sexta-feira, 30 de abril de 2021

O Brasil merece respeito!

 

O presidente da República declarou que a decisão de um ministro do Supremo Tribunal Federal, que anulou condenações do ex-presidente da República petista, na Operação Lava-Jato, “deu elegibilidade para um dos maiores bandidos.”.

O presidente do país disse que “Um ministro do Supremo deu elegibilidade para um dos maiores, um dos maiores bandidos que passou pelo Brasil. Alguns falam 'ah, o Supremo aí' - foi um ministro, mas falam o Supremo - 'absolvendo o Lula'. Pessoal, uma coisa apenas. Se os delatores entregaram mais de R$ 2 bilhões de reais é porque eles roubaram. Roubaram de quem? Não foi de uma empresa privada de ninguém, foi de uma empresa pública. Só isso aí é suficiente”.

A aludida decisão fez com que o mencionado político deixasse de ser tanto condenado à prisão como réu em outros processos, todos sob as acusações da prática de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Diante disso, o ex-presidente conseguiu recuperar os direitos políticos, em condições de puder voltar a elegível, passando a se habilitar, na forma da legislação vigente, à Presidência da República, possivelmente em enfrentamento direto com o atual ocupante do cargo presidencial, na próxima corrida ao Palácio do Planalto.

Em discurso após a decisão em causa, o ex-presidente disse que foi "vítima da maior mentira jurídica contada em 500 anos de História.", embora ele não tivesse a mínima condição de comprovar a sua inocência.

Não obstante, o ministro do Supremo justificou a anulação das condenações sob o argumento de que a 13ª Vara Federal de Curitiba não tinha competência para julgar os casos envolvendo o petista, porquanto as questionadas condenações foram sentenciadas pelo ex-juiz da Operação Lava-Jato e ex-ministro da Justiça e pela juíza que o sucedeu no cargo.

 O ministro entendeu que não havia relação entre os desvios praticados na Petrobras, investigados na Lava-Jato de Curitiba, e as irregularidades atribuídas ao petista, como o custeio da construção e da reforma do tríplex do Guarujá e as reformas do sítio de Atibaia, recursos estes fruto de corrupção, que beneficiaram o político.

Em razão disso, o ministro determinou a transferência dos processos pertinentes para a Justiça Federal, em Brasília.

O plenário do Supremo Tribunal Federal referendou a decisão do ministro, ficando sacramentadas as anulações em causa.     

Em discurso após a decisão, o petista agradeceu o ministro, tendo dito que o magistrado teria reconhecido que “nunca houve crime cometido contra ele ou envolvimento dele com a Petrobras.”, sendo que essa afirmação está completamente fora da realidade processual, porque isso nunca foi pronunciado e nem podia ter sido, por falta de plausibilidade.

A bem da verdade, a decisão do ministro tem por base questão processual, quando ele apenas avaliou a competência para analisar e julgar os tipos das denúncias em causa, ou seja, a decisão em tela jamais analisou, em termos de mérito das irregularidades, se o petista é culpado ou inocente, mesmo porque o Supremo não tem competência para examinar os assuntos referentes aos desvios de recursos públicos, porque essa incumbência é da competência privativa das primeira e segunda instâncias.

Ou seja, as anulações em causa praticamente surgiram muito mais por conveniência pessoal do ministro, visto que o próprio Supremo já havia examinado pedidos versando sobre o mesmo objeto e todos foram negados, fato este que leva à ilação nesse sentido, o que é muito ruim para a segurança jurídica, a se indicar que a decisão agora proferida poderia ter sido efetivada desde o início dos casos, quando teria se evitado enorme transtorno, em benefício de criminoso condenado pela Justiça e gigantescos prejuízos para o patrimônio público, porque tudo volta à estaca zero, diante do reconhecimento das anulações processuais.

Impende se ressaltar que, na decisão em tela, não houve exame algum de mérito sobre as acusações cuja autoria dos fatos irregulares é atribuída ao político, que continua sob suspeita de ter praticado atos de improbidade administrativa, enquanto não provar a sua inculpabilidade quanto a eles, o suficiente para o afastar, em termos de ética e moralidade, de qualquer pretensão sobre a sua volta à vida pública.

Isso somente seria possível se parte dos brasileiros tivesse a verdadeira noção do que essa degeneração política representa em termos de dignidade para imagem do povo, que precisa urgentemente entender que o Brasil, pela sua importância de nação grande no contexto mundial, não pode ser comandado por pessoa sob suspeita da prática de corrupção, estando completamente implicada na Justiça, com base em várias acusações da prática de irregularidades, em que pese já ter tido oportunidade para mostrar a sua inocência em dois casos, mas não conseguiu se desvencilhar deles e terminou sendo condenado à prisão, fato que demonstra a sua culpabilidade, com base nas robustas provas constantes dos autos.  

Os brasileiros precisam se conscientizar de que os julgamentos condenatórios à prisão do petista, pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, foram anulados por assim dizer tendo por causa vício de origem, com o reconhecimento tardio e por demais, porque isso poderia ter sido visto pelo Supremo, desde o início das investigações, à vista das reiteradas reivindicações feitas e negadas pela própria Corte Suprema.

É preciso se reconhecer que essa decisão absurda e estapafúrdia resulta em gigantescos prejuízos ao Brasil, que certamente jamais será ressarcido, neste caso, dos valores desviados dos cofres públicos, tendo que arcar com enormes prejuízos, à vista da impossibilidade de novos e imediatos julgamentos, fato este que certamente propiciará ao beneficiário indevido oportunidade para dá o melhor destino dos recursos envolvidos.

Não obstante, convém que se ressalte que os fatos denunciados permanecem com plena validade, integralidade e subsistência, diante do fato de que o acusado não conseguiu, em nenhum caso, provar a sua inocência, o que vale dizer que ele sustenta, quer queira ou não, a suspeita da prática de atos irregulares, estando, para o fim do exercício de cargos públicos, completamente inabilitado, por não preencher os requisitos de conduta ilibada e decência na vida pública, que são condições essenciais e indispensáveis às práticas de atividades públicas.

Também é importante frisar que somente esses casos sobre suspeitas da prática de corrupção já constituiriam empecilho para o exercício de cargo público eletivo, diante da gravidade sobre a agressividade aos princípios republicano e democrático, à vista da exigência dos conceitos de conduta ilibada e imaculabilidade na vida pública, que não é o caso do político, mas muitos outros fatos na gestão dele precisam ser avaliados, por terem implicações contra o sentido da satisfatoriedade do interesse público.

Os brasileiros não podem olvidar de que foi no governo desse político que aconteceram muitos casos administrativos completamente contrários à eficiência da gestão pública e à efetividade das despesas públicas, que causaram gigantescos prejuízos não somente aos cofres públicos, mas especialmente aos princípios da economicidade e ao bom desempenho da finalidade pública, quanto à prestação dos serviços públicos à população.

Cite-se, em primeiro plano, o desvio da finalidade do dinheiro  público, que foi emprestado para países comandados por ditadores de índole socialistas, desumanos e sanguinários, basicamente a fundo perdido, para a construção de obras em benefício da população dessas nações, quando tais recursos poderiam ter sido investidos em importantes obras no Brasil, como metrô, estradas, ferrovias, portos, infraestrutura etc., à vista da imperiosa necessidade de se beneficiar os próprios brasileiros, tanto em forma de conforto social como em fomento ao emprego e à economia.

Nunca se viu, na história do Brasil, a partir do governo desse político, o aparelhamento dos órgãos e das entidades públicos, com a criação de dezenas de empresas públicas e, por via de consequência, de cargos públicos, sem nenhum critério quanto à necessidade da sua existência, senão do acolhimento de pessoas servis aos interesses do partido, tendo como resultado o inchamento da máquina pública cada vez mais onerosa e ineficiente, sob o pesado ônus dos contribuintes.

Nessa mesma linha de gestão pública deficiente e prejudicial ao interesse público, houve, na gestão desse político, a potencialização do sistema fisiológico de governabilidade, onde se permitia a aliança entre governo e partidos políticos, sob a forma de coalizão, onde se privilegiava o abominável balcão de trocas, tendo como moeda o seboso “toma lá dá cá”.

Nesse precário sistema de governança, a direção de ministérios e empresas públicas era entregue aos partidos em troca de apoio político no Congresso Nacional, como forma de se garantir a perpetuidade no poder, embora esse deplorável sistema resultasse na precariedade da prestação dos serviços públicos à população, que eram administrados sob o interesse dos políticos donos das capitanias hereditárias, que ditavam as suas prioridades partidárias, em detrimento dos interesses nacionais.

Por fim, é preciso pôr em destaque, à luz dos princípios da ética e da moralidade públicos, porque eles foram criados e se desenvolveram, com robusteza e pujança, precisamente no governo desse político, n caso dos famigerados e abomináveis sistemas de corrupção mais perversos aos cofres públicos que se tem conhecimento no mundo, na forma do mensalão e do petrolão, que tinham por finalidade a magia do desvio de recursos públicos, em princípio, para o financiamento de caríssimas e requintadas campanhas eleitorais e a compra da consciência de parlamentares, mas eles terminaram servindo também para satisfazer outros interesses igualmente ilícitos.

Todos esses fatos foram devidamente investigados pela importante Operação Lava-Jato e fazem parte de centenas de processos, que contam, em detalhes, a verdadeira história sobre as façanhas desse famoso e revolucionário político, que ainda tem coragem de se apresentar como representante dos brasileiros, quando seus atributos como homem público é apenas o pior possível, à luz de tudo o que faz parte do seu currículo vitae, à vista do pequeno histórico descrito acima, como político que é símbolo da falta de escrúpulo na gestão de recursos públicos, conforme mostram os fatos, mas, mesmo assim, em momento algum ele foi capaz de assumir os seus atos, de extremas deficiências, que resultaram em rastro de horror, em termos finalísticos do emprego do dinheiro público e das atividades próprias do Estdo.

Agora, convém que seja dito o tanto de maldade que representa, para os interesses do Brasil e dos brasileiros, o apoio que ainda é dado a político com tantos predicados negativos que foram utilizados para prejudicá-los, tendo muito mais por finalidade a consecução de causas pessoais e políticas dele e do seu partido, com vistas à conquista e à continuidade no poder, conforme mostram os fatos relacionados às suas ações populistas e caudilhescas, que o tornaram, na visão de muitos, simplesmente o “pai dos pobres”, quando, no fundo, não é nada senão a construção e a consolidação de patrimônio político sob estruturas da maior falsidade imaginável, conforme mostram os fatos, sob a análise da pura verdade.

Nessa cristalina imensidão de nebulosidade, incompetência, precariedade, irresponsabilidade, patrimonialismo, entre outras formas de degradação das estruturas do Estado, isso do pior possível para o Brasil nunca é visto nem notado por quem somente consegue enxergar maravilhas naquele político que domina o principal partido da esquerda, que tem o poder da centralização das decisões nas suas mãos e consegue fazer delas manipulações maquiavélicas de modo tal que idólatras e fanáticos somente vejam nele o resultado de políticas sociais, a exemplo do Bolsa Família e tantos outros programas sociais, como se tudo isso não fosse próprio da incumbência do Estado, que foi priorizado para fins meramente políticos, cujas ações assistencialistas foram transformadas em gestos de cunho pessoal, como se isso fosse virtude dele, como político da esquerda, quando não é verdade, porque o atual presidente do país, que é da direita, mantém no seu governo todos os programas que existiam nas gestões petistas, o qual abdicou, na essência, das práticas de pura degeneração da administração pública, que tanto beneficiaram os governos do passado.  

Parece inconcebível que os brasileiros honrados, lúcidos e cônscios das responsabilidades cívica e patriótica, permitam que pessoa com as piores qualidades hauridas na vida pública possa tentar ser presidente o Brasil, porque isso poderia representar a total incapacidade para se vislumbrar o que realmente seja o melhor para a nação, em termos de regeneração dos salutares princípios republicano e democrático, que são os pilares capazes de manter a dignidade do povo.  

Em termos de ética, moralidade e dignidade, o político em causa precisa se esforçar muito para limpar a sua ficha, que se encontra sobrecarregada de acusações sobre a prática de atos irregulares atribuída a ele, os quais são absolutamente incompatíveis com os princípios republicanos exigidos na administração pública.

Resta, enfim, a esperança de que os brasileiros honrados e conscientes sobre a necessidade de se passar o Brasil a limpo, em termos de ética e moralidade, não permitam, por meio do voto, que é a sua principal arma democrática, que pessoas sem a devida qualificação de moralidade e dignidade, na vida pública, possam pleitear o exercício de cargo público eletivo, uma vez que isso é forma cristalina de se privilegiar o sistema da impunidade e da desmoralização dos princípios republicanos.

Brasília, em 30 de abril de 2021

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Haverá o despertar da letargia?

 

Nos últimos dias, a cúpula do Congresso Nacional se encontrou com importantes empresários do país, inclusive representantes de bancos e do mercado financeiro, que acenam para movimento político que pode ter reflexo no governo federal.

A inquietação dessas lideranças surgiu basicamente diante das quase 400 mil mortes causadas pela Covid-19 e da situação cada vez mais preocupante e insustentável da economia, que obrigaram os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal a correrem para o afinamento do discurso com a necessidade de conversas sérias e importantes com o presidente da República, sob pena, inclusive, do agendamento de medidas que podem abranger o impeachment dele, caso as conversas fracassarem.

A preocupação demonstrada pelos empresários diz respeito à forte crise sanitária, que tem como consequência o bloqueia de investimentos externos e atinge diretamente os planos de abertura de capital de empresas.

Um deputado esclareceu que “Quem quer fazer IPO não consegue ter grandes resultados, porque ninguém tem segurança de botar dinheiro no Brasil, principalmente pela condição sanitária”.

Os encontros de autoridades e empresários são promovidos uma vez por mês, tendo por principal objetivo a discussão dos principais assuntos estratégicos de interesse do Brasil, com enfoque para as questões que podem impactar a economia, com reflexo nos investimentos e na entrada de recursos.

Segundo se especulam, os dirigentes do Congresso têm se reunido com a Febraban, a Fiesp e outras entidades influentes do país, além de participarem de agendas fechadas em São Paulo com nomes de peso, com vistas às avaliações sobre as atividades capitais para os interesses nacionais.

Os líderes do Congresso, mais especificamente do Centrão, entendem com muita clareza que a sobrevivência do governo depende das mudanças que se fizerem necessárias para o ajustamento das políticas que estão sendo trabalhadas, à vista do atingimento da melhor performance administrativa.

Um empresário afirmou que o objetivo das conversas foi o de se buscar o melhor para a economia, de modo que “O que a gente percebe é um alinhamento entre as duas Casas (do Congresso). E o que é o melhor para a economia? Primeiro, resolver a pandemia. Depois, um país com capacidade de investimento e crescimento. A prioridade é vacinar.”.

Como queixa principal, os empresários sublinharam que “as medidas para conter o avanço da pandemia dependem do Executivo, razão pela qual, desta vez, não há como tratar Bolsonaro como café com leite”.

Em sintonia com empresários, líderes do Centrão afirmaram que, “diante do notório fracasso no controle da pandemia, o presidente do país não terá mais a tolerância do Congresso. Bolsonaro está no fio da navalha. Se a coisa fugir do controle, se ele quiser fazer tudo do jeito dele, fora da ciência, não tenha dúvida de que nós vamos atropelar.”, conforme disse um deputado do Progressistas de São Paulo.

Já outro deputado advertiu que “Ninguém quer afrontar o presidente, mas ele precisa assumir a liderança dentro de uma racionalidade mundial, e não na destemperança da ala ideológica. O impeachment está descartado, desde que ele mantenha esse diálogo construtivo. Se tiver ameaça de choque institucional ou sair da racionalidade no combate à pandemia, ninguém vai pular no buraco com ele, não.”.

O que se percebe é que empresários, banqueiros, economistas – a elite do que se convencionou chamar de “mercado financeiro” – deixaram claro recado ao governo, no sentido de que terminou a paciência, precisando, de agora em diante, colocar o Brasil nos trilhos do trabalho e do progresso.

Prova disso foi a carta escrita ao governo, por economistas, que também foi subscrita por pesos-pesados do PIB nacional, contendo cobrança de mudança radical nos rumos da administração federal, tanto no plano do combate à Covid-19 quanto na área econômica, a qual se tornou a face mais visível da insatisfação, enquanto as conversas de alto nível, em termos de articulações, vão muito além disso, diante da abrangência de articulação entre autoridades influentes.

Há o entendimento que mudança no comando do Congresso, com a chegada dos novos presidentes, abriu, segundo empresários, novo e importante caminho para suas demandas.

Esse fato se confirma, segundo foi apurado pelo jornal O Estadão, porque os dois presidentes já se reuniram em pelo menos nove oportunidades com grupos de banqueiros, empresários e executivos, de modo que o principal objetivo é sobre a conveniência de se “controlar” o presidente do país.

Um empresário que participou de encontro com os dois presidentes do Congresso disse, na condição de anonimato, que o que se pretende, à vista da gestão “catastrófica” da pandemia, é diálogo produtivo com o Legislativo, por meio dessas autoridades, que são figuras “sensatas”.

A citado empresário afirmou que, com o presidente do país não foi possível nenhum diálogo, já que “Bolsonaro não consegue se aprofundar em nenhum assunto e só faz piada e fala palavrão”, enquanto que “Lira e Pacheco sabem da gravidade da situação e estão funcionando como interlocutores”.

Esse empresário disse que um dos pontos que mais têm preocupado os empresários é a imagem “nefasta” do Brasil no exterior.

Os dirigentes de bancos afirmaram que “eles querem previsibilidade para mitigar as incertezas e evitar novas crises de confiança em relação ao Brasil. A gravidade da pandemia vai desorganizando a economia gradativamente. As diferenças políticas, neste momento, têm de ser colocadas de lado. Temos de dialogar para mobilizar a sociedade, trabalhadores, governos, parlamentares e empresários numa frente de solidariedade se quisermos vencer essa crise, que já ganhou características de crise humanitária. As divergências e brigas políticas podem ficar para depois.”.

Um empresário, que se qualificou “otimista com o Brasil”, disse que “Não pode haver confusão entre os governos estaduais e federal. As brigas vão ter de acabar ou a sociedade vai cobrar.”.

Nos bastidores do empresariado, a insatisfação é enorme contra o governo, posto que um presidente de grande associação nacional declarou que “A paciência com Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, está acabando. O que move o empresariado é a economia, e a obviedade do fraco desempenho e a ausência total de plano e capacidade de gestão começam a movimentar até os setores que ganham na crise.”.

Um importante banqueiro teceu severas críticas ao governo, tendo afirmado, in verbis:O despreparo de Jair Bolsonaro está levando ao colapso da saúde e da economia. Seus erros estão fartamente documentados. Chegou a hora de dar um basta a tudo isso. O presidente precisa assumir um compromisso com a ciência e com pessoas que trabalhem e deixem a ideologia de lado. Se for incapaz disso, melhor deixar o cargo.”.

As informações constantes deste texto têm total transparência e ostensividade, porque elas foram publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, o que significa dizer que o presidente da República deve ter tomado conhecimento da real avaliação sobre o desempenho do seu governo pela elite econômica dominante do Brasil, que a qualifica de pífia e preocupante, à vista do negativismo que vem triunfando por meio de seus atos e isso tem péssimo reflexo no exterior, por mostrar imagem extremamente prejudicial aos interesses nacionais.

Esses fatos são da maior preocupação para os interesses do Brasil, por haver forte conscientização por parte do empresariado, que forma a força produtiva do país, na composição da riqueza nacional, que fomenta a produção e dá empregos, tendo a capacidade de contribuir para o desenvolvimento socioeconômico da nação, cujos integrantes se mostram descontentes com o mandatário do país, precisamente diante da insensibilidade dele perante os problemas nacionais, à vista de sequer haver diálogo acerca das crises econômica e pandêmica.

Não há a menor dúvida de que o presidente do país nutre discurso inverossímil, exatamente por defender os sentimentos de nacionalidade, mas, na prática, ele dá as costas para questões de suma importância para os interesses do Brasil, ao deixar de dialogar e discutir sobre matérias afetas ao seu governo, à vista das declarações dos empresários, que decidiram procurar interlocução com os presidentes do Congresso, como tentativa de alternativa na busca de algum entendimento sobre as questões relegadas no plano do Executivo, conforme evidenciam, de forma minudente, as queixas dos empresários.

É bastante preocupante a situação explanada pelos empresários, porque a tratativa para a solução pretendida depende exclusivamente do governo federal, que tem a incumbência constitucional de cuidar das principais estratégias nacionais, a exemplo da economia, em especial, mas o presidente se encontra em órbita completamente diferente, voltado exclusivamente para as suas ideias de reeleição e massacrar e sufocar adversários pessoais, políticos e de governo, em detrimento da preocupação com as questões políticas relacionadas com as causas nacionais, como os assuntos que dizem respeito, em especial, à economia, objeto da indignação evidenciada pelos empresários.

Convém sim que haja boa vontade e interesse por parte dos presidentes do Congresso, no sentido de atuarem como importantes interlocutores na tentativa da consecução de urgente solução para questões fundamentais do Brasil, por afetarem basicamente o cérebro da máquina produtora nacional, que é azeitada com os recursos provenientes dos industriais, empresários, banqueiros e outras elites da economia, os quais precisam estar alinhados, em mão-dupla, com as políticas de governo, porque o distanciamento entre ambos somente interessa ao fracasso e ao subdesenvolvimento socioeconômicos, que são algo que precisa urgentemente ser evitado, evidentemente a depender do despertar da sensibilidade, da competência, da consciência e da responsabilidade por parte de quem tem demonstrado gigantesca dificuldade para se despertar de enorme letargia político-administrativa.

Brasília, em 29 de abril de 2021

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Atentado à vida?

 

A Polícia Militar de Minas Gerais rastreou e prendeu pessoa que fez publicações em rede social com insinuação sobre estratégia para assassinar o presidente da República.

Na mensagem atribuída à autoria dele, consta a seguinte mensagem: "Gente, Bolsonaro em Udia [Uberlândia] amanhã... Alguém fecha virar herói nacional?".

Outros três usuários da rede responderam com frases como "Só preciso da arma" e "Bolsonaro se vier a Uberlândia voltará pra casa num caixão, não é ameaça é comunicado. Bolsonaro em Uberlândia amanhã. Né possível que não tem um sniper nessa cidade".

As publicações foram rastreadas pelo serviço de inteligência da PM, que monitorava redes sociais da região, como medida de segurança para a visita presidencial.

A Polícia Federal, que fez a prisão em flagrante, informou que o rapaz foi identificado e autuado, por fazer propaganda e incitação à prática de crimes contra a integridade física e a vida do presidente da República, o qual deve responder por crimes previstos nos artigos 22 e 23 da Lei de Segurança Nacional, com penas que podem ficar entre dois e oito anos de reclusão.

A PF diz ainda que segue a investigação para identificar os outros autores, que podem responder pelos mesmos crimes.

O cidadão reconheceu para a polícia que fez a publicação citando o presidente do país, mas disse que a sua intenção não tinha "conotação de ameaça, apenas de humor".

Ele afirmou ainda que se arrependia da publicação e a apagaria se pudesse e disse não conhecer os outros usuários que comentaram em seu perfil.

O rapaz afirmou ainda que achava injusta a prisão por uma publicação que poderia ser interpretada de forma diferente de uma ameaça e que outras pessoas a viram como piada.

Ele também ressaltou que não faz parte de movimento político ou estudantil.

Em outra publicação, o jovem internauta se referiu também à presença do governador de Minas Gerais na agenda presidencial e, com a mesma verve, afirmou, verbis: "Atualização: o Zema estará também. Olha a oportunidade aí, meus amigos".

          Neste caso, percebe-se a suma importância que tem o direito à liberdade de expressão, com fundamento no consagrado princípio constitucional do Estado de Direito, que existe exatamente para garantir o livre pensamento, que é forma evoluída dos povos modernos de puder dizer e manifestar o que pensa, da melhor maneira possível, sem restrição alguma, salvo no que diz respeito à incitação de práticas capituladas como crime.

          Embora o rapaz somente dissesse, depois do acontecido, que se tratava de mera brincadeira, não tem como configurar, perante as investigações policiais, que tal afirmação é verdadeira, exatamente porque a interpretação sobre o que foi dito por ele sim sugerir algo muito sério, concretamente sobre sugestão de eliminar o presidente do país e sobre isso a mensagem é muito objetiva.

          Ainda bem que o pensamento desastroso do rapaz não resultou em nada, mas poderia sim resultar em algo bastante complicado, se outra pessoa mais afoita e insensata tivesse entendido o recado exatamente como formulado na mensagem, em que a sua consumação poderia se transformar em tragédia.

          É preciso que as pessoas se conscientizem de que a liberdade de expressão é de importância capital para as relações sociais, no sentido de se permitir livremente a manifestação de pensamento, evidentemente em benefício da humanidade, o que vale se afirmar que as ideias fora desse contexto não condizem com a sua primordial finalidade, podendo o seu uso, ao contrário, resultar em indesejável crime no âmbito da sociedade, a exemplo do caso em apreço.

          Convém que as pessoas tenham mais cuidado sobre a manifestação de suas vontades, evidentemente evitando tentar querer fazer “humor” sobre assuntos sérios, diante da necessidade da integridade de vidas humanas, que podem correr sérios riscos por conta de pensamento interpretado, por outrem, diferentemente do originariamente imaginado.       

Brasília, em 28 de abril de 2021

terça-feira, 27 de abril de 2021

Grito de independência?

 

O presidente da República voltou a criticar, com severidade, os governadores, tendo os chamado, pasmem, de “pseudo ditadores”, por eles terem adotado medidas de restrição de circulação de pessoas, em razão da gravidade da pandemia do coronavírus.

Na ocasião, o presidente do país afirmou que está na hora de o Brasil dar “seu novo grito de independência”.

Em cerimônia de inauguração de 22 quilômetros de duplicação, na BR-101, em trecho na Bahia, o presidente afirmou que não se pode admitir que “alguns governadores imponham uma ditadura no país”.

Ele disse que “Está chegando a hora de o Brasil dar seu novo grito de independência”, não tendo especificado exatamente sobre o que ele estava se referindo, quanto à necessidade de se declarar nova independência do Brasil.

Convém se observar que as instituições republicanas estão funcionando normalmente e na sua  plenitude, não havendo sinal impactante ao exercício da cidadania, de vez que as medidas adotadas pelos governadores e prefeitos atenderam à gravidade da crise causada pela pandemia do coronavírus, em situação de excepcionalidade, que o presidente faz questão de ignorar, ante a sua primordial preocupação com a economia, que tem sido prevalente à vida humana, conforme mostram os fatos.

O presidente ainda adiantou o vislumbre do fim rápido para a situação vivida pelo país, na atualidade, de restrições de circulação e crise econômica, apesar de o Brasil ter ainda quase 3 mil mortes diárias pela Covid-19, mas sobre isso ele não demonstra a menor preocupação, porque, na opinião dele o que importa mesmo é a economia e todos vamos morrer.

         O presidente brasileiro afirmou que “Esse suplício está chegando ao fim. Logo voltaremos à normalidade”.

Não se sabe se o presidente estava se referindo ao suplício da pandemia, visto que nenhuma medida foi adotada, como novidade, por parte do governo, o que vale dizer que, se tiver que morrer, vai morrer, inapelavelmente, a exemplo da redução das doses de vacinas, quando deveria haver processo inverso, com o aumento das doses.

A CPI da Covid, que investigará a resposta do governo federal à pandemia e as ações do presidente, que frequentemente descumpre normas sanitárias básicas, como o uso de máscaras e evitar aglomerações, será instalada no Senado Federal, nesta manhã.

Nesta segunda, o presidente do país foi filmado, sem máscara, cumprimentando centenas de pessoas aglomeradas, como se nada mais estivesse existindo, em termos da pandemia.

O evento referente à inauguração, conforme programação, deveria ter sido fechado à população, para se evitar conglomeração, mas o próprio presidente revelou, em seu discurso, que pediu que fosse aberto para a entrada das pessoas que o esperavam, fato este que serviu para causar mais aglomerações, sob riscos de contaminação, fato este que somente presta para evidenciar o quanto o mandatário se preocupa em evitar contaminação da Covid, ou seja, nenhuma.

Ao que parece, sempre que o presidente do país aparece diante da imprensa, ele se mostra incontrolável e irresistivelmente disposto a se manifestar sob instinto nada republicano, por meio de descabidas ameaças, como nesse caso, onde ele se refere a “novo grito de independência”, dando a entender que o Brasil se encontra sob o jugo ou a dependência senão da incompetência administrativa e da disfunção quanto ao bom relacionamento ente as autoridades públicas da federação.

Caso o presidente do país tivesse o mínimo de consciência sobre a necessidade de liderança e coordenação sobre o efetivo combate à pandemia do coronavírus, certamente que não haveria nada desse suplício que foi colocada na cabeça dele, que é fruto da incompetência de gestão pública, uma vez que a centralização da gestão da pandemia poderia funcionar como instrumento para o levantamento das questões com o vírus e a sua solução, por meio de medidas de consenso entre as autoridades públicas da federação, no caso da União, dos estados e municípios, todas trabalhando em conjunto e tratando de único objetivo de cuidar de vidas humanas.

É evidente que a figura do suplício aqui imaginada precisou ser criada, ao que tudo indica, justamente para que o presidente brasileiro alimente a sua maneira de ser, tentando passar para a opinião pública a existência de ódio contra ele e seu governo, quando eles foram incapazes de cuidar e tratar, com a necessária eficiência, as causas da pandemia, cujos resultados certamente teriam sido outros bem favoráveis à saúde dos brasileiros, não fossem as ausências de políticas públicas cheias de interesses e boa vontade para a agregação de forças, dedicação e cuidados contra a pandemia do novo coronavírus.

A verdade é que a falta de vontade demonstrada pelo presidente do país, desde o início da pandemia, quando o próprio órgão especializado, o Ministério da Saúde, ficou quase um ano sem titular da área de saúde, que melhor teria entendido sobre as gravíssimas questões sanitárias, além de que o novo ministro ainda não disse para que veio, porque as mais vivas políticas de saúde conhecidas são no sentido de que a imunização caminha em passos lentos, em ritmo de tartaruga, por força da diminuição das doses de vacinas, o que somente mostra a precariedade da imunização e, enfim, o descaso com a saúde dos brasileiros.

Não obstante, como medida em harmonia com a incoerência, o presidente se refere a “grito de independência”, como se a parte do governo estivesse a pleno valor de eficiência, enquanto outros setores estivessem agindo em contrariedade às maravilhosas políticas em execução pelo governo federal.

À luz dos princípios do bom senso e da sensatez, certamente que o Brasil não precisa de novo grito de independência, mas de sim de urgente grito de sensibilidade, competência, responsabilidade e conscientização sobre os gravíssimos problemas brasileiros, em especial sobre a crise da pandemia do coronavírus, que estão sendo ignorados por parte de quem foi eleito precisamente para trabalhar como verdadeiro estadista.

Convém que o presidente da República se conscientize de que é preciso que haja, urgentemente, coordenação, em forma de liderança, por parte do governo federal, para a centralização das ações e políticas de combate à pandemia do coronavírus, de modo que a doença possa ser tratada com a devida e necessária eficiência, onde todas as autoridades estejam se empenhando e se dedicando bravamente contra mal terrivelmente que vem derrotando a todos, inclusive os brasileiros, exatamente, em especial, pelos desprezo, insensibilidade, incompreensão, desinteresse, desunião e incompetência.         

Brasília, em 27 de abril de 2021

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Inaceitável intolerância

           Um pastor da Assembleia de Deus, de Alagoas, vai ser processado pelo crime de homofobia, por organizações de direitos humanos, depois que ele ter declarado que ora pela morte de ator que se encontra internado há mais de mês, com a Covid-19, de acordo com informações publicadas pelo Congresso em Foco, do UOL.

O religioso declarou, nas redes sociais, que “Eu oro para que o dono dele o leve para junto de si”.

Diante das repercussões negativas por parte da opinião pública, a aludida mensagem foi apagada das redes sociais, sem que o religioso se retratasse sobre declaração tão infeliz.

As entidades de direitos humanos declararam que “É urgente que crimes como estes, motivados por homofobia, sejam enquadrados na tipificação da LGBTfobia, na Lei nº 7.716/2018, que trata de combate ao racismo, e que punições mais rigorosas e severas sejam tomadas  contra condutas homofóbicas e atos discriminatórios como o em questão”.

Trata-se de demonstração de intolerância por parte do religioso, que tem por claro sentimento de afronta aos princípios religioso e humanitário, cuja atitude merece a normal rejeição por parte da sociedade, precisamente por não haver qualquer motivo para justificar que o homem seja condenado, tão dura e perversamente, apenas por ser homossexual, porque a preferência pela maneira de se viver não prejudica em absolutamente nada a convivência pacífica e harmoniosa entre as pessoas.

Mutatis mutandis, a reprovável rejeição do religioso, perante quem confessa preferência pelo homossexualismo, faz o mesmo sentido em olhares inversos, quando o homossexual pode não gostar do pastor, não importando em absoluto a motivação, mas, em ambos os casos, inexiste, minimamente que seja, plausibilidade para um ou outro desejar a infelicidade quanto ao seu estilo de viver ou de ter profissão, quando tudo deve se harmonizar no seio da sociedade, ante a inexistência de incompatibilidade em ambos os casos, à vista da pluralidade social.

Ainda mais em se tratando de religioso, causa enorme perplexidade que o fato de alguém ser homossexual merecer forma de tratamento tão absurdamente desumana, pelo desejo ardente da morte de ser humano, quando o normal é exatamente o contrário, do desejo do bem para todos, diante do sentimento ínsito da religião, que tem como ensinamento precisamente o amor infinito ao próximo, como demonstração da verdadeira disseminação da palavra de Deus, na certeza de que as pessoas, indistintamente de preferência sexual ou religiosa, são todas iguais perante o Pai, que acolhe a todas apenas pelo sentimento paternal, no âmbito do amor filial, que precisa imperar entre as pessoas.

Embora seja compreensível que realmente a espécie humana cresce sob os efeitos da modernidade e dos avanços normais dos conhecimentos científico e tecnológico, ainda se verifica que muitas pessoas têm enorme dificuldade para acompanhar a mentalidade renovadora, como no caso desse pastor, que apenas demonstra que se encontra ainda na escuridão civilizatória da idade da pedra lascada, com a mentalidade reduzidíssima àqueles tempos, embora ele esteja convivendo na atualidade, onde o Homo sapiens já atingiu saudável nível de evolução, em todos os sentidos, inclusive humanos.

Tem sido normal, por ser humana, a percepção do sentimento de prazer e satisfação no semblante de quem pratica ação benéfica para o seu próximo, mas, em sentido contrário, deve ser horrivelmente desagradável para a pessoa que deseja maldade, como nesse caso de se rezar para a morte do seu semelhante, somente porque não tolera a preferência sexual dele, sem que isso possa servir de argumento para manifestação de intolerância social.  

Enfim, diante da péssima lição pregada pelo pastor em causa, espera-se que os homens se conscientizem de que os princípios da tolerância, da compreensão e do amor são sentimentos capazes de contribuir para engrandecê-los no âmbito da sociedade, que somente tem condições de progredir quando todos se respeitarem mutuamente nos seus direitos de cidadania.

          Brasília, em 26 de abril de 2021

Repúdio ao retrocesso?

 

Aos poucos,  o presidente da República ensaia e até tenta pôr em prática suas maquinações e loucuras inimagináveis, nos bastidores secretos do Palácio do Planalto.

A última tentativa fracassada, o presidente tentou o alinhamento incondicional das Forças Armadas a seus projetos políticos antidemocráticos, inconstitucionais e intervencionistas que fossem as suas proposições de cooptação dos militares de alta patente.

Ele desejava simplesmente impor na caserna das Forças Armadas o que foi implantado na Polícia Federal, depois da expulsão do ex-juiz da Operação Lava-Jato do Ministério da Justiça, em forma de manipulação de quadros, controle das ações e o uso indevido do aparato para interesse de seus objetivos políticos, quem sabe com a implantação de regime de exceção, no qual pudesse triunfar algo excepcional ao estilo ditador moderno.

O presidente mostra que tem sonhos longínquos das funções normais da presidência do país, depois de ter se sentido acuado e dominado pela incompetência de seu governo, em especial na gestão do combate à crise da pandemia do coronavírus, de modo a querer resgatar o controle da situação, na marra, com base da força.

Ao que tudo indica, mentalidade estúpida e absolutista movem os desejos do mandatário do país, com a tentativa de rumos à mudança da democracia, tendo por base a ameaça às instituições, ao Supremo Tribunal Federal, aos governadores e a àqueles que estiverem contra os seus planos políticos de reeleição.

Na semana do aniversário do regime militar de 1964, o presidente do país foi muito claro, ao dizer o seu recado direto sobre os anseios que acalenta, quando a quartelada teria o condão de se mostrar a consagração da medida necessária à garantia da manutenção no poder.

Não conseguindo, o presidente se viu obrigado a exonerar o ministro da Defesa, em circunstância atabalhoada e humilhante, para os costumes republicanos, depois de não ter conseguido a cabeça do comandante do Exército, que poderia ser um passo à implantação da reforma que pretendia.

Tendo recebido como resposta espécie de levante militar e o alerta de que as Forças Armadas não cedem um milímetro dos ditames que regem os seus princípios em defesa da democracia e do Estado de Direito, depois de mandar o recado ao presidente de que elas são instituições de Estado, cujas funções estão claramente definidas na Constituição Federal.

Os comandantes militares, em uníssono, repudiaram, em alto e bom tom, a tentativa de politização das Forças Armadas e o seu enquadramento deliberado, com o intuito de engajá-las em aventuras arbitrárias do seu comandante-em-chefe.

Neste momento de tentativa de manipulação, a hierarquia militar, o preparo, o equilíbrio, o senso de dever para com a estabilidade das instituições republicanas e o respeito à Lei Maior do país falaram mais alto em defesa dos princípios basilares de comportamento e responsabilidade perante a pátria.

O general substituído caiu atirando contra atitude autoritária do presidente, ao deixar claro e eloquente recado na carta de despedida, quando afirmou textualmente que não transgrediu regras constitucionais por vontades superiores, ou seja, “Preservei as Forças Armadas como instituições de Estado”, em perfeita assertiva de refutação aos desmandos do presidente do país.

          O general disse ter agido na mais absoluta legalidade, em harmonia com os fundamentos da democracia, posto que as Forças Armadas, que são instituições de Estado, jamais podem ser confundidas com forças de governo ou do presidente da nação.

À primeira vista, o presidente do país consegue apenas encenar a epopeia de governo em queda livre, graças aos erros próprios, totalmente enfraquecido, desacreditado, praticamente tutelado pelo famigerado e repudiado Centrão, a quem se tornou refém, por não ter mais condições de se desvencilhar de suas garras, estando completamente capitulado em espetáculo de degradação administrativa, sem condições de nada oferecer à população, à vista do pífio combate à pandemia do novo coronavírus, diante da montanha incontrolável de mortes caudadas pela Covid-19, a evidenciar verdadeira tragédia humanitária, para governo que prometia só mudanças, que tem sido somente de horrores.

O presidente do país escuta dos generais o repúdio à radicalização e do povo ele é obrigado a escutar reclamações pelos descaso e incompetência, mas ainda há o consolo de ouvir o apoio de brasileiros que ainda entendem que o seu governo tem sido verdadeira maravilha, ao meio da desgraça com as marcas da tragédia protagonizada pela pandemia, que foi tratada à míngua, quando deixou, de propósito, para satisfazer seus caprichos, que o Ministério da Saúde, órgão de governo especialista em tratamento de saúde, ficasse acéfalo por quase um ano, sendo cuidado, pasmem, por especialista em logística, que não tem nada a ver com sanitarismo ou saúde pública, de modo que isso só evidencia os altíssimos graus de insensibilidade e irresponsabilidade perante os princípios humanitários.

A importante experiência haurida ao longo do regime militar pode ter contribuído para alertar os militares a repudiarem o recomeço da página da história com a reputação manchada, que precisa urgentemente ser tratada como algo do passado que em nada ajuda para a solução dos problemas de tempos modernos, cuja evolução deve se harmonizar com ações competentes e eficientes para os novos tempos.

Na atualidade, com o mundo globalizado, ninguém deseja se associar ao risco de golpe de Estado, salvo as mentes poluídas, desequilibradas, desajustadas, corroídas pelos instinto e ambição doentia ou pelo despreparo, poderia imaginar tamanho despautério, mesmo que se ainda possa contar com o apoio de lunáticos, que se mostram cem por cento em defesa da incompetência e da irresponsabilidade, por não terem compromisso algum com os verdadeiros objetivos de estabilidade nacionais.

A verdade precisa ser dita de que as Forças Armadas, compreendendo o Exército, a Marinha e a Aeronáutica, são instituições que não irão se inclinar ao retrocesso do autoritarismo de mente maquiavélica, à luz do seu cristalino recado de que elas estão definitivamente comprometidas com a defesa dos princípios democráticos e dos ditames da Constituição, algo que são salutares ensinamentos civilizatórios que o presidente da República, embora tivesse prometido obediência e zelo a seus preceitos, parece ter esquecido ou, deliberadamente, abandonado, em nome de seus projetos políticos, claramente em detrimento dos interesses nacionais.

Brasília, em 26 de abril de 2021

Cadê a transparência?

 

Vem circulando, nas redes sociais, vídeo referente à live do presidente da República, no qual, mais uma vez, ele faz emocionante apelo aos brasileiros, com o máximo de veemência, com vistas à obtenção de maciço apoio do povo para fazer, com o respaldo popular, algo em defesa da liberdade, segundo é dito no discurso dele, sem que o conteúdo de importante medida “salvadora” seja declinada na ocasião, como é do deve dele.

O aludido apelo, que tem o acompanhamento de fortes imagens do presidente mostrando os efeitos da cirurgia realizada em razão da facada sofrida por ele, é vazado nos seguintes termos: “Quanto mais atiram em mim, de forma covarde, por parte da sociedade, mais vem enfraquecendo quem pode resolver a situação. Como é que eu posso resolver a situação? Eu tenho que ter apoio. Se eu levantar a minha caneta Bic, falar: Shazan, eu vou ser ditador. Vou ficar sozinho nessa briga! O meu Exército, que tenho falado o tempo todo, é o povo. Eu sempre digo que eu devo lealdade absoluta ao povo brasileiro. Esse povo está todo na sociedade, inclusive no Exército fardado. A vocês eu devo lealdade. Eu faço o que vocês quiserem. Eu faço o que vocês quiserem, porque essa é a minha missão de chefe de Estado. Aquele que abre mão de um milímetro da sua liberdade, em troca de segurança, seja o que for, não terá nada no futuro. Eu sou a pessoa, queira ou não, critique ou não, me ofenda ou não, que possa garantir a sua liberdade.”.     

O discurso do presidente do país estarrece pela contundência em mostrar que os brasileiros correm seríssimo perigo quanto à iminência da perda de liberdade e somente ele tem condições de evitar a catástrofe anunciada, embora tudo ainda se situa no cenário do imaginário, porquanto ele não precisa a verdadeira situação que pode levar ao abismo vislumbrado à vista e as medidas precisas para evitá-lo.

O presidente brasileiro demonstra terrível desespero no seu trono, ao pretender proteger a sociedade, que, segundo ele, encontra-se em perigo, mas por desconhecidas motivações, ele se esquece de detalhar o preciso objeto da situação e o mais importante que se refere ao seu antídoto, ou seja, exatamente o que pode ser perigoso contra os brasileiros e que ele entende que precisa fazer para salvar o seu rebanho que se encontra correndo perigo de perder a liberdade.

Há ainda o ponto especialíssimo do discurso presidencial, que diz respeito ao massacre que ele vem sendo sistematicamente atacado e agredido, por meio de covardes tiros disparados contra ele, por parte da sociedade, fato este que o coloca como vítima, que vem sendo criticado e ofendido, evidentemente sem motivação, talvez porque ele se coloca como o verdadeiro salvador dos brasileiros.

Não deixa de ser muito estranho, para os tempos modernos, o mandatário da nação querer, a todo custo, ter o apoio do povo, implorando por ele, para fazer o que ele quiser, mas se esquiva, sem justificativa plausível, de dizer o real objeto do que ele pretende fazer para garantir a liberdade que se encontra extremamente ameaçada, segundo a sua ideia visionária.      

É extremamente preocupante a ingenuidade de muitos brasileiros, que se deixam ser facilmente influenciados pelo sentimento artístico e sensacionalista amador do presidente da República, que se esforça ao máximo para representar cenário absolutamente fantasioso, com ares próprios de perigosa e arriscada situação sem denominá-la precisamente, fato este nada recomendável para estadista, que tem obrigação de apascentar os brasileiros e não disseminar inquietação, como o faz, por alardear situação de perigo, cujo remédio depende do povo, que sequer é informado do possível abismo.

Isso obriga a relembrança de situação com conotação bem próxima dela, a exemplo que pode ter havido com base no seu emprego, de forma estratégica, em muitos países, e a Venezuela pode servir para mostrar que o povo assegurou total apoio ao ditador já falecido, para a implantação de medidas que ele adiantara que seriam para salvaguardar a liberdade da população, tendo a obtido e as consequências são os detalhes contados pela triste história.

Naquele país, o povo se dignou a conceder o apoio pedido pelo presidente, que logo se tornou ditador sanguinário e desumano, e o resultado da benevolência popular é precisamente a desgraça que se espraiou naquela nação, que é do conhecimento de todos, que sabem perfeitamente como se encontra aquele país, na atualidade, quando tudo começou com essa história de se garantir liberdade para o povo, com a mesma promessa de que "eu faço o que o povo quiser".

Isso até pode ser verdade, mas o que o povo mais queria era extremos interesse e boa vontade do mandatário do país para combater com a maior seriedade possível a pandemia do coronavírus, mas o resultado é exatamente o desastre que já são contabilizadas quase 400 mil mortes, que certamente não chegariam a tanto, caso tivesse havido forma de tratamento com a eficiência que a situação exigia de agressividade, no bom sentido, contra a doença terrível.   

Nesse caso específico da possível perda de liberdade, o povo precisa, acima de tudo, ser bastante astucioso e inteligente para garantir seus direitos de cidadania, porque, se não se cuidar, termina batendo com a cara no paredão, se for, na base da confiança e da boa vontade pretendida pelo presidente do país, caso acredite piamente na conversa apelativa dele, que vem dizendo que é vítima de parte da sociedade e até pode ser, mas o que não se pode ser admitida, de maneira alguma, é essa história de ter apoio do povo para garantir liberdade, sem serem mencionadas claramente quais são os perigos e as suas verdadeiras pretensões, depois de receber o aval dos brasileiros.  

O governo com propósito de seriedade e responsabilidade cívica e administrativa, que respeita a dignidade dos brasileiros, tem a hombridade de dizer  ao povo, com as devidas clareza e transparência, as medidas importantes para as quais ele espera que os ingênuos brasileiros concedam o seu aval, de olhos vendados e sem saber exatamente quais elas sejam, diante do fato de que depois da sua adoção, o presidente simplesmente, conforme o conteúdo delas, poderá nem assumi-las, em absoluto, e ainda atribuir ao povo toda responsabilidade, porque ele vai alegar que jamais faria o que fez sem o respaldo popular, ou seja, ele pode alegar que é apenas o intérprete da vontade do povo.  

Para o bom entender, o extremo sentimentalismo do presidente pode sim se transformar em algo muitíssimo perigoso, diante da falta de informações sobre as pretensões dele, porque, em termos de interesse público, nada justifica o sigilo, principalmente diante da importância dramatizada para os fatos.

É até possível se imaginar que, se o presidente do país tivesse em poder de sentimentos nobres para agir com as melhores e honrosas das intenções, ele não precisava vir com essa conversa de vítima e possível perda da liberdade do povo, porque o que ele imagina que seja precisa realmente fazer já deveria ter sido exposto para os brasileiros, diante da imperiosidade sobre o prévio conhecimento do que ele denomina de situação, que deve e precisa ser urgentemente discutida com o povo, de forma absolutamente transparente, para que não reste a menor dúvida de que as medidas pretendidas estão em total harmonia com o interesse público e sem qualquer perigo de haver algo ilícito nem inconstitucional.

O presidente da República acerta precisamente quando decide, com a devida prudência, em contar com o apoio do povo para adotar medida que ele considera indispensável à proteção das liberdades individuais, porque isso é exatamente evolução das nações que procuram respeitar os princípios consagrados sob o amparo do princípio ínsito do Estado Democrático de Direito.

Não obstante, o presidente do país erra redondamente ao esperar que os brasileiros deem esse aval sem que ele diga, em minúcia, exatamente o que pretende realizar com o consentimento do povo, porque é precisamente assim que procedem os estadistas sérios, competentes e responsáveis, que valorizam os princípios republicanos, em especial os que se referem à transparência e ao compromisso com a verdade e a honestidade na gestão pública.

Ao contrário disso, na forma como o presidente do país pretende ter o apoio dos brasileiros, muito mais tentando se passar por vítima maltratada e enjaulada e ainda sem dizer precisamente o objetivo do ato pertinente, isso condiz com cena de teatro bufo e com tudo o mais, menos com atitude de estadista que privilegia a liturgia do cargo, levando-se em conta que o Estado é senão o próprio povo.

Fazendo apologia a um célebre presidente norte-americano, pode-se afirmar que o presidente brasileiro até pode enganar as pessoas, por muito tempo; algumas, por algum tempo; mas não consegue enganar os brasileiros, por todo o tempo.         

Ante o exposto, para o bem da verdade, faço esse importante alerta, para que os brasileiros não aleguem depois que não sabiam bem sobre as pretensões presidenciais, e realmente não sabem mesmo, mas esse artificialismo não tem absolutamente nada de seriedade e até espera-se que haja engano na interpretação dessa história palaciana, para que resulte no bem dos brasileiros, que precisam ser governados sob o pálio da seriedade, da transparência e da confiança. 

Brasília, em 26 de abril de 2021

domingo, 25 de abril de 2021

Respeito à dignidade pública?

         É evidente que ninguém tem o direito de criticar as pessoas por suas preferências ideológica, religiosa, política etc., porque isso seria desrespeito ao sentimento e à intimidade pessoais, que fazem parte do patrimônio de cada cidadão, diante da livre manifestação de escolha e preferência comportamental de cidadania.

Ou seja, cada pessoa é livre para exercer a sua vontade de expressão e pensamento e ninguém tem nada com isso, porque cada qual assume as suas posições dentro da sociedade.

Agora, não deixa de ser sintomático, conforme se verifica nas redes sociais, muitas pessoas ficarem se manifestando favoravelmente e até defendendo políticos que se envolveram ou foram implicados em casos de irregularidades com recursos públicos, estando ainda extremamente complicados, em termos de moralidade e dignidade, ante às exigências que são próprias quanto à imperiosidade de conduta ilibada, imaculada, acima de qualquer suspeita, no âmbito das atividades político-administrativas.

A impressão que deflui é a de que todas as pessoas que se manifestam abertamente em defesa de políticos importantes que estão, de alguma forma, envolvidos ou implicados com a Justiça aparentam estar em plenas lucidez e consciência das suas faculdades mentais e intelectuais, embora não denotem o mínimo de sensibilidade em defender seus ídolos, completamente sujos, mal lavados ou maculados pela suspeita da prática de atos que envergonham e são capazes de reduzir a sua dignidade ao nível mais vil da criatura política, tornando-se, à luz dos princípios da ética, da honorabilidade e da moralidade, indignos de ser lembrados como homens públicos, enquanto não demonstrarem, à saciedade, a sua inculpabilidade, em relação aos casos inquinados de irregulares, cuja autoria é atribuída a eles, por força de investigações autenticadas pela Justiça.

A severa restrição que aqui se coloca diz respeito precisamente com relação aos casos em que a Justiça reconheceu e acolheu as investigações indicando a constatação da prática de atos sobejos de irregularidade, porque isso já é mais do que suficiente para que as pessoas honradas e conscientes sobre a importância dos valores da dignidade e da moralidade entenderem que não podem simplesmente desprezar a gravidade que isso representa para o exercício de atividades públicas, que pressupõem que as pessoas estejam no estado de graça da imaculabilidade e inume às suspeitas de qualquer forma de envolvimento com irregularidade com recursos públicos, posto que nem precisa terem sido condenadas pela Justiça, porque o sentido de ficha limpa é o de terem conduta acima de qualquer suspeita, o que não o caso de muitos políticos que não conseguem provar a sua inocência nos casos denunciados.

Em outras palavras, o homem público precisa ser modelo de dignidade e honorabilidade, para ter condições de exercer cargos públicos ou se manter na vida pública, ante as exigências de conduta ilibada e folha corrida bem limpinha, porque o contrário disso apenas significa o desrespeito aos saudáveis princípios de decência, moralidade, correção, que são os pilares da administração pública.

É possível que os idólatras desses políticos denunciados na Justiça, pela suspeita da prática de atos irregulares, acreditem, no seu íntimo, que eles são inocentes e pessoas dignas da sua credibilidade, o que até possa justificar, para elas, a defesa intransigente da volta delas à vida pública, mas é preciso convir que se trata de opinião pessoal que não pode sobrepor ao sentimento das demais pessoas, que têm os mesmos direitos de pensar e precisam ser respeitadas, principalmente no sentido de que a representatividade política deve ser exercida somente por quem preencher os requisitos da imaculabilidade na vida pública, devidamente comprovados, não cabendo outra interpretação.

Com todo respeito às pessoas que não têm o menor escrúpulo em defender a livre representatividade política de quem se encontra implicado com a Justiça, exatamente porque isso não encontra legitimidade nos consagrados princípios republicano e democrático, que exigem a participação no jogo político somente daqueles que estejam em poder da ficha limpa, com relação às suas atividades na vida pública, o que, repita-se, à toda evidência, não é o caso de muitos políticos que estão sendo defendidos nas redes sociais, porque eles são indignos de representar o povo, em termos políticos.

As questões que se relacionam à honestidade e à moralidade, principalmente quando há o envolvimento de homens públicos, precisam ser cuidadosamente analisadas, tanto pelo interesse da nacionalidade como tão somente diante do viés da ideologia, a se considerar que o político pode ser confiável sob a ótica pessoal, mas isso não corresponde bem para muitos brasileiros, o que vale se afirmar que a visão ideológica pode ser diametralmente diferente e contrária ao ideal do sentimento que se nutre no sentido de que o Brasil seja verdadeiramente passado a limpo, não se permitindo a participação de quem já demonstrou, na prática, o cometimento de atos indignos e reprováveis ao interesse público.

Não faz o menor sentido, porque isso só pode ser desvio de mentalidade, completamente desfocada da realidade, sabendo-se que o líder do governo que protagonizou horrorosos escândalos de corrupção, a exemplo dos famigerados esquemas do mensalão e do petrolão, seja simplesmente exaltado e endeusado, na atualidade, sem o menor critério de avaliação, ante os princípios ético e moral, em especial, como homem público modelo para governar o país com a grandeza econômica e social como o Brasil, depois do seu envolvimento em denúncias da prática de ato de irregularidade, com sede em desvio de bilhões de reais de cofres de empresas públicas, a exemplo da Petrobras, atos estes absolutamente comprovados, tanto é verdade que vultosas quantias já foram devolvidas aos cofres da petrolíferas.

Caso esse líder político tivesse o mínimo de sensibilidade sobre a importância de voltar às atividades políticas, depois inclusive de ter sido preso, em condenação por crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, quando não conseguiu provar a sua inocência perante a Justiça, com relação aos fatos denunciados, que são da maior gravidade para quem pretende voltas à vida pública, diante da necessidade da comprovação de conduta ilibada e ficha corrida limpidíssima, que é algo que exige que ele se esforce em provar a sua inculpabilidade quanto aos processos em tramitação da Justiça, porquanto, nas condições atuais, não passa de extrema desmoralização tanto para as pessoas idólatras e sabujos de político que se mostra, de maneira indiscutivelmente indigna de representar o povo, como para ele próprio, que precisa provar para os brasileiros honrados a sua lisura na vida pública, em condições normais de exercer cargo público, quanto mais da maior importância de presidente da República.

É forçoso o reconhecimento de que o arraigado sentimento ideológico possa contribuir para tornar pessoas completamente cegas, evidentemente impedidas de enxergar a realidade sobre os fatos, a exemplo do que acontece com o envolvimento de políticos em casos de corrupção, que, mesmo assim, ainda têm o merecimento do apoio político, mesmo que eles não tenham conseguido provar a sua inocência perante a Justiça, fato este que permite se intuir sobre a necessidade do imperioso respeito aos brasileiros que têm como válidas e verdadeiras as denúncias sobre a prática de atos irregulares, enquanto eles não forem infirmados e isso leva à recusa na vida política de quem estiver sob suspeita do desvio da moralidade pública.  

Enfim, é extremamente decepcionante que as pessoas, muitas das quais militantes da vida pública, aparentemente normais, responsáveis e intelectuais, em termos cívicos, se prestem ao ridículo de defenderem o político com os predicativos extremamente maculados por acusações sobre a prática de irregularidades, pelo menos de que os desgraçados citados esquemas do mensalão e petrolão realmente aconteceram no governo dele, conforme provam as investigações, julgamentos e sentenças proferidas pelo Poder Judiciário, o que já são mais do suficientes para que as pessoas nessas condições não tenham mais o mínimo de credibilidade para representarem o povo em atividade da maior relevância político-administrativa.

Essas pessoas que ficam defendendo políticos sem a mínima qualificação de moralidade, dignidade e responsabilidade perante a administração pública, à vista dos fatos investigados e das provas materiais robustamente acostadas aos autos, precisam se conscientizar de que os brasileiros honrados merecem o devido respeito, em especial porque eles têm o direito de desejar que o Brasil seja a República onde prevaleçam firmes e consolidados os princípios republicanos da moralidade, da dignidade e da legalidade, não se permitindo mais que a depravação administrativa volte a ter vez, como no passado recente, onde o câncer da corrupção campeou banalizada na vida pública, ainda com o beneplácito desses brasileiros cegos pela ideologia, que são capazes de endeusar políticos consagrados por atos indignos de desvio de recursos públicos, conforme os fartos registros da história brasileira.             

          Brasília, em 25 de abril de 2021