domingo, 31 de maio de 2015

Superação dos limites da tolerância e da racionalidade

A sociedade se encontra estarrecida diante das alarmantes ondas de violência que grassam no país, em contrariedade à passividade das autoridades incumbidas do combate a essa chaga inominável, por permanecerem despreocupadas e distanciadas da lamentável realidade de terror que toma conta da sociedade, totalmente desprotegida e impotente, sem ter a quem recorrer para pedir providências contra tanta criminalidade, que já superaram os limites da tolerância e da racionalidade.
Não se estar tentando fazer apologia à pena de morte, apesar de, no país tupiniquim, a sociedade viver sob a permanente condenação desse castigo infernal da pena capital, à vista do domínio da bandidagem, que comanda livremente o tráfico de drogas no país, salvo alguma ou outra intervenção das forças de segurança, apenas quando a situação já tenha extrapolado os limites da civilidade e da razoabilidade, mas essa medida se impõe quando a população ordeira, digna e tradicionalmente respeitadora dos princípios humanitários está sendo severa e terrivelmente ameaçada e incomodada no seu direito de viver com dignidade, liberdade e protegida com a segurança que o Estado tem obrigação constitucional e legal de proporcionar à sociedade.
A verdade é que os brasileiros estão sitiados nas suas casas e nada é feito para mudar o terrível status quo da criminalidade, que se expande à claridade solar e não há iniciativa esboçada por parte do governo, senão em defesa de narcotraficantes executados por governo cônscio da sua responsabilidade de cuidar, de forma intransigente, da proteção e higidez do seu povo.
Essa demonstração crítica ao governo indonésio, de fazer cumprir com fidelidade a sua legislação penal, não passa de verdadeira nuvem de fumaça, quando a lição daquele país poderia até servir de modelo para as autoridades brasileiras e mundiais perceberem a gravidade da fragilidade e da ineficiência da legislação penal e das ações governamentais no combate à criminalidade e à violência em geral, porque é fundamental que se cuide prioritariamente da situação interna dos brasileiros, com a urgente resolução dos graves e alarmantes problemas inerentes também ao gigantesco tráfico de drogas e de armas no país.
É inegável a absurda quantidade de mortes de inocentes, quer sejam usuários ou não de entorpecentes, contabilizadas no cotidiano, mas ninguém do governo ou da sociedade civil organizada se apiede nem pede clemência por eles, revelando, à vista dos casos das execuções de brasileiros, além-mar, pura demonstração de hipocrisia e de demagogia, quando as autoridades brasileiras deveriam se associar em solidariedade ao governo indonésio, por ter feito algo que já deveria ter sido feito há bastante tempo no país tupiniquim, dando o exemplo de eficiência no combate à abominável traficância de drogas e à criminalidade a ela associada.
É bastante estranho que o governo tupiniquim tenha se valido do bisonho argumento de cunho humanitário para defender as vidas de insensatos criminosos, quando os traficantes não tiveram esse mesmo sentimento ao transportar drogas para alimentar o desgraçado vício dos usuários.
Os usuários de drogas, estes sim, são os verdadeiros dignos de sentimento de piedade humanitária, que não se encontra presente no pensamento do governo brasileiro, que, se tivesse imbuído com esse propósito, já teria aprovado penas duras de combate à traficância de drogas e de impedimento de brasileiros se aventurarem mundo afora, dando péssimo exemplo de país exportador de cocaína e de autoridades públicas cúmplices com a criminalidade.
O Brasil precisa, com urgência, amadurecer política e diplomaticamente, para compreender que a pena de morte somente é aplicada contra quem comete erro grave contra a vida e a sociedade, cuja contumácia da sua prática é absolutamente prejudicial à humanidade, aspecto este que não foi sequer levado em consideração pelo governo tupiniquim, no contexto que envolve os brasileiros executados.
Aliás, os mencionados cidadãos até poderiam merecer total apoio do Estado brasileiro caso eles tivessem sido condenados injustamente, caso não evidenciado, obviamente porque eles foram pegos com traficando quilos de cocaína, quando das suas entradas naquele país, fato este que apenas demonstra indispensável zelo pela integridade da vida do povo indonésio, contrariamente ao que fazem os governantes que se esforçam ao máximo para defender narcotraficantes, sem demonstrarem o indispensável interesse em proteger as pessoas de bem que são, cotidianamente, prejudicadas pelo malévolo tráfico de drogas nos seus respetivos países, cujos militantes nesse território ilegal gozam de imunidade e da maior liberdade para o exercício de suas atividades “laborais”, para a venda de seus produtos letais.
Em atenção aos princípios da dignidade e da valorização humanas, urge que as autoridades públicas se conscientizem sobre a necessidade da prioritária adoção de políticas públicas, com vistas ao efetivo combate à traficância de drogas e ao crime em geral, de modo que se possa evitar a incidência de situações constrangedoras envolvendo países amigos, causadas exatamente em razão da deficiência de medidas capazes de contribuir para a melhoria das condições de vida da população, que nunca precise recorrer à criminalidade como meio de profissão. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 31 de maio de 2015

sábado, 30 de maio de 2015

O descaminho da educação

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) acaba de divulgar o ranking mundial de qualidade de educação, compreendendo avaliação entre 76 países, sendo que o Brasil ocupa a 60ª posição, que é encabeçada pela Cingapura, vindo em seguida Hong Kong e Coreia do Sul, e, na última posição, figura Gana.
Enquanto o destaque dessa importante avaliação ficou para países asiáticos, as últimas 15 posições ficaram com os países Sul-Americanos, como Argentina, em 62º posição, Colômbia, em 67º, e Peru, ocupando a 71º lugar.
O ranking se define levando-se em conta os resultados de testes de matemática e de ciências, aplicados nos países ranqueados. Além dos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), foram analisados o TIMSS, dos Estados Unidos, e o TERCE, aplicado em países da América Latina.
O Pisa avalia conhecimentos de leitura, matemática e ciências dos adolescentes, cuja incumbência, para aplicação da prova no Brasil, fica a cargo do Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do Ministério da Educação.
O Pisa avalia conhecimentos e habilidades que capacitam os alunos para participação efetiva na sociedade, com a finalidade de produzir indicadores dos sistemas educacionais. A avaliação em leitura visa se conhecer a compreensão, o uso e a reflexão dos estudantes sobre textos escritos para alcançar objetivos. Por sua vez, a avaliação na matemática se pretende medir a capacidade de atender suas necessidades no mundo para, por exemplo, expressar ideias bem fundamentadas.
A principal finalidade do programa é produzir indicadores dos sistemas educacionais. São avaliados alunos na faixa dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países.
A avaliação em comento é o exato reflexo do descaso com a educação e da gigantesca incoerência do governo, que lança o lema “Pátria Educadora”, mas somente com a competência do caríssimo e abusivo marketing publicitário próprio do socialismo, porquanto de concreto não há qualquer prioridade para a educação, que permanece com as mesmas precariedades e deficiências do passado e ainda com acentuadas possibilidades de piorar ainda mais, diante dos seguidos cortes nas verbas orçamentárias alocadas na educação, dando-se o azo de se inferir que a mediocridade tem as melhores chances de se agravar em nome da bufa tentativa sedutora, ilusória e pomposa de pátria educadora, cujo lema funcionaria com muito mais propriedade se fosse “Pátria Enganadora”, diante dos desastrados atos da administração do país e das péssimas avaliações aplicadas em tudo que se refere ao país tupiniquim.
A avaliação em referência mostra a real situação de humilhação para os brasileiros, principalmente para aqueles com informação capaz de perceber o quanto o país deixa de se desenvolver exatamente por absoluta falta de interesse do governo, que não esboça qualquer iniciativa para valorizar e modernizar os sistemas educacionais, em especial no que diz respeito à reformulação do ensino e à melhoria da remuneração dos professores, incansáveis defensores de causas perdidas, diante da gritante insensibilidade das autoridades incumbidas das políticas pertinentes à educação, que se encontra em permanente e crônico estágio falimentar.
A verdade é que a educação deixa de contribuir para o desenvolvimento do país quando prevalece o obsoleto sistema educacional e os professores são desvalorizados e mal remunerados, cujas mazelas, infelizmente, merecem o beneplácito de parcela significativa da sociedade, que tem a indignidade de contribuir para a continuidade de governante que já demonstrou total incapacidade de governar o país com as potencialidades e as riquezas econômicas do Brasil.
Como de praxe nesse governo, logo vem a autoridade da demagogia para fazer média de cunho meramente socialista na televisão, afirmando que se trata de situação apenas passageira, mas o país está no caminho certo, quando, na realidade, não somente a educação, mas tudo que incumbe ao governo já se acha, inapelavelmente, no fundo do poço, sem a menor perspectiva de melhoras em curto prazo, à vista da mediocridade estampada nas medidas restritivas para as políticas de governo, que tenta, muito sem jeito, se adaptar aos rigores das graves crises político-administrativas que se abatem sobre a nação, cujo governo já demonstrou plena incapacidade de reação para, ao menos, amenizá-las.
A verdade é que educação nunca será objeto de prioridade para a classe política dominante que pretende se perpetuar no poder e controlar, a qualquer custo, os destinos do país e do seu povo, para a qual importa que o povo continue ignorante, despreparado e incapaz de perceber as mediocridades, principalmente na essencialidade das políticas públicas, que é a educação, porque povo instruído e devidamente educado não comunga com as cartilhas do idealismo que apenas prevalece a absoluta dominação política e soberania do poder, como vem acontecendo na atualidade, em indiscutível degeneração dos princípios republicano e democrático.
Não há menor dúvida de que a 60ª posição no ranking da educação, nesse particular, revela a falta de prioridade do governo para o que devia ser prioritário num país sério e consciente sobre a necessidade de se investir na essencialidade social, como forma de se pretender mudar a mentalidade de país de quinto mundo, que tem desprezo com a educação.
O Brasil está de parabéns como "Pátria Educadora" do governo petista, que, por muita sorte, ainda não figurou como o último país do ranking da avaliação da OCDE, mas essa proeza logo se confirma, com seus próprios méritos de mediocridade, não somente na educação, mas nas demais políticas de governo, como saúde, segurança pública, transportes, saneamento básico, infraestrutura e investimentos em obras, tudo com a marca da precariedade que contribui para causar enormes dificuldades ao bem comum, em contrariedade ao atendimento do interesse público. Acorda, Brasil!
 
          ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 30 de maio de 2015

sexta-feira, 29 de maio de 2015

A incompetência causa temor

Um dos ícones da música popular brasileira, o músico, cantor e escritor, radical defensor do petismo, comentando a atual crise político-administrativa que grassa no Brasil, declarou que a oposição tem por mira o antecessor da presidente da República, ou seja, “O alvo não é a Dilma, mas o Lula; têm medo que Lula volte a se candidatar. Querem acabar com o Partido dos Trabalhadores, querem enfraquecer o governo para que, em 2018, o PT chegue desgastado nas eleições”.
O cantor entende que não há “nenhuma maneira de saber o que vai acontecer nos próximos anos”, à vista da forte crise econômica que também ocorre no país.
Com relação às últimas manifestações de protestos pró-impeachment e contra o desgoverno, ele disse que elas não tiveram “objetivo concreto ou claro. Entre aqueles que saem às ruas há de tudo, incluindo loucos pedindo um golpe militar. Outros querem acabar com o Partido dos Trabalhadores, querem enfraquecer o governo para que, em 2018, o PT chegue desgastado nas eleições.”.
Ele deixa bastante claras suas preferências políticas: “Sempre apoiei o PT, agora a Dilma Rousseff e antes o Lula. Apesar de não ser membro do partido, de ter minhas desavenças e de votar em outros candidatos e outros partidos em eleições locais. Sempre soube que o problema deste país é a miséria, a desigualdade. O PT não resolveu tudo, mas conseguiu atenuar. Isso é inegável. O PT tem melhorado as condições de vida da população mais pobre.”.
Causa perplexidade se perceber que pessoa altamente qualificada intelectualmente, ídolo de muitas gerações, tenha a mediocridade de enxergar as graves crises como mera perseguição política ao partido dos trabalhadores, no sentido de tentar destruí-lo, como forma de desgastá-lo e enfraquecê-lo quando do embate eleitoral.
Também é vergonhoso e deprimente o pensamento de que o PT tenha melhorado as condições de vida da população mais pobre, quando somente o Bolsa Família não soluciona as precariedades na prestação dos serviços públicos essenciais, como educação, saúde, saneamento básico e demais políticas públicas capazes de realmente melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano, que é simplesmente sofrível e absolutamente incompatível com as grandezas econômicas do Brasil.
Ele, como notório intelectual, destacado mundialmente, deveria usar um pouco da sua inteligência para saber que se tirar o povo da pobreza não é somente manter a migalha do Bolsa Família, mas proporcionar dignidade com políticas públicas de qualidade em todos os sentidos, não somente na forma preconizada num programa visivelmente com viés eleitoreiro, conforme se confirmou o último pleito eleitoral, quando eleitores de regiões de população potencialmente beneficiária dessa assistência votaram maciçamente na candidata oficial, fato que ganhou notoriedade, por seu intenso destaque na mídia.
Na verdade, o pior cego é aquele que não quer ver a realidade dos fatos e ainda ensaia discurso populista, ignorando a situação caótica pela qual o país foi envolvido, graças à mediocridade administrativa e gerencial do governo, que também foi incapaz de evitar a corrupção endêmica e sistêmica, comandada por integrantes do seu partido e de agremiações da sua base de sustentação, conforme depoimentos de delatores da Operação Lava-Jato.
Não há dúvida de que os brasileiros estão pagando preço altíssimo em nome da distribuição de renda à população carente e da falsa igualdade social, justamente porque os intelectuais e demais fanatizados ideologicamente imaginam que o governo pode ser todo tempo incompetente e conviver com irregularidades na sua gestão, como compensação por ter apenas cumprido, com muita deficiência um dos programas de competência do Estado, de prestar assistência material e econômica às famílias pobres e carentes, fato este que não desobriga o governo de ser eficiente e capaz de cuidar igualmente e de forma prioritária das demais políticas públicas, nos termos estabelecidos na Carta Política do país.
Em princípio, a oposição não tem motivo algum para querer acabar com o Partido dos Trabalhadores, porque é este que vem cavando a vala para o seu sumiço do cenário nacional, graças às suas atuações nefastas na política e na administração do país, que não correspondem às expectativas de eficiência e competência quanto ao atendimento das necessidades do interesse público, à vista dos desastrosos e trágicos fatos protagonizados pelo governo, que foi incapaz de evitar a bancarrota do Brasil, à vista da má gestão dos recursos públicos, péssima prestação dos serviços públicos e desmoralização dos princípios da administração pública.
É sempre respeitável a opinião de qualquer cidadão, mas à vista da pletora dos casos maléficos e prejudiciais ao interesse público, conforme os fatos fartamente mostrando o caos generalizado na administração do país, o bom senso e a racionalidade recomendam que o Brasil já mereça ser governado com competência, eficiência, transparência, legalidade, ética, moralidade e dignidade, ante a evidente incapacidade de o governo conduzir o país ao desenvolvimento social, político, econômico e democrático e evitar a disseminação dos sistemas de corrupção na administração pública, mediante fraudes que dilapidaram o patrimônio dos brasileiros, em especial, o mensalão e o petrolão, por meio dos quais integrantes de partidos políticos do governo e da sua base de sustentação desviaram verbas para o pagamento de propina a parlamentares inescrupulosos aprovarem projetos de interesse do governo e o financiamento de campanhas eleitorais, além de outras finalidades ilegítimas, tudo em evidente demonstração de afronta aos princípios democráticos.
É evidente que essas irregularidades são absolutamente recrimináveis nos países sérios e evoluídos, que punem com dureza e severidade os maus governantes e homens públicos, diferentemente do que acontece no país tupiniquim, onde os políticos acusados de participar de má gestão e malversação de dinheiros públicos continuam sendo defendidos por pessoas consideradas inteligentes e influentes.
Não é verdade, em absoluto, que a oposição tenha medo da volta do petista-mor à Presidência do país, porque certamente ela se expressa em nome dos brasileiros que pensam diferentemente daqueles que defendem a continuidade da má administração, da recessão da economia, do desemprego, da falta de investimento em obras públicas, da caótica prestação dos serviços públicos, a exemplo da saúde, educação, segurança pública, transportes, saneamento básico, infraestrutura e demais precariedades denunciadas pela população contra o desgoverno, que não consegue priorizar as políticas públicas, como forma de melhorar as condições de vida dos brasileiros.
O país com as potencialidades econômicas como o Brasil não pode ser classificado entre os piores do mundo, conforme mostra o Índice de Desenvolvimento Humano levantado pela ONU, demonstrando a inferioridade dos conscientes que medem a qualidade de vida das pessoas, evidenciando que o Brasil se encontra em verdadeiro atraso e nas trevas do desenvolvimento social, embora alguns intelectuais prefiram comungar com esse terrível e inaceitável retrocesso.
Diante dos fatos desastrosos que se mostram à luz solar, pode-se afirmar que os brasileiros conscientes sobre a realidade socioeconômica do país temem realmente que a administração brasileira possa continuar sob o comando de quem foi capaz de formalizar coalizões fisiológicas, tendo por causa a exclusiva perenidade no poder, procedimento condenável e questionável, por contrariar os princípios da ética, moralidade e legalidade, eis que as alianças foram formalizadas com os piores políticos, que antes criticados por lideranças do PT, por serem considerados ladrões, corruptos, picaretas e outros adjetivos impublicáveis.
Os brasileiros também temem pela continuidade da distribuição de renda na forma como vem sendo feita, em que não há o indispensável controle sobre o cadastramento dos beneficiários, ante a constatação, pela Controladoria Geral da União, órgão do próprio governo, de que muitas pessoas recebem o benefício mesmo não satisfazendo os requisitos legais estabelecidos de pobreza e miserabilidade. Também foi constatado que não há controle da frequência escolar das crianças e os titulares do benefício não são profissionalizadas ou reciclados, tudo conforme exigência prevista na lei, que não vem sendo cumprida, permitindo desperdício de recursos públicos, em nome errôneo do maior programa de distribuição de renda, que, na verdade, tem viés autenticamente eleitoreiro, à vista do resultado da última eleição, que não deixa dúvida quanto ao distorcido propósito acerca da real finalidade do Bolsa Família, que não é estritamente de amparo social e muito menos de cumprimento legal.
Os brasileiros temem que o país continue sendo administrado mediante o loteamento dos ministérios e das empresas estatais entre os partidos da espúria coalizão de governabilidade, onde os caciques das agremiações aliadas indicam políticos para os dirigirem, muitos dos quais sem os mínimos preparos e condições técnico-administrativas para o exercício de cargos tão importantes para o país, além do condenável aparelhamento da máquina pública, com adoção dos mesmos “critérios”, qual seja, despreparo e desqualificação, tudo em prejuízo para os interesses nacionais e abusivos gastos de verbas públicas.
Os brasileiros não gostariam que o país continuasse com quase 40 ministérios, muitos dos quais inexpressivos, inúteis e dispensáveis, que têm a única finalidade de manter o cabide de empregos e o ilegítimo sistema fisiológico, com visível desperdício de recursos públicos, ante a manutenção de órgãos dispendiosos e desnecessários.
O país precisa, com a máxima brevidade, de estadista de vanguarda, que tenha condições de promover, entre tantas políticas relevantes e essenciais à melhoria das condições de vida da população, as urgentes reformas das estruturas do Estado, tendo em conta a premente modernização do lixo e do obsoletismo existente na administração do país, que vem indiscutivelmente travando os mecanismos de seu desenvolvimento social, econômico, político e democrático, contrariando fundamentalmente os interesses nacionais, obviamente com embargo da perniciosa ideologia política reinante, que tem em mira exclusivamente as causas pessoais ou partidárias, como vem acontecendo nos últimos anos, em que se privilegiam a perenidade no poder e a absoluta dominação política, em completa degeneração dos princípios republicano e democrático. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
          Brasília, em 29 de maio de 2015

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Homenagem ao Suboficial (Aeronáutica) Rodrigues

Passados pouco mais de 40 anos da formatura da minha turma de Sargento da Escola de Especialistas da Aeronáutica, os intrépidos e bravos companheiros daquela jornada pretendem, agora, prestar homenagem a duas pessoas consideradas bastante queridas, entre as especiais que integravam o seleto Corpo de Alunos daquele educandário, quais sejam, o Cel. Lucas Xavier Pinto e o Suboficial José Rodrigues de Almeida, na época, no posto de Tenente e na graduação de Sargento, respectivamente.
Com esse propósito, as tratativas estão sendo diplomaticamente encaminhadas e uma delas, a última, causou excepcional impressão, conforme a narrativa do experiente mensageiro da Turma 162, que expõe toda sua emoção ao formular o especial convite ao Suboficial José Rodrigues de Almeida, que se prontificou a comparecer à homenagem, para satisfazer a nossa expectativa de mostrar-lhe o quanto o seu trabalho foi valioso e importante para nossas vidas.
O mestre Santiago narra assim a sua epopeia: “... quando escutei a voz do garoto, eu tremi nas bases. Identifiquei-me e expliquei tudo sobre a 162ª Turma. Convidei-o para o churrasco, falei que ele seria homenageado,... O Sgt Rodrigues está com 83 anos, tem saúde boa, forneceu-me o endereço e eu prometi buscá-lo na sua casa... Ele me pediu que eu o chamasse de você, mas prontamente respondi que NÃO, porque ele tinha me ensinado a respeitar as pessoas. O homem desabou em choro, mas não somente ele, porque minha voz embargou. Ele disse não ser merecedor de homenagem nenhuma. Afirmei o carinho e o respeito que temos por ele. Comentei também sobre a presença do Cel. Lucas – ‘Cavalo de Aço’ - e quando perguntei o nome completo dele, ele indagou: como vocês me chamavam? Respondi que não falaria. Ele tanto insistiu que eu pedi licença e disse: SARGENTO CAVEIRINHA. Ele caiu na gargalhada. Tive a honra de falar com ele por 24 minutos e 18 segundos. Ele se lembrou de muitos de nós. Citou vários nomes. Foi uma das melhores coisas que fiz até hoje em minha vida. DEUS me abençoou para que esse momento chegasse um dia. Agradeci a Ele pelo que fez por nós e confesso a vocês: minha voz não saia mais. Pedi a DEUS que o abençoasse e desliguei o telefone. Desliguei sem me despedir: eu tinha perdido a voz. Pedi ao Cecílio que ligasse para ele: eu não conseguia mais falar. Irmãos, meu coração está em festa. Acho hoje um dia abençoado e 27 Mai 2015, nunca será esquecido. DEUS continue nos abençoando...”.
Não há a menor dúvida de que o episódio supracitado transbordado de pura emoção somente poderia ter vivenciado pelo mestre Santiago, que demonstrou toda sua larga experiência para seduzir o velho guerreiro ao encontro de ávidos discípulos, que certamente lhe prestarão adequada e aprazível homenagem para quem nos honrou brilhantemente com a sua dedicação e o seu exemplo de bem servir à pátria.
Nem precisa muito esforço pelo vaticínio de que será um encontro bastante amistoso de velhos companheiros, entre o mestre sempre temido e seus discípulos ardorosos por seus proveitosos ensinamentos.
Diante do esforço empreendido nessa ingente empreitada, o querido irmão mestre Santiago é digno de nossos encômios, pelo brilhante contato com um dos baluartes de nossos bons tempos de guerreiros de muitas causas ainda a vencer, que foram vencidas na nossa história de vida.     
É indiscutível que o diligente e sempre atencioso Sargento Rodrigues marcou seu terreno como implacável disciplinador, cujos frutos do seu empenho foram muito bem colhidos no decorrer de nossas vidas, como provam os resultados de nossos trabalhos no país afora.
Posso imaginar o tanto de emoção ao se contatar com essa figura muito representativa para todos nós, cuja contribuição se associou ao trabalho não menos importante dos demais sempre lembrados e queridos instrutores, professores, disciplinadores e colaboradores da “Universidade Federal de Pedregulho”.
Com certeza, o momento não poderia ser mais importante como este agora, quando todos nós já nos encontramos no apogeu das nossas experiências de vida, para se prestar justa e merecida homenagem àquele que não consegue, por mais que o tempo flua, se distanciar de nossos pensamentos, ante a sua expressiva e marcante presença no Corpo de Alunos, com seu trabalho muito dignificante para todos os alunos.
Sem dúvida, ele fez história, por ter se destacado, ao seu modo, um pouquinho mais entre seus pares, não por ser o melhor entre os excelentes, mas sim por querer sempre o melhor de cada um de nós e certamente ele conseguiu alcançar seu intento, tanto que ele nunca deixou de ter seu trabalho enaltecido por todos os alunos que tiveram o privilégio de ter sido instruído e orientado por sua cartilha de bom mestre e disciplinador, que soube ser inflexível diante na nossa fragilidade de aluno sempre carente de apoio – que nunca faltou -, mas, por certo, ele tinha absoluta certeza de que o seu trabalho serviria como autêntico magma, extraído da melhor terra, para plasmar em nós os bons ensinamentos e as melhores lições, como forma de prestimosa colaboração para a facilitação do cumprimento da importante missão confiada a cada um de nós, cujo empenho de todos contribuiu para o benefício e o engrandecimento do Brasil.
 
ALUNO 73/161 ADALMIR - 19ª CIA/EEAer
 
Brasília, em 28 de maio de 2015

O câncer da saúde pública

Há casos que somente devem acontecer no Brasil, como esse que a Santa Casa de Campo Grande prestou pronto atendimento à família de dois apresentadores de televisão, que foram envolvidos em acidente aéreo, em completa contradição com a falta de assistência para sete pacientes graves, que, anteriormente, deixaram de ser internados sob a alegação da inexistência de leitos para atendimento, nos últimos dias, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
De acordo com o coordenador do SAMU daquela cidade, os pacientes estão recebendo atendimento na Unidade de Pronto Atendimento da prefeitura da cidade, que não possui aparelhos básicos, como respirador artificial.
Ele afirmou que “A Santa Casa disse que não tem condições de receber nossos pacientes, que são encaminhados pelo SUS. Gostaria muito que essas autoridades que viabilizaram o atendimento do Huck e da Angélica tivessem o mesmo interesse pelos outros pacientes”. A família dos apresentadores foi atendida pelo Sistema Único de Saúde.
Segundo o médico, a apresentadora chegou a ser direcionada para a unidade de tratamento intensivo (UTI), que contava com respirador, para fazer os exames de praxe.
O piloto do avião acidentado foi transporte pelo próprio Secretário de Saúde do Estado, o qual também teve atendimento no pronto-socorro da Santa Casa.
O coordenador do SAMU ressaltou que “Tínhamos atendimentos muito mais graves que requeriam ambulância e não podíamos disponibilizar uma unidade para transportar o piloto. Por isso negamos o pedido de transporte feito pelo Secretário”.
O médico do SAMU declarou que “O hospital é obrigado a atender pacientes graves e, depois, discute-se os custos que vão incorrer. E foi isso que tentamos fazer, sem sucesso. Houve uma tentativa de compra de leitos para os sete pacientes que precisam de atendimento hospitalar, mas a Santa Casa também negou.”.
O certo é que, enquanto a população carente e necessitada é preterida por pessoas de posse e de prestígio, a esculhambação no país tupiniquim somente se acentua, exatamente pela falta de sensibilidade das autoridades públicas, incumbida, em especial, da prestação da saúde pública, como mostra o caso em tela, onde se vislumbra cristalina precariedade do atendimento do SUS se acentua cada vez mais para a população que mais precisa, justamente pela falta de pessoal e de material, evidenciando insensibilidade das autoridades incumbidas de priorizar setor essencial à preservação de vidas humanas, que são relegadas ao deus-dará, mas as deficiências na saúde pública somente se tornam ostensivas em razão de situações excepcionais, como a queda de uma aeronave.
Não há dúvida de que isso se caracteriza como falta de decência e de respeito aos direitos humanos, onde funciona o vergonhoso sistema do privilégio da prioridade somente para alguns, mais especificamente para aqueles que têm influência e traficam sempre em seu benefício, em detrimento da classe pobre e destituída de prestígio, em que pese merecer tratamento igualitário, nos termos estabelecidos na Carta Magna, segundo os quais todos são iguais perante a lei.
É induvidoso que a deficiência do funcionamento do SUS é responsável por situação deprimente contra a dignidade do ser humano, que não deveria ser discriminado, principalmente em se tratando que esse sistema foi instituído justamente para atender e amparar indistintamente os brasileiros, ou seja, todas as pessoas, pobres, ricas, que precisem de socorro médico, que devem ser atendidas prontamente, uma vez que a manutenção do sistema é feita com o dinheiro arrecadado dos contribuintes.
Convém que o episódio em comento sirva de marco da indignidade humana e, por isso mesmo, ele seja devidamente apurado, com vistas a punir exemplarmente os culpados, como forma de se evitar que procedimento deprimente e indigno como esse seja definitivamente evitado no país, em nome da seriedade que deve imperar no atendimento à saúde pública da população, que não pode, em absoluto, ser desrespeitada pela concessão de privilégio para alguns pacientes, em prejuízo para outros com mais prioridade, principalmente quando estes são efetivamente carentes de atenção e dos cuidados da saúde pública, por se encontrarem em estado grave, tendo-se em conta que o Estado tem a incumbência constitucional da prestação médico-hospitalar de qualidade aos brasileiros. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 28 de maio de 2015

quarta-feira, 27 de maio de 2015

As ideologias prejudiciais ao país

Logo depois de o ex-presidente da República tucano dizer que "nunca antes na história deste país se roubou tanto, em nome de uma causa", o ex-presidente da República petista rebateu a acusação e desafiou o adversário a contar a história da aprovação da emenda constitucional que permitiu sua reeleição.
O petista disse que estar assustado com as ondas de ataques que vem sofrendo ultimamente, motivadas, segundo ele, pelo medo dos adversários de enfrentá-lo novamente na próxima eleição presidencial: "Eu estou assustado. Gente do céu! Agora eles já não querem mais atacar a Dilma. Agora eles já estão pensando é que tem que balear o Lula pensando que o Lula vai voltar em 2018. Eu nem sei se vou estar vivo. Eles se enganam porque eu sei apanhar e não vou revidar.”.
O petista ainda afirmou que "Um homem que foi presidente da República, letrado como ele é, não tinha o direito de falar a bobagem que ele falou... Porque se ele quisesse falar de corrupção precisaria contar para este país a história da sua reeleição. Eu espero que com a mesma postura como que ele foi agredir o PT ontem à noite ele diga, se não quiser dizer para mim não tem problema, eu sei como é que foi, mas senta na frente do seu neto e conta para ele.”. 
Não é de se surpreender a incoerência do petista-mor, que, mesmo alegando que não ia revidar, faz acusação sobre a compra de votos pelo tucano e ainda diz saber como ela teria acontecido, embora sempre alegar não saber o que se passou no próprio governo, ou seja, ele leva a vida sempre se fazendo de vítima da ditadura, da elite, da imprensa, dos adversários, mas jamais admitiu o mínimo de ineficiências, de irregularidades, de falcatruas, de impropriedades protagonizadas pelo governo petista, embora os fatos sejam mais do que cristalinos a mostrar o descalabro da administração deletéria e contrária aos interesses nacionais.
Convém lembrar que, de forma irresponsável e insensata, ele é useiro e vezeiro em colocar a população contra os militares, os brancos contra os pretos, os pobres contra os ricos, as elites contra os beneficiários do Bolsa Família, os banqueiros, os fazendeiros, os pecuaristas contra a todos, de modo que devam prevalecer somente as ideias petistas, sempre consideradas o suprassumo de todas, cuja fonte, a cartilha socialista, ninguém pode ousar contrariar, sob pena de ser massacrado impiedosamente e transformado em verdadeiro demônio perante a sociedade, entendimento esse que contradiz os salutares princípios de civilidade e de democracia.
Embora muitos digam que os políticos tupiniquins são farinha do mesmo saco, não há dúvida de que tem farinha muito mais podre e estragada do que outras e elas estão num saco infecto que não consegue se purificar, à luz dos fatos irregulares que não conseguem se desgrudar da administração do país, conforme, em especial, as falcatruas reveladas pela Operação Lava-Jato, que significa o máximo de corrupção na face do planeta e isso já é realidade indiscutível e comprovada, que se vincula indelevelmente ao governo e ao partido do petista-mor, em que pese eles tentarem se desvencilhar desse terrível malogrado câncer na administração do país, que tem sido os permanentes esquemas de corrupção, para desviar recursos públicos, com a finalidade de financiar o tresloucado projeto de perenidade no poder, não importando os fins para se alcançar seus objetivos, segundo mostram os fatos.
Em que pesem os esforços para os petistas se libertarem da paternidade dos focos de irregularidades na administração do país, as arraigadas sujeiras e contaminações oriundas das endêmicas corrupções conseguiram, de forma efetiva e concreta, conforme as investigações da aludida operação, tanto no caso do famigerado mensalão, quanto do lastimável petrolão, desviar substanciais recursos dos cofres públicos e causar significativos danos ao patrimônio dos brasileiros, em razão da falta de investimentos para melhorar a prestação dos serviços públicos, que não chegam como deviam à população.
Ao invés das trocas de farpas entre as principais lideranças partidárias, seria muito mais construtivo para o engrandecimento da verdade se os ex-presidentes da República tucano e petista tivessem a humildade de convergirem em entendimento no sentido de buscarem os devidos esclarecimentos sobre os fatos objeto das acusações de ambos os lados, como forma, em especial, da demonstração de civilidade e de racionalidade que devem imperar entre pessoas de quem se espera o mínimo de dignidade e de respeito aos princípios de qualidade das práticas políticas.  
É bastante lamentável para o povo do país com a grandeza e as potencialidades do Brasil ficar exposto às acusações de baixo nível, em deplorável demonstração de tentativas agressivas de políticos para mostrar a falta de caráter um do outro, como se os atos de indignidade de um tivessem o condão de justificar as maldades do outro, em interminável disputa que somente confundem ainda mais a população, que é prejudicada pela roubalheira acumulada nos últimos governos, não somente do PSDB e PT, mas de todos, visto que a indignidade e a desonestidade na administração pública vêm de longa data e os governantes inescrupulosos, insensíveis e irresponsáveis não assumem as culpas de suas gestões nem têm a dignidade de apresentar justificativas plausíveis sobre as acusações de irregularidades ocorridas nos seus governos, mas são bastante levianos em apontar as falhas dos adversários, como se isso pudesse abonar as maldades praticadas contra os interesses dos brasileiros, que são, na verdade, a um só tempo, culpado e responsáveis por essa tragédia que se abate nas atividades político-administrativas, em indiscutível prejuízo para a nação.
Convém que a sociedade deixe de ser hipócrita e subserviente a idealismo partidário, cuja causa já não é novidade para ninguém, passando a defender exclusivamente os interesses do Brasil e exigindo que as acusações pertinentes às corrupções envolvendo compra de votos de parlamentares, desvios de recursos públicos, propinodutos e todos os tipos de irregularidades com verbas públicas sejam devidas e prioritariamente investigadas, com profundidade e abrangência, que não deixem a mínima dúvida quanto à lisura sobre os atos das pessoas acusadas, como forma de possibilitar se passar a limpo esse passado melancólico e medíocre da história contemporânea brasileira.
Não fica bem o povo tomar partido, por quem quer que seja, como forma de proteger as irregularidades que foram prejudiciais aos interesses dos brasileiros, deixando impunes os reais envolvidos, que têm a obrigação constitucional e legal de prestar contas à sociedade sobre a regularidade plena acerca da sua administração, sob pena de se continuar ad eternum as deploráveis e injustificáveis acusações de lado a lado, que não levam senão às perpétuas falta da verdade e crônica indignidade ínsita nos homens públicos, além de contribuírem para o empobrecimento dos princípios da transparência, nobreza, moralidade, dignidade e legitimidade, os quais jamais deveriam se afastar das Repúblicas sérias, dignas e evoluídas, sob o prisma da valorização dos conceitos democrático e republicano. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 27 de maio de 2015

terça-feira, 26 de maio de 2015

Mobilização contra a criminalidade

A qualquer momento e todo instante, não importa o dia nem a hora, a onda de violência e de criminalidade se expande cada vez mais e ganha força no país afora, com destaque para as metrópoles, onde há constantes confrontos entre narcotraficantes ultra-armados e policiais quase sempre despreparados para o enfrentamento da guerra urbana e com armamento desproporcional ao arsenal bélico dos bandidos, cujo resultado dessa batalha tem como saldo negativo a morte de pessoas inocentes, que são vitimadas no meio das lutas travadas a céu aberto, sem a menor precaução quanto à vida da população que, desprotegida, está sucumbindo às balas que de perdidas não têm nada, pois elas estão indo literalmente em rumo certo, na direção da vida de gente de paz.
Os delinquentes, além de cometerem crimes bárbaros de assaltos, assassinatos, estupros e outras violações legais, ainda menosprezam e debocham das vítimas com risos e gozações, em evidente demonstração da banalidade de suas maldades, diante da certeza da impunidade, do imobilismo e da inércia das autoridades incumbidas da segurança pública, que são constituídas apenas para garantir a ridícula continuidade das precariedades nesse sistema, que, apesar de ser tão criticado, mesmo assim permanece com suas deficiências, omissões e falta de zelo com relação ao seu dever institucional, exatamente devido à falta de priorização por parte do Estado, demonstrando, com isso, total desvalorização, em especial, das vidas humanas.
É comum, nos grandes centros urbanos, a incidência de arrastões por pessoas armadas até os dentes, fazendo uso de armas pesadas e de bastantes munições, bem superiores aos armamentos disponibilizados para o policiamento, que não tem como competir de igual para igual com os poderosos do tráfico de drogas, que também têm acesso livre e facilitado aos seus intocáveis covis.
Não se pode ignorar a escandalosa disparada das explosões de caixas eletrônicos bancários, que se espalham país afora, numa escalada absurda e alarmante, em clara evidência de que o crime se encontra completamente incontrolável, em demonstração de completa desmoralização das autoridades instituídas e da ordem pública, em comprovado estado de real descalabro da falta de comando que toma conta da nação, como se o país fosse terra ninguém.
Diante da inércia e da irresponsabilidade das autoridades incumbidas de cuidar da segurança pública, moradores de algumas regiões do país resolveram, por iniciativa própria, adotar atitudes agressivas e de revides, com muita violência também, como forma de se promover justiça com as próprias mãos, em completa inversão da incumbência primária do combate à criminalidade, que recai exclusivamente às autoridades públicas, que foram instituídas na forma constitucional com essa finalidade, que contam com recursos orçamentários arrecadados por conta dos tributos pagos pelos cidadãos, com a destinação de suprir a primacial função de segurança púbica, compreendendo a integralidade de suas dimensões de proteger a sociedade.
Não há dúvida de que a população se tornou refém da criminalidade e o pior é que, apesar do notório falecimento das políticas públicas, destituídas de priorizações quanto à valorização do interesse público, nenhuma iniciativa, quer por parte do Executivo ou do Legislativo, aparece no sentido de equacionar e solucionar esse grave problema de segurança pública, como se ele inexistindo para as autoridades públicas, em face da completa proteção por conta dos contribuintes, a população tivesse que pagar pelos completos desprezo e desinteresse pela sublime causa da defesa da vida humana e do patrimônio construído com esforço e trabalho dignos, cujos valores estão sendo destruídos pela mão maligna da criminalidade, que não tem limites para cometer abusos e violações, em total prova de degeneração que acontece exatamente pela irresponsável inércia dos homens públicos, que são insensíveis ao clamor da sociedade por urgente socorro à proteção à dignidade humana, que deveria prevalecer em nome da paz e da harmonia.
Neste país de pouca ou nenhuma preocupação com a integridade física da vida das pessoas, há muito tempo os valores humanos estão completamente invertidos, pela inversão da ordem natural, porquanto os bandidos têm o poder para comandar suas ações criminosas e as pessoas de bem vivem cercadas em suas casas, à mercê da delinquência, enquanto o Estado não esboça o menor esforço para combater com vigor a criminalidade generalizada no país.
Em que pese a indignação da população, que não aguenta tanto descaso por parte dos governantes sobre insegurança pública reinante no país, as autoridades públicas fecham os olhos para as causas dessa grave e profunda tragédia, notadamente por permitirem a caducidade da legislação penal, que se perde no tempo, quanto à falta de atualização e de aperfeiçoamento, cujos conceitos fazem parte da sensibilidade política dos países sérios, responsáveis, evoluídos e cônscios sobre a importância da vida humana, que precisa ser protegida com medidas capazes para combater a criminalidade com instrumentos eficientes e eficazes, mediante a existência normas penais capazes de punir os infratores com penas duras e exemplares, como forma de se evitar e se prevenir o crime, além da criação de programas ocupacionais de socialização, que levem à valorização dos sentimentos da vida humana, na mais plena extensão, notadamente no âmbito da população de maior carência da presença das ações do Estado, que tem sido bastante omisso e responsável pela fragilização dos princípios humanitários, justamente por sua ausência onde mais há necessidade.
O povo precisa exigir, diretamente dos homens públicos, atitudes efetivas e concretas que levem a estudos e aperfeiçoamentos, com vistas à modernização do obsoleto Código Penal, para que a inserção de normas atualizadas, à luz das conquistas sociais e humanitárias, sejam harmonizadas com a realidade brasileira, de modo que as penas sirvam efetivamente de lição e de medida pedagógica, capazes de mostrar que o crime não compensa e por isso ele deve ser evitado, à vista do peso da responsabilidade da obrigação de ter que cumprir pena compatível com o dano causado à sociedade e ao Estado.
Há forte sentimento da população em defesa da redução da maioridade penal até mesmo para idade inferior a 16 anos e a pena de morte, como forma de afastar do convívio social os segmentos prejudiciais e nocivos aos princípios humanitários e a preservação do ser humano, à vista da preservação das vidas que estão sendo condenadas diária e injustamente à pena de morte pela horda da criminalidade, que tem poder supremo para agir impunemente para tal, com o beneplácito das autoridades públicas, que se declaram contrárias à redução da maioridade penal, mas são extremamente incapazes de se mobilizar com vistas à adoção de medidas eficientes em resposta legal à destruição da sociedade acuada, desprotegida e desesperançada, diante do descalabro imposto pela bandidagem, que age cruel, abusiva e desenfreadamente, com o beneplácito do império da impunidade vigente no país de ninguém, que tem a competência e a eficiência de impingir aos cidadãos uma das maiores cargas tributárias do mundo, mas demonstra profunda incapacidade para proteger a população.
Os brasileiros já estão saturados e revoltados com o descaso do governo, principalmente com relação às políticas de segurança pública, a ponto de assimilar prontamente os crimes cometidos no cotidiano contra os cidadãos de bem, por terem o efeito de atingir indiretamente a sociedade, em razão de causar medo generalizado e em potencial, à exceção aos defensores dos direitos humanos, que os enxergam e os aplicam somente com relação aos delinquentes, quando, pela ordem natural de racionalidade, eles deveriam ser direcionados para o lado contrário.
Diante do quadro caótico e de calamidade que se encontra a segurança pública nacional, ante o abandono pelas políticas públicas, compete à sociedade reagir e se mobilizar para tomar a iniciativa quanto à urgente necessidade da revolução nessa área, com vistas a se exigir a atualização e modernização da legislação penal, para ser modelo de punição e correção pedagógica contra a criminalidade, à luz da modernidade alcançada no mundo civilizado e desenvolvido, além da adoção de políticas públicas de cunho exclusivamente voltado para a solução das mazelas que imperam nas comunidades carentes da presença do Estado, em todas as ações de valorização dos princípios humanitários. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 25 de maio de 2015