quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Insensibilidade humana

O ex-senador paraibano que se queixava, ostensiva e insistentemente, quanto ao seu desconforto político no âmbito do PMDB, à vista da afirmativa falta de apoio aos seus projetos políticos na próxima eleição, agora tem semblante rejuvenescido de plena felicidade, após ter conseguido conversar com o ex-presidente da República, o “todo-poderoso” do PT, tendo por escopo assegurar o ingresso dele numa agremiação partidária, pasmem, que integre a base de sustentação do governo da presidente da República, no Congresso Nacional, de modo a possibilitar o seu progresso na política paraibana, ou seja, que ele e seu grupo aliado, prejudicados com o chega pra lá do PMDB, possam ter condições de continuar trabalhando em prol da construção do seu projeto político-partidário. O ex-senador deixou claro que lamenta ter que se desvincular da sua atual legenda, por onde militou, bravamente e conquistou vitórias, por 21 anos, em face das boas relações com as lideranças estadual e nacional do partido. O ex-senador se mostrou animado quanto à solução do imbróglio pelo qual foi envolvido no âmbito do seu partido, porquanto, em virtude do beija-mão do ex-presidente petista, já há existe assédio de caciques partidários com vistas ao seu ingresso em nova agremiação, tendo sido citado o convite do PT, feito pelo ex-presidente petista. Estranha-se que o ex-senador não tenha levado nem apresentado, de forma prioritária, no encontrou com o "todo-poderoso", os fatos graves acerca do quadro de calamidade pública, consistente nas intransponíveis dificuldades resultantes da devastadora seca impingida impiedosamente aos irmãos nordestinos. Seria justificável e até louvável que o político genuinamente sertanejo se dedicasse, em caráter preferencial, das tormentosas questões que vêm maltratando, cruel e dolorosamente, seus sofridos conterrâneos, ao invés de se concentrar apenas no equacionamento e na solução das questões inerentes aos interesses políticos seus e do seu grupo. Em várias manifestações, o ex-senador, em momento algum, demonstrou preocupação quanto à situação inclemente da seca, mas ganha relevo a sua situação junto ao PMDB, que tem sido seu calcanhar de Aquiles. A atitude do ex-senador paraibano guarda absoluta coerência com a mentalidade tacanha dos políticos brasileiros, que não enxergam senão as oportunidades para solucionar, em primeiro plano, a sua situação, para, então, continuar pensando em se dar bem, se beneficiando das vantagens proporcionadas pela política. Enquanto isso, o povo que se dane e se vire para sobreviver, porque, se for depender da evidente falta de vontade dos políticos, principalmente os da região, pode entregar a causa para São José, rogando que Ele seja generoso mandando muita chuva, o suficiente para que a invernada seja abundante e com fartura. É pena que, na época das eleições, os bravos nordestinos não tenham a dignidade de responder aos políticos descompromissados com suas causas que eles devem procurar votos junto ao "semideus", que pode tudo, inclusive ignorar as agruras decorrentes da falta de assistência contra a seca, quando eles mais precisavam. Impressiona a falta de sensibilidade dos políticos, em especial os nordestinos, que convivem de perto com o caos social e a terrível calamidade da seca, mas fingem que o drama não lhes diz respeito, não tendo a obrigação de liderar movimentos no sentido da busca de solução para os graves problemas causados pela insuportável seca. Urge que os sertanejos, de forma cívica, faça justiça nas eleições, não elegendo os maus políticos, aqueles que se preocupam tão somente com a solução das questões políticas do seu interesse, deixando que a população exploda.  Acorda, Nordeste!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 28 de fevereiro de 2013

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Regime do horror

Sem nenhuma surpresa, a Assembleia Nacional de Cuba reelegeu seu ditador para a Presidência do Conselho de Estado, para o segundo mandato de cinco anos. Na ocasião, o presidente cubano anunciou que este é seu último mandato, que terminará em 2018, independente da data em que a Constituição cubana foi atualizada. Curioso é que o presidente se vangloria de ter promovido reformas no regime cubano, consistindo apenas na inserção de elementos quase insignificantes no sistema econômico, sem mudar o mercado dentro do sistema estatal e sem mexer o poder do Partido Comunista Cubano (PCC). Ele também fez reformas sociais, a exemplo da lei migratória que permitiu, a partir de janeiro último, que poucos cubanos possam obter permissões de viagem. Desde 2008, os cubanos foram autorizados a comprar telefones celulares e computadores e a se hospedar em hotéis, regalia esta antes reservada aos turistas estrangeiros. Apesar desse “estrondoso” avanço em benefício social, após mais de cinquenta anos do terrível regime comunista, o ditador anunciou que não pretende implantar o capitalismo na ilha, tendo sido taxativo, ao dizer que "Eu não fui eleito presidente para restaurar o capitalismo em Cuba, nem para desistir da revolução. Fui eleito para defender, manter e continuar aperfeiçoando o socialismo, não para destruí-lo", ou seja, a tirania continua forte como sempre. A oposição ao regime comunista, a par de considerar insignificantes as reformas promovidas, exige liberdade de expressão e de associação e direito à manifestação, sem que o opositor à tirania seja considerado “mercenário”, porque todo povo cubano anseia por respeito aos direitos humanos. O regime comunista é tão intrigante que até parece um espanto do outro mundo o ato de o ditador ter seu mandato renovado e sequer a população do país ter conhecimento de tão importante evento e muito menos participação no processo eleitoral, porquanto o sistema se processa mediante jogo de cartas marcadas, onde as figurinhas envolvidas são as mesmas de sempre no poder de poucos privilegiados. É bastante lamentável, à vista dos últimos acontecimentos protagonizados por “intelectuais” de esquerda, que os defensores do regime escravagista cubano fiquem venerando os castristas, com a sua mentalidade programada para impor ao povo da ilha uma vida de descompasso com as conquistas da modernidade e com as liberdades em todos os sentidos. Entrementes, verifica-se que o regime ditatorial cubano teve “lúcido” e “extraordinário” avanço, depois de mais de cinquenta anos de escravidão do seu povo, os cubanos já podem, agora, se hospedar em hotel, adquirir telefones celulares e computador e, alguns, obter permissão para viajar para fora do país. Ah! O cubano também já pode se hospedar em hotel, privilégio que era assegurado aos turistas estrangeiros. Para o país comunista, o governo está sendo bonzinho e liberal ao máximo com a concessão dessas “fantásticas” medidas capitalistas para o seu povo. Causa verdadeiro espanto que ainda têm brasileiros que defendem com ardor tanto atraso e distanciamento da realidade pelo qual vive o resto do mundo, no pleno usufruto das liberdades vitais asseguradas à dignidade do ser humano. A sociedade precisa aprender que as lições vindas de Cuba são um horror como modelo de regime político, social e econômico, extremamente prejudiciais à sobrevivência da humanidade. Acorda, Brasil!
 
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 26 de fevereiro de 2013

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Inépcia do sistema penal


O ex-seminarista que praticou, em 2004, duplo homicídio qualificado do pai e da madrasta foi condenado a 33 anos e nove meses de prisão. Em que pesem a gravidade dos crimes e a penalidade aplicada, o réu se afastou do Fórum Criminal, em São Paulo, livre, leve e solto e, pasmem, com direito a recorrer em liberdade, em virtude de ter sido beneficiado com recurso em tramitação no Supremo Tribunal Federal. Por ser réu primário, ele aguardava o julgamento em liberdade. O promotor do Ministério Público, responsável pela acusação contra o réu, aponta aberração jurídica envolvendo o caso, ao assinalar que o condenado a mais de 33 anos de reclusão somente foi preso por pouco mais de dois anos e ainda tem o injustificado privilégio de recorrer da sentença em liberdade. Para o jurista, vale a pena praticar crimes neste país, ao se verificar que, após nove anos para o julgamento, chega-se à conclusão de que alguém mata o pai e a madrasta, mas fica preso somente dois anos e meio, demonstrando a precariedade do atual estágio da Justiça Criminal brasileira. Esse episódio tipifica a calamitosa situação do sistema penal, que permite que condenado por duplo homicídio saia livre do Tribunal do Júri como se nada tivesse acontecido de violento à dignidade do ser humano. O que se pode esperar de procedimento dessa natureza é mais criminalidade, porque a decisão, adotada após tanto tempo do acontecimento trágico, ao invés de penalizar exemplarmente o infrator, tem o condão de estimular a impunidade e mais violência, haja vista a indecência com que resultou o exaustivo julgamento de cinco longos dias. Além do decepcionante desfecho judicial, se um dia o condenado for para o xadrez, ele terá a certeza de precisar ver o sol quadrado por mais três anos, uma vez que existe o esdrúxulo benefício segundo o qual o condenado só precisa cumprir um sexto da pena e depois fica livre para o resta da vida. Isso porque ele já cumpriu dois anos e seis meses de prisão, que somados aos três equivalem a um sexto de aproximadamente trinta e quatro anos, que é a pena total. Isso é mais do que vergonhoso em se tratando que, em análise, quem é penalizada mesmo é a sociedade, que fica cada vez refém da criminalidade, diante da insegurança que atormenta a tranquilidade das pessoas de bem e da falta de investimento no policiamento e na segurança pública, permitindo que a bandidagem tome conta das cidades, com o poderio que destrói vidas e causa danos a patrimônios particulares. De certo modo, a barbárie que consiste na impunidade de criminosos violentos tem o beneplácito da sociedade, que se acomoda sem exigir das autoridades públicas a aprovação de legislação penal digna para punir, mediante procedimento imediato ao crime e pena que tenha a equivalência da gravidade do delito, sob pena de se tornar ridículo julgamento semelhante ao referido nesta análise, em que, depois de nove anos da ocorrência dos crimes violentíssimos, o culpado é bisonhamente condenado com pena ridícula, não é preso e vai conviver com a pureza da sociedade. Diante dessa gritante aberração jurídica, que é agravada por ter o respaldo do ineficiente Código Penal, compete à sociedade, moto próprio, criar conselhos, compostos por notáveis do saber jurídico e de reconhecida experiência nas áreas penal e carcerária, tendo por exclusiva finalidade a institucionalização de normas adequadas e eficientes, com vistas ao enquadramento dos crimes nas penas duras e compatíveis às maldades  praticadas pelos delinquentes e à extinção dessa pouca-vergonha de redução, remissão de penas e outros benefícios absolutamente imerecidos e injustificáveis. Há de se notar que o sistema penal é tremendamente irreal e injusto, por facultar a concessão de benefícios a criminosos, quando estes jamais concedem clemência às suas vítimas. Basta de tantas branduras e condescendências indevidas à criminalidade que afronta a sociedade, que está sendo punida com os castigos da intranquilidade e da insegurança, enquanto o delinquente tem o amparo da lei para se beneficiar e ainda sair livremente dos tribunais, depois de condenado. Urge que a sociedade se mobilize visando à moralização do sistema penal brasileiro, mediante a aprovação de medidas realistas, eficientes, duras e capazes de punir exemplarmente os atos delituosos. Acorda, Brasil!
 
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
 
Brasília, em 25 de fevereiro de 2013

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Intolerância e truculência

O povo brasileiro foi imerecidamente presenteado com um festival de péssimo exemplo, com as reiteradas manifestações de apoio ao regime ditatorial cubano, interrompendo, de propósito, as entrevistas concedidas pela blogueira dissidente, como no último caso, quando ela concedia entrevista na Livraria Cultura, capital de São Paulo, mas foi obrigada a ser retirada do local, em virtude da fúria dos trogloditas de partidos comunistas. Por mais uma vez e também por falta de condições, em virtude da injustificável violência, o evento foi melancólica e prematuramente encerrado, com a expulsão do local das pessoas ordeiras, vencidas pela agressividade de pessoas imbecis, que vociferavam aos gritos em defesa da ditadura caribenha. Na ocasião, a cubana, que se tornou notoriedade mundial, por fazer críticas ao retrógrado regime comunista do seu país, rechaçou, de forma elegante, os incontroláveis provocantes, declarando que os gritos dos arruaceiros evidenciavam que eles não tinham argumentos. O presidente da União da Juventude Socialista e um dos organizadores do protesto disse que "Ninguém inviabilizou nada aqui" e "Eles terminaram o evento porque quiseram. Nós mandamos perguntas e queríamos nos manifestar.". Um dos manifestantes, mesmo garantindo que nunca foi à ilha castrista, afirmou que "Cuba é um país em que todos têm acesso aos bens essenciais". Além de insolentes, os esquerdistas de plantão mostraram comportamento de autênticos covardes, ao provocarem a desordem pública e ainda alegarem que não tinham inviabilizado coisa alguma, quando a sua atitude evidenciou cristalina inobservância aos princípios democráticos, nos quais as pessoas têm o sublime direito de se expressar livremente, sobre qualquer pensamento e opinião, algo precioso que é negado na fechadura do regime mais do que antiquado de Cuba, que tem sido exatamente o motivo pelo qual a cubana vem se empenhando, com bastante bravura, no sentido de reverter o quadro de penúria quanto à falta de respeito aos direitos humanos no seu país. A atuação dos provocadores socialistas, além de ferir os salutares princípios da democracia, demonstra nítida contradição, por haver, aqui no Brasil, muitos e justificáveis motivos para serem protestados, notadamente quanto à falta de ética e moralidade do governo, a exemplo dos recentes apoios aos presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, que, embora envolvidos em casos de corrupção com recursos públicos, foram não só vitoriosos como aplaudidos; da situação de calamidade da gestão da administração pública, diante da precariedade da saúde pública, da educação, da segurança pública, dos transportes; e de tantos outros programas ineficientemente executados, que estão levando o país ao atraso econômico e social, com implicação na falta de competitividade do parque industrial e no desempenho sofrível do PIB. Com certeza, os gritos dos arruaceiros poderiam servir para despertar o governo de sua eterna letargia de gerenciamento do país, que poderia fazê-lo despertar e trabalhar em benefício da sociedade e do país. É bastante vergonhoso e até incompreensível que ainda tenham pessoas, no país tupiniquim, que desrespeitam os princípios democráticos e não permitem que outrem possa se expressar livremente. Isso demonstra baixíssimo nível cultura, desumanidade e insensibilidade política. Causa espécie ainda perceber que pessoas que não vivem em Cuba, não conhecem as agruras da repressão e a rigorosa vigilância do regime comunista, considerem a ditadura cubana modelo de modernidade, civilidade e dignidade salutares para o ser humano, quando as informações vindas da ilha dão conta não só da falta de respeito aos direitos humanos, mas, em especial, da escravidão e do isolamento do seu povo aos avanços da humanidade, fatos estes que são ignorados pelos idiotas primitivos de plantão. Urge que a sociedade se conscientize sobre os malefícios e prejuízos que os regimes socialistas totalitários são capazes de causar aos direitos humanos e à liberdade de pensamento e de expressão. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 24 de fevereiro de 2013

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Pela dignificação do ser humano

Encontra-se em tramitação na Câmara dos Deputados projeto de lei tendo por finalidade regulamentar, pasmem, as atividades de prostituição, como forma de transformá-las em “profissão” como os demais trabalhos já regulamentados, estabelecendo direitos e obrigações como qualquer profissão. Com o máximo de tolerância, pode-se até compreender - mais pela demonstração de ausência de criatividade para apresentar proposta digna - a infeliz iniciativa do autor do projeto, levando-se em conta o princípio humanista que envolve a matéria, tão somente sob a pretensão de assegurar ao ser humano, por questão de respeito ao princípio constitucional da isonomia, justa igualdade de tratamento quanto aos direitos e às obrigações para os brasileiros, sem distinção de raça, religião, etnia, cultura etc. Ocorre que, etimologicamente falando, “prostituição” significa ato ou efeito de prostituir (se); comércio sexual profissional; devassidão; corrupção; libertinagem. Já “prostituir” quer dizer tornar devasso, corromper; perverter; desonrar, aviltar; vender-se ou oferecer-se como prostituta; dar uso indevido. A casa da prostituta chama-se “prostíbulo”, que é o local de prostituição em que as mulheres se expõem para atrair fregueses. Esses termos são definições extraídas de dicionário para expressar atividade que, em síntese, representa promiscuidade, no sentido de relaxamento moral e aviltante do ser humano, que deve ter optado pela dedicação à atividade indigna talvez por falta de oportunidade de estudo, profissionalização etc. Mesmo com a maior da extrema boa vontade, não se pode vislumbrar plausibilidade no sentido de que uma mera medida legislativa possa transformar atividade tão degradante da humanidade em profissão digna de honra, respeito, reconhecimento da sociedade e amparo legal. Como o ser humano merece ser tratado com respeito e dignidade, à toda evidência, a tentativa de regulamentação das atividades de prostituição é forma lamentável de disciplinar, por baixo, a desonra do ser humano e estimular a podridão e a imundície sociais. Iniciativa desse jaez tem o condão de justificar a falta projeto político capaz de dignificar o ser humano, à custa do sacrifício inglório da aprovação de medida visando à regulamentação de atividades antiéticas e degradantes, sob o ponto de vista de produtividade dignificante, contrariando os princípios de moralidade e valorização do seu semelhante. A tentativa abjeta de regulamentar as atividades de prostituição, além de significar forma explícita de hipocrisia política, como mero artifício para justificar atividade política ou algo que o valha, a par de ter por destinação uma classe sensível e carente de sustentação moral, mostra cristalina ausência de criatividade quanto aos fins pretendidos, quando o seu propósito poderia ter por meta unicamente a dignificação, honradez e valorização das virtudes do ser humano, com a instituição de medidas nobilitantes visando, entre outras, à qualificação profissional, como forma de estimular e incentivar as pessoas envolvidas na prostituição à busca do resgate da sua cidadania decente, identidade moral e inserção na profissão de verdade, em igualdade de condições com as pessoas que se sentem honradas, respeitadas e prestigiadas, por exercerem profissões saudáveis, úteis à sociedade e legitimamente regulamentáveis, nos termos da Carta Magna. Em princípio, a proposta em tela não parece justificável, sob os aspectos da razoabilidade jurídica e da sustentação ética e moral, ante a clara reversão dos princípios da dignidade e da legitimidade da finalidade intrínseca das leis, que não podem servir senão como instrumento de valorização do ser humano e de prestigiar os objetivos sociais. Longe de se insinuar que o projeto em discussão tenha por escopo interesse político, porém, por ser matéria com viés polêmico, em virtude de ter sido apresentada de forma politicamente incorreta, por se tratar de regulamentação de atividades desqualificáveis, nos termos socialmente da matéria tratada, quando seria inteiramente justificável se o seu escopo tivesse sido a criação de condições dignas de trabalho para uma classe notadamente menosprezada pela sociedade, apesar de existir desde o surgimento dos mundos. A proposta em comento tem o condão de chamar a atenção das autoridades públicas para um grave problema social, representado por atividade de extrema decadência moral da humanidade, que nunca vai ser revertido, mas nem por isso os governantes poderiam deixar de priorizar políticas públicas destinadas à sua solução ou ao seu devido cuidado, porque se trata de questão que exige tratamento especial, com vistas ao cuidado dos aspectos causadores e reveladores dessa chaga social, que não pode continuar sendo desprezada. Urge que os homens públicos tenham maturidade política e sensibilidade humanitária no sentido de aprovar medidas verdadeiramente plausíveis, quanto à legitimidade e execução do seu conteúdo, e que elas tenham o cunho de dignificar e valorizar os interesses da sociedade, evitando propostas meramente oportunistas e destituídas de objetividade social. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 23 de fevereiro de 2013

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Pura emoção

Na linha do planejamento traçado para destacar, nas capas dos meus livros que já estão sendo publicados, os locais que marcaram, de forma indelével, a minha vida, elegi o majestoso e sempre lembrado hangar da Base Aérea de Brasília para figurar com destaque no meu segundo livro. Diante da circunstância que me levou a prestar justa e merecida homenagem ao local que serviu de minha primeira hospedagem, com muito aconchego, quando do meu ingresso na Força Aérea Brasileira, retornei ao aludido hangar, depois de bastante tempo, com o coração e a mente atribulados de incontidas emoções, como se fosse o primeiro dia da minha apresentação para a brilhante trajetória pela Aeronáutica, onde tive a honra e o privilégio de servir por mais de inesquecíveis 13 anos. Quando entrei no serviço militar, exatamente no dia 1º de julho de 1966, só existiam dois prédios na Base Aérea de Brasília. Um edifício onde funcionavam o comando da unidade, os apartamentos dos oficiais e sargentos, a sala de serviço médico e o serviço de apoio mais importante do quartel, qual seja, o rancho. O outro prédio era o grandioso hangar, um dos mais formosos do seu gênero, onde estavam concentradas as atividades militares propriamente ditas, os poucos serviços de apoio militar, e ainda o alojamento dos cabos e soldados, as salas de aulas e de diversão, em especial a televisão em preto e branco, que, mesmo assim, fazia o maior sucesso com os bons programas da época. O treinamento militar era feito no interior do hangar ou na sua aproximação. Daí a sua importância no início da minha formação militar e principalmente da formulação dos meus objetivos de vida, porquanto tudo começou ali, cujos sonhos ganharam asas no embalo das pretensões de fazer carreira na Aeronáutica, que, por força das circunstâncias evolutivas inerentes às ansiedades do servidor público, não ultrapassou da graduação de 3º Sargento. Não obstante, jamais posso esquecer magistral lição do sempre querido por seus contemporâneos e celebrado Tenente Brigadeiro Délio Jardim de Mattos, então ministro da Aeronáutica, por ter ressaltado, no meu caso, que eu continuaria sendo servidor público, apenas passaria a desempenhar atividades civis. Foi graças a esse grande homem e ao generoso Major Brigadeiro Othon Chouin Monteiro que venci a batalha do meu licenciamento da Aeronáutica, em 1979, antes do término de cinco anos da formação de sargento. Não há dúvida de que ninguém consegue alcançar o sucesso se não tiver uma base sólida e se não se conscientizar de que o atingimento do final do árduo caminho somente será possível se houver extremo empenho e dedicação. No meu caso, posso assegurar que esses predicados começaram a ter sentido para valer exatamente desde o dia quando fui acolhido na primeira moradia na Aeronáutica, ali no meu amado e inesquecível hangar, que agora faz parte mais uma vez e em definitivo da minha vida, ao figurar na capa de um dos meus livros, que, nos idos de nosso contato, jamais imaginaria que isso pudesse se tornar realidade. Hei de ser sempre agradecido ao bondoso Deus, por ter me conduzido para local maravilhoso no início de minha vida profissional, onde começaram as boas coisas que aconteceram e continuam acontecendo comigo, como os estudos, as amizades, os melhores conhecimentos e as condições para o crescimento na vida, inclusive a fantástica e estimulante oportunidade de agora ter me tornado escritor, com a publicação do segundo livro, que estampa o decantado Hangar da Base Aérea de Brasília, local abençoado, a partir do qual, começaram a ser plasmadas as maravilhosas conquistas e realizações da minha vida.  
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 22 de fevereiro de 2013

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A "transparência" socialista


Segundo informações vindas da Venezuela, o seu presidente continua padecendo dos graves problemas respiratórios, surgidos após a última cirurgia contra o câncer. Trata-se do primeiro comunicado oficial desde que ele regressou ao país, para continuar seu tratamento. O comunicado do governo diz que "A insuficiência respiratória que surgiu no pós-operatório persiste, e sua tendência não tem sido favorável, por isso ele continua sendo tratado.”. Também foi dito que o tratamento contra a doença diagnosticada há um ano e meio continua sem apresentar "efeitos adversos". As informações governamentais são recheadas de inconsistências e imprecisões, transmitidas apenas com a obrigação de acobertar a verdade do que realmente está acontecendo. Veja-se que, na semana passada, foram divulgadas fotografias do presidente, para justificar que ele vive, ante as especulações desde a sua internação em Cuba, há mais de dois meses, tendo sido informado que ele respirava com o auxílio de uma cânula traqueal que o impedia de falar com normalidade, embora a sua foto não mostre qualquer sinal do uso desse aparelho. De repente, de surpresa e à calada da noite, o homem volta a Caracas e estaria internado no Hospital Militar, mas ninguém o viu ainda, apesar de o governo garantir que ele mantém contato com seus familiares e os integrantes do seu gabinete, estando em sintonia com Jesus Cristo e com muita vontade de viver, conforme revela a sua extrema disciplina no tratamento da doença. Não há a menor dúvida de que as notícias sobre a doença do presidente venezuelano evidenciam com clareza a confirmação da verdadeira “transparência”, ou a falta dela, do propalado regime socialista, ou, como queiram os fanáticos, da Revolução Bolivariana, em que a praxe é divulgar fatos inverossímeis e omitir a verdade sobre o que pode prejudicar a imagem do governo ou do que for do seu interesse, a exemplo das circunstâncias e consequências da grave doença acometida ao ditador-mor venezuelano, o que permite que as opiniões da mídia, menos a da venezuelana, que já foi conscientizada sobre a aceitação das mentiras oficiais, sejam consolidadas com a eterna dúvida sobre a possível existência do presidente no plano terrestre ou se ele já se encontra há bastante tempo noutra dimensão do universo, pagando seu rosário de crimes perpetrados contra a humanidade. Alguém que omite a verdade pode, no dizer do célebre Abraham Lincoln, enganar poucos por muito tempo, muitos por pouco tempo, mas não todos por todo o tempo. Um dia, a mentira e omissão serão desmascaradas e a verdade prevalecerá. Agora, não deixa de ser lamentável que esses regimes totalitários consigam enganar justamente as pessoas honestas e de boa vontade, que, infelizmente, são mais facilmente manipuláveis com falsidades e mentiras. Conviria que a sociedade se conscientizasse sobre os malefícios que o socialismo pode resultar para a humanidade, a exemplo do que ocorre com o governo venezuelano, por ter como princípio a concentração de poder estatal e consequentemente a redução das liberdades política, social e econômica, mediante o controle oficial sobre os indivíduos, por meio de mecanismos de coerção e compulsão organizadas, inclusive e principalmente sobre os meios de comunicação, que têm seu processo de transparência adaptado à vontade e aos interesses governamentais. Acorda, Brasil!

 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

 
Brasília, em 22 de fevereiro de 2013

Incongruência e desumanidade

Na concepção da blogueira cubana, que se encontra em visita ao Brasil, “falta dureza para o tema dos direitos humanos” por parte do governo tupiniquim, apesar do estreitamento das relações com a ditadura castrista, notadamente a partir do governo petista. Segundo ela, “No caso do Brasil, tem existido muito silêncio. Recomendaria um posicionamento mais enérgico, pois o povo não esquece”. Quanto aos protestos que vem enfrentando pelos simpatizantes do regime cubano, ela afirmou que já sabia que isso poderia acontecer e que estava preparada para enfrentá-los, porquanto já tinha conhecimento sobre ameaças postadas em blogs e até em portais oficiais. No seu modo de entender, qualquer pessoa tem o direito de manifestar e expor sua opinião, “mas quando se passa do limite do protesto não é democracia, é fanatismo.”. Não há a menor dúvida de que a crítica da cubana é bastante pertinente e absolutamente incompreensível que os políticos petistas que outrora se insurgiram contra a ditadura de direita, ocasião em que reclamavam, segundo alegam, acerca da perda dos direitos humanos impingida pelos militares brasileiros, que teriam sido perseguidores implacáveis daqueles que buscavam a liberdade de expressão e de pensamento, jamais poderiam demonstrar explícita complacência com o repugnante e cruel regime totalitário dos irmãos castristas, que, há mais de cinco séculos, impõem à sociedade a obrigação de rezar na cartilha da mais dura repressão aos direitos humanos, que têm sido tratados com a maior severidade com relação aos dissidentes cubanos, com encarceramentos nas masmorras, onde são obrigados ao cumprimento de penas pesadas, sendo que muitos preferem o suicídio à prisão e aos maus tratos; transformação de detentos em força de trabalho escravo e, quando não era possível “convencê-los” pela humilhação nem persuadi-los que eles estavam errados, eram-nos aplicados métodos infalíveis e peculiares do fuzilamento e da morte pelo sadismo da fome; a perda da vida de mais de 12 mil pessoas quando tentavam escapar, pelo mar, do regime ditatorial; e exílio de aproximadamente 2 milhões de cubanos, representando 20% dos habitantes da ilha. Não deixa de ser paradoxal e até incompreensível que pessoas de sã consciência e na sua perfeita faculdade mental tenham a indignidade de simpatizar, de forma fanática, governo de experiência comunista com ideias desagregadoras e de atrocidades, que vem, desde o início da revolução cubana, em 1959, protagonizando desumanidades, com a colocação de mais de cem mil pessoas em campos, prisões ou frentes abertas de trabalhos forçados; o fuzilamento entre 15.000 e 17.000 pessoas, sendo contabilizadas entre 7 e 10 mil mortes somente no anos 60, além da detenção de 30 mil políticos, nesse período. Não obstante, o governo brasileiro, além de simpatizar a ferrenha e sanguinária ditadura cubana, tem sido magnânimo quanto à ajuda financeira àquele país, com a doação de milhões de reais aos amigos caribenhos, enquanto os irmãos nordestinos continuam à míngua, pedindo socorro contra as agruras da seca inclemente, sem serem ouvidos nem atendidos. Com certeza, enquanto o PT permanecer no poder, conquista dos direitos humanos para o sofrido povo de Cuba não passa de sonho longínquo, ante a extremada simpatia que os "cumpanheiros" nutrem pelos velhos ídolos comunistas, que, apesar de massacrar a dignidade dos ilhéus, ainda são venerados, independentes das suas atrocidades. A sociedade não pode calar diante dos regimes totalitários que ignoram os direitos e as liberdades sociais, em grave violação aos princípios democráticos e humanitários. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 21 de fevereiro de 2013

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Fatos reveladores

Ao ensejo da celebração dos 10 anos do partido no comando do governo federal, o PT copia, na cartilha divulgada durante o evento, o famoso estilo do realismo socialista, estampada na estética artística oficial adotada pela União Soviética da ditadura stalinista. Na capa da cartilha, também foi gravada a frase “do povo, pelo povo, para o povo”, fazendo alusão ao célebre Discurso de Gettysburg, feito em 1863, por Abraham Lincoln, no final da Guerra da Secessão, que é considerada uma das concisas definições da democracia moderna e se resume em “A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo”. A capa do panfleto é composta por desenho com os rostos do ex-presidente e da presidenta da República, fundidos como se fossem somente um. Com a bandeira do Brasil ao fundo, ladeada por um conjunto de casas populares e uma grande cidade. Logo abaixo, figura uma família pobre, militantes do PT, com camisas e bandeiras vermelhas e um trabalhador de uniforme e capacete. Não houve falta dos requisitos estéticos do realismo socialista, segundo definições acadêmicas, tendo sido indicadas as imagens idealizadas como heróis nacionais, laureados e coroados pela bandeira brasileira. Os demais componentes são representações idealizadas por pessoas sorridentes e vigorosas, com força e saúde. A família significa o programa Bolsa Família e as casas o programa Minha Casa Minha Vida. Adotado na década de 1930, para fazer propaganda do governo, o realismo socialista surgiu como padrão estético para artes visuais, teatro e literatura, tendo sido extinto no meado da década de 1960. Não deixa de ser mais uma demonstração de incompetência do PT, em copiar o desenho socialista e a frase do maior democrata de todos os tempos, atitudes reveladoras, como vem mostrando no governo, da plena falta de capacidade para inovar e criar algo diferente. Não poderia ser diferente, em se tratando do PT, que até agora não apresentou ao país nenhum programa revolucionário, porquanto, em aproveitamento da lei do menor esforço, apenas deu continuidade aos projetos do governo anterior que vinham dando resultados satisfatórios. Não obstante, esse episódio deixa clara a limitação de gerenciamento com eficiência de grandioso país tão carente de administradores públicos à altura da sua importância no contexto de mundo. A cartilha não poderia ter sido copiada de época mais contemporânea à mentalidade retrograda compatível com as politicagens praticadas pelos comunistas da década de trinta, com clara reverência a alguém que foi um dos ditadores mais poderosos e assassinos da história da humanidade, que governou a União Soviética por vinte e cinco anos sob regime de intenso terror, tendo causado a morte e o sofrimento de dezenas de milhões de pessoas, durante o Grande Terror da década de 1930, quando foram eliminados do seu partido os "inimigos do povo", com a execução e o exílio para o sistema gulag de campos de trabalho escravo. O PT, enfim, sai do armário literalmente e assume às claras a sua forma disfarçada de ser, que sempre fugiu de se declarar simpatizante do comunismo, embora suas práticas não deixem dúvidas sobre isso, à vista dos seus métodos de cooptação dos partidos para se alinharem ao seu projeto de perpetuação no poder, com a utilização de mecanismo bastante convincente do reprovável fisiologismo, mediante o loteamento de órgãos públicos e empresas estatais entre os partidos da coalizão, como forma de consolidação da base de sustentação do governo. Além do expugnável uso costumeiro dos métodos corruptíveis, a exemplo do mensalão, caminho inteligente dos comunistas para conquistar a simpatia e o apoio às políticas rasteiras. O comunismo moderno age com bastante inteligência, sendo capaz de utilizar instrumentos para se apoderar do poder com artifícios compatíveis aos seus interesses e contrários às causas da nacionalidade, para beneficiar-se e partilhar o poder com seus asseclas, independentemente da observância aos princípios da ética, legalidade, honestidade, probidade e muito menos aos preceitos salutares da democracia, por serem contrários à cartilha comunista. Convém que a sociedade se conscientize sobre a gravidade do poder de convencimento manipulado por políticos maquiavélicos, que procuram transmitir para o povão ideias próprias dos regimes socialista e comunista como se fossem singelas mensagens comemorativas do partido. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 20 de fevereiro de 2013

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Dez anos de atrasos

O Partido dos Trabalhadores comemora, hoje, 10 anos no comando da nação, em grandioso evento com a participação da cúpula petista, reunida em São Paulo, tendo a presença do ex-presidente e da presidente da República. Nas dependências da Câmara dos Deputados, em Brasília, foi montada uma exposição de fotografias para celebrar o aniversário da sua fundação, que se transformou em ato de indignação por parte de parlamentares oposicionistas, que não gostaram do destaque dado às fotografias de estrelas do partido, entre elas figuram o ex-ministro da Casa Civil da PR e o ex-presidente do PT, ambos condenados pelo Supremo Tribunal Federal, por envolvimento no esquema do mensalão. Alguns líderes de partidos de oposição criticaram que os dois petistas foram condenados em ação penal pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha, não sendo razoável que eles sejam homenageados em espaço nobre da Casa Legislativa, ou seja, no túnel que liga o salão verde da Câmara aos plenários das comissões. Para alguns parlamentares, o destaque aos citados petistas evidencia “acinte” e “agressão” à consciência cívica da sociedade. Não há a menor dúvida de que, apesar de se tratar de espaço público, tem que haver bom sendo no sentido de que as pessoas públicas, punidas com penas por crimes graves contra a administração pública, não têm o direito de ser exaltadas e homenageadas nos espaços especiais da Casa do povo, por haver nisso clara demonstração da banalização da indignidade moral e do desrespeito aos parlamentares e à sociedade. O fato é que, além de se homenagear corruptos reconhecidos pela Justiça, a exposição tem o respaldo dos bestas do povo brasileiro, que é obrigado a custear os gastos com ela, mediante o abastecimento do fundo partidário, de onde são tirados os recursos para o pagamento das despesas do evento. Não deixa de ser contraditório que o PT tenha sido criado com a retórica da moralidade e agora festeje seu aniversário com a exposição de ilustres petistas condenados justamente por corrupção com recursos públicos, mas, mesmo assim, defendendo que eles fazem parte da sua história de muita sujeira, o que não deixa de ser verdade. Um parlamentar petista disse que “O PT não quer renegar sua história nem o seu legado.”. Essa exposição mostra muito bem a petulância de quem afronta a dignidade do povo brasileiro, com a incompetência retratada nas contratações superfaturadas das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da transposição do Rio São Francisco; na ingerência na gestão de estatais importantes, fragilizando a sua administração, como a Petrobras e a Eletrobrás; no gerenciamento de omissão e deficiência na educação, na segurança pública, na saúde, nos transportes, na infraestrutura, no saneamento básico; e, enfim, na falta de reformas estruturais, que contribuíram para o subdesenvolvimento do país, notadamente pelo reflexo na produtividade, ante a perda da competitividade com os produtos importados, cada vez mais prejudiciais ao parque produtivo do país, que foi estrangulado pelo custo Brasil, evidenciado pelas pesadas cargas tributária e previdenciária e por outros tantos componentes que poderiam ter sido modernizados e aperfeiçoados, com o objetivo de compatibilizar os preços da produção interna com a concorrência internacional. Comemora-se dez anos de poder, com o país progredindo ao inverso, com a perda de competitividade da indústria nacional, com a incompetência gerencial, desde o inchaço da máquina pública, sem saber o que fazer em termos de prioridade para a nação; o loteamento dos órgãos públicos e empresas estatais entre os partidos da coalizão para manutenção do poder; os conchavos e politicagem políticos, para a consolidação da base parlamentar; os atos ignóbeis de corrupção; entre outras deficiências éticas e morais, fazendo com que sejam festejados, nesta data, os monumentos da ineficiência do serviço público, do descalabro da incompetência, da desfaçatez dos bons costumes, ao deboche da dignidade, da falta de pudor da coisa pública e de tudo que a probidade deixou de fazer parte da organização do Estado. Tudo isso permitiu que, no governo petista, o Brasil perdesse a credibilidade também no cenário internacional. Urge que a sociedade desperte da letargia cívica e perceba que o país ainda pode recuperar o precioso tempo perdido, desde que a nação seja governada com competência e respeito aos princípios constitucionais da administração pública, entre os quais a ética, moralidade, legalidade, economicidade e transparência. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 20 de fevereiro de 2013

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Respeitem os direitos humanos

A mais famosa blogueira cubana, autora do site "Generación Y", enfim, desembarcou no Brasil, tendo sido recebida com aplausos e protestos, dando início ao seu giro internacional de 80 dias. Sem conseguir disfarçar a felicidade por estar num país democrático, ela não ficou desapontada pela manifestação de apoio ao regime ditatorial castrista, ao afirmar: "Ao chegar, muitos amigos me deram boas vindas, e outras pessoas me insultaram, gritando. Quem dera em Cuba se pudesse fazer o mesmo. Viva a liberdade!". A blogueira reside em Havana e foi contemplada com a antipatia do governo comunista de Cuba em virtude das suas frequentes críticas postadas no blog "Generación Y” e por meio do Twitter (@yoanisanchez. Seu trabalho conquistou a simpatia de dezenas de milhares de seguidores no exterior, porém são poucos os que a acompanham em Cuba, devido ao rigoroso controle da internet pelo governo. Os manifestantes favoráveis ao regime comunista cubano fez uso de cartazes acusando-a de ser influência pelos EUA para denunciar o governo cubano. Um integrante da União da Juventude Socialista disse que "Yoani Sánchez não é uma cidadã que livremente expressa sua opinião com relação ao seu governo. Ela é uma pessoa financiada por um país estrangeiro para falar, e inclusive para falar mentiras e inverdades sobre Cuba". Outros manifestantes apresentavam cartazes exaltando as qualidades do governo da ilha, afirmando que muitas crianças morrem de fome, segundo a UNICEF, menos em Cuba, que a educação, a saúde e os serviços públicos são de primeira qualidade. Fatos que a blogueira não revelam para o mundo. Os comezinhos erros de português expostos nos cartazes e a incompreensível agressividade são reveladores do nível dos simpatizantes dos sanguinários ditadores cubanos. Estranha-se que os manifestantes abdiquem de se transferir para a Cuba maravilhosa, onde os direitos humanos são “privilegiados”, preferindo viver no país tupiniquim, onde a saúde pública é bastante deficiente, segundo o noticiário da mídia, onde os hospitais estão abarrotados de doentes sem atendimento adequado; a educação padece de sintomas da baixa qualidade, por falta de investimentos suficientes; a segurança pública já ultrapassou os limites da tolerância, ante às crescentes incidências de violência e criminalidade, incrementada com a disseminação das drogas, que entram de forma descontrolada pelas fronteiras do país, ante a incompetência governamental para combater os narcotraficantes; entre tantas mazelas que infernizam a vida dos brasileiros menos aquinhoados, em contraste com as benesses palacianas, onde as mordomias impedem que os governantes sejam conscientizados sobre as questões que martirizam a sociedade. Os poucos defensores da revolução cubana culpam os embargos econômicos, as chamadas sabotagens ao regime, pelos fracassos do governo da ilha, que são responsáveis pela dureza impingida às pessoas, bastantes prejudicadas com a implantação do ultrapassado comunismo. Na verdade, não se pode atribuir aos boicotes econômicos a Cuba a derrocada da sua revolução, mas sim ao regime e à incompetência dos governantes, que aplicam a mão de ferro aos ilhéus, menosprezando os direitos humanos, a liberdade de expressão e de pensamento, propiciando que seu povo deixe de saborear os avanços da modernidade científico e tecnológico vivenciados no resto do mundo. É inconcebível que haja admirador de governo que ainda administra seu povo com métodos antiquados, retrógrados, com a visão assentada num passado longínquo, distanciado anos-luz das conquistas sociais e da evolução da humanidade. O trabalho da blogueira precisa ser louvado e reconhecido, porque tem por escopo a conquista de um dos bens mais preciosos deste mundo, qual seja, a plena liberdade de expressão e de respeito à dignidade humana. Não parece que ela seja uma pessoa que mente, porque seus gritos contra a repressão são reflexos da realidade cruel, que muitos insistem em não admitir o sofrimento imposto à sociedade cubana, evidentemente porque, de forma incompreensível, não se dignam a morar na “bela” ilha. Urge que o governo cubano se conscientize de que o respeito aos direitos humanos, a liberdade econômica, de expressão e de pensamento são antídotos ao subdesenvolvimento socioeconômico, tecnológico e científico. 
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 18 de fevereiro de 2013

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O show da insensibilidade

Como prova inconteste do questionável gerenciamento dos recursos públicos, o governador do Ceará decidiu incrementar a inauguração do Hospital Regional Norte, em Sobral, cidade do seu berço político, com um show comandado pela mais famosa cantora baiana, pelo “módico” valor de R$ 650 mil, sem dispensa de licitação, por se tratar de artista singular. O altíssimo preço do espetáculo, com duração de apenas duas horas, até poderia ser considerado uma pechincha não fossem as condições de excepcionalidade pelas quais o povo do estado do Ceará convive no dia a dia, em pleno seca, com escassez de água e falta de alimentos, ou seja, diante do visível estado de carência e penúria reinante naquele Estado, essa importância, que se destinaria à saúde, com inserção no Sistema Único de Saúde, certamente faria diferença para amenizar as mazelas que infernizam as comunidades que não têm as mordomias dos palácios, onde também não se faz a menor ideia do que é clamar por assistência, que jamais aparece. Questionado sobre a absurda contratação, o governador declarou que não houve irregularidade no caso e continuaria a promover eventos análogos, "doa a quem doer", porque o "povo precisa de diversão". Essa afirmação mostra muito bem o tamanho da mentalidade insensata e irresponsável da maior autoridade pública do Ceará, ao defender uma gritante aberração, consistente no desvio de dinheiro carimbado com o sinete da saúde pública para finalidade diversa, cujo procedimento caracteriza grave irregularidade, por contrariar, de forma cristalina, os princípios da administração pública, com a implicação de responsabilização de quem tenha dado causa ao ato irregular. Noutro momento, o governador justificou o show sob o argumento de que a inauguração deveria ter repercussão nacional, servindo como "instrumento de ampla divulgação do Hospital Regional Norte e de todos os serviços públicos". Trata-se de alegação vazia e destituída de razoabilidade, a considerar que a saúde teria funcionado, nesse caso, como pretexto para fins políticos e como forma de afagar o ego da incompetência gerencial pública, não sendo admissível que serviços alheios à saúde pública sejam contratados com dinheiro para a sua destinação, por caracterizar claro desvirtuamento de finalidade proibido pela legislação de regência da matéria. Nesses casos de infringência da norma legal, impõe-se que o valor despendido retorne aos cofres públicos, para que a sua finalidade seja efetivamente satisfeita, além disso, o péssimo exemplo do administrador público precisa ser penalizado com rigor, como forma pedagógica, salutar na gestão de recursos públicos. Em última análise, a atitude do governador do Ceará demonstra a falta de prioridade na administração pública e a promiscuidade na aplicação dos recursos públicos, impondo-se que a sociedade e os órgãos de controle e fiscalização coíbam esses absurdos na administração pública. A evolução e modernização da humanidade exigem que o patrimônio da sociedade seja administrado com responsabilidade e probidade, não sendo mais aceitável que a pesada carga dos tributos suporte gastos sem a menor vinculação aos princípios da economicidade e legitimidade. Não há dúvida de que, quando o gestor público paga quantia astronômica para a realização de mero show de poucas horas, para a inauguração de hospital, fica a sensação da grandeza da sua prepotência, incompetência e falta de sensibilidade para as questões prioritárias do sua gestão. Urge que os homens públicos se conscientizem sobre a necessidade de ser respeitada a finalidade dos gastos públicos e as prioridades sociais, evitando que seus caprichos pessoais sobressaiam sobre o interesse público. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 17 de fevereiro de 2013

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Promiscuidade política

Já se tornou regra, no âmbito da política, os candidatos derrotados nas últimas eleições serem prestigiados com honroso convite, pelos seus correligionários, para assumirem cargos na administração pública, como forma “elegante” de levantar o moral político do amigo. Essa atitude é adotada sem qualquer avaliação quanto à necessidade do seu trabalho e, em muitos casos, trata-se de político com evidente decadência na vida pública, sendo derrotado seguidamente nas urnas, mediante ato de chancela adotada pela decisão soberana do eleitorado, que tem a consciência cívica de saber o que é realmente melhor para o interesse público. Em mensagem direta, a sociedade diz com clareza e convicção que a opção ideal para o político em fim de carreira é tomar o caminho de casa e passar a cuidar em definitivo de seus interesses particulares, deixando o espaço livre para o ingresso de novos políticos na vida pública. Noutras situações, o convite para a assunção de cargo público tem relação com o dever compensatório, em mera repetição de gesto praticado no passado por colega de partido, que agora demonstra gratidão com o oferecimento de emprego em ministério, secretaria de estado ou empresa pública, que funciona como vergonhoso cabide de empregos, custeado com dinheiro dos bestas dos contribuintes. Essa indecente forma de solidariedade serve como alternativa para que o cidadão, que já se consolidou como profissional da política, tenha chance de continuar em evidência na cena política, mesmo após de ter sido reprovado nas urnas como homem público. Já está mais do que comprovado que a politica brasileira é verdadeiro maná para quem nela ingressa, haja vista que, depois disso, ninguém mais sai da vida pública e a tradição se consolida, com a vocação sendo transmitida de pai para filho. Com certeza, a história seria contada de forma bem diferente caso o político tivesse a obrigação de exercer seu mandato eletivo exclusivamente em função do interesse público; trabalhar em benefício da sociedade; comparecer ao trabalho 40 horas semanais, que é a carga obrigatória para o servidor público; observar os princípios da administração pública, em especial a ética, moralidade e legalidade; repudiar o fisiologismo; respeitar o ideário programático do seu partido; receber somente a remuneração pertinente ao cargo; jamais receber ajudas, auxílios, verbas de representação e demais vantagens e mordomias indevidas e injustificáveis; não corromper-se no cargo; e, enfim, honrar o cargo pela importância que ele realmente representa diante do que a sociedade espera dele, apenas respeito aos preceitos do decoro e probidade administrativa. Como nada disso é observado pelo político, não há fato relevante capaz de suscitar o seu afastamento voluntário da vida pública ou até mesmo motivar a sua aposentaria, como fazem normalmente os servidores públicos. Não há dúvida de que, no contexto atual, diante do quadro bastante favorável aos seus interesses, o político não tem a dignidade de sair da vida pública senão pela impossibilidade de exercer cargo público, contra a sua vontade. O eleitor já percebe que o afastamento voluntário dos políticos da vida pública pode ser benéfico para o país, diante da possiblidade do surgimento de novas lideranças, e da esperança de que haja mudança de mentalidade e modificação do atual quadro de promiscuidade reinante na política. A sociedade anseia por que os homens públicos se conscientizem sobre a necessidade de ser valorizada a política como instrumento de legitimidade e de responsabilidade, tendo como foco direcional a consecução de objetivos de interesse público, como forma de contribuir para a construção do desenvolvimento do país, em consonância com os princípios democráticos da honestidade, ética e moralidade. Acorda, Brasil!  
 
 ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 16 de fevereiro de 2013

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Novo partido, para quê?

Neste sábado, Brasília vai ser sede do lançamento de mais um partido, que terá a liderança da última candidata à presidência da República pelo Partido Verde. O novo partido traz como inovação o estabelecimento do limite das doações partidárias feitas por pessoas físicas e jurídicas. Não deixa de ser preocupante o processo de criação de partidos, quando já existem dezenas de agremiações que estão na política apenas por interesses pessoais dos seus integrantes, alimentados pelo fisiologismo, oportunismo e acima de tudo pela entrega da sua dignidade em troca de agrados ou de cargos públicos. O ideal seria, por prudência política, antes da criação do partido, ser avaliada a real necessidade de mais um, quando os já existentes não foram capazes de satisfazer os interesses sociais. A proliferação de partidos pode revelar a precariedade e promiscuidade do sistema político-eleitoral, que tem funcionado com a exclusiva finalidade de resolver questões particulares de políticos insatisfeitos nas suas agremiações anteriores. Com isso, novos acordos interesseiros e ilegítimos são fechados e os contribuintes são chamados para pagar a fatura, mediante a transferência de recursos públicos para o Fundo Partidário. No Estado Democrático de Direito, não tem como se evitar que os partidos se multipliquem de forma descontrolada e sem qualquer avaliação quanto à sua real necessidade, a despeito da enormidade de partidos de aluguel e de pouco representatividade, que não conseguem cumprir o mínimo do seu ideário de criação, mas seria de bom alvitre que as novas agremiações políticas fizessem constar na sua certidão de nascimento tão somente a obrigatoriedade de o partido ser fiel ao seu ideário programático e seus filiados, em especial os eleitos para cargos públicos, serem honestos, responsáveis, compromissados somente com as causas públicas, incorruptíveis e cumpridores dos princípios da administração pública, principalmente no que diz respeito à ética, ao decoro e à moralidade, sob pena de o partido ser extinto se houver ferimento desses preceitos. Conviria que o novo partido não viesse com pegadinhas daquelas instituídas pelo PT, quando, na sua criação, entre outras falsas promessas, foi garantido combate às costumeiras sem-vergonhices políticas, mas, logo depois de assumir o poder, ele escorregou na vala-comum da falta de ética e entrou na real, principalmente com o surgimento do vexaminoso e contestável fisiologismo, por envolver o aviltante “toma lá dá cá”. A nova agremiação poderá conquistar a simpatia de parcela significativa da sociedade se realmente rechaçar os conchavos políticos, porque ninguém aguenta mais tanta falta de caráter dos políticos. Não adianta criar novo partido, se ele contiver as mesmas práticas políticas, mantendo as mesmas personalidades interessadas apenas em permanecer em evidência midiática e alimentar seu egoísmo na vida púbica, sem compromisso com as causas da sociedade. O novo partido deveria repudiar o fisiologismo desmoralizante que é praticado na atualidade, às claras e à custa do dinheiro dos bestas dos contribuintes, que são obrigados, de forma compulsória, a chancelar as incompetências do governo, no seu esforço político para manter sob controle o maior partido do país, com o apoio à base da sua sustentação, mediante espúria entrega de cargos públicos, que ainda tem o respaldo do indecente loteamento dos ministérios e das empresas públicas entre os aliados, tudo com o objetivo de possibilitar a tranquila perpetuação no poder. A sociedade anseia por que os políticos tenham a sensibilidade de entender que a multiplicação de partidos somente seria benéfica se tivesse por propósito os objetivos contrários aos que são praticados pelas atuais agremiações, como forma de moralizar a administração pública e o sistema político-eleitoral. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 16 de fevereiro de 2013

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Credibilidade arruinada

Depois de transcorridos alguns anos das primeiras campanhas petistas à presidência da República, agora circula na internet um vídeo em que o então candidato presidencial do PDT e fundador dessa agremiação teve a feliz clarividência de, por ocasião de debate entre presidenciáveis na televisão, vaticinar sobre o futuro do ex-presidente petista, ao afirmar, in verbis: “Toda essa crítica que ele faz à memória de Getúlio Vargas me distancia léguas desse cidadão e me faz desconfiar muito dele e do PT como partido de natureza social, um movimento de natureza social. Eu acho o PT mais uma frente, onde uma das partes integrantes da frente é maior do que a própria frente. Eu não o levei a sério, mas agora o vou levar a sério daqui por diante. Você é uma diferença ideológica entre nós. O senhor Sávio, que era o vice do senhor Caiado, na presidência do Banco do Brasil, dando empréstimo para o vice de Lula! O PT está contra a parede. Ou ele substitui esse candidato, hoje ou amanhã, ou ele vai perder a credibilidade nacional.”. A própria história política se encarregou de contar a trajetória de quem se apresentava à nação com montanhas de ideias moralizadoras, no embalo das suas jactâncias e arrojadas pretensões políticas, ao prometer, entre outras metas, varrer da vida pública os maus políticos, aqueles que ele considerava “ladrões”, “bandidos”, “picaretas”, por motivos óbvios, porque, à época, nem precisava possuir visão realista para enxergar que eles realmente constituíam uma classe política malévola e extremamente prejudicial aos interesses nacionais, por fazerem da política instrumento de realização dos objetivos pessoais, sem nenhuma intimidade com as causas sociais. Não obstante, as promessas de campanha não resistiram por muito tempo, elas ruíram rapidinho diante do deslumbramento e fascínio do poder, fazendo com que fossem esquecidos seus escopos de pudor e de decência. A partir de então, a história política do PT tomou rumos diferentes, enveredando por caminhos tortuosos, em virtude da premência das alianças e coligações com o objetivo de garantir a base de sustentação do governo no Congresso Nacional, em troca de concessões espúrias, indecorosas e aviltantes, em termos políticos, por envolver, entre outros absurdos, o uso de cargos públicos, como moeda de troca. O governo cuidou de lotear os Ministérios entre os partidos políticos, como forma de acomodar seus apaniguados à custa de recursos públicos. As inescrupulosas coalizões partidárias permitiram atrair para a proximidade do governo petista os maus políticos de outrora, que agora continuam praticando as mesmas políticas nefastas ao país, mas são considerados fiéis aliados, podendo, entre outras coisas, ocupar normalmente cargos relevantes na administração pública, a exemplo das presidências do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, que tiveram o irrestrito apoio do Planalto, apesar de não terem conseguido justificar as acusações de seus envolvimentos em atos de corrupção com recursos públicos. Não à toa, o sempre festejado ex-presidente americano Abraham Lincoln sentenciou que "... alguém pode enganar poucos por muito tempo, muitos por pouco tempo, mas não todos por todo o tempo...", frase que parece se enquadrar ao momento político do ex-presidente petista, atualmente envolvido em denúncias de participação em casos escabrosos, como o mensalão e a Operação Porto Seguro, além de ser o autor intelectual das coligações indignas com o que ele denominava bandidagem política. Caso as denúncias sejam confirmadas, por certo, o legado político do ex-presidente petista não merece credibilidade, como já profetizava o respeitado caudilho gaúcho, fundador do PDT. Urge que a sociedade se conscientize sobre a necessidade de realmente banir da vida pública os estelionatários políticos, por terem conseguido enganar significativa parcela dos brasileiros por muito tempo. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 14 de fevereiro de 2013

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Reforço do curral eleitoral

Com a finalidade de beneficiar as pessoas cadastradas no programa Bolsa Família, o governo estuda a possibilidade da doação de conversores digitais para a população de baixa renda, como uma espécie do que já vem sendo denominado de “Bolsa Novela”. O ministro das Comunicações disse que o governo pretende acabar com a era do “bombril” na antena das televisões. Não deixa de ser mais um programa com a finalidade e motivação eleitoreiras, por ter por meta parcela significativa da sociedade que já vem se beneficiando com recursos dos brasileiros, sem necessidade de nada fazer, nem mesmo da obrigatoriedade da realização de cursos de profissionalização, que teria por finalidade a capacitação dos pais de família ao trabalho e à dignificação do ser humano. Um pouco de sensibilidade governamental pensaria na implantação de medidas que visassem ao acesso em condições favoráveis aos conversores digitais à população em geral, sem qualquer discriminação social, que funciona apenas como estigma condenável. Não eixa de ser mais uma iniciativa estranha, porém ela se compatibiliza com o governo abarrotado e atoalhado de órgãos públicos inoperantes, sem terem realmente com o que se ocupar em busca de benefícios para a sociedade, em todos seus segmentos. Não há desconhecer que existem infinitas matérias carentes de execução, notadamente no pertinente às reclamadas reformas estruturais, como meio para capacitar o país ao crescimento econômico e social, ante ao atual entorpecimento dos sistemas tributário, previdenciário, trabalhista, político-eleitoral, penal, judiciário, administrativo, fiscal etc., que estão entravando o progresso dos mecanismos fomentadores da economia, que se encontra estagnada, sem estímulos à competitividade com os produtos importados. Essa comprovação da falta de criatividade demonstra que o governo não tem prioridades para equacionar as graves questões do país nem interesse em solucioná-las, causando enorme decepção à consciência nacional. Trata-se de mais uma prova da incompetência do governo, que é conivente com o crescimento da violência e da criminalidade, que permite que a população sinta-se desprotegida e alarmada com a insegurança; com a gritante deficiência do sistema de saúde pública, evidenciada pela ineficiência do atendimento aos doentes nos hospitais públicos, que estão carentes de pessoal especializado, instalações e equipamentos apropriados; com a falta de investimentos no saneamento básico e na infraestrutura, contribuindo para o subdesenvolvimento e a piora das condições de vida da população; e com tantas outras deficiências gerenciais, causadas justamente pela falta de governo e de prioridade, em termos de programas destinados à solução dos problemas nacionais, em face da sua exclusiva preocupação com o fortalecimento da sua base de sustentação política, visando à perpetuação no poder, mediante apoios e coligações espúrios com fins meramente fisiológicos, como moeda de troca, com o indecente envolvimento de cargos públicos nesses conchavos, que são custeados com recursos públicos, mas deveriam se destinar à consecução de programas em benefício socioeconômico. Na atualidade, não há mais margem para incompetência gerencial nem iniciativas que não sirvam efetivamente para tornar a administração pública eficiente e capaz de solucionar as questões sociais e econômicas. A sociedade tem o dever cívico de exigir que os valores dos tributos sejam empregados com razoabilidade e eficiência, visando à satisfação das necessidades do povo brasileiro, de maneira uniforme e sem distinção de segmentos sociais, tendo em conta o bom e regular emprego que deve ser dado aos recursos públicos. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 13 de fevereiro de 2013