sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Em nome do dever cívico


Várias pessoas postaram, na internet, o mesmo texto com a seguinte mensagem bastante tendenciosa, verbis: “Você sabia que 99,9% das pessoas que chamam Lula de ladrão não sabem explicar o que foi exatamente o que ele roubou?”.
Na mesma página, havia muitas mensagens em forma de respostas, sendo que muitas em plena concordância com o aludido texto e outras dizendo exatamente os motivos pelos quais a referida prisão teria ocorrido, apontando o recebimento de propina por ele, com relação à aquisição do tríplex e à sua reforma, o que, no mundo civilizado e evoluído, continua sendo grave crime contra a administração pública.  
No meio dessa miscelânea, um senhor postou mensagem dizendo, ipsis litteris: “eu, ele não roubou nada e no governo dele comprei um carrinho avistinha porque sobrava dinheiro. Hoje não sobra nada.”.
É lamentável e decepcionante o sentimento da sociedade que não tem discernimento para separar o joio do trigo e os mistura tão somente por meras e circunstanciais razões pessoais, desprezando o verdadeiro sentimento de seu semelhante.
Ao que tudo indica, pode não haver justas razões para se dizer que alguém fala sem saber, porque quem sabe e conhece os meandros sobre os fatos fala pelo povo ou em seu nome e a sua palavra tem o poder e a soberania que prepondera sobre a palavra do povo menos informado e até iludido, quando se sabe que a Justiça atuou, no caso em comento, com o devido acerto, porque teve acesso aos fatos pertinentes à materialidade da autoria dos crimes atribuídos ao político condenado.
          Melhor seria que o mencionado político tivesse a sua absolvição pelo povo, por extremo dever de justiça, somente depois que ele provasse a sua inocência, porque isso ainda não foi possível e, em razão exatamente disso, queira ou não, é preciso que as leis do país sejam respeitadas, porquanto elas deram respaldo jurídico às sentenças condenatórias das primeira e segunda instâncias, com afirmações categóricas, acredita-se, com base nas provas pertinentes à autoria sobre a materialidade dos fatos denunciados, de que, no caso, houve realmente os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, de maneira tal inexorável que os tribunais superiores, compostos por juristas das mais altas competência e experiência quanto ao conhecimento dos Direitos Criminal e Penal, mantiveram intactos os referidos veredictos.
          Diante do exposto, fica mais do que explícito de que não cabe a ninguém além dos magistrados fazer o devido juízo de valor sobre a culpa ou não de pessoa que dispõe dos mais experimentados advogados do país, mas nem por isso teve competência para demonstrar a sua inculpabilidade sobre a acusação pertinente ao recebimento de propina, apenas se defendendo sob o espetacular argumento de que o imóvel objeto da ação não está registrado no nome dele e, acerca desse fato, os simpatizantes acreditam piamente.
Na realidade, os crimes atribuídos ao político estão relacionados não com base do registro do questionado imóvel em nome dele, mas sim no crime capitulado no Código Penal Brasileiro de ocultação de patrimônio, o que vale dizer que talvez nem tivesse havido condenação na intensidade como houve se o imóvel estivesse registrado no nome dele, por se encontrar regularizada a situação, nesse particular, mas ele poderia igualmente ter sido condenado pela prática de corrupção passiva, no caso do recebimento de propina, juridicamente comprovada nos autos, segundo afirmações da força-tarefa da Operação Lava-Jato.
Conviria, salvo melhor juízo, que os fatos fossem analisados não apenas à luz dos sentimentos pessoais, sob os argumentos de que, em algum momento havia mais oportunidades, porque isso, por si só, já demonstra parcialidade e tendência protetoral indevida ao caso, dando a entender, de forma lamentável e irresponsável, que é preciso se recompensar tamanha “magnanimidade” possivelmente havida no passado, não importando as possíveis questões de criminalidade, moralidade envolvidas no caso e muito menos os supremos e preponderantes interesses do Brasil, exatamente porque as causas se circunscrevem em termos pessoais e são muito mais importantes, levando ao simplista entendimento de que as demais pessoas, que nem se beneficiaram de tantas alegadas bondades, estão completamente enganadas e nem deveriam se manifestar sobe algo da maior relevância nacional.
Ledo engano, compete sim aos verdadeiros brasileiros, aqueles que anseiam ardentemente pela moralização do país, dizerem o seu verdadeiro sentimento sobre os fatos que estão diretamente relacionados à população em geral, como forma não somente de responsabilidade cívica, mas, sobretudo, de respeito mútuo e do imprescindível aprimoramento das relações sociais e de contribuição para a construção de um país mais Brasil, com a firme demonstração de capacidade para agir em defesa da consolidação dos princípios democráticos, à luz dos princípios da verdade e da justiça. Acorda, Brasil!
Brasília, em 31 de agosto de 2018

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Morte sem pena?

Nos seis primeiros meses do fluente ano, ao menos, pasmem, 26.126 pessoas foram assassinadas no Brasil, mas esta estrondosa quantidade de mortes, contabilizada pelo G1, não é exata nem definitiva, podendo ser ainda bem maior, haja vista que os estados do Paraná, Maranhão e Tocantins ainda não tinham divulgado as totalizações de seus números referentes aos homicídios.
Convém notar que, durante o ano de 2017, foram contabilizados, no Brasil,  59.103 homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, segundo levantamento feito pelo G1.
O referido site, em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, criou o 'Monitor da Violência', que tem a função de contabilizar homicídios dolosos, latrocínios (roubo seguido de morte) e lesões corporais seguidas de morte, chamados de crimes violentos letais e intencionais, tendo sido observada a média de 4.350 casos de homicídios por mês, com a taxa de mortes violentas de 12,5 em cada 100 mil habitantes, fato que é considerado pelos especialistas como índice alarmante, para os padrões de civilidade.
O estado que apresentou o pior índice de mortalidade foi Roraima, com a média de 27,7 mortes por cada 100 mil habitantes, seguido por Rio Grande do Norte (27,1) e Ceará e Acre, ambos com 26. Já o estado que apresentou a menor taxa de homicídio foi São Paulo, com o índice de 3,8 mortes por cada 100 mil habitantes.
Um professor do NEV/USP disse ao G1 que, "Nesses cenários, se multiplica a oportunidade de ação para indivíduos e grupos que tentam se impor pela violência. O crescimento das taxas de homicídio é o principal sintoma da fragilização da legitimidade das instituições democráticas na região (falando especificamente de Roraima)".
O resultado do alarmante índice de homicídios, por violência, tem expressiva parcela de culpa advinda justamente da visível omissão do Estado, que tem sido péssimo no cumprimento das políticas pertinentes ao combate à criminalidade e à violência, notadamente no que diz respeito à notória falta de prioridade para a criação de medidas destinadas à proteção e à preservação da vida humana.
O certo é que a indiscutível irresponsabilidade demonstrada, no dia a dia, pelo Estado, resulta, em muitos casos, com o que se chama “justiça com as próprias mãos”, fato este que não condiz com os países com o mínimo de civilidade, ante a evolução já alcançada pela humanidade.
Ademais, diante desse verdadeiro caos na segurança pública, tem sido comum sugestão no sentido que seja institucionalizada a “pena de morte”, quando, na verdade, ela já funciona em plena efetividade no Brasil, com o que se pode denominar de "morte sem pena", à vista da tristeza de tantos assassinatos, que poderiam ser minimizados se houvesse vontade política para o devido cuidado das ações pertinentes ao combate à criminalidade e ao respeito à vida humana.
Resta apenas se lamentar que a criminalidade, no Brasil, de tanto ter sido banalizada, conseguiu tão somente levar os governos federal e estatuais a terem a penosa incumbência de registrar os casos de assassinatos, mesmo de forma precária, as incontroláveis estatísticas, amontoando casos sobre casos, mas isso deve ser questão de tempo, porque elas logo mais não servem nem para isso.
Convém lembrar que, nos países com o mínimo de seriedade, civilidade e evolução, em termos de respeito à vida humana, os governantes têm o cuidado e a preocupação não somente com a contabilização dos assassinatos, mas também com o interesse de buscar mecanismos para o devido combate a essa forma de criminalidade.
À toda evidência, já passou do momento para o encerramento dessa barbárie, porque ela já foi muito mais longe do que devia, mas é preciso que a própria sociedade se encarregue de exigir que os governantes sejam sensibilizados para a priorização de medidas capazes de combater as causas primárias de tanta violência.
O certo é que a indústria dos assassinatos não pode continuar impunemente e os governos precisam assumir as suas responsabilidades pelo caos evidenciado com tantas mortes, somente aumentando ano após ano, e nada é feito para, pelo menos, minimizar drasticamente essa desastrosa e calamitosa situação, que vem recebendo o beneplácito das autoridades incumbidas das políticas relacionadas com o combate à criminalidade, mediante o seu conformismo com o status quo e a sua omissão.
Na verdade, nos últimos tempos, é normal se ouvir muito de um político e de todos que, no seu governo, a criminalidade vai ser combatida a ferro e fogo, doa quem doer, com o extremo vigor, etc., mas sem apresentar qualquer instrumento capaz de alterar o status quo, em clara demonstração de incompetência e tremenda enganação ao povo, que já se cansou das promessas apenas falaciosas e mentirosas, sem a mínima efetividade, em termos de ação, enquanto a quantidade de homicídios continua aumentando, como estatística de tristeza nacional.
Neste momento de eleições, inclusive para o principal cargo da República, é preciso que o povo, mais propriamente o eleitor, exija, com o máximo de veemência, que os candidatos se comprometam em cuidar do saneamento das principais questões que afligem a população, elencando principalmente aquelas que são preponderantemente urgentes e inadiáveis, como essa que se refere ao combate à criminalidade, além de todos os aspectos pertinentes às suas causas, porque não se pode entender como um país com as grandezas econômicas e sociais como o Brasil se permita conviver tranquilamente com quase 60 mil mortes por ano, em decorrência da exacerbada violência, porque isso representa tão somente a falência das instituições públicas incumbidas das política pertinentes.  
A única e certeira maneira de se obrigar a adoção de medidas pertinentes ao efetivo combate à criminalidade e, de resto, às demais mazelas que grassam na administração do país será a partir de quando os governantes passarem a ser, por força de lei, responsabilizados por suas omissões e falhas no cumprimento da legislação que os obriga aos mínimos cuidados com relação, em especial, à saúde, à segurança, à educação, enfim, à proteção, à integridade e ao desenvolvimento da população, porquanto as suas funções de agentes públicos se destinam exatamente às extremadas atenção e satisfação, com as devidas firmeza e presteza, aos interesses primários da população, que precisa ser zelada e cuidada, de forma prioritária, com os melhores recursos de gestão, manejados por quem tem a incumbência constitucional de fazê-los com as precisas e indispensáveis competência, eficiência e efetividade. Acorda, Brasil!
           Brasília, em 30 de agosto de 2018

Estranhas práticas político-parridárias


Recentemente, a mídia noticiou acontecimento dando conta de que muitas pessoas seriam recrutadas para participação em movimento popular patrocinado pelo Partido dos Trabalhadores, que, para tanto, as recompensava com dinheiro, transporte e alimentação, algo, em princípio, não condizentes com a normalidade nas atividades político-partidárias.
Essa forma muito estranha de mobilização de pseudos simpatizantes é visivelmente ilegal, por ter a forte finalidade de concentração de pessoas em defesa de causa partidária, como se elas fossem voluntárias na tentativa de mostrar situação real, como se o povo tivesse tido a iniciativa de lutar por esse objetivo, mas a verdade é que tudo não passa de puras falsidade e mentira para apenas tentar impressionar a opinião pública por meio de método irregular e condenável, diante da legitimidade que precisa ser demonstrada pelas verdadeiras agremiações partidárias.
É impressionante como as pessoas que se dizem de bem, inteligentes e honestas possam se tornar coniventes com procedimentos indignos como esse, não se envergonhando em apoiar partido que não tem o menor recato em desmoralizar a classe pobre e ainda abusar dela, pagando migalhas para pessoas ingênuas e carentes fazerem papel de palhaço e falsos atores em espetáculo aviltante.
Ou seja, as pessoas simples são usadas para demonstrarem situação absolutamente forjada, em montagem ridícula, irreal e irregular, indiscutivelmente incompatível com a pureza da democracia moderna, além de haver nisso cristalina demonstração de incivilidade, diante do emprego de método não usual para a consecução de objetivos políticos, dando a entender que os fins justificam os meios.
Essa pouca-vergonha precisa ser eliminada das atividades políticas, cabendo ao Ministério Público apurar os fatos e, se for o caso, denunciar a quem de direito, porque isso em país sério, civilizado e evoluído caracteriza a materialidade de ato ilegítimo, exatamente por evidenciar aliciamento de pessoas estranhas para se passarem por militantes do partido, como forma de mostrar presença do povo que, ao contrário, fora seduzido por agrados vis, humilhantes e prejudiciais à dignidade do ser humano, fato passível de censura e condenação, por ser inadmissível, ante a normal evolução da humanidade.
E preciso repudiar, com veemência, fato dessa magnitude, porque se trata de procedimentos absolutamente reais e graves, mostrando a falta de respeito aos princípios humanos e democráticos, que exigem o máximo de lisura, por haver o envolvimento de atividades político-partidárias, que precisam respeitar o regramento jurídico aplicável à espécie.
É evidente que o partido que age sem o menor pudor e protagoniza espetáculo depreciativo dessa natureza não tem o menor temor de fazer algo da maior gravidade, até mesmo o diabo parasse  ganhar eleições, conforme já foi dito, certa feita, por lideranças máximas da agremiação, o que demonstra total desrespeito aos princípios da decência e da dignidade, que não podem ser desprezados, em hipótese alguma.
          Isso só demonstra a patente pobreza do Brasil, em termos políticos e democráticos, quando, em pleno século XXI, ainda é possível a constatação de episódio da pior qualidade, como esse protagonizado impunemente por partido que está muito mais preocupado com a promoção da sua imagem, pouco importando os meios utilizados para alcançá-la, não estando nem aí para a necessária e inafastável observância dos princípios ético e moral, que normalmente é exigida em sadias e evoluídas sociedades, que têm como essência o respeito à dignidade do ser humano, não se admitindo, em hipótese alguma, desvio de comportamento ético tendo como pano de fundo trapaça com o propósito de levar vantagens indevidas e censuráveis.
          Os brasileiros honrados precisam repudiar e condenar, por todos os meios, essa maneira de falsidade ideológica de trapaça, diante da indisfarçável manobra, em termos de prática política, que não pode ser concebida como se fosse normal, à luz da obrigatoriedade do cumprimento da legislação que exige respeito à legitimidade quanto às atividades político-partidárias. 
O certo mesmo é que se trata de ideia absolutamente revolucionária, no sentido mais pejorativo possível das práticas político-partidárias, diante de procedimento que não condiz com os comezinhos sentimentos de honestidade e legitimidade a serem emanados por agremiações políticas que precisam demonstrar somente práticas saudáveis, em estrita observância aos princípios republicanos e democráticos. Acorda, Brasil!
Brasília, em 30 de agosto de 2018

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

A execução das melhores políticas


O Jornal Nacional, da TV Globo, recebeu o candidato à Presidência da República pelo PSL, para entrevista acerca de seu plano de governo.
O apresentador do noticiário questionou ao candidato, que já teria afirmado publicamente não entender de economia, sobre qual seria o plano dele caso o economista já escolhido para o Ministério da Fazenda, decidisse deixar o governo.
O candidato respondeu comparando sua relação com o provável ministro a um casamento, e disse que acredita na fidelidade do homem que ele deseja colocar na Fazenda, tendo dito, verbis: "Bonner, é quase como um casamento. Eu estou namorando o Paulo Guedes há algum tempo e ele a mim também. Nós, Bonner, somos separados. Até o momento da nossa separação, nós não pensamos numa mulher reserva para isso. Se isso acontecer, por vontade dele ou minha, paciência. O que eu tenho do Paulo Guedes neste momento é fidelidade".
O candidato acrescentou, dizendo: "Bonner, quando nós nos casamos, eu com a minha esposa e você com a sua, nós juramos fidelidade eterna. E aconteceu um problema no meio do caminho que não cabe a ninguém discutir esse assunto. Duvido que esse divórcio com o Paulo Guedes venha a acontecer".
É evidente que o apresentar jamais imaginaria que o candidato fosse surpreendê-lo com tão simples e certeira resposta, porque ele talvez não imaginasse que o candidato fosse dizer que seria o fim de linha, ou seja, o governo dele teria chegado ao término, já que um dos principais integrantes da equipe decidiu tomar rumo diferente, deixando-o sem alternativa na área econômica.
Ao que tudo indica, o apresentador da Globo pretendia, logo no início do debate, pôr o presidenciável à lona, imaginando que ele fosse confessar que o seu governo chegaria ao fim caso o economista pulasse fora do barco, deixando o presidente em dificuldades, já que ele teria confessado que não entende de economia, mas terminou recebendo resposta à altura, na forma da figura do casamento construída no momento, o qual, em princípio, é para durar a vida toda, porém o entrevistador e o entrevistado se encontram solteiros, depois de, casados, se separaram e a vida continua para eles.
O mesmo deve acontecer caso o candidato seja eleito e nomeie para o cargo de ministro da Fazenda a pessoa referida no programa, que, em caso de incompatibilidade no trabalho, é natural que ele peça exoneração do cargo e sege normalmente substituído por outra pessoa, certamente competente, porque o governo com seriedade e, sobretudo, responsabilidade cívica tem como princípio a nomeação de pessoas preparadas e desvinculadas das alianças espúrias que consistem basicamente no loteamento de ministérios e empresas públicas, sem o mínimo compromisso com a seriedade, a responsabilidade e a eficiência quanto à execução das políticas públicas, como vem acontecendo nos últimos governos.
Nessa forma completamente irresponsável de administrar o país, fica patente a falta de comando e controle do presidente da República sobre as políticas nacionais da incumbência do Estado,  cujos resultados dos indicadores economicossociais demonstram disparidade e desintegração da necessária unicidade da administração do país, porque foi visto que cada partido donatário de ministérios e estatais implementavam e executam as próprias políticas, em que cada qual estava e está preocupado e interessado com a satisfação de seus projetos voltados para benefício pessoal e do partido, em termos da realização de ações nas suas localidades de influência eleitoral.
Ou seja, os partidos aproveitadores do poder e das verbas públicas procuravam e procuram implementar as políticas dos ministérios comandados por eles somente nas regiões onde têm a preferência de votação por seus integrantes, como que privilegiando seus currais eleitorais, em completo prejuízo das demais localidades do país, tendo ainda como resultado a péssima prestação dos serviços públicos da incumbência do Estado, em nível nacional.
O presidenciável só faltou dizer que o substituiria por pessoa com qualificação e competência à altura de seu governo, que será integrado, diferentemente dos últimos governos, por pessoas altamente qualificadas e especializadas nas respectivas áreas de atuação, tendo por compromisso a execução das melhores políticas públicas visando exclusivamente à satisfação dos interesses públicos, na conformidade do seu plano de governo, que não terá oportunidade para os costumeiros aproveitadores dos recursos públicos e muito menos os profissionais da classe política calejada de se beneficiar do escrachado e recriminável fisiologismo, tão prejudicial à moralização e à dignificação da administração do país. Acorda, Brasil!
Brasília, em 29 de agosto de 2018

terça-feira, 28 de agosto de 2018

O bem de nossos corações


Dias atrás, deparei-me com uma imagem de político, em estado extremamente degradante, um tanto surreal para os padrões de normalidade ínsita do ser humano, descambando para a forte inclinação ao estilo macabro dos filmes de terror do famoso Zé do Caixão, a qual teria me causado forte impressão de desconforto e de tristeza, principalmente por imaginar que o autor do compartilhamento não teria sido alertado de que aquilo era capaz, como foi, de provocar, por parte de alguns, sentimentos não compatíveis com a dignidade do ser humano.
A verdade é que fui tomado, no momento, por impulso que me permiti ultrapassar meu limite de respeito aos sentimentos de meus respeitáveis semelhantes, por ter demonstrado ali a minha desaprovação à postagem que poderia ter sido evitada, evidentemente no âmbito do bom senso e da sensatez, porquanto não teria como não se sentir chocado com imagem que, a meu ver e salvo melhor juízo, não se compatibilizava com a dignidade e o respeito ao ser humano, não importando que a figura ali representada possa ser indigna do respeito de pessoas honradas, mas isso não seria suficientemente capaz de tamanha dramaticidade, que, queira ou não, aparentava ter exatamente o sentido de desprezo à figura humana, além de não contribuir absolutamente para coisa alguma.
Embora muito contrafeito, ainda consegui controlar as emoções e dizer ao querido irmão C. Ribeiro que aceitasse a minha opinião sincera, perdoando o meu atrevimento de pedir que seria de bom alvitre que a lamentável imagem fosse, se possível, sacada do Face, evidentemente pelos motivos elencados na minha amigável apelação, na forma ali expressa, mostrando todo meu carinho e respeito para com ele, porque isso é mais do que verdadeiro.
Acontece que a única surpresa que tive foi que, mais do que imediatamente, ele não somente providenciou a retida da infeliz imagem da página da internet, para o bem de nossos corações, mas ainda me escreveu o lindo poema abaixo, provando a grandeza do homem que é, em mostrar seu verdadeiro sentimento de cristão e pessoa amável e compreensível.
Eis aqui a referida mensagem: “Querido e admirável irmão Adalmir. Fui infeliz ao reencaminhar para o Facebook da Turma, uma postagem que recebi em 22 de agosto no nosso grupo do WhatsApp, ‘Panteras162 - Floripa 19’, ao qual você não tomou conhecimento por não fazer parte. Agradeço pela forma amigável, carinhosa e respeitosa, que me dirigiu sábias palavras a respeito dessa minha publicação. Não tenho palavras à altura e significativas que me permitam agradecer a você com justiça e com o devido merecimento, suas apresentações foram de valor inestimável para mim. Dessa forma, através da limitação de minhas meras palavras, quero lhe agradecer e pedir desculpas a você e a todos os demais irmãos. Forte abraço”.
É interessante como a pessoa que consegue dizer precisas e lindas palavras como as escritas acima, ainda tem a petulância, no bom sentido, de afirmar que “Não tenho palavras à altura e significativas...”, quando não somente elas, mas o seu gesto de grandeza de reconhecer que aceitava cândida e prontamente as minhas ponderações já era mais do que suficiente e completo para dizer tudo, em reafirmação do seu carinho por minha indevida, mas sincera lembrança sobre a necessidade que temos de respeitar o próximo, para termos o merecimento do respeito dos outros.  
Logo em seguida à belo texto acima, eu disse ao querido irmão C. Ribeiro, que meu coração se enchia de alegria em perceber que o amigo havia compreendido o verdadeiro sentido da minha mensagem, porque não esperava atitude diferente dele, ressaltando que eu tenho por ele sentimento de pessoa de primeira qualidade e de nível superior e que a amizade dele inspira muita segurança e confiança.
Disse a ele que eu jamais teria me excedido, como fiz, se não tivesse a absoluta certeza do seu caráter como pessoa e jamais eu teria dito aquilo para outras pessoas que não tivessem o nível dele, de receptividade e civilidade.
Na ocasião, deixei claro que não voltaria a me manifestar com tanta ênfase ou sem ela, como fiz na mensagem referida acima, porque tenho absoluta consciência de que não tenho direito de censurar ninguém e muito menos de fiscaliza quem quer que seja, porque o livre arbítrio foi dado por ninguém mais do que papai Jesus Cristo, que tem o poder celestial de nos fiscalizar e nos castigar, quando for preciso.
Por fim, disse a ele que a minha noite anterior tinha sido mal dormida, evidentemente diante da minha precipitada intervenção, com final feliz, que proporcional tranquila recuperada depois das palavras compreensíveis, sensatas e confortadoras vindas do querido irmão C. Ribeiro, a quem tenho o maior respeito, por sua postura como pessoa da melhor estirpe e, por esse motivo, tendo a certeza de que ele havia compreendido e percebido que a minha intenção era tão somente mostrar o verdadeiro sentido de sermos cristãos e ponderados em nossas atitudes, nessa seara do Senhor, que nos permite vivermos quanto mais melhor se tivermos amor no coração e, acima de tudo, se tivermos capacidade para compreender e respeitar o nosso semelhante.
Prezado irmão C. Ribeiro, reitero beijo no seu amável coração.
Brasília, em 28 de agosto de 2018

A importância de planos de governo

O candidato à Presidência da República pelo PSL, que é deputado federal pelo Rio de Janeiro, disse que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) deveria ser rasgado, por entender que o documento estimula a "vagabundagem e a malandragem infantil".
Como foi publicado pelo jornal O globo, o deputado carioca disse que "O ECA tem que ser rasgado e jogado na latrina. É um estímulo à vagabundagem e à malandragem infantil".
A declaração do presidenciável foi dada ao meio de resposta a um jornalista sobre a denúncia de racismo contra ele, que será julgada pelo Supremo Tribunal Federal, exatamente hoje.
O candidato cumpria sua agenda no interior de São Paulo, onde pretendia investir na defesa das pautas dos ruralistas, com destaque para a liberação de armas e criminalização da ocupação de terras, tendo por finalidade a conquista dos eleitores tucanos.
É evidente que o Estatuto da Criança e do Adolescente não deve nem precisa ser rasgado, desprezado e jogado fora, como lixo sem qualquer utilidade, porque, ao que tudo indica, pode ter faltado um pouco de polimento vernacular ao referido presidenciável, que poderia ter sido maleável na sua linguagem, considerando que essa norma jurídica não é de toda condenável, a ponto de ser completamente inutilizada, com destino ao lixo.
A verdade é que nenhuma regra legal pode ser execrada somente porque um texto ou outro esteja desatualizado, que apenas precisa de retoque, ou seja, do necessário aperfeiçoamento, com a sua atualização à realidade do fatos, como tudo na vida, diante da evolução da humanidade, para que seu conteúdo seja devidamente aplicável nos moldes consentâneos com o momento vivido pela sociedade.
É preciso que os candidatos tenham a sensibilidade de perceber que não se pode a tudo ser generalizado, como no presente caso, em que, ao que tudo indica, é o caso muito mais de aperfeiçoamento da norma jurídica, para que ela possa atender efetivamente seus objetivos sociais, do que simplesmente rasgá-la, deixando de aproveitar outros dispositivos que são indispensáveis às relações sociais, cujo conteúdo é preciso que permaneça vigente, em razão da necessária fundamentação legal para a adoção de medidas de socialização de menores, na melhor forma prevista na norma.
É aconselhável que os presidenciáveis manejem melhor seus pensamentos político-eleitorais, de modo que eles possam refletir equilíbrio e sensatez, em termos civilizatórios, haja vista que a forma como eles se expressam pode até agradar algum segmento social, mas pode também não refletir necessariamente a ansiedade do resto da sociedade e o importante não é mostrarem seu inconformismo inconsequente e até sem base para tanto, porque isto não condiz exatamente com o pensamento da população, mas apenas de grupos que sequer têm capacidade para eleger ninguém, sozinhos.
Como contribuição aos presidenciáveis, em aproveitamento da fase de campanha eleitoral, parece de bom alvidre, porque de suma importância para o interesse público, que seus planos e projetos de governo possam refletir não somente a sua vontade pessoal, que tem sido, no caso de muitos deles, fruto de construções estabanadas e impensadas, visando apenas impressionar parcela social, quando o estadista tem o dever de agir em nome dos brasileiros, em princípio, refletindo o pensamento da sua maioria.
Essa ideia faz sentido para todas as metas de governo presidenciáveis, notadamente no caso específico do armamento da sociedade, que até pode ser projeto importante e indispensável para parcela significativa de brasileiros, mas também é muito provável que encontre resistência em outra parte não menos expressiva da sociedade, que imagina que o desarmamento, de forma efetiva e eficiente, seja muito mais relevante para a construção de sociedade civilizada e desejosa de contribuir para a ordem e a paz, como normalmente tem sido o pensamento dos homens de boa vontade, por ainda se acreditar na convivência harmoniosa e pacífica entre seus semelhantes.
Em síntese, o que precisa haver no seio dos presidenciáveis é auscultar os reais sentimentos e anseios da população, para que seja possível a elaboração de planos de governo passíveis de execução e em harmonia com o pensamento da sociedade amadurecida e equilibrada, depois de depurados os excessos sempre prejudiciais às saudáveis relações sociais.
É certo que as mudanças no Brasil precisam ser implementadas, com a devida urgência, como forma de revolucionar, no bom sentido, as estruturas do Estado, que se encontram estáticas em berço esplêndido e completamente estagnadas no obsoletismo e na precariedade dos sistemas da administração do país, que não permitem passos largos no rumo ao progresso socioeconômico, porém elas devem ter alicerces sólidos e consistentes, a começar da auscultação da sociedade, que precisa se manifestar, no âmbito da sua responsabilidade cívica e patriótica, ainda na fase da campanha eleitoral, sobre os principais planos de governo dos presidenciáveis, que não têm o direito de idealizar algo que possa contrariar o pensamento da maioria dos brasileiros, à vista do desiderato ínsito dos princípios democráticos, que são a base dos sentimento e pensamento livres e construtivos de um povo. Acorda, Brasil!
          Brasília, em 28 de agosto de 2018

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

O herói ex-senador norte-americano


O Presidente dos Estados Unidos rejeitou divulgar comunicado preparado pela Casa Branca, que cognominava de "herói" o ex-senador John McCain, morto no último sábado, com quem ele manteve relacionamento político tenso, conforme noticiou o jornal Washington Post.
Após a morte do ex-senador, vários funcionários, entre eles a porta-voz da Casa Branca e o chefe de gabinete, defenderam a divulgação de comunicado oficial no qual o ex-senador era tratado como  "herói" e elogiava o seu serviço militar, em particular o desempenho no Vietnã, onde foi prisioneiro de guerra.
Não obstante, o presidente norte-americano não concordou com a versão final da declaração e disse que preferia redigir a mensagem na sua conta da rede social Twitter,
A publicação no Twitter do presidente dos Estados Unidos expressava mensagem paupérrima e mais sucinta possível, apenas dizendo: "mais profunda compaixão e respeito pela família", ou seja, nem um mero desconhecido se sentiria tão desprestigiado com mensagem tão lacônica e protocolar, totalmente dispensável, por ser singela e econômica como foi vazada, que teria sido bem melhor se o porteiro da Casa Branca tivesse tido a incumbência de enviar mensagem de pêsames.
A decisão do presidente norte-americano simplesmente rompe com o protocolo seguido pelos presidentes dos Estados Unidos que, por norma, enviam à comunicação social nota de pesar na qual destacam as realizações e as conquistas de personalidades proeminentes após a sua morte.
          Os dois últimos presidentes norte-americanos, um republicano e o outro democrata deverão fazer discurso de despedida fúnebre durante a cerimônia, a pedido do ex-senador.
A imprensa informou que o ex-senador pediu especificamente que o presidente norte-americano fosse impedido de participar da cerimônia fúnebre. Com informações da Lusaweb. 
Ao contrário do que o presidente norte-americano imagina, ao impedir de serem mostradas as qualidades de verdadeiro herói do ex-senador, ele evidencia o autêntico tamanho da sua mentalidade política, de estadista sem sentimentos, vingativo e antipatriota, mesmo porque ninguém melhor do que a imprensa daquele país para dizer que a figura do ex-senador McCain é realmente digna de ser destacada, na sua despedida terrena, como herói de guerra como foi verdadeiramente, por ter se acidentado em queda do avião que pilotava, preso e torturado pelos inimigos, quando lutava por sua pátria, em uma guerra das mais cruéis da história dos conflitos bélicos, de onde ele saiu com graves sequelas em seu corpo.
O presidente norte-americano perde importante oportunidade para homenagear um autêntico herói compatriota, que deu, literalmente, seu sangue à pátria, sendo merecedor do reconhecimento e da gratidão do povo norte-americano.
O ex-senador McCain é digno de exemplo para seu povo, não somente por seus atos de bravura de guerra, mas principalmente por ter contribuído, de forma digna e elegante, para o desenvolvimento dos princípios democráticos, quando disputou a Casa Branca em memorável batalha contra o ex-presidente Barack Obama, tendo perdido o pleito para grande presidente, além de ter exercido, por 35 anos, com destaque e desenvoltura, o relevante cargo de senador por seu país.
Brasília, em 27 de agosto de 2018

O silêncio papal


O noticiário bombástico do momento se reporta à acusação feita por antigo núncio apostólico (embaixador) do Vaticano nos EUA, nos anos de 2013 a 2016, de que o papa teria acobertado casos de abusos sexuais de um clérigo americano, ou seja, de um eminente cardeal, que havia sido denunciado por ele e o caso foi abafado.
O referido ex-núncio considera da maior gravidade a atitude do pontífice, tendo aproveitado para pedir a renúncia dele, sob a alegação de que o papa sabia, desde 23 de junho de 2013, que o mencionado religioso se relacionava com jovens seminaristas, ou seja, que ele era potencial predador, considerado indigno para os conceitos e padrões religiosos da Igreja Católica, mas, mesmo assim, não foi punido pelo chefe da igreja.
Diante dessa notícia, o papa disse que não responderia às referidas acusações, porque entende que o documento “fala por si só”.
Ele disse que “não dirá uma palavra”, tendo pedido que os jornalistas lessem cuidadosamente o documento e decidissem por si mesmos sobre a sua “credibilidade”.   
Em resumo, o pontífice afirmou, ipsis litteris: “Eu não vou dizer uma palavra sobre isso. Eu acho que a declaração fala por si e você (o jornalista) tem capacidade jornalística suficiente para chegar às suas próprias conclusões (sic)”.
Em verdade, o santo padre, nesse episódio, comete gravíssimo pecado de ofício, notadamente porque a acusação, mesmo que seja de facílima interpretação, é tão alarmante diante do rebanho da Igreja Católica que meras conclusões de jornalistas poderiam ser suficientes para elucidar o imbróglio apenas no seio da classe de jornalistas, mas ficam sem as devidas justificativas do próprio acusado para os católicos do resto do mundo, como se imagina que seja do dever dele prestar amplos esclarecimentos sobre o objeto da denúncia, que é da maior implicação, em termos da religiosidade cristã.
Embora o documento em referência tenha o papa como signatário, parece estranho que ele ache por bem delegar aos jornalistas – que não têm nada a ver com a história de que se trata - a incumbência de o lerem e tirarem as suas conclusões sobre o objeto da acusação, quando, por questão de respeito ao dignitário acusatório e em especial à comunidade católica, cabe exclusivamente ao santo pontífice fazer as próprias conclusões e, na melhor maneira da sociabilidade, conforme recomenda a liturgia papal, responder à altura a tão pesada acusação, que não faz o menor sentido ficar no vácuo, sem a devida importância.
A toda evidência, não se trata de simplista interpretação de jornalista com capacidade para o encerramento do grave episódio, considerando que o documento sinaliza para a necessidade da renúncia do papa, dando a entender  que ele perdeu, pelos menos no entendimento de quem acusa, as necessárias condições de comandar e dirigir a santa Igreja Católica e isso, por si só, seria mais do que suficiente para que o papa defendesse a dignidade do seu postulado, sobretudo porque não se pode olvidar o importante adágio popular segundo o qual “quem cala consente”.   
Além do mais, a autoridade papal foi acusada de ser cúmplice, por importante cardeal da igreja, que exerceu relevante cargo de embaixador do Vaticano nos EUA, com a prática do gravíssimo crime de abusos sexuais e ele não teria agido prontamente no âmbito da sua competência de autoridade máxima da instituição que, nas circunstâncias, precisa mostrar aos seguidores da Igreja Católica que inexiste impunidade na igreja, mesmo que envolvido em denúncia seja cardeal, que precisa sim também ser punido, para servir de exemplo acerca de seu péssimo comportamento como cristão e em termos de lição pedagógica ao rebanho do mestre Jesus Cristo.
Em que pese o papa dá a entender não acreditar no que consta escrito na peça acusatória, isso, por si só, não é suficiente para que a documento não seja respondido por ele, que precisa desmascarar, se for o caso, os falsos religiosos ou aqueles que estão querendo se opor a ele, com acusações infundadas e inconsistentes, mas é preciso que o santo padre diga isso com a devida clareza, para evitar que o seu silêncio tenha o condão de contribuir para piorar ainda mais esse caldeirão de más notícias envolvendo a Igreja Católica, nos últimos tempos.
O papa precisa ser informado, a tempo, que, por a Igreja Católica ser instituição milenar, que tem por regras consolidadas e consagradas ao longo da sua existência, a verdade suprema precisa ser dita e jamais omitida, como nesse caso, porque não há a menor justificativa que ele fique calado diante de tamanha e gravíssima acusação sobre os possíveis pecados da omissão e da complacência com relação à prática de crime de abusos sexuais praticados por cardeal da Igreja Católica, porque o silencia dele, nas circunstâncias, mostra-se como o antítese da transparência onde se assenta a essência da verdade, que precisa ser dita em contribuição ao importante processo evolutivo e construtivo da humanidade. Acorda, Brasil!
Brasília, em 27 de agosto de 2018

O fracasso das autoridades eclesiáticas


Durante visita à Irlanda, o papa reconheceu sua "vergonha e sofrimento" ante o "fracasso" da Igreja Católica, por não haver combatido de forma adequada os casos de abusos sexuais do clero naquele país.
O pontífice declarou que “O fracasso das autoridades eclesiásticas, desde bispos, superiores religiosos, sacerdotes e outros, em lidar de forma apropriada com esses crimes repugnantes, deu motivo justamente à indignação e continua sendo fonte de dor e vergonha para a comunidade católica. Eu mesmo compartilho desses sentimentos".
O papa fez visita de dois dias à Irlanda para o encerramento do Encontro Mundial das Famílias, mas uma das principais questões focadas foi mesmo os abusos sexuais envolvendo o clero local, onde há muitos casos denunciados.
A visita papal à Irlanda acontece em momento muito sensível para a Igreja Católica, que foi abalada recentemente pelas gravíssimas revelações de abusos sexuais cometidos, no passado, nos Estados Unidos e por uma série sem precedentes de recentes renúncias de hierarcas suspeitos de fazer cumprir a lei do silêncio no Chile, na Austrália e nos Estados Unidos.
Durante a visita em causa, o papa quis "lembrar o papel fundamental da família na vida da sociedade e na construção de um futuro melhor para os jovens", segundo foi afirmado em uma mensagem de vídeo divulgada antes de sua chegada à Irlanda.
O porta-voz do Vaticano advertiu que não se pode esperar de uma viagem tão curta uma "mudança cultural" que vai além da Igreja Católica, porque "Há, obviamente, um problema cultural na Igreja, mas não somente nela, vemos muito na sociedade. É um problema cultural e a Igreja vai assumir a sua responsabilidade. São pecados muito graves. Acredito que a primeira coisa que o papa vai fazer é reconhecer o problema. Quanto a agir, isso vai acontecer, mas não será algo de um dia para o outro".
O papa se reuniu com vítimas de abusos sexuais na Irlanda, que, desde 2002, mais de 14.500 pessoas declararam-se vítimas de abusos sexuais por padres na Irlanda, o que demonstra situação alarmante para os padrões ínsitos da religiosidade cristã, fato que é bastante preocupante.
O enorme escândalo de pedofilia somente no estado americano da Pensilvânia, levou o papa a divulgar documento sem precedentes aos 1,3 bilhão de católicos do planeta, no qual ele reconhece que a Igreja Católica não esteve à altura e que "descuidou e abandonou as crianças" e "o que pode ser feito para pedir perdão nunca será suficiente".
O papa disse, verbis: “Muitas vezes são os pais que acobertam os padres que cometem  abusos e se convencem de que isso não é verdade.”, ou seja, com essa afirmação, que é muito elucidativa, o pontífice se permite ser classificado como insensato, porque insinua que os país seriam cúmplices com os padres abusadores, o que não altera em nada a monstruosidade dos criminosos, porque os delitos já teriam ocorrido antes desse infeliz convencimento dos pais.
Essa conclusão do papa é terrível, porque dá a entender que ele estaria transferindo as culpas sobre os crimes ao silêncio dos pais, quando, em hipótese alguma, se pode atenuar a gravidade dos delitos, que precisam ser reconhecidos e condenados desde a sua origem e que a forma errática de possível convencimento dos pais somente contribui para a impunidade no âmbito da igreja, ainda dando asas aos monstros, que passam se considerar vítimas, por até acreditarem que eles são incapazes de agirem como demônios, ante o convencimento “(...) de que isso não é verdade”.   
A diretora da associação One in Four, que ajuda vítimas de abusos sexuais disse que "A visita do papa é muito dolorosa para muitos sobreviventes (de abusos). Desperta velhas emoções. Vergonha, humilhação, desespero, raiva".
O ministro da saúde da Irlanda disse que "É um fim de semana de emoções mistas. Para muitos, o entusiasmo (por ver o papa), para outros, um sentimento de dor".
Em razão dos vergonhosos e injustificáveis abusos sexuais perpetrados por membros da Igreja Católica, justamente contra pessoas indefesas e ingênuas, essa importante e valorosa instituição cristã vem perdendo seus elevados conceito e influência na sociedade mundial, nos últimos anos, principalmente porque as autoridades eclesiásticas foram extremamente condescendentes com a criminalidade, passando a acobertá-los e não punir os culpados, que ficaram à vontade para a prática de seus crimes hediondos.
Não à toa que, desde as revelações dos graves abusos sexuais na Igreja Católica, houve expressiva diminuição da população católica, justamente por não concordarem com a maneira como os criminosos deixam de ser punidos com a severidade que devia, ante a necessidade de duros exemplos àqueles que são ministros da igreja e precisam dar os melhores exemplos de respeito ao ser humano, em consonância com os conceitos de evangelização dos ensinamentos de Jesus Cristo.
Sem dúvida alguma, os abusos sexuais com origem na Igreja Católica não são somente fonte de muita dor, mas também de bastante assombro e sofrimento por parte das pessoas violadas, em nível mundial, em especial porque é um assunto que vem se arrastando de priscas eras e, o pior, com o beneplácito dos mandatários da igreja do passado e da atualidade também, que nunca tiveram a dignidade de aceitar a realidade nua e crua dessa brutal desumanidade, para a devida adoção das medidas saneadoras que os escândalos exigiam, cujo resultado é o conjunto imperdoável da monstruosidade espalhada pelo mundo católico.
A verdade é que a Igreja Católica, a par de sempre abafar os crimes repugnantes e covardes, porque eram protagonizados sob o pálio da religião vil e espúria, travestida sob o submundo da religiosidade criminosa, contribuiu para que o pecado mortal fosse banalizado no seio da própria instituição, que demonstrou total incapacidade para combater o mal e cortar a sua raiz venenosa, como era do seu dever, em se tratando de entidade que deveria somente cuidar da disseminação do Evangelho de Jesus Cristo, sob os princípios do amor, da caridade e do extremo respeito à dignidade cristã.
À toda evidência, a missão do atual papa tem sido visivelmente inglória e tormentosa, diante de quadro alarmante de putrificação dos princípios católicos e da violação dos conceitos sagrados do cristianismo, no que se refere à parte podre da igreja, descambada para os vexaminosos e recrimináveis abusos sexuais praticados, quer queira ou não, em nome Deus, porque os monstros de batina agiam em sedução em nome do amor divino, onde se possa imaginar que a pseudo pureza sacerdotal teria o cordão de inspirar segurança e confiança às vítimas das práticas de crimes horrendos e desumanos, que certamente deixaram marcas indeléveis e se tornaram esquecíveis dores por parte de quem foi molestado pelos verdadeiros demônios da Igreja Católica.
Neste momento de extrema dramaticidade moral que grassa no seio da Igreja Católica, o santo papa precisa mostrar a sua autoridade eclesiástica, tendo a obrigação de, com a devida urgência, reconhecer os graves erros protagonizados por membros da instituição e, em consonância com a devoção ao respeito inspirador de milênios de doutrinação cristã, agir, com a devida energia, para punir com rigor os crimes horrorosos e repugnantes, dando basta a essa tristeza que enegrece e ridiculariza a nobreza da missão evangelizadora da maior importância para os católicos de todo mundo, que reconhecem a premência da separação do joio do trigo, de modo que as adequadas sanções possam servir de saudáveis lições de moralização. Acorda, Brasil!
Brasília, em 27 de agosto de 2018

domingo, 26 de agosto de 2018

A tristeza da fanatização política


A propósito de crônica que escrevi versando sobre a imperiosa necessidade do despertar da consciência dos brasileiros sobre as questões de moralização que tanto tem sido relegada a planos secundários, algumas pessoas apoiaram o texto, com explícita sinalização de que urge realmente a conveniência sobre a perseguição às mudanças de hábitos políticos da população, no sentido de que a depravação moral já encostou no fundo do poço e a solução passa, necessariamente, pela revolução contra esse brutal processo de banalização da corrupção e da impunidade, que ainda tem o injustificável e o inexplicável beneplácito de parcela expressiva de antipatriotas brasileiros, que não fazem a menor ideia de que isso só contribui para o retrocesso do aperfeiçoamento democrático.
Essa revolução precisa começar já a partir das próximas eleições, em que a população possa demonstrar a pujança do seu voto, que tem o poder de eleger candidatos e de mandar para a rua os maus políticos, ou seja, de eliminá-los da vida pública, principalmente aqueles que não fizeram questão de honrar a delegação emanada do povo, para ser representado com a devida e necessária dignidade cívica.
O certo é que o encontro com as urnas é o momento exato em que os verdadeiros brasileiros precisam honrar o seu nome e a sua dignidade, não votando por recompensa, gratidão ou cousa que o valha, mas sim com puro sentimento de responsabilidade patriótica e cívica de escolher cidadãos que tenham nos seus currículos o indelével sinete da honradez e da dignidade na vida pública, com a devida menção de nunca terem se envolvidos com casos de irregularidades com recursos públicos e muito menos terem tido implicação com a Justiça, exatamente porque os verdadeiros e honrados homens públicos não precisam se valer dessas péssimas companhias, para integrarem à classe política.
          Nessa linha de apoio ao meu trabalho literário, o prezado senhor Xavier Fernandes, demonstrando concordância com os termos da aludida crônica, pontificou mensagem vazada nos seguintes termos: “Texto primoroso. Que esclarece com segurança e lucidez a real situação da política brasileira, mas que muitos insistem em não a compreender e fazem vistas grossas para ver com nitidez tudo isso que o nobre escriba detalhou com competência, sem radicalismo, nem paixonite doentia. Usou a luz da lei constitucional, que vai diretamente ao X de todo esse imbróglio, que com artifício das apelações e recorrências tentam confundir perigosamente aos menos esclarecidos. Estou preocupado com o deslumbre dessa confusão. Temo pelo desmantelamento das nossas instituições e uma desorganização social e perdermos tudo que foi conquistado com tantos sacrifícios. Estou torcendo pelo o que é direito de fato e correto. Que a Justiça, que é responsável por tudo que possa acontecer, arbitre pela seriedade, resolvendo de uma vez por todas que o crime e a corrupção não sejam premiados. O Brasil seja respeitado através da decisão firme e séria da sua mais alta corte.”.
          Como não podia ser diferente, logo em seguida procurei responder a excelente e maravilhosa manifestação da lavra do Senhor Xavier Fernandes, dizendo que ele tinha conseguido traduzir a minha crônica com maestria invulgar, evidentemente, sem desmerecer os demais comentários, que têm sido primorosos, conquanto ele foi feliz em apontar o dedo professoral exatamente para o cerne da questão, mostrando preocupação quanto aos acontecimentos que estão em evidência, em razão da falta de organização e desestruturação cujos resultados não sabemos quais sejam os caminhos para onde vão levar o povo e o Brasil.
A verdade é que cada vez mais se vislumbram o embrenhar de turbilhão e emaranhado de situações engendradas pela classe política, como dito acima, em perigosas e indecifráveis manobras a dificultarem o futuro do Brasil, quando nada disso poderia estar existindo se houvesse classe política madura e consciente sobre as verdadeiras finalidades das atividades políticas da sua incumbência, com base na consciência de fundo constitucional,  como sendo tão somente verdadeiros representantes do povo, sem embargo dos normais e recrimináveis aproveitamentos da influência do poder para se beneficiarem dos cargos que exercem exclusivamente em nome do povo.
Por ter total pertinência com o que foi explanado na supramencionado mensagem, convém que seja entendido que a preocupação ali esposada encontra ressonância no fato de que a agressividade exposta pela esquerda tupiniquim, em defesa de suas ideologias sempre contestadas pelo que vem acontecendo nos países de regime socialista, a exemplo da Venezuela, não encontra eco, à mesma altura, por parte das alas contrárias.
Essa fora de tratamento dá a exata dimensão de que os diferentes da esquerda não têm nada com o que ela está disseminando ideologicamente, empurrando de goela abaixo na mente dos bestas ingênuos dos brasileiros, que são facilmente manipuláveis e convencidos por meio de programas assistencialistas, com a pseudo afirmação de que somente governo de cunho socialista tem condição de fazer distribuição de renda, quando se sabe que isso é dever do Estado, de assistir famílias carentes.
 É preciso que seja revelado, a bem da verdade, que a forma de assistencialismo, que é fonte de fanatismo político, conforme mostram os fatos, vem aumentando de forma assustadora, nos últimos tempos, diante da falta de programas governamentais que possam incentivar polos de desenvolvimento econômico e de emprego e isso somente contribui para incrementar os bolsões de miséria e pobreza, denotando que o povo não precisa, para viver melhor, de distribuição de renda na forma como vem sendo efetivada, fato que sinaliza para a urgente necessidade do repensar sobre outras alternativas que possam realmente diminuir as dependências populacionais às migalhas do Estado.
Urge que os presidenciáveis tenham capacidade administrativa para perceberem as reais dificuldades, quanto à efetividade, na execução da política governamental de distribuição de renda, no modelo de precariedade e ineficiência da atualidade, que não resolve a questão da pobreza e da miséria, mas só a amplia e elastece, além de ainda contribuir para confundir ideologicamente a classe social menos informada sobre a sua real finalidade em benefício do povo, levando inclusive à fanatização, em razão da vinculação dele com pessoa ou partido, sendo preciso a instituição de novo formato que possibilite forma de trabalho e emprego em regiões carentes de desenvolvimento econômico. Acorda, Brasil!
Brasília, em 26 de agosto de 2018

sábado, 25 de agosto de 2018

Condições de tristeza


Conforme mostram os fatos e o cenário sobre a situação dos imigrantes venezuelanos, pode-se concluir que a situação enfrentada por eles é de indiscutível tristeza, diante das enormes dificuldades das estruturas para a acomodação de tanta gente, em condições precaríssimas, que somente tende a se agravar, porque a crise progride de forma geométrica, sem a menor possibilidade sequer de arrefecimento, em face da visível impotência por parte do governo da Venezuela.
Uma das cidades bastante afetadas com a crise da imigração é Pacaraima, em Roraima, onde já houve até conflito entre brasileiros e venezuelanos, em decorrência de assalto e espancamento a um comerciante brasileiro, que culminaram com revide dos brasileiros, que destruíram e queimaram acampamento dos venezuelanos, o que contribuiu para acirrar ainda mais a situação, que já era periclitante, obrigando o retorno de muitos imigrantes para o seu país.
Um venezuelano disse que, após o conflito e as agressões, pensou até em voltar para o seu país, mas, “embora tivesse sentido medo, mas depois as coisas foram se acalmando. Os brasileiros pensaram que foram venezuelanos que agrediram o comerciante. Entendo. Mas nenhuma violência se justifica.".
Outro venezuelano, ao lado da mulher e de cinco filhos, a mais nova de dois anos e o mais velho de 12 anos, relatou que estava com a passagem comprada para o Brasil quando recebeu a notícia do incêndio no acampamento e, mesmo assim, resolveu vir, porque "Não podia devolvê-la, então pensei: 'vamos em nome de Deus'.".
O desejo, segundo conta, é chegar a Boa Vista e matricular as crianças na escola. "Até o momento, os brasileiros me atenderam muito bem. Espero que dê tudo certo." Com informações do Estadão Conteúdo.
A reportagem do G1 relata que teria percorrido as ruas de Pacaraima e constatou a situação difícil e precária dos imigrantes, tendo constatado que o cenário é de completa miséria para os venezuelanos que estão naquela cidade.
Uma criança de apenas 11 anos disse que “Nossa mãe não tem trabalho. Ela vendia café na rua, mas perdemos tudo quando queimaram nossas coisas. Procuramos comida, latinhas e coisas para vender. Também pedimos comida, o que sobra, o que as pessoas não comem".
Já um morador do município disse que as dificuldades que presencia, nestes termos: “Já vi muitos venezuelanos procurando comida no lixo. As crianças não têm culpa e há pais que colocam os filhos para pedir, para vender porque ambulantes são proibidos de ficar nas ruas. É triste, uma tragédia, mas a população não tem como ajudar”.
É patente e visível a herança maldita de todos aqueles apoiaram, ajudando a eleger o infame governo da Venezuela e ainda o apoiam, batendo palmas para as maldades patrocinadas por ele contra a população indefesa, que ainda está em condições de fugir das garras de ditadores do regime chavista, que, não suportando as terríveis tragédias sociais e humanitárias, está fugindo para outras plagas, na tentativa de encontrar aconchego e tranquilidade para se viver na normalidade de verdadeiro ser humano.
É lamentável e vergonhoso que, em nome da Revolução Bolivariana, que somente colocou no apogeu do mundo político um desequilibrado ávido pelo poder, que terminou sendo mandado para o espaço sideral, mas deixou em seu lugar outro ensandecido cuidando de completar a sua obra de destruição, cujo resultado é a consolidação do governo socialista, sistema que tem sido sinônimo das piores atrocidades e maldades contra o ser humano, como se toda essa falta de piedade humana fosse necessária às políticas de governo, que somente conseguiu arruinar as estruturas do Estado.
Não bastassem os venezuelanos terem que fugir do seu país, para não morrerem de fome e ainda serem obrigados a mendigar e passar fome em outro país, na luta inglória em defesa da sobrevivência, tendo a companhia de crianças e adolescentes, que certamente nem percebem o tamanho da gravidade que isso representa para as vidas delas, quando isso é algo da maior preocupação, por envolver vidas humanas, que os brutamontes ditadores não conseguem disfarçar a total falta de sentimento e piedade, como se as pessoas fossem meros objetos manipuláveis ao deus-dará, pouco se importando com as consequências sociais de tamanho desprezo à população.
As pessoas, com o mínimo de sentimento humano, anseiam por que os ditadores cruéis, sanguinários, insensatos e desumanos, sejam julgados e condenados por seus gravíssimos crimes à humanidade e sejam punições duríssimas, para que essa medida possa servir de lição, em termos do avivamento sobre imperiosidade da generosidade humana, aos trogloditas que estão ceifando muitas vidas de pessoas ingênuas e indefesas, em nome de bestial e tirano regime socialista, que tem sido cruel símbolo de martírio e sofrimento, tendo em conta que crimes horrorosos e apavorantes contra a humanidade precisam ser punidos o mais exemplarmente possível, para que os monstruosos culpados paguem por seus gravíssimos pecados.
É preciso não ter o sentimento de ser humano para não se sensibilizar com situações pesadamente tristes como essas relatadas pela reportagem, que demonstram o tanto de maldade que o governo socialista da Venezuela vem impondo ao seu povo, de forma cruel, irresponsável e desumana, principalmente sobre crianças, absolutamente inocentes e indefesas, que pagam pela tirania de governo extremamente incompetente e desastroso, que foi capaz de tornar uma nação até então bem estruturada em verdadeira ruína, totalmente desorganizada, em todos os sentidos, e ainda sem a menor perspectiva sobre a superação das graves crises.
O certo mesmo é que vai ter continuidade o governo venezuelano, tirânico e sem a menor condição de promover o saneamento de tudo que já foi destruído, acabado e nivelado por baixo, nas piores condições de governabilidade, sob o ritmo de atrocidade e desumanidade, que vem sendo impingido à população, na forma mais drástica possível, em termos de sofrimentos e dor.
A população daquele país se depara com crises sobre crises, tendo como consequência a falta das mínimas condições de sobrevivência, em virtude do generalizado desabastecimento dos supermercados, principalmente com relação a alimentos, remédios e demais gêneros básicos, fazendo com que a população, desesperada, seja obrigada a fugir para outros países, em busca de socorro, na tentativa de escapar do inferno terrestre.
          Naquele país, a resistência humana denota que já foi atingido o grau máximo da exaustão, quanto ao sentimento de tolerância humana, a evidenciar enorme desgaste, em termos físicos e psicológicos, além de a população estar em avançado estágio de extrema debilidade estrutural e orgânica, em razão da crueldade imposta pelo regime socialista, incrustado nos famigerados princípios revolucionários bolivarianos, que têm sido símbolo da tirania, do totalitarismo e principalmente do rigoroso controle exercido pelo Estado, fazendo com que os cidadãos percam a identidade como seres humanos, que, ao contrário, merecem usufruir, no mínimo, tratamento de dignidade e respeito como gente.
Causa espécie que a destruição generalizada que vem ocorrendo na Venezuela tem muito a ver com a mesma ideologia defendida pela esquerda brasileira, que, sem o menor escrúpulo, não demonstra o mínimo de sentimento de piedade por aqueles que estão em terrível estado de penúria, dando a entender que essa situação de extremo horror não passa de algo da normalidade política, própria de governo socialista, ante a sua passividade, como a se prestar total solidariedade aos protagonistas de desgraça que envergonha a humanidade.
É preciso que os verdadeiros brasileiros tenham a dignidade de perceber o sangue frio da esquerda, que tem sido absolutamente incapaz de entender que a destruição e a ruína dos venezuelanos fazem parte de mero processo político da maior naturalidade possível, porque é exatamente essa forma de igualdade social defendida pela esquerda, cujo processo se encaixa nesse inglório padrão de socialização, em que a classe dominada tem tratamento diferenciado e irracional, enquanto a classe dominante goza dos privilégios e das melhores condições próprias das mordomias palacianas governamentais, onde não falta absolutamente nada para seus integrantes.
Urge que a insensível esquerda tupiniquim tenha o mínimo de dignidade para esclarecer aos brasileiros essa gritante e desastrosa forma de tratamento que vem sendo dispensada ridiculamente aos venezuelanos, onde se percebe que a igualdade social, tão defendida pelo regime idealizado pelo socialismo, impõe aos venezuelanos tratamento horroroso de extremo sofrimento, enquanto a classe dominante não tem nada a reclamar, uma vez que as benesses e as regalias somente a socorrem, mesmo que a população nivelada por baixo, na forma do princípio socialista ali dominante, esteja em verdadeiro processo de dizimação e de penúria, como a prova maior que vem da parte dos imigrantes venezuelanos, que estão ocupando os países fronteiriços com aquele país, já assoberbados de gente correndo, aturdida e desesperada, do fogo do inferno comumente chamado Venezuela. Acorda, Brasil!
Brasília, em 25 de agosto de 2018

Orientação ao eleitor


Segundo a Câmara dos Deputados, 80% dos 513 atuais deputados federais estão na luta política, em disputa tentando a reeleição, em outubro vindouro, no total de 407 parlamentares, que certamente pretendem continuar assegurando os extraordinários privilégios, benesses, vantagens etc., oferecidos, com bastante fartura e generosidade, pelo exercício de um dos melhores cargos da República.
A propósito, os deputados federais têm direito à remuneração do valor de cerca de R$ 33.700,00, acrescida da verba de representação, auxílio moradia, passagens, transporte, plano de saúde, aposentadoria, entre outras tantas vantagens imorais e injustificáveis, à vista da obrigação regimental, pasmem, de apenas comparecer semanalmente (não trabalhar) à Câmara de terça-feira a quinta-feira, sem necessidade do cumprimento de quarenta horas semanais, como fazem normalmente os demais servidores da República.
A próxima eleição será a primeira patrocinada majoritariamente com recursos públicos, provenientes do Fundo Eleitoral, no escandaloso valor de R$ 1,72 bilhão, em cristalino abuso do dinheiro público, diante da notória falta de  recursos para os programas essenciais do governo, que foram literalmente passados para trás, para o atendimento dos interesses desses mesmos parlamentares que pretendem se reeleger, agora.
Ainda nestas eleições será observado o teto de gastos também para as campanhas eleitorais de deputado, tendo sido limitado no valor de R$ 2,5 milhões.
O resultado das urnas será estratégico para os partidos políticos, porque a distribuição anual do Fundo Partidário, que serve para a manutenção das legendas, é proporcional ao número de cadeiras na Câmara.
Além disso, a partir do próximo ano, estará valendo a chamada cláusula de barreira, aprovada na última reforma eleitoral, tão capenga quanto amoldada aos interesses dos atuais parlamentares, que servirá de base para o partido ter acesso ao tempo de TV e aos recursos previstos no fundo partidário, a depender do alcance de 1,5% dos votos válidos, em, pelo menos, 1/3 das unidades da federação e ainda precisar eleger, pelo menos, 9 deputados federais.
Os deputados são eleitos ainda pelo sistema anterior, tendo por base o modelo proporcional, fato que pode implicar em situações esdrúxulas, como  a que nem sempre o candidato mais votado se elege, enquanto há caso em que candidato com menos votos pode ser eleito.
O eleitor vota no candidato e no seu partido ou coligação e isso tem o condão de contribuir para o coeficiente eleitoral, que é a base para a eleição do deputado.
A apuração leva em conta o primeiro cálculo chamado quociente eleitoral, que é a divisão do número de votos válidos pelo cargo de deputado federal, tendo por base o número de cadeiras a serem preenchidas, por exemplo hipotético, em que um estado tenha nove cadeiras na Câmara e que o total de votos do estado tenha sido de  90 mil votos, o quociente é de 9 mil e o partido ou a aliança pode eleger tantos quantos deputados a partir do atingimento de 9 mil votos para um deputado, 2 deputados, com o somatório de 18 mil votos, e assim sucessivamente.
O segundo cálculo leva em conta o quociente partidário, ou seja, o número de votos obtidos pelo partido ou coligação, que é dividido pelo quociente eleitoral, cujo resultado é o número de cadeiras a que a sigla ou a aliança terá direito.
Com o número definido de cadeiras, os partidos e as coligações preenchem as vagas que têm direito com os deputados mais votados.
A quantidade de vagas para cada cargo é distribuída de acordo com a quantidade de votos que cada partido ou coligação recebe. Isso acontece exatamente dessa forma porque, no sistema proporcional, os votos não são atribuídos aos candidatos, mas aos partidos e coligações, ficando claro que candidatos mais votados são os primeiros se elegerem internamente no partido ou na coligação.
É pena que muitos eleitores brasileiros desconheçam totalmente os critérios para a eleição de deputados, federal, estadual, distrital ou vereador, que é feito segundo o modelo referido anteriormente, levando em conta o quociente eleitoral, que é um número que precisa ser atingido pelos partidos ou coligações para se garantir a eleição de um candidato no sistema proporcional de voto. 
Na forma desse esdrúxulo sistema, o parlamentar poderá se eleger mesmo que não tenha obtido votos suficientes para garantir a quantidade mínima estabelecida, mas ele poderá se eleger pelo quociente partidário, por meio do qual são definidas quantas vagas cada partido tenha atingido por meio do quociente partidário, levando em conta as coligações.
Um caso que serve de excelente ilustração é o que já foi aproveitado na última eleição no Estado de São Paulo, em que a expressiva votação de um palhaço famoso, que teria atingido, por exemplo, o significativo sufrágio de 1.200.000 votos e o quociente eleitoral daquele estado tenha sido de 300 mil votos, o que significa que aquela quantidade de votos é suficiente para eleger 4 deputados, ou seja, o palhaço se elegeu e consegue eleger mais três deputados, porque o sistema proporcional permite o emprego do quociente eleitoral beneficiando a legenda, que pode distribuir entre seus candidatos, os 900 mil votos restantes do total obtido pelo palhaço.
Esse caso significa dizer que o sistema eleitoral brasileiro, no que se refere à eleição para parlamentares, é o mais injusto imaginável e possível, porque permite que muitos políticos que já mostraram e demonstraram que são verdadeiros sanguessugas e aproveitadores dos cofres públicos, do poder e da sua influência, para a consecução de objetivos estritamente pessoais, podem se eleger até mesmo sem nenhum voto, a depender do que se chama no jargão popular de puxador de votos, como no caso do palhaço, que termina se elegendo e transferindo votos para três outros deputados e todos de reputação inexpressiva, tanto que foram pouco votados.
Quando os partidos colocam candidatos que têm muitos fãs ou seguidores, como atletas, cantores, palhaços e outros importantes antipolíticos assemelhados, podem desconfiar porque atrás disso tem muita mutreta armada pelas agremiações, em claro, espúrio e vergonhoso processo que objetiva apenas atrair votos para aqueles políticos, tendo por finalidade a eleição da quantidade maior possível da sua bancada, justamente com os votos excedentes referentes ao quociente eleitoral, ou seja, tantos palhaços importantes que o partido possa amealhar para seus quadros é a certeza do aumento de seus candidatos eleitos, com o aproveitamento da maior quantidade de votos, para o atingimento de mais quociente eleitoral.
Abre-se um parêntese aqui, para registro de fato auspicioso, em que um partido, além de apresentar somente candidato “ficha-limpa”, promete ser diferente, em termos de enxugamento de custos, não fazendo uso de recursos dos fundos eleitoral e partidário e também cortando pela metade os custos de gabinete de cada deputado, além do afastamento do partido do parlamentar que deixar de seguir a orientação sobre a redução de gastos, conforme documento assinado e registrado em cartório. 
Em resumo, é preciso que o eleitor procure se informar de que forma precisa votar para evitar até mesmo votar indiretamente em quem não pretende, porque ele pode votar em palhaço de verdade e terminar elegendo outros palhaços de mentirinha, em aproveitamento de sistema eleitoral absurdo e vexaminoso, que foi mantido exatamente assim, na última reforma eleitoral, para beneficiar os atores em cena na Câmara dos Deputados, que acharam por bem que esse monstrinho precisa continuar existindo, por não permitir que ele possa refletir a exata vontade do eleitor, que vota em determinado candidato, mas termina elegendo até mesmo quem ele jamais gostaria ou concordaria. Acorda, Brasil!
Brasília, em 24 de agosto de 2018