terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Provas robustas


Diante de notícia arrasadora, dando conta da prisão de ex-governador da Paraíba e de assessores dele, considerada organização criminosa pela Polícia Federal, escrevi crônica repudiando, como sempre tenho feito em casos que tais, em mais um lamentável episódio de corrupção envolvendo o desvio de recursos públicos.
Houve quem se insurgisse contra o meu texto, mas o conterrâneo Remilson Pinheiro Nunes, em boa hora, ponderou em minha defesa, tendo escrito a seguinte mensagem: “Calma gente! Isso é apenas a ponta do iceberg. Não fiquem nervosos! Que são fatos, são! Os delatores são figuras do núcleo duro da organização criminosa! Aguardemos o desenrolar dos fatos! O Adalmir não atacou ninguém! As provas são robustas! Primo, quanto aos fatos, são cristalinos, só não vê quem não quer! Ninguém está inventando nada! Está tudo relacionado, são só 220 páginas o processo. Inocência anda longe dessa quadrilha.”. 
Em agradecimento  à mensagem salvadora da minha pessoa, eu afirmei ao distinto cidadão que as suas colocações somente têm o condão de reforçar as minhas ponderações, no sentido de que a Policia Federal e o Ministério Público não seriam tão levianos de induzir a Justiça a tomar decisão que não tivesse o devido fundamento, porque isso seria o mesmo que abrir espaço para levar paulada dos envolvidos nesse imbróglio.
Agradeço-o por ter vindo em meu socorro, ao adiantar que tem conhecimento sobre a robusteza de provas acerca do escândalo em comento, embora reconheço que a minha análise sobre os fatos em apreço não faz julgamento senão sobre a imperiosa necessidade da ética e da moralidade na administração pública e tem por cerne apenas fatos divulgados pela imprensa acerca de casos irregulares investigados e denunciados pelos Polícia Federal e Ministério Público, quanto ao desvio de dinheiro da saúde e da educação, para outros fins, a denotarem que esse procedimento não condiz com os princípios da dignidade e da imaculabilidade que precisam nortear a gestão dos recursos públicos.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 31 de dezembro de 2019

Intervenção militar


Em resposta a mensagem que mandei ao conterrâneo Ditinho Minervino, ele declarou, a propósito da esculhambação que impera no Brasil, que: “Quando eu digo: O BRASIL TEM CONSERTO, e que a única maneira será através de uma INTERVENÇÃO MILITAR, DOA A QUEM DOER! É a minha opinião, ninguém é por mim obrigado a concordar, mas estou convicto disso, e da mesma maneira que, não é obrigado que outras pessoas concordem, digo que, NINGUÉM MUDA ESSA MINHA OPINIÃO. Quando digo: DOA A QUEM DOER, é porque tenho certeza de que, assim acontecendo,(uma intervenção), em alguns pontos, pode atingir a minha pessoa, alguém da minha família, mais tudo tem um preço, e se quisermos conquistar algo, temos que pagar. Este é o meu pensamento. Também digo que as leis em um país têm que serem duras, é porque penso que quem não quiser sofrer as consequências, não erre. Posso ser chamado de RADICAL, mais aí fico em dúvida, se sou radical ou realista, ou as duas coisas ao mesmo tempo. O que todos sabem é que o ser humano se não temer uma lei, tampouco a respeitará.”.
Eu disse ao ilustrado Ditinho, quanto à sua defesa da intervenção militar, não tenho nada a reparar.
A opinião é pessoal e precisa ser respeitada.
Eu apenas não a aprovo porque entendo que tudo o que possa ser feito pela intervenção pode ser realizado também pela democracia, desde que haja boa vontade por parte dos homens públicos, mas isso nunca será possível, porque haverá, necessariamente, o rompimento automático das suas conveniências e dos seus interesses políticos, que estão muito além das causas sociais e nacionais.
A sua formulação está absolutamente correta e tem exatamente o mesmo entrave a que me referi acima, ou seja, a perda das prerrogativas escusas por parte da podre classe dominante.
Eu penso que a intervenção até poderá ser implantada no Brasil, mas em caso seríssimo do rompimento da ordem interna e da incontrolável situação pelos meios naturais, quando as Forças Armadas seriam convocadas, em caráter emergencial, para a manutenção da ordem e da tranquilidade do país.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 31 de dezembro de 2019

Alegações ameaçadoras


Diante de notícia bombástica, dando conta da prisão de ex-governador da Paraíba e de asseclas dele, considerada organização criminosa, escrevi crônica repudiando, como sempre faço em casos que tais, mais um lamentável episódio de corrupção envolvendo o desvio de recursos públicos.
De forma surpreendente, a ilustre senhorita Vescijudith Fernandes Moreira houve por bem atacar os termos da aludida crônica, fazendo afirmações completamente estarrecedoras, tendo alegado que, verbis: Vim trabalhar em Conde por currículo, não foi por indicação. E tenho grande satisfação de trabalhar com a Prefeita Márcia Lucena, uma pessoa do bem, gestora de caráter, excelente exemplo de superação, mãe, mulher e ética. Cuidado com as pedras que atiram! Já mataram e destruíram pessoas e lugares!”.
Querida prima Vescijudith, não sei para quem você faz alerta sobre o cuidado de quem atira pedra, mas imagino que não seja dirigida à minha pessoa, porque eu apenas analisei um fato, como faço de costume, sem citar nome de ninguém e muito menos da prefeita, que, por sinal, é na prefeitura que ela comanda onde você exerce função comissionada.
Senti no dever de esclarecer aqui porque você faz o alerta inominalmente e logo abaixo do texto que publiquei, dando a entender que o seu alerta seja dirigido à minha pessoa, que não atirou pedra em ninguém e disse apenas lamentar que pessoas participem de organização criminosa para desviar dinheiro público, no melhor sentido no âmbito do princípio da moralidade na administração pública, cuja relação dos envolvidos nos supostos atos ilícitos tem origem na Polícia Federal, citando os nomes das pessoas envolvidas e presas, objeto de investigações processuais, conforme notícia publicada pela imprensa, que não é novidade de ninguém.
Agora, parece muito estranho que alguém, como você, que não tem nada a ver com o caso, tome as dores de outrem que tem acusação com base em determinação judicial e ainda faça ameaça, ainda mais quando notícia, depois de publicada, passa a ser do domínio público e do interesse de todo cidadão de bem que paga tributos, tributos estes que foram objeto de desvio pelo então governo do estado da Paraíba, conforme resultado de investigações.
Realmente, é muito triste que pessoa do bem, gestora de caráter, seja envolvida em determinação judicial, que agora precisa se justificar no sentido de demonstrar que não tem culpa nenhuma nesse imbróglio, mas, infelizmente, enquanto não fizer isso, não adiante estrebuchar e muito menos ameaçar as pessoas inocentes, porque não vai resolver absolutamente nada.
Eu lamento profundamente que pessoa de bem, conforme é assegurado pela contestadora, seja incluída indevidamente em relação de participação em organização criminosa, assim e exatamente assim considerada por autoridades públicas competentes, como no caso da Polícia Federal e do desembargador do Tribunal de Justiça do estado da Paraíba, que, no caso em apreço, autorizou as prisões de pessoas e as buscas para a apreensão de documentos.
Em conclusão, digo que fico preocupado pela forma constante do alerta, com expressões fortes, que fogem aos princípios da cristandade, quando é dito, verbis: "Cuidado com as pedras que atiram! Já mataram e destruíram pessoas e lugares", sem se explicar quem precisa ter cuidado e se os assassinos das pessoas podem voltar a matar novas pessoas e quem, principalmente quando nenhuma pedra foi atirada, em se tratando que o caso é resultado de investigação processual da Polícia Federal e decisão judicial, que compete exclusivamente aos envolvidos mostrarem, pessoalmente, a sua inocência nesse horroroso escândalo com dinheiro público.
Confesso, querida prima, que não entendi o seu alerto e vou me sossegar somente quando houver o devido esclarecimento sobre as suas alegações ameaçadoras.
Brasil: apenas o ame!
          Brasília, em 31 de dezembro de 2019

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Pseudo-origem do Brasil


Nos últimos dias, vem circulando nas redes sociais mensagem com conteúdo extremamente preocupante, por fazer apologia à generalização da corrupção, como se ela estivesse presente e com raízes no seio dos administradores públicos, talvez na tentativa de justificar a patifaria protagonizada por alguns homens públicos da Paraíba, à vista da menção de fato ocorrido em uma de suas cidades.
Eis o aludido texto, transcrito ipsis litteris, para mostrar não somente a insensatez da sua autoria e do seu compartilhamento, mas também o potencial da sua irresponsabilidade: “olá, gente!!! Diante de tantos comentários, feitos aqui em Uiraúna, cidade interiorana, aqui na Paraíba, convém salientar de que, o Brasil, quando foi descoberto em Portugal, todos os bandidos, ladrões, em Portugal, não eram presos, foram enviados para o Brasil. portanto, somos descendentes dissso. o Brasil, é um país rico, só que não tem quem o administre.  devido a nossa descedência, se tornou um país corrupto, no qual seus adminitradores, são sem excessões, todos corruptos e ladrões.  ninguém, exclui ninguém < > são todos iguais. de norte a sul < > de leste a oeste. o Brasil, é como um grande circo ruim < > quem tá fora quer entrar e < > quem tá dentro quer sair!!!”.
É extremamente lamentável que alguém tenha a insensível voluntariedade para assinar, virtualmente, texto tão deprimente e fora de propósito contextual, quando os brasileiros, ao contrário, anseiam urgentemente por mudanças de cenário de muita tristeza sob o domínio da corrupção, que esteve presente em governanças até tempos recentes, conforme noticiam os fatos investigados por órgão competente.
Não se sabe, com precisão, por qual motivo tanta eloquência nesse texto para se sublinhar mazelas da vida brasileira, porque elas realmente existem, com fartura, mas certamente há muita precipitação e insensibilidade quanto à generalização na maneira como consta do conteúdo de que se trata, sem o menor cabimento.
É induvidoso que há sim exceção à regra apontada acima, no sentido da afirmação de que todos os administradores são corruptos, porque certamente isso não revela a verdade absoluta, notadamente diante da falta de elementos probantes, salvo na cabeça desmiolada e carente do mínimo de racionalidade e insensibilidade.
Por certo que tem gente honrada e digna no Brasil, a se considerar que a corrupção é algo horroroso que nega o sentimento da ética, da moralidade, da honorabilidade e das condutas saudáveis que privilegiam e dignidade do ser humano.
Com o devido respeito à opinião das pessoas que pensam exatamente nos termos do texto acima, a generalização da corrupção posta na forma pejorativa e degradante ali defendida não pode prosperar no cenário brasileiro nem ser aceita como verdade, porque estar-se-ia fazendo juízo de valor sem se levar em consideração o que realmente existe de bom e verdadeiro com o povo brasileiro.
À toda evidência, não importando a origem dos brasileiros, percebe-se que, na atualidade, há esforço pelo primado da preservação da cultura da dignidade e da honorabilidade, procurando seguir e disseminar os princípios e os bons costumes, em que pese haver corrente que, diante da sua índole corruptiva, destoa, lamentavelmente, daquela linguagem saudável de homens íntegros.
Não parece justo que se faça avaliação e afirmação sobre os valores morais pertinentes aos brasileiros sem se levar em conta o esforço das pessoas honradas e decentes no exercício de suas profissões, muitas das quais militantes justamente no comando da administração pública e merecem o respeito dos patrícios.
É inadmissível que, em reconhecimento à grandeza moral e de cidadania, que aquelas pessoas sejam inseridas nessa concepção deprimente de absoluto antagonismo à realidade e sem nenhuma base científica para a fundamentação daqueles conceitos rudes, pueris e insensatos, de que, no passado, falava-se sobre a existência da disseminação de delinquência vinda de outros mundos e cousa que o valha, tudo sem registros históricos oficiais nesse sentido, a assegurarem autenticidade aos fatos levianamente atribuídos à origem do povo brasileiro.
 Com precisão e certeza, pode-se afirmar que se trata de menção também destituída de fundamentação científica, porque nada existe para a comprovação do que se afirma em mensagem completamente constituída de elementos substanciais capazes de garantir a autenticidade da sua comprovação, fato que   caracteriza ridículas e insensatas acusações, por se basearem em mera falácia, sem a menor credibilidade para a finalidade que também não foi indicada, salvo se para se pretender, de forma desesperada, justificar ato praticado por organização criminosa.
Causa perplexidade que pessoas visivelmente inescrupulosas tentem construir cenário artificial, sem a menor sustentação fática, para justificar o injustificável, à vista do desvio de recursos públicos, em demonstração sim da maior depravação da dignidade não somente do homem público, mas sim do ser humano, que se permite mostrar o ridículo de se apoderar, de forma ilícita, de dinheiro dos contribuintes brasileiros honrados e trabalhadores, que não se confundem com aqueles corruptos mencionados no texto, porque eles fazem parte de outra linhagem de brasileiros que trabalham para a permanente construção do Brasil.
É motivo de tristeza que, já em pleno século XXI, ainda há gente com a mentalidade voltada para a pseudo-origem do Brasil, fazendo ilações insustentáveis, quando a evolução da humanidade permite que a atual geração possa ter visão devidamente condizente com a nossa realidade, em que o juízo de valor sobre os fatos ou a sociedade precisa ter por base elementos capazes de justificar as suas conclusões, com embargo de afirmações destituídas de fundamentos e até precipitadas, que somente contribuem para acusações injustas, indevidas e deselegantes, de cunho prejudiciais ao aperfeiçoamento das relações sociais, que tanto precisam do respeito e da boa vontade do ser humano.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 30 de dezembro de 2019

domingo, 29 de dezembro de 2019

A união faz a força


Conforme foi noticiado pelo destacado portal Cofemac, pessoas de Uiraúna, Paraíba, realizaram, na tarde de ontem, manifestação de protestos em frente à prefeitura municipal.
Segundo a organização do evento, o ato teve por objetivo protestar contra a corrupção e a falta d'água em Uiraúna e que ele foi o "primeiro protesto democrático acontecido nesta cidade.”.
Ainda de acordo com a Cofemac, a manifestação contou com a participação de autoridades políticas do grupo da oposição, que usaram da palavra, entre as quais alguns vereadores.
Quanto à situação do abastecimento de água naquela cidade, a Cagepa informou, recentemente, que, apesar de a situação ser considerada crítica, à vista do baíssimo nível da barragem Capivara, a distribuição de água para o consumo deverá ser mantida até a primeira quinzena de janeiro e que "Mesmo que não ocorra chuvas para recarregar a barragem nesse período, será feito todo possível para que o serviço seja mantido -- possivelmente -- até o final de janeiro.".
Ou seja, a distribuição de água para o consumo dos moradores dessa cidade já se encontra na UTI, na esperança de que São Pedro seja generoso com o povo da terra de padre José de França, que deve estar intervindo junto aos demais santos, no sentido de que o colapso seja descartado, para o alívio dessa grave crise hídrica.
No que se refere à manifestação de protestos, isso faz parte do direito do cidadão, em harmonia com o Estado Democrático de Direito, em aderência à situação de calamidade pública por que vivencia a cidade de Uiraúna, em decorrência da iminente falta da distribuição de água.
Não há a menor dúvida de que a reivindicação por providências na solução desse gravíssimo problema já deveria ter sido manifestada há bastante tempo, ainda quando já se vislumbrava a possibilidade da instalação do caos que cada vez mais se encaminha para ser efetivado, pela decretação da inexistência do abastecimento do precioso líquido, a ponto de haver uma das maiores tragédias hídricas na cidade.
O certo é que nem precisa ser especialista nessa área para se perceber que, há algum tempo, havia urgência, urgentíssima, na busca de solução para essa questão angustiante, mas, ao que parece, nada de efetivo foi feito para, ao menos, minimizar as gritantes dificuldades no abastecimento da cidade.
É muito importante que as questões com reflexo na sociedade sejam discutidas e encaminhadas pela comunidade, exatamente em convergência com o sentido de solidariedade, união de todos, na busca da melhor solução que possa satisfazer aos anseios em geral, como nesse caso, em que, infelizmente, somente poucas pessoas resolveram participar de movimento que deveria ter maciça participação coletiva, em quantidade expressiva a demonstrar que todos igualmente vão sofrer e muito com a falta de água,
Convém ficar claro que o martírio não será apenas para aquelas pessoas, identificadas como de oposição, que compareceram à prefeitura local para manifestar, em viva voz, a angústia que é de todos os moradores de Uiraúna, que não podem nem devem se omitir diante de situação que tem tudo para afetar diretamente quem defende, com unhas e dentes, ideologia política e as outras pessoas, que igualmente não conseguem viver sem o valiosíssimo líquido.
Fico muito feliz com o despertar da letargia que domina o povo de Uiraúna, que já demonstrou absoluto conformismo com gestão pública distanciada da participação comunitária, que é forma extremamente prejudicial ao aperfeiçoamento das relações entre a administração pública e os munícipes, que precisam ser contatados, por via direta, e ouvidos sobre seus problemas, muitos dos quais de fácil solução quando se tem boa vontade para o conhecimento deles, por via da aproximação das comunidades.
Aproveito o ensejo para sugerir aos futuros candidatos a prefeito de Uiraúna que incluam, nos seus programas de gestão, a obrigatoriedade de reunião com as pessoas, em forma de participação periódica, mensal ou conforme a conveniência e a possibilidade administrativas, porque essa é maneira moderna da verdadeira prática da democracia, onde o governo, que é do povo, não pode funcionar eficiente e efetivamente sem a participação do povo.
Ao parabenizar a participação pioneira e heroica de alguns uiraunenses nesse protesto histórico do usufruto da autêntica cidadania, concito os conterrâneos de Uiraúna a se unirem, independentemente de ideologia política, religiosa ou o que for, em movimento pacífico de reivindicação de seus legítimos direitos de denunciar, em bom e alto som, o que esteja realmente errado e fazer chegar às autoridades públicas tudo o que seja objeto de obrigação do poder público, em especial aquele que não esteja funcionando na melhor forma a satisfazer o interesse da comunidade local.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 29 de dezembro de 2019

sábado, 28 de dezembro de 2019

É preciso aceitar a realidade


Em comentário que fiz diante de crítica na crônica intitulada “Declaração de amor a Uiraúna”, eu disse que é perceptível a dificuldade de se transmitir para as pessoas que as minhas ideias e opiniões não têm nada a ver com pessoas, mas sim com os fatos em si, e até gostaria de dizer que, se o prefeito acusado do que foi tivesse sido o José Padeiro, o Joaquim Manoel, sem qualquer relevância, eu teria dito exatamente o que disse, em coerência com a minha linha de pensamento manifestada de longa data, nos meus livros, sempre condenando, com veemência, os atos irregulares sejam de onde surgirem e os meus seguidores sabem muito disso, mostrando que a minha história de escriba se confunde com a intransigente defesa da moralidade na administração do Brasil.
Diante dessas colocações, o sempre atento conterrâneo Ditinho Minervino escrever mensagem afirmando a seguinte: “Adalmir, gostei das duas respostas, e um ponto me chamou atenção foi quando você falou que poderia ser o José Padeiro ou Joaquim Manoel, pois tenho lido suas crônicas e até já comentei que não vejo partidarismo. Você sempre fala o que tem que falar seja sobre quem quer que seja. PARABÉNS.”.
Em resposta à agradável mensagem, eu disse ao ilustrado amigo Ditinho Minervino que fiquei muito agradecido e sensibilizado com o importante apoio dele, vindo em meu socorro.
Não basta eu dizer que tenho a imparcialidade e a verdade como as marcas fortes no conteúdo dos meus comentários, porque procuro escrever o que sinto e enxergo nos fatos, analisando precisamente o que eles evidenciam, sem necessidade de agradar ou contrariar interesse de quem quer que seja, porque isso não faz parte da minha cartilha como cidadão que ama o que faz, sem vislumbrar nada em meu benefício.
Eu lamento profundamente escrever sobre esse terrível episódio que maculou terrivelmente a rica história da amada Uiraúna e confesso que fiquei completamente desestruturado, porque partiu justamente de onde jamais se poderia imaginar, por um de seus protagonizadores pertencer à brilhante e honrada família, de pessoas do mais puro sangue, em se tratando de moralidade ao extremo, mas nem por isso eu poderia deixar de me manifestar, porque quem está em jogo, no redemoinho da patifaria, é apenas um integrante dessa mais nobre família, que precisa ficar preservada por seus valores consagrados ao longo da história uiraunense.
Neste deplorável acontecimento, não foi a primeira vez que escrevi acerca de corrupção na gestão pública, porque eu havia acabado de analisar os fatos igualmente lamentáveis de que trata a Operação Calvário, envolvendo, entre outros políticos, o ex-governador da Paraíba, onde discorri igualmente em harmonia com o meu já consagrado pensamento de repúdio à falta de dignidade na administração do Brasil e exigindo a sua moralização.
Peço a Deus que fortaleça as mentes dos homens públicos brasileiros, para que eles nunca caiam na medíocre tentação pelo dinheiro fácil e também ninguém precise escrever nada pertinentes a eles, haja vista que eu, na velhice, só tenho o ofício de escrever justamente sobre os fatos da vida, o que acontece no dia a dia e não posso deixar de falar dos principais assuntos do momento, que gostaria que eles fossem somente versando sobre coisas saudáveis e alegres para os brasileiros.
Também vou pedir a Papai do céu que as pessoas sejam justas na avaliação dos fatos, condenando quando tiver que punir e perdoando quando for o caso, tendo por base os fatos como eles tenham acontecido, sem essa de misericórdia divina para caso que precisa situar no âmbito terrestre, porque, para isso, é preciso que somente se possa aplicar o perdão quando se tratar de pecado venial, em caso em que o agressor aos bons costumes tenha agido involuntariamente e ainda quando ficar demonstrado que ele não poderia evitar seu erro.
Essa tentativa da busca do perdão para quem se envolveu, de forma  consciente, em terríveis casos irregulares, tendo plena convicção de que procedia em terra minada, correndo risco e perigo de revelação, mas mesmo assim agia tranquilamente, não tem o menor cabimento em se falar em misericórdia, quando houve a subtração de dinheiro público.
A maneira que se cogita para a aplicação do sistema da misericórdia, em se tratando de administrador primário, que tenha prestado relevantes serviços à comunidade, teria desgraçado efeito deletério, porque todos os péssimos agentes públicos que caísse em tentação desviando dinheiro, bastava se invocar o princípio da misericórdia e seria automaticamente perdoado de seus pecados cabeludo.      Induvidosamente, fica muito feio para quem insiste em minimizar os estragos, criando estrambótica figura da compreensão humana, diante da grandeza dos trabalhos prestados pelo acusado, em forma de complacência, sob a alegação de que errar é humano.
Sim errar é próprio do homem, mais tudo tem limite, como nesse caso do desvio de dinheiro de obra importante, onde os envolvidos participavam conscientemente de percentual do contrato pertinente, sabendo da situação irregular de dinheiro para outros caminhos, em cristalina evidência de que isso é caso a ser tratado no âmbito do interesse público, longe dos domínios divinos, não tendo o menor cabimento que as pessoas fiquem se solidarizando com eles e se esforçando em defendê-los, quando o mais correto, com vistas aos princípios ético e moral, seriam recriminação por tudo que há de errado.
A propósito, é perceptível o nível de muitas pessoas com relação ao sentimento de moralidade da coisa pública, porque, para elas, pouco tem importância o respeito ao princípio ético, diante de cena risível protagonizada por pessoa defensora declarada de um dos autores desse triste episódio, quando, certamente apenas vendo o lado dele, assim se expressou, com relação a quem defende a dignidade na gestão pública e também na vida como cidadão, verbis: “Oh , homem ,do meu nojo , vai procurar o que fazer.”.
À toda evidência, todos nós, na qualidade de ser humano, não podemos deixar de prestar solidariedade a quem se envolveu em situação nebulosa, porque é visível que, diante de tanta opulência como homem público, não é fácil, de hora para outra, a pessoa ser enquadrada como integrante de organização criminosa, tendo a sua vida complicada e jogada dentro de tenebroso labirinto.
Enfim, que culpa tem nesse imbróglio pessoa que condena procedimento contrário à boa conduta, aos bons costumes, enfim, à integridade moral?
Causa estranheza maior o fato de se demonstrar ter nojo por quem condena a agressão aos bons princípios, ou seja, por quem defende a moralidade do Brasil, mas essas pessoas, que talvez se considerem certinhas, puras e donas da razão, não condenam o ato nefasto de desvio de dinheiro, dando a entender, com muita clareza, sob seu senso crítico, que o errado é aquele que recrimina e não o que ofende as boas práticas na gestão pública, que sequer pode ser criticado pelo que fez de traquinagem.
Esse episódio somente demonstra o quanto muitas pessoas insensatas ainda vivem no seu mundinho próprio, onde o que tem importância precisa se ambientar no recinto das suas conveniências, dos seus interesses, sem a menor preocupação com o interesse público, embora elas também sejam obrigadas ao pagamento de pesados tributos que dizem em muito com a necessidade da moralidade para a aplicação dos recursos pertinentes, em seus benefícios, como cidadãos que também deveriam exigir rigor na regular e boa destinação do dinheiro público.    
É preciso que as pessoas entendam que o Brasil precisa mudar e não se muda nada se houver a continuidade do pensamento pelo coração, como nesse caso, onde pessoas estão com o foco na defesa de quem nem se preocupou que ele poderia se tornar objeto de encrenca com a polícia.
Na realidade, é preciso que se aja muito mais pela razão, procurando aceitar a realidade dos fatos, como eles são realmente, com implicação séria com a moralidade pública, porque o sofrimento é bem maior para as pessoas que não querem interpretá-los na forma como é devida.
A verdade é que, por ser preciso que se diga, se esse caso de Uiraúna tivesse acontecido, ao contrário, somente envolvendo pessoas da oposição, os atuais intransigentes defensores do prefeito certamente estariam se esgoelando, pedindo justiça e pretendendo esfolar seus adversários políticos, o que mostra que os fatos devem ser tratados e avaliados com mais consciência e com o sentimento de justiça.
Por seu turno, convém a ponderação no sentido de que, não fosse o ato injustificado da principal autoridade de Uiraúna, nada disso estaria acontecendo, mas, já que aconteceu, resta aceitar a realidade, que é duríssima até demais e não adianta tentar pôr panos quentes, porque não resolve absolutamente nada, diante da dolorosa e implacável situação.
Agradeço ao amigo Ditinho Minervino, por sua prestimosa colaboração ao meu trabalho literário, ao servir de importante testemunha.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 28 de dezembro de 2019

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Repúdio à contemporização



Na crônica intitulada “Declaração de amor a Uiraúna”, entre outras colocações, em afirmei que honro e defendo sim, com as melhores das intenções cívicas, a integridade moral dessa cidade, em nome do amor que sinto à minha terra natal, que não merece ser dominada por administrador que agiu sem o menor escrúpulo para desviar dinheiro público da nação, que seria destinado à melhoria das condições de vida do povo dessa cidade.
Um cidadão, que é parente do prefeito acusado do aludido ato irregular, se insurgiu contra o meu texto, dizendo que o político muito bom e merecia o tratamento que foi dado por mim a ele, tendo destacado o precioso passado de bons serviços prestados à comunidade uiraunense, dando a entender que o histórico de bondade justificaria a ação dele, quando houve o desvio de recursos que se destinavam à Adutora Capivara.
Em resposta a essa mensagem, eu parabenizei o seu excelente arrazoado, embora ele tivesse pouca valia acerca do que escrevi, porque eu trato de fatos relacionados com desvio de conduta funcional, quando o texto dele enaltece as qualidades do envolvido nesse episódio, tendo eu concordado que se trata de pessoa de excelentes predicativos, mas não é disso que discorro.
Eu afirmei que o defensor do prefeito tem direito de dizer o que bem quiser, mas discordo de ter apedrejado o político nos meus textos, que têm sido incisivos e falam a verdade sobre os fatos.
Infelizmente, para muitos, a verdade dói.
Apelei que o referido defensor entenda que, justamente por não se tratar “de pessoa desgarrada, cão sem dono”, era do dever dela, na qualidade de homem público, que não tem nada a ver com o seu lado pessoal, zelar para com a coisa pública, exatamente como maneira imprescindível para preservar a sua dignidade como pessoa ilustre, ou seja, o pensamento desse senhor, no caso do desvio de recursos, não se aproveita muito, funcionando mais ao contrário, porque dá a entender que é preciso respeitar a dignidade dele, quando ele próprio se jogou de cara na lama, sem se ater para a sua importância pessoal, conforme mostram os fatos policiais.
Todas essas referências foram jogadas no lixo por ato infantil, totalmente injustificável e é exatamente sobre isso, os desvios ético e moral, que centrei minha opinião, procurando ser apenas técnico.
Não importa que tenha sido o primeiro deslize acontecido em Uiraúna e o valor seja  insignificante, porque qualquer desvio de conduta, envolvendo o valor público que for, é inadmissível, sob pena da banalização.
Concordei com o defensor que realmente já falei bastante sobre o tema em discussão, mas poderia ter dito bem menos ainda se eu não tivesse sido agredido com palavras, mas prometo ser mais ausente com relação ao lamentável fato, porque entendo que minha posição já foi dita e sei que tudo que falei não tem a menor valia.
O senhor discorre sobre as coisas do céu e as bondades de Deus com relação ao homem, mas evita falar sobre o ato em si, dando a entender que se trata de caso de somenos importância, embora dissesse que discorda dele, mas não condena com a veemência que devia, talvez por achá-lo passível de perdão, em razão dos bons serviços prestados pelo envolvido.
Eu disse que uma coisa é o reconhecimento pelo que a pessoa tenha feito como contribuição à comunidade, que precisa ser enaltecido de maneira toda especial. Agora, o desvio de conduta funcional, por ser algo distinto daquele, precisa ser considerado de per si, por se tratar de comportamento atípico que não pode ser contemporizado diante da sua sujeição ao regramento jurídico imposto à administração pública, com estrita vinculação ao interesse público.
Ao que se percebe, é possível que esteja havendo essa confusão por parte de muitas pessoas, no sentido de que não se deveria ser tão rigoroso com homem tão generoso, somente porque ele foi apanhado se apoderando de ninharia de dinheiro, quando isso poderia ser simplesmente compensado com o tanto que ele já fez para a comunidade.
Não há a menor dúvida de que é preciso que as situações continuem sendo distintas, diante das suas naturezas pessoal e pública, onde, neste caso, é preciso que haja a observância à legislação de regência e as minhas análises somente levam em conta o aspecto da legalidade.
Na administração pública, a gestão só cabe ser legal.
     Eu falei sobre a legalidade, sem nenhuma preocupação com a vida particular de ninguém.
Aliás, eu moro em Brasília há mais de 50 anos e não acompanho a política de Uiraúna, o que vale dizer que me interessa tão somente que a cidade seja bem administrada, em respeito aos princípios da administração pública, pouco me importando quem seja o prefeito, se da direita ou da esquerda.
Esse fato mostra que algumas colocações do defensor não têm o menor cabimento, como a afirmação sobre revanches, algum rescentimento oculto, copmplexos de competitividades, etc.”.
Ressaltei que ele também sequer percebeu que uma senhora me chamou de “cara de pau”, agressão essa que considero descabida, porque eu discorri de forma técnica sobre fatos de domínio público.
Basta ver o meu texto.
Eu disse que ele, acerca desse fato, ficou calado, mas deve ter lido sobre a matéria, porque eu fui muito enfático.
Fiz questão de ressaltar que conheço melhor do que poucos a relevância da família Fernandes para Uiraúna, por sua tradição histórica, seus ilustres patriarcas, enfim, o que seria Uiraúna sem a família Fernandes?
Neste caso, é preciso separar o joio do trigo.
Não está em jogo a dignidade ou a relevância da família Fernandes, nada disso, e nem eu não seria louco para confundir as coisas.
Trata-se de caso isolado, que precisa ser condenado, não importando que o autor seja a maior autoridade da cidade, como de fato é.
Nesse caso, o seu erro acresce de importância, porque ele precisa servir de modelo para a comunidade que governa, mas, ao contrário, ele preferiu jogar para o espaço sideral a sua brilhante história de homem público, riquíssima de excelentes serviços prestados à cidade, que conta com o carinho do povo e seu o respeito, justamente por sua conduta modelar de cidadão sem nenhuma mácula, até então.
O que aconteceu estarrece exatamente diante dessa brusca quebra de paradigma glorioso, quando ele, de uma tacada só passou do paraíso para o inferno.
    Até aqui, ele era exemplo de dignidade, porque não há notícia, em toda a sua história, que ele tivesse desvio de conduta, se envolvendo em situação dramática como essa.
O defensor fala que o Brasil está cheio de péssimos exemplos de gestão pública, com desvio ético nos diversos níveis da administração pública, dando a entender que isso é compreensível e o que aconteceu em Uiraúna e fichinha.
Tenho opinião divergente desse cidadão, data vênia, no sentido de que qualquer desvio de conduta na gestão pública, não importando o valor, é censurável e precisa haver a devida condenação, na forma da lei, justamente como maneira imprescindível para possibilitar a moralização do Brasil e se evitar a reincidência de casos semelhantes.
Com as devidas vênias, entendo que não joguei pedra em ninguém, porque escrevi e ponderei tendo por base fatos da maior gravidade, que jamais deveriam ter acontecido em Uiraúna, diante da grandeza que se imaginava na pessoa do prefeito, que, em razão disso, o choque dos conterrâneos tenha sido de verdadeira bomba de megaton, com capacitada para minar as estruturas da cidade e do seu povo.
      Não concordo, de forma alguma, com a contemporização da situação somente porque é preciso se levar em conta o passado do envolvido, passado esse, que se fosse considerado mesmo precioso pelo próprio prefeito, ele teria tido o devido cuidado de não se envolver precipitada e perigosamente em atos irregulares, enquanto muitas pessoas não muito preocupadas com a moralização do Brasil, ficam, não vou dizer jogando pedras, mas condenando quem se interessa em defender os interesses de Uiraúna, de modo que ela possa ser administrada sob os cuidados da moralidade e da dignidade.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 27 de dezembro de 2019

Declaração de amor a Uiraúna


Na crônica intitulada “O povo não merece”, referindo-me ao povo de Uiraúna, Paraíba, à vista de pedido de licença do cargo, pelo titular da prefeitura local, que se encontra preso por suspeita de envolvimento em ato de corrupção, conforme vasta e exaustiva divulgação de flagrantes atos o mostrando com as mãos na “massa”, foi sugerido à douta Câmara Municipal da cidade, à luz dos princípios da moralidade e da dignidade que precisam imperar na administração pública, que se trata de caso de afastamento definitivo do cargo e não de licença, que é forma esdrúxula de beneficiar quem demonstrou insensibilidade cívica e jogou na lama o bom nome da cidade e do seu povo.
Nesse ponto, convém esclarecer que o referido texto tem conclusões sobre aspectos pontuais e técnicos, com base nas irregularidades vindas à lume, de coautoria do prefeito, na forma da divulgação dos fatos investigados pela Polícia Federal e que apenas foi feita análise técnica sob o prisma da experiência como servidor público, sem acrescentar absolutamente nada aos fatos que passaram a ser do domínio público, senão contribuindo com as conclusões demandadas pelo caso em si.
Tenho a consciência tranquila de que escrevi o questionado texto em absoluta harmonia com o sentimento de cidadão que tem experiência do trabalho realizado em órgão que cuida da fiscalização e do controle sobre atos pertinentes à gestão de recursos públicos, fato que me dá a segurança de afirmar que o resultado dos investigações levadas a efeito pela Operação Pés de Barros representa algo terrível, perante o regramento jurídico aplicável à espécie, o que pode implicar no banimento dos envolvidos da vida pública e na obrigação da reparação dos prejuízos causados ao erário.
É exatamente assim que o episódio em exame deve ser analisado, porque o desvio de dinheiro público, na forma revelada pela Polícia Federal, não merece a mínima condescendência, notadamente porque tudo aconteceu de forma transparente e voluntária, onde ninguém foi coagido a participar da organização criminosa.
É importante que esse deplorável caso seja apurado e saneado, com o afastamento do cargo, se possível, do principal pivô do escândalo, para que o melhor venha a acontecer, em especial com a assepsia e a purificação moral da prefeitura de Uiraúna.
Em que pese o grau de parentesco com o prefeito, que se encontra preso por suposto envolvimento em crime de corrupção, isso em nada atenua a gravidade da maldade que ele fez, em desviar dinheiro público, porque se trata de prática afrontosa aos princípios da administração pública.
Não obstante, uma distinta senhora preferiu se manifestar, dirigindo, certamente à minha pessoa, o seguinte texto: “Cara de pau, se situa.”, com possível insinuação de que eu estaria errado em escrever a crônica, que tem amparo no sagrado direito constitucional aos brasileiros da liberdade de expressão.
Peço vênia a essa nobre senhora para discorrer, ao longo deste texto, com o maior respeito, sobre o que se pode, em muitos casos, realmente ser conceituado bem apropriadamente como “cara de pau”, nas circunstâncias do acontecido com o famigerado escândalo objeto da Operação Pés de Barro, que foi capaz de estremecer as estruturas da sociedade digna e honrada de Uiraúna, que se envergonha só em comentar o ocorrido.
Infelizmente, é sabido que há pessoas que preferem se igualar aos suspeitos do desvio de causa, prestando estranha solidariedade, em que pese se tratar de prática danosa aos interesse da cidade e do seu povo, que precisa ser repudiada pela sociedade, por ferir o princípio da moralidade.  
Pois bem, à toda evidência, há de se convir que a consciência das pessoas honradas sabe perfeitamente quem pode se aproximar de cara de pau e quem precisa se situar de verdade, à luz dos bons princípios de honestidade e dignidade, como forma de se conduzir em harmonia com os bons modelos de cidadania.
Quem pensa assim compreende perfeitamente o que significa a prática de apropriação indébita, ou seja, de desvio de recursos públicos para finalidade diferente da sua destinação original, que é algo próprio de cara de pau, que consegue enganar alguns, por tanto tempo, mas não a todos o resto da vida, tanto é que houve a incrível descoberta das falcatruas.
É muito provável que cara de pau pode ser  alguém que se solidariza com quem não se envergonha em subtrair dinheiro público, não importando o grau de parentesco ou amizade com ele, porque a pessoa que pratica ato de desonestidade não é digna do respeito da sociedade, diante da indiscutível traição da confiança depositada nas urnas, havendo nisso clara evidência de despreocupação com a sua honra também, que vai ficar indelevelmente manchada para o resto da vida.
É preciso lembrar que cara de pau são as pessoas que, mesmo diante de situação tão humilhante para o ser humano, desconhecem o princípio da humildade, por meio do qual se é permitido compreender, em primeiro lugar, o lado prejudicado da história, que, no caso em exame, é o povo de Uiraúna, em razão da diminuição dos recursos para a conclusão de obras importantes.
Literalmente falando, cara de pau tem muito mais a ver com quem foi capaz de aprontar monstruosa traição ao povo de Uiraúna e nem teve dignidade para se dirigir a ele, que tanto o apoiou, em muitas ocasiões, por meio do voto, para apenas dizer que reconhece o estrago causado por ele aos princípios da moralidade e da honestidade, sem explicação aparente, porque não tem mesmo, e dizer, com toda sinceridade, que ele precisa assumir seu grave erro, em nome dos princípios, dos bons costumes e da decência inerentes ao ser humano, que se envergonha do seu erro e se afasta da vida pública.
É de se lamentar que exista cara de pau em muitas pessoas, inclusive em outros políticos importantes de Uiraúna, que se acovardaram e sumiram do cenário político, diante da gravíssima situação, tendo preferido ficar caladas, talvez com medo de sofrer retaliação política.
Existe muita cara de pau sim nessa gente que enxerga claramente que o rei está nu (vide conto de fadas de autoria do dinamarquês Hans Christian Andersen: A roupa nova do rei), porque não poderia ser diferente, diante da clamorosa tragédia que se abateu sobre Uiraúna, mas, por toda sorte de conveniência política, interesse pessoal, aproximação familiar e de amizade, prefere vê-lo muito bem vestido com a sua melhor roupa.
Mesmo diante do tsunami que abalou as estruturas de Uiraúna, há cara de pau que o vê com o lado do coração, achando isso normal, apenas como mera fraqueza pessoal momentânea, quando, em termos de moralidade na gestão pública, não importam os vínculos familiares ou de amizade, porque é preciso que o assunto seja tratado estritamente sob a ótica da razão, no sentido de se repudiar, com veemência, tudo que está realmente errado, sem qualquer forma de contemporização, porque isso não pode ser admitido passivamente pela sociedade moderna.   
Cara de pau se aplica àquele que apronta a maior desgraça na vida pública, protagonizando ato vil na gestão pública, mas ainda se acha no direito de continuar no cargo, como se nada tivesse acontecido de azedume ou de errado, dando a entender que o povo de Uiraúna seja apenas um bando de ignorantes, imbecis e despreparados, porque o que existe realmente é o povo temeroso em se expressar, embora extremamente indignado com o desastre havido, em razão dos fatos elencados acima, o que é lamentável, porque, no caso, compreende-se que o rei posto, significa rei morto, salvo se não houver reação por parte de ninguém, quando então fica decretada a generalização da vergonhosa esculhambação.    
No presente caso, fica muito claro que toda celeuma surgiu com a explosão da bomba a partir da divulgação da notícia sobre os fatos apurados pela Operação Pés de Barro, onde se dá conta de organização criminosa que desviava recursos contratuais sob a administração da prefeitura.
Nesse caso, é preciso que as pessoas tenham o mínimo senso crítico razoável para reconhecer a fraqueza moral de seus autores, não importando o seu passado valoroso nem seu grau de parentesco ou amizade, porque este fato em si ganhou manchete negativa, causando virulenta repercussão nacional, o qual precisa ser analisado sob a sua gigantesca implicação sobre os interesses da pacata cidade de Uiraúna e do seu povo, de modo que os culpados sejam devidamente condenados, em razão de os seus atos demonstrarem dissonância com os princípios da moralidade, honestidade e dignidade.
Nessas circunstâncias, sob o regramento jurídico, pouca valia tem o sentimento de complacência em relação aos autores desse inacreditável caso, porque o passado glorioso de algum deles não o impediu que a sua índole deletéria fosse capaz de ultrapassar os limites da decência na gestão pública, conforme mostram os fatos, à saciedade.
O pior de todo acontecimento é que os envolvidos não tiveram o cuidado de se preocupar com as prejudiciais repercussões, no caso de revelação das falcatruas, como de fato aconteceu, e eles e seus apoiadores são obrigados a conviver com as desgastantes e inevitáveis consequências.
O certo é que quem cumpre rigorosamente seus deveres cívicos e se comporta com dignidade e honestidade no exercício de cargo público, nunca passará por situação tão delicada de ser preso e precisará não somente responder ao rigor do processo penal, mas também enfrentar a ira da população, porque os políticos são lídimos representantes do povo, para cumprir essa delegação em estrita observância dos princípios republicanos.
A agressão graciosa a gente inocente não vai suavizar a indelicadeza da questão, porque o que foi falado no meu texto, pode ter sido duro nas circunstâncias, mas nada de anormal, senão de adequação ao caso, principalmente no sentido de que o atual prefeito, à luz da legislação aplicável à espécie, não tem condições morais para continuar à frente da prefeitura, à vista da visível falta do preenchimento dos requisitos de conduta ilibada e dos princípios republicanos, que são indispensáveis como gestor público.
Isso é apenas questão de lógica pura, que não se aconselha a entrega da chave do cofre da prefeitura de Uiraúna a quem demonstrou não ter controle diante de verba pública, conforme foi mostrado pela Polícia Federal aos brasileiros, com relação à pessoa que foi capaz de receber propina.
Mutatis mutandis, com absoluta certeza, se a pessoa filmar a secretária  levando objeto de valor da casa ou do escritório, sem autorização, será se ela continuaria merecendo a mesma confiança de antes, mesmo que ela fosse da família?
À toda evidência, a resposta é certamente não, porque, nesse ponto, houve a ruptura da confiança que era depositada nela até antes desse terrível episódio, além de não se ter como se precaver sobre a reincidência de situação semelhante.
Certamente que precaução análoga precisa ser adotada com relação â administração pública, que é regida, como regra jurídica, pelos princípios da moralidade, dignidade, honestidade, entre outros.
É incrível como há ingenuidade nas pessoas que ainda acreditam piamente na honestidade de quem foi pego com as mãos manchadas pelas marcas da criminalidade e ainda a defendem como sendo exemplo de honestidade, como nesse caso lamentável de que trata a Operação Pés de Barro, diante de provas substanciais e contundentes, como fotografias e vídeos, em forma de imagem clara, salvo se os acusados tiverem como provar a falta de autenticidade delas, o que é bastante improvável, em se tratando do trabalho sério e competente da Polícia Federal.
Isso só provam a imaturidade e a falta de interesse de enxergar a realidade sobre os fatos, preferindo o desprezo ao verdadeiro sentido da moralização na administração pública, que, geralmente, funciona de forma bastante precária, em razão dessa falta de interesse dos brasileiros.
É horrível e decepcionante que ainda se encontre um bando de gente que igualmente não tem o mínimo pudor em apoiá-lo e defendê-lo, como se pessoa honrada ele fosse, que ainda merecesse nesga de respeito e consideração, quando ele, pelo ato vil e impuro, somente merece desconsideração por parte da sociedade, além de cadeia, porque é exatamente ali para onde devem ir as pessoas que não têm sentimento sobre o que seja moralidade e dignidade humanas, perante a coisa pública, conforme ficou cabal e cristalinamente mostrada a sua índole de desonestidade, quando agiu com enorme perversidade e frieza, ao se apoderar de recurso que não lhe pertencia.
Fica a pergunta a Deus porque alguma pessoa é considerada cara de pau, somente por enxergar tragédia “fenomenal” em algo realmente digno disso, à vista de igual interpretação por partas da opinião pública, por se tratar de ato estranho, inusual na administração pública, que merece veemente repugnância da sociedade, por ser afrontoso aos princípios da moralidade, da ética, da honestidade, quando a incompreensão de outras pessoas tende a discordar e preferir a agredir àqueloutras, com palavras inadequadas, impróprias para a mesma situação?
O normal deveria ser que houvesse o mesmo sentimento em relação ao mesmo ato, mas é evidente que há o peso da conveniência pessoal e até mesmo da insensibilidade às questões sociais e do medo às diversas formas de represálias, fatos que contribuem para que as pessoas pensem diferentes.
É lamentável que questão da maior gravidade não possa ser tratada com a devida imparcialidade que o caso merece e exige, por envolver interesses da comunidade, com impacto direto na satisfação do interesse público, que fica prejudico, quanto à melhor solução, de forma razoável, por força do evidente domínio político, de longa data, exatamente sob o controle do principal pivô das discussões e isso fica muito patente na ausência de manifestação da sociedade, que tem medo de possível represália, que deixa de agir em nome da liberdade política-administrativa que Uiraúna tanto precisa ter, para que ela possa respirar os ares benfazejos inerentes aos princípios republicano e democrático.
Quero deixar bastante claro que meus textos têm sido o mais enfáticos e até repetitivos possíveis, precisamente para que os fatos principais sejam  evidenciados de tal forma que as pessoas percebam que Uiraúna precisa de verdadeira revolução de ideias e pensamentos, no sentido do surgimento de novas lideranças políticas que pensem realmente no sentido de mudanças capazes de recolocá-la no seu devido lugar de destaque como polo de desenvolvimento da região, com embargo das terríveis oligarquias que se tornaram extremamente prejudiciais aos interesses do seu povo.
O povo de Uiraúna não pode aceitar passivamente que alguém meta a mão no dinheiro que se destinava à execução de obras públicas importantes e achar que o principal envolvido seja simplesmente perdoado pelo seu passado, porque isso se trata de crime grave contra a administração pública, o qual precisa ser punido com severidade, na forma da lei, com vistas à reparação dos danos causados ao patrimônio público, além de servir de exemplo para se evitar a reincidência de casos semelhantes.
Lamenta-se que pessoa, mesmo diante de caso de extrema gravidade, como o de desvio de dinheiro público, possa dar a entender que isso não seja motivo de enorme vergonha e muito menos de indignidade humana, preferindo qualificar de cara de pau quem demonstra interesse na melhor e mais regular administração para Uiraúna, por ter apenas sugerido, entre outras medidas relevantes, a adoção de punições à altura da indelicadeza das questões suscitadas no âmbito da Policia Federal, porque a sociedade daquela localidade tem o dever cívico e patriótico de se despertar da completa letargia que tem sido extremamente prejudicial aos seus interesses.
Embora a contragosto, prefiro ainda a pecha de cara de pau pelo fato de ter dignidade para tratar desse episódio funesto e historicamente marcante para a vida político-administrativa de Uiraúna, com a devida clarividência, na forma como realmente precisa ser encarado e tratado, sem temor de dizer a verdade e me manifestar como autêntico filho de Uiraúna, que jamais gostaria fechar os olhos para irregularidades, quanto mais no caso em comento, que foi acontecido de tal forma imperdoável, pelo modus faciendi de extremo desprezo ao sentimento de moralidade.
Honro e defendo sim, com as melhores das intenções cívicas, a integridade moral de Uiraúna, em nome do amor que sinto à minha terra natal, que não merece ser dominada por administrador que agiu sem o menor escrúpulo para desviar dinheiro público da nação, que seria destinado à melhoria das condições de vida do povo dessa cidade.
Finalmente, poder-se-ia alegar, com toda pertinência, que ainda não houve o julgamento do caso pela Justiça, ou seja, não há condenação, e por que tanta precipitação nas acusações, cabendo a resposta de que a mesma sociedade legalmente investida dos poderes constitucional e legal para eleger os envolvidos nesse imbróglio tem competência moral e cívica para sentenciar que os fatos nocivos aos princípios republicano e democrático, mostrados exaustivamente pelos meios de comunicação do país, são suficientemente capazes para a formação de juízo de valor no sentido de que o prefeito deixou de preencher os requisitos indispensáveis ao exercício de cargo público eletivo?    
Diante de todo o exposto, reconheço que não me sinto muito à vontade com o título de cara de pau, por me faltar, certamente, os requisitos essenciais para tanto, mas posso afiançar que não me incomodo de assim ser tratado, de autêntico cara de pau, perna de pau, braços de pau ou corpo de pau, se for para defender, com nobreza e disposição os justos e sagrados valores da minha terra natal, em demonstração de amor à moralidade, à dignidade e aos melhores princípios de cidadania, de modo que Uiraúna possa voltar a ser respeitada como terra de filhos honrados, dignos e ilustres, que não toleram o império da esculhambação, na forma como vista nos últimos dias.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 26 de dezembro de 2019

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

O poder real de Papai Noel


O garoto redigiu a seguinte mensagem: “Querido Papai Noel. Fui um bom aluno, sempre tirei notas boas, mas esse ano, eu não quero pedir presente para mim. O meu presente é para alguém muito especial".
A carta do garoto foi postada nas redes sociais e imediatamente muitas pessoas a compartilharam, fazendo com que o inusitado pedido de Natal tivesse extraordinária repercussão, posto que, em apenas dois dias depois, o desejo do menino se tornou realidade e a mãe dele recebeu ligação do hospital agendando a consulta que ela vinha esperando por mais de seis meses, sem esperança de ser atendida tão cedo, ante às dificuldades que têm sido as filas do SUS, onde ela é cadastrada para a cirurgia.
A mãe do menino trata, há 14 anos, de tumores nos dois ouvidos, chamado colesteatoma, tendo feito, neste período, duas cirurgias para a retirada deles, mas o problema se agravou e provocou a perda de cerca de 80% da capacidade de ouvir.
Na reportagem, a mãe do garoto ressaltou que “Ele falava, falava, e eu não conseguia entender. Aí chegou um momento em que eu tive que falar para ele: 'Rafa, fala olhando para a mamãe. E fala devagar, pausadamente, para eu poder ler os seus lábios quando eu não escutar o que você fala'”.
Em maio último, depois de consultada, ela recebeu a notícia de que não havia previsão para que a cirurgia fosse marcada e foi aí que o garoto inteligente teve a feliz ideia de apelar para Papai Noel sobre o socorro à sua mãe, por se tratar de problema gravíssimo de saúde, cuja solução não se vislumbrava pelas vias normais.
O preocupado garoto disse que “Eu estava querendo que minha mãe não perdesse a audição por completo e continuasse ouvindo a voz do meu irmão e a minha voz”.
Com as graças divinas, o importante presente de Natal para essa família chegou logo após o pedido e vem rapidinho, inclusive com a marcação da cirurgia já decidida, depois de consulta já realizada, para o próximo dia 2.
Depois dos cuidados com a mãe, já em curso, o menino disse que "Eu fiquei muito emocionado, chorei de alegria com a minha vó”.
A cirurgia do outro ouvido será agendada somente após a recuperação do primeiro procedimento, porque, de acordo com os médicos, depois de todo o processo, será avaliada a necessidade de implante que pode ajudá-la a recuperar a audição.
A mãe do garoto, demonstrando muita emoção, declarou que, "Como o Rafa mesmo disse, quando a gente faz o bem, o bem colabora. Gerou uma corrente de ajuda. Todo mundo começou a compartilhar, acho que tocou nas pessoas. O Natal é isso, ele não pensou nas vontades dele, pensou em mim. É um presente de Natal chegando dois dias antes”.
Essa bela história feliz, infelizmente, pôde ter final muito diferente da realidade desse Brasil de muita tristeza, onde são notórias as dificuldades registradas nas filas dos hospitais públicos, superamontoados de gente precisando de atendimentos médico-cirúrgicos, em intermináveis relações que somente crescem dia após dia.
O mais deplorável de todo esse quadro horroroso é que não se vislumbra nenhuma nesga de luz no final do túnel tenebroso, em que alguma autoridade pública, ou seja, um servidor, um dirigente, um parlamentar, um ministro ou, enfim, o presidente da República com sensibilidade para sentir, na pele, a gravidade da saúde pública dos brasileiros, no sentido de se insurgir contra a indigência que grassa soberanamente na área da maior importância para a vida humana e a dignidade das pessoas.
O certo é que a desgraça da incompetência na gestão da saúde pública persiste mais viva do que nunca no seio da população em geral, mas se abate com bastante violência e intensidade sobre a população mais pobre do país, que vem de longa data sendo impiedosamente vítima massacrada por sistema retrógrado, inoperante, perverso que é incumbido de cuidar da saúde pública, eternamente menosprezada por todos os governos.
Convém ser incluído nesse rol de precariedades os governos que alguns ainda têm a insensatez de considerá-los os pais, as mães, os padrinhos, os amantes dos pobres, que nada fizeram em benefício da saúde pública brasileira, porque é fato que eles apenas se conformaram, ridicularmente, com a situação extremamente deprimente dos hospitais assoberbados de doentes graves, lotando os corredores infectocontagiosos, sem as mínimas condições de assistência, em termos humanitários.
É extremamente inconcebível que, em pleno século XXI, com os avanços da modernidade científica e tecnológica em benefício da humanidade, o país com as grandezas econômicas e recursos naturais inigualáveis, em nível mundial, a ainda permita que a sua população padeça da miséria inerente à primariedade dos recursos voltados para assegurar assistência médico-hospitalar às pessoas em geral, não somente à população mais necessitada, porque é exatamente a que fica mais à margem do atendimento da incumbência da saúde pública, por culpa do inadmissível conformismo que foi instalado por força da incompetência de gerenciamento das políticas de saúde pública.
O Brasil gasta muitíssimo dinheiro em saúde pública, mas muito mal e sem efetividade, para a manutenção de sistema que deve ser o pior do mundo, em termos de eficiência e qualidade, ante as inaceitáveis mazelas que imperam na sua operacionalização, à vista dos precários atendimentos, com os hospitais sobrecarregados, carentes de instrumentos e equipamentos para os exames essenciais dos docentes, que acumulam em intermináveis filas para cirurgias, entre outros gravíssimos problemas que já decretaram a sua falência há bastante tempo, diante da sua decrepitude operacional, em termos de atendimento digno à população de extrema necessidade de saúde básica.
Onde se viu que uma pessoa fique esperando, ad aeternum, até ficar completamente surda, moca, para ser atendida quando nem mais seja possível a intervenção cirúrgica, sendo castigada inocentemente pela falência do sistema de saúde patrocinado com recursos arrecadados justamente das pessoas usuárias dele, que nada podem fazer para torná-lo eficiente, efetivo e produtivo, em termos desejados pela sociedade que depende dele para a manutenção da saúde, que, aliás, é da obrigação constitucional do Estado, que tem o dever de cuidar dela com carinho e presteza?
Ainda bem que, no caso em comento, um inteligente e sacrificado garotinho, preocupadíssimo com a precariedade da saúde da pobre mãe, que não tinha mais a quem recorrer, teve a intuição divina de apelar, pasmem, para a um ser do imaginário popular, o bom velhinho Papai Noel, para conseguir salvar algo muito especial da sua amada mãe, no caso, o direito de ela puder ouvir normalmente.
O sofrimento dessa família, mãe e filho, poderia ter sido evitando bem antes se a saúde pública funcionasse normalmente, como fazem com a devida prioridade os países com sensibilidade para as questões essenciais do seu povo, a exemplo da saúde pública, que não pode, de maneira alguma, ser jogada às traças como vem sendo feito tranquilamente no Brasil, onde nenhum governante decidiu priorizar, de verdade, as políticas públicas da saúde da população, exatamente porque a classe política dominante nunca será atendida ou assistida, por mais remotamente possível, nos hospitais do SUS, sendo, talvez, a principal razão do completo desprezo pelo qual nunca a saúde pública vai merecer os cuidados exigidos para torná-la eficiente, em condições de prestar saúde e tratamento da qualidade do que é feito no primeiro mundo, no sentido de dignificar, de direito, o ser humano.
A propósito, diante desse chocante acontecimento, que denuncia as deploráveis condições do atendimento da saúde pública aos brasileiros em geral, convém que se acentue a excelência da assistência à saúde pública às autoridades republicanas brasileiras, apenas no conforto dos principais hospitais e clínicas do país, a exemplo dos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, na linha de primeiríssimo nível de atendimento, não cabendo um minuto sequer de espera, contando inclusive com UTI aérea e o mais que precisar, para que Suas Excelências tenham excepcional acolhimento pelos mais preparados especialistas na área de saúde, só que isso merece detalhe: trata-se de atendimento particular, onde recurso público somente entra para o pagamento das despesas.
Enfim, é muito vergonhoso que o Brasil se permita que a saúde pública tenha chegado a estágio tão aviltante, humilhante ao máximo, onde seja preciso se apelar por imagem fictícia do Papai Noel, evidentemente em época do Natal, para se conseguir tratamento cirúrgico emergencial, em que pese se tratar tão somente de direito líquido e certo da população.
Caso houvesse o mínimo de boa vontade e interesse dos governantes de valorização do ser humano, não importando as suas condições sociais e econômicas, essa lamentável situação poderia ser revertida em benefício da dignidade do ser humano, levando-se em conta que a população tem obrigação de pagar pesados tributos para a constituição de orçamentos que são entregues à incompetência, à ineficiência e à irresponsabilidade quanto aos gastos públicos, que precisam ser apenas repensados e priorizados, principalmente  com relação às políticas públicas e às necessidade essenciais da população.
Ao ensejo, penso oportuno se anunciar importante crônica, evidentemente sob o meu enfoque, que escrevi fazendo veemente apelo sobre a construção do Hospital Regional de Uiraúna, cidade cuja população vem padecendo enormemente, diante da inexistência de hospital público, que poderia propiciar o merecido conforto aos seus doentes e os da região circunvizinha, evitando-se graves transtornos, agravamento de doenças e doentes e até perdas de importantes vidas humanas.  
Na prática, diante da pronta atenção no atendimento da mãe do garotinho, que mereceu cuidados especiais, pode-se perceber, sem esforço, por mera intuição, que, nesse caso, não haveria maiores dificuldades para o atendimento dela, tendo em conta que mera cartinha não seria suficiente para se arranjar vaga tão urgente para a cirurgia, caso houvesse realmente empecilho de ordem operacional, ficando evidenciado, salvo melhor juízo, que se trata tão somente de boa vontade, por meio da qual se pode solucionar as piores dificuldades.  
Urge que os brasileiros se mobilizem, diante da evidente precariedade do atendimento dos serviços públicos de incumbência do Estado, com destaque para a assistência médico-hospitalar a cargo do Sistema Único de Saúde – SUS, no sentido de se exigir completa revolução quanto às suas conjuntura e estrutura de operacionalização, levando-se em conta a premência da necessidade de torná-lo eficiente e efetivo à luz da sua institucionalização, que é a da plena prestação da saúde pública com a integridade indispensável às necessidades dos brasileiros, à vista do tanto de dinheiro que vem sendo jogado pelos ralos da incompetência, do arcaísmo, do desprezo e da irresponsabilidade, em termos de gerenciamento da coisa pública.
Brasil: apenas o ame!         
Brasília, em 25 de dezembro de 2019