domingo, 31 de outubro de 2021

Vergonha nacional?

 

Com a finalidade exclusiva para tentar blindar o presidente da República, obviamente com o objetivo de se manter a imunidade dele, o que vale dizer definitivamente ficar impune, caso ele não seja reeleito, o famigerado e desprezível Centrão articula a criação, pasmem, do cargo de “senador vitalício”, cuja proposta de Emenda à Constituição teria o condão de “beneficiar” ainda, precisamente pelo vergonhoso e repudiável jeitinho brasileiro os ex-presidentes da República.

Segunda a reportagem, a aludida informação teria sido revelada por duas importantes jornalistas da área política, com trânsito no Congresso Nacional, por meio do podcast Papo de Política, do g1, cujo notícia reverberou nas redes sociais.

 A verdade é que, sem o foro privilegiado e sem exercer cargo com foro especial, o atual presidente do país corre sim sério risco de responder por crimes cuja autoria é atribuída a ele, por suspeita da prática de desvio de função, diante de omissão ou ação devidamente coligidas por meio de investigações, como, por exemplo, a prática de “rachadinha” em seu gabinete, quando ele era deputado federal.

Além de outros atos envolvendo suspeitas de práticas irregulares, o presidente do país é acusado da autoria de nove crimes pela Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou os atos do governo, no combate à pandemia do coronavírus, tendo constatado que o mandatário foi negligente e o enquadrou como agente público passível de mais investigações, com vistas à confirmação ou não sobre os graves crimes, a saber: a) prevaricação; b) charlatanismo; c) epidemia com resultado morte; d) infração a medidas sanitárias preventivas; e) emprego irregular de verba pública; f) incitação ao crime; g) falsificação de documentos particulares; h) crime de responsabilidade; i) crimes contra a humanidade.

Segundo as mencionadas jornalistas, o Centrão compreende que o presidente do país, tem a proteção, agora, do procurador-geral da República e do presidente da Câmara dos Deputados, mas, sem a imunidade inerente ao cargo público e sem a “proteção” dos aliados, ele correrá enorme risco de ser julgado, condenado e, possivelmente, preso, ante a diversidade dos supostos crimes, que podem se confirmar, cuja autoria vem sendo atribuída a ele, à vista de fatos investigados.

Segundo uma das jornalistas, o cargo de “senador vitalício” não necessariamente teria espaço para votações nas decisões da casa, mas poderia discursar e emitir opiniões, ou seja, seria um cargo meia tigela, com o rotulagem de fajutice da pior espécie, apenas para ser usado especificamente para a proteção de criminosos de colarinho branco e outros bandidos que militam na política, sem a menor responsabilidade para prestar contas sobre seus atos à sociedade.

Os homens públicos dignos, honrados, honestos, éticos e merecedores do respeito da população assumem seus atos e os prestam contas quando à aplicação dos recursos pertinentes, exatamente em nome da firmeza de caráter de ser autêntico no exercício de cargos públicos eletivos, que têm como únicos e verdadeiros propósitos a defesa e a satisfação do interesse público, na forma do ordenamento jurídico pátrio e nos termos dos princípios republicano e democrático.

Com a finalidade de materializar e consolidar os planos imorais, satânicos e maquiavélicos, o presidente do país está avaliando o partido para se filiar, com vistas à sua candidatura à reeleição, já tendo, entre as principais possibilidades em vislumbre, o PP e o PL, que são, inacreditável mesmo, agremiações integrantes logo do degradante Centrão, que já se preocupa, com bastante antecedência, com o futuro tranquilo do homem mais ético do planeta, em mera analogia com outro famoso político, que se diz o mais honesto do mundo.

Caso o político com o mínimo de princípios moral e ético recebesse proposta no sentido de ser beneficiado com a blindagem da impunidade, certamente que ele somente teria a alternativa de ignorá-la, repudiá-la e menosprezar todos os idealizadores de ideia mais ridícula, vil e degradante do mundo da política, porque seria assim que se comportariam os verdadeiros políticos.

 Isso representa a exata institucionalização de medida que simplesmente torna o homem público verdadeiro verme e instrumento do submundo da politicagem que as pessoas honradas e dignas vêm implorando há muito tempo pelo seu sepultamento da mentalidade doentia dos homens públicos.

A impressão que se tem, de antemão, é a de que o presidente da República, que prima pela moralidade na administração pública, logo vai se pronunciar para rechaçar terminantemente qualquer medida de exceção, em especial, com o propósito de o beneficiar diretamente, porque agindo assim ele mostra que prefere defender até a morte a legitimidade de seus atos, mesmo se for obrigado a cumprir pena de condenação, porque é assim que se imagina para a sua índole de verdadeiro homem público.

Em princípio, fica muito evidente que aquele grupo político imagina que o presidente brasileiro vem praticando atos irregulares e, em razão disso, ele precisa ser protegido permanentemente, inclusive depois que deixar o cargo, fato este que apenas expõe a fragilidade dos princípios da moralidade e da dignidade na administração pública, à vista da necessidade de proteção para quem pratica atos irregulares.

O Brasil precisa de medidas no sentido contrário do que são imaginadas por mentes podres, mais necessariamente com a obrigatoriedade do zelo com a coisa pública e da responsabilidade dos gestores públicos, sem iniciativa deprimente como essa pretendida pelo principal grupo aliado do governo, declaradamente para a blindagem de homem público que, ao contrário, precisa ter dignidade para assumir seus atos, inclusive prestando contas à sociedade e justificando a boa e regular prática inerentes a eles.   

Enquanto isso, trata-se, mais uma ideia nitidamente cancerosa que brota no seio da política brasileira e a todo momento turbina o seu ambiente com as mais terríveis e trágicas criações engenhosas para servirem de instrumento da desavergonhada impudência, no sentido da disseminação da impune desmoralização que tem sido o apanágio dos aproveitadores do dinheiro público, dos desonestos e, enfim, dos homens públicos da velha política, que não perdem a pose, mesmo no seu papel principal de ator carcomido pelo vírus da desmoralização.

Pelo tanto que se fala do comportamento desse grupo político símbolo do podre e ultrapassado fisiologismo, essa triste e incrível proposta não constitui nenhuma novidade, porque ela apenas confirma a sua verdadeira índole de oportunista em todos os sentidos vislumbrados pela política, que vem sendo utilizada por miserável grupo para o benefício de seus integrantes, de maneira a mais explícita e natural possível, porque é justamente nessa seiva da degradação moral que seus integrantes se alimentam e se nutrem, conforme mostram o fatos, à saciedade.

Poderia até se indagar, por questão do sentimento próprio da estranheza humana, diante de situação degradante, em termos de princípios, mas qual é mesmo a culpa que tem esse poderoso grupo político integrado por homens públicos sem a mínima qualificação ético-moral e a resposta viria com o lapidar de extrema lucidez, qual seja, absolutamente nenhuma, porque eles têm carta branca da sociedade para a soberania das suas ações e decisões, inclusive para aprovar e implantar na administração pública brasileira monstruosidades como essa?

A legitimidade para a plena autonomia da transformação do Brasil em verdadeira pocilga política tem a soberana chancela dos brasileiros, que são investidos da competência constitucional para eleger seus representantes políticos, por meio do sufrágio universal, que se reveste de autêntico e legal garantidor dessa esculhambação oficializada.

A verdade é que os congressistas integrantes do Centrão foram eleitos pelo povo, sim, repita-se, exatamente pelo povo, que tem plena consciência em quem vota e elege, não importando com o que o partido do seu candidato vai fazer com o seu voto.

É notório que o resultado é precisamente esse que está aí, onde os parlamentares se associam em comum acordo para a disseminação de ideias as mais imundas e indignas da vida pública, como essa de blindar político já com a certeza de protegê-lo sobre suspeitas de atos revestidos de irregularidade, que ficam desobrigado de burlar a exigência legal da prestação de contas sobre os seus atos na vida pública, embora estes deveriam ser revestidos somente das práticas tendo por base os princípios da legalidade, da moralidade e da probidade.

Diante dessa deplorável situação de serena e contumaz imoralidade da vida pública brasileira, não adianta sequer a insinuação de reclamação, repúdio e muito menos estrebuchamento pelo terrível e desanimador status quo, porque a única medida razoável e possível para o saneamento dessa pouca-vergonha é tão somente os eleitores criarem vergonha na cara e aprenderem a votar corretamente, por meio da escolha de homens públicos dignos e cônscios dos seus deveres cívico e patriótico de honrarem os verdadeiros princípios institucionais da política.

Urge que os eleitores somente elejam seus representantes para o exercício de cargos públicos eletivos que efetivamente se comprometam a trabalhar em defesa do interesse público, evidentemente aqueles políticos que não integrem os partidos do Centrão, porque estes já são eleitos com o firme propósito de formarem o maior clube dos sem-vergonha do planeta, à vista de medida como essa da criação de cargo de “senador vitalício”, que tem a característica de excrescência própria das piores republiquetas.           

Brasília, em 31 de outubro de 2021

sábado, 30 de outubro de 2021

Vexame brasileiro?

 

O presidente da República brasileiro se encontra em Roma, na Itália, para participar da reunião do G20, neste fim de semana.

O presidente brasileiro está enfrentando resistência para visitar a basílica de Santo Antônio, em Pádua, por parte de religiosos, conforme nota da diocese local, que afirma que não está disposta a recebê-lo de maneira oficial.

A diocese deixou bem claro que, caso o presidente brasileira queira visitar a basílica, será como qualquer outro peregrino, sem nenhuma pompa oficial de praxe normalmente dedicada às autoridades de outros países.

A aludida medida é apoiada pelo prefeito de Pádua e pelo bispo local, o que bem demonstra o desprestígio do mandatário brasileiro, pelo menos, nessa região.

A diocese paduana ainda destacou, em reforço no seu comunicado, que alguns religiosos da região, como, por exemplo, dois ex-padres, foram assassinados no Brasil.

Os bispos, segundo a nota, têm denunciado a "violência, a exploração da religião e devastação ambiental, além de severa crise de saúde", com sinalização de que esses fatos não condizem com a imperiosidade de reverência ao mandatário brasileiro.

Na nota, a diocese de Pádua também pede que o presidente brasileiro "promova políticas que respeitem a Justiça, saúde e meio ambiente", tendo dito, por fim, que a homenagem que se planeja ao brasileiro criou "um forte embaraço diante da voz de tantos que sofreram".

Além da recusa da visita oficial ao presidente brasileiro, há movimentos sociais de Pádua que planejam a realização de protesto em rechaço à visita do mandatário brasileiro.

Ainda na Itália, conselheiros regionais de oposição no Vêneto reivindicaram a revogação da cidadania honorária concedida ao presidente brasileiro pelo município de Anguillara Vêneta, a 80 quilômetros de Veneza, sob o argumento de que essa forma de homenagem deve ser conferida somente a "personalidades de altíssimo valor", evidentemente dizendo com isso que o presidente brasileiro tem apenas valor relativo a qualquer outro cidadão, não merecendo nenhuma distinção honorária.

O aludido título de cidadania honorária foi concedido ao presidente brasileiro sob o argumento de que um bisavô dele teria nascido nessa pequena cidade de pouco mais de 4 mil habitantes.

O comunicado dos conselheiros assinala, em forma de indagação: "Quais méritos pode ter um presidente acusado de crimes intencionais na gestão da pandemia em seu país? Além da gestão da pandemia, o presidente se distinguiu negativamente por ter dado o impulso para o desmatamento da Amazônia. Existem todas as condições para que a cidadania honorária a Bolsonaro seja retirada".

À toda evidência, trata-se de mais demonstração de reprovação internacional ao presidente brasileiro, que muito envergonha o povo comandado por ele, que coleciona manifestação de repúdio e desprezo, em razão de suspeita de má gestão, pelo menos aos olhos da opinião pública do exterior, tendo reflexo na imagem gloriosa do Brasil, por ser governado por pessoa que se permite que se façam juízo de valor bastante negativo sobre o seu desempenho à frente dos negócios brasileiros, não havendo a menor reação à altura, em forma de contestação por meio do governo.

Em termos de competência, esperava-se que o governo reagisse e não aceitasse que a imagem do presidente brasileiro fosse tão maltratada com adjetivações representativas do negativismo e de atitudes contrárias aos interesses da humanidade, fatos estes que precisam ser contestados, com veemência, para o fim de se mostrar a realidade dos fatos, como reafirmação em contrário daquelas alegações desagradáveis de pura inferiorização do governo brasileiro.    

Não há a menor dúvida de que é extremamente desagradável o presidente brasileiro deixar de ser recebido oficialmente em importante templo religioso, no exterior, o que bem demonstra a péssima condução da diplomacia tupiniquim, que permite que a principal autoridade do Brasil seja tratada com extremo desprezo fora do país, quando deveria merecer o máximo de respeito, justamente porque ele representa o país com toda a sua grandeza.

O Itamaraty tem obrigação institucional de cuidar e diligenciar com presteza e bastante antecedência, providenciando todas as medidas capazes de demover quaisquer suspeitas sobre maculabilidade atribuída ao presidente brasileiro, de modo a se evitar tamanho constrangimento moral, como efetivamente acontece nessa viagem e ficar tudo por isso mesmo, como se aceitando as graves suspeitas referentes aos fatos motivadores do inadmissível impedimento, no âmbito da normalidade.

Na verdade, a vergonha nem é tanta para o presidente do país, que demonstra conformismo e insensibilidade até mesmo para caso singelo como esse, em ele ser barrado dessa forma degradante e desrespeitosa, sob alegação da prática de atos contra a humanidade, mas sim aos brasileiros, que estranham e ficam perplexos por serem comandados por pessoa que tem o dever de bem representá-los, também no exterior.

O presidente da República precisa se conscientizar de que os acontecimentos com a sua pessoa têm reflexo direto com a imagem do Brasil e, nesse caso, não é diferente, justamente porque a sua presença no exterior, como nesse caso, não é bem aceita em situação bem particular, é verdade, em forma de protestos, mas mesmo assim em total dissonância com os princípios republicanos que somente se harmonizam com as melhores relações diplomáticas.

Ou seja, se a imagem do presidente não a das melhores também no exterior, é muito possível que realmente algo errado está acontecendo, propriamente com ele, se confirmando com as suspeitas sobre a existência de fatos cuja autoria é atribuída à pessoa dele, ou com a diplomacia brasileira, que deixa de tempestivamente rechaçá-las, por meio dos devidos esclarecimentos da verdade, acompanhados da comprovação pertinente, com vistas a nunca se chegar a tamanha humilhação de ele não ser recebido em importante instituição católica, por suspeitas de práticas erráticas na sua gestão.

É preciso que a importante lição seja aprendida pelo governo, com vistas a se evitar desastre semelhante, no futuro, porque não é bom que o Brasil volte a passar por desnecessária e desagradável humilhação.       

          Brasília, em 30 de outubro de 2021

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Belezas do sítio Canadá

 

Uma radiante foto do céu do sítio Canadá foi postada no Facebook mostrando o sol se pondo entre lindíssimas e multicores nuvens, onde tive a satisfação de escrever a mensagem a seguir, para mostrar o meu deslumbramento diante dessa magnífica obra da natureza.     

Uma tarde, ao anoitecer, não poderia ser mais romântica como essa emoldurada pela nesga do esplendoroso sol, que se põe, mas sem antes mostrar a sua genialidade de cartão postal de fantástica coloração com timbre alaranjado, parecendo que foi trabalhado à mão e carregada pela imaginação da mente humana, que desdenha dos matizes das cores, para resultar em obra-prima divinal.          

Trata de irretocável beleza da natureza, tendo por pano de fundo logo o querido sítio Canadá, que não se cansa de protagonizar seus encantos mil, em incomparável imagem, ao anunciar o término de mais um belo dia, que teria sido pródigo em garantir a satisfação de se viver nesse paradisíaco recanto abençoado por Deus.

Na foto, é possível se vislumbrar o lindamente céu pintado com cores recheadas de magia e harmonia, desde o azul anil, o branco nuvem e esse amarelo simplesmente vistoso e deslumbrante, tendo ao centro providencial espaço ovalado, a funcionar como verdadeira áurea para mostrar, em nesgas, o reflexo da luz solar do anoitecer nas águas do açude, logo à base da foto, formando o conjunto harmonioso e lindo.          

Salve as belezas do Canadá, onde há encanto por onde menos se espera, que pode ser até quando o sol se põe, carregando consigo o rastro de beleza exuberante de mais um dia.

Brasília, em 29 de outubro de 2021

As ideias de religioso

     Circula nas redes sociais vídeo bombástico supostamente atribuído a um monsenhor, do Vaticano, que tem como cerne a incitação ao resto do mundo à desobediência civil, tendo por base longa e contundente explanação acerca do combate à pandemia do novo coronavírus, na Itália, onde ele faz cronologia dos fatos e os classifica como tirânicos tudo o que aconteceu naquele país.

O religioso procura desacreditar, com veemência bem acima do normal, os procedimentos adotados pelas autoridades de saúde pública da Itália, considerando desnecessários e absurdos os protocolos médico-hospitalares, o isolamento social, o uso de máscaras e, de modo geral, as orientações preventivas, por considerar, pasmem, que a Covid-19 não difere dos demais vírus já existentes, ignorando completamente a sua terrível letalidade, bem assim as orientações científicas.

Ou seja, o monsenhor demonstra monstruosa insensibilidade, por tentar pôr culpa em tudo que foi adotado naquele país, no que se refere às medidas de controle e combate à pandemia do coronavírus, não dando crédito a nada do que foi feito em proteção da população, em especial, pelas autoridades sanitárias da Itália.

         

 

Possa até ser que o religioso esteja correto no seu intento, mas também pode ser que ele esteja divagando de maneira absolutamente irresponsável e desumana, como parece ser o caso, apenas por suposições mentais pessoalmente construídas, como outras pessoas fazem impensadamente, totalmente desprovidas de elementos consistentes, e ainda se achando os donos da verdade, quando eles apenas contribuem para a conturbação no que se refere à compreensão sobre os fatos pandêmicos, em especial quanto às medidas de combate ao vírus, que foram certamente suficientemente importantes para se evitar muito mais mortes.

É preciso notar, sobretudo, que o religioso não apresentou nada em concreto, nem estudo e muito menos trabalho científico, como algo capaz de reforçar as suas  colocações, que as considero absolutamente fora de propósito, insensatas e irresponsáveis, quando os fatos tratados por ele são estritamente da competência da área da saúde pública ou mais apropriadamente do sanitarismo, quando provavelmente ele pode até ser, se muito, especialista em assuntos de religiosidade, em cuja área ele deveria restringir as suas manifestações e ensinamentos, como forma de contribuir, em princípio, para o bem da humanidade.

Ao que tudo indica, o religioso imagina que ele esteja sobre a montanha da sua verdade, tendo o direito de espinafrar tudo e a todos, ignorando, como muitos fazem, igualmente pensando que são os únicos certos e donos da verdade, quando os fatos sobre a Covid-19 falam por si sós, mostrando indiscutível realidade do é a força mortal desse vírus.

É preciso que seja levada na devida conta o fato de que se esse suposto religioso e todas as outras pessoas que pensam como ele sabem ou têm ideia de quantas vidas humanas foram poupadas da morte com o simples isolamento social, sem se falar nas demais medidas adotadas pelas autoridades públicas, mundo afora?

Que tenham sido apenas uma, duas, mil, milhares, nem importa quantas, porque, na altura da tragédia mundial, a quantidade do tanto de morte que tenha sido evitada ou que tenha sido apenas uma, já é expressivo lucro, em razão por todo sacrifício que à sociedade tenha feito, não tendo o menor cabimento o discurso vazio desse possível religioso, que poderia ter ficado calado justamente em respeito às boas ações por parte de todos aqueles que participaram efetivamente do importante trabalho pertinente ao combate à pandemia do coronavírus.  

É de se ficar com tristeza quando pessoa que até demonstra alguma inteligente, como parece ser o caso desse religioso, apenas resolve descer impiedosas bordoadas nas autoridades públicas, quando o trabalho delas tenha sido voltado para a preservação da vida, mas a terrível avaliação de gente como esse monsenhor é de desprezo por todo sacrifício implementado pelos governantes, tendo por propósito salvaguardar os princípios econômicos e algo mais que possa ser recuperado de alguma forma depois, com o decorrer do tempo, porque a vida é tão, mas tão especial que, depois de perdida, é para sempre, não tendo mais como recuperá-la.

É sempre muito doloroso quando o pensamento de alguém imagina que seja o dono do razão e sai em defesa de tese muito mais absurda do que razoável, como a defendida por esse religioso, porque sem base legal ou científica, apenas tendo por puro sentimento do simplista “achismo” de que o mundo está totalmente errado, sem mostrar estudo, vivência sobre a matéria pertinente.

Ou seja, o religioso não se baseia em nada para sustentar a sua tese que se parece maluca, porque ele esculhamba com enorme prazer as autoridades da saúde pública da Itália, que fizeram importante trabalho de salvar vidas, enquanto o seu desejo espinafrador não se fundamenta em nada plausível.

O pior de tudo isso é que muitas pessoas ainda preferem aplaudir, precisamente porque a ideia defendida pelo religioso tem muita semelhança com outras defendidas por autoridades públicas brasileiras importantes, quando, ao contrário disso, elas teriam prestado majestosa contribuição à humanidade se tivessem ficado caladas, enquanto muitos profissionais que são injustamente criticados pelo religioso davam o maior duro e se sacrificavam no combate à pandemia.

Impende ficar claro que é preciso que haja respeito à opinião de todos, nos casos de pensamentos diferentes uns e outros, à vista dos salutares princípios democráticos, sendo muito importante, pelo mesmo motivo, que haja manifestação em contrário, diante da necessidade de se mostrar que os fatos da vida merecem ser analisados exatamente sob a ótica da racionalidade e do respeito aos princípios humanitários.

A melhor conclusão é a de que o religioso teria prestado importante contribuição à humanidade se tivesse aproveitado a sua sabedoria e seus conhecimentos e experiências religiosos apenas para sugerir medidas construtivas, certamente contrárias àquelas duramente criticadas por ele, sem a menor consistência nem plausibilidade, precisamente porque ele não provou absolutamente nada e somente jogou conversa ao vento, condenando o excelente trabalho por bons profissionais da saúde, em especial, como se ele fosse o dono da verdade, talvez querendo tentar influenciar a opinião pública mundial.

À toda evidência, o religioso em apreço poderia ter prestado relevante serviço à humanidade, evitando fazer pesadas e injustas críticas à linha de frente do combate à pandemia do novo coronavírus, que, reconhecidamente, prestou relevantes serviços à humanidade, à vista de que ele só contribuiu para conturbar a melhor compreensão sobre a verdade dos acontecimentos da vida real, além de que, sendo ele apenas religioso e não profissional da área médica ou sanitária, tudo que foi dito por ele carece de fundamentos científicos, tanto para as afirmações como para as negações.

         Brasília, em 29 de outubro de 2021

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

O valor da vida

No exato momento em que a Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid concluiu seus trabalhos de investigações e até já apresentou e aprovou o relatório respectivo, convém sim lembrar que o mandatário brasileiro, em momento algum, foi capaz de se solidarizar com as vítimas da terrível doença e os familiares delas, tendo sido sempre insensível à tragédia e nunca se preocupou em manifestar gesto mínimo que fosse de empatia ou amparo aos brasileiros que perderam a vida por causa da doença nem aos seus familiares, conforme mostram os fatos.

Diante das cobranças sobre o desempenho do governo no combate à pandemia do coronavírus, o presidente do país era sempre tomado pela irritação, quando, certa feita, não suportando tanta pressão, ele houve por bem tripudiar da situação, mas aos berros, criticando, sem dó, as pessoas afetadas pela tragédia, ao afirmar, ipsis litteris: “Vocês não ficaram em casa? Não se acovardaram? Chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando?”, outras manifestações que evidenciam o desprezo aos princípios humanitários e cristãos.

À vista do imenso e trágico martírio, bem assim o desespero que destruíram vidas, sonhos, estruturas de famílias e amigos, não poderia haver maldade maior na atitude insana e extremamente agressiva do presidente do país, porque as suas palavras são claras e diretas contra os mais puros sentimentos das pessoas, deixando à vista a sua indiferença à situação trágica construída por causa da Covid-19.

Todos viram e acompanharam o presidente do país patrocinando verdadeiro negacionismo em escala e ações efetivas de incitação ao tumulto, inclusive com a promoção de drogas ineficazes, não aprovadas pelas autoridades científicas, pregação contra o uso de máscaras, de inconsequência e descaso na compra atrasada de vacinas, de pouco caso e demora deliberada no fornecimento de oxigênio em resposta à tragédia de Manaus, que também redundou em muitos óbitos.

Diante de toda sorte de irresponsabilidades na condução das medidas destinadas ao combate do coronavírus, o presidente do país ainda teve a insensibilidade de manter no cargo de ministro da Saúde pessoa leiga em saúde pública ou sanitarismo, quando o especialista na área poderia ter contribuído bem melhor, com a sua experiência, para a adoção de medidas capazes de salvar vidas humanas.

Tudo em incursão natas de autoridade pública que jamais se preocupou com a saúde e a vida dos brasileiros, conforme mostram os fatos, que são ricos em negligências, em se tratando de grave pandemia com vírus extremamente letal, que exigia cuidados mais do que especiais para o seu combate, ante a importância da vida dos brasileiros.

No embalo da incompetência administrativa, kits de exames de     Covid apodreceram por força do vencimento da sua validade, nos almoxarifados do governo, exatamente porque não foram distribuídos para o uso, em que pese a premente necessidade do seu emprego nas unidades de emergência.

Do mesmo modo, equipamentos e medicamentos também deixaram de ser distribuídos, em atendimento às redes de saúde do SUS, em detrimento da saúde dos brasileiros, sem que se tenha conhecimento sobre alguma punição aos agentes públicos envolvidos, porque se trata de danos causados aos cofres públicos, que a lei exige a devida reparação, inclusive de ressarcimento dos prejuízos.

Com base em filigranas jurídicas, a Comissão de Inquérito do Congresso concluiu por pedidos de indiciamento do mandatário do país e de quase 80 envolvidos, diante do entendimento de que houve negligência no combate à pandemia do coronavírus, por parte de autoridades públicas e empresas, e que é preciso que haja aprofundamento das investigações para, se for o caso, a aplicação das devidas sanções legais aos verdadeiros culpados pelos crimes elencados no relatório.

Na verdade, embora o presidente se julgue absolutamente imune à atribuição de falha ou omissão, há, na realidade, o conjunto de atos com característica de destruição dos princípios humanos atribuíveis a ele, que, ao menos aos olhos de muitos brasileiros, parece vislumbrar a necessidade do aprofundamento das apurações, de modo que, por meio da transparência, possibilite à definitiva conclusão de que tenha havido negligência ou não no combate à pandemia do coronavírus, por parte do governo.

O certo é que, movido pelas costumeiras empáfia e prepotência que lhes são peculiares, o presidente da República houve por bem reagir de forma jocosa, apenas fazendo indagação, em tom de afirmação a respeito da conclusão da CPI, tendo disparado o seguinte, verbis: “você acha que vou me preocupar com CPI? Tá de brincadeira”, dando a entender que ele leva tudo muito sério e que os brasileiros estão de brincadeira.

Nesse caso, certamente deve ser sim o comportamento de indiferença do presidente do país, em relação às investigações da CPI, mas ele simplesmente esquece que, se quiser, nem precisa ligar para a gravidade dos fatos apurados, mas, por força da liturgia do cargo que ele ocupa, o ordenamento jurídico-legal brasileiro o obriga a prestar contas à sociedade, na melhor forma de justificar  e esclarecer os casos inquinados, em princípio, de irregularidades, cuja autoria é atribuída ao mandatário do país, cujos fatos se apresentam em nível de repugnância de governo que é acusado de errático, mas, ao contrário, no direito de sequer se preocupar com o que foi apurado pela CPI.

Não há a menor dúvida de que os fatos levantados pela CPI, se verdadeiros ou não, exigem seriedade de tratamento e a única forma de efetividade com relação a isso é a transparência, por meio de medidas que mostrem a regularidade de caso a caso sobre as negligências apontadas por parte do governo, servindo até mesmo para escrachar a incompetência do desempenho da CPI, com o apontamento dos possíveis absurdos protagonizados por ela, na eventual indicação de situações inconsistentes e indevidas, tendo por finalidade acusar o governo por atos não cometidos por ele e isso precisa ser mostrado, com a maior presteza possível, pela parte denunciada, como forma de respeito às vítimas, às famílias e aos brasileiros, porque isso ainda é o mínimo que o governo precisa mostrar, em termos de grandeza moral da sua autoridade, em harmonia com os princípios da competência, da eficiência e da responsabilização de incumbência constitucional do verdadeiro estadista.

Este momento é de suma importância para o presidente da República ter a humildade de calçar as sandálias do bom senso e da racionalidade, não para reconhecer que errou, mais sim para ter o altruísmo de se submeter ao processo em que o seu governo foi acusado de ter sido negligente no combate à pandemia do novo coronavírus, com vistas a ter a dignidade de rebater fato por fato, com a apresentação de provas cabais e convincentes, de modo a mostrar à sociedade a licitude caso por caso sobre os atos praticados, em forma de tentativa de demolição das graves acusações, para que, ao final dos julgamentos possa ficar provado que o governo é vitorioso e teria agido com competência e responsabilidade, por ter, ao contrário das muitas e robustas acuações, desempenhado eficiente e operoso cuidado da saúde e da vida dos brasileiros.

          É preciso lembrar, em especial, que se encontra em jogo a ferrenha luta pela vida humana, onde todo empenho precisa ser devotado, quanto mais agora, no sentido de que nenhum fato objeto de investigação fique sem a devida justificativa, diante da importância das questões levantadas, mesmo que alguém considere que CPI foi verdadeiro circo, que pode até sido, mas o objeto dela se resume na vida de brasileiro e por isso é preciso mais seriedade, no sentido de se encarar com respeito os resultados da comissão, porque o despreza a eles somente evidencia a forma mais vil de banalização de desamor à vida.

Em se falar em preservação de vidas e em se tratar sobre fatos inerentes às pessoas que morreram, tem-se em mente que não tem cabimento nenhuma forma de disputa senão de se buscar a suprema sabedoria no sentido se esclarecer e justificar o que houve realmente de errado e se houve, com vistas a se evitar que haja novas mortes por faltas evitáveis.

Os brasileiros de boa vontade e que têm amor no coração esperam que o presidente da República desça do seu pedestal de arrogância e insensibilidade, para o fim de reconhecer a real grandeza dos princípios humanitários, de modo que os assuntos referentes à pandemia, inclusive os resultados da CPI, sejam examinados, discutidos e resolvidos em ambiente de civilidade e responsabilidade como normalmente fazem os nobres e verdadeiros estadistas, que compreendem a real importância da vida humana e, sobretudo, o significado da existência do chefe do Executivo.

          Brasília, em 28 de outubro de 2021 

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Desvio de função?

 

O presidente da República, em perfeita harmonia com o seu pensamento negacionista, em live, dias atrás, citando notícia falsa, disse, pasmem, que as vacinas estão antecipando a Aids nas pessoas.

Por incrível que possa parecer, mas é verdade que o presidente do país tenha dito que “As pessoas totalmente vacinadas estão adquirindo Aids antes do previsto”.

Caso o estudo citado tivesse sido verdadeiro, o conteúdo da matéria era totalmente mentiroso, inverossímil, porque jamais seria possível vacina causar ou “antecipar” o contágio de doença que se adquire por meio de sangue contaminado, como é o caso da Aids, conforme é do conhecimento do mundo leigo.

O fato mais esdrúxulo de tudo isso seria o significado da notícia em si, quando se anuncia que as pessoas estariam “adquirindo Aids antes do previsto”, dando a entender, com absoluta clareza, que elas, mais adiante, fatalmente serão contraminadas com a terrível doença, que tanto martirizou e ainda preocupa as pessoas infectadas por ela.

À toda evidência, trata-se de notícia absolutamente insensata e até desumana, principalmente partindo da principal autoridade do país, que tem o dever constitucional de somente dá boas notícias ou mesmo de ficar calada e tranquilizar a população em geral.

Não há a menor dúvida de que é possível se contrair doença virótica, mas existe algo muito trágico na firmação presidencial sobre a contração de Aids por pessoas que se vacinarem contra a Covid e mais grave ainda é esse perverso efeito colateral causador de Aids, que é algo absolutamente imaginável e impossível, no mundo da ciência.

          O presidente do país, pelo tanto de atos protagonizados de negativismo sobre a Covid-19, já deveria ter aprendido, para o bem dos brasileiros, que a desinformação tem o condão de causar péssimo serviço à sociedade, o que recomenda que ele tenha o mínimo de sensibilidade para evitar fazer afirmações desagradáveis e absurdas como essas, porque elas são contrárias aos princípios da seriedade e da humanidade, que devem permear a credibilidade do verdadeiro estadista.

É deplorável que o presidente da República não tenha a menor sensibilidade para perceber o tamanho da monstruosidade que isso significa, quando se produz informação totalmente desvirtuada da realidade científica, exatamente porque muitos ingênuos, seguidores ou não dele, podem acreditar em absurdo como esse, totalmente fora da realidade científica, que terminam deixando de tomar vacina ou desaconselhando pessoas em não tomarem, cujo resultado é o pior possível para a população.

Convém que o presidente da República se conscientize de que ele precisa se ausentar completa e definitivamente dos assuntos que não lhe dizem respeito e passar a cuidar exclusivamente das questões relacionadas com as funções do cargo, porque assim ele passa a prestar o normal serviço para o qual ele foi eleito.

Aliás, isso é apenas a obrigação primacial dele, porque não faz o menor sentido que a principal autoridade do Brasil fique, a todo instante, se imiscuindo em assuntos que precisam ser cuidados apenas por especialistas e autoridades incumbidas da prestação da saúde pública de qualidade.

Finalmente, convém que seja ressaltado o princípio humanitário segundo o qual “a melhor forma de educar é pelo exemplo”, afirmação esta que foi ampliada pelo médico francês Albert Schweitzer, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 1945, que disse: “Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros: é a única.”.

Na verdade, os bons exemplos não são disseminados somente por meio de palavras, mas, sobretudo, mediantes atitudes e comportamentos dignos de enobrecimento dos princípios humanitários, até mesmo quando há a prevalência do silêncio sobre assuntos que não estão sob o domínio da autoridade pública, como no caso em comento, em especial com relação aos temas da ciência, porque eles podem ter importante influência na vida humana.

Espera-se que o presidente da República se desperte dessa demência intelectual, o quanto mais breve possível, de modo a compreender a importância das reais funções institucionais destinadas ao verdadeiro mandatário do Brasil, no sentido mais puro do atendimento sobre os anseios dos brasileiros, com o espírito de nobreza de somente praticar o bem comum, evitando se imiscuir em questões fora da sua competência institucional.

Brasília, em 27 de outubro de 2021

terça-feira, 26 de outubro de 2021

A alma brasileira

 

O ex-juiz que presidiu a Operação Lava-Jato e ex-ministro da Justiça deve se filiar ao partido de nome Podemos, com evento marcado para o próximo dia 10, cuja solenidade deverá ocorrer em Brasília, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Oficialmente, o assunto ainda é tratado sob reserva pelos ex-ministro e partido, uma vez que o jurista ainda tem contrato de consultoria com grande empresa norte-americana, com vigência até o último dia do fluente mês, quando somente depois disso ele poderá se movimentar normalmente sem as peias legais, para tratar de assuntos políticos, quando se imagina que ele irá deflagrar os preparativos para a sua companha eleitoral que for escolhida.

O pensamento do Podemos é no sentido de que o ex-ministro lidere o projeto eleitoral da terceira via, para se opor ao atual presidente do país e ao ex-presidente da República petista, mas o ex-juiz também tem nos seus planos a possibilidade de concorrer à vaga no Senado Federal, caso descarte a disputa direta ao Palácio do Planalto.

Em seu artigo semanal publicado em uma revista, o ex-ministro já adotou postura de preocupação com a crise econômica e com as manobras do governo para driblar o teto fiscal e bancar o Auxílio Brasil.

O ex-ministro disse, nas redes sociais, que “Em meu artigo na Crusoé, destaco a relação entre os retrocessos no combate à corrupção e a disparada da inflação. Com uma agenda pública focada em interesses pessoais e não no bem comum, é impossível conciliar estabilidade econômica com avanços sociais”.

O ex-ministro deixa clara a sua preocupação com a ameaça à política fiscal que vem sendo feita pelo governo, tendo escrito o seguinte: “Se a política fiscal perde a credibilidade, a consequência imediata é o aumento dos juros e a elevação da inflação, medidas que afetam a todos indistintamente, mas que inegavelmente atingem mais fortemente as camadas mais pobres da população, que não têm mecanismos de proteção contra juros e inflação elevadas. O governo dá com uma mão, que é normalmente ineficiente, e tira com a outra, essa implacavelmente eficaz. O que se demanda é diminuir os desperdícios, realocar despesas e focar políticas sociais no que é prioritário, além de torná-las eficientes. Controlar a inflação, como se fez com o Plano Real, assim como prevenir e combater a corrupção, como seções durante a Lava Jato, são conquistas civilizatórias”.

O jurista veio ao Brasil com a finalidade de conversar com políticos e tratar sobre a viabilidade da sua disputa eleitoral, tendo começado os contatos, como não poderia ser diferente, com a cúpula do Podemos, em Curitiba, em reunião com políticos paranaenses, de quem ouviu a garantia de que a legenda está de portas escancaradas para acolher qualquer projeto político do qual ele queira participar, se candidatura à Presidência da República ou ao Senado.

O ex-ministro pretende avaliar o cenário político nacional para, conforme as melhores viabilidades, ser candidato de oposição às candidaturas da polarização já em adiantado processo eleitoral, mas, enquanto isso, permanece a dúvida se ele está realmente disposto a concorrer ao Palácio do Planalto ou ao Senado, porque, nesta última opção, são menores os desgastes e mais tranquila a possibilidade de vitória.

Não há a menor dúvida de que, diante do atual quadro político, com a flutuação do mar em plena ebulição, por força da instabilidade demonstrada com a progressiva queda de popularidade do presidente do país e a degeneração moral do candidato da esquerda, a candidatura do ex-juiz da Operação Lava-Jato poria, de vez, lenha na fogueira eleitoral e faria com que as águas do mar transbordassem com muita antecipação do início do processo eleitoral propriamente dito.

A verdade é que o ex-juiz vem sendo visto pelo Podemos com enorme potencial de crescimento eleitoral nas pesquisas, a partir do momento que ele decidir que irá formalizar a sua candidatura, tendo em vista que ele se tornará, sem a menor margem de dúvida, importante opção política ao Palácio do Planalto, pelo menos para os eleitores que acreditam no seu potencial decisório.

Essa convicção se fortalece justamente porque ele se colocará à margem da polarização entre direita e esquerda, uma vez que a sua candidatura terá a importante característica de ser declarada e indiscutivelmente de oposição aos dois mais influentes líderes, até o momento, à corrida presidencial, constituindo a terceira via muito consistente.

A grande vantagem do ex-juiz, no importante jogo político à Presidência da República, é que ele já conta com ampla penetração em todas as faixas do eleitorado, posto que o comando da Lava-Jato ajudou, de maneira transparente, a sua entrada em todos os lares dos eleitores, mostrando a sua fibra de muitas competência, coragem e intransigência na defesa das causas nacionais, fazendo com que a sua credibilidade mereça o apoio dos brasileiros ávidos por efetivas mudanças do Brasil.

Quando juiz da Lava-Jato, ele conseguiu descobrir terríveis esquemas protagonizados por estrategistas organizações criminosas, que funcionavam dentro da administração pública, condenar e colocar na prisão importantes políticos, empresários, executivos, lobistas e outros ladrões de dinheiro dos contribuintes, tendo ainda determinado a devolução de milhões de reais aos cofres da Petrobras, além de outras medidas moralizadoras sob a sua firme batuta.

A verdade é que os brasileiros de verdade, que têm real amor ao Brasil, passarão a ter a opção de escolher o candidato que já demonstrou o seu verdadeiro zelo pelo patrimônio público e pelos interesses da sociedade, a exemplo do que já foi feito com bastante sucesso na Lava-Jato.

Impende se ressaltar que, sob o comando do ex-juiz, foi a primeira e única vez que a Justiça brasileira funcionou de verdade, com competência, efetividade e plenitude, no exato e fiel cumprimento do seu dever constitucional, no sentido de julgar com independência e determinação centenas de casos delituosos.

O resultado das suas decisões culminou na colocação de importantes criminosos de colarinho branco na prisão, depois do enfrentamento da gigantesca influência dos poderosos e da fúria dos brasileiros que não se conformavam que os bandidos contumazes pudessem ir para a prisão, como terminaram indo, de maneira inapelável.

Ou seja, não se tem conhecimento, na história brasileira, que magistrado tenha sido tão implacável como foi o juiz da então Operação Lava-Jato, que deu excelentes exemplo de que é possível sim trabalho sério, produtivo e efetivo, compatível com a grandeza do Brasil, que precisa de urgente alternância de poder, em forma de revitalização dos modernos e salutares princípios democrático e republicano.  

Enfim, a candidatura do ex-juiz da Lava-Jato pode não ser a salvação da pátria, que certamente não será, porque tirar o Brasil do fundo do abismo, nas condições extremamente precárias onde ele se encontra, é tarefa para político revestido dos poderes divinais, com capacidade para operar verdadeiros milagres na gestão pública, e isso é absolutamente impossível, nas circunstâncias, mas por certo que haverá enorme esperança no sentido de que o país passará a ser bem diferente, em termos de competência, altruísmo e moralidade, tendo em vista os enormes experiência e amor ao trabalho sério e produtivo já demonstrados na prática.

O ingresso do ex-juiz da Operação Lava-Jato tem importante significado para os brasileiros que estão insatisfeitos com o atual quadro político, com prevalência apenas da polarização que já demonstrou a pior dos mundos, diante do ruidoso e inglório popularismo tende a beneficiar apenas parte da sociedade, por um lado ou por outro, quando a gestão pública precisa ter o sentido único de integralidade, em termos de objetivos nacionais.

Espera-se que o Deus tupiniquim compreenda os anseios dos brasileiros que estão ávidas por efetivas mudanças no quadro político nacional, de modo que a ampla alternativa de escolha presidencial permita a sagração do melhor candidato, que tenha o comprometimento de trabalhar com afinco para o verdadeiro engrandecimento do país, tendo a dignidade de sepultar, em definitivo, a medíocre e prejudicial disputa que existe na retrógrada e nanica polarização política, que já mostrou a sua forma cruel de descaracterização da alma brasileira, que se debate em lamaçal da incompetência e do subdesenvolvimento socioeconômico.       

Brasília, em 26 de outubro de 2021

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

A legitimidade do voto

 

Diante de crônica que escrevi sobre a divulgação do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid, que conclui por pedido do indiciamento de muitos agentes públicos, à vista dos fatos investigados, inclusive o do presidente da República, um atento brasileiro que defende, com notório ardor, os princípios democráticos e da moralidade, no serviço público, disse, em mensagem, o seguinte “Mano véio Adalmir, compreendo sua justa indignação diante dos fatos políticos quem tem acontecido no nosso país. Porém essa CPI Já nasceu morta. Vamos usar a lógica: Não é justo se colocar as raposas de alma sebosa, para tomarem conta do galinheiro...”.

Na minha opinião, é preciso respeitar a posição política das pessoas, até mesmo em forma de reciprocidade, mas importa, na realidade, se atentar para a existência da CPI e os fatos que ela produziu, porque isso é inexorável, havendo necessidade de se cuidar, por quem de direito, das suas consequências, com vistas aos devidos andamento ou simples arquivamento, conforme assim houver o entendimento de quem pode.

Quer queira ou não, é preciso agora se avaliar se ela cumpriu o dever para o qual foi instaurada ou se apenas ela serviu para protagonizar peça circense e isso precisa ser dito por quem tem competência constitucional, que é o Ministério Público.

Não parece razoável a tentativa de se procurar minimizar a sua importância ou até mesmo menosprezar os seus trabalhos e resultados, por meio de avaliações no sentido de ridicularizar e esculhambar seus integrantes, mesmo que isso seja compatível com a realidade, porque esse comportamento não altera em nada os fatos nem leva a nada e muito menos vai alterar o status quo.

É preciso ter a sensibilidade para mostrar a verdade e pronto e isso é o que interessa para os brasileiros, porque é essa a lógica para se desmascarar por meio da apresentação de contra-argumentos e provas em rebatimento dos fatos objeto dos indiciamentos pretendidos.

Se é justo ou não a colocação de parlamentares suspeitos de incompetência ou indecorabilidade para compor a CPI, a mesma preocupação cabe se são justos muitos outros casos, em nível nacional, porque a política e a administração brasileiras, infelizmente não seguem o padrão desejável de competência, eficiência e efetividade pelo povo, que tem o dever de eleger seus representantes para o exercício das atividades pertinentes.

É preciso ficar claro que, na administração pública, nada se resolve ou se esclarece no grito, na força, no poder, na marra, mas sim com competência, com transparência e precisamente com a verdade.

Convém, acima de tudo, que os brasileiros respeitem as regras do jogo estabelecidas por eles mesmos, quando elegem seus representantes para os cargos públicos eletivos, sem a exigência de absolutamente nada em contraposição.

No caso de algum poder ter na sua composição alguém suspeito de  incompetência ou da prática incompatível com a relevância do cargo, a culpa não é absolutamente dessa instituição nem do eleito/escolhido para o cargo, mas sim, indiscutivelmente sim, do povo.

Foi o povo que decidiu eleger todos os seus representantes políticos e os colocou legitimamente lá, ou seja, é possível sim se chegar à conclusão de que, se determinado instituição do poder público tem integrantes desacreditados e indecorosos, a culpa é exclusivamente do povo.

Nada, definitivamente nada, se pode atribuir culpa à ruindade ou à culpa deles, exatamente porque eles foram eleitos pelo povo, mas é exatamente o povo que os critica, dizendo que eles são raposas, desonestos e incompetentes etc., mas, na verdade, eles já foram eleitos com o currículo abarrotado de maldades e incompatibilidades para o exercício do cargo, cujos atributos não tiveram a menor influência no legítimo processo eleitoral, parecendo muito estranho, agora, o espanto sobre isso, exatamente com o campeonato em andamento.

É possível se imaginar, salvo melhor juízo, que o brasileiro somente tem direito de criticar as mazelas existentes no país quando ele fizer a lição de casa, com a observância do devido cuidado de perfeição, a partir do zelo com a escolha de gente decente para representá-lo e defendê-lo, em termos político-administrativos.

Estou sendo apenas sincero, sem promover defesa de nada nem de ninguém, mas parece muita hipocrisia o povo eleger, estrita e livremente pelo sufrágio universal, seus  representantes políticos exatamente como eles são e depois vir dizer que eles não podem participar das atividades inerentes ao cargo para os quais tenham sido eleitos.

Ou seja, o relator da CPI pode até ser considerado o pior parlamentar, o mais sem moral do Congresso ou algo que o valha, mas há um detalhe que as pessoas simplesmente preferem ignorar, certamente por assim satisfazer o seu ego, as normas que regem a composição da CPI não proíbem que congressista sem condições morais, dizendo exatamente isso, não possa participar de comissão nem de nada que diz respeito aos trabalhos parlamentares.

Somente assim, o relator ou outros integrantes não teriam legitimidade para participar de comissão tão relevante, diante dos fatos investigados que dizem respeito à vida dos brasileiros, mas a realidade é indiscutivelmente outra, em que o massacrado parlamentar exerce seu mandato precisamente por ter sido eleito legitimamente pelo povo.

Tanto ele como todos os outros congressistas com os mesmos atributos dele ou piores podem participar normalmente de todas as atividades inerentes ao seu cargo, independentemente que ele responda a diversos processos penais na Justiça, porque isso são outros quinhentos que fazem parte do seu acervo que ele já possuía quando foi eleito para o relevante cargo da República, que só exige a bondade e o respaldo do povo do seu estado e nada mais, quer queira ou não as pessoas que têm dificuldade para enxergarem a realidade nua e crua da política brasileira.

Enfim, como se vê, não existe parâmetro de moralidade ou de competência ou do que seja para a participação de parlamentar nas atividades ao inerentes ao seu cargo, salvo a legitimidade das urnas, que é igual à da Justiça, que também é cega, mas, mesmo assim, vem cometendo gravíssimos erros, sem nenhuma culpa, porque o voto que ela recebe vem legitimado pelo povo, que é o único culpado nessa triste história, mas ele é totalmente incapaz de reconhecer seus erros, conforme mostram os fatos.

Agora, a propósito disso, como claríssimo erro do povo, tem sido normal a eleição dos mesmos políticos, anos a fio, como no caso de muitos clãs familiares brasis afora, a exemplo do pai que foi eleito seguidamente para a Câmara dos Deputados, tendo ficado lá aproximadamente quase três décadas e quase toda a sua família povoa parlamentos do país, tendo filhos ocupando, respectivamente, os cargos de senador, deputado federal e vereador.

E o mais grave de tudo isso é que não se tem conhecimento de que nenhum deles tenha feito ou produzido algo de útil ou de destaque para o benefício para a sociedade, a se justificar tanto apego à profissão política, mesmo por tanto tempo e com tanta gente pendurada nas tetas da "viúva", apenas usufruindo das benesses do poder e se enriquecendo às custas do voto do povo.

O certo é que o povo não tem a mínima capacidade para fazer precisa avaliação sobre o seu errático comportamento, no sentido de escolher seus representantes políticos sob a ótica da defesa dos interesses das causas da sociedade, mas, na verdade, eles são eleitos normalmente pelo pedigree, pelos olhos azuis ou pelo sangue nobre de família e isso, infelizmente, acontece em todos os estados, conforme evidenciam os fatos.

É vergonhoso que o brasileiro não se entristeça de criticar, preferindo sentar-se sobre a sua consciência e esculhambar, quando seria mais justo que fosse feita a devida avaliação sobre os fatos e que se tivesse a exata compreensão de ser justo nas avaliações, caso a caso, sem as absurdas generalizações, que normalmente são tendenciosas e injustas, porque, em muitos casos, elas promovem indevidamente pessoas incompetentes, incapazes de exercerem cargos públicos.

A minha lógica, que acho perfeita, é a crítica que faço de fato por fato, mostrando o meu sentimento pontual sobre eles, procurando ser justo e verdadeiro, notadamente sendo o mais imparcial possível, evidentemente sob o meu prisma de avaliação, que perfeita e naturalmente é e assim deve ser diferente de quem tiver melhor inteligência do que a minha, embora isso não seja nada fácil para ser compreendido pelas pessoas que já estão com as suas ideias preconcebidas, certas ou não.

É natural e até compreensível que alguns achem que o "todo-poderoso" nunca erre e precisa ter as suas decisões sempre respeitadas, sem contestação, exatamente porque ele é considerado, por muitos, com o poder da infalibilidade, que nunca erra.

Não obstante, é preciso se respeitar os brasileiros que são vistos como aqueles que andam na contramão da história e se opõem aos fatos que entendem contrários ao seu pensamento, porque é bem provável que eles têm motivos razoáveis para a defesa de suas ideias.

Por sua vez, convém, para o bem do Brasil, que se elimine a terrível mentalidade segundo a qual muito que nasce nos outros poderes objetiva a criação de verdadeiros obstáculos à governança, quando esse processo é simplesmente alimentado pela falta de transparência sobre a verdade dos fatos, quando eles não são devidamente discutidos e esclarecidos perante a sociedade, sobrelevando, por comodismo, apenas a relevância de críticas e acusações, como forma de defesa e se imiscuir das responsabilidades.

Tudo isso que vem acontecendo no Brasil é notória realidade que faz parte da cultura nacional, onde se forma e se constrói determinada ideologia e ela é eleita a mais correta, não tendo o cuidado, por parte de muitos, de se levar em conta todos os aspectos e circunstâncias sobre as questões, porque isso teria a maior relevância para a verdadeira avaliação acerca dos fatos da vida.

Brasília, em 25 de outubro de 2021

domingo, 24 de outubro de 2021

O carinho à Gabriella

 

Ontem, eu e Aldenir participamos, com o coração bem feliz, da “Carreata das Fraldas”, organizada pelos pais da pimpolha sapeca Gabriella, filha dos queridos sobrinhos Sanderson e Isabella, que, em berço de maior conforto do útero, a garotinha era só felicidade, a contabilizar e multiplicar a chegado das suas fraldas, na certeza de que o seu asseio futuro está assegurado por longo tempo.

Ainda ontem, recebi mensagem de Sanderson, dizendo: “Tio, obrigado de coração pelo prestígio da sua presença e da tia Aldenir! Que Deus retribua com bênçãos!”.

De imediato, eu disse a ele que ficamos muito felizes em participar deste momento especial, que se traduz em forma de carinho que nutrimos pela princesa Gabriella, que nos foi apresentada em momento muito especial dela, que, por certo, vem se preparando com a carinha mais linda e sapeca do mundo, já tramando os melhores espetáculos para a criação de mirabolantes estripulias para manter seus pais e avós - Valnei, Socorro, Delmiro e Amélia - somente com as atenções voltadas para ela, que passará a ser simplesmente o centro do mundo e a razão do viver feliz para os pais e familiares.

Sentimos o carinho dela pelos tios Aldenir e Adalmir e aproveitamos o ensejo para dizer-lhe que também a amamos.

Temos toda paciência para esperá-la em chegada triunfante, trazendo o mundo de encantamento todo especial para a mamãe Isabella e o papai Sanderson, que certamente não têm espaço nos seus corações para guardarem tanto amor que há de explodir quando a princesinha aparecer completamente radiante, para proporcionar ainda mais amor onde ele já transborda em abundância, como sentimos facilmente, diante dos bons fluidos espargidos no lugar ambientado pelas luzes divinas.

Ficamos felizes em reforçar essa campanha carinhosa que se traduz no calor do amor à linda princesinha Gabriella, torcendo para que a sua trajetória de vida seja escrita em lindos e verdadeiros poemas de sucesso e vitórias e que este texto a faça sentir que  o seu caminho somente haverá de ter as melhores luzes, palmilharas e sedimentadas com a pureza do amor de seus pais e familiares.

Seja bem-vinda querida princesinha Gabriella.

Brasília, em 23 de outubro de 2021

O sentimento de brasilidade

 

Diante de crônica que escrevi sobre a divulgação do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid, que conclui por pedido do indiciamento de muitos agentes públicos, à vista dos fatos investigados, inclusive o do presidente da República, um atento brasileiro que defende, com ardor, os princípios democráticos, disse, em mensagem, o seguinte: “Pena mano véio Adalmir, que a CPI do CABARÉ chegue ao seu fim sem ter apurado os reais implicados na prática da corrupção e desvios das verbas públicas, mas que se assistia era mais do que um palanque eleitoral. Muito triste...”.

Ao contrário de muitas críticas, muitas das quais recheadíssimas de revolta pela existência da CPI em si, seria muito interessante que as pessoas inteligentes, sensatas e competentes tivessem a sensibilidade para compreender exatamente o sentido e a dimensão dos fatos da vida.

Na minha modesta opinião, não faz o menor sentido se revoltar contra o trabalho produzido pela CPI, porque ele foi criado para a apuração de atos e fatos definidos, não importando quem precisamente deveria cuidar dessa importantíssima tarefa, mas sim o seu resultado, que precisa ser fiel aos acontecimentos, ou seja, para o governo ou a sociedade, não faz o menor sentido se os membros da comissão honestos ou desonestos, competentes ou incompetentes, gênios ou monstros, mas sim que o resultado seja fidedigno aos fatos ocorridos.

Agora, nesse ponto, há sim o fato da maior importância a ser discutida, que é indiscutivelmente o debate sobre os fatos apurados, principalmente aqueles que tem relação exclusivamente com os interesses da sociedade, objetivo principal das investigações, independentemente de quem os tenha levantados, porque o que interessa é o seu resultado.

Neste momento, compete ao governo competência, digno, eficiente, sensato e responsável procurar compreender a exata dimensão dos resultados obtidos e cuidar de rebater, com o devido respeito e absolutamente em obediência aos princípios da administração pública, como se espera que seja procedido nos países sérios, evoluídos e civilizados, ponto a ponto dos casos investigados e das suas conclusões.

A importância da seriedade do governo é exatamente prestar contas à sociedade, tendo por finalidade mostrar para o Brasil e mundo a verdade sobre os fatos acontecidos, comprovando as suas alegações, de modo a esclarecer todos os levantamentos da CPI, inclusive evidenciando as contradições, apenas em ambiente de seriedade, respeito e competência, exatamente para demonstrar as motivações tendenciosas da comissão, no caso da comprovação dos exageros por ela cometidos, porque os fatos falam por si sós e, conforme os argumentos apresentados em contestação pelo governo, a sociedade pode fazer as suas avaliações sobre o que realmente há de verdade sobre o que realmente houve em relação ao combate à Covid-19, no Brasil.

Por seu turno, as reais práticas de corrupção podem muito bem ser investigadas e apuradas por órgãos competentes, a exemplo da Corregedoria Geral da União, do Tribunal de Contas da União, da Polícia Federal, com o adjutório da Procuradoria Geral da União, a despeito de elas não tenham sido apuradas pela CPI, que imagino que não faz falta alguma, precisamente diante da existência desses órgãos que têm competência privativa para promover as devidas apurações, na forma das suas incumbências constitucionais e legais.

Ou seja, compete ao governo, que suspeita de irregularidades com o emprego de recursos públicos, adotar as devidas medidas legais, solicitando ou determinando, conforme o caso, as apurações de praxe, sem necessidade de se ficar culpando a possível omissão da a CPI, que entendeu de não incursionar nesse assunto, que é de suma importância, mas existem, como vimos acima, órgãos que podem perfeitamente realizar a sua incumbência de apurar e julgar os casos de malversação dos recursos do povo.

Se isso ainda não foi feito ou se nada foi feito nesse sentido, penso que o governo fica dormindo de toca, no jargão popular, e aproveita o ensejo para culpar por algo que tem muito mais sob a sua incumbência constitucional, do que propriamente da CPI, que teve por origem a apuração se houve negligência do governo no combate à pandemia do coronavírus.

Fica-se a imaginar o quanto de incompetência se passa na administração pública, que poderia, ao contrário do que se imagina, se beneficiar desses trabalhos de investigações produzidos por CPI e outros meios pertinentes ao governo, para se elevar em termos de moral e competência, no sentido exclusivamente de mostrar a verdade sobre todos os assuntos levantados e imputados a ele.

Bastaria que o governo tenha o devido cuidado de evidenciar a verdade que aconteceu com relação aos fatos denunciados contra ele, caso por caso, tendo por propósito derrubar todos os argumentos produzidos nos documentos acusatórios.

Ao contrário disso, o governo, a exemplo desse caso da CPI, prefere eleger a lindeza de esculhambar o relator e os membros que concordam com ele, ficando evidenciado, com nitidez, apenas o seu nivelamento pobre, anacrônico e rasteiro, que não se compatibiliza com a relevância do seu cargo, quando, nessa situação, a sua atitude nada republicana só contribui para a perda de credibilidade perante muitos brasileiros com o mínimo de seriedade, justamente pela clara demonstração da falta de equilíbrio emocional e competência.

O mandatário do pais poderia se conscientizar sobre a real importância do seu cargo de dirigente do Brasil, que exige muita seriedade, competência e responsabilidade, tendo o cuidado de tratar todos os assuntos em alto nível do interesse nacional, para apenas mostrar a verdade sobre eles, porque isso é faz parte do seu dever institucional de prestação de contas sobre seus atos de gestão.

Lembrando, que até seria até desnecessário, ante a evolução dos princípios democráticos, que a normal atitude de truculência eleita para a tentativa de justificar qualquer denúncia contra o governo não faz parte da precisa liturgia do cargo, exatamente porque isso somente contribui para acentuar o sentimento de incompetência, quando é sabido que o trunfo para o sucesso da gestão pública tem vinculação com a transparência e a verdade sobre os fatos que acontecem na vida pública.

Ou seja, governo competente cuida de discutir, examinar e resolver as questões inerentes à gestão pública no seu devido lugar, sem necessidade de ser agressivo, desequilibrado e muito menos desrespeitoso, porque nada disso condiz com as grandezas inerentes ao verdadeiro estadista.

É pena que o homem público permita, por pura insensatez, se nivelar por baixo, quando ele poderia aproveitar a inteligência humana para mostrar que tem condição de superar todos os obstáculos em nível de racionalidade e competência compatíveis com a importância atribuída à República.

Os brasileiros que realmente torcem pela melhoria da administração pública têm esperança de que as avaliações críticas do governo e de seus fiéis seguidores sejam feitas em alto nível compatível com a grandeza do Brasil, de modo que seja afastado o pensamento nefasto que permeia a gestão pública, exatamente porque a mentalidade positiva precisa fazer parte do sentimento de brasilidade da nação e do seu povo, no sentido de se cultuar os bons princípios de conduta e se permitir o império da transparência e da verdade, com embargo das inúteis e pueris críticas revanchistas e agressivas, porque elas são próprias da incompetência e do atraso.  

Brasília, em 24 de outubro de 2021