sábado, 30 de abril de 2011

Imoralidade

Até que demorou bastante, mas, enfim, houve o retorno triunfante à nata da nata mais pútrida dos partidos políticos e o homem chega como verdadeiro herói de um episódio que deveria ter marcado e manchado de forma indelével a honra de políticos, que se beneficiaram vergonhosamente das facilidades para apoderação dos dinheiros sujos, porque desviados dos contratos superfaturados, celebrados entre empresas e Estado, provenientes do sistema operado por uma quadrilha de bandidos, conforme cognominado por um procurador da República. Sob o prisma da moralidade e da lisura, as apurações concluíram, comprovadamente, pela existência do maior escândalo da história política do país, cujos mentores e operadores do mensalão sequer foram punidos e andam por aí como se nada tivesse acontecido, com cara de injustiçados. O certo é que a reintegração do ex-tesoureiro aos quadros do partido demonstra, na prática, que, na política do PT, a ética não passa de mera piada, porque, com ou sem ela, o povão sempre garante a sua prevalência sobre os demais partidos, que também não ousam respeitar esse tal “principiozinho” da ética. A sociedade séria e honesta não concorda com mais esse desastroso procedimento desonroso, porque essa readmissão afronta a plena dignidade do ser humano e despreza integralmente os salutares princípios dos bons costumes e da moralidade. A atitude do PT também deixa patenteada a sua preferência em solucionar as crises internas de forma mais cômoda, jogando sob o tapete suas próprias sujeiras, mostrando ao mundo a sua verdadeira ética de fazer política mesquinha, apenas sob a ótica do que convém ao interesse partidário. Não obstante, certamente a sociedade saberá controlar quanto à observância dos princípios abonadores da decência e da dignidade, que ainda tem o poder soberano do voto e da reprovação, nas urnas, dos partidos políticos que menosprezam, de forma contumaz e descarada, as boas condutas da moralidade e da ética.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 30 de abril de 2011

Sucateamento da Administração Pública

Neste país, a administração pública se transformou em verdadeiro sinônimo de cabide de empregos, porque parcela significativa dos órgãos públicos é mantida ou criada, sempre que haja necessidade, para o atendimento dessa finalidade, sem qualquer justificativa que fundamente a sua existência, a exemplo daqueles destinados a cuidar da cultura, do negro, da mulher, do índio, do turismo, do esporte, da tecnologia e de muitos outros congêneres. Muitas das atribuições dos ministérios meia tigela e órgãos equivalentes, totalizando quase 40 unidades, poderiam, na sua maioria, ser executadas, com eficiência, de forma descentralizada, porém a necessidade de acomodação no emprego público de sindicalistas, filiados partidários, apadrinhados políticos, entre outros que comungam de pensamentos “companheirísticos” análogos não possibilita o enxugamento dos órgãos públicos, para torná-los leves e eficientes, como exige o interesse público e recomenda a civilizada forma de gastar dinheiros do contribuinte. No entanto, a compulsão dos administradores contraria qualquer perspectiva de soluções concretas de simplificação e de eficiência da máquina pública brasileira, nas esferas dos governos, por mais que se demonstre que o inchaço do Estado funciona como um trem sobrecarregado, sempre sujeito a perigoso descarrilamento. Nesse contesto, não se vislumbra a mínima condição para a retomada do desenvolvimento, nesse particular, ante a enorme dificuldade da racionalidade econômica e administrativa e a nociva e irracional partidarização da máquina governamental, no seu conjunto, com objetivos sempre censuráveis. Portanto, enquanto prevalecer o abominável loteamento dos cargos públicos entre os partidos políticos e a eterna e empedernida burocracia, nenhuma política pública de desenvolvimento produtivo do país será implementada, exatamente pela ausência de articulação e racionalização administrativas, capazes de reduzir os enormes desperdícios orçamentário-financeiros e de contribuir para a eficiência e eficácia do funcionamento dos órgãos governamentais.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 29 de abril de 2011

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Insensibilidade política

Um dos senadores do Distrito Federal, apoiado pelos outros dois, reapresentou no Senado Federal sua Proposta de Emenda à Constituição (PEC), com a finalidade de instituir eleições diretas para administradores das Regiões Administrativas do DF, alegando, como fundamento, que os moradores poderão escolher livremente as pessoas familiarizadas com a realidade e os problemas da sua localidade. Em princípio, a aludida medida até pode ser interessante, porém revela clara sagacidade do seu autor, experiente e matreiro político, que preferiu não apresentar desde logo, de forma agregada, a criação das respectivas câmaras regionais, uma espécie de câmaras de vereadores, possivelmente para não dificultar ou obstaculizar a tramitação da sua PEC, mas isso certamente seja objeto de futura proposição, caso ele obtenha êxito no seu intento, quando todo esse aparatado penduricalho virá em consequência, ou seja, deverão ser criadas 30 câmaras regionais, com a composição cada de, pelo menos, um mil servidores, no total de 30 mil cargos públicos para a responsabilidade do pagamento da despesa ser repassada para o já sufocado contribuinte. O ilustre parlamentar, que foi eleito pelo povo, tem a obrigação de se preocupar um pouco mais em defender os interesses do cidadão brasiliense, como, por exemplo, substituindo a sua proposta por outra de cunho extremamente importante para o Distrito Federal, qual seja, propondo o fechamento da Câmara Legislativa do DF ou, na pior das hipóteses, reduzindo para a metade a sua composição, inclusive dos seus servidores, de modo a acabar ou diminuir a gastança descontrolada dos dinheiros públicos, as suspeitas de corrupção e a falta de efetividade de produção legislativa, passando para o Senado Federal a competência para legislar para o Distrito Federal, como ocorria no passado, tranquila e eficientemente, com custos quase zero para o contribuinte. De qualquer modo, como, por certo, nenhuma medida moralizadora há de vir em benefício da população do DF, convém que os senhores parlamentares conheçam, previamente, a fama de dignidade impregnada nos anais da Câmara Legislativa do DF, de modo a obterem valiosa contribuição para o verdadeiro destino da Proposta de Emenda à Constituição em foco.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 28 de abril de 2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Radiofonia política

Os deputados estaduais mineiros estão interessados em criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, para investigar a destinação de dinheiro público para uma rádio da qual o último governador desse Estado e hoje senador é sócio. Segundo o governo de Minas, somente em 2010, houve o repasse do valor de R$ 210.693,00 para a aludida emissora, porém, na forma de verba publicitária, tudo aprovado com base em critérios técnicos para dispêndios com programas de publicidades oficiais, tendo a participação das demais rádios da cidade. Esse caso, em princípio, pode evidenciar que houve ingerência sobre a questionada despesa, cabendo ao parlamentar explicar a lisura das operações envolvendo a sua emissora e o Estado que governava, demonstrando a sua legitimidade. Caso contrário, a situação do parlamentar pode se complicar, porque a manchete sobre os fatos já extrapolou as Alterosas e não fica bem para um político que se diz em ascensão, como ele, estar constantemente nas páginas dos jornais, com notícia sobre acusação de traquinagem envolvendo o seu nome. O esclarecimento do imbróglio parece ser indispensável, porque diz respeito a aplicação de recursos públicos em empresa privada, que tem como um dos proprietários o gestor da despesa em causa, evidenciando conflito de interesses, principalmente econômicos. Urge a necessidade da devida apuração dos fatos, para que, ao fim, possam ser dirimidas as questões suscitadas e demonstrada, se for o caso, a reputação ilibada do parlamentar, lembrando que não basta ser honesto, tem que provar a lisura dos procedimentos.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 27 de abril de 2011

terça-feira, 26 de abril de 2011

Truculência parlamentar

 Um senador da República ficou irritado depois de ser indagado sobre a sua vergonhosa aposentadoria, por ter ocupado, pasmem, o cargo de governador do Estado do Paraná, tendo arrancado o gravador das mãos do repórter e apagado o conteúdo da interlocução, além de ameaçar surrá-lo. A pergunta cingia-se apenas se sua excelência abriria mão da aludida inativação. Logo após o episódio, a dita autoridade assevera “Acabo de ficar com o gravador de um provocador engraçadinho. Numa boa, vou deletá-lo.”. A justificativa para o inominável ato foi porque o parlamentar teria sido incomodado, simplesmente por ter sido questionado sobre o fato de se beneficiar de ato eivado de irregularidade, como se isso lhe desse o direito de estorvar e censurar, de forma estúpida, a liberdade de imprensa. Mais uma vez, um parlamentar protagoniza cenas ridículas perante a opinião pública, ao tratar de matéria seríssima, como se apoderar, de forma imoral, de dinheiros públicos, visto que está mais do que demonstrada a indecência dessas aposentadorias de ex-governadores, uma vez que os beneficiários não terem contribuído, nos termos da lei, para a previdência social, nem satisfeito o requisito temporal exigido. É lamentável que assunto, tão sério e importante como esse, seja tratado com menosprezo e como se fosse mera provocação engraçadinha, esquecendo aquela autoridade que, além da imoralidade intrínseca do ato questionado, o respectivo dispêndio afeta a vida financeira do contribuinte, que o paga compulsoriamente.  A atitude indelicada e truculenta em foco não condiz com a postura que se exige de um lídimo representante do povo, que também é compelido a pagar os régios vencimentos desse parlamentar, para defender os interesses da sociedade, aprovando leis e fiscalizando a boa e regular aplicação dos recursos públicos. Como o procedimento do político não corresponde aos anseios da sociedade, a exemplo do retratado aqui, a culpa não é dele, mas sim do próprio eleitor, que o escolheu para representa-lo. Na verdade, cabe ao cidadão escolher corretamente as pessoas de bem para representá-lo com dignidade e excluir da vida pública os verdadeiros aproveitadores dos recursos públicos, inclusive aqueles que se beneficiam de aposentadorias, de forma indevida.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 26 de abril de 2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A verdadeira comissão

Atualmente, fala-se aos quatro cantos sobre a necessidade da criação da Comissão da Verdade, que terá a incumbência de apurar os fatos acontecidos no truculento período revolucionário brasileiro, tendo como pano de fundo, basicamente, os crimes praticados pelos militares e aclarar os casos considerados ainda obscuros, principalmente sobre a destinação de pessoas, sob o argumento de que os seus familiares jamais souberam o que realmente ocorreu com elas. Induvidosamente, os fatos tristes e lamentáveis do passado recente merecem e devem ser esclarecidos, em benefício e fortalecimento da democracia brasileira, que precisa se consolidar com a transparência da história do seu povo. Contudo, a verdade verdadeira não pode prescindir da apuração ampla e imparcial dos acontecimentos, sob pena de imperdoável omissão e imprecisão, em condenável prejuízo da finalidade precípua dessa comissão. Essa pode ser excelente oportunidade para que a sociedade, ávida e ansiosa, possa ser esclarecida sobre as assombrosas ocorrências clandestinas na “era de chumbo”, permitindo que as atrocidades praticadas de lado a lado venham à lume, sem  qualquer espécie de revanchismo, para não prejudicar o propósito primordial de colocar os fatos às claras, mostrando seus detalhes, inclusive as motivações, tanto aqueles praticados pelos órgãos de repressão, na sua famosa forma de tratamento “aos costumes”, como, em especial, pelos terroristas e bandidos insurgentes do regime de exceção, na prática de sequestros de pessoas, assaltos a bancos, invasões de órgãos públicos e propriedades particulares etc. As apurações, pela sua relevância, devem ser abrangentes, transparentes e imparciais, para que não restem dúvidas sobre as maldades praticadas pelos envolvidos. Certamente que, com a história passada a limpo, a democracia será altamente beneficiada, porque ninguém mais terá o direito de reclamar da falta de esclarecimentos sobre a verdade dos fatos. Na realidade, o que importa para a sociedade é a revelação de tudo, a verdade enfim do que foi protagonizado por todos os envolvidos, opressores e oprimidos, inclusive constando, se for o caso e sendo necessárias, as devidas acareações para dirimirem definitivamente as contradições de lado a lado, como forma de contribuir positivamente para que a democracia prevaleça em toda a sua plenitude.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 25 de abril de 2011

domingo, 24 de abril de 2011

Inutilidade legislativa

A Câmara Legislativa do Distrito Federal, famosa por ter sido exemplo de roubalheiras  pelos deputados distritais,  gastança desenfreada e pouca produtividade legislativa, considerada, comprovadamente, de prestadora de grandes desserviços para a sociedade brasiliense, prometia, ao ensejo da nova legislatura recém-instalada, passar a limpo esse passado inglório, com total dedicação, transparência e eliminação de regalias e benefícios absurdos e inadmissíveis, ou seja, o objetivo daquela Casa era mostrar corpo, cara e roupa novos, servindo de modelo para o resto do país. Entrementes, passados quase noventa dias de “intensos e árduos trabalhos legislativos”, absolutamente nada foi apresentado de concreto à sociedade e tudo não passou daquelas promessas ocas, próprias de campanha eleitoral. A verdade é que, caso o brasiliense, para sobreviver, dependesse com exclusividade do que produz o Poder Legislativo local, certamente teria grandes dificuldades para contornar esse grave problema, ante a inexistência de algo substancial, não justificando, dessa maneira, os vultosos custos e o enorme sacrifício imposto aos candangos, para a manutenção de um gigantesco órgão igualmente inoperante e imprestável para os fins colimados. É bastante estranho e até incompreensível que a sociedade brasiliense, tão inteligente e cônscia da dura realidade, mantenha-se pacificamente quieta, aceitando uma situação vexatória e absurda, quando o normal seria a realização de plebiscito, aproveitando a moda, para decidir sobre o fechamento de direito da Câmara Legislativa do Distrito Federal, porque de fato isso já ocorreu, na prática, há bastante tempo.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 24 de abril de 2011

sábado, 23 de abril de 2011

Decadência do futebol

A situação atual do time do Botafogo é crítica e bastante preocupante, em especial porque denota instabilidade e inconsistência visíveis, quase generalizadas de seu elenco, que não consegue entrosamento suficiente e necessário para conquistar confiança e se firmar diante de seus opositores. Inexplicavelmente, os seus dirigentes abdicaram da grandeza histórica do clube, ao contratarem atletas de pouca ou nenhuma qualificação futebolística à altura dos interesses botafoguenses, contrariando a sua costumeira tradição, de memoráveis e felizes lembranças. Nos seus áureos tempos, os atletas, por si sós, inspiravam natural respeito aos times adversários, não importando a sua tradição. Tudo isso acabou e somente a sua fama é incapaz de intimidar sequer os times considerados pequenos, que o encaram de igual para igual e estão até levando vantagem, com alguma facilidade, ou seja, o apequenamento do Fogão é dura realidade e aconteceu de repente. Agora, quando consegue, ganha às duras penas dos times de pouca relevância no cenário nacional. As nítidas descaracterização e decadência do atual esquete alvinegro são muito graves, conforme comprovam os resultados obtidos desde o início desta temporada, deixando os seus admiradores aflitos e sem esperança quanto à recuperação no curto prazo, ante a timidez do plantel que não garante melhoras em relação ao estágio em que se encontra. Na realidade, a autoestima do botafoguense, no momento, está comparável à dos moradores de Fukushima/Japão, ou seja, no nível mínimo tolerável pela Organização Mundial de Saúde e em sinal permanente de alerta. É preciso tirar proveito das recentes e frustradas lições, onde as contratações não renderam os benefícios almejados. Consequentemente, urge a óbvia correção de rumos, com a reconstrução dos objetivos de vitórias e de títulos, necessitando, para tanto, da contratação e da renovação de, pelo menos, 85% do elenco, mas, desde que sejam com jogadores de qualificação e de talento reconhecidos, em efetivas condições de defender e honrar condignamente a tradição do sempre Glorioso.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES                           

Brasília, em 23 de abril de 2011

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Incompetência consagrada


É possível, acredita-se, que somente neste país tupiniquim aconteçam fatos estranhos e inexplicáveis como esses relacionados com os aumentos sistemáticos, ocorridos recentemente, nos preços dos combustíveis, em especial da gasolina, em que o governo garante de mãos postas que não tem nada a ver com tal absurdo, porquanto o último reajuste foi autorizado somente há 23 meses, apesar de o barril de petróleo ter atingido elevado patamar, no mercado londrino. O governo, na esfera ministerial, reconhece, pasmem, que há verdadeiro abuso na cadeia de distribuição de combustíveis e só. É inadmissível e imperdoável que as autoridades, com competência para normatizar, fiscalizar e controlar a distribuição e venda de combustíveis, ao admitirem pacificamente, na maior cara de pau, as graves irregularidades, simplesmente não esboçam nenhuma iniciativa com a finalidade de punir severamente os infratores e de coibir terminantemente a prática abusiva contra o sobrecarregado consumidor, que apenas é obrigado a aceitar e engolir a seco tamanho desrespeito aos seus sagrados direitos de cidadão, por ser visivelmente espoliado com a imposição de preços extorsivos, não autorizados oficialmente, e sem ter a quem reclamar ou recorrer, para protegê-los. Aliás, na verdade, nem pode haver motivo para descontentamento sobre a demonstração de fraqueza desse governo, porque os seus integrantes foram eleitos por quem compra a gasolina, o que vale dizer que a incompetência administrativa e gerencial foi abonada com a recente outorga nas urnas. É de se estranhar o distanciamento do Ministério Público no caso, pelo menos não se tem notícia da sua atuação nesse affaire. No estado democrático de direito, as autoridades constituídas têm o dever de combater com firmeza e de forma implacável os abusos, não importando de quem ou de onde partam, com competente e efetiva fiscalização e exemplar punição aos culpados, sob pena de a sociedade continuar sendo esmagada pela ganância da cartelização desenfreada. Contudo, como nada disso será possível acontecer, resta ao consumidor rezar e torcer bastante para que essa pouca vergonha de sucessivos aumentos de preços de combustíveis, sem a devida autorização, dê alguma trégua, de modo a aliviar um pouco o já sofrido orçamento do brasileiro.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 22 de abril de 2011

Insegurança pública

Em princípio, toda comemoração deveria pressupor somente o atingimento da plena satisfação pelos participantes dos festejos, sobretudo com aproveitamento do clima preparado, próprio de entusiasmo e alegria, compatíveis com a importância do acontecimento. No caso dos festejos do aniversário de Brasília, não há qualquer dúvida de que são sempre merecidos os eventos programados para homenageá-la, como forma de retribuição por tudo de bom que a querida cidade proporciona para os seus habitantes, em que pesem os elevados custos despendidos para bancar as promoções festivas. Entrementes, desta vez, nem tudo transcorreu às mil maravilhas como estava previsto na programação oficial, porque, infelizmente, o imponderável amargo rastro da violência se fez presente, na forma de brigas, assaltos, morte etc. É temeroso se afirmar sobre a suficiência ou não de policiamento para propiciar segurança na área dos eventos, mas é possível se inferir com convicção que não há nenhuma justificativa para os lamentáveis fatos ocorridos. Sem dúvida alguma, cabe, agora, a responsabilização também do Estado pelos acontecimentos negativos, por ser o principal organizador das comemorações festivas e que não teve a indispensável competência para evitar a precoce e irreparável perda da vida de um jovem de apenas dezoito anos de idade. Espera-se que, nos futuros festejos oficiais programados pelo Estado, para comemoração de algo do seu interesse, sejam  também  tomados os cuidados preventivos e necessários à total segurança dos participantes.  

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 22 de abril de 2011

terça-feira, 19 de abril de 2011

Comemoração da incompetência


 No Distrito Federal, saem e entram governos sempre com a  preservação da mesma mentalidade cultural e administrativa, mantendo, invariavelmente, o limite da irracionalidade gerencial, com reflexos prejudiciais à sociedade. Veja-se que, agora, a capital da República oficializa mais um aniversário da sua maravilhosa existência, com efusivas e merecidas comemorações. Não obstante, a festança contrasta com a dura e real situação de abandono da saúde pública, onde diariamente são flagrados casos de deficiência de toda ordem, inclusive da falta de atendimento a doentes e enfermos, sem mencionar a precariedade das estruturas físicas de hospitais e escolas. Além da caótica segurança pública, que demonstra incapacidade para evitar a crescente onda de violência em todos os quadrantes, permitindo que a marginalidade pinte e borde na terra de ninguém. Contudo, a “competência” do governo do Distrito Federal anuncia gastos diretos superiores a R$ 9 milhões, para o custeio das contratações de shows musicais e eventos esportivos e culturais, a serem realizados com a efemeridade de tão somente dois dias, objetivando satisfazer a inquietação de pequena parcela da sociedade brasiliense. Não há a menor dúvida de que esse tipo de dispêndio representa verdadeiro equívoco e clara demonstração da incompetência gerencial, pela prova da incapacidade de planejamento orçamentário e por não evitar que expressivos recursos públicos sejam jogados pelos ralos. Com certeza, os dinheiros despendidos nos citados eventos poderiam ser melhores aproveitados se fossem aplicados nos programas governamentais permanentes e serviriam para beneficiar, de forma substanciosa, a sociedade mais necessitada, que se encontra à mercê de urgentes e efetivas medidas saneadoras das falhas existentes nos sistemas de assistência social do Estado.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 19 de abril de 2011

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Péssima lição

Por ocasião de blitz da Operação da Lei Seca, realizada na cidade do Rio de Janeiro, foi apreendida a carteira de habilitação de um ilustre senador da República, quando ele retornava da noitada de laser, em razão de esse documento se encontrar vencido. Na oportunidade, o parlamentar não concordou em fazer o teste do bafômetro e também alegou não saber do vencimento da aludida carteira, mas, mesmo assim, ele foi apenado com a multa no valor de R$ 957,70. Não se pode negar que falha desse jaez é passível de acontecer com qualquer pobre mortal, porém, tratando-se de autoridade pública, com alta responsabilidade por representar, no Congresso Nacional, parcela expressiva de cidadãos, parece não justificar deslize dessa magnitude, porque isso demonstra incontestável falta de cuidado com seus documentos pessoais e péssimo exemplo para a sociedade, por ter se envolvido em operação rotineira de segurança pública e certamente o seu nome vai constar nos registros policiais, tendo a obrigação de responder pelo ocorrido, fato não confortável para autoridade pública. É evidente que esse acontecimento, por si só, não tem o peso de macular a vida pública do parlamentar, contudo, por certo, seria bem melhor que isso tivesse sido evitado, principalmente por envolver pessoa que aspira ocupar o cargo de presidente da República, de quem se exige, agora, cuidados e zelos ao extremo, não somente com os seus pertences, mas, em especial, no futuro, se for o caso, com a res publica.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 18 de abril de 2011


sábado, 16 de abril de 2011

Desarmamento

O surgimento, nos últimos tempos, de tragédias em série tem sido motivo para propiciarem acaloradas discussões sobre medidas com vistas à eliminação de casos análogos. Após o episódio lamentável e triste da escola de Realengo/RJ, os políticos tupiniquins tiveram a mirabolante ideia da realização de novo plebiscito para colher opinião da sociedade acerca da necessidade da proibição da venda de armas de fogo. Também foram suscitadas outras medidas, entre elas a da colocação de detentores de metal nas entradas das escolas. Na verdade, essa onda de sugestões apaixonadas tem a finalidade de mostrar oportunismo, desvio do foco da gravidade da questão, autopromoção, exibição para a mídia etc., tudo na tentativa de aparecer no calor da análise da repercussão dos fatos. Todos sabem que o problema do desarmamento não será solucionado num passo de mágica, por meio de mera consulta popular, com custos vultosos, ou pela aprovação de normas legais, mas sim mediante rígido controle, com fiscalização e investigação competentes, sob todos os aspectos que envolvam as vendas legais e clandestinas, o tráfego, a apreensão e a guarda de armas de fogo, compreendendo a fabricação autorizada, as entradas permitidas e clandestinas, especialmente nas fronteiras com os países vizinhos, atualmente com pouca efetividade, e o seu manuseio nas cidades. Na realidade, somente o endurecimento da norma, proibindo a venda de armamentos de fogo e munições, não será capaz de serem evitadas as tragédias. Isso não passa de balela, de paliativo que não resolve a gravidade da situação, que há muito tempo já ultrapassou todo limite da razoabilidade. Urge a implantação de políticas públicas de choque, do tipo Capitão Nascimento, personagem do cinesérie “Tropa de Elite”, com absoluta seriedade, abrangência e consistência, voltadas com prioridade e exclusividade para controlar a fabricação, as vendas, em todos os segmentos possíveis, o porte, o manuseio, a apreensão e a guarda de armas de fogo e munições, estabelecendo marcação serrada, permanente, sem trégua mesmo, e punições severas e exemplares para os usuários ilegais. Não adianta continuar na atual letargia, porque a tendência é do agravamento da crise. Há necessidade de cruzada contra a criminalidade, nesse particular, senão novas barbáries podem surgir a qualquer momento, principalmente se insistirem nessa bobagem de novo plebiscito e na implantação de outras medidas igualmente inócuas e ineficazes, que têm apenas o condão de não impedir novas tragédias, infelizmente para o sofrimento da sociedade, ante a falta de proteção e a exposição de permanentes riscos.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 16 de abril de 2011

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Alívio orçamentário

O Senado Federal acaba de aprovar projeto de autoria do senador Pedro Simon, objetivando suspender as aposentadorias, pagas pelo Tesouro, de ex-parlamentares cujos mandatos foram cassados por motivos que desabonaram a boa conduta no exercício dos cargos. Essa medida, se aprovada também pela Câmara dos Deputados, para onde o projeto foi enviado, será de suma importância para os cofres públicos, especialmente porque, somente para o corrente ano, há previsão de gastos da ordem de R$ 88 milhões, destinados ao pagamento de vultosos subsídios, pasmem, de 75 ex-senadores, 583 ex-deputados, 602 viúvas de ex-congressistas, além de outros servidores. As questionadas aposentadorias funcionam, na prática, como verdadeiro prêmio para aqueles que foram punidos em face de não terem honrado com a indispensável dignidade que é exigida para o exercício do cargo, motivando, inclusive, desrespeito e decepção para os eleitores, que os elegeram. Por isso, de forma alguma, se justifica o pagamento dos aludidos subsídios, por serem ilegais, vergonhosas, imorais e constituírem verdadeira opugnação ao erário. A iniciativa do insigne e competente parlamentar gaúcho dignifica de forma significativa a atuação da Câmara Alta e, diante da sua relevância como medida econômica, além de louvável e merecedora de encômios da nação, serve também de forte inspiração para a moralização dos demais dispêndios do Congresso Nacional, com a eliminação ou redução drástica de dezenas de despesas supérfluas, extravagantes e desnecessárias ao seu regular funcionamento, como as famigeradas verbas indenizatórias, as ajudas de custos, os auxílios disso e daquilo, a superlotação de pessoal dos gabinetes e outros tantos gastos igualmente abusivos e descontrolados, sem a necessária preocupação com a eficácia e eficiência da aplicação dos recursos públicos, no entendimento da sociedade.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 15 de abril de 2011
   

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Palhaçadas

Logo após à sua posse no cargo de deputado federal, o palhaço Tiririca nomeou, para o seu assessoramento, pessoas da sua confiança, mais precisamente, dois palhaços, colegas de profissão, que integram também o grupo de humor “Café com Bobagem”, conhecidos do parlamentar há mais de dez anos. Os referidos assessores foram responsáveis pela criação dos slogans “inteligentes” da campanha eleitoral do deputado mais votado do país, com destaque para aquele que diz: “Vote no Tiririca, prior do que está não fica.”. Diante de vários questionamentos, ontem, o famoso dublê de deputado justificou o fato, em entrevista a uma rede de televisão, alegando que “A gente contrato os competentes.”. Uma pessoa tão criticada, depois do pleito eleitoral, inclusive com ameaça de sequer poder tomar posse, por ser considerando analfabeto funcional, não poderia jamais cometer tamanho desatino, nomeando pessoas com pouca ou nenhuma qualificação para o importante exercício das precípuas atividades legislativas, fazendo bondade com o jeitinho brasileiro da “troca de favores”, com o uso abusivo dos recursos dos contribuintes. É mais uma clara demonstração do despreparo dos políticos pátrios, da mínima preocupação com o interesse público e da realização de seus anseios e projetos egoísticos pessoais, em evidente detrimento da eficiência dos serviços públicos, visivelmente prejudicados nos seus resultados, exatamente pela falta de competência e qualificação profissionais dos seus servidores, como visto no caso em questão, em que os palhaços envolvidos podem até ser competentes em seus picadeiros de origem, mas as suas palhaçadas no palco do Congresso Nacional só contribuem para o verdadeiro retrocesso das importantes causas nacionais.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 14 de abril de 2001

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Denúncia

Em 14/02/2011, dei entrada de um veículo da marca KIA na concessionária Car Collection, objetivando o conserto do seu semieixo. Por motivo da falta das peças pertinentes, houve a requisição, em 22/02/2011, do material necessário junto a uma distribuidora sediada em São Paulo, cujo atendimento somente ocorreu, na plenitude, em 23/03/2011, ou seja, um mês após o pedido, em que pese insistência junto aos responsáveis daquela empresa, que alegavam dificuldade, porque o pedido era feito on-line e não tinham como interagir no sistema. Por causa de tudo isso, somente em 08/04/2011 o conserto foi concluído e o carro entregue. É totalmente inconcebível que uma empresa do porte da KIA MOTORS não se preocupe nem um pouco em adotar sistema eficiente de abastecimento de peças, de modo que, na sua eventual falta - porque a concessionária deveria manter estoque mínimo das principais peças dos veículos que negocia - possa haver solicitação pelo telefone ou mesmo pelo computador, mas que haja rigoroso controle permitindo o atendimento imediatamente ao pedido e que, na demora de um ou dois dias, no máximo, alguém seja responsabilizado pelo atraso, para evitar prejuízos para terceiros, principalmente, e para a imagem da concessionária, que, como ocorrido no caso em apreço, demonstrou total desprezo pelo seu cliente. É inadmissível que clientes tenham tratamento tão ineficiente e demorado como o aqui referido, em virtude da falta de peças em estoque e da demora da reposição. É provável que as direções das empresas envolvidas não tenham conhecimento de falha tão grave, cuja incidência pode causar transtorno sério para alguém, como no caso em foco, ante a necessidade de aluguel de carro extra por mais de dois meses. À vista do ocorrido, convém ser mais rigoroso na avaliação da próxima aquisição de carro, em especial quanto ao quesito reposição de peças e aos carros importados, que deverão ter peso importante. Do mesmo modo, isso poderá ser levado em conta na indicação aos amigos, no caso da escolha de carro. Convém frisar que os funcionários envolvidos no conserto demonstraram empenho e interesse na solução do caso, mas não o conseguindo no prazo mais breve possível, em razão da famigerada falta de peças. Portanto, o objetivo desta reclamação é no sentido de que a empresa, querendo, avalie a possibilidade da implantação de eficiente reposição de peças, propiciando benefício não só para o cliente, mas também para ela própria, evitando que o seu negócio comercial não venha ser prejudicado, no caso de veiculação nos meios noticiosos da mídia desse tipo de reclamação e do conhecimento do fato pelos seus concorrentes, que poderiam se aproveitar da ineficiência comprovada do seu opositor. O registro desse descontentamento cinge-se apenas e tão somente ao interesse de levá-lo ao conhecimento daquelas empresas, com vistas ao possível saneamento de fato semelhante ao aqui descrito.
                         
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 08 de abril de 2011  

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O maravilhoso país da impunidade


Finalmente, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República, de forma unânime, houve por bem aplicar a pena, pasmem, de “censura pública” à ex-ministra da Casa Civil, pelas travessuras conhecidas por tráfego de influência e advocacia administrativa. Essa sanção não impede que a cidadã envolvida permaneça no Quadro de Pessoal da Administração Pública, nem tampouco que volte a exercer cargos públicos importantes. Não há dúvida alguma de que essa penalidade foi extremamente severa e totalmente desproporcional aos fatos que deram causa às apurações, quais sejam: facilitação de negociatas envolvendo seus familiares, empreguismo de amigos e familiares, várias e graves irregularidades em contratos supostamente intermediados por ela, irregularidade na outorga do Serviço Móvel Especializado, concedido pela Anatel, envolvendo o seu marido, entre outras falcatruas, praticadas dentro do Palácio do Planalto, incompatíveis com o exercício do importante cargo por ela ocupado. É relevante registrar que os notáveis membros da aludida comissão não levaram em conta que a apenada é pessoa de confiança da presidente da República e, por isso, não merecia realmente penalização tão violenta e injusta. Agora, falando sério, pode-se inferir que essa punição é mais um dos absurdos cometidos nesse governo continuísta e representa verdadeiro menosprezo ao bom senso e à razoabilidade, ante a evidente demonstração de que a aludida comissão não teve a dignidade nem a coragem de concluir pela adoção de medidas compatíveis com a gravidade dos fatos apurados, inclusive com a perda do cargo público por ela ocupado e pela proibição de exercer definitivamente cargos públicos no governo, cujo ato, além de exemplar, diante da gravidade dos ilícitos, por certo serviria de lição para inibir a reincidência dos fatos considerados imorais e aéticos, totalmente repudiados pela sociedade, que se sente frustrada com o vergonhoso veredicto para o caso vertente.
  
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 10 de abril de 2011

domingo, 10 de abril de 2011

O valor da amizade


As carinhosas mensagens de felicitações e de apoio recebidas de amigos têm sido motivo de bastante regozijo para mim e, como não poderia deixar de ser, diante do seu verdadeiro significado, faço questão, novamente, de registrá-las, não somente no meu coração, mas especialmente na minha página da internet, juntamente com os meus agradecimentos, na seguinte forma: “... deparei com o artigo ‘A Força da Amizade’. Muito bonito, verdadeiro, emocionante e como sempre muito bem escrito. Aliás, todos estão excelentes. Fiquei sensibilizada e emocionada. Já havia ficado quando vi toda sua explosão de emoção no seu último dia de trabalho. Não se esqueça que há vida inteligente fora do TCDF...”. “Li com muita atenção o e-mail de sua saída à francesa. Confesso que enchi, novamente, os olhos de água. Agora, você vai curtir ainda mais sua família, seus netos e ter tempo de sobra para trabalhar no seu blog. Olha que coisa boa! Deus faz as coisas tudo direitinho e no tempo certo. Então, curta bastante. Adorei o convívio com você. Sempre alegre, esportista, risonho, pontual e além de tudo, profissional. Mesmo com pouquíssimo tempo de convívio, quero agradecer a Deus por fazer parte de sua trajetória aqui no TCDF. Peço a Deus, ainda, que abençoe você nessa nova etapa de sua vida. Curta muito. Aproveite a aposentadoria.”. Agradeço os votos de boa inativação e demais felicitações, aproveitando para reafirmar tudo o que já escrevi no meu blog sobre a minha despedida do Tribunal, digo que também me sinto muito honrado em ter trabalhado com você, pela sua competência, sinceridade, amizade e responsabilidade. Evidentemente que os artigos que escrevi e pus no blog não tinham o objetivo de sensibilizar ninguém, mas demonstrar exatamente o meu sentimento de carinho, amizade e prazer em trabalhar com equipe de pessoas queridas, embora reconheça que a minha sinceridade pode ter contribuído para criar clima de emoção, o que é natural. “Caro Adalmir, todos que tiveram a honra de trilhar seu vitorioso caminho sentirão a sua ausência no dia a dia, porém, seus ensinamentos e bondade estarão presentes em cada um de nós. Graças a Deus, os meus primeiros passos no TCDF foram conduzidos por você e... Os elogios recebidos, a seriedade  e a dedicação que exerci no TCDF foram consequência dos ensinamentos e do apoio que vocês me deram. Curta bem sua aposentadoria do TCDF, e obrigado pela nova carreira: cronista e escritor.”. Agradecendo os votos de felicitações, aproveito para dizer-lhe que fico muito contente em saber que teria ajudado, de alguma forma, para a sua formação profissional no TCDF e também para reafirmar que tudo o que fiz nada mais foi em cumprimento do dever funcional. Porém, fico muito honrado por tudo isso. “Lindas palavras e todos reconhecem em você seus valores reais como excelente profissional, amigo, alegre, comunicativo e de caráter. Não é comum encontrarmos seres humanos com essas características e bondade no coração. Isso não é para lhe agradar não, viu? São palavras de reconhecimento e agradecimento. Agora chegou o momento de você relaxar, fazer umas viagens, mesmo que seja pelo Brasil, para descontrair e apreciar as belezas e as diferenças que existem nesse mundão de Deus.”. Não há a menor dúvida de que as mensagens que tenho recebido, agora, são de prezados amigos e eles são bondosos em valorizar o nosso convívio profissional, onde procurei ser apenas fiel cumpridor do dever. Hoje, realmente, fico feliz em receber as manifestações de cordialidade e de agradecimento, fatos que confirmam as minhas palavras no sentido de que estava saindo alegre do Tribunal, por ter conseguido ser profícuo com as minhas responsabilidades funcionais. Portanto, nesta vida, parece ser tarefa fácil conquistar amigos, mas é bastante difícil conservar a amizade verdadeira das pessoas. Entretanto, no dizer do jargão contábil, boa amostragem dos fatos elencados contribui para justificar a minha felicidade por consegui-la e também mantê-la por tanto tempo, não importando as fases da vida. Agora, tenho absoluta convicção de que, além do privilégio de possuir sinceros amigos, a amizade conquistada ao longo da minha vida constitui valioso e inestimável patrimônio.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 09 de abril de 2011

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Distribuição de renda

 O conceito básico para distribuição de renda tem servido como procedimento eficiente de erradicação da miséria e da diminuição da desigualdade social. No Brasil, essa prática assistencialista tem sido feita pelo governo, especialmente mediante o programa Bolsa Família, que é alardeado aos quatro cantos como sua importante medida social, embora seja alvo de constantes críticas da sociedade, quanto à deficiência do controle e gerenciamento incumbidos, basicamente, a órgãos municipais despreparados. Além desse insatisfatório programa, outras melhorias básicas não são oferecidas à população carente, contribuindo para aprofundar a extrema pobreza, que é sinônimo de subdesenvolvimento econômico e social de uma nação. A tentativa de apenas incrementar os recursos para o Bolsa Família não será suficiente para a conquista da maturidade e do desenvolvimento econômico-social, uma vez que a erradicação dessa chaga social somente será possível com a implementação de politicas de melhoria dos serviços oferecidos à população e de inclusão produtiva, compreendendo qualificação profissional, geração de emprego e renda, junto às classes sociais menos assistidas, além do aperfeiçoamento dos controles e da gestão do citado programa. Como a distribuição de renda imperante nas terras Brasis é aquela que não objetiva a melhoria da condição de vida, mas tem como característica privilegiar tão somente o fator eleitoral, visando à perpetuação do poder, certamente que nada será modificado em relação ao sistema atual vigente, ou seja, mesmo com a precariedade do gerenciamento, o Bolsa Família continuará sendo, infelizmente, apenas benesse governamental e não servirá jamais, ante os fatos descritos, como medida de eliminação da pobreza extrema.
  
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 06 de abril de 2011
   

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Adeus à diva

Uma das mais brilhantes atrizes do mundo do cinema, que fez o maior sucesso no século XX, acaba de dar adeus aos seus eternos e apaixonados fãs. A inglesa Elizabeth Taylor, desde tenra idade, ainda criança, já se destacava, graças à sua estonteante, invejável e incomum beleza, cuja aparência sofisticada se expressava desde seus olhos cor de violeta, passando pelo rosto delicado e lindo, completada com o corpo cheio de curvas voluptuosas, dando efeito ao mesmo tempo contrastante de inocência e sedução, que instigava a inveja das mulheres e o desejo dos homens. Além da beleza singular, a diva da telona sobressaia com raro talento e desenvoltura nas participações cinematográficas, dando verdadeira vida às personagens que encenava. Elizabeth Taylor deixou sua marca imortalizada em Hollywood, não somente por ser bela e atraente, mas especialmente pelas brilhantes e convincentes atuações em diversos filmes importantes, inclusive de época, a exemplo de Cleópatra, onde se notabilizou definitivamente e entrou para a história, consolidando a sua fama de excelente atriz. Na vida real, teve destacada e ativa participação em campanhas contra a Aids, tendo sido ferrenha pioneira a engajar-se nessa luta. O seu brilho neste planeta é comparável ao do brilhante, pedra preciosa por quem tinha verdadeira paixão. Como recompensa por todo o seu legado, a diva da beleza merece, com méritos, descansar em paz no Olimpo, junto com os deuses mitológicos.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 04 de abril de 2011
   

segunda-feira, 4 de abril de 2011

A conquista da felicidade

Na jornada da vida, cada passada tem muito significado e o seu real valor é aquilatado somente na reta final da empreitada. A importância de cada passo poderá ser sentida logo no início de tudo, a começar daquele que é dado desde o ponto de partida, a depender da firmeza com que ele será assentado nas veredas e nos caminhos por onde for permitida a sua passagem por Deus, que lhe incumbirá do plantio das misteriosas sementes da vida. Conforme a retidão dos caminhos percorridos e a fertilidade da terra palmilhada, a colheita dessa jornada certamente será de frutos compatíveis com as ações praticadas ao longo da direção trilhada, cujo resultado poderá ser considerado vitorioso se realmente esses frutos tenham servido para saciar toda espécie de fome daqueles que forem partícipes ou com eles ombrearem nessa jornada, como uma espécie de desafio a ser enfrentado e superado, e será inversamente exitoso se os objetivos não forem plenamente alcançados. Para o sucesso do trajeto, não se pode parar, nem correr exageradamente, mas caminhar firmemente e com a necessária segurança, sem pressa descontrolada, mas também sem se deixar deter-se na senda do progresso. O importante é alcançar o privilégio de se poder semear, ao seu redor e pelos lugares percorridos, porções generosas e abundantes de bondade, otimismo, alegria e amor, porque esses bens valiosos são bases sólidas para a conquista da eterna felicidade. Nessa caminhada, também não se pode olvidar da distribuição de muita alegria, que se traduz no estado d’alma de quem sente em si a plenitude da vida, o brilho da luz divina e a consciência tranquila e realizada, pela certeza do exato cumprimento dos deveres distribuídos por Deus.
  
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 04 de abril de 2011

domingo, 3 de abril de 2011

A força da amizade


Diante da enorme repercussão que minhas mensagens de despedidas e agradecimentos tiveram perante meus amigos e familiares, sinto na obrigação de divulgar algumas opiniões e as respectivas respostas, com vistas a mostrar que os textos tiveram por finalidade refletir exatamente o momento da minha despedida do ambiente de trabalho que me fazia feliz e que essa felicidade certamente não sofrerá solução de continuidade, porque jamais poderá ser interrompida, visto que saberei perfeitamente encarar a realidade da vida na sua verdadeira dimensão. Não há dúvida de que essas mensagens podem até ter causado estranheza para alguém, mas foram ditas por quem apenas teve a coragem de externar os seus sentimentos, num momento marcante na sua vida profissional, que faz parte de um passado maravilhoso e que foram registradas com o objetivo de patentear a gratidão à instituição e aos companheiros de jornada. Sem dúvida, foi um grande aprendizado que gostaria de pô-lo em prática no resto da minha vida. Eis algumas mensagens recebidas de amigos e familiar, com as respectivas respostas: “Seus artigos estão excelentes como sempre e acredito que você lavou a alma quando conseguiu louvável de sua parte todo esse reconhecimento. Você mostrou e provou mais uma vez o ser humano de alma limpa, boa, transparente e alegre que sempre demonstrou ser. Desejo que você seja muito feliz nessa sua nova etapa de vida e procurando ocupar seu tempo com coisas que lhe dão prazer e alegria. Sinto muita alegria, orgulho de ter um amigão como você.”. Agradeço pela sua sensibilidade ao analisar os fatos e expressar o seu entendimento sobre as mensagens que escrevi acerca da minha aposentadoria. Só acredito que você pesou na caneta, porque sei que sou pessoa de bem, mas reconheço as minhas limitações também. Contudo, fico feliz porque você diz aquilo que eu procuro ser na vida, agindo sempre para a construção de algo bom e, principalmente, procurando não interferir nos interesses de ninguém, porque cada pessoa tem seu livre arbítrio. “Todos nós temos nossas limitações, mas estamos sempre nos esforçando e procurando ser um pouco melhor. Outras pessoas não têm o menor interesse em ser solidário, amigo, respeitar as diferenças e se interessar pelo próximo. São soberbas e estão sempre querendo ser melhor do que os demais.”. Concordo com você e só me resta agradecer as suas ponderações, que as tomarei como forma de estímulo. “É muito bom saber agradecer e reconhecer. Wagner com certeza não esperava ter sido tão importante para você e porque também é difícil as pessoas fazerem esse tipo de coisa. É importante essa troca, não é? Vocês foram funcionários brilhantes e excelentes colegas.”. Eu disse ao Wagner que não fiz nada demais, apenas me senti na obrigação de dizer o que realmente ele foi para mim. É evidente que ele me ajudou porque percebeu o meu zelo profissional, a minha dedicação e o meu interesse em defender as causas do Tribunal. Graças a Deus, como forma de reconhecimento e agradecimento, todo dia rezo pelas pessoas que me ajudaram e pelas que continuam me ajudando, que não foram nem são poucas, e toda vez que me encontro com aquelas que são mais caras, faço questão de dizer-lhes da gratidão que sinto por tudo que elas fizeram por mim. Com certeza absoluta, reconheço que, não fosse a ajuda dessas pessoas, jamais eu teria chegado tão longe nos meus objetivos. É verdade que Deus se encarrega de colocar as pessoas certas no meu caminho, que não foram somente de rosas, não. Muitos espinhos se colocaram à minha frente, mas os anjos protetores e amigos se encarregaram de afastá-los, um a um, todos ao seu tempo e da melhor forma possível. O importante é que posso contar com os amigos e amigas, como você. “Ao ler as novidades no teu blog , caí na real!! Mas custei a crer que você encerrou tua jornada no Tribunal!!  Brilhante carreira por sinal, não só eu acho isto, é claro, porém todos que te acompanharam por muito ou pouco tempo, te admiram muito, tenho certeza! Parabéns, merecidos, e te aviso,  logo, logo, você vai saber que ‘existe vida’ fora daquele Tribunal,  e que é muito, mas... muuuiiiito melhor!!!”. Muito obrigado pelo apoio e pelas palavras elogiosas à minha pessoa. Posso até acreditar que são palavras sinceras, principalmente vindas de você que me conhece, por ter sido parte de nosso projeto no Tribunal e soube, como ninguém, acompanhar uma fase difícil, nos idos anos de oitenta, quando tudo era feito por verdadeiro amor à instituição, porque a tecnologia e a informática existentes na atualidade eram pura miragem. Com certeza, estou preparado para usufruir da vida fora do Tribunal. A verdade é que a gente ama mais aquilo que conhece e agora eu vou conhecer essa nova realidade. Não há qualquer dúvida de que o momento da saída tinha que ser agora. Eu já vinha me preparando para isso e com a ascensão da Marli à Presidência do Tribunal, não me restou outra oportunidade para exercer a única coisa que gostaria de continuar fazendo, que é preparar relatório e voto nos processos. Então, tudo veio a calhar: a minha vontade de parar, mas algo dizia que continuasse até quando desse, e a absoluta falta de processos, para análise. Foi tudo como Deus preparou, ou não foi? “Desculpe a minha falta de tato e, principalmente, o fato de não poder responder literariamente à altura a sua bela carta de ‘agradecimentos’ pela amizade e companheirismo. A sua saída ‘à francesa’ não impede que eu, mesmo a distância, me comova com suas palavras e com seu jeito de ser. Sinta-se abraçado ontem, hoje e sempre. Aproveite este momento de contemplação (inatividade no Tribunal) que você está passando para se conhecer por inteiro. Dizem que o ser humano só ama aquilo que conhece.”. Agradeço a sua demonstração de amizade e principalmente as suas palavras de apoio, aproveitando para dizer-lhe que não se trata de "bela carta de agradecimentos", mas sim de puro sentimento de apreço por todos vocês, conforme ficou patenteado nos artigos que postei no meu blog. Seus abraços foram inseridos e armazenados na enorme bagagem da mudança, porém menos de 11 carretas transportadoras. É isso aí, papa: o fim de cada etapa sempre carrega em si o início de uma nova fase. Restam a alegria e o saudosismo pelo tempo que passou e a expectativa pelos novos desafios que virão. Parabéns pelo término dessa fase. E que venha a próxima!”. Sem dúvida, chega ao término, no momento certo, uma fase importante na minha vida. Agora, é bola pra frente e com certeza já estou preparado para novos tempos e, se necessário, para novos desafios. Essas são as mensagens de carinho e apoio que recebi e, por serem tão importantes para mim, faço questão de colocá-las na minha página da internet, para que todos saibam o meu apreço pelos seus autores e também como forma de agradecimento.    

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 03 de abril de 2011