quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Lição de indignidade

Uma gravação obtida pela revista britânica The Economist sugere a existência de palestra com integrantes do partido do presidente de Honduras, tendo por objetivo o ensinamento de técnicas de fraude aplicável na eleição realizada no último domingo, na qual o político é candidato à reeleição.
Consta que o áudio tem duas horas e foi enviado à revista por participante de reunião de membros do Partido Nacional (PN), embora não tenha sido comprovada a sua autenticidade.
No início da gravação, foi pedido o recolhimento dos celulares dos presentes pela coordenadora da reunião, que afirma que "isso fica entre nós. Somos todos nacionalistas".
Ela seguida, ela elenca cinco métodos para fraudar a eleição em favor do presidente de Honduras, centrados em verbetes como "estratégia" e "técnicas".
Os métodos indicam que os filiados ao PN consigam credenciais de partidos menores para trabalhar nos locais de votação, o que é permitido por lei.
 Com mais nacionalistas em um local de apuração, o partido poderia ser beneficiado em caso de divergência sobre algum procedimento a ser decidido por votação entre os delegados das legendas presentes.
A coordenadora da reunião sugere que o mesário deixe eleitores nacionalistas votarem mais de uma vez: "Se você me reconhecer, me deixe entrar, não pinte o meu dedo, e eu sairei com a boca fechada.".
Ela sugere dificultar a contagem das cédulas, “estragando-as ao acrescentar marcas extras, preencher outras bolinhas em branco ao lado do nome dos candidatos e danificar o código de barras em fichas que registram candidatos da oposição.”, tendo acrescentado: "Se eu perdi nesse local de votação, por que eu me importaria que a ficha chegue ao tribunal eleitoral?".
Como não poderia ser diferente, o secretário do Partido Nacional afirmou que desconhece qualquer treinamento do partido sobre métodos de fraude e foi taxativo: "Nossas sessões de treinamento correspondem ao estipulado pela lei eleitoral.". Com informações da Folhapress.
Com certeza, os “formidáveis avanços” nas técnicas sobre fraudes eleitorais logo se espalham, como rastilhos, nas republiquetas Sul-Americanas, inclusive no Brasil, onde elas dificilmente serão descobertas, diante da impossibilidade, pasmem, de haver auditoria aqui sobre os resultados dos pleitos eleitorais, a exemplo da confirmado na última eleição presidencial, pela própria Justiça Eleitoral, que negou pedido nesse sentido formulado pelo partido do candidato perdedor, sob a alegação de não haver condições para a realização de tal procedimento.
É evidente que isso é absolutamente improvável que possa acontecer nos países sérios, civilizados e evoluídos, em termos políticos e democráticos, onde qualquer notícia sobre fraude há a devida investigação e os infratores são punidos com severidade, não importando a sua relevância política, como forma de preservação da integridade e da moralização do sistema eleitoral, além de oportunizar excelente lição ética e moral sobre episódio que não condiz com a evolução da humanidade, que exige cada vez mais respeito à dignidade nos processos de escolha da representação da sociedade, no exercício de cargos públicos eletivos.
À toda evidência, nesse particular, o sistema eleitoral brasileiro precisa evoluir em passos gigantescos, de modo que os resultados das eleições possam refletir exatamente a vontade popular e os mentores e culpados pelas fraudes possam ser punidos com o rigor da legislação eleitoral, que igualmente precisa ser atualizada, sob o prisma da modernidade, em harmonia com os sistemas eleitorais eficientes e seguros dos países desenvolvidos, onde a representatividade política verdadeiramente confiável.
Diante desse contexto, mais importante mesmo é a conscientização dos eleitores, que precisam fazer a sua parte da maior importância nesse processo de modernização dos sistemas político-eleitorais, notadamente com os aprimoramento, cuidado e zelo na escolha de seus representantes, que estão a exigir completa renovação, à luz do indiscutível descompasso das suas atuações com as reais finalidades intrínsecas das atividades político-administrativas, que estão em visível dissonância com o que se pretende de melhor para a plena satisfação do interesse público. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 30 de novembro de 2017

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Lição de sabedoria

O apresentador global, depois de algum tempo, para melhor refletir com familiares e amigos, concluiu que declina, em definitivo, de concorrer à Presidência da República, no próximo ano.
Em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, o comunicador afirma que, “com a mesma certeza de que neste momento não vou pleitear espaço nesta eleição para a Presidência da República, quero registrar que vou continuar, modesta e firmemente, tentando contribuir de maneira ativa para melhorar o país.”.
No texto, o apresentador invocando a Odisseia, de Homero, declarou que “nos últimos meses estive amarrado ao mastro, tentando escapar da sedução das sereias”.
O global afirmou ainda que a candidatura dele não tinha apoio de familiares e amigos e que se considera mais “útil e potente para ajudar meu país e o nosso povo a se mover para um lugar mais digno, ocupando outras posições no front nacional”.
Enquanto ele estava estudando os prós e os contra à sua candidatura, vários foram os encontros e as conversas, entre outros, com políticos, empresários, artistas, intelectuais e magistrados, para tratar dos projetos e entendimentos relacionados com a árdua campanha que precisaria implantar, para convencer os eleitores de que ser presidente do país é coisa seríssima e de suntuosa responsabilidade, diferentemente do que pensa a atual classe política, que, naturalmente, está muito mais preocupada com a conquista do poder em si, sem o sentir do peso sobre seus ombros da calamitosa situação por que passam os povos pobres, praticamente desassistidos dos essenciais serviços públicos de incumbência do Estado.
Nesse seu périplo, o Global chegou a receber carta branca do PPS, caso quisesse se filiar àquele partido, mas acabou desistindo após insensato ataque do maior político da atualidade, que disse que "gostaria de concorrer com alguém com o logotipo da Globo na testa", logo depois que o comunicador disparou nas pesquisas sobre avaliação quanto à aceitação como candidato à Presidência da República, superando todas às expectativas político-eleitorais, para quem é iniciante na política.
As palavras do petista podem ter sido a senha que o Global precisava para definir o seu destino político, por elas acenarem que que precisaria superar algo que muitos políticos inexperientes não conseguiram se desvencilhar das situações embaraçosas normalmente criadas por quem emprega tática e estratégias maquiavélicas para estorvar, embaralhar, de propósito, os caminhos daqueles que estiverem bem cotados na corrida eleitoral, mas normalmente são sucumbidos pela artilharia pesada dos ferinos e mortais disparos certeiros e nem sempre inevitáveis, ante as sapiências malignas costumeiramente postas em ação nas campanhas eleitorais, a exemplo da pequena mostra, que acertou em cheio o objetivo dela, com a ameaça de que candidato global não terá vida de galã, não, nas próximas eleições.
Na verdade, o apresentador de televisão mostrou seu apurado caráter cívico, de não se submeter ao jogo sujo que começava a ser preparado, antes mesmo da largada à corrida presidencial, em enorme caldeirão próprio dos políticos que levam a vida a ganhar eleição acusando e destruindo seus adversários, por meio de dossiês extraídos do submundo da política.
Certamente que, para esses políticos de índole perversa e maligna, a desistência do apresentador é contabilizada como estrondosa vitória, mas, por certo, o Brasil teve retumbante derrota, antes mesmo do começo da campanha presidencial, em razão da sentida ausência de pessoa que demonstra ser diferente dessa velharia política, que se aferra ao poder e faz o diabo para conquistá-lo e permanecer nele, como razão da vida política.
O estrondoso prejuízo se faz presente nessa notícia pela extraordinária e notória possibilidade de o apresentador ter deixado, com sua atitude, de inserir no cenário político sangue genuinamente imune às altíssimas contaminações e impurezas, que tanto infectam e enxovalham as atividades políticas com alto teor de poluição, principalmente no que se refere à banalização da corrupção e das alianças/coalizões espúrias, normalmente formalizadas por conveniência pessoal e partidária, conforme mostram os fatos do cotidiano, que são transparentes e insofismáveis.
É evidente que o apresentador de televisão seria, de logo, bombardeado e detonado nas suas bases, justamente porque ele não aceitaria se misturar no caldeirão da podridão que grassa na política tupiniquim, uma vez que o seu propósito seria trabalhar para purificar, depurar, tudo aquilo que existe do mais emporcalhado que se pode imaginar na política.
Certamente que o global viria para dá choque de oxigenação de competência e eficiência no sistema político-administrativo que se acha ultrapassado, arcaico, falido e completamente prejudicial aos interesses nacionais, porquanto, na forma vigente, ele atende perfeitamente à conveniência da atual classe dominante, que resiste às urgentes mudanças e reformas pertinentes à modernização, ao aperfeiçoamento e à reestruturação, como forma de se obter a retomada do tão ansiado caminho do desenvolvimento socioeconômico do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 29 de novembro de 2017

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Apenas uma questão de bom senso

Por mais que se tente encontrar disfarce para manter viva a candidatura que sequer poderia se cogitar, diante da situação fática, é chegado o momento de se dizer basta a essa deselegante pantomima, alimentada por mero fanatismo ideológico que resiste em aceitar a realidade nua e crua dos fatos.
Um ministro do Supremo Tribunal Federal, em entrevista a uma famosa jornalista política do jornal Folha de S. Paulo, tem o condão de pôr às claras a verdadeira situação em que se encontra o líder-mor do PT, em termos de candidatura.
A declaração do magistrado tem o peso de soterrar, com pá de cal, a pretensa candidatura do ex-presidente petista, quando ele afirma, com ênfase, ter posição contrária à candidatura de condenado e réu em várias ações penais, que ele imagina que essa também é o sensato e esmagador sentimento dos brasileiros.
O ministro entende que os eleitores precisam pressionar a Justiça Eleitoral no sentido de pôr termo ao extremo desconforto causado à nação com a indevida e injustificável insistência de criminoso condenado à prisão pela Justiça de se inserir, de forma impertinente e perturbadora, na disputa por cargo o mais relevante da nação.
O mais grave dessa persistência é que o pré-candidato sequer preenche os requisitos exigidos, nos termos da Constituição, para ocupar o cargo pretendido, em especial no que tange aos princípios, entre outros, da idoneidade e da conduta moral, ante o seu envolvimento em possíveis atos irregulares, cujas denúncias não foram esclarecidas nem justificadas na Justiça, fato que o impede de comprovar as condições essenciais de moralidade perante a sociedade, que, forma da lei, tem a incumbência de eleger seus representantes políticos. 
O ministro não mediu palavras para comentar e refutar “essa doutrina de presunção da inocência que às vezes o Supremo aplica”, e que ele diz não aceitar, sob a seguinte justificativa: "Ora, se o presidente é afastado, não tem muito sentido que um candidato que já tem uma denúncia recebida concorra ao cargo. Ele se elege, assume e depois é afastado?".
Em seguida, o magistrado faz indagação que parece vital para repelir a possibilidade de candidatura de criminoso a cargo público, nestes termos: "E pode um candidato denunciado concorrer, ser eleito, à luz dos valores republicanos, do princípio da moralidade das eleições, previstos na Constituição? Eu não estou concluindo. Mas são perguntas que vão se colocar".
Em tom de especulação jurídica, o ministro indaga: “Às vezes o sujeito é denunciado, é condenado em primeiro grau, é condenado no juízo de apelação (segunda instância), a condenação é confirmada no STJ - e ele entra inocente no Supremo?”.
O magistrado arremata seu entendimento jurídico, dizendo que "Quando o presidente (da República) tem contra si uma denúncia recebida, ele tem que ser afastado do cargo. Ora, se o presidente é afastado, não tem muito sentido que um candidato que já tem uma denúncia recebida concorra ao cargo".
O resumo da ópera é de lucidez meridiana, a mostrar que o político, além de já ter denúncias aceitas pela Justiça, também contabiliza uma condenação à prisão, em primeira instância, de nove anos e seis meses, sentenciada pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, que pende da apreciação sobre a apelação dirigida ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
Embora o caso deva ser julgado antes das eleições de 2018, com a confirmação ou não da condenação, o que pode implicar no enquadramento dele na Lei da Ficha Limpa, tornando-o inelegível, por condenação em tribunal de segunda instância.
Há ainda os casos pertinentes às outras denúncias em tramitação na Justiça, que exigem os devidos esclarecimentos, por meio de elementos com força capazes de comprovar a inocência quanto às ações na qualidade de réu e, na condição de denunciado, há o impedimento moral aplicado ao próprio presidente do país, que, nessa situação, é compulsoriamente afastado do cargo, para responder ao processo, o que não se justifica que alguém não sendo presidente pretenda se eleger, já como denunciado, para, sendo eleito, tomar posse e imediatamente ser afastado do cargo, porque é exatamente assim que diz a regra jurídica.
Um lúcido dirigente do PSOL teve a sensatez de compreender a real repercussão da manifestação em referência, tendo afirmado que "A fala do ministro Fux é uma pá de cal na candidatura de Lula, apesar da conivência de setores da imprensa com esta desfaçatez. Até o momento, sabia-se que haveria uma certa pressão social, mas a declaração de um ministro do Supremo em uma fase com tanta indefinição já aponta para a inviabilidade do nome de Lula para 2018. Ninguém vai querer pagar para ver".
É preciso compreender que, nos países sérios, civilizados e evoluídos, quanto aos conceitos políticos e democráticos, a situação de políticos com implicações na Justiça jamais seria objeto de discussão, em termos da candidatura deles, porque isso seria perda de tempo, à vista do indiscutível constrangimento que seria suscitado sob o prisma dos princípios, entre outros, da dignidade e da moralidade.  
À vista de as argumentações do ministro do Supremo Tribunal Federal, de cunho visivelmente pedagógico, apresentarem-se, em princípio, pontualmente irrefutáveis, por terem por base fundamento da maior sustentabilidade jurídica, tendo por espeque lição assentada na Lei Maior do país, os brasileiros esperam que o principal interessado pelo espetáculo indesejável para a nação tenha lucidez e sensibilidade para compreender que o momento histórico do Brasil exige que prevaleça o bom senso de se cuidar, em primeiro plano, do desvencilhar da condenação e das denúncias perante a Justiça, de modo a se pensar em candidatura somente a partir de quando forem expedidos os certificados de nada consta, comprovando a sua inculpabilidade quanto às ações que, em termos jurídicos, não se harmonizam com o exercício de cargo público eletivo, à luz da imprescindível observância aos princípios republicano e democrático. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 28 de novembro de 2017

O império do totalitarismo

Sem candidatos da oposição, os cubanos elegem seus representantes municipais, cujas eleições significam a prévia para a substituição do atual ditador da ilha, no próximo ano, fato que pode representar a primeira mudança geral (de nome e jamais de ideologia política) em quase seis décadas.
Em uma população de 11,2 milhões, oito milhões de eleitores foram convocados para eleger por voto direto e secreto 12.515 conselheiros entre os cerca de 30.000 candidatos escolhidos em assembleias de bairro, sendo que a oposição não tem vez e fica fora desse sistema eleitoral.
A votação acontece sob sistema político-eleitoral de Poder Popular, que Havana defende como “o mais democrático e transparente” e a oposição chama de verdadeira “farsa”, onde somente tem candidatos quem faz parte do brutal regime socialista.
O primeiro passo do processo que deve terminar no início do próximo ano – data ainda por definir – com a eleição do substituto do atual presidente, de 86 anos e reeleito em 2013 para seu último mandato de cinco anos, iniciando a primeira eleição geral, em quase 60 anos de governo comunista.
O sucessor do atual ditador deverá ser o atual primeiro vice-presidente, outro ditador, que vem sendo preparado, há três décadas, pelo regime comunica, para assumir o poder, com a certeza de que nada será mudado senão para pior naquela ilha, que seguirá com a mesma mentalidade totalitária e desumana.
Infelizmente, o atual ditador seguirá na liderança do país, no comando do principal cargo do Partido Comunista (PCC), responsável pela brutal fechadura naquela ilha.
O atual mecanismo eleitoral cubano foi estabelecido em 1959 e tem por base a perpetuação do sistema socialista implantado pela ditadura, que permanece intocável até os dias atuais, tendo como princípio eleitoral a realização de eleições em cada dois anos e meio, para delegados municipais (conselheiros), e em cada cinco anos, para delegados provinciais (prefeitos) e deputados do Parlamento.
Impressiona a maneira de se dizer que o voto não é obrigatório em Cuba, mas é como se fosse, porque constitui ato obrigatório de “reafirmação revolucionária”, o que vale dizer que o abstencionismo é politicamente desaprovado e há punição para os antipatriotas, que são controlados e punidos, em caso de ausência às urnas.
A imprensa, sob intenso controle do Estado, tem a incumbência de manter permanente campanha para estimular o voto dos cubanos.
Um líder cubano disse que “Estar presente nessas eleições, ir em virtude do chamado que sempre nos fez, também é uma linda e sincera homenagem a Fidel”.
O presidente do Parlamento cubano convocou os cubanos a “votarem maciçamente em resposta ao presidente (americano) que está dizendo tantas besteiras sobre nós”.
Acontece que Cuba e Estados Unidos restabeleceram relações diplomáticas em 2015, após meio século de ruptura política e confronto, mas o relacionamento voltou a ser tenso com a chegada do atual presidente à Casa Branca, que praticamente anulou os acordos de aproximação assinados por seu antecessor
Três organizações de oposição falharam em sua tentativa de nomear cerca de 550 candidatos independentes para conselheiros, tendo o governo implementado, segundo um líder de oposição, “uma bateria de atos de violação em todos os casos da Lei Eleitoral e da Constituição”, para evitar a nomeação de candidatos independentes, incluindo prisões temporárias e processos “legais” por diversos motivos.
Isso é que se pode chamar de verdadeira “democracia”, onde, praticamente há eleições constantes, para a renovação dos integrantes do Partido Revolucionário, em que são eleitos somente os candidatos escolhidos e indicados pelo próprio sistema, apenas para se confirmar a continuidade da ditadura imposta pelo regime socialista/comunista e que a oposição é absolutamente ignorada e banida do processo eleitoral.
Trata-se de eleições de cartas marcadas, em que os eleitos são aqueles previamente aprovados e chancelados pela situação que comanda, com mão-de-ferro, os cubanos, que, além de não puderem se manifestar livremente nas eleições, em atenção ao salutar princípio cívico democrático, também não têm o direito à individualidade, porque a regra central da revolução cubana é exatamente o absoluto controle sobre as pessoas e tudo que lhes diz respeito.
Há claro e completo desrespeito aos sagrados direitos humanos, que foram banidos em Cuba, há quase sessenta anos, em demonstração de descompasso daquele país com a evolução da humanidade, que passou por significativos processos saudáveis de revolução em todos segmentos, em especial nos campos da ciência e da tecnologia, a qual ainda não chegou à nação caribenha, diante do império do totalitarismo que não permite que seu povo seja liberado da escravidão e da estagnação no tempo, permanecendo ainda na era da escuridão do atraso da história mundial, diante da proibição de acesso às nações civilizadas e modernas. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 28 de novembro de 2017

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Deprimente ditadura

Um venezuelano de 64 anos, aposentado, diz que a cesta do governo chega uma vez por mês na sua casa, que contém, basicamente, arroz, macarrão, óleo e feijão, como ajuda que garante o futuro do presidente venezuelano no cargo, e ele ainda diz, pasmem, que "Se não fosse pelo governo, morreríamos de fome".
A ideia que o governo transmite para o povo, junto com a entrega da cesta subsidiada, pela qual ele paga centavos, é a de que "Se a oposição tivesse poder, tiraria o pouco que temos.", ou seja, tiragem farsesca da tirania que não passa de enganador do povo, para se manter à frente de ditadura deprimente.
As reservas estrangeiras da Venezuela chegaram ao menor nível, em 15 anos, depois da condução desastrada da economia, e isso obrigou o governo a escolher entre agradar credores ou eleitores, que não conseguem comprar carne ou leite e outros produtos básicos.
As cestas do governo se tornaram tão importantes para a sobrevivência das pessoas que atrasos tendem a desencadear protestos violentos, uma vez que a população não tem emprego nem outra alternativa para comprar nada.
A obtenção de novos recursos pelo país está cada vez mais difícil, diante da piora da reputação do governo venezuelano e das sanções impostas pelos EUA, que proibiram americanos de receber novos títulos como parte da reestruturação.
O governo daquele país convocou credores para a discussão dos novos termos do pagamento da sua dívida, que já não vem sendo paga aos credotes, como o Brasil.
A Venezuela tem como opção o adiamento do colapso fiscal, na tentativa de se manter o controle dos ativos produtores de petróleo e usar US$ 9,7 bilhões em reservas para importações e assegurar a entrada de comida e itens básicos, evitando com isso o colapso total.
Um parlamentar da oposição disse que "É muito mais uma jogada política do que financeira. Eles precisam de algum tipo de alívio, de fluxo de caixa. Não há outra maneira de financiar as importações.''.
A situação da Venezuela é bastante preocupante, porque, desde que foi assumido o poder, em 1999, os líderes bolivarianos estavam no auge junto da alta de preços do petróleo, fato que ajudava a pagar os credores, mas não houve reformas para suportar a gigantesca queda do preço do barril e a economia sinaliza que o governo não tem de onde cortar mais gastos e muito menos de criar receita, que já atingiu o limite.
Segundo a consultoria Datanalisis, de Caracas, as importações caíram de US$ 66 bilhões, no auge do preço do petróleo, em 2012, para aproximadamente US$ 15 bilhões neste ano, o que vale dizer que houve expressiva queda de arrecadação de mais de ¾, ou seja, algo em torno de 78%, em cinco anos.
Estudos concluíram que os adultos da Venezuela perderam, em média, quase 9 kg no ano passado, por causa da escassez de alimentos e o aperto da população é visível, diante do arroxo da economia, que tem como alternativa o racionamento de alimentos, sendo distribuído à população somente o mínimo do essencial, como é mostrado pela imprensa.
Não obstante, os apertos e as privações são atribuídos pelos socialistas às dificuldades causadas por ataque capitalista armado, empresários e opositores políticos, muito menos por má gestão do governo, que controla tudo com extremo rigor, principalmente a economia e o povo.
Por meio dos programas de distribuição de cestas básicas, o presidente bolivariano tenta manter sua influência sobre a população pobre, que ainda tem sido a base de apoio aos socialistas, que insistem em não reconhecer o fracasso da Revolução Bolivariana.
Os bens subsidiados não são colocados em supermercados ou lojas estatais, mas sim distribuídos diretamente à população leal ao governo, por meio de cestas, para se evitar a revenda e as filas enormes.
Uma senhora disse que se trata de chantagem do governo: "Muita gente aqui vota só por medo de perder a cesta.".
          O governo afirma ter desembolsado quase US$ 72 bilhões para cobrir empréstimos e pagamentos de principal e juros de títulos desde que o presidente assumiu o cargo, há quatro anos, mas após o pagamento final na semana passada, o presidente sugeriu que esses recursos seriam mais úteis se direcionados a programas sociais, ou seja, mais uma má justificativa para o calote e a má gestão.
          O que se pode esperar de nação cujo povo vive sob a trágica esperança de receber pobre e limitada cesta de alimentos e que o governo cada vez mais se comprime, em termos econômicos, visivelmente incapaz de pagar seus credores, sob o risco de deixar de importar, por falta de recursos, os produtos que integram aquela cesta ainda mantém o povo sob cabresto?   
Os fatos mostram, à toda evidência, que a Revolução Bolivariana é o retrato fiel da decadência de uma nação, representada pela falência das instituições, a par da incompetência e ineficiência da administração do país, que mergulhou em queda livre no abismo, levando consigo seu povo, que perdeu a dignidade e a esperança de vida, diante da distribuição da miséria e da exigência do sacrifício, em nome da terrível igualdade na pobreza e na ausência de dignidade.
Convém se atentar que o Brasil caminhava de mãos dadas e a passos largos no mesmo caminha da escuridão a que se encontra aquele país, cujos líderes se comungavam na mesma cartilha ideológica, conquanto o governo tupiniquim ainda alimentava forte política de financiamento para obras públicas naquela nação, quando elas deveriam ser realizadas aqui, para o benefício dos brasileiros, mas, felizmente, essa desgraça foi evitada com o afastamento de governo que apenas enxergava seus interesses, em detrimento da verdadeira vontade dos brasileiros de boa vontade, que anseiam tão somente pelo desenvolvimento socioeconômico do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 27 de novembro de 2017

Urgente renovação política

Um apresentador de programa de televisão se transformou, de repente, em verdadeiro fenômeno eleitoral, depois de pesquisa mostrar que ele reúne excelente perfil de bom e capaz gerenciador da coisa pública, na forma da excepcional aceitação de seu nome para a cargo de presidente da República, que se associa à baixa rejeição, cujos requisitos têm sido importantes indicativos para o fortalecimento da sua pré-candidatura.
Em que pese se tratar de manifestação benfazeja quanto à aceitação do seu nome, o próprio apresentador global já anunciou que declina da postulação à Presidência da República, notadamente em razão do alvoroço que esse fato provocou no cenário político, por ter mexido no íntimo da velharia política, diante do abalo causado nas suas estruturas, com o ingresso de candidato descompromissado com a desmoralização do país, que se tornou crônica.
Na atualidade, esse fenômeno eleitoral surge com a força capaz de desestruturar as bases políticas acostumadas com a normalidade do ambiente altamente contaminado e desacreditado da classe política, diante da possibilidade da apresentação de candidato com perfil diferente do que se encontra de podre e poluído.
A verdade é que o eleitor está ávido por alternativa capaz de sair dessa encruzilhada do centralismo e da polarização radical da esquerda e da direita, enquanto a primeira se acha a luz da verdade e o vetor da competência administrativa, cujos resultados conhecidos só sinalizam para péssimos augúrios e nada animador.
Há que se notar que a gestão esquerdista recente deixou legado lamentáveis de rombos nas contas públicas, recessão econômica, exacerbação das dívidas públicas, altas taxas de desemprego, queda na arrecadação,  inflação alta, ausência de investimentos público e privado, desindustrialização, péssima prestação dos serviços públicos, desprezo à infraestrutura, perda do grau de investimento, resistência às reformas conjuntural e estrutural, entre muitas outras precariedades de dimensão alarmante, que foi capaz de contribuir para o gigantesco retrocesso do desenvolvimento socioeconômico, que não pode ficar à mercê da extrema incompetência da atual classe política, que é completamente incapaz de reciclagem, preferindo continuar patrocinando o status quo do obsoletismo, em detrimento da nação e de seu povo.
Ao contrário, o apresentador global, em princípio, tem cara de bom rapaz, que, ao lado da mulher comunicadora global, apresenta-se como a família perfeita e ainda tem a índole de promover ações sociais em seus programas de TV de extenso alcance, fatos que contribuem para se intuir que se trata da pessoa certa no lugar certo e ainda no momento propício, em que o país atravessa crise homérica pela falta de credibilidade entre os homens públicos, à vista do indiscutível desgaste resultante do retrógrado modelo político, que foi transformado em instrumento perfeito para a realização dos objetivos pessoais e partidários, em detrimento das reais finalidades públicas.
A última pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos mostra que o apresentador de televisão é a pessoa mais bem avaliada entre 23 nomes submetidos ao eleitor, com a aprovação de 60% e apenas 32% de reprovação.
É evidente que esse desempenho tem o condão de causar alvoroço e preocupação no seio dos políticos que já contam como favas contadas a vitória eleitoral, imaginando a fidelidade de seus eleitores, a exemplo de candidato que lidera a intenção de voto, que se adiantou para dizer que seu “maior desejo na vida” era “disputar com alguém com o logotipo da Globo na testa”, esquecendo ele que o povo anseia por urgente renovação dos hábitos políticos e nada melhor do que colocar todos os políticos dentro de um caldeirão e submetê-los à trempe capaz de depurar o que realmente possa ser usado em proveito do interesse público, com o que certamente restará muito pouca coisa útil e benéfica à nação.
É preciso sim que o caldeirão eleitoral seja aquecido na temperatura capaz de mexer com os brios dos brasileiros, que não podem permanecer ad aeternum na sua catalepsia política de aceitar que a classe política dominante, com suas mentalidades ideológicas ultrapassadas, continue influenciando nas sucessões eleitorais, quando o país dá visível mostra de que o status quo nada mais é do que forma de retrocesso e descompasso do desenvolvimento.
Segundo a revista ISTOÉ, um marqueteiro teria elaborado plano de campanha para o apresentador, contendo os elementos essenciais de candidato imune aos vícios da política tupiniquim, mostrando que ele seria outsider (puro sangue) na política moderna, ou seja, “o único totalmente imune aos vícios da velha política” e o indivíduo pronto e acabado “da oxigenação política tão acalentada pela população”.
Não obstante, lamentavelmente para os brasileiros, essa notícia vinda do próprio apresentador põe panos quentes nas melhores expectativas para o país, ao afirmar que não vai encarar essa pedreira, certamente por achar que, na atualidade, o conteúdo do caldeirão Brasil vai além das suas capacidades de tolerância e compreensão com essa insuportável classe política dominante.
Uma pessoa ligada ao apresentador disse que “Ele é novo, não é de se deixar seduzir por qualquer canto de sereia, e sabe que não precisa necessariamente se candidatar nesse momento. Como tudo o que fez na vida, Huck está construindo algo sólido e perene, no afã de levar jovens e cabeças pensantes a discutir o Brasil”.
É muito importante a ascensão meteórica do apresentador em causa, por mostrar, em boa hora, o despertar da sociedade, que não aceita mais sintoma errático da atualidade, em que a desmoralização e a desconfiança protagonizadas pelos políticos tradicionais são realidade incontestável, mas eles simplesmente insistem em negar os fatos, que foram e são revelados por instrumentos seguros e avançados de investigação, que não deixam dúvidas quanto à materialidade sobre os casos denunciados e sua negação é absolutamente inadmissível, na atualidade, quando é preciso sempre prevalecer a verdade, que é forma natural apropriada para o relacionamento entre pessoas honestas e civilizadas.
A se confirmarem as excelentes perspectivas com o ingresso do apresentador de televisão na vida político-eleitoral, logo encarando o principal cargo do país, pode-se dizer que a vida pública brasileira se transforma de água para o vinho, de primeira qualidade, cuja oxigenação transcende às melhores expectativas, considerando que o Brasil, com as suas pujantes riquezas humanas e econômicas, com toda sinceridade, não merece, não mais merece mesmo, quadro tão medíocre de homens públicos, com histórico na vida pública riquíssima de fatos que não condizem com a relevância da grandeza da República, que vem há muito tempo implorando por extraordinária mudança, em termos de renovação por mentalidade de estadista que tenha condições de pensar o novo Brasil, por meio de características transformadoras, representadas pela real vontade de reestruturação começada da base, dos alicerces, pensando o país com a ideia de sepultamento das políticas e dos políticos que estão contribuindo, de forma efetiva, para a completa destruição do país, considerando que as mentalidades políticas, ideológicas e administrativas são modelo de retrocesso, arcaísmo, obliquidade e demais adjetivos sinônimos de obstáculos ao desenvolvimento socioeconômico do país.
Os brasileiros precisam realmente refletir exatamente quanto à enorme contribuição nefasta, maléfica, prestada pelos homens públicos com mentalidades medíocres e retrógradas, porquanto as suas influências e os seus poderes têm o condão de impedir a modernidade, o aperfeiçoamento, o avanço de qualidade dos sistemas político-administrativos vigentes, exatamente por eles se adequarem perfeitamente às suas ideologias políticas obsoletas de absoluta dominação das classes política e social e de conquista do poder e de permanência nele, ad aeternum, em forma de consolidação dos vetustos sistemas populista e caudilhista próprios das ultrapassadas republiquetas, que preferem que seu povo seja objeto de permanente dependência de migalhas do Estado.
É preciso sim que haja urgente mudança no sistema político, com o ingresso de brasileiros com espírito público totalmente renovador, com o propósito de revolução das velhas políticas, que somente interessam aos péssimos, interesseiros e aproveitadores políticos que se especializaram em utilizar recursos públicos em benefício pessoal e partidário, em detrimento do interesse público, a exemplo do escândalo do petrolão, cujo resultado tem contribuído para a instabilidade política e a consolidação dos obstáculos ao desenvolvimento socioeconômico do país.   
Urge que os brasileiros se conscientizem sobre a necessidade de renovação na política, de modo que seus representantes políticos sejam escolhidos entre aqueles que demonstrem possuir experiência e conhecimento das atividades político-administrativas, como forma de possibilitar que as suas atuações correspondam de forma adequada aos sentimentos de responsabilidade, zelo, integridade e engajamento cívicos e patrióticos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 27 de novembro de 2017

domingo, 26 de novembro de 2017

O real saber do povo

O líder-mor do PT afirmou que "não vai ser difícil" ganhar as eleições presidenciais de 2018, mas defendeu que os partidos de esquerda promovessem mudança de estratégia, com a finalidade de barrar as propostas do governo, em tramitação no Congresso Nacional.
Na avaliação dele, a oposição está fragilizada e lamentou que não tenha conseguido barrar o impeachment da sua sucessora e propostas que representam retrocesso, em relação aos avanços das gestões petistas, em especial a que se refere à reforma trabalhista.
O petista disse que "Éramos contra a reforma trabalhista, e ela aconteceu. Éramos contra a Previdência, e se não tomarmos cuidado, vai acontecer".
Ele pontificou que o governo é "fraco" e ainda se submete "aos interesses do mercado. Nenhum presidente fraco é respeitado. Os congressistas que estão votando pelo desmonte não têm compromisso conosco. Nunca vi tanto deputado reacionário, tanto troglodita, e se não tomarmos cuidado vai piorar na próxima eleição".
O ex-presidente declarou que é preciso se evitar a aprovação da reforma da Previdência, que "está acontecendo concomitantemente com o desmonte da Petrobras. Não tenho mais idade de ficar criando movimento 'fora Temer' e ele estar dentro, de ficar gritando não vai ter golpe e ter golpe. Vamos ter que parar de gritar e evitar que isso aconteça mesmo. Isso não pode continuar acontecendo debaixo da nossa barba.".
Segundo o petista, estão querendo desmontar a Petrobras, porque "eles não são políticos, são usurpadores. Eles não têm compromisso com o povo brasileiro. Querem fazer o desmonte. Destruir o BNDES, a Eletrobrás, a Caixa, desmontar a cidadania.".
O político disse que, se não fosse pela sua teimosia e a do PT, ele não teria chegado à Presidência da República e que provou que era possível a esquerda transformar este país, citando melhorias no salário, na educação e na própria inserção do Brasil no exterior.
Ele afirmou que "Deixamos de falar 'fino' com os Estados Unidos. Tiramos o país do mapa da fome.", tendo lamentado que o sonho que a gestão petista sonhou "infelizmente está sendo aos poucos desmontado. Estava tudo preparado para o Brasil se tornar a 5ª economia do mundo.".
Percebendo que as esquerdas vêm perdendo força, o político apelou pela unificação da esquerda no país, tendo incentivo a candidatura de uma deputada estadual gaúcha à presidência da República.
Sobre as eleições, o político disse que "Não podem dizer que Lula é de extrema esquerda, que Jair Bolsonaro é de extrema direita, e que é preciso achar o caminho do meio. Quem convive com Bolsonaro sabe quem ele é, que é mais do que extrema direita, mas ele também tem direito de ser candidato.".
Concluindo seu pensamento, o político disse ainda que “Somente partidos com legado terão chance de vencer a próxima eleição presidencial, e lembrou que PT e PCdoB construíram um forte legado nos últimos 30 anos, desde a campanha presidencial de 1989. Por isso, temos que governar o país sem querer ser governante. A gente tem que ouvir o povo, o povo sabe. Nós só temos que ter coragem de perguntar.
O político defendeu ainda a regulação dos meios de comunicação e distribuição de riquezas, tendo afirmado que "Quero meios de comunicação onde todos possam se manifestar." Com informações do Estadão Conteúdo.
Durante o governo petista, foram feitas duas reformas da previdência e o rombo no sistema só aumentou, exatamente porque elas não passaram de meros paliativos, sem qualquer medida saneadora no seu bojo, que não passou do aumento da cobrança da contribuição, incluindo os proventos dos aposentados do serviço público.
O político não pode esquecer, de maneira alguma, quem realmente contribuiu diretamente para quebrar a Petrobrás, porque foi exatamente nos governos recentes que houve o aparelhamento da estatal, com pessoas de “confiança” de partidos políticos (PT, PMDB e PP, responsáveis pelas indicações das diretorias) e a gigantesca e incontrolável roubalheira dos cofres da petrolífera, conforme consta das investigações promovidas pela Operação Lava-Jato.
Parece até brincadeira que haja insinuação de que a Petrobrás esteja sendo desmontada, quando se sabe que ela quase foi para a tumba durante os governos recentes, depois dos desfalques protagonizados pela quadrilha comandado, segundo o Ministério Público, por importante político, que não teve sensibilidade para assumir as responsabilidades pelo tsunami ocorrido na petrolífera, que somente agora, depois de gerenciamento prudencial e eficiente começa a contabilizar lucros, depois de anos seguidos de extraordinários prejuízos.
Ao dizer que "não vai ser difícil" ganhar as eleições, o político, no mínimo, se acha o todo-poderoso e ainda tem o dom de menosprezar a capacidade dos demais concorrentes à Presidência da República, como se o povo não tivesse pouco de discernimento para compreender a verdadeira história sobre os tristes acontecimentos ocorridos em passados recentes no país e as figuras dos principais envolvidos.
É preciso sim perguntar ao povo o que ele acha do atual quadro político, exatamente porque o poder emana dele e ele já está exausto das promessas não cumpridas pelos aproveitadores na vida pública, que levaram o tempo apenas mentindo e enganando a população, à vista da péssima prestação dos serviços públicos da incumbência do Estado, enquanto outros também roubaram bastante e desviaram dinheiro público para seus bolsos e os cofres de partidos políticos, com a finalidade de custear campanhas milionárias para a permanência, ad aeternum, no poder.
          É muitíssimo importante que a vida pregressa dos candidatos, na vida pública, seja precisamente avaliada, de modo que o seu voto seja dado àquele que melhor se identifique com as causas nacionais.
Nessa avaliação, é importante que seja ignorada a priorização do quesito que tenha por mote a primazia de que "ele leva, mas faz", porque isso não se harmoniza com os princípios da dignidade e da probidade que o país precisa para a moralização da administração pública, que já foi demasiadamente sacrificada por nefastos homens públicos que desprezaram o verdadeiro sentimento de interesse da população e procuraram a valorização da sua personalidade, com evidente uso da máquina pública, em proveito pessoal e partidário.
Tudo isso tem muito a ver com a consciência dos brasileiros, que é obrigado, nesse caso, em atenção à sua responsabilidade cívica, a refletirem e avaliarem, com os devidos cuidado e rigor, as reais qualidade e capacidade político-administrativas dos candidatos a cargos públicos eletivos, no sentido de se aquilatar o que eles podem realmente fazer em benefício do país e do povo, ou seja, estritamente em consonância com a defesa do interesse público, que, à toda evidência, tem sido sacrificado em nome de causas estranhas às suas verdadeiras finalidades. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 26 de novembro de 2017

sábado, 25 de novembro de 2017

A hegemonia do Congresso Nacional

Diante do difícil momento político, a decisão do Supremo Tribunal Federal de estender ao Congresso Nacional o aval para o afastamento de deputados e senadores de seus mandatos se traduz em medida completamente contrária aos tão ansiados princípios da moralização, eis que foram abertas as portas e porteiras para a devassidão da impunidade, ante a autonomia para os próprios parlamentares decidirem sobre seus crimes.
Os especialistas das áreas jurídica e política foram unânimes em considerar como desqualificável a avaliação sobre a aplicação ou não de penalidades ficar sob o alvedrio do corporativismo, que sempre se mostrou arredio aos conceitos de seriedade e responsabilidade, à luz dos firmes  antecedentes em benefício da impunidade.
A verdade constitucional é que os poderes precisam ser autônomos e independentes, porém não se pode abrir mão da incumbência originaria de que o Supremo compete julgar os parlamentares, à luz dos ditames legais, o que não significa com isso que haja ou deva existir qualquer hegemonia de um poder sobre o outro, uma vez que o poder de julgar o congressista foi instituído e aprovado pelo próprio Congresso, que, ao contrário, poderia ter dito, na ocasião, que o poder de julgar o parlamentar é dele e não do Supremo.
Não obstante, poder-se-ia alegar que houve sensível evolução desde a promulgação da Constituição até os dias atuais e o Supremo apenas teria sido sensível a isso, mas o fato é que este não tem competência para interpretar a norma constitucional dessa forma, quando ela é clara e somente por emenda constitucional a regra poderia ter sido mudada, para beneficiar os congressistas.
Diante dos assombrosos fatos objeto das investigações da Operação Lava-Jato, cresceu, de forma expressiva, o interesse dos deputados e senadores em se protegerem das ações implacáveis da Justiça, em que eles vêm se mexendo, em esforço hercúleo, para criar normas destinadas à sua blindagem, ante o poder de legislar em causa própria, no sentido de institucionalizar mecanismos de imunidade, que também servisse de impunidade.
Não há a menor dúvida de que o posicionamento do Supremo contribuiu em muito para facilitar, aplainar e ampliar o caminho para esse movimento que leva à tranquila impunidade parlamentar, ou seja, o Legislativo fica à vontade para ditar a sua ditadura, com respaldo da parte de quem tem o dever de punir os criminosos de colarinho branco da República.
É induvidoso que esse processo de completa independência dos congressistas tem muito a ver com o que aconteceu na operação Mãos Limpas (investigação da Justiça italiana sobre casos de corrupção), que serviu de inspiração para a Lava-Jato, quando os políticos implicados com a sujeira conseguiram retomar as rédeas da situação e promoveram as novas leis, tal e qual vem acontecendo no Legislativo brasileiro, que conta vitória com a submissão do Supremo aos seus pés, diante da declaração no sentido de que a palavra final, nos caos de condenação de parlamentares, cabe ao Congresso.
A decisão do Supremo mostra a estupenda ausência de coesão entre o colegiado de alto nível, que, consciente ou inconscientemente, se divide para se permitir a excrescência da consolidação da impunidade exatamente na Casa onde mais se exigia o império do implacável combate à corrupção e à impunidade.
Há que se notar que a presidente do Supremo, nesse lastimável episódio, contribuiu de forma magnífica e espantosa, por ter liderado a Corte com invulgar maestria, de maneira diplomática e política, exatamente para mostrar os rumos da convergência da maioria ao entendimento sobre a valorização do Congresso Nacional, que agora tem o poder de decidir pela impunidade de seus integrantes, uma vez que, em momento algum, o corporativismo vai permitir a condenação de alguém, por mais grave que seja o crime por ele praticado.
Com relação aos parlamentares, o Supremo perdeu e muito a sua autoridade e recuou de maneira muito perigosa, por deixar de dar a palavra final sobre as punições aos congressistas, que tem assento na Carta Política do país, notadamente porque foi da presidente da Corte, diante da divisão dos ministros, a decisão derradeira sobre a abdicação do poder final de se punir ou não os parlamentares.
O Supremo expõe a sua evidente falta de solidez doutrinária no coletivo e permite a fragmentação de entendimentos entre seus ministros, cujo resultado vem em benefício de situação que se transforma em prejuízo para o interesse público, a exemplo da declaração do direito do Congresso de decidir pela punição ou não de seus integrantes.
À toda evidência, a decisão adotada pelo Supremo Tribunal Federal, de conceder hegemonia ao Congresso Nacional, tem o condão de contrariar profundamente o sentimento dos brasileiros, que ansiava, ao contrário, com a moralização da administração pública, que foi fragorosamente derrotada, em benefício da corrupção e da impunidade, absolutamente na contramão da história, que caminhava sob os bons fluidos do combate à criminalidade, em especial no âmbito dos congressistas. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 25 de novembro de 2017

Autêntica falta de caráter

Uma senhora, de Itumbiara (GO), cega do olho direito, por conta de um glaucoma, espera, por um ano e meio, em fila do Sistema Único de Saúde (SUS), por cirurgia para não perder a visão do olho esquerdo.
Questionado pela equipe de reportagem da TV Anhanguera sobre a demora do procedimento, o médico oftalmologista disse que só faria a operação no dia em que “ele quisesse”.
Sem saber que tinha sido gravado, o médico ainda foi indelicado com a repórter, ao afirmar que “Vocês ficam me aporrinhando. Sabem que dia que eu vou operá-la? O dia que eu quiser. Sacou? Vai comer m...!”.
O caso ocorreu no Instituto de Olhos de Itumbiara, clínica pertencente ao médico, que é credenciada ao SUS, mas, por telefone à TV Anhanguera, o médico negou a declaração registrada em vídeo, ou seja, além de estúpido e mentiroso, por não assumir a sua indelicadeza, demonstrando que é realmente profissional antiético e sem moral.
A paciente pouco enxerga e só anda com a ajuda do marido, que sustenta a família com o dinheiro de um salário mínimo, ou seja, a dependência dela ao SUS é completa, não tendo alternativa senão esperar a boa vontade de médico desumano.
Além dela, há 20 pessoas que estão na fila de espera por idêntico procedimento cirúrgico, que certamente deve ter a mesma falta de atenção por parte desse médico insensato.
          Depois da terrível repercussão de sua declaração absurda e grosseira à equipe de reportagem, o médico disse que a paciente “deve ser operada talvez até o final de novembro ou em meados de dezembro, a gente possa estar fazendo a cirurgia dela”.
Não obstante, felizmente sensibilizados com a monstruosidade do referido oftalmologista, dois médicos de clínica particular se ofereceram para operar a paciente, que deverá ocorrer nos próximos dias, totalmente de graça, cujos profissionais pediram para não terem seus nomes revelados.
No contexto da realidade do mundo civilizado, que ainda não apareceu para esse médico elitista e insensível ao sofrimento humano, é de toda conveniência que ele seja, no mínimo, investigado pelo Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), com vistas e se verificar a correção de suas atividades profissionais, de modo que seja possível se aplicar alguma forma de penalidade, em razão do se seu visível descaso para com a paciente objeto desse episódio deplorável, ocorrido em pleno século XXI, onde a humanidade já evoluiu de forma extraordinária, mas o profissional pivô dessa barbárie ainda não a percebeu, estando bastante distanciado dessa notável realidade. 
Em termo de justiça, seria ideal que Cremego o suspendesse das atividades profissionais, pelo menos, pelo mesmo período da espera na fila pela paciente, para ser operada, exatamente pelo período de um ano e meio, além da aplicação de multa pecuniária, evidentemente com a suspensão do alvará de funcionamento da clínica, pelo órgão competente, como forma de lição disciplinar e pedagógica, tanto para ele como para os péssimos profissionais que ainda mostram insensatez e insensibilidade para cometer procedimento de extrema crueldade com o ser humano, que certamente ele não gostaria de ser tratado pelo forma como ele fez com essa humilde senhora, que ainda dependia dele e esperava pacientemente pelo socorro dessa importante e urgente cirurgia, que certamente ela já teria sido feita há bastante tempo, há mais de ano, se ela fosse realizada mediante pagamento particular, o que demonstra a augtêntica falta de caráter desse e de outros profissionais credenciados pelo SUS.
É lamentável que profissão tão nobre como a de medicina ainda tenha gente tão mesquinha e indiferente ao sofrimento humano, muito bem representada no caso em comento, que só contribui para empobrecer a sua dignidade e mostrar que nem sempre o médico tem coração humano, capaz de compreender a nobreza do dom que Deus lhe foi dado para a exclusiva prática do bem.
Mas, ao mesmo tempo, Deus mostra a bondade vinda do coração amigo e acolhedor de pessoas sensíveis, que sabem que a sua missão é a de realizar a vontade do bem comum, na pessoa desses dois médicos de coração generoso, abençoado pelos anjos magnânimos, que merecem os aplausos por seu ato de amor bondoso ao seu semelhante.       
           A propósito, eis o Juramento do pai da medicina, Hipócrates: "Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes. Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva. Conservarei imaculada minha vida e minha arte. Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam. Em toda casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução, sobretudo dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados. Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça.".
É preciso que o médico insensato e desumano releia o célebre juramento de Hipócrates, que certamente foi por ele pronunciado no ato da sua formatura, para que os seus ensinamentos sejam relembrados e ele possa “gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre os homens;”, pondo em prática os melhores sentimentos de profissionalismo, humanismo, civilidade e responsabilidade no importante cumprimento dos ensinamentos da ciência médica. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 25 de novembro de 2017

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Atitude de pura mediocridade

A Associação Nacional dos Procuradores Municipais informou que “apenas 4 vaiaram o juiz federal Sérgio Moro e 800 o aplaudiram de pé”, durante evento realizado em Curitiba, no Teatro Ópera de Arame.
A entidade revelou preocupação com as informações de que a palestra de Moro foi cercada por hostilidades e protestos.
Um procurador do município em Curitiba e coordenador-geral do congresso promovido na capital paranaense, base e origem da Operação Lava-Jato, declarou que “Moro foi aplaudidíssimo”.
Ele ressaltou que os quatro manifestantes são procuradores municipais em Fortaleza e que “O site O Antagonista mostrou que um deles, o Guilherme (Rodrigues), participou da manifestação pró-Lula (em março, quando o ex-presidente foi interrogado por Moro) aqui em Curitiba”.
O coordenador-geral do congresso disse que “esse grupo já vinha preparando” o protesto. “São quatro procuradores ligados ao PT e ao PCdoB. Eles acham que Moro acabou com o plano do Lula. Queriam tirar Moro do XIV Congresso da Associação Nacional dos Procuradores Municipais. Quatro vaiaram, a grande maioria levantou-se e aplaudiu de pé o juiz, que fez uma palestra (sobre corrupção) magnífica. O evento é um sucesso, não houve protestos, nem bem chegou a ter vaias, apenas desses quatro, que gritaram ‘vergonha’. Entre eles estava o Guilherme, que coordenou a manifestação pró-Lula, como mostrou o site O Antagonista. Mas foi só isso.”.
O coordenador do evento dos procuradores destacou que um ex-prefeito de Curitiba, um dos palestrantes do congresso, “enalteceu todo o trabalho do juiz Sérgio Moro”.
O coordenador-geral do congresso disse que, desde o momento em que o magistrado confirmou sua presença no evento, “quatro pessoas, com nome e sobrenome, anunciavam que queriam fazer a manifestação”, cujo fato foi comentado com ele sobre a presença dos manifestantes e que poderia haver algum tipo de manifestação, mas o juiz disse que, “Desde que não atrapalhe a minha palestra não vejo problema, não me oponho”.
Não é muito comum que procuradores, que, em essência, têm o dever de defender o interesse público, se oponham, de forma explícita, ao trabalho de magistrado que objetiva, com sacrifício pessoal e o mais puro espírito público, a moralização da administração pública e o combate à corrupção e à impunidade
Esse lastimável episódio dá percepção cristalina sobre o nível desses profissionais que confundem o privado com o público e que eles não passam de antiprocuradores e não têm o mínimo direito de ser considerados servidores públicos, eis que suas atitudes em defesa da devassidão criminosa, por onde foram desviados recursos públicos, representam exatamente a antítese de profissionais pagos pelos contribuintes para trabalhar exclusivamente em benefício do bem comum e do interesse da sociedade e em defesa da dignidade da administração pública.
Não que o juiz da Lava-Jato possa ser vangloriado como o suprassumo do Poder Judiciário, em razão do seu reconhecido trabalho em prol do interesse público, porque ele apenas cumpre o seu dever como servidor público, como magistrado, pago para isso, mas termina sendo assim considerado graças à existência de Justiça que, por muito tempo, sempre ostentou o símbolo de anacronismo, emperramento e impunidade.
Eis que, de repente, surgiu aquele magistrado destemido, corajoso, gigante, dinâmico, capaz, inteligente, trabalhador, esforçado, que lidera, com brilhantismo, força-tarefa intrépida, com capacidade transformadora dos velhos hábitos da Justiça, passando a imprimir, em nome da lei, dinâmica jamais vista na histórica do Poder Judiciário brasileiro, sendo considerado servidor público que cumpre com notório saber a sua espinhosa missão de defender o patrimônio dos brasileiros, por meio do implacável combate à corrupção e à impunidade, de forma imparcial e justa, conforme mostram suas sentenças que são confirmadas à quase unanimidade pelo tribuna revisor, a segunda instância.
O resultado de seu trabalho é apenas espantoso e significa gigantesco avanço, em termos de resultados consistentes e positivos, tendo desvendado teia de organização criminosa incrustada em partidos políticos e em empreiteiras, com a finalidade de desviar recursos da Petrobras, conforme mostram as investigações que dão conta de mais de centena de condenações de corruptos e da recuperação de milhões de reais para os cofres da estatal.
A atitude de inconformismo e de insatisfação demonstrada por alguns péssimos procuradores, apenas por incontestável motivação político-partidária, simboliza o sentimento de antibrasileiros contrários às medidas eficazes de moralização tão importantes e necessárias aos interesses nacionais, que, ao contrário, precisam do apoio e do incentivo dos brasileiros honrados, que acreditam no trabalho sério e construtivo de profissionais verdadeiramente dignos de integrar as respeitáveis carreiras de servidores públicos.
É extremamente lamentável que quatro procuradores sejam contrários ao fantástico trabalho aplaudido, de pé, por outros oitocentos procuradores presentes ao congresso em referência, além da convergência de expressiva parcela de brasileiros nessa forma de estímulo ao trabalho completo de méritos, o que dá a verdadeira dimensão da mediocridade, bestialidade e imbecilidade daqueles verdadeiros antipatriotas que defendem, com unhas e dentes, a continuidade da corrupção e da impunidade na administração pública, evidentemente em benefício de políticos que traíram a confiança da população, ao integrarem e até liderarem organização criminosa com essa torpe finalidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 24 de novembro de 2017

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Puro escárnio

O que já estava delineado, terminou exatamente como queria o Centrão, em entregar à sua facção, como forma de loteamento, o Ministério das Cidades, alvo da maior cobiça entre os partidos que o integram, a um parlamentar que se disponha a oferecer amplas condições para atender às reivindicações dos congressistas amigos, eis que se trata de pasta onde se concentra parcela expressiva de recursos destinados ao atendimento também dos projetos dos parlamentares.
Essa foi a forma sábia e simplista, ao estilo transverso encontrada pelo presidente da República para agradar a chamada base aliada composta pelo famigerado Centrão e diminuir a resistência à aprovação da tão ansiada reforma da Previdência, em mais uma demonstração deprimente do balcão de negociata do Planalto, em reforço do vergonhoso toma lá, dá cá, que se consolida em torno da necessidade da aprovação de projeto do governo. 
A situação fisiológica chegou ao auge da indignidade, quando se cogitou a divisão daquele ministério para atender às várias legendas, diante da tremenda cobiça pelos cargos que poderiam se encaixar, de forma pontual, aos interesses do Centrão, com a fragmentação de uma em várias pastas menores, que teria o condão de atender aos abutres do Congresso, que brigam eterna e desesperadamente por cargos na Esplanada.
O nome de consenso já foi encontrado, que coube ao presidente da Câmara dos Deputados a primazia e a regalia da indicação, como forma de agrado do presidente do país a ele, que pretende que a reforma da Previdência finalmente tenha tramitação facilitada, com mais esse indecente agrado do Palácio do Planalto, em nome do recriminável toma lá, dá cá, como se essa excrescência fizesse parte do ritual normal na República, porque todos se lambuzam nessa indescritível pratica.
Comenta-se que o ministério em questão, que vinha sendo comandado por um deputado tucano, teria sido estruturado para facilitar o atendimento das questões do interesse do PSDB, evidentemente à revelia do presidente do país, cuja situação chegou à exaustão, com rebelião no Centrão contra as manobras do antigo titular da pasta.
Diante dessa vexatória situação, o então ministro havia sido convocado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para explicar eventual direcionamento de ações da pasta, como o Minha Casa, Minha Vida, para o atendimento de redutos eleitorais de tucanos.
          Os atos do presidente do país beiram à mais desprezível maneira de gestão pública, como o indigno loteamento de ministérios e empresas estatais, em que se nomeia o seu titular pelo valor meramente político-eleitoral, em completo desprezo ao critério da competência e da experiência que são indispensáveis para o desempenho de cargos de assessoramento do presidente, no primeiro escalão de governo, de quem se exige o mínimo de comprometimento com a causa pública, mas a única certeza que se tem é a de que o titular terá apenas o compromisso de ser fiel aos princípios estabelecidos pelo Centrão, no melhor possível do atendimento às reivindicações de seus integrantes, fato esse extremamente inadmissível, por não se harmonizar com o atendimento do interesse público.
          Nesse ponto, não há a menor dúvida de que o Brasil se firma como verdadeira republiqueta, por demonstrar desprezo aos comezinhos princípios da valorização e da eficiência na administração pública, que é aviltada, de forma reiterada, por quem tem o dever constitucional de defender os interesses da integridade, moralidade e dignidade republicanas.
É indiscutível que a entrega de ministério, em forma de simples loteamento, constitui verdadeiro escárnio, em clara negação aos mais sagrados princípios que devem ser observados pelos agentes públicos, como forma de moralização pública.
          Trata-se de mais uma implementação de ato da República que tem o condão de afrontar gravemente os princípios republicano e democrático, para o que se exige, no mínimo, investigação por parte dos órgãos de controle e fiscalização, diante do indiscutível ferimento das normas de administração orçamentária e financeira, com vistas à identificação de responsabilidades de quem tenha contribuído, de forma clara e efetiva, para os prejuízos causados ao erário. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 23 de novembro de 2017