sábado, 29 de fevereiro de 2020

A estrada da discórdia

Aparece, em vídeo, a imagem de deputado quebrando a corrente que protegia todas as noites a Terra Indígena (TI) Waimiri-Atroari, ocupada pelo povo Kinja, que habita na proximidade da BR-174, em Roraima.
O político usou alicate e motosserra para arrancar a proteção, tendo contado com o auxílio de apoiadores, cujo ato foi também registrado por pessoas que estavam no local e teve repercussão nas redes sociais.
O Ministério Público Federal informou que já foi notificado sobre o caso, mas não quis declarar se a ação do parlamentar caracteriza crime.
A aludida corrente vem sendo usada pelos índios, pasmem, desde os idos anos 1970, quando o Exército brasileiro construiu a BR-174, que liga Boa Vista a Manaus, a qual impede o trânsito de carros de passeio entre 18h e 6h, sendo permitido apenas o tráfego de carros oficiais, veículos com alimentos perecíveis e ônibus de transporte de passageiros.
A Funai esclarece que a medida faz parte de decisão adotada pelo Exército, com base no Subprograma de Proteção Ambiental do Programa Waimiri-Atroari, e "tem por finalidade controlar o tráfego nas estradas existentes dentro da terra indígena e evitar ações predatórias da fauna".
A Funai disse ainda que as correntes evitam "que carros de passeio ou caminhões em alta velocidade atropelem animais de hábitos noturnos, muito comuns às margens daquela estrada".
A fundação também informou que os índios já substituíram as correntes quebradas.
Depois de quebrar a corrente, o parlamentar disse que "Nunca mais essa corrente vai deixar o meu estado isolado. Presidente Bolsonaro, é por Roraima, é pelo Brasil. Não a favor dessas ONGs. Nunca mais".
O parlamentar declarou que a decisão levou em conta a falta de respostas sobre o fim do uso da corrente pela Funai e pelo Exército.
O político acredita que a interdição do trânsito à noite impede o desenvolvimento do estado em outras frentes econômicas para além do funcionalismo público, tendo alegado que "Roraima ficou atrasado. Por causa disso, somos os únicos a não ter energia ligada ao Sistema Interligado Nacional, temos um custo de vida alto e não somos um estado competitivo em razão da falta de liberdade do direito e ir e vir. Essa é uma demanda de um problema que maltrata o nosso povo há anos. Foi o principal problema que ouvi no sul do estado durante a campanha. Como não tive resposta dos órgãos competentes, resolvi tirar com as minhas próprias mãos".
Segundo levantamento realizado pelo site do UOL, a questão referente à corrente em apreço é objeto de demanda judicial, desde 2004, que pende, pasmem, de laudo, desde 2009, a pedido do juiz da causa, com pertinência a estudo antropológico para apontar os hábitos noturnos dos índios às margens da estrada.
Os estudos foram produzidos pelo Instituto de Antropologia da Universidade Estadual de Roraima (UERR), tendo virado livro publicado em 2016.
Consta que estudos etnográficos foram realizados no curso de quatro anos e "O laudo trata do impacto do ponto de vista. O fechamento tem um amparo legal. Eles controlam a BR-174, sendo fechada durante a noite. (...) Eles [índios] têm hábitos noturnos, há comunidade bem próximo às margens da BR-174 e riscos à vida desses indígenas, tanto que tem registros de sequestros de índios por pessoas em carros que passaram pela estrada".
O autor dos referidos estudos é antropólogo, tendo afirmado apenas que o laudo não aponta juízo de valor e que eles atentam tão somente para as questões especificadas referentes às partes.
O processo em causa está na fase conclusiva, com a entrega das alegações finais pelo Ministério Público Federal, Advocacia Geral da União, Conselho Indígena da TI Waimiri-Atroari, Funai e Estado de Roraima.
É evidente que a atitude do deputado, por mais que ela demonstre boa intenção da parte dele, não tem o menor cabimento, na atualidade, diante da estupidez que condiz com ato de visível violência, que funciona em negação aos princípios normais de civilidade, na tentativa de se resolver, no peito e na raça, algo que até seja considerado errado, mas a via recomendada passa pela Justiça, que tem competência para dirimir as questões de ordem pública e civil.
Depois do incidente protagonizado pelo deputado, a Justiça Federal determinou que a União e a Fundação Nacional do Índio adotem medidas necessárias para manter as correntes de controle de tráfego na divisa entre Roraima e o Amazonas, região da Terra Indígena Waimiri Atroari.
Nem precisa de muito esforço para se concluir o tamanho da estupidez envolvendo o funcionamento de estrada pública em terras indígenas, onde o direito do cidadão, que pagou por sua construção, para os seus legítimos usufruto, benefício e conforto, são completamente ignorados, tendo que se submeter às ideias de mentalidades atrofiadas e retrógradas de autoridades públicas, ao permitirem que, em pleno século XXI, a sociedade ainda seja obrigada a pagar pela indiscutível e nefasta incompetência administrativa, em cristalino atraso dos povos daquela região.
A questão poderia ser resolvida, de forma tranquila e racional, com o desvio razoável da estada das terras indígenas, sabendo-se sobre a existência da reserva indígena, quando do projeto da sua construção, ou seja, poderia haver pouco mais de custo, mas se evitaria prejudicar os negócios dos usuários e preservaria a vida da população indígena.
Agora, diante dessa evidente falta de cuidados ou até mesmo de inteligência, os órgãos governamentais poderiam estudar alguma viabilidade do deslocamento, em forma de demarcação da reserva indígena, para local seguro e distante da estrada, permitindo que o seu uso não causasse nenhum transtorno às atividades dos aborígenes, que precisam do respeito às suas condições de sobrevivência nas suas terras, sem interferência no direito de locomoção das pessoas e também sem impedir o desenvolvimento dos povos.
Vejam-se ainda que, na impossibilidade material da adoção das referidas medidas, que são absolutamente factíveis, sob o prisma do entendimento, as autoridades poderiam ter adotado medidas de racionalidade capazes de limitação de velocidade, nas áreas da reserva indígena, de modo que os veículos pudessem trafegar, a qualquer hora, respeitando os direitos e as integridades dos índios e dos animais, em velocidade reduzida e civilizada, sem necessidade de pernoitar no local extremamente inóspito, porque nada justifica a permanência de situação ridícula como essa de se permitir o fechamento de estrada, quando existem meios seguros para a garantia do tráfego na estrada, a exemplo do que ocorre durante o dia, sem qualquer incidente a prejudicar a vida dos índios.
          É sabido que, na forma da legislação do trânsito brasileira, nenhuma estrada pode ser fechada para o atendimento de interesses de quem quer que seja, muito menos para os povos indígenas, que são protegidos por leis específicas, mas elas não podem sobrepor às leis aplicáveis aos demais brasileiros, precisando, nesse particular, que sejam respeitadas igualmente as leis aplicáveis tanto aos indígenas como aos demais brasileiros, de modo que todos sejam beneficiados e possam se relacionarem em condições de civilidade, sem que nenhuma das partes seja beneficiada ou prejudicada unilateralmente.
A bem da verdade, é extremamente vergonhoso que reserva de índios possam ter supremacia sobre os direitos dos demais brasileiros, como se eles fossem os suprassumos do Brasil, a justificar total submissão a eles, inclusive com impedimento para se encontrar solução razoável para questão simples e superável, por meio de boa vontade e interesse para o equacionamento do problema e a sua solução, na forma como indicada acima ou por outros mecanismos racionais que possam atender, de maneira satisfatória, os interesses dos índios e usuários da estrada, que foi construída para ser usada permanentemente, durante o dia e a noite, para benefício dos brasileiros, não importado etnias, raças e muito menos ideologia.  
          Brasília, em 29 de fevereiro de 2020

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Demonstração de amor


Outro dia, depois de sensibilizado com a situação de enorme dificuldade pela qual passa uma garota que se desdobra para conseguir algum dinheiro para, ao menos, minorá-la, com a reciclagem de latinha de bebidas, muita gente demonstrou interesse em ajudá-la, de alguma forma, e isso ficou bem visível nas sentidas manifestações postas em mensagens.
Diante desse forte apelo das pessoas, tive a iniciativa de localizá-la e ontem isso foi possível, tendo falado com ela e ainda informado sobre esse interesse, o que demandaria a disponibilização de dados pessoais e bancários, para a efetivação de ajuda.   
Apenas para recordar, principalmente para quem ainda não conhece a história, a jovem coleta as latinhas em bares, ruas, festas e movimentações de pessoas, principalmente durante à noite, para contabilizar, em média, o ínfimo valor de R$ 120 mensais, que representam muito pouco, diante do seu tremendo sacrifício, mas essa é a opção feita por ela, depois de não ter logrado êxito na procura de emprego regular, na sua cidade, conhecida por Picuí, situada no Seridó da Paraíba.
A mãe da menina se encontra afastado do serviço, por causa de doença, e apenas recebe o benefício correspondente ao auxílio saúde, pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que é insuficiente para atender às despesas básicas da casa e da aquisição dos remédios prescritos pelo médico.
Assim, diante da situação e ciente sobre os fatos em apreço, as pessoas que quiserem ajudar, podem fazer depósito na conta que foi aberta exclusivamente para essa finalidade, em nome dela própria: Gabriela Paola S Cunha, na Caixa Econômica Federal, Agência de n* 4916, Conta de Poupança (013) n* 2867-6 (CPF  123.392.634-92, no caso de transferência de valor entre bancos).
Sempre digo que o pouco de muitos, no fim, sempre faz enorme diferença, em especial para quem compreende perfeitamente a dureza imposta na trajetória da sua vida, que vem sendo enfrentada com disposição de verdadeira guerreira dos tempos modernos.
Isso posto, concito as pessoas a mostrarem amor ao seu semelhante, mesmo com doação simbólica, que, somada, há de contribuir para mostrar à heroína e guerreira em causa que os brasileiros têm coração generoso e sabem perfeitamente compreender as agruras de quem luta pela vida, com tamanho gesto de amor filial, que pode sim ser compreendido como valorosa atitude humanitária.
À toda evidência, neste caso, a participação benemerente constitui gesto nobre de solidariedade humana que se traduz, por certo, na diminuição de uma ou algumas latinhas de bebida, mas tem efeito multiplicador benéfico ao coração, diante da certeza da contribuição voluntária para causa humanitária de sublime amor, em harmonia com o verdadeiro sentimento de cristandade.
Brasília, em 28 de fevereiro de 2020

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Por puro milagre?


Em crônica recente, fiz veemente apelo, em reiteração, pelo aparecimento, o mais rapidamente possível, dos verdadeiros e dignos homens públicos que recebem regularmente votos na região eleitoral de Uiraúna, Paraíba, com capacidade, coragem e disposição para defenderem a causa da saúde pública dessa cidade, que é da maior justeza e importância para o povo carente e desassistido, no sentido de se empenharem na defesa da alocação, no Orçamento da União, de verbas necessárias à construção e à manutenção do cogitado hospital.
Na verdade, objetiva-se tão somente a implementação de legítimo direito do povo daquela cidade, que merece tratamento de dignidade igual ao que precisa ser disponibilizado para os brasileiros, nos termos do que preconiza a Constituição Federal, no que se trata da prestação dos serviços básicos de saúde da incumbência do Estado.
Na crônica em referência, fiz questão de mostrar a gigantesca apatia dos uiraunenses em reivindicar seus sagrados direitos, fato que simplesmente contribui para a costumeira materialização da omissão e da irresponsabilidade do poder público, com relação ao cumprimento das obrigações constitucionais e legais da sua competência.
Na ocasião, o nobre conterrâneo e sempre voluntário Ditinho Minervino afirmou, quanto ao texto em referência, que,Neste mesmo 19 de fevereiro, cheguei de João Pessoa, onde faço tratamento, e lá presenciei no dia18 um protesto, pela retirada do PASSE LIVRE inter municipal, para pacientes em tratamento de câncer, Lá vi representantes de Sousa, Cajazeiras, Patos e muitas outras cidades. do poder público de Uiraúna não vi um, político ou representante de algum grupo.”.
Diante dessa constatação, eu tenho a certeza de que esse testemunho tem o condão de reforçar, com base em exemplo vivo, materializado sob visão pessoal, os termos do texto em referência, o que é profundamente lamentável que isso se confirme em pleno século XXI, quando conviria que o aprendizado e a evolução da humanidade pudessem ser prestados exatamente em benefício e  aproveitamento do homem.
A propósito, no dia 20 último, eu falando com minha querida irmã Vanda, que mora em Uiraúna, ela me disse que a crise da água pode ter chegado ao extremo do limite, diante do corte prometido para o abastecimento, já a partir daquela data.
Meus espanto e inconformismo são em perceber que a população de Uiraúna consegue passar por esse terrível caos hídrico e simplesmente aceita pacificamente a omissão e a irresponsabilidade do poder público, que se sente completamente imunizado diante dessa inaceitável desgraça que se abate sobre os uiraunenses.
Fato é que essa população, além de não reclamar diante da desgraça consistente na iminente falta definitivo da água, ainda vêm pagando regularmente as contas referentes ao pseudo abastecimento do precioso líquido, como se existisse normalidade de água na cidade, pura e de qualidade recomendada pela saúde pública, o que não nada disso é verdade, mas é como se fosse.
Com maior gravidade ainda que essa vexaminosa e angustiante situação perdura de longa data, sempre sob o gravoso risco de iminente falta de água para enorme população que é constituída de pessoas idosas, doentes e crianças, que, por certo, podem ficar sob risco de agravamento de doenças ou até mesmo de vida, a depender da demora para a solução do abastecimento.
Não há a menor dúvida de que governar cidade com tanta gente paciente e de muita tolerância, diante de tamanha dificuldade, é verdadeira dádiva divina, porque é muito estranho que a calamidade pública possa ser instalada, a qualquer momento, no âmbito da população, que pode ser o caso da falta de água, e ninguém estar nem aí para as suas gravíssimas e sérias consequências.
Salvo se houver, embora bastante impossível, o milagre de solução rápida, por meio de alguma magia, que poderia existir sob o colete dos dirigentes incumbidos do gerenciamento pertinente ao abastecimento da cidade, sabendo-se que se trata de problema que exige o envolvimento de muitas demandas, inclusive de recursos públicos, que jamais poderiam ser desviados da sua finalidade precípua.
Meu Deus! Como se consegue viver na ingenuidade da esperança segundo a qual, de repente, tudo pode se resolver com o poder do milagre que seria com providência divina caindo do céu, sabendo-se que isso nunca aconteceu para aquelas bandas?
Com muita boa vontade, é preferível se aderir à crendice de que esse gigantesco milagre possa, enfim, acontecer, para o bem de meus queridos e ingênuos conterrâneos, que são verdadeiros sábios em ainda confiar piamente em magia promovida por homens públicos vocacionados, a bem de se ver, à prática do bem da população, embora os exemplos nada confiáveis, de patentes apatias, omissões e irresponsabilidades, demonstrem que a situação de falta de água se encaminha mesmo e firmemente para verdadeira calamidade pública, com graves e incalculáveis prejuízos para a população que ainda confia piamente em promessas de políticos.
Brasília, em 26 de fevereiro de 2020

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

A invasão da alma

É com muita alegria no coração que vejo publicada, em destaque, no importante portal Uiraúna.Net, crônica da mina lavra, que anuncia a publicação de mais um livro meu, o quadragésimo terceiro, que foi dedicado, com carinho e gratidão, ao primeiro gênio que conheci na minha vida, o uiraunense Zéu Fernandes, pessoa simples, modesta mesma, que tinha o dom divino da sabedoria e da inteligência de inventar muitas coisas importantes, que foram colocadas à disposição do seu semelhante.
Trata-se de pessoa que prestou inestimável contribuição ao povo da querida Uiraúna, sem ter recebido nada em pagamento, senão o carinho e o reconhecimento da sociedade, que o adorava, em razão do seu valor como profissional de muitas qualidades e outros tantos serviços prestados à comunidade, com destaque para a complicada engenharia mecânica, área que ele dominava com bastante desenvoltura e maestria.
Agradeço, de coração, a magnanimidade do competente comunicador João Neto, pela publicação desse importante texto, que tem muito com a história e a cultura de Uiraúna, tão carente do resgate dos feitos heroicos referentes às pessoas que muito contribuíram, de maneira decisiva, para o progresso dessa cidade.
Gostaria muito que o meu sentimento voltado para a valorização das coisas do passado dessa cidade possa também invadir a alma e o coração dos uiraunenses, que amam a sua cidade, de modo que a sua riquíssima história cívico-cultural possa ser resgatada, recontada, para o fim de ser mostrada, pelo menos, um pouco sobre a grandeza das pessoas notáveis, que se tornaram verdadeiros heróis, em momentos difíceis do passado, que jamais deveriam ser sepultados pela omissão do poder público, que tem intrínseco dever de cultuar e preservar a rica história da cidade.
É preciso lembrar, por ser inegável, que foi graças a esses grandes homens, os grandes benfeitores, que Uiraúna pode agora desfrutar de melhores e bons ares, com sabor bem especial de desenvolvimento.  
         Brasília, em 24 de fevereiro de 2020 

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

À mestra, com carinho


Hoje, 22 de fevereiro de 2020, é a data da comemoração do natalício da memorável professora Maria do Céu Fernandes, a quem me dirigir para parabenizá-la e ainda dizer que rogo sempre a Deus pela preservação e continuidade da sua longa vida, abençoada com as graças celestiais da bondade, da saúde, do amor e da felicidade.          
É sempre com carinho e prazer que me refiro à professora Maria do Céu Fernandes, porque me vem à mente boas lembranças dos tempos de quando eu fui seu aluno, no sempre inesquecível então Grupo Escolar Jovelina Gomes, nos idos anos do início da década de sessenta, em que eu jamais poderia imaginar que aqueles instantes seriam tão marcantes na minha vida, considerando a dureza do ensino imposta por aquela jovem, inteligente, bonita, severa professorinha (no bom sentido) do primário, que exigia o máximo dos alunos e isso correspondia exatamente à forma de aluno do meu perfil, que sempre agradecia às suas lições com as melhores notas da sala, em todas as matérias.
O meu carinho de agradecimento à professora Maria do Céu Fernandes começou quando dediquei o meu vigésimo sétimo livro a ela, onde eu descrevi um pouco sobre o que eu ainda me lembrava da mestra austera e muito competente na maneira como ensinava, que tanto contribuiu para ajudar o início de estudante aplicado, que soube haurir, para o seu bem, os ensinamentos de qualidade, na mesma linha das demais professora do seu tempo.
          Eis a aludida dedicatória:
“DEDICATÓRIA
Dedico este livro, com sublime carinho, à inesquecível professora Maria do Céu Fernandes, que foi uma de minhas primeiras orientadoras nos primórdios da minha trajetória estudantil, quando frequentei o curso primário, no sempre amado Grupo Escolar Jovelina Gomes, na cidade de Uiraúna (PB). Lembro-me com bastante lucidez, daquela figura com o misto de ternura e de carisma, porque tinha o dom de ser durona e até inflexível no seu método de ensino da época, mas era doce e elegante na forma como explicava as aulas, com a didática que cativava e estimulava os alunos. No meu caso, posso afirmar que o seu método professoral muito contribuiu para que eu fosse aluno exemplar, porque sempre consegui boas notas e o seu apreço, graças à sua dedicação especial por aqueles que se esforçavam e demonstravam interesse nas suas aulas. É com enorme gratidão que reconheço a sua prestimosa contribuição à minha formação educacional, em especial por eu ser hoje apaixonado pela arte literária, sabendo que o começo teve a fecunda contribuição de muitas professoras do citado educandário, todas merecedoras de meus especiais carinho e agradecimento.”.
Depois disso, na homenagem que prestei ao Grupo Escolar Jovelina Gomes, voltei a devotar meu carinho de agradecimento à professora Maria do Céu Fernandes, quando comecei a crônica fazendo bonita alusão exatamente aos bons momento do início das aulas, com a tradicional chamada dos alunos, nestes termos: “Começo o texto fazendo as vezes de uma professora da minha época de estudos no Grupo Escolar Jovelina Gomes, proferindo a chamada dos alunos de minha turma, pela ordem alfabética da lista, como era do costume e conforme escrito o nome abaixo de uma fotografia antiga, começando pela professora, ipsis litteris: Profª Maria do Céu Fernandes,  Antonio Adalmir, Bubu de Alcione, Demar, Erocilma, Graça de Nego Véi, Loria, Nelton, Neném de Seu Dé, Nêumanne Pinto, Neuzani, Nilton e Vandil (outras pessoas constaram da fotografia, mas não há a indicação de seus nomes e eu não tinha como identificá-los, infelizmente). “.
A propósito, trago à colação, linda mensagem de agradecimento que recebi dela, por ocasião da homenagem  prestada no citado educandário, que tem o teor a seguir: “Mensagem de agradecimento Caro Antônio Adalmir! Sinto-me honrada e feliz, pela forma carinhosa como você me homenageia quando da dedicatória a minha pessoa de mais um livro de sua autoria “OS FATOS DO COTIDIANO”, isto muito me honra, aumenta minha autoestima e ensina a continuar. Jamais esquecerei este momento indescritível, único e feliz! O coração pulsa de emoção neste momento carregado de gratidão. Aqueles distantes anos compartilhados na década de 60, não significaram o fim da vivência escolar, comprovando que o vínculo professor/aluno é indestrutível. Continue amando seu ofício com todo o empenho, sempre perseguindo fazer o melhor. Seja fascinado pelo que realizas, sem deixar de sonhar. Tudo que fica pronto na vida, foi construído antes na alma. Vejo que a marca da generosidade continua viva neste coração, que em meio a tantas adversidades continua sendo exemplo de superação, simplicidade e criatividade. José Américo de Almeida quando numa oportunidade como esta, assim se expressou: ‘bem podeis avaliar minha alegria vendo a inteligência paraibana florescer e eu sendo parte nesta floração, tenho meus canteiros e neste momento minhas mãos se perfumam colhendo flores’. Num gesto de agradecimento e gratidão aqui deixo o meu muito obrigada! Maria do Céu Fernandes. Uiraúna, fevereiro de 2018”.
Diante de agradecimento vindo d’alma dela, só me restou dizer o que o meu coração pediu naquele momento, nas seguintes termos: “Minha sempre lembrada, com muito carinho, professora de infância, Maria do Céu Fernandes, o que disse sobre a senhora é puro sentimento que guardo no meu coração, como sendo uma das pessoas que forjaram em mim a imperiosa necessidade da busca do saber e do conhecimento e isso para mim só tem o preço da gratidão, que jamais se apaga em minha mente, nem no meu coração. Fiquei muito feliz de ter encontrado minha ex-professora muito mais jovem do que eu, não é uma maravilha? Não que eu quisesse que a senhora estivesse acabada, mas o tempo é inexorável, não é mesmo? Já publiquei uma crônica sobre a homenagem e agora estou escrevendo outra. Adivinhe se tem o nome de professora famosa de minha infância? No mais, me sinto muito feliz de a senhora ter recebido com carinha  o gesto símbolo da minha verdadeira gratidão. Muito obrigado por sua atenção. Forte abraço de carinho. Antonio Adalmir Fernandes. Uiraúna, em fevereiro de 1918.”.
Não há a menor dúvida de que são marcantes e maravilhosas as lembranças de minha passagem pelo Grupo Escolar Jovelina Gomes, onde tive a sorte de aprender as primeiras lições de cidadania e principalmente de saber e educação, que certamente se tornaram o alicerce robusto e seguro para que, além de sucesso na vida, eu conseguisse, na velhice, ser amante da arte literária, sendo autor de exatos 43 livros e posso dizer que tudo isso teve a contribuição de excelentes professoras e professores, entre os quais a querida lembrada professora Maria do Céu Fernandes.
Mais uma vez, meu coração bate palmas de alegrias por ocasião do aniversário de uma das professoras que marcaram muito a minha vida, pelo valoroso ensinamento proferido pela mestra Maria do Céu Fernandes, cujo legado eu retribuo com carinho, por ocasião do seu aniversário, augurando que meu gesto de reconhecimento à sua dedicação seja o conforto de vida bastante longa, com as bênçãos divinas da harmonia, da saúde, da sabedoria, da felicidade, do amor...    
Brasília, em 22 de fevereiro de 2020

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

A força da mobilização

Diante de tantas crônicas que já escrevi sobre a dramática situação representada pela falta de hospital e, enfim, da prestação de serviços de saúde pública em Uiraúna, Paraíba, em razão das indiscutíveis omissão e  irresponsabilidade por parte do poder público e mais precisamente dos políticos com influência e poder da região, muita tem sido a participação de apoio de pessoas em manifestação de solidariedade às denúncias que são inevitáveis, diante da notória situação de penúria que se apresenta para a população realmente carente, que precisa se submeter às imperantes precariedades do atendimento onde ainda existe.
Entre as manifestações mais veementes, têm-se a que foi postada pelo sempre atento conterrâneo Ditinho Minervino, que descreveu, com detalhes, a sua preciosa experiencia vivida no antigo hospital público de Uiraúna, cujo edifício, hoje, se encontra jogado às moscas.
Eis o relato dramático de Ditinho: “Com muito orgulho, cheguei a ficar de pulsos inchados de tanto cortar paredes para tubulação de eletricidade, naquela obra. O orgulho era duplo: 1) estava ganhando meu dinheirinho; 2) estava contribuindo de alguma maneira para o bem está da população. Como fui morar fora, 25 anos em Uberaba-MG, não cheguei a ver o funcionamento do referido hospital. Hoje, hoje sei, que está servindo de ponto de apoio aos usuários de drogas, LAMENTÁVEL.”.
Depois de sentir na pele essa triste história, percebe-se o quanto é muito triste e comovente o seu relato, diante do deplorável fim que foi dado ao citado hospital, depois das disputas travadas por meio do espúrio jogo de interesses alimentado por pessoas inescrupulosas e desumanas, fazendo com que a população de uma cidade, mais necessitada e carente possível,  fosse obrigada a pagar muito caro pela provável ganância do poder econômico e/ou territorial, em termos político-financeiros, onde ninguém teve o menor sentimento e muito menos remorso quanto aos interesses da sociedade, que eram e ainda são prioritários.
Aliás, isso era de somenos importância, diante do seu principal objetivo, que era simplesmente a plena ruína do pouco da saúde pública que existia e, ainda que precariamente, funcionava em Uiraúna, mesmo que em condições de sucateamento, mas que era bem melhor do que a desgraça que impera na atualidade, que quase nada funciona em benefício da população, que também se sente impotente para reclamar seus direitos de cidadania, em razão da prevalência do coronelismo interiorano, que sufoca pelas raízes o grito dos oprimidos e desassistidos, sob pena de duras represálias.  
Não há a menor dúvida de que a população de Uiraúna, mesmo à custa de muito sacrifício, é obrigada a pagar altíssimo preço por algo que não teve a menor participação, salvo no decidido apoiamento político, com o seu voto, quase de cabresto, àqueles que foram pivôs da destruição do pouco que restava da saúde pública na cidade e isso é fato incontestável, diante da desgraça caracterizada pela falta de sistema de saúde pública na cidade e mais precisamente diante da inexistência, por mais remota que seja, de intenção de se buscar meios para o fim de mostrar, ao menos, que a população padece, por depender da gigantesca falta de interesse justamente de quem comanda a cidade e tem formação e larga experiência na área médica.
Esse fato, por si só, expõe sentimento muito forte de maldade, de crueldade com o ser humano, que se debate em terríveis dificuldades perceptíveis justamente por quem entende do métier, sabe como agir e ainda tem o dever de propiciar o bem-estar à população.
Nessas condições, não resta a menor dúvida de que todas culpa e responsabilidade cabem às autoridades com competência de Estado para  procurar os meios necessários à solução desse grave problema da saúde pública, diante do seu conhecimento sobre ele e  ainda diante das facilidades para os contatos com as autoridades relacionadas com o sistema pertinente.  
É preciso sim que o povo de Uiraúna se una em movimento social, em forma de mobilização, o mais  ampliado possível, no sentido da convergência dos bons propósitos, com vistas ao convencimento da sociedade para a necessidade do empenho de todas as correntes política, ideológica, religiosa, social, não importa, no sentido de se trabalhar com o objetivo voltado para a construção e o funcionamento do hospital da cidade, por ser matéria  prioritária, cuja consecução exige extrema urgência e empenho de todos, inclusive de quem tem saúde, no momento.
Convém, de bom tom, que sejam incluídas, nesse novo processo, até mesmo as pessoas que já demonstraram indiferença a essa tão importante causa, porque a sua insensatez até aqui pode se transformar em boa vontade capaz de superação dos obstáculos, sabendo-se que seus conhecimentos sobre os meandros políticos podem facilitar as tratativas necessárias à obtenção dos  recursos orçamentários destinados à construção do tão ansiado hospital.
Brasília, em 20 de fevereiro de 2020

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Reiteração de apelo


Acabei de constatar, em rede social, um compartilhamento da minha crônica que apela, de forma desesperada, pela construção do Hospital Regional de Uiraúna, Paraíba, e senti muita tristeza no coração, por perceber que somente uma ou outra criatura ainda faz questão de lembrar o ingente esforço que se quis dar à causa das mais nobres que abracei em nome dos meus queridos conterrâneos.
Ou seja, não se ouviu, por parte dos homens públicos, sim aqueles que pedem voto aos eleitores de Uiraúna, precisamente por ocasião das eleições, se apresentando como sendo a criatura mais bondosa, generosa da face da Terra, pedindo voto e prometendo mundos e fundos, a mínima manifestação de que teria entendido perfeitamente a mensagem que procurei ser a mais didática, a mais clara possível, em termos pedagógicos, para que não restasse a mínima dúvida sobre o clamor da população de Uiraúna, extremamente carente de saúde pública, na forma de unidade hospitalar, em condições de prestar os primeiros socorros e os atendimentos básicos e indispensáveis que os brasileiros têm direito, por força de previsão constitucional.
          Força, povo da amada Uiraúna! Desperta dessa terminal e condenável letargia que tanto prejudica a defesa de seus interesses e dá bravo grito de repúdio aos enganadores e sanguessugas da boa vontade da população desassistida e abandonada dessa cidade, em termos da prestação dos serviços públicos de incumbência do Estado, em especial no que tange à saúde pública, que é dever constitucional considerada prioritária do poder público aos brasileiros, inclusive aos uiraunenses, que têm a sagrada obrigação cívica de lutar, com unhas e dentes, na busca da conquista de seus lídimos direitos.
O que não pode é simplesmente ficar quietinho esperando pelo visível, definitivo e injustificável descaso demandado pela má vontade dos impiedosos homens públicos que se beneficiam costumeiramente dos votos dos ingênuos eleitores mais do que fiéis a eles, que dão como agradecimento, em contraprestação, a indiferença à dramática e terrível situação referente à prestação dos serviços referentes à saúde pública, que é da maior gravidade para o povo carente, que, em termos de voto, tem o mesmo valor, embora com maior peso, por se tratar de maior quantidade de eleitores, do que os votos de quem não precisa tanto da assistência médico-hospitalar.
Trata-se de questão da maior relevância para o povo de maior carência de assistência da saúde pública, que não pode ficar sem urgente resposta, ante a gravidade exposta à saciedade, mas, infelizmente, o que se percebe, de forma cristalina, é o estrondoso silêncio, de arrebentar os tímpanos dos moucos (se é que eles os têm, por ser força de expressão, como forma se mostrar indignação, diante das enormes apatia, omissão e irresponsabilidade ao caso), posto que o grito de alerta já foi dado com bastante nitidez e de forma muito clara sobre a desgraça que se abate sobre os frágeis ombros das pessoas que precisam diariamente da prestação de saúde pública.
O que se nota, infelizmente, é que nem mesmo uma pena fora movida, diante do estrondoso apelo feito por mim, no sentido da solidariedade em apoio ao movimento considerado da maior importância em relação à causa que não se permite mais continuar sem urgente providência por parte de quem se considera digno de ser chamado homem público de verdade, que merece o devido respeito e se acha capaz de olhar nos olhos do eleitor, para, interessadamente, pedir voto dele, que constitui exatamente o povo calejado e sofrido de Uiraúna e das regiões com potencial de contribuir para a costumeira eleição de quem se esconde neste momento especial em que se implora por que ele apareça e se digne a dizer que pode e tem disposição cívica para lutar pela construção do Hospital Regional de Uiraúna.
Apelam-se pelo aparecimento, o mais rapidamente possível, dos verdadeiros e dignos homens públicos com capacidade, coragem e disposição para defenderem essa causa da maior justeza e importância para o povo carente de saúde pública de Uiraúna, no sentido de se empenharem na defesa da alocação de verbas necessárias à construção e à manutenção do cogitado hospital, por ser apenas a consecução de legítimo direito do povo daquela cidade, que merece tratamento de dignidade igual ao que já vem sendo feito com relação à boa parte dos brasileiros.
Brasília, em 19 de fevereiro de 2020

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

O Evangelho como paradigma?

Na crônica intitulada “Estratégia Política?”, que analisa o encontro do papa com o ex-presidente da República petista, foi dito que fica a lamentável lição de que o pontífice poderia ter evitado a questionável audiência, tendo em conta que não há absolutamente nada que sirva como justificativa para que ele pudesse se reunir com cidadão que se encontra com a moral fragilizada, em razão das condenações e dos processos penais que correm na Justiça brasileira contra a pessoa dele.
Há de se notar que o aludido encontro somente conspira contra a imagem não apenas do líder máximo da Igreja Católica, mas também dessa instituição, que perdem respeito perante seu rebanho, que não pode abonar atitude incompatível com os princípios e ensinamentos do Evangelho de Jesus Cristo, que primam, na essência,  pela intransigente preservação da moralidade contra quaisquer interesses estranhos aos princípios católicos.
Diante do referido texto, o causídico doutor Augusto César, de Brasília, escreveu mensagem de apoio, nestes termos: “Parabéns Adalmir pelo tirocínio e clareza de sua elogiável análise. Perfeita! Sou católico e lamento esse quiçá impensado ato do papa, prestando um desserviço à população brasileira, notadamente aos católicos de um modo geral! Decepcionante.”.
Em resposta à referida ponderação, a par de agradecer a carinhosa mensagem de apoio à minha crônica, enfatizei a importância dela, que diz um pouco da mentalidade nada franciscana da maior autoridade da Igreja Católica, em cristalina demonstração de degradação moral, no âmbito da instituição, ao abençoar pessoalmente autêntico fora da lei, assim declarado criminoso pela Justiça brasileira, a despeito dos verdadeiros e sagrados princípios cristãos que precisam ser defendidos, a ferro e fogo, exatamente por quem deles se desvia, sem o menor pudor e com a cara mais feliz e risonha, como se ele não precisasse dá satisfação à comunidade católica.
A verdade é que o rebanho católico vem se decepcionando, de quando em vez, com a malignidade de pessoa que dá ideia de também, como nesse episódio, comungar em cartilha diferente daquela instituída por Jesus Cristo, diametralmente contrária à ideologia socialista, quando esta tem por essência brutal filosofia em forma de tratamento de desrespeito aos princípios humanitários, à vista da imperante ideologia de igualdade social, onde prevalece a perda dos direitos humanos, que consistem na supressão das liberdades individuais, principalmente dos direitos políticos e democráticos.
Como o pensamento do político brasileiro também se alinha perfeitamente com a viga mestra da famigerada ideologia socialista, conforme filosofia descrita acima, fica ainda mais e precisamente patente que o papa, diante da sua importância de dirigente religioso que tem por dever a inarredável defesa dos direitos humanos, teria todos os motivos do mundo para se distanciar de personalidade que demonstra enormes apoio e carinho aos ditadores que governam nações sob o desgraçado e maldito regime socialista.
É preciso se enfatizar que a análise que se faz sobre o comportamento do papa cinge-se especificamente ao caso em que ele se digna a receber, nos seus aposentos vaticanalícios, líder político que não ocupa nenhum cargo público, não tendo sob sua incumbência governamental qualquer responsabilidade para cuidar de absolutamente nada, em termos de políticas públicas, a justificarem qualquer forma de reunião entre ambos, para tratarem sobre algo inerente aos interesses da sociedade, porque eles são inexistentes, evidenciando encontro desnecessário, estritamente sob o prisma cristão.
Há de se notar também a condição referente à precariedade moral do político, que foi julgado e condenado à prisão, em processos absolutamente regulares, pela Justiça brasileira, sob a degradante prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, sem que ele tivesse condição de contestar, de forma satisfatória e aceitável, os fatos irregulares denunciados, o que bem mostra, de maneira cabal, que o representante de Deus na Terra jamais poderia ter se encontrado com pessoa indigna da sua aproximação, quando a instituição comandada por ele tem o dever supremo de não compactuar senão com quem esteja em pleno estado de imaculabilidade, demonstrando ser cidadão integro e cumpridor das regras impostas aos homens públicos, inspiradas essencialmente nos princípios republicano e democrático, da moralidade e da dignidade no trato da coisa pública.
Não há a menor dúvida de que a atitude papal, diante dos dogmas e princípios da Igreja Católica, representa cristalino e indiscutível retrocesso à grandeza dessa instituição católica que tem a nobríssima missão reconhecida de ser exemplo de pureza ética e moral, não se permitindo que seu líder supremo se ache no direito de se desviar do caminho mediante o qual tem como paradigma o Evangelho de Jesus Cristo, que serve de luz retilínea para a interpretação dos salutares ensinamentos sobre as condutas de pureza e correção do verdadeiro cristão.
          Brasília, em 18 de fevereiro de 2020

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Publicação do meu 43º livro


Meu coração se revitaliza em festa, com o transbordo de muita felicidade, diante do anúncio da conclusão de mais uma importante obra literária que se junta à minha coleção de livros, constituindo motivação maior para a continuidade da vida, ante a compreensão que tenho de que Deus me deu o dom do amor para escrever meus singelos textos, dizendo o que sinto sobre os fatos da vida, que, em boa parte, vêm merecendo  a aprovação, o incentivo e o carinho de leitores que se devotam em apoiamento ao que escrevo.
Aproveito o ensejo para agradecer a magnanimidade de Deus, pela dádiva da abundante inspiração para escrever e elaborar as minhas crônicas, a evidenciar a graça que sempre tem acontecido com o surgimento de mensagens que são a razão maior da vazão às ideias colocadas no papel, que me fazem felizes e me animam ao envolvimento continuado e permanente, para o deleite pessoal e o teste da tolerância de seguidores à espreita de novos textos que possam atender ao seu gosto pela leitura.
Diante dessa perspectiva, digo que a enorme motivação para escrever tem sido o combustível que me anima a viver com a alegria de tentar, com incansável insistência, organizar ideias e resumi-las em palavras, crônicas e livros, vivendo momentos maravilhosos em cada instante da vida, exatamente por eu puder me inserir nesse maravilhoso mundo mágico propiciado pela sublime arte de mexer e trabalhar continuamente com as letras, fato que me ajuda a sentir que meu coração bate forte e em permanente estado de graças, por ser merecedor do majestoso presente dos deuses da literatura à minha pessoa.
Trata-se do meu 43º livro, que tem o título “Escopamento de fatos”, o qual versa, como de costume, sobre a análise de fatos da vida, na forma como gosto de interpretá-los, com destaque para as matérias mais importantes do cotidiano, evidentemente sob o meu prisma de avaliação.
Importa enfatizar que a análise do noticiário político-administrativo merece forte realce nas minhas crônicas, que é também o foco natural da mídia, diante das calorosas discussões sobre os projetos e as reformas de interesse da sociedade.
São muitos os assuntos modelados e analisados diariamente por mim, compreendendo a abordagem, o esclarecimento e a opinião pessoal, sempre enfocados com minúcia e imparcialidade, envolvendo temas da atualidade, normalmente com relevância para a sociedade.
Como já foi institucionalizada a dedicatória nos meus livros, tenho enorme alegria de prestar carinhosa e merecida homenagem a uma personalidade considerada muito importante na vida de Uiraúna, Paraíba, que é digna do resgate que faço da sua lembrança, nestes momento e local especiais.
É com muita satisfação que digo que a pessoa homenageada é especial e merecedora da minha admiração, por ter conquistado o respeito e o carinho de seus conterrâneos, ante o seu legado memorável e substancial de amor e dedicação às causas de interesse do desenvolvimento de Uiraúna e isso justifica perfeitamente a homenagem que faço, neste momento, com sublime merecimento, a um dos maiores cidadãos que conheci, na minha vivência na amada terra natal.
Sem dúvida, trate-se de pessoa brilhante e inesquecível, que demonstrava ter o domínio de grandes inteligência e sabedoria, que foram colocadas espontaneamente à disposição de seus patrícios, sem a exigência de recompensa alguma.
Este livro é dedicado, com muita honra, ao pioneiro e famoso “engenheiro” mecânico Zéu Fernandes, em nome da gratidão pessoal, por ele ter servido, de maneira incansável, à minha terra natal, em tudo que estivesse ao seu alcance, sendo merecedor do reconhecimento e da gratidão não somente meus, mas também dos uiraunenses.
A fotografia da capa do livro em apreço mostra momento de muita e rara beleza de instantâneo do céu da Escola de Especialistas de Aeronáutica, situada na cidade de Guaratinguetá, São Paulo, educandário onde tive a honra de me formar Sargento da Força Aérea Brasileira.
Eis a seguir a citada dedicatória registrada, com muito carinho, no meu 43º livro:
                                        DEDICATÓRIA
É com enorme alegria que dedico este livro ao cidadão Zéu Fernandes (in memoriam), considerado o melhor “engenheiro” mecânico de Uiraúna, Paraíba, nas décadas de trinta a sessenta, a quem se atribui muitas invenções importantes, que eram colocadas a serviço do homem. Veio à mente a prestação de singela homenagem à memória de brilhante homem público daquela cidade, que foi realmente notável profissional, com destacada inteligência, voluntariamente posta ao benefício de seus contemporâneos. Ele tinha inteligência exuberante e muito acima da média do Homo Sapiens, sendo dotado de invejável capacidade para desenvolver projetos altamente sofisticados e ambiciosos da sua época, sempre classificados como revolucionários para seu tempo, onde a tecnologia não tinha os avanços desejáveis, principalmente no que refere às facilitações para as invenções, em termos de materiais inerentes aos produtos disponíveis da atualidade. Zéu se mostrava curioso e interessado em desenvolver ideias inovadoras, cujo produto pudesse resultar em algo útil para a humanidade, sendo que a sua seara de atuação sempre foi a engenharia mecânica, que era a sua principal paixão que movia seus sonhos de inventor irrequieto e bem sucedido, com destaque para o completo domínio dos meandros dos motores. Lembro-me, como se fosse no presente, que o motor da luz, que parecia muito mais tremenda geringonça, pelo tamanho e enormidade de suas peças, conexões e mangueiras, estava em constantes e permanentes manutenção e consertos, sendo que muitas das quais precisavam ser feitas ou retificadas somente por ele ou por sua orientação, que contava com o competente adjutório do mestre Cabrinha, também de inesquecível memória. Somente Zéu tinha condição de entender o métier e formular as peças daquele gigantesco motor da luz, em substituição às antigas. Ele é lembrado por usa eficiente escopadeira de arroz, que deve ter sido concebida por força da sua genialidade, a quem a população de Uiraúna recorria para limpar a casca daquele precioso e saboroso grão. Zéu era famoso por possuir a famosa fubica da marca Ford, que desfilava garbosamente nas largas e vazias ruas de Uiraúna, sendo importante meio de transporte para quem pudesse pagar os serviços do taxista pioneiro da cidade. Lembro-me também, e com entusiasmo, que ele incursionou no mundo do ilusionismo, ao aprender e aplicar a técnica do hipnotismo, em que ele juntava pessoas para hipnotizar quem permitisse, deixando as pessoas encantadas e boquiabertas com a sua extraordinária sabedoria, por conseguir controlar a mente humana. Diz-se até que ele teria sido autor de motor automotivo movido à água, fato este que não foi do meu tempo nem do meu conhecimento, mas é bem provável que ele tenha alcançado tamanha façanha, diante das suas extraordinárias sabedoria e capacidade criativas próprias da impulsividade dos grandes gênios inventores. É indiscutível que Zéu Fernandes foi uiraunense de grande prestígio, por seu amor ao povo de Uiraúna, a quem estava sempre a serviço dele, com a sua disposição para ajudar em tudo que fosse possível, tendo deixado importantíssimo legado de inteligência ímpar, além de muitas e belas histórias marcantes e interessantes. Zéu Fernandes é merecedor do reconhecimento como pessoa que contribuiu efetivamente para o progresso de Uiraúna, ante a sua notável obra, tanto material como de amor verdadeiro às causas do povo. Ao saudoso professor Pardal, rendo merecidas, embora simplórias, homenagens de agradecimento por tudo que ele contribuiu em forma de genialidade, dedicação e amor ao povo da amada Uiraúna.”.
Com o meu muito obrigado.
Brasília, em 17 de fevereiro de 2020

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Estratégia política?


O ex-presidente da República petista se reuniu com o papa, no Vaticano, em audiência privada, cuja reunião, que não constou na agenda pontifícia, aconteceu na casa de hóspedes Santa Marta, dentro da cidade onde mora o argentino.
Segundo a assessoria do ex-presidente, o principal tema discutido foi o combate à pobreza, que tem sido assunto que integra a agenda permanente do papa.
A reunião entre o brasileiro e o argentino foi intermediado pelo presidente da Argentina, que visitou o conterrâneo, no Vaticano, no dia 31 de janeiro último.
Segundo o presidente da Argentina, “O Lula me pediu para ver o Papa. E eu pedi (ao papa) se ele podia receber o Lula. E ele (o papa) me disse que ‘claro’ e que (o petista) lhe escrevesse porque ele (o papa), com todo prazer, o receberá”.
Trata-se da primeira viagem internacional do ex-presidente após ele ter deixado a prisão, em novembro.
O papa é a maior autoridade da Igreja Católica e possui a plenitude do poder para o governo dela, o que vale dizer que as suas decisões são inquestionáveis, sob o ponto de vista da administração dos assuntos da igreja, inclusive pesa sobre a sua responsabilidade o dever de cumprir e fazer os princípios da ética e da moralidade, tanto na estipulação das regras e normas da instituição como na sua aplicação, exigindo o seu cumprimento.
É sabido que o papa goza do supremo poder em questões espirituais e sob este aspecto ele não pode ser julgado por ninguém na Terra, ante a exclusividade do julgamento por Deus, mas ele, repita-se, em matéria espiritual, tem o direito exclusivo de julgar as supremas autoridades do Estado e as eclesiásticas.
Afora isso, nada impede que o papa possa ser censurado se deixar de observar a cartilha que orienta e sustenta os pilares da ética e da moralidade que servem de alicerces para a caminhada da madre Igreja Católica.
Na verdade, a liturgia da Igreja Católica segue o padrão ditado pelo papa, que serve de luz para os cristãos, tornando-se, ao longo da história da igreja, modelo e padrão de moralidade para a formação da evangelização segundo os princípios de moralidade pretendido por Jesus Cristo.
É da competência do papa a adoção de medidas destinadas à preservação tanto da fé como da moral, que se expõem no âmbito da Igreja Católica, o que significa dizer que as suas atitudes podem fortalecer ou fragilizar a estrutura da igreja que comanda.
Em princípio, vê-se que o tema alegado como possível objeto de discussão, no caso, o combate à pobreza, não diz coisa com nada, considerando, em especial, que o político está absolutamente afastado da gestão pública, bem distante de se candidatar a cargo com competência para cuidar de assunto dessa natureza, o que bem demonstra a falta de objetividade para justificar encontro visivelmente desnecessário, que somente contribuiu para contrariar os interesses da Igreja Católica, diante do absurdo de o papa se encontrar com pessoa totalmente estranha ao pensamento dessa instituição.
Agora, não há negar que, à vista da esperteza do político, o encontro dele com o papa será, certamente, empregado em forma de marketing pessoal, na melhor estratégica política possível, para mostrar seu prestígio perante o mandatário da Igreja Católica, como se isso tivesse algum proveito aos processos penais em tramitação na Justiça, que estão à espera das justificativas, dos esclarecimentos e das contraprovas sobre as pletoras e espantosas denúncias que pesam sobre os ombros dele.
É sabido que o papa tem como costume religioso a defesa dos princípios e das crenças católicas, diante da implicação do dever de se espargir pela igreja os sentimentos da moralidade, como forma da disseminação da conduta por meio da qual se fundam as mensagens e os ensinamentos do cristianismo, como, por exemplo, a paz entre os povos, a fraternidade, a caridade, a harmonia e o respeito, entre outros, que são instrumentos e discursos que se opõem às desavenças, às guerras, às violências, às situações de imoralidades, que não condizem com a pregação e as práticas do cristianismo defendido pela instituição.
Sob essa compreensão quanto à sustentação da moralidade, é de toda visibilidade que não faz o menor sentido que o papa se digne receber, em audiência, líder político que se encontra na condição de condenado à prisão pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e ainda respondendo a seis processos penais, também com o indicativo de outros tantos crimes cuja autoria é atribuída a ele, estando em precária situação que em nada se recomendaria o seu encontro com alguém que deveria se conscientizar de que a Igreja Católica não ganha nada em se solidarizar-se com pessoa que se encontra com a ficha muito suja, em estado deplorável ante os princípios religiosos.
À toda evidência, a presença do petista na sede da Igreja Católica somente contribui para denegrir a imagem da instituição e mostrar a patente insensibilidade do seu comandante, que não atinou para o perigo que isso representa em desrespeito aos ensinamentos de moralidade difundidos por ela, quando criminoso é acolhido e recebido de braços abertos por ele, dando a entender que político é pessoa cumpridora de seus deveres como cidadão que tem a ficha imaculada perante a sociedade e o mundo.
Trata-se, na verdade, de pessoa que, por insustentável representação moral, há de contribuir por inevitável divisão dentro da Igreja Católica, porque é muito provável que surjam religiosos de alta atribuição na Cúria Romana, para alerta o Santo Pontífice de que a audiência em causa contrariou frontalmente os dogmas, os princípios e os manuais de boas condutas pelos quais precisam seguir as autoridades eclesiásticas dessa instituição, em especial quanto ao reconhecimento de que a moralidade é princípio que não pode ser ignorado no âmbito da igreja, como o fez, nesse caso, o papa, ao receber, com sorriso aberto, pessoa enquadrada e condenada por atos contrários à moralidade, nos termos dos veredictos exarados pela Justiça brasileira.
Não há a menor dúvida de que fica a lamentável lição de que o papa poderia ter evitado a questionável audiência, tendo em conta que não há absolutamente nada que sirva como justificativa para que ele pudesse se reunir com cidadão que encontra com a moral fragilizada, em razão das condenações e dos processos penais que correm na Justiça brasileira contra a pessoa dele, fatos que somente conspiram contra o seu recebimento pelo líder máximo da Igreja Católica, que perde respeito perante seu rebanho, que não pode abonar atitude incompatível com os princípios e ensinamentos do Evangelho de Jesus Cristo, que primam pela preservação intransigente da moralidade sobre quaisquer interesses estranhos à instituição católica milenar.   
Brasília, em 13 de fevereiro de 2020

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Verdade em vertigem


O mencionado jornalista afirmou que “deu muita risada” com o filme, por entender que a história contada no documentários é “mentirosa” e que a diretora dele é uma “menina querendo agradar a mamãe”.
Ele afirmou exatamente o seguinte: “É um filme de uma menina dizendo para a mamãe dela que fez tudo direitinho, que ela está ali cumprindo as ordens e a inspiração de mamãe, somos da esquerda, somos bons, não fizemos nada, não temos que fazer autocrítica. Foram os maus do mercado, essa gente feia, homens brancos que nos machucaram e nos tiraram do poder, porque o PT sempre foi maravilhoso e o Lula é incrível”.
Por seu turno, em momentos coincidentes, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República rebateu críticas feitas pela diretora ao governo, tendo exibido vídeo no qual afirmava que, por conta de uma entrevista dela à TV norte-americana, a cineasta seria “antibrasileira”.
Pelo Tweet, a ex-presidente da República petista fez os seguintes comentários: “Como se não bastasse a grosseria misógina e sexista de Bial contra Petra Costa, ao chamá-la de menina insegura em busca de aprovação dos pais, a candidata brasileira ao Oscar com o filme Democracia em Vertigem foi vítima de intolerável agressão oficial do governo Bolsonaro. A Secretaria de Comunicação da Presidência exibiu um vídeo, feito com dinheiro público, para ofender uma artista brasileira apenas porque exerceu o inalienável direito de criticar o governo numa rede de TV. Trata-se de censura e de brutal desrespeito à liberdade de expressão. Petra foi até serena na escolha das palavras, ao dizer uma pequena parte do que os brasileiros e o mundo já sabem: o Brasil é governado por um machista, racista, homofóbico, inimigo da cultura, apoiador de ditaduras, da tortura e da violência policial, e amigo de milicianos. Petra Costa foi chamada de mentirosa por dizer a verdade que o mundo conhece sobre a maneira como o governo trata o meio ambiente: a Amazônia está sendo devastada pela leniência de Bolsonaro com o desmatamento e com as invasões, e pelo seu profundo desrespeito pelos indígenas. O insulto mais grave da Secom a Petra Costa foi acusá-la de militante antiBrasil no exterior. Isto é não só mentira, como também uma inversão absoluta da realidade. Não há em nosso país ninguém mais anti-Brasil e mais pernicioso à nossa imagem no exterior do que Bolsonaro.”.
Embora o filme Democracia em Vertigem tivesse por cerne o impeachment da presidente de então, ele desmerece sua real finalidade, por focar em primeiro plano à figura do ex-presidente da República petista, desde a sua abertura até o seu desfecho, mostrando e tentando documentar, de forma ambiciosa e abrangente, não apenas e propriamente a queda da então presidente, mas sim a história política do caudilho petista, que aparece focada como sendo ele o personagem central do filme e verdadeiro protagonista.
          O ex-presidente é retratado e narrado desde os primeiros passos políticos como metalúrgico no ABC paulista até a sua prisão, em consequência das investigações promovidas pela Operação Lava-Jato, tendo por finalidade mostrá-lo como símbolo da ascensão da classe trabalhadora ao poder, indo até os limites da política conciliatória no cenário político nacional.
Embora o filme tenha por tema fatos históricos, ele apenas pincela situações que realmente podem até ter acontecido, conforme a narrativa, mas elas não refletem precisamente “verdade histórica”, mesmo porque a sua autora quis mandar o holofote que domina para o lado que melhor reflete a ideologia encarnada nas suas verve e sabedoria de autêntica militante que pretendia o resultado do seu documentário, sob a sua visão que certamente não seria contado de maneira diferenciada do seu pensamento, que não reflete, obviamente, a verdade dos fatos.
O diretora deixa claro, no filme, o seu verdadeiro entendimento sobre o que seja democracia, ao afirmar a sua melancolia diante do sonho da revolução política, que jamais aconteceu, impondo como principal motivo, segundo ela, a “nossa dificuldade em encontrar forças para lutar contra vozes antidemocráticas.”, dando a entender, com isso, que quem não integrar a esquerda não é democrata.
Mas, enfim, que democracia é essa em que os governos da esquerda protagonizam verdadeira esculhambação em nome da patifaria, com o emprego sistemático do desvio de recursos públicos, a exemplo do mensalão e petrolão, patrocinados por eles, conforme apontam os resultados das investigações, e ainda na forma de má gestão de orçamentos públicos, como no caso das famigeradas “pedaladas fiscais”, cujas irregularidades não foram sequer mencionadas nesse festejado documentário, nem mesmo an passant, o que bem demonstra que realmente o filme foi feito sob encomenda, para tão somente enaltecerem as qualidades dos os “heróis” da esquerda, sem necessidade de serem mostrados os fatos melancólicos e degradantes que eles protagonizaram e que são verdadeiros, inegáveis.
A diretora do documentário em causa fez questão de inserir no filme leituras poéticas sobre o ex-presidente, como a de que "Ele é um escultor cujo material é a argila humana", aproveitando para mostrar entrevistas bem-sucedidas e fatos que contribuem para elevar a imagem do líder a patamar bem elevado, de modo que o seu endeusamento tenha o condão de fazê-lo passar por ano-luz das acusações que pesam sobre os ombros de criminoso duplamente condenado à prisão pela Justiça e ainda sendo réu respondendo por seis processos penais, sob a acusação da prática de vários crimes contra a sociedade e a administração pública, por ter, possivelmente, se beneficiado de propina,  segundo as fortes denúncias constantes das ações penais, fatos que evidenciam transparente dissonância com os princípios ético e moral que os verdadeiros homens públicos são obrigados a observar, na trajetória da sua vida pública.
Todo cidadão, à luz dos princípios democráticos, tem o direito de se manifestar da melhor forma que lhe aprouver, inclusive de filmar e documentar o que bem entender, na forma que melhor lhe convier, como nesse caso, em que a história teria que ser narrada estritamente sob o prisma dos fatos relacionados à vitimização, à inverdade, à injustiça e tudo o mais que tivesse como pano de fundo o sentimento de frustração muito desconfortante da perda do poder, dando a entender assim por parte de gente que nada fez para merecer tão brutal golpe protagonizado precisamente por pessoas antidemocrática, evidentemente  na visão da cineasta, que deixou de ter condescendência com a prática do que ela chama de democracia, que simplesmente levou o Brasil ao abismo e à bancarrota, conforme mostram os fatos verdadeiros da história real.   
É preciso se reconhecer que o filme em apreço é fiel à história da esquerda que sabiamente faz tudo para enaltecer as suas qualidades, que são as mais puras e incensuráveis e que seria contrassenso se um de seus integrantes fizesse uma fita e denunciasse as próprias falcatruas e ainda as reconhecendo como deslize contra a sociedade, como no caso clássico do mensalão e petrolão, que ninguém da esquerda os reconhece como sendo obra magistral da inteligência, concepção e execução petista, embora a Justiça já sacramentou, em alto e bom som, como sendo os maiores escândalos da história republicana brasileira, que envergonhou o Brasil e o mundo.
A impressão que deixa transparecer é que o filme sintetiza tentativa de propaganda político-partidária, na visão de quem se alimenta da seiva ideológica do PT, o que vale dizer que nem poderia ser diferente, quando a diretora do documentário é militante petista de carteirinha, o que justifica a omissão de fatos históricos relevantes, onde fica muito patente a ideia de que, por exemplo, no impeachment, teria havido perseguição política, quando todos os procedimentos, além da motivação,  transcorreram estritamente sob o rito da constitucionalidade devidamente respaldado pelo Supremo Tribunal Federal, que negou todos os recursos opostos pela então presidente contra o processo pertinente, o que demonstrou o devido respeito ao ordenamento jurídico pátrio.
À toda evidência, só o fato de a diretora do filme ser conclusiva em considerar democratas somente os esquerdistas, fica patente não apenas a sua indiscutível ignorância política, mas, em especial, o seu desrespeito aos demais brasileiros que têm outra visão do que seja a verdadeira democracia, que não compactua, em hipótese alguma, com desvio de recursos públicos para, por exemplo, o financiamento de campanhas eleitorais, com a finalidade de se perpetuar no poder, porque isso se trata de desonestidade e imoralidade, contrárias aos princípios republicano e democrático.
Convém que seja dito que não se trata de absolutamente nada contra a defesa da esquerda, porque isso faz parte do jogo democrático, mas a leitura que pode ser feita do documentário é que ele não trata dos fatos históricos com a devida seriedade, por ser visível a omissão de acontecimentos e fatos importantes da vida política do próprio PT, que estão visceralmente entrelaçados com ele, a exemplo dos escândalos do mensalão e petrolão, porque isso já se incorporou aos anais da história brasileira e eles não podem ser jogados para debaixo do tapete, como ridícula tentativa de se tapar o sol com a peneira, como fazem normalmente quem sente vertigem diante da verdade.
É preciso que seja reconhecido o valor do filme intitulado “Democracia em Vertigem”, como peça estritamente artística e cinematográfica, que versa fatos da vida particular de partido político, à luz da concepção da sua diretora, que pode ter mostrado o melhor de seus conhecimentos, que são elogiados por uns e contestados por outros e isso faz parte da democracia moderna, mas ele não pode refletir a verdade histórica da política brasileira.
O que não se pode negar é que omissões propositais, na visão de especialistas políticos, expõem o lado nefasto da democracia, quando se esconde a verdade e procura somente enaltecer qualidades que nem são todas plausíveis, dando a entender o verdadeiro sentido da obra cinematográfica, fato este que contribui para jogar lama pútrida na ideologia da esquerda, pela tentativa de se negar à opinião pública, intencionalmente, fatos óbvios e relevantes, que precisam ser assumidos por quem se julgam exclusivos democratas, embora não tendo a dignidade de assumir seus erros perante a sociedade.
Brasília, em 11 de fevereiro de 2020

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Estrela em ascensão

Querida nora Clara, em retribuição ao seu carinho à minha pessoa, quando quis me presentear com a crônica abaixo, por ocasião do evento supremo do Amigo Oculto, uma espécie do Oscar tupiniquim, eu vou encerrar meu quadragésimo terceiro livro, exatamente com o texto da sua lavra, como prova maior do meu incentivo à sua estreia no mundo literário.
O texto da Clara diz precisamente o seguinte: “
Presente do Seu Adalmir: É tradição na família de meu esposo realizar um amigo oculto, o maior evento anual da família Fernandes. Todo ano, nas festividades de natal e o ano novo, tiramos quem a gente vai entregar um presente. Geralmente, damos dicas do que queremos receber da família. No início tirávamos no papelzinho, agora abrimos o nome pelo celular. Na hora da revelação, costuma-se dizer que essa pessoa tem um “A” no nome, que é muito querida. Quando meu marido era criança, a tradição era uma farofa de natal. Só que esta tradição vai sendo aperfeiçoada. Agora é tradição a lasanha da Dona Aldenir, um salmão gostoso. Nasceram os netos do vovô Adalmir e da vovó Aldenir: Ana Luiza, mantendo a tradição do A no início do nome, mas seguido de Pedro Henrique, Liz e Lara, dando um ar de jovialidade à tradição, e confortando as norinhas Priscila e Clara, que apesar de ter “a” no nome, não inicial pela tradicional letra. É tradição um riso solto e leve nesta família que me abraçou com tanto carinho. Este é mantido sem esforço quando estão todos reunidos. Um riso solto, alto, feliz. Uma gargalhada gostosa de se ouvir. Outra tradição é ser lido um texto do Seu Adalmir. Mas este ano tomei a liberdade de fazê-lo, já que precisava pensar em um presente para o meu amigo oculto, que dificultou muito a minha vida, não dando nenhuma dica de presente. Como tradição, tirei novamente meu sogro. Pensei em o que ele mais gostava nesta vida, seus hobbies, o que gosta de comer, beber, mas queria algo diferente. Veio então a ideia de ser um presente diferente, quebrando a tradição, algo não físico, mas que acho que ele gostaria muito: um prefácio, com cara de agradecimento, para quem sabe, um dia fazer parte de um novo livro. Seu Adalmir, pessoa simples, honesta, respeitável, que ama escrever sobre os fatos do Brasil e do mundo. Pessoa que foi se mostrando a medida que escrevia sobre suas opiniões, escrevendo blog, livro, carta, propostas para técnicos de futebol e presidentes da república. Que adora o Botafogo e jogos de futebol em geral, de tomar um vinho, de ir ao supermercado e até aprendeu a tomar chá imaginário das netas. Obrigada Seu Adalmir por tudo! Obrigada por fazer parte de sua família. Clara Fernandes”.
Enfim, querida nora Clara, sinto-me feliz e realizado com o seu maravilhoso texto, que me surpreendeu e encheu meu coração de alegria, ao perceber que, na família, têm bons escritores e agora, você, se revelando como excelente cronista, ao apresentar texto escorreito e objetivo, com a narração perfeita de quase tudo o que realmente acontece nos bastidores e no evento propriamente do nosso encontro anual de fim de ano, com a já tradicional festa do Amigo Oculto.
Realmente, trata-se de evento emocionante e engraçado com as peripécias surgidas com a apresentação de cada pessoa, que consegue criar momentos de tensão e surpresa, até a revelação do verdadeiro amigo, que sempre termina recebendo o presente preferido e outros penduricalhos nem tanto, mas tudo faz parte do jogo da confraternização da principal família de Brasília, que eu amo muito e tenho enorme alegria de participar dela como membro titular fundador, efetivo, emérito, remido e caduco, para os fins legais e jurídicos.
Reafirmo a você, querida Clara, que o inovador presente deste último Natal não poderia ter sido melhor, principalmente porque ele veio como  importante lição de como escrever com concisão, objetividade e clareza (olha o derivativo involuntário), o que me agrada muito, quando meus textos pecam pela prolixidade, embora eu tenha a ideia de que isso integra o necessário objetivismo a ser imprimido a eles.
No fundo, essa minha mania de escrever crônicas longas diz muito com a produtividade que ganha relevo com a brevidade do tempo para a conclusão de cada livro, o que não seria possível se os textos fossem curtos demais, quando eu levaria bem mais de dois meses para a concepção e formatação de mais um filho amado que resolvi adotar no mundo literário.
Querida nora Clara, em reciprocidade e agradecimento por sua reafirmação de amabilidade com que diz em integrar a nossa família, eu lhe digo que a sua participação entre nós constitui algo essencial que a complementa e valoriza, ante a sua permanente demonstração de voluntariedade, amizade e amor às causas fundamentais que levam ao conforto e à felicidade familiar.
Com beijos de agradecimentos...   
       Brasília, em 11 de fevereiro de 2020