segunda-feira, 30 de abril de 2018

O chaga política

O jornal o Estado de S. Paulo noticia que, depois de 28 anos com domicílio eleitoral no Amapá, o ex-presidente da República maranhense transferiu o título de eleitor para seu estado natal e seu berço político.
O político alega motivos pessoais para o retorno à sua base eleitoral, porém, há informação de amigos e colaboradores de que o ex-presidente só fala em dois objetivos pessoais, quais sejam, evitar o esfacelamento de seu clã e tirar, a qualquer custo, do Palácio dos Leões o governador atual, que, depois de 40 anos, conseguiu derrotar o quase ininterrupto domínio do grupo sarneyzista, no Estado.
Um dos amigos mais próximos do ex-presidente disse que “O que Sarney pensa é em voltar ao poder no Maranhão. Nem é tanto pelo poder em si, mas por uma maneira de dar a volta por cima, de no final não ser um homem derrotado, marginalizado. Dino tem agido com uma agressividade terrível contra os Sarney”.
Tendo acabado de completar 88 anos, o político preserva o hábito de manter contato diário com os políticos e amigos de seu estado, cuja agenda está sempre cheia para falar de política, segundo disse um admirador dele.
Mantido diálogo sob anonimato, três líderes de partidos da base do governador do estado disseram que receberam propostas do ex-presidente para apoiar a pré-candidatura da sua filha ao governo do estado, dando a entender que ele está em plena atividade política, já negociando apoio, naturalmente em troca de vantagem espúria, como cargos no futuro governo.
Especula-se que, apesar da intensa atividade política, o ex-presidente não tem conseguido êxito nas suas investidas na seara de seu principal adversário, que teria por finalidade tentar minar a ampla aliança que dá sustentação ao governador do estado, a exemplo das infrutíferas articulações para formalizar alianças com o DEM, PP, PRB, que até agora falharam.
Ante às especulações, a família do ex-presidente nega que o patriarca esteja envolvido diretamente nas articulações políticas, talvez para não evidenciar que os insucessos das investidas sejam atribuídos às iniciativas pessoais.
Foi o que disse um de seus netos, que é deputado estadual, quando afirmou que “Não tenho visto muito esforço dele neste sentido”, e que, para o neto, o significado do retorno do endereço eleitoral do avô para o Maranhão é mais simbólico do que prático, tendo dito que “... meu avô sempre diz que a política só tem a porta de entrada”.

Esse entendimento de que política só tem a porta da entrada é péssimo sinal para quem imagina que as atividades políticas são dinâmicas e precisam se adequar à modernidade e aos avanços da humanidade, conquanto convém que haja porta tanto para a entrada como para a saída, em consonância com o princípio democrático, que tem por essência a satisfação do interesse público e não de grupos políticos, como tem se verificado em determinados estados brasileiros.
À toda evidência e também por ser notório, o principal clã político do Maranhão se tornou símbolo naquele estado de tudo que tem sido  considerado retrógrado, obsoleto, atrasado e principalmente degenerativo, por haver a marca do seu legado de ser a unidade da federação que ostentava os piores indicadores de desenvolvimento humano, mostrando o avanço da pobreza e dos componentes próprios de subdesenvolvimento agressivo e crônico, sendo que as mazelas foram atribuídas às ineficientes políticas públicas implantadas pela classe política dominante aliada ao ex-presidente, que conseguiu conduzir o estado pelos caminhos da miséria e da ruína, como têm sido mostradas as condições de penúria da sua população.
A tentativa do restabelecimento da influência e do domínio do clã sarneysista, no Maranhão, representa tão somente coerência com as práticas políticas tupiniquins, em que é absolutamente impossível tentar a renovação na mentalidade político-partidária.
O certo é que o eleitorado não consegue se conscientizar de que há especial interesse em que a modernidade na política é a essência para a melhoria dos mecanismos capazes de contribuir para a superação das mazelas ainda existentes em estados como o Maranhão, onde por décadas, um clã político foi capaz de imperar soberanamente e implantar nos seus torrões as piores políticas públicas, tendo como reflexo a completa degeneração das condições de vida do seu povo.
Urge que os maranhenses, diante do negro e perverso legado deixado pelo sarneysismo no estado, conforme mostram os fatos de indiscutível reprovação, repudiem, com veemência, o retorno às atividades políticas do seu líder-mor, não permitindo que o terrível câncer político-administrativo de seu grupo político volte a imperar como componente na política e na administração, tendo em conta a sua nefasta e perniciosa contribuição ao desenvolvimento socioeconômico, como forma de se defender o bem do povo, do estado e do Brasil. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
         Brasília, em 30 de abril de 2018

domingo, 29 de abril de 2018

Perigos na estrada

Conforme reportagem publicada no site Cofemac, a rodovia federal BR-434, que faz ligação entre os municípios de Uiraúna, Poço Dantas, Bernardino Batista e Joca Claudino, na Paraíba, virou foco de veemente revolta da população dessas localidades, em razão do seu precário estado de conservação e manutenção.
Acontece que o asfalto da rodovia foi transformado em buracos e crateras, mais precisamente no trecho entre Uiraúna e o distrito de Areias, deixando a pista praticamente intransitável e extremamente vulnerável e perigosa, em razão das dificuldades para se desviar dos buracos, obrigando que manobras sejam feitas, muitas vezes, pela contramão da pista.
Além dos graves problemas com o asfalto, o mato invadiu as margens da estrada e reduziu o acostamento.
Diante desses graves transtornos, a população reclama da precária situação e solicita às autoridades urgência na recuperação dessa rodovia, por ser único e importante acesso de Uiraúna aos municípios de Bernardino Batista, Poço Dantas e Joca Claudino, além da premente necessidade de se evitar acidentes de consequências danosas à vida humana.
Está aí vivo retrato da realidade brasileira sobre a maioria das obras públicas, que são realizadas sem os devidos controle e fiscalização, em que fica totalmente comprometida a qualidade sobre o uso do bem público, dando a entender que o material usado nessa estrada não correspondeu ao mínimo de durabilidade sob a forma de asfalto usual nas estradas públicas, considerando que a sua duração não resistiu ao mínimo do tempo desejável.
É preciso que seja apurada a responsabilidade quanto ao emprego do material colocado na pista, para verificar se ele realmente era compatível com os padrões de durabilidade exigidos para a obra contratada, conforme as especificações dos materiais, com vistas à aplicação, se for o caso, das penalidades cabíveis, eis que é muito bem provável que a péssima qualidade do material pode ensejar grave irregularidade na aplicação de recursos públicos.
Em se tratando de estrada acabada há aproximadamente três anos, que se deteriorou em processo de amiúdes esburacamentos, convém que isso seja devidamente investigado e esclarecido, não somente com vistas ao ressarcimento dos valores possivelmente desviados, diante do rápido desgaste da pista, sob a aplicação de material de qualidade duvidosa, mas também à adoção de medidas que levem à prevenção da reincidência de casos semelhantes, porque, se houve falha, que parece que o caso, diante da degeneração asfáltica, a impunidade somente serve de estímulo à continuidade de irregularidades na aplicação de recursos públicos e consequente prejuízo para a população, como no caso dos usuários da estrada em questão.
Há realmente gravidade em potencial a ser cuidada, com a devida urgência, que diz respeito aos iminentes e sérios riscos de acidentes graves, decerto por culpa da irresponsabilidade cívica e patriótica, que não pode ficar impune, caso tenha ocorrido irregularidade na obra, mas é preciso que os órgãos de controle se interessem pela devida apuração.
Compete aos órgãos de controle e fiscalização, em especial ao Tribunal de Contas da União e Ministério Público Federal, no uso de suas competências institucionais, adotarem as medidas cabíveis ao caso, com vistas às devidas investigações e, se for o caso, responsabilização, de modo que a sociedade não fique no prejuízo e continue sendo prejudicada, com a cumplicidade de órgãos públicos.
Urge que as autoridades competentes do Ministério dos Transportes se sensibilizem sobre a urgência na solução dos graves problemas da rodovia federal BR-434, diante da iminência da sua intrafegabilidade e dos riscos de acidentes envolvendo vidas humanas. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
       Brasília, em 29 de abril de 2018

Cediço à imoralidade


Os membros da Executiva Nacional do PSDB permanecem ao lado do senador tucano mineiro, mesmo após o parlamentar se tornar réu no Supremo Tribunal Federal, pela suspeita das práticas dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo enquete feita pelo jornal Folha de S. Paulo, 12 dos 41 membros da cúpula do partido contatados afirmaram não ver motivos para a expulsão do parlamentar.
          Os tucanos também decidiram que o próprio senador deve decidir, junto ao diretório estadual mineiro, sobre sua eventual candidatura, nas próximas eleições.
O líder do PSDB na Câmara dos Deputados disse, na maior serenidade e sem corar as faces, que, “Se os partidos forem expulsar todo mundo aqui (na Câmara) que é réu, não sobra muita gente” e que o senador mineiro deve ter chance de se defender perante a Justiça.
Na reunião da citada executiva, somente o prefeito de Manaus (AM) se dispôs a opinar contra o senador mineiro, dizendo que “Se o PSDB tivesse uma comissão de ética que funcionasse e não fosse uma reunião de compadres, eu acho que deveria, sim. Na verdade, ele deveria tomar a atitude de sair, mas não sendo o caso, a comissão de ética tinha que tomar essa atitude.”, que, à toda evidência, não condiz com os princípios do decoro parlamentar e da moralidade política.
Vejam-se a falta de dignidade exposta pelo líder do partido, que entende que seria desastrosa a expulsão de filiado corrupto do PSDB, diante da possibilidade de ficarem poucos filiados, o que se confirma a tradição histórica de que dificilmente a quadrilha tem coragem de expulsar um de seus membros, em razão do temor de que ele possa envolver na podridão o resto da organização criminosa.
Trata-se apenas da melancólica confirmação da fragilidade moral dos partidos políticos, que estão ancorando nos seus quadros, de forma injustificável, políticos sem a menor qualificação de dignidade para representar coisa alguma, muito menos o povo honrado, que não suporta mais nem ouvir se falar nos nomes deles, diante da completa perda de confiança como pessoas respeitáveis e dignas.
A decisão em comento guarda absoluta coerência com a estrutura moral e representativa do PSDB, ao declinar da expulsão de seus quadros do senador que já foi, recentemente, o expoente da sua legenda, considerando que se o expurgo dele acontecesse, havia necessidade da expulsão de muitos políticos importantes da agremiação, inclusive do pré-candidato à Presidência da República, que vem sendo investigado sob suspeita de seu envolvimento com atos irregulares.
É de se lamentar que o PSDB tenha chegado a essa injustificável decisão, de manter em seus quadros político que conseguiu destruir a imagem e a reputação não somente dele, mas especialmente da sigla, por permitir a permanência como filiado de pessoa que é símbolo de desmoralização, que não conseguiu resistir às tentações do ganho fácil e da propina, e, por pior, por fazer uso do relevante cargo de senador da República, que lhe fora delegado por confiança emanada do povo mineiro honrado, que se tornou representado por cidadão sem a menor qualificação ética e moral, diante do recebimento de dinheiro sujo, fruto de negociata envolvendo o tráfico de influência, conforme ficou bastante demonstrado no vídeo gravado pelo empresário da JBS, que foi reiteradamente divulgado na imprensa do país, não deixando a menor dúvida quanto à falta de caráter de homem público que tem o dever constitucional e cívico de ser modelo de decoro, moralidade e dignidade no exercício de cargo público eletivo.
A decisão do PSDB demonstra, de forma cabal e irrefutável, que seus candidatos não merecem o voto dos brasileiros, diante da indiscutível certeza de que o partido é cediço e cúmplice com atos de corrupção praticados por filiados, embora o seu estatuto contemple disposição normatiza no sentido de que o filiado que se desviar das condutas ética e moral será expulso da agremiação, mas essa regra de justa moralização se tornou, há muito tempo, letra morta, tendo ajudado a matar a credibilidade que o partido político precisa inspirar aos eleitores.
Na verdade, os brasileiros não podem apoiar, nas urnas, candidatos registrados por agremiação que se mostra completamente irresponsável na exigência de seus filiados dos requisitos de honestidade, ética, moralidade, dignidade, entre outros, permitindo que pessoas sem caráter possam transitar livremente como seu filiado, inclusive ficando ao seu livre-arbítrio decidir se pretende seguir como representante do povo, que não pode aceitar que candidato sem compromisso moral continue na vida pública, antes de comprovar a sua inculpabilidade quanto aos casos sob suspeitas de irregularidade, cuja autoria lhe é atribuída.
Nessa medida adotada pelo PSDB, de consentir a filiação nos seus quadros de pessoa que não preenche os requisitos de idoneidade e conduta moral, no exercício de cargo público eletivo, não se pode deixar de atribuir expressiva parcela de culpa à frágil e precária legislação eleitoral, que, diante de sua caducidade, não prevê punição dura e rigorosa aos partidos políticos, no sentido de que ficam passíveis de suspensão ou até mesmo de extinção, conforme a gravidade do caso, quando eles deixarem de punir, com suspensão ou exclusão de seus quadros, pessoas sem a necessária qualificação ética e moral, a exemplo do caso em que a maioria da cúpula do PSDB entendeu que um corrupto pode continuar normalmente sendo seu filiado, como se seu ato espúrio não fosse repudiável pela sociedade.
É evidente que as pessoas honradas esperam que os partidos políticos tenham a dignidade, a decência e o respeito aos eleitores, no sentido de que, nos casos de envolvimento de filiados em casos suspeitos de irregularidade, eles sejam, por cautela, como assente em salutares princípios de civilidade e razoabilidade, automaticamente suspensos de atividades que exijam a obrigatoriedade de filiação partidária, voltando à normalidade como filiado imediatamente após a comprovação da sua inculpabilidade nesse caso. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de abril de 2018

sábado, 28 de abril de 2018

Anseio por moralidade e ética


O momento político tem sido alimentado pelos levantamentos das intenções de voto e pré-lançamentos de candidatos ao Palácio do Planalto, mas essa natural agitação não significa absolutamente nada, porque as chamas da campanha eleitoral vão se acender a partir dos registros dos candidatos ao cargo principal do país, que já tem nomes na liderança.
Não obstante, os principais ingredientes da disputa propriamente dita ainda não foram colocados à mesa eleitoral e eles são de suma importância para ajudar à  definição do  quadro sucessório, a exemplo do tempo de exposição na televisão, da composição das alianças partidárias locais e nacionais, sobretudo pela representatividade político-moral, da consistência do programa de governo, da eficiência e da qualidade do programa eleitoral, do equilíbrio e da sensibilidade dos candidatos para a discussão das questões em debate, enfim, da empatia do candidato com o eleitorado, principalmente quanto à sinceridade que precisa ser transmitida para o eleitor, que tem pouca crença nos homens públicos.
Isso contribui para se avaliar que os pré-candidatos que estão agora na dianteira poderão não conservá-la no momento da fervura da campanha, quando certamente aqueles fatores vão ter enorme influência na decisão dos eleitores, podendo beneficiar os candidatos que tiverem competência para aglutinar ao seu redor as melhores propostas de governo, notadamente se tiver condição de provar que a sua administração será completamente diferente daquelas acontecidas nos últimos tempos, que foram envoltas de incompetência, imoralidade, precariedade, graves desacertos gerenciais, que levaram ao desastroso rombo das contas públicas, patenteando a comprovação do caos na administração pública.
Os candidatos que precisam angariar a simpatia do eleitorado devem mostrar que têm real competência para se distanciar da paupérrima mentalidade política consistente na irracional coalizão republicana vigente no país, que se funda no famigerado e abominável sistema do “toma lá dá cá”, que tem como princípio o irresponsável loteamento dos ministérios e das empresas estatais, onde fica permitido que os partidos estabelecem suas políticas públicas que melhor satisfazem e atendem aos seus objetivos partidários, em completa degeneração do conceito republicano de que os órgãos e as entidades públicos devem praticar políticas de interesse e integração nacionais, evidentemente sob a orientação do mandatário do país, não importando quem seja o titular dos ministérios.
Por enquanto, como ainda não é o momento legalmente permitido, nada foi posto na mesa das discussões e ninguém pode ter a certeza de ter saído na dianteira da corrida eleitoral, salvo um ou dois pré-candidatos que já anteciparam suas campanhas, em clara afronta à legislação de regência, dando a impressão de que eles já estão no clima eleitoral, a exemplo das caravanas lideradas pelo principal político tupiniquim, que já participou de três caravanas, sob o pretexto de conhecer os problemas brasileiros, quando, na verdade, nada foi diferente de comícios e demais ingredientes próprios de campanha eleitoral disfarçada, em desrespeito às normas eleitorais.
          Conviria que o eleitor se conscientizasse sobre o verdadeiro sentimento do inconsequente populismo, que preponderou em gestões recentes, cujo resultado somente impressiona pelo poder de marketing, que foi seu principal símbolo e a sua bandeira que tremulou em verdadeira derrocada socioeconômica, quando o Brasil foi conduzido à indiscutível ruína, como mostraram os fatos, em que o governo foi defenestrado, deixando triste legado na economia, a começar pelos rombos nas contas públicas.
Nesses períodos, a economia atingiu a pior recessão dos últimos tempos, cuja crise contribuiu para degenerar os principais indicadores, em que a inflação se aproximou de dois dígitos; os juros beiraram os 15%, o desemprego foi à casa dos 13 milhões de trabalhadores; a dívida pública beirou os três trilhões de reais; o parque produtivo passou por acelerada desindustrialização; houve abrupta queda da arrecadação; além da completa ausência de investimentos em obras públicas; nada de obras de impacto, como forma de desenvolvimento; da perda do grau de investimentos, pelas agências de classificação de risco, com a consequente retirada do capital estrangeiro; da péssima prestação dos serviços públicos; entre muitas mazelas que servem apenas de triste espelho para os próximos candidatos, no sentido de não seguirem os caminhas trilhados pelos governos populistas, que tinham como exclusivo objetivo a absoluta dominação das classes política e social e a perenidade no poder, que foi atropelado pela incompetência administrativa.
Felizmente, as políticas populistas resultaram em fiasco e mostraram apenas o gigantesco insucesso de seus resultados, sabendo-se que o país com a grandeza e as características do Brasil precisa ser governado com a necessária competência administrativa, levando-se em conta não somente componentes sociais, que precisam sim ser desenvolvidos, mas não sem os indispensáveis cuidados com os elementos conjunturais da economia, que precisam ser priorizados, sob pena de se jogar para o espaço os esforços em busca da recuperação do tempo perdido com as políticas populistas e de se perder oportunidades de desenvolvimento.
Enfim, por enquanto, pode-se concluir que a próxima disputa presidencial é decerto a maior incógnita eleitoral dos últimos tempos, diante da abissal distância existente entre o que o eleitor almeja, em termos de novidade na política, e o que os partidos pretendem apresentar, que são políticos calejados na vida pública, muitos dos quais possuidores de histórico questionável.
Diante das investigações dos fatos clamorosos referentes às suspeitas de corrupção ocorridas nas últimas gestões, há forte e latente anseio da sociedade por justiça, moralidade e ética na política, como forma de renovação da classe política, eis que é visível o seu desgaste perante os brasileiros honrados, que não suportam mais a banalidade com a prática de atos irregulares com recursos públicos e a impunidade, como se tudo isso fosse regra estratificada em sociedade sem dignidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 28 de abril de 2018

sexta-feira, 27 de abril de 2018

O benefício da delação premiada


Reportagem publicada na mídia noticia que, nos termos da delação premiada firmada com a Polícia Federal, no Paraná, o ex-ministro da Fazenda de governo petista teria detalhado como se deu o esquema de corrupção na Petrobras, e de que forma o principal líder da esquerda brasileira e a sua sucessora na Presidência da República teriam participado das tratativas.
O ex-ministro já foi condenado pelo juiz da Operação Lava-Jato, à prisão de mais de 12 anos, por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, no caso de contratos com a Odebrecht, na construção das sondas da Sete Brasil e do Estaleiro Enseada do Paraguaçu.
Segundo informações do jornal O Globo, o ex-ministro chega a afirmar, nos depoimentos de delação premiada, que o líder petista teria recebido dinheiro vivo, fato este que é negado pela defesa dele.
Por seu turno, a ex-presidente petista também disse que o ex-ministro produz “peças de ficção” para “agradar aos investigadores”, com vistas à obtenção da liberdade.
Para começar a valer, a delação premiada em apreço ainda precisa ser homologada pela Justiça, embora ela tenha a feição de enorme importância para possíveis novas investigações e consequente revelação sobre a verdade dos fatos suspeitos de irregularidades, e talvez, por isso, ela tenha sido bastante disputada entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.
Em depoimento ao juiz da Lava-Jato, o ex-ministro já havia afirmado que o petista-mor teria avalizado "pacto de sangue" junto à empreiteira Odebrecht, que se comprometeu a pagar o valor de R$ 300 milhões em propinas ao PT, entre o final do governo dele e os primeiros anos do governo de sua sucessora na Presidência da República.
O ex-ministro disse, ainda, conforme reportagem da Folhapress, que o acordo teria sido fechado por ocasião de contato entre o proprietário da Odebrecht e o político-mor.
Nessa altura da competição, em que o jogo não tem sido nada favorável para o ex-ministro, que se encontra preso e respondendo à denúncia por outros crimes, fica bastante difícil para ele apenas produzir “peças de ficção” para “agradar aos investigadores”, com vistas à obtenção da liberdade, considerando que delação sem a devida comprovação não vai adiantar absolutamente nada, tendo em vista que os fatos objeto da colaboração precisam ser comprovados por meio de documentos juridicamente válidos, sob pena de não haver qualquer beneficio e ainda puder incorrer em crimes por danos morais, falsidade ideológica, entre outros, que podem agravar a sua situação, se ele não disse a verdade.
Acreditar-se ou não, previamente, no que o ex-ministro possa alegar junto à Polícia Federal é apenas questão de tempo, tendo em vista que ele deve ter plenas convicções de que a simples menção a fatos, sem a devida prova consistente e segura, não vai resolver a aflitiva situação dele de ter a certeza que seu destino é ver o sol nascer e se pôr no desenho sempre quadrado.
Diante disse, não se iludam por imaginar que a delação premiada é apenas peça de ficção, porque o ex-ministro não passaria de ingênuo se alegasse fatos graves que tem conhecimento se não tivesse como contrapartida a tão sonhada liberdade, que somente poderá se efetivar se as contribuições para o prosseguimento das investigações e o levantamento de provas sobre casos já do conhecimento da Polícia Federal estiverem devidamente comprovadas, em documentos, demonstrativos, planilhas etc.
Seria perda de tempo por parte da Polícia Federal se chegasse à conclusão de que o resultado da delação não passaria de meras peças de ficção, ficando evidenciado que isso nada mais é do engodo para a importância do seu trabalho de investigação, que tem a maior relevância para o levantamento da verdade, que somente se materializa quando a colaboração tem consistência e pode ser comprovada mediante documentos pertinentes.
Para que a delação premiada seja exitosa, no caso, é preciso que o ex-ministro tenha produzido não apenas peças de ficção – porque jamais ela teria sido firmada e ele beneficiado com a liberdade -, mas sim documentos capazes de ajudar ao levantamento da comprovação dos fatos irregulares por ele alegados, como forma de relevante serviço à verdade e às causas de moralização do Brasil, por meio das rigorosas investigações que estão contribuindo para a adoção das medidas judiciais de combate à corrupção e à impunidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 27 de abril de 2018

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Assepsia na política


Conforme foi noticiado na mídia, o ex-presidente da República tucano, em entrevista ao programa Política & Etc., da GQ Brasil, a par de analisar o cenário político brasileiro, inclusive comentando o resultado das últimas pesquisas de intenção de voto à corrida ao Palácio do Planalto, houve por bem considerar lamentável o fato de um senador do PSDB mineiro ter se tornado réu, por decisão do Supremo Tribunal Federal, sob a acusação da prática dos crimes de corrupção passiva e obstrução da Justiça,.
O tucano afirmou que “O Aécio, que se tornou réu, é verdade e é lamentável tudo isso. Ele disse sobre a acusação, e nisso ele tem razão, que é uma relação que não passa pelo Estado, pelo Tesouro e nem pelo partido. Houve um desvio de ordem de conduta. Não foi o PSDB. Isso não perdoa os erros, mas é preciso diferenciar”.
Não, senhor, ex-presidente, esse esdrúxulo e deprimente caso de explícita desmoralização da classe política, protagonizada por senador da República não é preciso diferenciar coisa nenhuma, mas sim considerá-lo potencialmente comprometedor e o suficiente para se interromper a carreira política de qualquer homem público com o mínimo de dignidade, tendo em conta que o ato de vileza em si representa enorme distanciamento do caráter e do decoro intrínsecos dos políticos, que precisam não somente ser honestos, mas sobretudo provarem que são realmente honestos.
À toda evidência, o senador mineiro se envolveu em imbróglio de extrema gravidade, à luz dos princípios republicanos, em que o homem público não tem direito de usar o cargo público para tratar de negociata, obviamente às escondidas, sob o claro emprego do tráfego de influência, conforme ficou bastante patenteado no horroroso diálogo gravado pelo empresário da JBS, reiteradamente divulgado na imprensa do país, cujo dinheiro envolvido na transação suja não passa de propina, que significa a compra da consciência de um senador da República, que tem o dever institucional de honrar o relevante cargo que exerce em nome do povo, que, em última análise, foi traído na sua ingênua confiança.
É preciso sim se atentar para os conceitos de integridade, moralidade e dignidade, para se entender, com absoluta clareza, que partido político não pode acomodar nos seus quadros, ainda como destacado filiado, homem público da estirpe do senador mineiro, porque isso apenas representa péssimo e deprimente exemplo de desmoralização da agremiação, considerando, sobretudo, que o seu estatuto contempla disposição estabelecendo que será objeto de desfiliação aquele que praticar ato incompatível com os princípios do decoro e da idoneidade, que é o caso da falha perpetrada pelo político das alterosas.
   Ademais, é absolutamente inadmissível que, em pleno século XXI, ainda se permita que o senador se desmoralize, de forma leviana, e ainda contribua para manchar a honra de seu partido e fique absolutamente impune, sem receber a mínima advertência, como se isso fosse normal, quando se trata de atrevida e gigantesca esculhambação, sob o prisma dos princípios republicanos, que ainda tem o beneplácito da autoridade do ex-presidente tucano, por apenas achar que é preciso diferenciar, como forma de se pôr panos-quentes em chaga aberta referente a escândalo de notória inadmissibilidade para a sociedade, diante dos conceitos da moralidade e do decoro impostos no exercício de cargos públicos eletivos.
O senador mineiro, tão logo foi pego com a mão massa e a boca na botija, praticando ato indigno e recriminável, já deveria ter sido expulso do partido, sem mais delongas, como indiscutível prova não somente de intolerância com malfeitos, mas especialmente para prevenir a reincidência de caso que não condiz com as atividades político-partidárias, como o de pegar empréstimo de quantia substancial, cujo dinheiro terminou sendo transportado por meio de malas, às escondidas, dando a entender que se tratava mesmo de transação nada lícita, para os padrões de honestidade ínsita dos cidadãos, em especial dos homens públicos, que precisam ser o espelho da decência para a sociedade.
Esse fato deplorável pode ensejar que outros políticos, de índole semelhante à do senador mineiro, simplesmente aleguem, em caso de afronta às normas estatutárias, o inaceitável precedente havido e será igualmente perdoado, porque o partido, de forma injustificável, foi condescendente com o malfeito do tucano das alterosas, quando não devia, por permitir a sua desmoralização e o estrago efetivado à sua imagem, em prejuízo das suas integridade e reputação partidárias.
Sob a visão dos brasileiros dignos e honrados, o senador tucano mineiro representa, na atualidade, o que de pior se possa imaginar para a classe política, por ter sido apanhado em explícita prostituição ética e moral, tendo perdido completamente a confiança como homem público que havia conquistado na última campanha eleitoral à Presidência da República, fato este que recomenda, para a moralização das atividades político-partidárias, que ele seja eliminado da vida pública, com vistas à indispensável assepsia da administração do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 26 de abril de 2018

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Desprezo à moralização


A propósito de artigo que reputo da maior relevância para a moralização do Brasil, intitulado “Deplorável realidade”, publicado em importante facebook, posso afirmar que tive o enorme desprazer de perceber como o fanatismo ideológico tem a capacidade de desviar o homem da racionalidade e do pensamento lógico, por passar a professar sentimento que somente a sua razão é verdadeira e quem contrariá-la merece o pleno desprezo.
Diante da insensibilidade humana e da agressão enfrentada por algumas pessoas, pude sentir o quanto o senso moral não tem o menor valor quando eles invocam a presença do todo-poderoso para o centro da discussão, como o político endeusado e venerado, que, para eles, ostenta a áurea da imaculabilidade e não pode sequer ser suspeito de ter cometido qualquer irregularidade, sob o possível argumento de que o homem que se preocupa com o povo não pode ser acusado de absolutamente nada, porque nada justifica que ele seja sacrificado por tão pouco do que o acusam.  
Um dos ardorosos defensores do maior político brasileiro disse, entre muitas argumentações ilógicas, que “... Reflita, um padrão de moralidade não é expressão do desejo pessoal de alguém, é sempre resultado de ações impostas por um grupo social, ou por uma classe social dominante naquele momento,... (o sentimento de moralidade é sempre pessoal e não de grupo social, pelo menos, no Brasil)... Ele (eu) faz parte da mesma sociedade dos políticos e empresários que procura estabelecer uma crítica ética, portanto, acolhe determinados valores que, como todos nós, expressam preferências políticas, assumem um padrão cultural e ideológico de ação e interpretação dos fatos sociais e da política. E é a partir daí que lança sua plataforma de moralidade. E, sem informar os predicados que sustentam sua critica moral pontifica: os políticos, senão, os principais deles, são amorais, aéticos. Em seguida expressa sua ojeriza a um político em particular e a seu partido, citando unicamente o pré-candidato do PT, mais claramente o presidente Lula que, para seu encanto, está preso. Porém, nada fala do desastre ocorrido no Brasil após o golpe de 2016. Sem querer nomeá-lo diz que é o campeão, até o momento, das pesquisas eleitorais, quer dizer, da preferência popular. Dai ele alça vôo para fazer a crítica moral ao povo. Que o povo é responsável e tal... Aqui já fica expresso a tendência política do articulista. Isso porque, não é citado em momentos algum do seu texto aqueles que desviaram milhões da merenda escolar das crianças de São Paulo, o candidato do PSDB, o Senhor Geraldo Alckmim; o golpista Michel Temer, denunciado duas vezes pela Procuradoria Geral da República ao STF e salvo, por votos comprados, com emendas parlamentares e outras prebendas, pela Câmara dos deputados, também não cabe menção. Quase todos estes deputados comprados pelo Sr Michel. Não, não vem ao caso. Ah! não é citado o senador Aécio Neves do PSDB, flagrado negociando propinas com a empresa JBS, nem Geddel Vieira Lima, o homem do apartamento abarrotado de dinheiro desviado dos investimentos necessários à melhoria das condições de vida do povo. Possivelmente, estes não vêm também ao caso, como assevera o juiz de Curitiba. Assim, não fica claro os elementos básicos que formam a moralidade e a ética do articulista”.
A minha tendência política é a da moralidade e da ética, absolutamente apartidária, em contraposição às argumentações absolutamente fantasiosas desse senhor, que faz questão de alinhar fatos que eu teria deixado de citar, mas se eu os tivesse citado certamente teria incluído todos os casos nebulosos, além daqueles, como os famigerados e terríveis episódios relacionados com o mensalão e, em especial, à roubalheira ocorrida na Petrobras, que, estranhamente ele se esqueceu de mencionar, talvez para não mostrar a podridão do maior escândalo de corrupção do mundo sob o comando daquele que ele defende e considera deus - aquele de pau-oco – assim considerado pelo Ministério Público Federal.
Ele continua me agredindo, nestes termos: “Então, não está claro qual é base de valores do autor para estabelecer a crítica, ou seja, qual o padrão moral que ostenta, ele, ao fazer o debate, e esses senhores que dominam econômica e politicamente o nosso povo há mais de 500 anos. Concretamente, qual o padrão moral dos dirigentes e chefes de sua preferência, diria, não só políticos, mas também empresários, juízes, mídia, Globo e outros. Ora, a maioria desse conjunto de líderes ou representantes de instituições e setores da economia tem uma história de saque ao Estado brasileiro e ao seu povo... Aqui insisto na pergunta, qual o padrão moral e ético que justificam essas ações contra os pobres, os excluídos e marginalizados. Estas ações políticas não estão léguas de distância da compaixão e da misericórdia, sempre pregada pela igreja católica? O que vemos hoje não é um vilipêndio contra os pobres, para os quais a igreja católica lança seu olhar? Qual é mesmo o padrão moral e ético que preside o nosso olhar sobre o mundo? Essa é uma questão a ser respondida antes mesmo de se condenar o presidente Lula.”.
Em resposta aos referidos comentários, eu disse “Confesso que, longe do debate, prefiro continuar entendendo sobre o muito que aprendi como servidor público, que, na prática e principalmente na vida pública, ética e moral nada mais são, no popular, para quem, na vida pública ou não, tem as mãos limpas, quanto ao emprego de dinheiro público colocado à sua disposição, jamais teve seus atos nas atividades públicas questionados por quaisquer circunstâncias, seja imune às suspeitas sobre a pratica de irregularidades, não se envolve com inquérito e muito menos denúncia na Justiça, nunca foi condenado pela prática de qualquer ato irregular, enfim, ética e moral, para mim, são o sentimento claro que se tem sobre a fidelidade aos princípios da lisura e da imaculabilidade com relação ao zelo com a coisa pública. Enquanto existir suspeita ou denúncia sobre atos inquinados na vida pública, não pode haver moralidade sem a devida comprovação da inculpabilidade e isso é a gênese do princípio democrático. A análise a que se refere a crônica teve origem em fato publicado na mídia e, ao ensejo, tive a ideia de concitar a população a refletir (não debater, embora respeite os debatedores, porque eles têm o dom dos profundos conhecimento e preparo intelectuais) sobre a conveniência de se eleger seus representantes políticos sob a ótica da moralidade pura, aquela que diz estritamente com a idoneidade e a conduta insuspeita. Respeito quem pensa diferentemente disso, porque é possível que o seu sentimento de ética e moralidade seja de nível tão elevado que, confesso, não consigo atinar que ele possa ser o melhor para o país tão paupérrimo de moralidade e ética, a se ver que ditos intelectuais e assemelhados formadores de opinião preferem, sem corar o rosto, defender criminoso condenado à prisão pela Justiça, ao invés de exigir que antes ele comprove, com elementos probantes juridicamente válidos, a sua inculpabilidade, porque, em termos de moralmente pura, assim se esperava da classe inteligente e sábia, conquanto a reiterada defesa de inocência, sem sequer conseguir convencer a Justiça nesse sentido, não tem validade nem mesmo nas piores republiquetas, onde tudo se ganha no grito. Como corolário, é sábio o princípio constitucional de que ninguém será considerado culpado enquanto não houver o trânsito em julgado e esse ínterim é exatamente o tempo suficiente para se provar a inculpabilidade e se comprovar o devido respeito ao salutar princípio da moralidade, que precisa prevalecer permanentemente no âmago dos homens públicos.”.
Outro interlocutor fez o seguinte comentário: “...No que se refere ao zelo com a coisa pública nesse embate não tem vencedor, pois as suas ações como cidadão atestam essa virtude. Na realidade o que constatamos é que tudo recai na velha luta do capital x trabalho, ou seja, dos que já possui x os que lutam para ter mais um bocadinho... Enquanto elegermos os políticos como os únicos vilões não vamos resolver nunca esta situação, pois a solução é necessariamente individual com reflexos no coletivo, pois compartilhar é condição necessária e suficiente para uma situação de dignidade para todo o conjunto dos brasileiros, pois da forma como o bolo tá sendo dividido não tem solução...!”.
Em resposta, eu afirmei: “... Na sua respeitável mensagem, você fala em embate que não tem vencedor. Não obstante, no caso, eu tenho a humildade e a sinceridade de me considerar perdedor, por nocaute, por não saber usar as armas poderosas do meu querido e capacitado conterrâneo, pois prefiro não me afastar um milímetro da trilha em defesa da ética e da moralidade também na política, fiel aos meus princípios, inclusive de não agressão ao próximo, respeitando suas opiniões e jamais o menosprezando com palavras injustas e indevidas, principalmente com referência a fatos que não condizem com o assunto versado, uma vez que, no caso em comento, o texto, de sã consciência, condiz fielmente à lamentável e triste situação de políticos que já se lançaram previamente ao Palácio do Planalto, sem se adentrar senão às questões propriamente ditas sobre a ética e a moralidade, que têm sido a preocupação central da expressiva maioria dos brasileiros. Quem pode ser contra isso, meu Deus? Trata-se de texto absolutamente desapaixonado e inteiramente apolítico, porque ele prende-se aos fatos tratados na reportagem, sem acusar, mas criticando a notória ausência da moralidade, frise-se, objeto da matéria enfocada pelo jornal, que teve seu nome indicado no texto, o que é normal. Prefiro perder uma luta, que nem embate teve, e me manter com a consciência fortalecida, por ter, mais uma vez, defendido meus princípios, em prol da ética, moralidade e dignidade...”.
Já outra pessoa disse que “... Bem sabemos que não somos ‘juízes de togas’ que constroem provas para criar crimes. Até onde eu sei, não tenho que provar minha inocência perante um tribunal que me faz réu, o tribunal é que tem que evidenciar as provas de meu crime, se esse existir. Assim diz a lei, se a interpretação é a bel prazer, que podemos dizer da imprensa que edita em suas páginas e nas telas, imagens de sua própria cozinha, de seu próprio elevador, e declara ao povo que são provas do crime do perseguido pelo juiz. Ou ainda, do cidadão que posta notícias fake, porque mentir e falsificar provas virou o costume.”.
Em seguida, eu disse o seguinte: “A bem da verdade, o juiz não tem competência legal para construir provas. Ele pode determinar diligência para pegar provas. O juiz julga com base nas provas constantes dos autos, obtidas na fase instrutória. Evidenciar a prova do crime é competência sim da Justiça, mas provar a inocência só tem pertinência por parte da defesa do réu, que precisa destruir e anular as provas com contraprovas e elementos capazes de infirmar os fatos denunciados. Em qualquer parte do mundo, aí incluídas as republiquetas, o juiz que julgar e condenar sem provas materiais nos autos, sem a devida materialidade da autoria do crime denunciado na Justiça, incorre no crime de prevaricação, cujas sanções variam desde a advertência até o afastamento do cargo, a depender da gravidade da falha por ele cometida. Isso é da lei, como forma de responsabilizar e penalizar os magistrados desidiosos e irresponsáveis, quanto ao dever constitucional a ele atribuído. Não se tem conhecimento de pedido objetivando a anulação de processo ou de julgamento por falta de provas, porque esse é o caminho jurídico para o saneamento de injustiça praticada por magistrado. Salvo melhor juízo, não passa de fiasco a alegação de que não existem provas, justamente porque nada foi feito para anular o processo, evitar a condenação e punir o juiz faltoso. Que país esse de tanta incoerência e de carência enorme de verdades, onde as pessoas querem acreditar no que dizem, mesmo que isso possa não ser a verdade real?”.
Essa mesma pessoa reconhece a sua falha e demostrou todo o seu sentimento de insensibilidade, dizendo que “É verdade o Juiz não tem competência para tal desatino. Criar prova, mentir e falsear os fatos. Essa é a prerrogativa do justiceiro travestido de juiz. Ele e outros da mesma casa grande estão fazendo. E os moralistas de plantão aplaudindo. Engraçado... Você está falando da teoria do que deve ser um sistema judiciário, esta mesma teoria exposta por você revela que vivemos uma ditadura protagonizada por indivíduos representantes desse sistema. Não vou me alongar nessa discussão, continue a defender as oligarquias, a "pura moral" do juiz Sergio Moro brinquedinho das superpotências. É sua escolha. Mas, em seus discursos aparecerei de vez em quando para dizer e registrar outros fatos, acontecimentos que você e a imprensa costumam não dizer.”.
Concluindo as análises sobre os comentários ao meu artigo, eu me expressei assim: “Em momento algum eu perdi a classe em defesa exclusivamente do que penso e não agrido ninguém, de acusar de defensor disso ou daquilo, porque eu acho que o cidadão, na defesa de seu pensamento ideológico, certo ou errado, não tem direito de agredir ninguém e muito menos menosprezar a opinião alheia. Aliás, opinião, certa ou errada, é a base para se chegar à conclusão sobre o que pensamos da vida e, por isso, ela é muito importante para as pessoas civilizadas. Louvo todos aqueles que têm a graça de se manifestar livremente, não importando qual seja a ideologia, desde que respeite o sentimento das pessoas. Eu defendi e defendo, porque é o meu caráter, somente o que acho que me convém e que seja melhor para o Brasil e nunca deixarei de respeitar quem pensar em contrário, por qualquer motivo que seja, porque este é o princípio idealizado pelo Estado Democrático de Direito, que precisa prevalecer sempre, para o bem das relações sociais, em país da grandeza do Brasil. É preciso valorizar a personalidade, principalmente com a devoção ao respeito mútuo, em defesa do princípio segundo o qual ninguém é dono da razão absoluta, muito embora Aquele que a dominava plenamente foi imolado pelo homem e o mundo é o que é, onde as pessoas não se respeitam.
Ninguém precisa ser endeusado ou entronizado pelo simples fato de ter realizado bom governo, reconhecido como tal pelas sociedade e opinião pública, porque isso representa tão somente forma diferenciada de administrar o patrimônio público, exatamente em consonância com o seu dever funcional de exercer seu mandato eletivo com a devida competência e eficiência, tendo sido inclusive devidamente remunerado para isso, o que vale dizer que não há senão o dever cumprido de atender satisfatoriamente a sua obrigação de homem público, que se dispôs a prestar serviços à sociedade, a quem precisa prestar contas sobre a lisura de suas atividades na vida pública.
Enfim, é preciso se afirmar que o texto de que trata a crônica referida na inicial foi escrita para reflexão dos brasileiros que precisam ser despertados, com a devida urgência, para a realidade sobre os fatos e tomarem consciência sobre a imperiosa necessidade da valorização dos princípios da honradez e da dignidade do ser humano, quanto ao verdadeiro significado do que sejam ética e moralidade na vida pública, porque, para o homem público, a menor desconfiança que seja, o menor deslize, já são mais do que o bastante para a quebra de confiança, no sentido de que ele nada mais é do que o próprio povo, com os poderes para representá-lo com a sua pureza de dignidade e isso é mais do que suficiente para se exigir dos homens públicos a devida prestação de contas sobre seus atos na vida pública, que precisam ser sobre escala retilínea, em estrita e estreita consonância com os princípios republicano e democrático.
Pensar diferentemente disso certamente não pode contribuir para o fortalecimento da democracia nem para a moralização do país, que precisa urgentemente ser passado a limpo, com a completa mudança do quadro político atual, que já demonstrou a sua desastrada e ruinosa participação como homens públicos, em termos de desonestidade e corrupção, que levaram o Brasil à bancarrota, principalmente com a degeneração socioeconômica, onde a pobreza é adensada e potencializada, principalmente com a precariedade da prestação dos serviços públicos, que privilegiam a graciosa distribuição de renda, quando poderia fomentar programas destinados ao desenvolvimento, de modo que houvesse condições de criação de emprego para as regiões absolutamente desassistidas e desprezadas pelo Estado, embora ainda tenha poderosa classe de fanatizados que preferem eleger o populismo como forma de salvação da pobreza, que realmente precisa de assistência, porém por meio de programas sustentáveis, que possam contribuir para a produção, o emprego e o desenvolvimento socioeconômico. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 25 de abril de 2018

terça-feira, 24 de abril de 2018

Pena de castração


O governo indiano acenou para a possibilidade da aprovação de emenda à Lei de Proteção de Crianças dos Delitos Sexuais, tendo por objetivo a condenação dos culpados por estupro de menores 12 anos à morte, medida esta que atende à indignação do país pelos abuso e assassinato de uma criança de 8 anos.
          A proposta de emenda à referida lei foi aprovada em reunião do gabinete liderada pelo primeiro-ministro indiano, horas após retornar ao país de uma viagem por três países da Europa.
A emenda legal já tinha sido pedida publicamente pela ministra para a Mulher e a Infância e foi aprovada em meio à comoção no país pelo sequestro, tortura, estupro e assassinato de uma menina muçulmana de 8 anos de comunidade nômade.
Os crimes aconteceram em janeiro último, mas as suas circunstâncias foram reveladas na semana passada, depois que a polícia apresentou documento formal de acusações, no qual apontou, além disso, para indícios de violência religiosa.
Diante da crescente onda de crimes na Índia, com destaque para os estupros, a população daquele país vem recebendo aulas de autodefesa da polícia de Nova Délhi.
Estão sendo processadas, no marco do julgamento pelo crime em tela, oito pessoas suspeitas e detidas, entre elas quatro membros dos corpos de segurança.
Causaram indignação na Índia o citado caso e a morte, após ser agredido duas semanas atrás, do pai de uma menor de 16 anos, que tinha sido estuprada em junho de 2017, em um crime do qual a família acusa um parlamentar regional do partido governante.
De acordo com dados da Agência Nacional de Registro de Delitos da Índia, o número de delitos contra crianças duplicou entre 2013 e 2016, passando de 58.224 a 106.958, e dos 38.947 estupros que ocorreram no país em 2016, 19.765 eram menores de idade.
Como se vê, a violência não é privilégio somente do país tupiniquim, porque a criminalidade, principalmente no que se refere a estupro, vem se expandindo no mundo, principalmente nos países de enorme população como a Índia.
A diferença entre a Índia e o Brasil é que as autoridades indianas se mostraram sensíveis aos veementes apelos da população, no sentido de adotar medida que julgam conveniente e apropriada para combater a sanha da criminalidade, que igualmente vem causando intranquilidade à população naquele país.
À toda evidência, a pena capital, a ser aplicada na Índia, para os estupradores de lá, seria considerada medida extremamente exagerada para os brasileiros, mas o que não se pode mais, por não ser tolerável, é se permitir que a deplorável situação referente às ocorrências de estupros continue a preocupar a população e nada seja feito para, pelo menos, minimizar a escalada crescente dessa forma recriminável de violência contra a mulher, principalmente as jovens, que são vítimas em potencial, como o recente caso verificado em São Paulo, que foi noticiado na mídia.
Como o brasileiro se orgulha, em muito, da sua virilidade sexual, conviria de se cogitar que, depois de devidamente caracterizado o crime de estupro, de forma inquestionável, por meio técnico-científico, o estuprador fosse condenado à pena de castração.
          Certamente que medida drástica como essa precisa ser adotada, com urgência, contra os infames estupradores, principalmente com vistas a deixar marca indelével no seu libido, de modo que ele fique, em definitivo, incapaz e impotente quanto à atração sexual e isso seria, por certo, capaz de contribuir para a sensível diminuição dos crimes de estupro, que têm sido alarmantes contra as mulheres e elas realmente não merecem passar por terrível transtorno na sua vida.
Urge que os brasileiros, tomando por exemplo medida de combate aos crimes de estupros adotada na Índia, exijam das autoridades brasileiras incumbidas da segurança e da proteção à mulher que providenciem medidas efetivas capazes de minorar a incidência dos crimes de estrupo, com a aprovação de instrumento jurídico que puna com a pena de castração os criminosos devida e comprovadamente incursos no crime da espécie. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 24 de abril de 2018

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Padrões de irracionalidade


Pela primeira vez, depois da Revolução Cubana, ocorrida nos idos de 1959, um cubano fora de linhagem dos Castros assumiu, no papel, o comando do Estado de Cuba, sabendo que precisa enfrentar gigantescos desafios, em especial na área econômica, que apresenta sinais de desgaste crônico e de difícil superação, correndo o sério risco de sofrer duro impacto proveniente da grave crise na Venezuela, seu maior parceiro comercial, que também perdeu os rumos da civilidade, depois de ter ingressado no regime socialista.
A grande maioria dos cubanos está esperançosa por que o novo presidente cubano possa realizar urgente reforma monetária, para diminuir a disparidade entre as duas castas criadas pelo sistema ditatorial, que estabeleceu o peso conversível, que é pareado com o dólar, e o peso cubano, que praticamente tem pouco valor.
Na verdade, a economia cubana até parece mais uma brincadeira de criancinha, onde o salário do trabalhador daquele país, conforme mostra a reportagem, pode variar entre vinte a trinta dólares, a exemplo do que ocorre com o salário do médico, que ganha aproximadamente 600 pesos cubanos por mês, o equivalente, pasmem, a US$ 24 ou cerca de R$ 80.00, de acordo com dados oficiais, sendo que o salário médio de servidor público fica na casa de 740 pesos cubanos mensais, que é menos de US$ 30 e próxima de R$ 100,00.
Em Cuba, é comum o governo subsidiar alguns produtos, que podem ser comprados a preços baixos, com as cadernetas de controle do Estado, submetidas a rigoroso controle nas compras semanais.
Nessas cadernetas, o cubano pode comprar quantidade máxima semanal, tendo por parâmetro cada pessoa, por exemplo, a carne de frango (800 g), o ovo (cinco), a mortadela (220 g), a carne bovina (450 g) etc., tudo apenas na quantidade determinada e controlada, com o devido rigor, pelo Estado e que é seguido pelo comércio.
Um especialista em Cuba, da Universidade Internacional da Flórida, disse que é preciso reconhecer significativos avanços realizados pelo presidente sucedido, que teve a “gigantesca”, “importantíssima” e “corajosa” iniciativa de permitir a abertura de negócios privados – o chamado "cuentapropismo", como os inacreditáveis pequenos restaurantes e aluguel de casas – e a ainda tímida abertura a investimentos externos.
Nessa linha de “extraordinários” avanços da economia, o governo fez "Importantes mudanças na esfera econômica que tiveram também implicações políticas. Os cidadãos que conseguiram algum sucesso na expansão do setor privado, por exemplo, criaram espaço para uma maior autonomia em suas vidas".
Especialistas acreditam que "A economia cubana não é igual à daquela época (colapso da União Soviética, no início dos anos noventa), mas apesar de o país ter aprendido a viver com a escassez, a crise venezuelana pode ter grande efeito na segurança energética e na percepção negativa do risco de investimento".
Ele entende que o poder de compra de Cuba pode ser afetado com a crise venezuelana e que "Pesam contra os investimentos ainda a intensa burocracia cubana, que é outro desafio para Díaz-Canel (o novo presidente de Cuba), e os freios ideológicos do regime, que tende a desconfiar dos impactos do capital estrangeiro sobre o sistema político. Resta saber se o novo líder, um homem de confiança de Raúl, que continuará sob sua sombra, cederá ao pragmatismo quando a crise venezuelana chegar à ilha.”. Com informações da Folhapress.
Como se vê, a mudança de governo cubano vai ser extremamente “importante” para a população daquele país, porque vai haver a troca de seis por meia dúzia, com a mudança generalizada para que tudo fique exatamente como está, em que a mentalidade retrógrada do regime comunista permanecerá absolutamente predominando no país.
Naquele país, a população é obrigada ao jugo do regime regressivo e totalitário, submetida ao cabresto curto e à mão-de-ferro do absoluto controle social, onde o governo subsidia alguns produtos, que podem ser comprados semanalmente a preços baixos, por meio das famosas cadernetas de controle do Estado, conforme o deplorável exemplo de somente se poder comprar alguns produtos, em quantidade limitada por pessoa, conforme especificado pela reportagem, em uma situação de extrema insensibilidade humana, onde as pessoas são submetidas à irracional vontade do Estado.
Em pleno século XXI, segundo mostra a notícia sobre a mudança presidencial, o salário do médico cubano pode chegar a 24 dólares, o equivalente a 80 reais, enquanto o salário do servidor público pode atingir, pasmem, pouco mais de 100 reais.
E ainda há fanáticos esquerdistas tupiniquins que adoram e idolatram governos bestiais socialistas, que estabelecem, de forma injustificável, modos de comportamento sociais incompatíveis com a dignidade do ser humano, em nome de revolução ultrapassada e absurda, que perpetua no tempo, em absoluta regressão de civilidade, a exemplo de estrondosa comemoração o fato de se permitir que alguém possa instalar um restaurante ou até mesmo alugar vaga de imóvel, como sendo de importância capital, quando isso não passa de verdadeiro escárnio à dignidade e à valorização do ser humano, que precisa ter plenas liberdades para investir em que ele quiser, na forma do seu livre arbítrio.   
A atual situação de controle do ser humano, pelo governo cubano, não passa de verdadeiro escracho aos princípios de bom senso e racionalidade, diante da demonstração de indignidade para os padrões de evolução alcançada pela criatividade humano, não se admitindo mais que as pessoas sejam controladas e enquadradas em esquemas totalmente incompatíveis com a dignidade e as relações sociais, conquanto não passa de intolerável truculência a vexaminosa submissão do homem à privação não somente de alimentos e produtos de primeira necessidade, mas em especial dos salutares direitos humanos e dos princípios democráticos.
É importantíssimo que os brasileiros se interessem em conhecer a forma truculenta como o ser humano é tratado e discriminado nos países de regime socialista/comunista, para perceberem a realidade sobre os padrões de insanidade como a população vive, absolutamente isolada do resto do mundo e das nações evoluídas e civilizadas, não tendo o mínimo direito de liberdade, expressão e individualidade, sendo submetida aos piores controles de comunicação social, que a torna apenas instrumento dominado pelo aparelho do Estado, ficando à mercê dele até mesmo quanto à quantidade de alimentos, que são racionados, da forma inconcebível até mesmo para os animais irracionais. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 23 de abril de 2018

domingo, 22 de abril de 2018

Dura realidade


De acordo com notícia publicada na mídia, somente os pré-candidatos ao Palácio do Planalto, nas próximas eleições, somam 160 investigações em tribunais, compreendendo motivos os mais diversos e vão desde infrações de trânsito a condenações políticas, como é o caso do principal político brasileiro, que até já se encontra preso e está liderando as pesquisas eleitorais.
O jornal Folha de S. Paulo promoveu apuração e publicou reportagem pertinente ao tema, mostrando que a Operação Lava-Jato, derivações e outras investigações de desvio da ética e da moralidade atingem, ao menos, oito presidenciáveis, cujos fatos a eles atribuídos são dissonantes do relevante exercício do cargo presidencial, porque, ao titular, compete, na forma constitucional, dar exemplo de imaculabilidade.  
O caso mais emblemático é o do pré-candidato do PT, que se encontra trancafiado, tendo sido condenado por órgão colegiado da Justiça e isso, na forma da Lei da Ficha Limpa, já é suficiente para inviabilizar a participação dele na corrida presidencial, mas o seu partido afirma que fará o registro dele na disputa eleitoral, talvez por ser o líder das intenções de voto, no percentual de 31%, segundo a última consulta realizada nesse sentido.
Impressiona o fato de que os dois principais políticos cogitáveis para substituir o pré-candidato petista preso, no caso da sua inviabilização, também se encontram implicados com a Justiça, por estarem sendo investigados sob as suspeitas do recebimento de dinheiro pelo caixa dois e de propina na reforma da Arena Fonte Nova, em cada caso.
Segundo os dados levantados pelo jornal, os demais possíveis candidatos investigados são filiados a diversos partidos, como PSDB, PSC, PSL, PDT, PSB, PSOL, entre outros, envolvendo questões administrativas e pessoais, porém todos os casos, a bem da verdade, não condizem com a dignidade que se exige dos homens públicos, que precisam se apresentar ao eleitorado de cara e mãos limpas e muito bem lavadas e enxaguadas com as águas cristalinas da moralidade.
O jornal ressalta que esse número de investigações e processo pode ser ainda bem maior, tendo em vista que o levantamento até agora apurado deixou de incluir ações classificadas como em segredo de Justiça, que são casos trabalhistas e ações movidas na Justiça de primeira instância de estados que não são os de origem ou de atuação política, além das dificuldades encontradas na obtenção de informações em determinados tribunais, que impendem o acesso público e a transparência sobre as questões em tramitação.
Essa lamentável realidade somente evidencia a falta de caráter e de vergonha na cara, não especificamente apenas de homens públicos, mas sim e principalmente do povo, que, por força da lei, os escolhe como o seu lídimo representante nos poderes Legislativo e Executivo.
Se o Brasil precisa de urgente moralização e isso se impõe com urgência, a sociedade tem que ser a primeira a ser moralizada, dignificada, com o esforço de escolher seus representantes por meio de parâmetros que possam satisfazer aos salutares requisitos, em princípio, no mínimo, da idoneidade e da conduta moral compatíveis com a decência na administração pública, quando, a partir de então, terá condições de exigir dignidade na representatividade política.
O que impressiona e causa maior espanto e tristeza, em especial para as pessoas honradas e dignas, é que os fatos noticiados pela reportagem dizem pertinência a investigações sobre pelo menos 160 casos de possíveis irregularidades envolvendo especificamente candidatos à Presidência da República, o maior nível dos cargos da República, que está sendo buscado por políticos que, em princípio, além de ser exemplos de moralidade, jamais deveriam ter seus nomes colocados sob sequer suspeição de irregularidade, quanto mais sendo vasculhados por possível prática de atos ilícitos e contrários aos princípios republicano e democrático, em se tratando da preservação da dignidade na vida pública, que, em hipótese alguma poderia passar por vil processo de investigação, mesmo que isso possa levar à confirmação da imaculabilidade.
Os brasileiros precisam exigir, com o máximo de urgência, a criação de instrumento jurídico que possa estabelecer que o homem público deva ficar imediatamente impedido de vinculação político-partidária enquanto estiver implicado com suspeitas, denúncias ou quaisquer atos inquinados de irregulares, sob investigação, que digam respeito às atividades na vida pública, somente podendo voltar a esse mister quando comprovar o seu desvencilhamento dos referidos fatos, quando então poderá readquirir as legítimas e indispensáveis condições de representante da sociedade.
Somente nessas condições será possível se pensar no saneamento ético e moral das atividades político-partidárias, eis que, na atualidade, a banalização do desleixo ético e moral, que permeia as atividades públicas, é forma placitada normalmente pela sociedade, que não tem o mínimo interesse em acompanhar e fiscalizar as atividades de seus representantes na vida pública, que pensam que são os donos da razão e da verdade, obviamente dando a entender que isso implica ignorar a sua responsabilidade cívica e patriótica quanto à fidelidade aos princípios do decoro, da ética, da moralidade, enfim da dignidade que precisam ser defendidos e preservados em nome do povo sempre imaculado, nos seus princípios cívicos.
Em última análise, os valores ético e moral do povo se medem exatamente pelo caráter ou pela falta dele ínsita nos seus representantes políticos, que são eleitos com base na avaliação ou mais precisamente na falta dela, eis que nunca são sopesados os históricos ou as vidas pregressas dos candidatos, porque elas são muito importantes em termos da decência e do valor moral que são princípios que precisam ser devidamente observados no exercício dos cargos públicos eletivos.
A lamentável situação mostrada pela reportagem em comento representa dura e cruel realidade e evidencia que o sistema político-partidário, na forma como é na atualidade, não se sustenta e não se presta como nada confiável, uma vez que expressiva parcela dos eleitores é formada por analfabetos políticos, que se prestam a respaldar a ganância e a maledicência de oportunistas e inescrupulosos homens públicos, que abusam da consentida ausência da ética e da moralidade em boa parte da administração pública, fato revelador de extrema promiscuidade que prepondera normalmente no submundo de muitos políticos tupiniquins.
Enfim, diante dos fatos deploráveis, é perfeitamente factível que os brasileiros estão e vão continuar sendo representados, em termos políticos, por pessoas indignas e sem condições morais à altura da sua honradez, embora isso somente possa ser saneado pela própria sociedade, que tem o poder constitucional, por meio do sufrágio universal, de eleger seus delegados para o exercício dos cargos dos poderes próprios da República. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 22 de abril de 2018

sábado, 21 de abril de 2018

Possível manipulação eleitoral


Conforme pesquisa realizada pelo americano Atlantic Council, foi constatado que quase a metade dos venezuelanos avalia que não deverá votar nas eleições presidenciais de 20 de maio, considerando que ali o voto não é obrigatório.
Cerca de 44,3% das pessoas consultadas disseram que estão inclinadas a deixar de participar das eleições, diante da crescente desconfiança dos venezuelanos com relação ao governo e à autoridade eleitoral, conforme a conclusão da pesquisa.
A citada pesquisa mostra que 49,8% das pessoas consultadas consideraram que os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral não seriam confiáveis, dando a entender que há efetiva manipulação no sistema eleitoral venezuelano.
Por sua vez, foi verificado aumento com a inconformidade em relação ao governo bolivariano, chegando a quase 60% das pessoas entrevistadas, que o veem como verdadeira ditadura.
Agora, o impressionante que é quase oito em cada 10 venezuelanos desaprovam a gestão do presidente chavista, que, mesmo diante dessa gigantesca rejeição, tentará a reeleição, com mandato que se estenderá até 2025.
Na pesquisa, mais de um terço dos entrevistados disse que votaria em candidato da oposição, que já tem empresário independente liderando as preferências de voto, com 22,9%, vindo em seguida o presidente chavista, com 21,2% das intenções de voto.
Os candidatos independentistas aparecem como o principal bloco político na Venezuela, com 43,3% de apoio, diante dos 24,2% dos chavistas e dos 31,5% da oposição.
A pesquisa revelou que 88,4% das pessoas consultadas avaliaram que a qualidade de vida piorou nos últimos 12 meses, diante da gigantesca derrapada da economia, que despensa abismo abaixo, principalmente pela escassez de recursos, que vem dificultando a importação de alimentos, causa principal do desabastecimento generalizado no país.
A maior preocupação das pessoas é com a hiperinflação, que foi mencionada por 95% dos pesquisados, pela qual responsabilizaram o presidente, em 55%, e o governo, em 29%. Como consequência, 85% das pessoas disseram ter reduzido o tamanho das refeições diárias, e 75%, o número delas, fatos estes que mostram que o país se encontra desgovernado e sem rumos.
Três de quatro pessoas consultados disseram que a Venezuela necessita de ajuda internacional, entre elas mais de um terço é chavista.
Além disso, mais de 80% acreditam que a Venezuela atravessa terrível crise humanitária, incluindo quase a metade dos chavistas.
Embora o presidente chavista seja contrário à abertura de canal humanitário, para possibilitar indispensável ajudar humanitária à população, 74,7% dos consultados apoiam essa iniciativa, sendo que a maioria gostaria que a Igreja Católica, a comunidade internacional e as ONGs internacionais sejam as entidades mais idôneas para coordenar essa ajuda, que precisa aparecer com o máximo de urgência, diante do sofrimento do povo.
A pesquisa mostra, de forma objetiva e clara, que, se depender da população venezuelana, o presidente do país, em condições normais, evidentemente observado processo limpo e transparente das eleições, dificilmente se elegerá, diante da enorme rejeição de seu governo, que tem sido considerado ditatorial e bastante prejudicial aos interesses do povo, que não suporta tantos apertos e privações decorrentes do cruel desabastecimento de alimentos, remédios e demais produtos de primeira necessidade.   
O que impressiona, nessa pesquisa, é que o ditador com pouco mais de 20% de intenção de voto, ou seja, com a preferência baixíssima do eleitorado, deverá sagrar-se, sem susto, vitorioso e ainda há quem diga que isso se chama democracia limpa, mostrando que quem ganhará será realmente o candidato escolhido livremente pelo povo, porque essa forma de esculhambação faz parte do sistema político-eleitoral dos países sob o regime socialista, onde sempre se ganha aquele da preferência do regime político oficial.
Também salta aos olhos a generalizada decadência apresentada em todos os níveis de avaliação, demonstrando que o país socialista atravessa as piores dificuldades, notadamente no que diz respeito aos princípios econômico e administrativo, que nem os próprios ferrenhos chavistas acreditam no governo ditador e desumano.
À toda evidência, é impossível ficar livre do ditador chavista, porque o presidente tem a chave do grande cadeado do Estado e o poder de manobra do ferrolho que são importantes mecanismos de controle da nação, que há de permanecer sob seus pés de ferro, o que vale dizer que nada foge ao seu comando, não sendo novidade que ele continuará como mandatário do país, enquanto quiser, apesar dos pesares, porque a classe dominante se rende à conveniência pessoal e se beneficia do regime socialista e o apoiará, mesmo com o país em ruínas e na contramão da evolução civilizatória e humanitária.
Enquanto isso acontece de mais grave, o povo permanece nas piores condições de miserabilidade, martírio e sofrimento, conforme mostra muito bem a pesquisa independente, que evidencia, de forma cristalina, a precariedade do tratamento desumano oferecido à população, que tem preferência por ajuda humanitária internacional, para minorar o seu sofrimento, mas o governo cruel e insensato contraria a vontade majoritária do povo, não permitindo que o seu sofrimento seja, ao menos, minorado com a ajuda externa.
É preciso que os brasileiros se interessem e conheçam os péssimos e horrorosos resultados da pesquisa em tela, como forma de se inteirar do tratamento desumano e cruel dispensado aos venezuelanos pelo governo ditador bolivariano, que deu continuidade ao regime socialista implantado pelo seu antecessor, que tem como pano de fundo a pseuda igualdade social, que nada mais é do que a imposição do sacrifício, do martírio e da crueldade ao povo, que é obrigado a conviver com crises agudas e generalizadas, inclusive humanitárias, em total degradação das condições de dignidade da população. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 21 de abril de 2018