quarta-feira, 31 de março de 2021

O meu lindo casarão!

 

Outro dia, foram publicadas no Facebook algumas fotos do casarão do Sítio Canadá, em Uiraúna, Paraíba, local sagrado onde a “cegonha” fez entrega do principal invólucro, na minha concepção, já transportado por essa abençoada e divina ave ligada à história do nascimento do ser humano, evidentemente para quem acredita nessa milagrosa lenda, como eu.

Pois bem, é sempre motivo de forte emoção n´alma quando me deparo com a foto desse maravilhoso e sempre saudoso casarão, ao ver a porta de entrada do quarto, o primeiro à direita da foto, porque foi exatamente ali onde eu nasci, há pouco mais de 72 anos, quando me deparei, pela primeira vez com as caras mais lindas deste mundo, representadas por meus sempre amados pais, mamãe Dalila e papai Vaneir, a quem agradeço a Deus pela generosidade de terem me gerado, me posto no mundo, me criado, me alimentado, me cuidado e me orientado a viver da melhor maneira para a dignificação minha e do ser humano.

Pois é, foi ali onde Deus quis que eu aparecesse para o mundo, nascendo e me criando nesse eterno e majestoso casarão, que pertencia aos meus queridos avós maternos, Juvino e Úrsula, que me ajudaram com bons exemplos de cidadania e religiosidade, na criação e nos ensinamentos dos fundamentos das famílias tradicionais da época.

O meu sentimento, ao ver as fotos, foi de muita saudade dos bons tempos vividos com o aconchego e o carinho de meus queridos pais - que logo depois foram morar na cidade -, dos meus amados avós, tias e tios, lembrando da vida tranquila existente em verdadeiro ambiente de muito amor, com os ares especiais de esperança e sonhos, diante de todas as facilidades que eram propiciadas no seio das famílias bem estruturadas e tranquilas, onde reinavam a paz, a compreensão, o amor e tudo de maravilhoso, sem a menor preocupação com o futuro, porque este, como diz o ditado, a Deus pertence.

Na minha compreensão, aquele casarão tinha a representatividade de verdadeiro paraíso terrestre, tanto pelo convívio de sonhos e perene amor como pela ambientação do lugar, onde somente se permitia a respiração das coisas sagradas da natureza, com as mansuetudes da proteção divina.  

De um dos lados do casarão, ainda há o sereno e imponente açude, que era permanentemente depositário tanto de água límpida em abundância, a mais saudável que conheci, como de peixes sempre bem nutridos e ovados, verdadeiras delícias.

No outro lado, repousava altaneira a beleza natural do exuberante e impressionante sítio, verdadeiro pomar de muitas e variadas frutas regionais, das mais saborosas que a natureza era capaz de oferecer ao homem, como manga, de todos os tipos, caju, graviola, pinha, laranja, jaca, limão, goiaba, araçá, banana, coco, macaúba, pitomba, entre outras e ainda o principal produto, como a cana de açúcar, cuja matéria orgânica se transformava na rapadura, na batida, no alfenim, no melado, na garapa, enfim, o sítio era verdadeiro repositório de espécies das maravilhas da natureza, de encantamento permanente e extraordinário.

Nesse gigantesco paraíso, eu me permitia viver sob meu soberano comando o desfrute das belezas dadivosas da natureza, com a volúpia como se eu tivesse a certeza de que nada daquilo pudesse ter fim, mas a vida é exatamente assim, em que é preciso ser aproveitado ao máximo cada momento oferecido por Deus, para o usufruto da Sua generosidade, obviamente à medida do merecimento, como o que eu realmente tive a felicidade de viver e na sua intensidade de puro e despreocupado prazer proporcionado pela bondade somente imaginada no Olimpo dos deuses.

Na realidade, nada mais poderia ter sido tão maravilhoso, como se um belíssimo filme tivesse sido produzido especialmente para contar a minha vida de bonança e depois jogado fora o seu roteiro, para servir apenas de película imaginária transposta para a minha riquíssima e privilegiada memória, que ainda guardo os mínimos detalhes de cada cena rodada no meu lindo e saudoso casarão, onde prevaleceu a pura realidade, para mim.

Muito obrigado, generoso Deus, por ter concedido a mim tamanha primazia do privilégio do usufruto das maravilhas que somente eu conseguiria ali, exatamente como tudo aconteceu, no fantástico mundo que era real, mas certamente bem melhor se ele tivesse sido apenas objeto do imaginário.

Como é bom sempre reviver os tempos passados na infância, porque eles são lembrados para alegrar o coração e a alma.

Brasília, em 31 de março de 2021

terça-feira, 30 de março de 2021

O poder moderador?

 

Diante da reviravolta que acontece no comando das Forças Armadas, resolvi escrever o presente texto, que trata de uma das suas principais previstas na Constituição Federal, que diz com a discussão sobre a existência ou não do seu possível poder moderador.  

Em situação bastante inusitada, todos os especialistas do mundo jurídico e de outras áreas resolveram entender que as Forças Armadas não são poder moderador.

E, na verdade, nunca foram nem serão, caso em que isso não passa de mera falácia, talvez para tentar desviar o holofote da imprensa para outra direção, visto que as Forças Armadas, na forma da sua destinação constitucional, ex-vi do disposto no art. 142 da Lei Maior, que é, basicamente, a defesa da pátria, a garantia dos poderes constituídos e da lei e a manutenção da ordem pública, não se falando, em lugar algum, em nada de poder moderador.

Importa se ressaltar que jamais se ouviu de parte de integrantes do alto escalão das Forças Armadas afirmação diferentemente disso, visto que as suas funções são bastantes claras, na forma claramente definida no citado dispositivo constitucional.

Não se pode atribuir a elas nada que não esteja no figurino constitucional, conquanto o poder atribuído às Forças Armadas seja de maior relevância, quando diz que elas são mantidas para garantir a estabilidade dos poderes da República, o que significa a detenção de poder bem maior do que o mero agente moderador, que significa apenas a possibilidade de mediação entre partes em conflito, em discussão sobre possível desavença de poder ou interesses, onde se exige a presença da autoridade meramente moderadora.

É importante ficar bem claro que a Constituição reservou às Forças Armadas a autoridade de sublime relevância de poder garantidor de princípios nela elencados, à luz do disposto no já citado art. 142.

Não chega a causar surpresa se, nas circunstâncias, exigirem que as Forças Armadas passem a ser, por algum tempo, a quarta variável entre os poderes da República, evidentemente à margem deles, porém, nas circunstâncias, em condições de superioridade por força do poder garantidor inscrito na Constituição, que nem teria validade se elas se colocassem, nos casos excepcionais, em posição inferior aos poderes da República, porque, elas acabariam sem autoridade para o exercício das garantias mencionadas no aludido art. 142.

É evidente que, nessa circunstância de excepcionalidade, transmutam-se as Forças Armadas, em caráter momentâneo, de poder garantidor, não se submetendo a nenhum poder, nem mesmo ao mando do presidente da República, que, na normalidade, é o comandante-em-chefe delas.

Vejam-se que o presidente da República não pode, nesse caso excepcional, comandar as Forças Armadas, diante de o poder Executivo ser o principal causador do desequilíbrio ou do objeto da discussão a ser dirimida, onde se exige o seu afastamento do comando das Forças Armadas, enquanto não forem saneadas as questões em demanda.

Vejam-se que, nas circunstâncias, são as Forças Armadas que vão definir o momento exato e adequado para agir, evidentemente quando achar conveniente e de acordo com o interesse público.

 Conforme as circunstâncias, as Forças Armadas são obrigadas a agirem precisamente quando entenderem sobre a chegada do momento ideal para a garantia constitucional, nos termos e na forma previstos no art. 142 da Carta Constitucional. 

Nessas circunstâncias, após garantir o restabelecimento da ordem democrática, as Forças Armadas retirar-se-ão do cenário político, voltando a imperar o estado democrático.

Essa forma de atuação das Forças Armadas não se confunde nem com “golpe militar” nem com “intervenção militar”, porque a sua atuação apenas decorreu de norma prevista na Constituição, de modo a se permitir a plena garantia do ordenamento jurídico pátrio, com vistas ao restabelecimento da normalidade institucional.

Salve as Forças Armadas, em tempo de paz!

Brasília, em 30 de março de 2021

Na cabeça do presidente

 

O presidente da República promoveu surpreendente mudança no comando do Ministério da Defesa e isso pode simplesmente acarretar a imediata mudança nos comandos das três Forças Armadas, compreendidas pelos Exército, Marinha e Aeronáutica.

Em circunstâncias como essa, o comportamento ético sinaliza que nem precisa que o presidente do país exonere o conjunto representativo do alto comando das Forças Armadas, porque fica claro que a queda do principal comandante implica a saída do resto dos comandantes, como forma de limpeza da área, ficando o caminho livre para a implantação da nova filosofia de trabalho de incumbência desses órgãos.

A exoneração do ministro da Defesa deixou a tropa preocupada e alerta, tanto por integrantes da ativa como da reserva das Forças Armadas, porque isso sinaliza que o presidente do país deseja ter maior influência política nos quartéis, algo que ele não estava conseguindo até o momento.

Nas palavras de um interlocutor próximo do general exonerado, o presidente o pressionava por engajamento maior das Forças Armadas no governo, mas não encontrava ressonância aos seus anseios, porque havia preocupação nos comandos das Forças Armadas quanto aos movimentos de politização dos quartéis, que é algo que tem sido evitado com muito empenho, em especial pelo comando do Exército.

Desde algum tempo, o presidente não esconde a insatisfação com relação à permanência do comandante do Exército, porque ele, em novembro do ano passado, afirmou que os militares não querem "fazer parte da política, muito menos deixar a política entrar nos quartéis", afirmação esta que desagradou bastante o comandante-em-chefe, que gostaria muito de contar com o decisivo e declarado apoio das Forças Armadas aos seus projetos de governo, em todos os sentidos.

Diante disso, o vice-presidente da República, que é general, ressaltou que a política nos quartéis acaba com a disciplina e com a hierarquia, tendo afirmado que o comandante do Exército “verbalizou o nosso modo de pensar. Não admitimos política nos quartéis, pois isso acaba com os pilares básicos da instituição — a disciplina e a hierarquia".

Por seu turno, integrantes do alto escalão das Forças Armadas avaliam como perigosas as manifestações do presidente da República que possam estimular a quebra de hierarquia, que é um dos pilares fundamentais da organização dos militares.

O certo é que constantes manifestações do presidente do país têm causado grande mal-estar entre militares, a exemplo do seu discurso recente, quando ele disse que “O meu Exército não vai para a rua obrigar o povo a ficar em casa”, em contraposição às medidas restritivas sociais adotadas por governadores.

Não há a menor dúvida de que a mudança dos comandos das Forças Armadas é claro sinal de que o presidente do país tentou e não conseguiu implantar medidas de exceção, contrárias aos princípios republicano e democrático, mas compatíveis somente com a mentalidade dele, à vista das graves crises imperantes na saúde pública e no seu relacionamento com o Supremo Tribunal Federal e os governadores, mas não obteve o necessário respaldo delas, justamente porque, por certo, os militares ainda estão escaldados com as fortes lembranças do regime militar, que precisa ser esquecido, com a maior urgência possível.

Acontece que a mentalidade retrógrada, em termos políticos, do presidente do país se encontra vivamente atrelada aos sentimentos desse passado de muitos questionamentos, que já devia ter sido considerado página virada da história brasileira, exatamente porque o Brasil precisa progredir e se desenvolver também quanto aos princípios políticos e administrativos, o que não será possível quando se tem os olhos voltados para o passado que até pode ter sido importante, mas o Brasil se encontra em nova de fase completamente diferente de modernidade que precisa ser vivida com a sua verdadeira realidade e intensidade.

Conforme a nova estruturação das Forças Armadas, é possível que o presidente do país se entusiasme ao máximo e tente a implantação de medidas malucas e antiprogressistas, que ele tem na cabeça fervilhante de ideias cujas consequências só Deus pode adivinhar seus resultados, ao se imaginar que ele já implorou o apoio do povo para fazer estripulias e maquiavelismos, em conformidade com a vontade do povo.

Ou seja, ao que tudo indica o presidente brasileiro precisa contar com apoio do povo e o respaldo das Forças Armadas para revolucionar ao seu estilo estabanado de compreensão do que seja realmente correto, na linha apenas imaginada por ele, que já demonstrou que não segue orientação senão a dele mesmo, que já demonstrou completa falta de sintonia dela com a cartilha do preparado, equilibrado e inteligente estadista, na condução dos negócios do Estado brasileiro.

É bem possível que a presente reforma no âmbito das Forças Armadas pode suscitar surpresas bastantes desagradáveis, notadamente porque ela se esquadra precisamente na linha do sentimento perseguido pelo presidente do país, que entende que precisa fazer algo diferente, tendo por finalidade agradar seus fiéis seguidores, que vêm exigindo exatamente que ele demonstre autoridade no comando da nação, que é algo que ele, até aqui, não tem encontrado ressonância nos quartéis.

Não tenham a menor dúvida, senhores brasileiros, de que o futuro do Brasil é extremamente incerto, muito mais diante do estado de desequilíbrio emocional que permeia a mente do presidente do país, que pode ensejá-lo a enveredar por caminhos que não sejam os melhores para os destinos dos brasileiros.

Há a esperança de que o presidente se tranquilize e, antes de usar a caneta, conforme já foi ameado por ele, nenhum ato extravagante seja assinado por ele, sem o aval de pessoas sensatas, equilibradas e inteligentes, de modo a se permitir discutir prévia e precisamente as consequências dele, porque, depois de sancionado, só Deus para compreender as suas reais motivações e consequências.      

Brasília, em 30 de março de 2021

A força do voto

Vem circulando, nas redes sociais, postagem que mostra a cara do principal líder da esquerda brasileira com a imagem da sua cara caracterizada de horrível comodango, bem envelhecido e de aparência horrorosa.

Na mensagem, também constam expressões explicativas, como essa: “Da espécie ladrão livre. Exemplar da espécie CorruPTus, da sub-ordem dos Nihil. Sapientis Eternum, da classe operarius Fajutus.”.

Nada que vem do ser humano surpreende, na atualidade, mas, quando vejo uma imagem como essa, meu coração sangra, diante da clara evidência de insensibilidade humana, que tem por visível objetivo procurar denegrir ao extremo a dignidade do seu semelhante.

Isso parece ser o ardente desejo do autor dessa ideia absurda e desumana, conforme os traços com as caracteres em forma de animal símbolo pejorativo, em desejo mórbido de tornar a pessoa mais animal pior possível, mesmo que ela tenha se tornado indigna de respeito e consideração de brasileiros, por consequência de práticas de atos que possam ter causado os piores maldades e prejuízos à nação e aos brasileiros.

Sinto, diante de ato depreciativo da dignidade do ser humano, o quanto as pessoas podem ter infinita capacidade de extrema irracionalidade em pensar com o instinto carregada da voracidade de inferioridade no seu interior, que só demonstra gigantesco sentimento de atroz vingança que não condiz exatamente com a justa realidade da busca da reparação dos fatos danosos que realmente possam ter acontecidos.

Isso, em última análise, pode evidenciar até o sentimento pessoal que se traduz no desejo de vingança que a Justiça não teve competência para promover ou não quis realizar a devida e desejável justiça da reparação dos danos causados à nação, na órbita da normalidade operacional e funcional dela, por força da sua incumbência institucional.

Esse fato é igualmente gravíssimo, quando a sociedade espera que o órgão público, criado precisamente para trabalhar em defesa da sociedade e do Brasil, deixa de cumprir fielmente o dever constitucional e ainda decide em benefício de criminoso, em verdadeira inversão da ordem natural dos fatos e valores.

O mais grave é que não se tem a quem recorrer quando isso acontece, para o saneamento dos monstruosos e horrorosos atos demandados também pelo Poder Judiciário.

Porém, a meu juízo, um erro não justifica a prática falha em repúdio àquele, posto que este não tem o condão de justificar descomunais falhas prejudiciais aos interesses dos brasileiros.

A única maneira de se fazer justiça é exatamente por meio da própria Justiça, caso ela tivesse consciência da sua real existência e é paga para trabalhar em defesa da sociedade, no que se refere ao seu patrimônio inerente à cidadania.

O homem precisa saber que ele pode contar, nesses casos de visível prática de malversação de recursos públicos, por pessoas ou políticos sob fortes suspeitas, quando a Justiça faz questão de ignorar a gravidade dos fatos delituosos, com meios lícitos e poderosos, com respaldo nos princípios estruturais da dignidade humana.

Refiro-me a um dos instrumentos mais poderosos existentes contra o corrupto, que é precisamente o de não votar em quem tenha forte suspeita ou convicção da prática de desvio de recursos públicos, porque o mau político não se elege caso o eleitor o eliminar das urnas, porque o voto é poderosa arma que tanto elege como também não elege ninguém se o candidato tiver precedentes de conduta malévola, como parece ser a índole do líder violentamente caracterizado na postagem em referência.

Também com muito poder destruidor da imagem de péssimo político é se mostrar, com base em informações fidedignas, as maldades protagonizadas por ele, com as precisas indicações dos atos degenerativos da sua conduta na administração pública, a exemplo, no caso do líder referido acima, dos monstruosos escândalos do mensalão e do petrolão, todos comprovadamente ocorridos no governo dele, cujos malefícios ao Brasil e aos brasileiros são imensuráveis, incontestáveis e absolutamente recrimináveis.

Diante dessas constatações, as pessoas que sentirem no coração o mínimo de bom senso, racionalidade e amor às causas do Brasil, jamais teriam condições de votar em político que já demonstrou, de maneira cristalina e indiscutível, sua verdadeira índole de administrador inescrupuloso, que foi capaz de ter contribuído para desviar recursos públicos para afins ilícitos, em detrimento do bem comum e dos interesses dos brasileiros.        

         Brasília, em 30 de março de 2021 

segunda-feira, 29 de março de 2021

Decisão exemplar?

 

O presidente da República foi condenado a indenizar, por juíza de primeira instância, uma jornalista do jornal Folha de S. Paulo, no valor de R$ 20 mil, por danos morais à honra dela.

A jornalista processou o presidente do país em razão de ter sido agredida por ele, que a teria atacado verbalmente, em termos com clara e deliberada conexão sexual, durante entrevista concedida pelo mandatário, no dia 18 de fevereiro de 2020.

          A aludida declaração foi dada após reportagem publicada na imprensa ter apontado que empresa de marketing digital teria participado de esquema de disparo de mensagens por meio do WhatsApp, durante as eleições presidenciais.

Nessa ocasião, o presidente, talvez querendo se passar por engraçadinho, fez trocadilho com palavras, cujo resultado terminou saindo exatamente assim: “Ela (jornalista) queria um furo. Ela queria dar o furo, dar o furo a qualquer preço".

A jornalista recorreu à Justiça a reparação por danos morais, tendo solicitado o valor de R$ 50 mil, como indenização.

Na decisão, a juíza da 19ª Vara Cível declarou que “restou evidente ter o réu no exercício individual do direito à liberdade de expressão violado a honra da autora, causando-lhe dano moral, devendo, portanto, ser responsabilizado.”.

Em outro trecho da decisão, a magistrada diz ainda que “a utilização da palavra 'furo' em relação à autora repercutiu tanto na mídia como também nas redes sociais, expondo a autora.”.

A decisão estabelece ainda que o presidente do país é obrigado a pagar as despesas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% do valor da condenação.

O presidente brasileiro tem prazo de 15 dias para recorrer da decisão.

É evidente que ninguém pode ficar feliz porque o presidente foi sancionado com condenação pecuniária, mas é preciso sim aplaudir a magistrada em sentenciar em punição a ele, por ter pretendido, de maneira deliberada e acintosa, denegrir a imagem de profissional da imprensa que, por sinal trabalha em jornal que tem sido atacado verbalmente por ele, com contumácia.

A condenação tem o condão de mostrar ao presidente que o desrespeito à honra constitui ato muito grave, principalmente em se tratando da relevância do cargo que ele ocupa, que exige dele atitude somente de decência, respeito, tolerância e carinho para com as pessoas, em especial com o pessoal da imprensa, que é profissional digno da maior consideração, tendo em vista a importância das informações manipulas e demandadas pelos meios de comunicação.

Mesmo que o valor seja apenas simbólico, de apenas, vinte mil reais, porque não é valor em si, mas sim a chamada da responsabilidade do presidente, constituindo recado clássico à maior autoridade do país, no sentido de que uma das principais funções compulsoriamente exigidas dele é o respeito à dignidade das pessoas, não havendo a menor justificativa para que autoridade da República deixe o prumo da seriedade para atacar pessoa com gracejo difamante da honra.    

Espera-se que essa moda não pegue, porque o presidente seria obrigado a indenizar os brasileiros, por uma série de gracejos desairosos à sua honra, diante de inumeráveis ataques inadequados que constituem pronunciamentos desnecessários e destrutivos à dignidade da nação, em especial nas reiteradas vezes em que seus discursos contrariam as orientações de combate à pandemia, em que pese o progressivo aumento de óbitos causados pela Covid-19, quando o silencia deveria ser excelente arma para ajudar na redução da tragédia que martiriza a nação.

Enfim, a decisão judicial em comento tem o condão de mostrar que as pessoas, autoridades públicas ou não e os brasileiros em geral, precisam se conscientizar de que é preciso respeitar a dignidade do seu semelhante, quando ninguém, nem a principal autoridade do país, pode se achar no direito de esculhambar impunemente a honra das pessoas.

Aliás, em nação com o mínimo de decência e seriedade, em atenção aos conceitos próprios da evolução humana, sempre partem do seu mandatário os bons e salutares exemplos de comportamento e ensinamentos de boas e elevadas regras de conduta, como forma de demonstração de dignificação, aperfeiçoamento e consolidação dos princípios republicano e democrático, necessários ao engrandecimento da sociedade.

Assim, em harmonia com as comezinhas normas de boa conduta e civilidade, os brasileiros anseiam por que as autoridades republicanas e o povo em geral se conscientizem sobre a imperiosa necessidade do respeito à dignidade dos cidadãos, principalmente no sentido de que a honra individual precisa ser respeitada, na sua integridade, como forma de reafirmação dos princípios humanitários.     

Brasília, em 29 de março de 2021

domingo, 28 de março de 2021

Um pouco de mim

 

Diante da crônica intitulada a “Força do Especialista da Aeronáutica”, onde demonstrei carinho pela saudosa Escola de Especialistas de Aeronáutica, por sua contribuição à formação de profissionais altamente preparados para o exercício do apoio técnico e de manutenção às atividades da Força Aérea Brasileira, a querida amiga professora Tereza Fernandes escreveu a mensagem a seguir.

“Prezado Antonio Adalmir Fernandes, que linda trajetória e com que carinho e dedicação vc fala  dessa Escola de Especialistas da Aeronáutica Base firme pra vc. Tenho certeza que sua auto biografia vai sair com certeza. Deixo aqui meu incentivo para isso. Você tem história e talento. Parabéns por tudo que escreve.”.

Em resposta à amável mensagem, eu digo, estimada professora Tereza Fernandes, que é sempre muito bom receber o afago como esse vindo da senhora, que exprime com a sensibilidade que nos cativa, pelo gesto de sinceridade e bondade que tem o sentido de estimular boas ações, bem mais do que o meu coração tem capacidade para formular, mas o que faço tem sido em benefício sempre do bem e do melhor para o engrandecimento da sociedade, como fórmula desejável, procurada e ansiada pelas pessoas de coração abençoado por Deus.

De fato, tenho procurado demonstrar carinho muito especial pela querida Escola de Especialistas de Aeronáutica, porque se trata de educandário quase secular, que tem a essencial incumbência de formar profissionais de alto gabarito para apoiar, com competência e responsabilidade, ações de defesa aérea nacional, em atendimento aos importantes planos estratégicos aéreo-militares, como também para preparar cidadãos cônscios da sua importante atribuição sobre a responsabilidade de defender os princípios republicano e democrático, em situação de normalidade institucional.

Tenho sim muita honra de ter servido à Força Aérea Brasileira, com a consciência de ter feito o melhor para o Brasil, porque, enquanto eu estava lá, tive o privilégio de servir no gabinete do Vice-presidente da República, tendo exercido o importante cargo de chefe da Divisão de Contabilidade, e na Secretaria Geral do Conselho de Segurança Nacional, órgão que pertencia à Presidência da República, de onde saí para a vida civil, depois de ter sido aprovado, por meio de concurso público, para exercer o cargo de Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Distrito Federal.

Nesse órgão, eu me aposentei, depois de ter exercido importantes cargos, sempre na área de controle e fiscalização referente à execução de recursos públicos, aplicados no Distrito Federal.

Pronto, eis aí parte da minha resumida biografia de servidor público, que se encerrou exatamente quando eu comecei a escrever e publicar, precisamente a partir de 1º de abril de 2011, minhas quase cinco mil crônicas, que já integram 51 livros, sendo 50 já publicados e o último finalizado, que têm sido a minha maior motivação para viver cheio de alegria e felicidade, na certeza de que muito disso tem enorme contribuição do aprendizagem haurido pela importante e providencial passagem de quase dois anos na sempre amada Escola de Especialistas de Aeronáutica.

Como manifestação de reconhecimento e gratidão, já escrevi muitas e importantes crônicas, envolvendo aquela escola e personagens conhecidos no convívio natural dessa majestosa trajetória da minha vida, sempre enaltecendo a inestimável contribuição dela ao meu patrimônio profissional e cívico, que pode ser considerado como de muitíssimo sucesso.

É evidente que a referida avaliação parte de mim, que sou muitíssimo suspeito, mas nem ligo para isso, porque é pura verdade de quem sente tudo no dia a dia, ao vivo e a cores, a se pensar, sobretudo, que vim da querida Uiraúna para Brasília, no início dos idos de 1966, apenas com o primário na bagagem, mas com a garra de quem já possuía pós doutorado, que precisei, obviamente contar, para tanto, com permanentes empenho, garra e dedicação, além das graças de Deus e da bondosa ajuda de muitos anjos da guarda, para a superação de muitos obstáculos, que são naturais, porque ninguém vence na vida sem sacrifício, salvo aqueles que já nascem com a estrela de Davi na testa, como emanação celestial de sucesso, o que é muita raridade.

Muito obrigado.

Brasília, em 28 de março de 2021

Intolerável desrespeito?

 

Ao entrar no meu face, percebi que existiam dois vídeos postados por terceiro, sem a minha prévia autorização e o mais grave é que se tratava de mensagens envolvendo exatamente a pessoa que seria a última do mundo que eu me atreveria a mostrar na minha página da internet, à vista dos malefícios que ela praticou em prejuízo dos interesses dos brasileiros, mas não sou contra que as pessoas postem matérias referentes a ele, desde que seja nos seus faces.  

Confesso que fiquei extremamente indignado que meu nome tenha sido inclusive citado na postagem sem a minha concordância nem cientificação prévia, conforme constava na parte de acima do vídeo.

Não é novidade alguma que eu seja absolutamente favorável à divulgação de vídeos que demonstrem o máximo da degeneração dos princípios da dignidade e da moralidade da administração pública, como ficou bastante explícito nas palavras do ministro do Supremo Tribunal Federal, principal protagonista do primeiro vídeo.

O certo é que, na atualidade, a mesma autoridade se encontre defendendo os interesses de quem ele condenava no vídeo, com extrema veemência, pela prática de atos ilícitos e irregulares, com base exatamente em dados fidedignos extraídos das competentes e indiscutíveis investigações da Operação Lava-Jato.

No atual momento, o mesmo ministro faz tudo para destruí-la, o que só demonstra falta de personalidade, por seu comportamento defasado em defesa de pessoas criminosas julgadas e condenadas à prisão, à luz de investigações cujas provas materiais foram convalidas por tribunais, o que somente deixa muita dúvida quanto ao desempenho dele como magistrado, que condena e logo depois mostra a sua real personalidade, em destruir a reputação do único órgão da Justiça que trabalhou e julgou visando à defesa dos interesses do patrimônio dos brasileiros.

A verdade é que, nunca na história republicana, os criminosos de colarinho branco chegaram sequer perto das prisões brasileiras.

Somente a competente e corajosa Operação Lava-Jato conseguiu colocar poderosos empresários e políticos trancafiados na prisão, como demonstração de que a Justiça, se realmente quisesse, poderia contribuir para a moralização da administração pública.

Esclareço que, depois de fazer apelo para a retirada dos vídeos e não havendo o devido atendimento, eu entendi que, na qualidade de titular do face, somente eu tenho competência para posta matéria do meu interesse nele e, com base no meu direito de uso, promovi a retirada dos incômodos vídeos.  

Enfim, peço a gentileza de não usarem o meu nome em mensagem que eu não tenha prévio conhecimento ou a minha expressa autorização, porque, diferentemente disso, é prática de desrespeito à intimidade e à autonomia da cidadania, que legalmente precisam ser respeitadas e preservadas, à luz dos saudáveis princípios constitucionais da individualidade e da integralidade de cidadania.

Brasília, em 28 de março de 2021

sábado, 27 de março de 2021

Por que a impopularidade?

 

Ao ritmo do crescimento vertiginoso do caminho tomado pela calamidade humanitária impingida pela pandemia do coronavírus, a impopularidade do presidente da República ganha tamanho impulso, ao experimentar forte queda, sob o respaldo no discurso e nas práticas negacionistas, com o carregamento das contradições, incompetência, inércia e falta de efetivas ações imprescindíveis ao combate à Covid-19.

O caos ao qual o presidente do país pode ter contribuído, direta ou indiretamente, para ser consolidado, por meio da materialização da insensibilidade à gravidade da pandemia do coronavírus e da incompetência no plano da execução das políticas de efetividade contra a crise, contou para o fortalecimento da desaprovação de seu governo.

De acordo com o resultado de consulta popular promovida pela empresa Exame/Ideia, divulgada ontem, das pessoas pesquisadas, 49% disseram que desaprovam o desempenho do presidente do país.

A maior queda na popularidade do presidente do país resulta do seu desempenho na condução do combate à grave crise da pandemia, quando as maiores críticas partem justamente diante do sentimento do povo sobre a demora da imunização e da falta de vacinas, combinadas com a titubeante e nada afirmativa execução das políticas nacionais de combate ao coronavírus, que contribuem para a formação de conjunto de erros incompatíveis com a seriedade que precisava ser adotado diante de caso horroroso da saúde pública.

O notório descaso já resultou em incontroláveis perdas de vidas de brasileiros, que já ultrapassaram o patamar de 300 mil óbitos, em pouco mais de um ano de tragédia, que, mesmo assim, muito pouco ou nada tem sido feito, em forma de revolução e atos agressivos contra a peste, com vistas ao menos se tentar a minimização desse horror que se abateu sobre os brasileiros.    

Diante desse desastroso quadro, pareceu natural que a desaprovação do presidente tenha subido 4%, em relação à última pesquisa, divulgada há duas semanas.

Esse é o segundo pior resultado atribuído ao presidente do país, quando o primeiro foi registrado em julho do ano passado, cujo índice chegou a 54%, logo antes do início da liberação da primeira parcela do auxílio emergencial.

A aprovação do desempenho do presidente também caiu, mas apenas 1%, tendo chegado a 25%.

Outras pessoas da pesquisa disseram, em 22%, que não aprovam nem desaprovam o governo, enquanto o número de pessoas que disseram não saber opinar manteve-se em 4%.

A empresa responsável pela pesquisa esclareceu que “A gestão do presidente Bolsonaro segue sendo mais bem avaliada pelo segmento evangélico (36% de avaliação positiva) e pior avaliada pelos entrevistados com ensino superior (63% de desaprovação) e pelas mulheres (53%). A combinação de piora da pandemia com o ritmo de vacinação lento e com a falta de auxílio emergencial tem contribuído para um resultado negativo da avaliação presidencial”.

Entre as pessoas ouvidas, 77% avaliaram no sentido de que a vacinação está atrasada no Brasil, contra apenas 4% que consideraram o processo adiantado, enquanto 56% afirmaram concordar com as políticas como lockdown e toques de recolher para combater o vírus, contra 16% que discordaram.

Segundo a empresa responsável pela pesquisa, “Há uma frustração coletiva enorme em relação à vacinação. Essa sensação é maior entre as pessoas de maior renda (79% de quem ganha mais de 5 salários mínimos), mais escolarizados e de capitais/regiões metropolitanas (passando de 80% nos dois recortes)”.

Causa perplexidade a quantidade ínfima da participação dos entrevistados, de somente, pasmem, inacreditáveis 1.255 pessoas, que até seja número significativo para os especialistas em consulta popular, mas, para os leigos em estatística, essa quantidade mínima representa, diante da importância sobre a avaliação do desempenho do governo, muito pouca consistência para a finalidade de se assegurar informação fidedigna, à vista da existência da população eleitoreira de mais de 150 milhões de brasileiros.

A verdade é que, se houvesse pesquisa com a devida seriedade, em termos de representatividade dos brasileiros, acredita-se que a popularidade do presidente do país, para o fim de avaliação do seu desempenho, teria como índice de reprovação superior aos 70%, folgadamente, diante do pífio resultado das medidas adotadas ou deixadas de adotar em combate à gravíssima crise da pandemia do coronavírus, cabendo à aprovação dele para o restante das pessoas que ainda conseguem enxergar a excelência na gestão dos interesses nacionais.

É preciso que seja lamentada, profundamente, a verdade da imensurável dor estampada nesse cenário de muito desalento para os brasileiros, que diz com a lástima da morte de 303.462 óbitos, contabilizados até ontem.

Em nação com o mínimo de seriedade e sensibilidade pela causa humanitária, certamente que tragédia com essa dimensão já teria sido, há muito tempo, motivo bastante justificável para causar não somente convulsão social de grandes repercussões, diante da indignação pela inadmissível situação, como de justificável, urgente e geral mobilização das autoridades públicas - federais, estaduais e municipais -, entidades, organizações e o mundo científico brasileiros, como forma de todos, em ação conjunta patriótica, puderem contribuir para a urgente formulação de medidas efetivas e capacitada para combater, com inteligência, competência e todos os recursos possíveis e impossíveis as mazelas referentes à pandemia, como única maneira de salvação das vidas  dos brasileiros.

É preciso se compreender que as pesquisas como essa são de suma importância quando os dirigentes da nação têm interesse e vontade para a valorização dos princípios da sensibilidade e humanitários, quando então a sua consciência é imediatamente tocada para a necessidade de agir, sem perda de tempo, no sentido do atendimento dos reais e prementes anseios da sociedade, passando a fazer sentido e validade os fins para os quais as consultas foram realizadas, que são precisamente para se mostrar que, existindo algo errado e distorcido na condução dos negócios pertinentes aos interesses da população, sejam promovidas imediatas mudanças de rumos, com o devido saneamento, por meio de instrumentos capazes e necessários à debelação das incorreções que prejudicam os brasileiros.

Enfim, as pesquisas somente confirmam as verdadeiras índole e indolência dos brasileiros, que preferem se acomodar passivamente, mesmo diante da desgraça que pode chegar até eles e simplesmente permitem a sua normal continuidade, contando com a sua inaceitável cumplicidade com todas as mazelas perpetradas pela administração pública visivelmente prejudicial aos interesses da população, como no combate à pandemia do novo coronavírus, conforme aponta o resultado da pesquisa em apreço.

Brasília, em 27 de março de 2021

sexta-feira, 26 de março de 2021

A falta de conscientização

 

Ainda nesta semana, comentei, em crônica, o caso de médica que foi dispensada de hospital por ter clinicado o uso de nebulização com cloroquina de doente com Covid-19.

A notícia agora é a de que três pacientes que receberam nebulização com cloroquina na cidade de Camaquã, Rio Grande do Sul, no mesmo hospital onde a mencionada médica trabalhava, morreram durante o tratamento para o qual ainda não tem comprovação científica.

As vítimas vieram a óbito depois de receberem o tratamento que também não faz parte dos protocolos do Hospital onde eles estavam internados.

A nebulização com a cloroquina foi realizada sob a administração de médica que chegou a gravar vídeo enquanto fazia o tratamento de paciente, que disse que tinha melhorado com a aplicação da nebulização.

A médica foi afastada do hospital e está sendo investigada pelo Conselho Regional de Medicina, ficando sujeita à perda do registro médico, mesmo que ela apenas tentasse salvar vidas, embora o seu procedimento não contasse com o respaldo nem do hospital nem do órgão de fiscalização da classe médica.

Segundo o diretor-técnico do hospital, ainda não é possível atribuir as mortes à nebulização com cloroquina administrada pela médica, mas ele esclarece que não se trata da chamada prescrição off label, autorizada pelo Conselho Federal de Medicina.

Ele disse que, “A meu ver, esse tipo de terapia (nebulização com cloroquina) transcende o que chamamos de prescrição ‘off label’. Não tenho experiência com ela e não encontrei referências seguras para aplicar ela, portanto optei por não fazer.”.

O diretor do hospital ressaltou que dois dos três pacientes mortos estavam em estado grave, com insuficiência respiratória, prefere ser cauteloso quanto às consequências do tratamento, no estado de saúde dos pacientes, mas aponta alguns elementos que podem comprovar a ineficácia da nebulização com cloroquina, nestes termos: “Não tenho como atribuir melhora, ou piora diretamente ao procedimento, mas de fato, o desfecho final de três pacientes submetidos a terapia foi óbito. Todos eles têm documentado em prontuário taquicardia, ou arritmias algumas horas após receberem a nebulização.”.Parte inferior do formulário

 

O diretor esclarece que o tratamento só foi permitido porque os pacientes entraram na Justiça para garantir a nebulização com cloroquina, fato que ele não tinha como evitar, tendo concluído o seguinte: “Infelizmente, nesse cenário de desespero, polarização e politicagem, diante de muita pressão da sociedade, permitimos, que via judicial e de maneira formalizada, os pacientes que desejavam receber essa terapia assim o fizessem.”.

Na semana passada, o presidente da República entrou no ar, ao vivo, em uma rádio de Camaquã, para impulsionar o tratamento por meio da nebulização de hidroxicloroquina, fato que pode servir como péssimo exemplo, uma vez que ele nada entende de medicina e muito menos não se responsabiliza pelas possíveis consequências desastrosas e prejudiciais ao organismo e até mesmo à vida, como aconteceu com três pessoas que tiveram a chancela da maior autoridade do país, que deveria ficar calado no seu trono, deixar que o ministro da Saúde cuide do combate à pandemia e apenas se volte para a agenda presidencial, porque muitos assuntos de interesse nacional ficam sem solução quando ele se imiscui em assuntos que não são da sua alçada, a exemplo do uso da cloroquina.

Especialistas em medicina, consultados pelo jornal O Estadão, informaram que a prática da nebulização com a hidroxicloroquina pode resultar em ainda mais riscos de efeitos colaterais para os pacientes do que a administração oral do remédio.

Infelizmente, a prática utilizada pela médica, que achava que tinha encontrada a fórmula mágica para salvar vidas, pode ser jogo perigoso, à vista logo de três mortes decorrentes da nebulização, que até pode dar certo em alguns pacientes, mas também pode ter complicação para outros, como visto nesses casos.

Na verdade, o uso desse remédio contra a Covid-19, ainda neste mês, foi suspenso pela Organização Mundial de Saúde, tendo por base estudos implementados por cientistas integrantes dela, que concluíram não ter encontrado qualquer eficácia com a sua administração em 600 pacientes e ainda ter constatado complicações de saúde, em especial com o surgimento de arritmia e outros casos.

Em que pese o “todo-poderoso” brasileiro, sem qualquer base científica, insistir no uso desse medicamento, é importante que ninguém ouse seguir senão a sua própria consciência, no caso de se infectar com a Covid-19, decidindo pelo seu uso somente se não for possível nenhuma alternativa, porque, nesse caso, é de vida ou morte e assim tem que tentar o último recurso.

Se o governo tivesse o mínimo de conscientização sobre a gravidade da pandemia, logo no início da crise, sem perda de tempo, teria determinado ao órgão que tem a incumbência de cuidar da saúde dos brasileiros, que infelizmente ficou quase um ano acéfalo, para estudar os efeitos da cloroquina e somente disso ele até poderia ter condições de se manifestar com base em experiência desenvolvida por especialistas, cientistas, o que teria contribuído para se evitar transtornos, dúvidas, contradições, incertezas e mortes na esperança da cura por meio de medicamento que nem a principal organização que cuida da saúde mundial acredita no seu poder miraculoso que somente um leigo aconselha a sua posologia, quando deveria se preocupar em buscar outros mecanismos capazes de realmente contribuir para combater a Covid-19.

É preciso se usar o bom senso, sem generalização com a administração de remédio que há grande possibilidade de diminuição da carga viral, mas essa medicação precisa ser dosada em quantidade adequada e, com mais sucesso, na fase precoce, no início da doença, porque as chances são maiores de eficácia.

Vejam-se que a administração da hidroxicloroquina não é recomendada pela Organização Mundial de Saúde, mas há notícia de que a FDA, a agência norte-americana de regulamentação de remédios, nos moldes da Anvisa, no Brasil, teria aprovado o uso desse medicamento, em todos os pacientes com a Covid-19.

Tudo isso mostra o enorme precipitação em se recomendar o uso de medicamento que atrai, a um só tempo, muitas conclusões com acertos, erros, celeumas, dúvidas, contradições e até atribuições de mortes, como nesse caso do uso da nebulização, que acaba de levantar mais uma complicação quanto à efetiva segurança sobre a sua administração, que seria mais conveniente se o órgão do governo tivesse providenciado os estudos pertinentes aos reais critérios para o adequado emprego dele, em forma de recomendação, com base em elementos confiáveis, seguros e incontestáveis, na forma do que se fez com outro remédio, conforme o comentário a seguir.

Enquanto isso, sabe-se que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a aplicação terapêutica do já conhecido antiviral Remdesivir como o primeiro medicamento contra a Covid-19, em cuja bula poderá conter recomendação com essa finalidade.

Um especialista da gerência de qualidade de medicamentos da Anvisa ressaltou que “A submissão se deu em 6 de agosto de 2020, quando tivemos contato com o dossiê completo. Depois da submissão, também tivemos algumas conversas para entender melhor pois é um medicamento desenvolvido com bastante celeridade e muitos aspectos ainda não estão fechados. Na análise da qualidade, nosso principal papel é garantir (…) em que termos o medicamento tem que estar para garantir (…) que ele tenha qualidade e segurança”.

O especialista disse que “A gente espera que ele seja fornecido com qualidade, eficácia e segurança que são necessários e ajude as pessoas acometidas pela Covid-19. O medicamento será vendido em forma de ‘pó para solução injetável’ que deve ser reconstituído no momento da aplicação, terá prazo de validade de 36 meses, e será vendido com o nome comercial de Veklury.”.

A Anvisa enfatizou que Chegou-se à conclusão de que o Remdesivir exibia uma potente atividade in vitro e in vivo contra o SARS-Cov-2. O rim foi identificado como único órgão alvo de toxicidade, mas nenhuma preocupação maior foi identificada. Em termos de cenário regulatório internacional, o medicamento foi aprovado em diversas agências, incluindo a europeia EMA, a americana FDA, a canadense, e diversos outros países”.

Consta da reportagem pertinente que, em novembro último, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu, nas suas orientações contínuas, recomendação sobre o uso desse medicamento contra a  Covid-19, tendo desaconselhado o seu uso para o tratamento de pacientes hospitalizados, independentemente da gravidade da doença, cuja medida foi publicada na revista médica BMJ.

Trata-se de enormes esforço e contribuição oferecidos aos brasileiros pela Anvisa, que aprova o primeiro medicamento com recomendação oficial, em bula, contra o Covid-19 e isso é por demais alvissareiro, em termos de esperança e avanço no combate dessa terrível e letal doença.

Até agora, a Anvisa não se dispôs a estudar o famoso medicamento “brasileiro”, inclusive defendido, de forma ardorosa, por autoridade da  República, o velho conhecido de todos, o hidroxicloroquina, que somente dissemina questionamentos.

Diante da ampla divulgação desse remédio, a Anvisa, em princípio, deveria especialmente se debruçar sobre ele e analisá-lo até mesmo para dar satisfação sobre o seu trabalho especializado em relação a produto que realmente desperta bem maior interesse do que o Remdevisir, que se trata de remédio americano, com custo muito alto, muito além do alcance da população de faixa de renda baixa

A conclusão que se pode ter é a de que, ante a enorme certeza sobre a real eficácia do Remdevisir, conforme foi assegurado pela Anvisa, se realmente o governo tivesse algum interesse em salvar vidas humanas, já teria descartado, em definitivo, o uso da hidroxicloriquina e se empenharia urgentemente em negociar com o laboratório daquele remédio, principalmente quanto à drástica redução de seus custos, embora a vida não tenha preço, porque o seu valor é exatamente a manutenção da integridade da saúde.

Com isso, o governo poderia implantar campanha de prevenção da Covid-19, com o uso de remédio aprovado pela Anvisa, em evidente demonstração de seriedade e competência, ao invés de ficar insistindo com o uso de remédio que só contribui para dúvidas, incertezas e insegurança da população.

Ou seja, o governo, se quisesse, poderia mostrar interesse em combater a pandemia se realmente optasse por remédio que já tem o selo de qualidade garantido pela Anvisa, que é a agência confiável sobre a atestação da eficiência e da garantia da origem e da autenticidade contra a doença, com base na autoridade que passaria a respaldar seus atos, nesse particular, com o aval de quem merece respeito, evitando, de vez, com tanta desconfiança e insegurança, inclusive do próprio Conselho Federal de Medicina, que não aprova o uso da hidroxicloroquina e até ameaça cancelar o registro do médico que a prescreve contra a Covid-19.

Acredita-se que o governo passaria a ter credibilidade e respeito em conscientizar-se de que o verdadeiro combate à pandemia se faz por meio de programas e medidas sérios e decentes, com o respaldo das autoridades científicas, que realmente podem transmitir confiança e segurança à população, mesmo que haja nesse processo elevado custo, porque a vida humana vale todo investimento, inclusive o tesouro da coroa, se necessário for para a salvação dos brasileiros dessa horrorosa calamidade humanitária, que somente atingiu o seu ápice exatamente pela notória falta de ações competentes e eficientes de combate à pandemia do novo coronavírus.

Brasília, em 26 de março de 2021

quinta-feira, 25 de março de 2021

A força do especialista da Aeronáutica

 

A comemoração do Dia do Especialista de Aeronáutica tem especial significado para mim, que tive a subida honra de me formar na Escola de Especialistas de Aeronáutica e me tornar especialista, como graduado de Escrevente, na minha especialidade por todo tempo que servi à Força Aérea Brasileira.

Se eu precisasse escrever a história da minha vida, acredito que os capítulos reservados para o tempo que passei nesse educandário, por quase dois dos mais eternizados anos já passados por mim, diante dos sacrifícios impingidos aos sonhadores alunos, evidentemente para o próprio bem deles, seriam certamente os mais encantadores e apaixonantes textos de toda narrativa, pela riqueza de fatos mirabolantes e até heroicos, envolvendo eventos e personagens impressionantes.

Todo momento vivido na EEAer é um conjunto de mosaicos que vão formar uma história rica de contextualização extremamente importante nessa fase especial da trajetória da minha vida, pela experimentação, certamente, de momentos mágicos e especiais.

Tudo que aconteceu em cada atividade naquele mundo particular, entremuros, fez sentido de ser, pelo encaixamento perfeito das ações e lições ali ministradas, tendo por base os ensinamentos consolidadas ao longo da história, na certeza de que todo o fruto do aprendizado foi o melhor tanto para o especialista como para as finalidades da Força Aérea Brasileira, à vista da confirmação dos resultados hauridos ao longo da história.

Em tudo, há perfeição na metodologia empregada nos ensinamentos ali ministrados, cujos resultados só confirmam a grandeza propiciada pela formação de mais de 50 mil especialistas, em diversas especialidades, que são os profissionais altamente qualificados no exercício da manutenção das aeronaves e na sustentação em pleno funcionamento das atividades administrativas essenciais ao cumprimento das funções institucionais da incumbência da Força Aérea Brasileira.

Ainda como cabo, me esforcei ao máximo para ir para a EEAer, que era o meu maior sonho, mas, apesar de intensos estudos, somente consegui ir para lá por meio do reconhecimento de boas notas avaliadas ao longo dos anos, com a generosidade de que vale a pena o sacrifício de estudar e foi exatamente o que eu havia feito.

Todos esforço e dedicação nos estudos foram extremamente recompensados com o cabedal de conhecimentos acumulados em diversas atividades, que foram aproveitados em outros processos de aprendizagem e isso foi devidamente comprovado em relação aos estudos que precisei fazer depois de formado especialista.

É evidente que ninguém se preocupa em avaliar a importância do que foi ministrado e aprendido naquela escola, mas é impossível não se perceber que há importante divisor do antes e do depois da EEAer, em que a formação intelectual apenas se transforma, por força da metodologia, que ajuda a facilitar o aprendizagem e enriquece as potencialidades para a compreensão sobre os fatos.

Pessoalmente, só tenho a agradecer toda gama de conhecimentos e de métodos que foram incorporados ao meu pequeno patrimônio intelectual, que tenho procurado explorá-lo na elaboração das minhas enfadonhas crônicas, que procuram expressar um pouco da minha gratidão à Escola de Especialistas de Aeronáutica, diante da certeza de que ela foi pródiga em contribuir com a melhor formação educacional à minha pessoa, pelo que, aproveitando o ensejo das comemorações do Dia do Especialista, agradeço a Deus por ter sido prestigiado e honrado com a distinção de ser um dos especialistas da Aeronáutica, da Turma 162, da Tarjeta Verde, formada precisamente em 11 de dezembro de 1974.

Meu muito obrigado à Escola de Especialistas de Aeronáutica, por formar especialistas altamente qualificados, que prestam excelentes contribuições à eficiência dos serviços incumbidos à Força Aérea Brasileira e ao desenvolvimento do Brasil.

Brasília, em 25 de março de 2021

Aluno 72/161 Adalmir – Turma 162

O poder da deseeleição?

 

Em crônica onde analisei pronunciamento do presidente da República, que disse que faz o que o povo quer, eu afirmei que os brasileiros esperam apenas que ele faça realmente o especial quanto à preocupação em ficar em silêncio e procurar apenas exercer, com fidelidade, o seu mandato, exatamente na estrita observância às cartilha e agenda inerentes às atribuições constitucionais e legais, com relação ao zelo e aos cuidados pertinentes aos interesses do Brasil e dos brasileiros, sendo responsável pelos próprios atos, sem o insensato comprometimento da sociedade nas medidas relacionadas ao cargo presidencial.

Diante desse texto, uma cidadã bastante preocupada com o descaminho da gestão pública brasileira escreveu a seguinte mensagem: “Tenho muita admiração pelo seu talento e desenvoltura para escrever tantas palavras bem claras e evidentes. Parabéns! Lastimável amigo que está acontecendo com o nosso Brasil, por causa dessa gripezinha como o nosso Presidente falou, milhares de vidas se foram e muitos sofrendo em todo sentido. O que me deixa mais perplexa é que mesmo depois de tantas atrocidades ditas e feitas, ainda existe quem aplaude e defende.”.

Em resposta à ponderada mensagem, eu afirmo que a atual situação de grave degeneração gerencial somente poderá ser consertada por meio do voto, se realmente o povo se conscientizar de que esse estado degenerativo da responsabilidade pública deva ser consertado, para o bem do país, que é também do interesse da sociedade.

Quanto a isso, tenho defendido, em várias crônicas, que o povo elege seus representantes políticos, acreditando nos seus bons propósitos constantes de seus planos de trabalho, que normalmente são os mais perfeitos elaborados por cada qual ao seu estilo de se prometer e, depois de eleito, não ter mais o menor compromisso com eles, a exemplo do atual presidente que, em muitos casos, como na saúde pública, realmente houve verdadeira mudança, infelizmente para a desgraça e a ineficiência do que já era terrível, que degringolou de vez e transformou em verdadeiro inferno a saúde dos brasileiros, à vista de mais de 300 mil mortes causadas pela pandemia do novo coronavírus.

À vista dos fatos, muitos fanáticos ainda acreditam que o governo não tem culpa nenhuma por nada de maléfico que martiriza a saúde pública, mas bastaria apenas se verificar que nada de especial ou extraordinário ou diferente o governo fez contra a precariedade da saúde nem teve a iniciativa de fazer de novo para revolucionar a prestação dos serviços referente à saúde prestada aos brasileiros.

Não há dúvida de que a pandemia somente se combate com instrumentos radicais e revolucionários e não com a mesmice prática de sempre, que é exatamente o que vem acontecendo, diante de milhares de mortes e ainda os hospitais assoberbados de doentes, sem condições de eles terem atendimento digno destinado ao ser humano e muitas pessoas estão morrendo precisamente por falta de UTI.

A verdade é que somente se poderia falar em inexistência de culpa, à vista da evidência da maior intensidade da crise, se o caos não estivesse imperando no país, em termos de saúde pública.

Pois bem, imagine que o representante político é eleito para fazer exatamente aquilo que prometeu, como corolário disso, o mesmo povo deveria ter a prerrogativa legal de “deselegê-lo”, tirá-lo do cargo, quando ele se tornar inconveniente aos propósitos para os quais ele tenha sido eleito, quando se evidencia que o seu trabalho ou destrabalho não corresponde ao exato atendimento da satisfação do bem comum, mas sim ele passa a ser visto como em detrimento ao interesse público, causando enormes transtornos à prestação dos serviços que qualquer outra pessoa poderia fazer de maneira eficiente e satisfatória.

Ou seja, o povo elege seu representante para defendê-lo, tendo também o poder de o destituir do mandato, especialmente por motivos de incompetência administrativa, improbidade administrativa e outros fatos que a sua continuidade seja extremamente prejudicial ao interesse do povo, o que se recomenda a sua substituição imediatamente, como forma de se evitar mal maior para a população.

Essa ideia saudável, centrada em pensamento proativo, se coaduna perfeitamente com os princípios republicano e democrático, tendo em vista que a finalidade das funções políticas é precisamente a busca de resultados produtivos para a satisfação dos interesses da sociedade, em forma de benefício e não de malefício, como vem acontecendo no Brasil, diante de alarmantes estatísticas de milhares de mortes causadas por uma forma temível e letal de doença.

A minha ideia também se amolda, se ajusta adequadamente com o sentimento da modernidade conquistada pela evolução da humanidade, em que a eficiência e a competência precisam ser eleitas como princípios prioritários do homem, não se permitindo mais que a sociedade seja prejudicada quando há reais mecanismos capazes de se evitar que a incompetência, a insensibilidade, a arrogância, a petulância, o desmazelo, a irresponsabilidade e outras mazelas reinantes na gestão pública ainda possam imperar sem se possa evitá-las.

A prevalência desse caos somente demonstram pura e integral insensibilidade, ignorância e desrespeito à própria inteligência do homem, que precisa ser posta em prática, sem perda de tempo, para os seus proveito e benefício, a exemplo do caso em comento, porquanto, diante disso, se vislumbra que a minha ideia precisa ser colocada em prática o mais urgentemente possível, para se evitar que agente público permaneça, indevida e prejudicialmente, no cargo, mesmo que isso seja verdadeiro e desastroso incômodo, em forma de materialização de massacre contra o povo.

Infelizmente, a população, extremamente impelida ao inevitável massacre do sofrimento, pela ineficiente prestação da saúde pública, completamente impotente para combater a gravíssima crise causada pela Covid-19, não tem a quem reclamar, apenas tendo o direito de esperneia em vão, pedindo socorro que não virá, diante da incompetência que se encontra institucionalizada por meio do voto do povo, cuja tragédia simplesmente vai continuar fazendo estragos, em eterno sacrifício da paciente sociedade, que se digna a aceitar essa terrível calamidade pública jamais sentida por quem foi eleito justamente pelos mesmos cidadãos impelidos ao seu jugo.

Urge que os brasileiros se conscientizem por que os seus interesses sejam colocados acima das causas dos homens públicos, porque estas precisam ser vistas tremulando precisamente no topo do mastro de todos os interesses sociais, porquanto se faz necessária a aprovação de legislação a se permitir, por meio do voto, que o representante político seja, nas mesmas condições, eleito e deseeleito, neste caso sempre que haja relevante motivo que legalmente justifique o seu afastamento da vida pública, em especial, na situação de comprovada incompetência administrativa que cause lesão aos interesses da sociedade, irregularidade na aplicação de recursos públicos ou quaisquer outras situações graves e indesejáveis à continuidade do mandado.

Brasília, em 25 de março de 2021