quarta-feira, 30 de junho de 2021

Crime de prevaricação?

            Três senadores ingressaram com pedido de investigação no Supremo Tribunal Federal, com acusação de que o presidente da República teria cometido crime de prevaricação, ao deixar de agir depois de tomar conhecimento sobre suspeitas de irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin.

Os parlamentares ressaltam no pedido que o presidente do país teria sido informado por um deputado federal e o irmão dele, que é servidor do Ministério da Saúde, exatamente no dia 20 de março, no sentido de que havia fortes indícios de irregularidades na aquisição de 20 milhões de doses da citada vacina, no custo de 1,6 bilhão de reais, conforme consta dos depoimentos deles à Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid, em funcionamento no Senado Federal.

Não obstante, os autores do pedido afirmam que o presidente do país se manteve em silêncio, não tendo tomado qualquer medida para averiguar as graves suspeitas de irregularidades.

          O deputado relatou à comissão de inquérito que o presidente garantiu que iria pedir investigação à Polícia Federal, mas isso não teria ocorrido.

Os senadores ressaltaram que “O presidente não pode guardar para si informação tão relevante a ponto de apurar indícios de corrupção que remontam a cifra bilionária no bojo de uma pandemia com consequências sanitárias e socioeconômicas tão graves. Tinha ele o dever inafastável de oferecer os indícios de que dispunha à autoridade competente, para as apurações mais detalhadas”.

Os autores do pedido afirmaram que o presidente do país “efetiva e deliberadamente, optou por não investigar o suposto esquema de corrupção levado a seu conhecimento pelo deputado federal Luís Miranda e por seu irmão. Dessa forma, qualquer que seja o cenário, a conclusão é uníssona: ao que tudo indica, há grandes chances de o sr. presidente da República ter cometido o crime de prevaricação – ao não levar a efeito o embrião da responsabilização criminal dos supostos atores criminosos no bojo da contratação da vacina Covaxin”.

Em declarações acerca da matéria, o presidente do país negou ter cometido qualquer tipo de irregularidade, em que pese o fato de ser notório que ele discutiu o assunto com um deputado e um irmão deste, tendo prometido mandar apurar, o que presume suspeita de algo errado, em princípio.

Depois disso, o presidente do país afirmou que “Não tenho como saber o que acontece nos ministérios, vou na confiança em cima de ministro e nada fizemos de errado”.

O pedido em causa objetiva que presidente do país seja investigado pela prática do crime de prevaricação e outros crimes que, porventura, ele possa ser enquadrado, por certo, à vista do que for apurado.

Vale se ressaltar o que crime capitulado no Código Penal Brasileiro de prevaricação, supostamente praticado pelo presidente da República, depende de prévia autorização do Supremo Tribunal Federal, para as devidas investigação e informação do seu resultado ao Congresso Nacional, que tem competência para o julgá-lo, na forma da Constituição Federal.

Ao dizer que não tem conhecimento do que acontece nos ministérios e confia nos ministros, o presidente tenta se fazer de ingênuo com relação ao clamoroso caso da Covaxin, que é algo extremamente irresponsável para a principal autoridade do Brasil, uma vez que os relatos dão conta de que o deputado entregou nas mãos dele os documentos pertinentes às irregularidades em causa e, acima de tudo, ele vir dizer que “Não tenho como saber o que acontece nos ministérios, (...) e ainda garantir que “Nada fizemos de errado.”, quando o escândalo foi relatado pessoalmente a ele, que recebeu a documentação e, por fim, o mais indecentemente, ele prometer determinar as devidas investigações, que não foram realizadas e ainda assim tem a cara lisa de dizer que desconhece o que se passa nos ministérios, ficando mais feio, nesse caso, por ter ficado sabendo de tudo e depois se fingir de inocente.

Ou seja, primeiro o presidente diz que não tem como saber o que acontece nos ministérios e depois ele diz que nada foi feito de errado, cujas afirmações são contraditórias, quando ele diz que não sabe o que se passa e depois ele afirma que nada foi feito de errado, ficando muito claro que, se ele assegura que não existe nada de errado, seria impossível ele concluir nesse sentido se tivesse tido prévio conhecimento do ato inquinado de irregular, cujos documentos relacionados à irregularidade foram entregues pessoalmente a ele.

As assertivas do presidente do país constituem postura de extremo descaso aos fatos e, por via de consequência, desinteresse na sua apuração, tendo em vista que ele prometeu determinar as devidas investigações, mas nada fez nesse sentido.

O resumo da ópera diz claramente que o presidente do país foi envolvido em “rolo” da maior complexidade, nesse escândalo da vacina Covaxin, do qual ele tem enorme dificuldade para a devida explicação sobre  os acontecimentos, especialmente porque a desconstrução necessária pode complicar a conduto de pessoa estranha ao  governo, que integra o Centrão e isso só contribui para embolar a situação do chefe do Estado brasileiro, porque ele se encontra, agora, mais do que nunca refém dessa organização considerada fisiologista e oportunista, com vistas à obtenção de vantagens, da qual ele não tem como se desligar, com o desfazimento acordo extremamente espúrio.

O presidente não pode entregar o culpado pelas irregularidades envolvendo a compra da referida vacina, porque ele se indispõe exatamente com o Centrão, que, mesmo com a péssima fama que carrega, impede que a Câmara dos Deputados abra processo de impeachment contra ele.

Diante do pedido em apreço, o presidente brasileiro agora passa a depender das garras afiadas da Excelsa Corte da Justiça, que vai decidir se autoriza a abertura de investigação sobre as suspeitas de irregularidades na pretensa aquisição da mencionado vacina, eis que a compra dela foi cancelada, exatamente em razão das graves suspeitas levantadas nas negociações pertinentes.

Por fim, neste caso, a Procuradoria Geral da República acaba de opinar no sentido de que o Supremo Tribunal Federal segure o andamento da notícia-crime que pede a investigação do presidente do país, por possível crime de prevaricação, nas questionadas negociações da vacina Covaxin, tendo alegado como justificativa os trabalhos em curso pela CPI, com vistas a se evitar duplicidade de investigação.

É preciso que os brasileiros se conscientizem de que, no Estado Democrático de Direito, todos os fatos suspeitos na gestão pública devem ser devidamente investigados, precisamente como forma de prestação de contas do gestor público perante a sociedade, em estrita sintonia com o princípio essencial da transparência, ante a necessidade da lisura dos atos administrativos, tendo por finalidade, se for o caso, o saneamento das falhas e a implantação de medidas preventivas, para que eles sejam evitados de futuro.   

Brasília, em 30 de junho de 2021

terça-feira, 29 de junho de 2021

Belezas do Sítio Canadá

 

Diante de algumas fotos, publicadas no Facebook, especialmente focalizando o casarão, o açude e outras lindas e fantásticas paisagens do Sítio Canadá, confesso que a emoção tomou conta de mim e meu coração por pouco não saiu pela boca (força de expressão), naquele momento de regozijo e maravilhosas lembranças.

          Na ocasião, não tinha como economizar palavras de carinho, amor e saudades, quando vejo as belas e maravilhosas imagens do meu torrão sagrado: o meu amado Canadá, porque foi nesse belíssimo casarão onde a mais formosa e especial cegonha me entregou aos meus queridos e saudosos pais Vaneir e Dalila, deixando especial recado para eles, no sentido de que eu fosse bem cuidado e com o máximo de carinho e eles cumpriram rigorosamente o pedido, tanto que até hoje vivo muitíssimo feliz, graças aos primeiros dias de vida nesse encantador paraíso.

Como fico feliz em ver as minhas origens, mesmo que por meio de fotografias, porque eu me coloco exatamente em cada palma dessa gloriosa terrinha, como se eu estivesse presente em cada lugar, porque passei boa parte da minha vida perambulando por onde melhor me fazia feliz e como eu fui feliz, tendo plena liberdade para usufruir de tudo que ali existia, sempre do bom e do melhor, linda dimensão de criança e adolescente.

Tenho plena consciência de que a fase da infância e um pouco mais crescido foi importante estágio da minha vida, realmente preparatório para o resto dela, que depois, como que cobrando o pagamento das bonanças e maravilhas usufruídas, exigiu os maiores esforços e empenhos para a superação dos obstáculos, que, felizmente, foram todos vencidos, graças a Deus, que me ofereceu as melhores condições e mostrou os caminhos a serem seguidos na vida.

É evidente que eu me animo quando vejo as imagens dos lindos lugares por onde passei, na compreensão de que eles sintetizam um pouco da minha história e posso dizer, com muito carinho, que todos estão guardados indelevelmente no meu coração, muito saudoso e cheio de alegria, por ter a feliz lembrança de tudo que vivi no Canadá.

Agradeço a Deus, permanentemente, em especial pelo que sou e tenho certeza disso, precisamente por ter nascido e vivido nesse paraíso criado e abençoado por Ele.

Brasília, em 29 de junho de 2021

Desonestidade?

 

Já se encontra em processo bastante avançado a campanha destinada a turbinar a candidatura do líder petista à Presidência da República, a começar por afirmações despropositadas, absurdas e até vergonhosas, quanto à sustentação constante da matéria a seguir, tendo por pano de fundo exclusivamente a distorção da verdade, conforme o desmascaramento da mentira.

A aludida matéria diz exatamente que, verbis: “Considerados eleitores fiéis de Jair Bolsonaro (sem partido), os evangélicos apoiam majoritariamente o ex-presidente Lula na corrida eleitoral de 2022. É o que mostra a pesquisa Ipec, divulgada na última quinta-feira (24).”.   

Já no texto seguinte, a notícia fala bem diferentemente do parágrafo anterior, ao se referir que o “levantamento” (que é algo com outra conotação) mostra que o petista está à frente do bolsonarista entre evangélicos e católicos com margem confortável, sendo, respectivamente: 41% x 32% e 50% x 20%.

A reportagem informa que a pesquisa foi feita pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), que realizou o levantamento entre 2.002 eleitores, em 141 municípios brasileiros, nos dias 17 e 21 de junho de 2021.

Vejam-se que nessa notícia há a desfaçatez, a indignidade, de mentir descarada e vergonhosamente para a opinião pública, quando se afirma que “os evangélicos apoiam majoritariamente o ex-presidente Lula na corrida eleitoral de 2022” e a notícia dada precisamente nestes termos dá a certeza absoluta de que os evangélicos do Brasil apoiam em maioria absoluta o petista, fato que leva a se concluir que os religiosos teriam aderido à candidatura do esquerdista, mas isso não tem como ser afiançado por menos de 2.002 eleitores, porque nem todos são evangélicos, inclusive há informação da existência de católicos.

A Ipec faz a afirmação de que os evangélicos, na maioria, apoiam o petista, isso no sentido do entendimento geral da votação nacional, mas diz claramente que a sua conclusão tem por base a pesquisa que foi realizada por aquela entidade, o que é insuficiente para a generalização feita no bojo da publicação.

A pesquisa tem por base tão somente 2.002 eleitores ouvidos, o que se trata de afirmação extremamente imprecisa e até irresponsável, por não refletir à realidade sobre os fatos, no sentido de que instituto nenhum de pesquisa pode concluir sobre matéria tão relevante de opinião pública com base em dados incipientes e inconsistentes, exatamente em razão da diminuta abrangência do universo considerável, como, por exemplo, no Brasil, são habilitados para votar mais de 150 milhões eleitores e existem 5.568 municípios, conquanto foram ouvidas, pasmem, 2.002 pessoas, em 141 municípios, o que mostra a quase insignificância de dados para afirmação tão exagerada e absurda de que os evangélicos dão apoio majoritário ao petista.

A bem da verdade, os responsáveis pela avaliação e publicação da pesquisa deveriam ter dito precisamente a verdade sobre esse caso pesquisado, se é que realmente aconteceu, com a clareza que a importância da notícia exige e os brasileiros merecem, com o devido respeito, no sentido de que, de acordo com os levantamentos promovidos entre 2.002 eleitores, 41% dos que são evangélicos disseram apoiar o candidato petista, enquanto 32% desses religiosos declararam apoio ao segundo colocado na pesquisa, ficando muito claro, em termos de seriedade e honestidade, que se trata de situação específica, que não pode ser confundida com a população geral dos evangélicos brasileiros, na forma como quis induzir a notícia, precisamente porque a essência do argumento não tem como refletir a realidade apurada, que é a de que, repita-se, somente 41% dos declarados evangélicos, existentes entre 2.002 pessoas, disseram que votariam no petista, caso a eleição fosse agora e, do mesmo modo, frise-se, 32% dos evangélicos pesquisados votariam no atual presidente, o que resulta em amostragem pífia para a finalidade que quis demonstrar a notícia principal, i.e., no sentido de que os evangélicos, quando, na verdade, pouquíssimos ou quase nada e sem representatividade alguma, fato apenas decepcionante.

O curioso é que, no frigir dos ovos, conforme a quantidade de evangélicos, que nem foi citada, pode atingir a uma centena, se muito, o que torna ainda mais ridícula a afirmação de que esses religiosos dão apoio maciço ao petista e o pior é que os ingênuos e idólatras terminam acreditando nessa fajuta e mentirosa conclusão, que apenas demonstra muita maldade, se não houver o devido esclarecimento como se procura fazer na forma desta crônica, justamente para mostrar o tanto de perversidade que existe nos meios de comunicação, que normalmente é alimentada por profissionais que são pagos para produzir matérias falsas destinadas a beneficiar, muitas vezes, políticos sem a menor qualificação e sem compromisso com a verdade.  

Na verdade, de certa forma é importante que a notícia tenha sido divulgada como sendo uma bomba, de maneira alardeada ao extrema e sem o menor sentido de consistência, porque isso mostra precisamente mentiras, a falta de caráter e de desonestidade de quem deveria primar exclusivamente pela verdade dos resultados sobre fatos que interessam à opinião pública e, enfim, a todos os brasileiros.

Não há dúvida de que a intenção que fica é a de tentativa de manipulação dos resultados para gerar situação distorcida e mentirosa, exatamente para contribuir para influenciar os eleitores em prol do candidato petista, conforme fica patente na publicação da matéria, por meio de informações irreais e tendenciosas, que são próprias do costume vivenciado no passado recente, em que o partido dizia que era capaz de fazer o diabo para ganhar as eleições e isso, infelizmente, se repete nos dias atuais, conforme se confirma com afirmações irreais e vexaminosas.

Os brasileiros precisam se conscientizar, com urgência, de que o Brasil exige mudanças nas práticas políticos e na renovação dos políticos, que possam contribuir com novos pensamentos e ideias verdadeiramente voltados para a defesa dos interesses da sociedade e dos princípios republicano e democrático, como fazem rigorosamente as nações sérias e evoluídas, em termos político-administrativos.

Brasília, em 29 de junho de 2021

segunda-feira, 28 de junho de 2021

O azedume da corrupção?

 

O presidente da República foi envolvido em verdadeiro “palpos de aranha”, por causa de fatura suspeita enviada ao governo brasileiro por empresa de Cingapura, cobrando o pagamento por vacina indiana.

          A Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid, em funcionamento no Senado Federal, que investiga a gestão do governo federal, no enfrentamento da pandemia, entende que se trata de história bastante nebulosa, com capacidade para se tornar o fio de trama que pode desaguar no colo do presidente do país, porque ele foi avisado das irregularidades e não tomou as devidas medidas saneadoras.

A aludida fatura de 45 milhões de dólares, por três milhões de doses da vacina Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech, foi entregue no dia 18 de março ao chefe de importação de medicamentos do Ministério da Saúde.

Não obstante, diante da constatação de que a vacina ainda não havia sido entregue, o servidor competente se recusou a autorizar o seu pagamento, notadamente porque o contrato (no valor total de 300 milhões de dólares) não mencionava a Madison Biotech, empresa de Cingapura que enviou a fatura, fato este que estaria a caracterizar interveniência de fachada.

          O mencionado servidor, que testemunhou perante a CPI, instalada pelo Senado, para definir as responsabilidades do governo na gestão da pandemia, declarou que houve vários sinais de alerta ao presidente do país sobre a grave irregularidade nessa operação.

Diante do surgimento de muitas irregularidades no acordo, o governo brasileiro decidiu cancela a operação.

De acordo com levantamento pelo jornal O Estado de S.Paulo, a empresa Bharat Biotech havia, inicialmente, cotado a dose do imunizante em 1,34 dólar, mas o Brasil concordou em pagar US$ 15, mais do que qualquer outra vacina já comprada.

O referido servidor e seu irmão, que é deputado federal apoiador do bolsonarismo, se reuniram, no dia 20 de março último, com o presidente brasileiro, quando foram relatados os fatos considerados irregulares, tendo recebido a promessa dele de que o caso seria transmitido à Polícia Federal, evidentemente para as devidas investigações, mas nada disso aconteceu.

Em razão disso, o presidente da CPI já adiantou que irá denunciar o presidente do país ao Ministério Público, por entender que houve a prática do crime de "prevaricação", por parte do mandatário, ao silenciar sobre o caso em questão.

Segundo o citado deputado, na mencionada reunião, o presidente expressou preocupação com o impacto político do caso e suas suspeitas sobre o autor do esquema, ao dizer que, verbis:Se eu mexo nisso aí, você sabe a merda que vai dar. Isso deve ser coisa de 'fulano'".

À vista da pressão por senadores da CPI, para a identificação do "Fulano", o deputado insistiu que não se lembrava, até que, finalmente, revelou o nome: “Ricardo Barros (PP-PR), um poderoso deputado que chefia a bancada governista.”.

O “fulano”, ex-ministro da Saúde em governo anterior, negou ter cometido qualquer ilegalidade, assim como o presidente do país, sob a alegação de que o contrato acabou rescindido, tendo sobrado para os irmãos acusadores de promoverem “campanha de difamação contra ele.”.

A partir dessa grave denúncia, o presidente do país se ver envolvido em enorme dificuldade político-administrativa, porque, praticamente, ele já demonstrou ter protegido o “fulano”, quando deixou de determinar as devidas investigações pela Polícia Federal sobre o vergonhoso acordo imoral e ilegal, mesmo ele tendo sido rescindido, mas os rastros da corrupção ficaram plantados indelevelmente por parte dos envolvidos, à vista das tratativas para a efetividade da execução dele, com prova da fatura fraudulenta, por sido emitida por empresa estranha ao contrato, o que caracteriza grave irregularidade.

Ou seja, a participação do presidente do país é evidente no caso, já que ele pôs “panos quentes”, ao deixar de apurá-lo, como era da sua incumbência constitucional, fato este que tem o condão de arruinar, de forma acentuada e visível, a sua plataforma anticorrupção que contribuiu para o fortemente da conquista da Presidência da República.

A verdade é que a clara omissão do presidente do país, nesse episódio, tem fortíssima explicação política, porque ele jamais teria condições de abandonar o “fulano” no altar, diante do sério risco de romper perigosamente com a espúria aliança com o Centrão, grupo heterogêneo de partidos conservadores especializados em estratégia fisiologista, que nutrem a esperteza em negociação de vantagens orçamentárias e obtenção de cargos públicos, em apoio aos interesses do presidente do país, no âmbito do Congresso Nacional, em evidente demonstração da maior indignidade da administração pública, quando o presidente da República se submete a deprimente conchavo para merecer benefício pessoal referente à proteção por meio da compra da consciência de inescrupulosos parlamentares.

À toda evidência, essa sebosa e vergonhosa aliança com o Centrão vem protegendo o presidente do país da abertura de uma dos mais de centena de pedidos de impeachment, que se acumulam contra ele, na Câmara dos Deputados.

O certo é que, se o "fulano” ficar à mostra, ele pode, por retaliação, pressionar o Centrão a romper o famigerado acordo com o presidente do país, que poderia ser o começo da beira do abismo do impeachment, que finalmente ganharia os contornos do fim de era conturbada da história republicana brasileira, comandada por presidente visivelmente de ideias maquiavélicas, que ainda se sustenta no governo com forte apelo populista.

Sem a menor dúvida, o imbróglio da Covaxin tem todas as características de grande “bomba" que veio à tona nos trabalhos da CPI e pode implodir dentro do governo, cujos estilhaços podem atingir o Palácio do Planalto, que não teve habilidade suficiente para contornar os estragos causados por essa crise que agora toma grande dimensão dentro da República tupiniquim, ante às graves irregularidades vindo à tona, que podem ter seus efeitos amenizados por força do cancelamento do acordo.

Enfim, entre todas as vacinas, a que pode ser a mais forte e efetiva de todas é a Covaxin, que mesmo sem ser inoculada em ninguém, tem tudo para entrar para história brasileira, por ter causado estridente abalo das estruturas e dos alicerces da República, caso seja finalmente investigado o acordo que nunca existiu, mas que teve os ingredientes do azedume da corrupção abominável por brasileiros dignos e honrados.

Brasília, em 28 de junho de 2021

domingo, 27 de junho de 2021

O dever da tolerância

 

O presidente da República reincidiu no insulto à imprensa, nesta sexta-feira, quando, novamente visivelmente descontrolado, ele disse para uma jornalista da Rádio CBN, “voltar para a faculdade, depois para o ensino médio, em seguida, para o jardim de infância e aí nascer de novo".

O presidente também disse para os repórteres pararem de fazer "pergunta idiota" e se defendeu das acusações sobre corrupção na negociação de compra da Covaxin, dizendo que a vacina não foi comprada e que havia apenas um erro no documento mostrado à opinião pública.

A CBN disse, por meio de nota, que "repudia o tratamento agressivo e insultuoso de Jair Bolsonaro à repórter Victória Abel. Não foi à repórter que faltou educação nesse episódio. A CBN se solidariza com Victória Abel, que, assim como todos os nossos jornalistas, continuará a fazer seu trabalho para informar os brasileiros".

O insulto do presidente do país aos jornalistas foi feito após o questionamento a ele sobre a avaliação de especialistas de que o Brasil poderia ter evitado mortes pela Covid se tivesse comprado vacinas antes.

O presidente disse: "Olha só: no dia seguinte, pelo que fiquei sabendo, era um documento que estava feito de forma equivocada. Faltava um 0 lá. Em vez de 200 mil doses eram 3 milhões. E foi corrigido no dia seguinte. Outra, tem algum recibo meu pra ele? Foi consumado o ato? Há dias seguidos aquilo foi retificado".

O contrato do governo federal para a compra da vacina da Covaxin, fabricada na Índia, está no alvo do Ministério Público Federal e da CPI da Covid, à vista de suspeitas de irregularidades, cujas suspeitas não foram devidamente justificadas nem esclarecidas por quem de direito.

Outra vez, diante de uma repórter mulher, o presidente do país demonstra a sua índole tratoraço de má-educação e de desrespeito aos princípios humanitários, porque, ele, como a principal autoridade do Brasil, não tem direito algum de ser contumaz grosseiro, intolerante e deselegante, em evidente afronta à liturgia do relevante cargo presidencial, quando, ao contrário, é da sua obrigação contribuir com bons modos, solidariedade e diplomacia, em especial no relacionamento com a imprensa.

Não faz o menor sentido que o presidente do país seja estúpido sempre que é questionado sobre assuntos inerentes ao seu cargo, posto que cumpre a ele prestar as melhores informações, em sintonia com o dever constitucional de prestar contas à sociedade sobre seus atos.

Sempre que o presidente do país se depara com perguntas dos repórteres, ele se irrita em demonstração de extremo incômodo e intolerância, mas o mais grave é que não há a menor justificativa que ele agrida a dignidade e a honra de repórteres, sem sopesar que não custaria nada a resposta com serenidade, diplomacia e educação, condutas próprias do verdadeiro estadista, em harmonia com os princípios republicano e humanitário, porque é exatamente assim que precisa se comportar perante seus súditos, que não toleram mais tanta demonstração de irracionalidade e de desrespeito ao seu semelhante.

O certo mesmo é que, por dever funcional, o presidente da República, para ser merecedor do respeito dos brasileiros, precisa ter a dignidade de pessoa pública, com capacidade cívica para ser questionado e indagado sobre os assuntos da sua incumbência constitucional, devendo ter serenidade suficiente para responder quaisquer questionamento que diga respeito aos interesses nacionais e da sociedade, em estrito devotamento próprio do exercício do cargo presidencial, que precisa ser compreendido como missão especial de servir aos brasileiros, apenas com abnegação e generosidade, em sintonia com a gênese dos verdadeiros estadistas.

Não faz bem nem para o presidente do país e muito menos para o Brasil quando o mandatário demonstra agressividade e desrespeito em público, quando faz questão de escrachar profissionais da imprensa, em especial quando não há causa plausível para justificá-la, fato este que seria racionalmente aconselhável se evitar tamanho destempero, quando se sabe que o resultado desse destempero é sempre prejudicial à imagem de ambos.

Induvidosamente, tratar bem e com educação não somente a imprensa, mas a todos é dever que se impõe em especial ao presidente do país, que tem o dever institucional de ser o modelo de grandeza nos seus atos, posto que eles precisam ter a áurea da intocável nobreza do respeito e da dignidade, diferentemente do que vem protagonizando o chefe da nação, que se orgulha de atropelar as comezinhas regras da boa educação.

É evidente que seria impossível a imprensa deixar de se aproximar do presidente da República, porque ela sobrevive por meio do ofício de informar à sociedade, mas forma especial de abandono a ele poderia ser demonstração clara de despreza a quem deixou de ter respeito ao saudável princípio da civilidade no relacionamento com os meios de comunicação, pelo menos até quando houver a compreensão, a tolerância e o respeito acerca do verdadeiro valor dos sentimentos humanitários.              

Brasília, em 27 de junho de 2021

sábado, 26 de junho de 2021

O açude do Canadá

Diante de vídeo mostrando a exuberância das águas serenas do açude do Sítio Canadá, eu fiquei bastante entusiasmado e feliz pela beleza das imagens, fazendo com que, de momento, meus pensamentos viajassem ao tempo longínquo, em lembranças de memoráveis fases da minha infância, quando exatamente nesse açude eu vivi maravilhosa página da minha vida, rica de acontecimentos incríveis e memoráveis.   

Quantos banhos de fluidos benfazejos foram tomados por mim, que ajudaram a recarregar as minhas energias, nesse amado açude da minha infância inesquecível?

É impossível de serem contados tantos mergulhos e nados nas águas mágicas desse açude, mas fica em mim a certeza de que faria tudo novamente, com a maior felicidade, se possível fosse, porque o banho nesse piscinão construído por Deus é simplesmente a certeza da chamada oitava maravilha.

Lembro-me com saudade que entrava na água e as piabinhas ficavam, em bando, picando meu corpo, numa sensação de massagem, por inteiro.

E o que dizer da doçura da água fria dos locais mais fundos: uma deliciosa frescura recebida pelo corpo?

Um fato que sempre me intrigou foi o que o Arquiteto universal fez para os banhistas, ao projetar e colocar enorme pedra com formato ovoide, que só existe ela, em todo o piscinão, que teria sido colocada dentro da água, estrategicamente, na proximidade da beira da areia.

Essa pedra é tão fantástica que a gente ficava em cima dela e, a partir da sua base, praticava pulos embicando na água, no maior e prazeroso divertimento.

Aquelas patinhas nadando em círculo, mostradas no vídeo, bem que relembram e representam o bando de patas de madrinha Úrsula, minha saudosa avó, que tinha enorme criação dessas aves, e todas iam desfilar diariamente, nas águas, a sua elegante forma atlética de excelentes nadadoras, protagonizando paisagem encantadora.

Eram aconchegantes e movimentados os dias de pescarias, com o açude apinhado de balsas e canoas e seus comandantes, pilotados por experientes pescadores conduzindo-as estrategicamente para os locais onde estavam os peixes, segundo seus vaticínios.

No entardecer, se fazia a partilha dos peixes, na praia ao lado próximo do casarão, para os proprietários, de acordo com as partes referentes às propriedades, no total de sete (ainda me lembro), e meu avô possuí três delas.

Os pescadores voltavam da água extenuados, em face do longo tempo lançando suas tarrafas à água, mas felizes da vida, diante da fartura de peixes e muitos dos quais eram enormes, gordos e carregados de deliciosas ovas.

Mesmo com o inclemente calor, que é normal na região, o açude sempre se mantinha com água depositada, ano após ano, salvo nas grandes secas, como a pior delas, a de 1958, que realmente não choveu quase nada e a água desapareceu em todas as localidades.

O certo mesmo é que, se alguma sujeira eu tive na infância, porque eu tenho dúvida sobre isso (kakaká), ela ficou toda depositada nesse amado açude de minhas inesquecíveis piabinhas, com quem eu ficava por tanto tempo me divertindo, sem saber que hoje, tanto tempo depois, eu haveria de me lembrar delas e com saudade das lindas e saudáveis amiguinhas de infância.

Muito bom quando se tem motivos saudáveis para serem lembrados, como nesse caso do açude do Canadá, que serviu de importante palco no início da minha vida, cujas lembranças são magistralmente memoráveis e inesquecíveis.

Mais uma vez, agradeço a Deus por ter propiciado tamanha felicidade reservada à minha pessoa, por eu ter nascido e vivido minha infância no Sítio Canadá, onde tive oportunidade de desfrutar de momentos felizes e maravilhosos, que jamais serão esquecidos, porque eles tinham a magia dos encantos celestiais, diante da perfeição e da beleza em tudo que acontecia naquele lugar, construído com precisão pela mão divina.   

          Brasília, em 26 de junho de 2021 

Pesquisa inconsistente?

 

Pesquisa realizada pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) indica que o ex-presidente da República petista lidera a disputa presidencial, se ela fosse agora, quando ele recebeu 49% das intenções de voto dos pesquisados, enquanto o atual presidente teve a preferência de  23%.

O Ipec esclarece que foram entrevistados, presencialmente, 2.002 eleitores, em 141 cidades, entre os dias 17 e 21 de junho.

De acordo com o Ipec, o petista lidera em todos os segmentos do eleitorado pesquisado, por comparação geográfica, sendo que a região com maior aprovação para o possível candidato líder da pesquisa continua sendo o Nordeste, onde ele contou com 63% das intenções de voto.

Por sua vez, a pesquisa mostra que a menor vantagem do petista se dá na região Sul, onde mesmo assim ele lidera por 35% a 29%, com relação ao segundo colocado.

Enquanto isso, na região Sudeste, onde se concentra o maior número de eleitores, o petista também lidera com 47% das intenções de voto e o atual presidente recebeu a preferência de 24% dos entrevistados.

Causa perplexidade a afirmação da reportagem, que tem a insensatez de afirmar que, verbis: “Com 11 pontos percentuais a mais que a soma de todos os seus possíveis adversários, se a eleição presidencial fosse hoje, Lula venceria o pleito no primeiro turno.”, como se esse tantinho de eleitores fosse capaz de, sozinho, eleger o presidente do país, com a representação, pasmem, de tão somente 2.002 entrevistados, quando o Brasil tem mais de 150 milhões de eleitores, em apenas 141 municípios, tendo ficado de fora da pesquisa mais de 5.600 municípios, onde não se pode afirmar que seria observada a mesma e igualzinha tendência dos locais onde foram realizadas as pesquisas.

Trata-se de gigantesca leviandade e irresponsabilidade que somente serve para induzir os incautos à conclusão as mais absurdas possíveis, ante a brutal desconformidade entre a realidade material e o frágil e inútil resultado das pesquisas, porque não tem o menor cabimento e muito menos consistência se fazer avaliações eleitorais tão importantes tendo por base insignificante quantidade de eleitores, como se os outros 150 milhões de tivessem a mesma tendência desse diminuto punhado de pessoas, com capacidade suficiente apenas para eleger, talvez, um síndico de condomínio predial.

Não pode prosperar como sendo de utilidade pública pesquisa inconsistente como essa, porque as pessoas menos esclarecidas são levadas a imaginar que o líder da pesquisa realizada entre 2.002 eleitores já decidiu o pleito eleitoral, quando, na verdade essa pequena mostra não significa absolutamente nada, que serve apenas para que idólatras do líder do levantamento se vangloriem de situação que não tem como assegurar senão momentânea ilusão, em forma de devaneio, ante à falta de elementos palpáveis para a confirmação dos prováveis ou verdadeiros resultados, exatamente porque há extraordinário distanciamento dos números da pesquisa com a realidade fática e isso é constatável diante dos números da pesquisa, que não diz absolutamente nada, em termos de levantamentos científicos.

Infelizmente, os princípios do bom senso e da razoabilidade indicam que há gigantesca temeridade alguém achar que pesquisa realizada entre 2.002 eleitores seja suficiente para se concluir que algum candidato já está eleito, não somente à vista da fragílima quantidade de eleitores ouvidos, mas em relação a outros aspectos que precisam ser avaliados quanto, em especial, ao perfil dos candidatos, notadamente sobre a necessidade do confronto entre as suas qualidades e os seus defeitos, que estarão certamente presentes somente no momento da disputa eleitoral propriamente dita, daqui a mais de um ano.

A verdade é que os dois candidatos que lideram a avaliação realizada nos 2.002 eleitores já são bastante conhecidos dos brasileiros, exatamente em razão do seu passado como governantes e ambos têm qualidades e defeitos, segundo as suas peculiaridades como homens administradores, cabendo aos eleitores fazer a melhor escolha para o Brasil, em termos essencialmente do que eles podem realmente oferecer e fazer como contribuição positiva para o desenvolvimento socioeconômico.

Enfim, é importante que os brasileiros não se iludam com base nessas pesquisas de pouca consistência em relação aos verdadeiros objetivos, principalmente porque a insignificância dos elementos colhidos não tem o condão de contribuir para conclusões sérias e plausíveis, salvo no sentido de tentativa de enganar as pessoas ingênuas que ainda acreditam em mula sem cabeça e em outras crendices do mundo das lendas misteriosas.  

Com pesquisa ou sem ela, os brasileiros anseiam cada vez mais por que Deus ilumine os destinos do Brasil, no sentido de que possa aparecer bons candidatos ao trono presidencial, que tenham reais condições de enfim trabalhar exclusivamente para satisfazer o bem comum e o interesse público, de modo que sejam sepultadas, em definitivo, as desgraçadas ideologias, porque elas somente contribuem para privilegiar a incompetência, a insensibilidade e a irresponsabilidade na gestão pública, conforme mostram os fatos, evidentemente sempre em detrimento das causas dos brasileiros.    

No frigir dos ovos, parece bastante incompreensível, isso, evidentemente, com relação aos 2.002 eleitores entrevistados, mas que serve de avaliação para brasileiros com a mesma índole, que o governo petista, liderado por esse cidadão que pretende voltar ao poder, mas tem a sua conduta de homem público questionada na Justiça brasileira, fato que ele nem poderia pensar em exercer atividade política, foi considerado horrível e desastrado para os interesse do Brasil e dos brasileiros.

Para tanto é preciso se levar em conta, em especial, a grandeza de escândalos, roubalheiras e outras situações degradantes da administração pública, a exemplo do fisiologismo, do aparelhamento do Estado, da incompetência administrativa generalizada, do inchamento da máquina pública, da condescendência com a violência das invasões de propriedades particulares, da remessa graciosa de dinheiro dos brasileiros para obras no exterior, das amizades com ditadores e tiranos, entre outras mazelas que não condizem com a República séria, competente, responsável, civilizada e próspera.

Acredita-se que, nem nas piores republiquetas, homem público em extrema decadência moral, por força de muitas denúncias sobre práticas de irregularidades, em tramitação na Justiça, sem ter tido condições pessoais para mostrar a sua inculpabilidade em nenhum dos casos, tendo inclusive sido condenado à prisão e cumprido parte dela, por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, seja capaz de se apresentar aos cidadãos de bem e honrados como candidato, notadamente ao cargo mais relevante do país, porque isso caracteriza verdadeiro acinte à dignidade dos eleitores, que não merecem tamanha afronta, quanto mais com relação à importância e à lisura do voto.

Por outro lado, caracteriza enorme desonra para o homem comum, o eleitor, consignar apoio a homem público nessas condições nada republicana, quanto às exigências inerentes à conduta ilibada e à correção no cumprimento de suas atividades como gestor público, justamente porque ele se torna cúmplice com os péssimos exemplos dados pelo político que precisa, antes de tudo, limpar seu nome junto à Justiça, porque é somente nesta condição que ele precisa ter a dignidade de voltar a fazer política.

Não existiria nada mais deprimente, desabonador e vergonhoso para o Brasil caso político com currículo fortemente manchado com registros sobre  suspeitas da prática de irregularidades chegasse ao Palácio do Planalto, simplesmente porque isso seria a total negação da imperiosidade dos princípios da ética, da moralidade, da dignidade, legalidade, transparência, entre outros que são exigidos para o exercício de cargos públicos eletivos.        

Parece muito interessante o fato de o atual presidente do país ainda ter o merecimento de ser lembrado em pesquisa de opinião pública, para fins eleitorais, a despeito da sua demonstração de plena insensibilidade humanitária, à vista da negligência do seu governo à gravíssima crise da pandemia do novo coronavírus, conjuminada com a sua indiferença às normas sanitárias, em forma de proteção preventiva contra a Covid-19, que são provas incontestes de desamor à causa da saúde e da vida dos brasileiros.

Esses são motivos mais do que suficientes do desmerecimento de qualquer menção como homem público de verdade, sendo indigno até mesmo de intenção de voto, mesmo porque qualquer milagre do seu governo é completamente incapaz de compensar o descaso com a vida humana, como realmente aconteceu, à vista de tantas mortes, por decorrência da Covid-19.  

Os brasileiros não podem continuar, porque não têm direito, no obsequioso pecado da ignorância da aceitação de conviver com políticos ultrapassados, medíocres e aproveitadores das influências do poder e do Estado, precisando urgentemente que seja eliminado da vida pública essa terrível síndrome generalizada de não se saber votar, porque a independência da incompetência eleitoral é sinal de inteligência de um povo, na forma da demonstração de saber escolher muito bem os seus representados para a defesa de seus interesses.

Os brasileiros precisam se despertar da letargia que domina a sua capacidade de pensar como gente evoluída, em termos políticos, à vista de insistirem em apoiar homens públicos que pertencem à história brasileira e precisam apenas reconhecê-la como algo do realmente do passado.

O Brasil precisa urgentemente de mentalidade vanguardista também na política, ante a premência da implantação da modernidade e da evolução que se impõem aos novos tempos, que exigem oxigenação saudável, por meio de sangue novo na vida pública, com o arejamento da capacidade de intelectualidade e inteligência para o país ter condições de alcançar novos horizontes de prosperidade e desenvolvimento socioeconômico, com embargo da mediocridade da classe política, que somente teve condições de  aproveitar do poder.

Brasília, em 26 de junho de 2021

sexta-feira, 25 de junho de 2021

A insensatez

       Em visita ao Rio Grande do Norte, nesta última quinta-feira, o presidente da República abaixou, evidentemente com suas mãos, a máscara de proteção contra a Covid-19 de uma criança de aproximadamente cinco anos, que foi colocada em seu colo, para tirar uma foto, em plena aglomeração que integrava, sem a obrigatoriedade do uso de máscara.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que o chefe do executivo pega o garoto para tirar a foto em meio, como referido, à aglomeração de apoiadores.

Pouco antes desse ato, o presidente já havia se envolvido em outra polêmica de igual teor, a respeito do uso de máscaras, quando, durante a sua visita à cidade de Jucurutu/RN, ele pediu para que uma criança, de 10 anos, tirasse a máscara.

Não há a menor dúvida de que, só a atitude de o próprio presidente do país ser contumaz desrespeitador das orientações preventivas sobre o uso da máscara, com maior necessidade em aglomerações que ele é obrigado a participar, já representa enorme e censurável atrevimento à dignidade humana, quanto mais ainda de ele abaixar a máscara de criança indefesa, fato este que constitui o extremo da insensatez, que merece veemente repúdio da sociedade.

Essa forma de comportamento do presidente, em posição e reafirmação de completa rebeldia às normas preventivas contra a Covid-19, tem o condão de confirmar o quanto a sua índole é bem reduzida, quanto ao sentido da compreensão sobre os princípios cívicos da sensibilidade e da responsabilidade, mas especificamente no que diz ao respeito à integridade da vida do ser humano, porque o uso de máscara faz parte da cesta básica recomendada para a proteção à saúde e todos precisam compreender a necessidade sobre a imperiosidade do cumprimento das orientações preventivas, precisamente em tempos especiais de pandemia do coronavírus.

O presidente, como autoridade máxima da nação, tem o dever primacial de dar o exemplo sobre a fiel observância das regras emanadas pelo próprio governo comandado por ele, mesmo que não esteja confortável com elas, mas o seu importante compromisso de estadista impõe condição especial de ser modelo em tudo, inclusive em se tratando de normas impostas à sociedade, que precisa se aferrar a elas, para o seu próprio bem.

Quando o presidente do país se mostra arredio ao cumprimento de regras que são obrigatórias para a sociedade, o sentimento que se tem não pode ser outro senão de desinteresse pela causa, em clara demonstração do verdadeiro tanto faz, dando a entender que ele não está nem aí para as consequências, que é exatamente isso que ele vem evidenciando, em reiteradas confirmações, quando seu sentimento é de plena indiferença ao abaixar a máscara de uma criança alheia ao perigo de ficar sem proteção contra o perverso vírus e o pior é que ele não assume nenhuma responsabilidade por seu ato impensado e recriminável, à luz dos princípios humanitários.

Na verdade, todo desmazelo que se atribui ao presidente pode ter também parcela importante de culpa de brasileiros, por acorrerem ao encontra dele, para apoiá-lo e aplaudi-lo, mesmo ao meio de aglomerações perigosas, com relação à falta de segurança e de proteção contra a Covid-19.

         Isso significa dizer que, se os brasileiros não comparecem nos locais onde o presidente visita, muitos dos erros praticados por ele, a exemplo desse de se descer a máscara de nariz de criança, seriam evitados, para o bem dos brasileiros, que não corriam o risco de contaminação.

A verdade nua e crua é que tanto o presidente do país como os seus ingênuos apoiadores, por fingirem continuamente a aceitação das estultices disseminadas Brasil afora por ele, conforme mostra o insensato episódio em comento, estão na contramão da realidade da vida, que precisa ser encarada com muita seriedade, sensibilidade e responsabilidade, com o firme compromisso de assegurar o bem-estar da sociedade e evitar riscos desnecessários aos brasileiros.

Enfim, cada povo tem o governo que merece e, no momento, o nobre cidadão que se encontra como presidente do Brasil foi eleito democraticamente pelo sufrágio universal, tendo o direito de fazer o que bem quiser, segundo o seu talante, e não será por meio de protesto ou repúdio que se conserta o pau que nasceu torto, na versão do dito popular.

Cabe aos brasileiros sensatos e cônscios acerca das suas responsabilidades cívica e patriótica se conscientizarem realmente sobre a escolha de seus representantes, de modo que o perfil deles possa preponderar, ao menos, com o perfeito sentimento  em sintonia com o essencial respeito aos princípios da sensibilidade, da razoabilidade, da competência e da responsabilidade, a par de que eles sejam capazes de priorizar os preciosos valores humanitários, que estão muito acima de outros interesses, por mais importantes que sejam.

          Brasília, em 25 de junho de 2021

quinta-feira, 24 de junho de 2021

Como explicar o inexplicável?

         A Associação Médica Brasileira (AMB) divulgou, nesta quarta-feira, mais um estudo científico que comprova a ineficiência do uso de hidroxicloroquina na prevenção e também no tratamento contra a Covid-19.

O aludido estudo constatou que o medicamento não contribui para diminuir o contágio, a hospitalização, o agravamento ou o óbito.

Ao contrário disso, as pesquisas atestam que o uso profilático da hidroxicloroquina “aumenta o risco de eventos adversos em 12%.”.

A AMB esclarece que o estudo teve por base 9 ensaios randômicos internacionais, com duplo cego e grupo placebo, tendo por objetivo a criação de diretriz de conduta médica no Brasil.

O estudo da AMB orientada que “Não é recomendado o uso de HCQ na profilaxia ou no tratamento de pacientes com quadro de covid-19 leve”.

Há algo incrível que somente deve acontecer no Brasil, porque nunca se viu medicamento causar tantas polêmicas como essa tal de hidroxicloroquina, que é bravamente defendida por muitos simpatizantes, sendo que alguns são absolutamente leigos no assunto, mas insistem mesmo assim.

Enquanto isso, por outro lado, se opõe a associação representante por médicos, que garante, com base em estudo científico, que, em princípio, deveria merecer alguma credibilidade, além de servir, obviamente, como orientação para a classe médica, que o polêmico medicamento não tem eficácia para combater a Covid-19.

Trata-se de situação extremamente delicada, no contexto da ciência, precisamente por envolver a possibilidade do uso de medicamento criado e comprovado para combater a malária, mas, subsidiariamente, vem sendo usado, em larga escala contra a Covid-19, embora estudos e o mundo científico desaprovam-no, para essa finalidade.  

É evidente que os estudos científicos sempre objetivam assegurar o bem-estar da humanidade, mas nesse caso da Covid, eles não têm sido favoráveis ao homem, porque, de forma, praticamente inexplicável, a corrente de quem garante e defende a eficácia da hidroxicloroquina no combate à doença, tendo por base as inumeráveis curas que são feitas e comprovadas, sob a sua administração, segundo os depoimentos de pessoas beneficiadas do seu uso.

Sem dúvida alguma, fato que causa espécie é o medicamente chegar a operar o milagre da cura, conforme a confissão de médicos e pacientes, mas ele tem a desaprovação da ciência, tendo por base estudos apropriados, cuja incongruência contribui para aumentar o inconformismo dos brasileiros, precisamente diante da incompreensão sobre esse verdadeiro e crucial paradoxo de não comprovação, pela ciência, de eficácia e ainda mais o selo de não recomendação para o seu uso contra a Covid-19, em que pese a certeza de muitas curas de pacientes.

Conviria que a Associação Médica Brasileira, que publicou o presente estudo, se interessasse, como contribuição aos brasileiros, mostrasse, de maneira bem didática, como o medicamento que não tem eficácia comprovada pode contribuir para a cura de pacientes da Covid-19, de modo a ajudar à compreensão sobre essa gritante dicotomia, que, em princípio, jamais poderia existir, ante o entendimento comum de que, se a hidroxicloroquina não tem ineficiência na prevenção e também no tratamento contra a Covid-19, como explicar que mesmo assim ela tem resultados positivos de inumeráveis curas da doença?  

À toda evidência, mesmo diante do desaconselhamento da ciência, como faz agora a Associação Médica Brasileira, é preciso sim fazer uso da hidroxicloroquina, tendo por base as evidências de curas comprovadas por profissionais da medicina, à vista de importante recurso que não se pode descartar em tempos de pandemia.

Brasília, em 24 de junho de 2021


quarta-feira, 23 de junho de 2021

Por que tristeza?

 

Na crônica da minha lavra que, consternado, fiz o registro de meio milhão de mortes causadas pela Covid-19, eu disse que me sentia muito triste com a lamentável situação de calamidade humanitária, tendo aproveitado o ensejo para prestar solidariedade às famílias das vítimas dessa letal doença, a par de lamentar que visíveis desprezo e insensibilidade aos princípios humanitários tenham contribuído para esse gigantesco infortúnio social, à vista da indiscutível negligência no enfrentamento da pandemia do coronavírus.

Diante disso, uma distinta e atenta cidadã, mui cordialmente, tenta me acalentar com amável mensagem, esposada nos seguintes termos: “Amigo não Fique triste porque a vida é passagem na terra daqueles q tmfotos cuidado vive mais que ajuda ao mais carente Deus está vendo razoabilidade carinho ajudar a quem precisa outro vão cedido pq não tem cão cedido pq não faz caridade nenês visita abraço só alegria tristeza não. Desculpa os Erros abraço e viva só na alegria.”.   

Peço vênia à cordial senhora para me desculpar pela maneira sincera dos meus lamento e inconformismo diante da calamidade que se abate cruel e impiedosamente sobre os brasileiros, causando esse terrível mar de mortes, que não poderia ter chegado a tanto se a vida humana tivesse sido cuidada à altura da sua preciosa importância.

Sinto muita tristeza não somente na profundeza do peito, mas no âmago da alma, por perceber o quanto é extremamente doloroso para as famílias que perderem seus entes queridos em situação sensivelmente dramática e desesperadora, sem ter a quem recorrer em momento de maior aflição para esses brasileiros, notadamente quando se verifica que as medidas adotadas em terríveis tempos de grave pandemia do coronavírus ficam apenas nos planos da normalidade, com o atendimento do que for necessário, quando os momentos são de indicativos de guerra, em termos de saúde pública, a se exigirem medidas excepcionais e extraordinárias para a salvação de vidas, algo que, infelizmente, não aconteceu.  

Não tem como se acreditar na afirmação de que teria sido feito o máximo dos esforços, quando tudo o que vem sendo realizado não passa do apenas o estritamente necessário e nesse sentido é exatamente o que pensam as pessoas sensatas, sensíveis e humanas, diante do desprezo à descomunal gravidade desse monstro desgraçado do coronavírus, que vem martirizando os brasileiros.

Caso realmente o governo quisesse combater a Covid-19 com vontade, interesse e prioridade, já teria mobilizado, desde o início,  a nação para a batalha aguerrida contra essa miserável peste, sem esperar que a monstruosidade se consumasse a esse limite infernal e insuportável, chegando ao auge como chegou, com a inaceitável, inconcebível e inadmissível quantidade de 500 mil óbitos, de modo que as medidas fossem adotadas com a maior prioritária possível, vindas das políticas públicas, em demonstração de intransigente interesse em especial defesa da vida dos brasileiros, evitando-se, agora, falar em genocídio, caso o tratamento e o combate ao vírus tivessem sido da maneira mais adequada possível, em sintonia com a sua insuportável gravidade, em termos de perversidade e maldade ao ser humano, que fazia jus aos melhores cuidados.

Certamente que, nesse contexto, seria obrigatoriamente reconhecida a calamidade humanitária e, necessariamente teria agido com intenso interesse estadista por mais medíocre que ele fosse, em circunstância que representa tal perigo ao ser humano, porque ele teria o máximo de sentimento humanitário para sobre a real compreensão do verdadeiro valor da vida humana.

Na pandemia, o descaso com a vida humana é patente, como no caso específico da imunização, que começou com o atraso de quase um mês, em relação aos países que se anteciparam na aquisição das vacinas, e vem sofrendo atraso significativo, em forma de constantes apagões, diante das sucessivas faltas de doses, a exemplo do que ocorre no presente momento, em algumas localidades.

Ou seja, ao meio desse redemoinho de insensibilidade, incompetência e negligência no enfrentamento da pandemia do coronavírus, contabiliza-se precisamente meio milhão a menos de brasileiros nas estatísticas populacionais, em tão pouco tempo, e isso é motivo sim de muita tristeza e ainda de preocupação das autoridades públicas, mas isso não acontece com muitas delas, conforme mostram os fatos, em que faltou seriedade quanto ao reconhecimento da letalidade do coronavírus.

Esse foto evidencia que muito menos, bem menos mesmo de tantas mortes, já seria motivo capaz de justificar a adoção de movimentos extraordinários e revolucionários de combate à temível Covid-19, à vista da incumbência constitucional do governo de instituir políticas para a defesa da vida dos brasileiros, até mesmo em tempos normais, mas, infelizmente, nada se faz para a mudança dessa deplorável inação e, infelizmente, o resultado do descaso não poderia ter sido senão o que se vê estampado no noticiário do mundo inteiro.

Aceito e agradeço o carinhoso conselho estampado na mensagem em comento, no sentido de que eu “viva só na alegria”, porque é exatamente com esse benfajezo propósito que procuro trilhar o meu caminho, evitando ao máximo desviar da tristeza, por mínima que seja, mas há situação que isso é inevitável, como o que ocorre no presente momento, onde os brasileiros se encontram vivendo entre a cruz e a espada, sem alternativa quanto à busca do desvio da Covid-19, salvo a imunização que também ainda não garante a certeza absoluta do livramento dessa assombrosa doença.

Enfim, a tristeza a que me refiro tem o sentido todo especial, porque ela nasce da pureza do sentimento humano, quanto à sublime necessidade da solidariedade às pessoas, como nesse caso excepcional de calamidade humanitária, quando elas tiveram o infortúnio de perder preciosos entes queridos por causa de vírus que exigia cuidados mais do que especiais no seu combate, mas, a meu juízo, faltou a devida atenção que tanto merece o ser humano, em momento fora da normalidade, infelizmente, dessa forma e assim compreendido por governantes poderosos.

        Tenho plena consciência de que viver feliz é o ideal para se alongar a caminhada no plano terrestre, onde seja possível a declaração de bem-estar com o sorriso aberto, mas também é preciso se reconhecer que o momento é realmente de muita tristeza diante desse quadro clamoroso onde foi banalizada a importância da vida humana, à vista da monstruosidade impingida aos brasileiros.

          Brasília, em 23 de junho de 2021