessoas sempre que aparecia no telão. Desta vez, a tática de esconder a presidente funcionou somente até a cerimônia de premiação dos alemães, porque ela foi obrigada a entregar a taça e o fez muito rápido, mas não conseguiu evitar que as vaias surgissem dos brasileiros presentes ao estádio. Pouco antes de o capitão da Alemanha erguer a taça de campeão, o Maracanã fez um imenso silêncio, mas, em seguida, quase todas as pessoas do estádio que falavam português a mandaram-na para lugar inapropriado.  Não resta a menor dúvida de que essa forma de tratamento é totalmente recriminável e inaceitável, principalmente em se tratando da liturgia do cargo exercido por ela de presidente da República do país, que merece absoluto respeito. Não é que os atos contrários aos interesses da sociedade não devem ser repudiados, mas há forma elegante e adequada para se expressar quanto à desaprovação de determinada atitude ou conduta. No entanto, é bem possível que a forma como ela administra a nação, em dissonância com o princípio republicano de comandar o país, por privilegiar algo que não condiz com a vontade popular – pelo menos da população mais esclarecida e cônscia da sua cidadania -, pode servir para desagradar parcela significativa da sociedade, que vê em situação como essa a forma de manifestar a sua insatisfação com o desgoverno. Ainda bem que a presidente da República se esconde, nos estádios, do público que ela dirige, evidenciando, de forma cristalina, a rejeição da sociedade à sua forma de administrar país, em especial com relação à decisão de ter assumido o compromisso com a realização da Copa do Mundo no Brasil, quando, na origem, havia prometido que a construção e as reformas dos estádios seriam com recursos privados, mas foram utilizadas verbas dos bestas dos contribuintes, cujos empreendimentos jamais deverão satisfazer às necessidades da população, que continuarão na mesma miséria de quando se encontrava antes da copa. Se a presidente do país se esconde da população que vai ao mesmo estádio é porque ela sabe perfeitamente que não está satisfazendo condignamente os interesses do povo, principalmente por dar prioridade à realização da copa, que passa ano-luz das carências dele, conforme ficaram evidentes quando das manifestações das ruas, acontecidas em junho do ano passado. Dificilmente o governante cônscio de suas responsabilidades constitucionais e legais e estando cumprindo rigorosamente os programas e as políticas públicas em sintonia com os anseios da sociedade se esconderia de seus súditos, por não ter vergonha ou indignidade a serem encobertas. Ao contrário, ele faria questão de aparecer e marcar presença junto do seu povo, justamente orgulhoso e altaneiro para ser aplaudido e ovacionado pelo sucesso do seu trabalho. No caso da presidente petista, a sua passagem pelo governo é marcada por muita corrupção, a exemplo dos afastamentos dos ministros, por suspeitas de corrupção, do escândalo da Petrobras, evidenciado nas apurações da operação Lava-Jata da Polícia Federal, além da compra de refinaria sucateada, a preço superfaturado, das espúrias e inescrupulosas coalizões de governabilidade, sustentadas pela entrega de ministérios e empresas estatais a aliados, em troca de apoio político visando exclusivamente à perenidade no poder, entre outras precariedades e ilegalidades que não condizem com os princípios republicano e democrático, principalmente por resultarem em cristalinos prejuízos às causas nacionais. O certo é que o povo não aguenta mais a forma como o país está sendo administrado, que têm sido levadas em conta as prioridades pessoas e partidárias da classe dominante, com a finalidade de se manter no poder e de se beneficiar dele, não importando os fins empregados para o atingimento dos meios, em contraposição aos interesses da sociedade e do país. O povo tem que se unir aos propósitos daqueles que tiveram a oportunidade de se manifestar nos estádios, para dizer à presidente do país que as mudanças somente no que diz respeito à distribuição de renda, sabidamente com viés eleitoreiro, não satisfazem à plenitude da população, porque a mandataria da nação precisa saber que existem graves e pletoras dificuldades no país que exigem a consecução de medidas urgentes, a exemplo das reformas estruturais do Estado, compreendendo a diminuição da escorchante carga tributária; dos desmedidos encargos previdenciários; da pesada e inoperante máquina pública, com incontroláveis e inúteis ministérios; das insuportáveis contas e dívidas públicas; do anacronismo do SUS, que gasta muito, mas é ineficiente; do gargalo que impede a competitividade da produção nacional; e de uma séria de outros entraves que contribuem, de forma preponderante e decisiva, para o subdesenvolvimento socioeconômico do país. A população tem o dever cívico de se despertar sobre a urgente necessidade de avaliação sobre os reais prejuízos causados à nação pela atual gestão dos recursos públicos, como forma de adequá-la aos princípios científicos da eficiência e da eficácia, sob pena da continuidade do processo de subdesenvolvimento socioeconômico do país, digno não somente de vais e xingamentos, mas de veementes descrédito, repúdio e recriminação da sociedade em geral. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 15 de julho de 2014

terça-feira, 15 de julho de 2014

Vielen Dank, Seleção Alemã

Felizmente, a tragédia ocorrida com a Seleção verde-amarela na Copa do Mundo pode ter explicação natural e mais do que plausível, ante a idêntica situação catastrófica que permeia a administração do país, causada pela notória precariedade da prestação dos serviços públicos, afetados pela falta de priorização das políticas públicas e pelo desprezo aos princípios da moralidade, economicidade, competência, legitimidade e transparência, em evidente desdém aos conceitos de zelo e responsabilidade do administrador público com a res publica, por haver descumprimento do dever constitucional de cuidar e agir em consonância com os compromissos assumidos politicamente. Não é novidade que o governo, mentor do aludido evento, garantidor da sua organização e responsável pelas reformas e construção dos megalomaníacos estádios, com recursos públicos, já havia planejado e deliberado, exatamente na fase do seu nascedouro, que iria usar o sucesso do empreendimento na campanha da reeleição da candidata petista, como forma de tirar proveito da gloriosa trajetória da Seleção brasileira, como se o desempenho dela devesse ser atrelado à administração do país e que a sua contribuição fosse fundamental para as conquistas políticas, ainda que ambos os casos sejam completamente dissociados. Como foram constatadas na última pesquisa DataFolha, as intensões de voto para a presidente teriam sido aumentadas em razão do bom funcionamento da copa e, por conta disso, os marqueteiros da campanha já contavam como certo que a presidente estava sendo preparada para aparecer nos programas eleitorais repleta de entusiasmos, vangloriando-se aos quatro cantos, por ter sido responsável pelo êxito da copa e das conquistas do esquete nacional. Na verdade, quem conhece o PT, sabe perfeitamente que a realização desse importante evento tinha por finalidade justamente mostrar algo que o governo não conseguiu implementar na administração do país, qual seja, capacidade gerencial à altura das riquezas e potencialidades do Brasil, por não ter realizado nenhuma reforma sobre as estruturas do Estado, que são mais do que necessárias, principalmente nos setores tributário, político, econômico, fiscal, administrativo, trabalhista, tecnológico, educacional, previdenciário, infraestrutura etc., sem os quais não há como a nação se desenvolver social, política e economicamente, ante os entraves que emperram os mecanismos capazes de contribuir para o progresso nacional, que o governo os ignora e despreza. Não há dúvida de que, caso o governo tivesse conseguido mostrar competência na administração do país, principalmente com relação à prestação de serviços públicos de qualidade e à suficiência das necessidades básicas da população, no que diz respeito à eficiência e à satisfação do interesse da sociedade, nos programas e nas atividades pertinentes à educação, à saúde, à segurança, ao saneamento básico, aos transportes etc., não precisaria se desesperar em busca do possível sucesso da Copa do Mundo e muito menos do desempenho da Seleção Canarinha para atrelar à sua campanha à reeleição. Não há dúvida de que a Seleção Alemã, sem perceber ou pretender, acaba de prestar inestimável contribuição ao povo brasileiro com a vitória sobre o esquete brasileiro, evidentemente que não precisava tamanho massacre e ainda com requinte de crueldade, mas o simples afastamento do time do Brasil da final da copa teve o condão de quebrar o ímpeto do governo brasileiro de se apropriar indevidamente desse fato para associá-lo à campanha eleitoral da candidata petista, com o propósito de mostrar uma competência que somente inexiste no funcionamento da copa e não na gestão do país, a exemplo da situação crítica e complicada do desempenho da economia, com a inflação em alta, superando a meta do Banco Central; o descontrole das contas públicas; as taxas de juros nas nuvens; a incontrolável e altíssima dívida pública; a pesada carga tributária; o pífio resultado do Produto Interno Bruto – PIB; a continuada perda de competitividade dos produtos nacionais; a debandada do capital estrangeiro, que não suporta o famigerado e agressivo custo Brasil; entre outros entraves e precariedades administrativos que estão contribuindo, de forma preponderante e decisiva, para o subdesenvolvimento do país, que não merece padecer no torvelinho da crise de incompetência e ineficiência gerenciais, ante as suas potencialidades e riquezas de sétima economia mundial que, se aproveitadas com eficiência e capacidade administrativas, a nação certamente não estaria em condições tão precárias e sem esperanças de futuro promissor. Os fatos revelam à saciedade que, não fosse a impiedosa surra aplicada à Seleção Canarinha pelo eficiente time alemão, a quem os brasileiros têm preito de eterna gratidão por essa façanha, o país teria enorme possibilidade de mergulhar de vez num processo trágico de subdesenvolvimento, por consequência de inevitável campanha de marketing governamental, mediante a apoderação dos benefícios resultantes do desempenho de outrem para mostrar capacidade que a presidente não conseguiu imprimir na administração do país, fato esse que denota, com inexorável clareza, a sua falta de condições para continuar administrando a nação com a grandeza do Brasil, que não pode depender de fatos inusitados e absurdos como esse da Copa do Mundo para o seu gerenciamento. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 14 de julho de 2014

segunda-feira, 14 de julho de 2014

O legado da Copa do Mundo

É evidente que o Brasil não foi vítima trágica dos deuses do futebol, que jamais teriam coragem de tramar tamanha crueldade para com quem sempre foi o mais fiel dos amantes do futebol arte e que nunca deixou de merecer o reconhecimento por suas bravuras e estripulias em nome dos melhores artistas da bola. Se o futebol brasileiro não foi brilhante e premiado é porque realmente ele deixou de ser o melhor, o mais notável entre os melhores, mas a prepotência de alguns pode ter contribuído para a maior punição já imposta a quem se achava o suprassumo dos gramados. Trata-se de momento de mediocridade e de incapacidade competitiva, ou seja, da patente fragilidade, embora insistisse em reconhecer a sucumbência diante de quem soube se organizar, de forma adequada, para competir com a eficiência que se exige o futebol moderno e atual, que destoa da prepotência, a incompetência e a arrogância, demonstradas pela comissão técnica tupiniquim, que, mesmo antes do início da competição, já tinha a certeza, e isso era apregoado aos quatro cantos, que o título era favas contadas, em claro menosprezo aos demais competidores, que, ao contrário, mostraram humildade e competência durante o desenrolar dos jogos, enquanto a Seleção do Brasil não passou de um bando de jogadores mal treinados e desorganizados em campo, demonstrando tão somente uns despreparados e um conjunto de atletas expostos à própria fragilidade imposta pelos (ir)responsáveis pelo futebol brasileiro. A trágica derrota para o Uruguai, em 1950 ainda ressoa na consciência até mesmo dos brasileiros que nem tinham nascidos, mas a patética e humilhante perda do jogo para a Alemanha terá o condão de gravar no coração e na mente desta geração uma lição que jamais será esquecida, ficando registrada como a pior vergonha e humilhação que o povo pode sentir - com o time jogando em casa e apoiado pelos brasileiros - principalmente para quem sempre incute a fama de que em algum tempo ter sido considerado o melhor de todos, sendo os outros apenas os outros mesmos, fato que contribui para que a alma do brasileiro nunca mais tenha paz, pela destruição do orgulho e da beleza construídos pelos eternos atletas da geração de ouro do futebol brasileiro, que se eternizaram por sua competência e capacidade de superação que faltaram aos nossos atuais jogadores, que se perderam em amontoados esquemas totalmente desatualizados e ultrapassados, que não conseguiram acompanhar a verdadeira evolução do futebol moderno, de conjunto, praticado noutros gramados. Não há dúvida de que o fracasso do esquete canarinho acena para a necessidade de profunda reflexão sobre o estágio do futebol brasileiro, de modo que o significado das acachapantes derrotas seja motivo de urgente reformulação dos conceitos sobre a precariedade existente não somente no futebol, mas, sobretudo, na administração pública do país, que ainda não percebeu que as políticas públicas estão distanciadas da verdadeira realidade dos brasileiros, principalmente quanto à suficiência da prestação dos serviços públicos, que padecem de quantidade e qualidade. O que importa, enfim, é que os desastrosos resultados da seleção podem contribuir para a conscientização sobre a urgente necessidade de ser preciso reinventar o Brasil no seu conjunto, compreendendo reformulação dos conceitos social, político, econômico e também futebolístico, de modo que seus objetivos de progresso se tornem mais vigorosos e que os projetos sonhados de otimismo possam se tornar realidade, não somente no futebol, mas especialmente na vida dos brasileiros, ante as riquezas e potencialidades econômicas e sociais do país. Convém que se acredite que o Brasil tem condições e potencialidades capazes de tirar proveito do caos para o soerguimento de seus objetivos de superação e de conquistas, desde que esteja seguro de que as derrotas devem ser apenas lição para a edificação do projeto de reconstrução dos princípios capazes do entendimento sobre as deficiências que levaram à ruína e às tristezas imprevisíveis. É verdade que a mediocridade demonstrada pelos políticos, a corrupção pública e privada, a extinção de critérios de valor, a violência predominante nos centros urbanos, a desconfiança quanto ao futuro, às incertezas quase generalizadas e tantas outras precariedades e desesperanças contribuam para que os brasileiros se conscientizem sobre a necessidade de se avaliar sobre o futuro do país sendo administrado por políticos que já demonstraram claramente seus objetivos tão somente sobre a perenidade no poder, não medindo esforços quanto às alianças espúrias e inescrupulosas, envolvendo a distribuição de cargos públicos dos ministérios e das empresas estatais, como forma de garantir apoio político, notadamente com relação a alguns minutos do horário eleitoral, como se isso e somente isso fosse mais importante do que os interesses da sociedade e do país. É estranho que, diante da humilhação da Seleção Canarinha nos gramados brasileiros, a presidente da República demonstre interesse em reformular apenas o futebol, que diz respeito à iniciativa privada, quando ela deveria se preocupar essencialmente com a reformulação das estruturas do Estado, tão carente de reformas, aperfeiçoamento e modernização, como forma de funcionar em conformidade com os princípios científicos da competência e da eficiência. Compete aos brasileiros a urgente conscientização de que o país padece dos princípios fundamentais da dignidade e do respeito à competência e à eficiência, em todos os segmentos, não importando a sua penetração na prática desportiva ou na administração do país, que simplesmente patina no lamaçal da incompetência e da ineficiência da gestão dos recursos públicos, notadamente no diz respeito às ausências de prioridades das políticas públicas, que não podem se restringir somente à distribuição de renda, que tem visível viés eleitoreiro, como se os demais programas de governo não tivessem nenhuma importância para o desenvolvimento da nação. O legado da Copa do Mundo acena com clareza para urgente necessidade de reformulação dos conceitos da sociedade, quanto à forma da atuação política e sobre a necessidade da exigência do atendimento de seus direitos de cidadão e das estruturas do Estado, compreendendo os sistemas tributário, administrativo, trabalhista, fiscal, político, previdenciário etc., com passagem no modelo futebolístico, que não pode ficar estático no tempo, como forma de integração do país à verdadeira modernidade já alcançada pelas nações desenvolvidas. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 13 de julho de 2014

domingo, 13 de julho de 2014

Oportunistas contradições e incoerências

Em seguida aos xingamentos à presidente da República, na abertura da Copa do Mundo, o ex-presidente da República petista não teve dúvida em culpar a “elite” pelo desrespeito à maior autoridade do país. Os petistas passaram a defender discurso que dividia o eleitorado entre “nós”, o “povo”, o PT, o governo e seus aliados, contra “eles”, a “elite branca” e os adversários políticos. O ex-presidente insinuou sobre a existência de “ódio entre classes” fomentado pela “elite” com o respaldo da imprensa. Tão logo foram alertados sobre o grave erro tático, os petistas resolveram repaginar o discurso sobre o “mau humor” das elites, a começar pelo ministro da Secretaria Geral da Presidência da República e pelo ex-presidente, que, ao invés de atribuírem a ideia dos xingamentos apenas “às elites”, eles passaram a admitir que a reação contra a presidente e o PT se espalhou e que tanto o partido quanto o governo tiveram sua parcela de responsabilidade para que isso acontecesse, porque não houve o devido combate quando as acusações da mídia estavam no auge. O ministro se antecipou para apontar a direção oposta, quando disse que a insatisfação já chegou às parcelas importantes da população e que o PT tinha errado no diagnóstico. Em seguida, o ex-presidente voltou atrás, para admitir que o PT teve culpa por não “cuidar disso (do clima de insatisfação) com carinho”. Foi o suficiente para os dirigentes petistas se ajustarem e passarem a acompanhar o novo discurso do ex-presidente, justamente para se evitar que o estrago à campanha da reeleição da presidente tivesse maior proporção. O líder do PT no Senado Federal disse que “Não temos conseguido fazer um debate político. Ficamos apanhando muito tempo sem responder adequadamente. Isso inclui o PT, o governo e tudo mais”, que também entende, em face de resultado de pesquisa, que a insatisfação é difusa, não tem motivos objetivos, partiu da elite, mas chegou às camadas mais populares da sociedade, tendo concluído que “O diagnóstico está concluído. Agora estamos fazendo o debate que não fizemos”. Já o vice-presidente do PT e responsável pela ação do partido nas redes sociais, disse que é importante não deixar acusação sem resposta, porque “Durante um bom período aguentamos calados todos os ataques que sofremos. Nossa luta agora é para resgatar a imagem”. O certo é que os fatos sobre o desempenho do governo petista são realidade que os caciques do PT sempre desdenharam e menosprezaram, por se sentirem suprassumo e onipotente, estando acima de todas as coisas, inclusive de censura e críticas sobre o conjunto da obra, que tem sido muito maléfica aos interesses públicos e bastante magnânima às causas do PT, que incorporou no governo o sentimento de supremacia e de insuperação quanto à gestão implantada no país, que tem por exclusivo objetivo a perenidade no poder, não importando os fins empregados para o atingimento de seus objetivos. Veja-se que a cúpula petista tem motivos para preocupação, no momento, porquanto, em conformidade com pesquisa CNI/Ibope, a avaliação positiva do governo é de tão somente 31%, que se associa à rejeição à pessoa da presidente do país ao patamar histórico de 43%. À vista da possível constatação sobre o descontentamento em relação à gestão petista, os dirigentes da agremiação, mesmo com enorme dificuldade, estão sendo convencidos a assumir a culpa por insucesso do governo, que, à toda evidência, não conseguiu agradar senão aos beneficiários do mais famoso programa Bolsa Família, que tem sido o esteio político do PT, sob o velho e surrado argumento da distribuição de renda, quando, na verdade, não passa de puro assistencialismo em troca de votos. Não há dúvida de que a crise instalada entre os cardeais petistas demonstra a falta de sintonia do discurso em defesa do governo, deixando clara a dicotomia apregoada pela liderança partidária de “nós”, os gênios intocáveis, contra “eles”, a elite branca, que, segundo o petismo, se opõe aos seus planos de eterna dominação. Ao que tudo indica, as constantes contradições da cúpula petista, agora evidenciadas, nada mais são da certeza de alguns de que o fim se aproxima, à vista das manifestações da população, que não suporta mais a falta de governança do país, cercada de muita incompetência e corrupção. Convém que a sociedade seja capaz de afinar, com a máxima urgência, não somente seu discurso com repúdio ao desgoverno, mas, em especial, a sua atitude contra os homens públicos que se profissionalizaram e se especializaram na política, aproveitando-se das conveniências e das oportunidades, para exclusivo beneficiamento de seus interesses ou de seu partido, em cristalino prejuízo das causas nacionais e da sociedade. Acorda, Brasil!   
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 12 de julho de 2014

sábado, 12 de julho de 2014

Moralização, ainda é possível?

Em discurso à militância do PT, o ex-presidente da República petista pediu engajamento dela para "moralizar a política" e resgatar sua imagem perante o povo brasileiro. Ele disse que "Aos olhos do povo parece que todo mundo é igual. Parece que todo mundo é bandido". Na avaliação dele, a política passa por momento de "muito descrédito e aos olhos do povo parece uma coisa vergonhosa. A verdade é que nós precisamos de uma reforma política. Não podemos continuar nessa situação de organização partidária em que nós nos encontramos".  O petista classificou de "necessária e urgente" a reforma política, que é preciso conquistar a juventude e despertar na população o sentimento sobre a importância de se fazer política: "Temos que dizer à nossa juventude que nós fazemos política que temos orgulho de fazer política e que temos orgulho do partido a que pertencemos. E se tiver alguma coisa errada, vamos tratar de acertar". Para o petista, quando a população não se envolve com a política, ela acaba sendo comandada por uma "minoria esperta. A desgraça de quem não gosta de política é que é governado por quem gosta. Negar a política é a pior coisa que pode ocorrer a uma Nação. Nós temos não só que gostar, mas que praticar política. Temos que ter orgulho daquilo que nós fazemos". Ao declarar que “parece que todo mundo é bandido”, o ex-presidente comete enorme iniquidade contra o povo, justamente porque não é todo mundo que é bandido. Na concepção clássica, bandido deve ser considerado somente aquele que não consegue trilhar no caminha da dignidade, honestidade e boa conduta perante a sociedade. O que dizer de quem fundou partido prometendo ser o mais ético do planeta, mas depois de conquistar o poder com base em promessas que foram abandonadas e que tinha por propósito a defesa dos interesses da sociedade, acabou mudando de ideologia com a empolgação nutrida pelo poder, tão grandiosa e descomunal que foi capaz de mandar a dignidade para o espaço, com a inobservância dos princípios da moralidade e da honestidade, dando preferência aos hábitos da corrupção com recursos públicos, a exemplo dos escândalos do mensalão e da Petrobras, que envergonharam profundamente os brasileiros e a nação; a promoção de alianças espúrias e inescrupulosas com a banda apodrecida dos políticos nacionais, que no passado mereceram, por parte dos petistas, os títulos de bandidos, picaretas, corruptos, ladrões e outros nomes incompatíveis com a nobre missão de representação popular; o indecente estímulo ao fisiologismo, com o loteamento entre os partidos da base de sustentação do governo de cargos de ministérios e empresas estatais, em escrachada negociata sob balcão de troca de cargos públicos por apoio político, tendo como pano de fundo a garantia da perenidade no poder, mediante procedimento completamente censurável e recriminável, por não se harmonizar com o conceito de moralidade no âmbito da administração pública; o inchamento da máquina pública, tornando-a totalmente ineficiente e inoperante, por ser administrada por pessoas desqualificadas e despreparadas para o exercício dos importantes cargos públicos; o sucateamento e a precariedade dos serviços públicos, reconhecidamente de péssima qualidade, ante a absurda carga tributária suportada pela sociedade, para a manutenção de serviço público incompatível com a grandiosidade e as potencialidades do país, que é considerado a sétima economia do mundo, mas a sua população, graças à bandidagem a que se refere o ex-presidente, é obrigada a ter serviços públicos sem qualificação, a exemplo das mazelas na educação, na saúde, nos transportes, na segurança pública, na infraestrutura e, enfim, nas demais políticas públicas, que não sabem o que seja prioridade, em termos de políticas governamentais. Não à toa que a população esclarecida e consciente sobre as verdadeiras precariedades pelas quais passa o país já não perdoa a total incompetência administrativa do país, cuja gestão só tem olhos para os programas assistencialistas, com a distribuição de bolsas famílias, como se somente isso fosse capaz de abonar os malfeitos e as omissões com relação à falta de reformas estruturais, aos investimentos de impacto, capazes de propiciar o desenvolvimento da nação, entre outras prioridades que são relegadas em nome do projeto político de perenidade no poder, para o qual são dedicados empenhos e esforços sem limites, não importando os meios empregados para o atingimento dos objetivos almejados. Nesse caso, diante das práticas contrárias ao interesse da sociedade, fica mais fácil entender a razão pela qual determinado partido se convence sobre a necessidade de mobilização para “moralizar a política”, cuja prática deve partir das suas lideranças, caso elas tenham a humildade de reconhecer as pletoras maldades perpetradas contra o interesse público e que foram capazes de contribuir para o completo descrédito capitalizado pela agremiação, que é considerada a mais corrupta da história republicana. Na verdade, compete aos protagonistas da degeneração dos princípios ético, moral e da dignidade, no âmbito da política partidária mostrar que realmente tem orgulho de fazer algo pelo país, mas de maneira honesta, em estrita observância aos princípios republicano e democrático, em harmonia com a decência e a dignidade. Para quem tem legado bastante nebuloso na política, principalmente com a sua aproximação à banda podre e execrável da política, com o exclusivo propósito de conquistar o poder e se firmar nele, é terrível se saber que, apesar dos pesares, esse político ainda é capaz de afirmação como essa: “Temos que ter orgulho daquilo que nós fazemos", o que demonstra real personalidade do político tupiniquim. A sociedade precisa se conscientizar sobre a urgente necessidade de moralização das atividades políticas e administrativas, de modo que os partidos que demonstraram completa infidelidade aos princípios ético, moral e da honorabilidade merecem o prêmio da eliminação das práticas político-partidárias, como forma de se purificar a administração pública, em benefício do interesse da população e do país. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 11 de julho de 2014