terça-feira, 30 de novembro de 2021

Carnaval versus coronavírus

 

Em vídeo que circula nas redes sociais, o ministro das Comunicações se manifestou acerca da realização do Carnaval, alimentando a troca de críticas e ataques entre integrantes do primeiro escalão do governo federal e governadores, tendo como cerne o possível recrudescimento do contágio do coronavírus, fato este que se aconselha o adiamento dessa festa popular, conforme a defesa dos principais assessores do governo.

O ministro esclarece que os blocos carnavalescos de São Paulo estimam a reunião de cerca de 18 milhões de pessoas nas ruas, no período de folia, tendo concluído que “Depois, não venham  acusar o presidente!”.

O ministro disse que “Palhaçada é isso. Deixam as crianças sem aulas, as pessoas sem emprego e agora querem liberar o Carnaval no Brasil? Mesmo depois da cepa sul-africana”.

A verdade é que o Carnaval não é só alegria, porque há embutido nele importante fator econômico, que tem a força poderosa de jogar para o alto qualquer argumento sobre a importância da vida.

Tanto isso é verdade, que os organizadores do Carnaval, juntamente com as empresas de turismo e o setor hoteleiro, estão se mobilizando para a realização da festa popular, sem qualquer restrição, inclusive já tendo campanha publicitária, na internet, com o slogan “Carnaval sim”.

Por enquanto, a realização do Carnaval em São Paulo e Rio de Janeiro está liberado.

Sob o prisma da sensibilidade humanista, que normalmente visa ao bem da população, na qualidade da preservação da vida, não haveria necessidade nenhuma de ministros e assessores ficarem criticando coisa nenhuma nem mandando recados para todos os lados, inclusive fazendo ameaças às mais estapafúrdias possíveis.

O presidente do país, com o mínimo de sensibilidade humanitária e competência administrativa, tem o dever constitucional de compreender a gravidade da questão referente à realização do Carnaval, para o fim de se buscar o denominar comum, no sentido de se reunir as autoridades públicas, em nível nacional, com a liderança e a coordenação do Ministério da Saúde, juntamente com a sociedade civil diretamente interessada com a realização da festa carnavalesca, exatamente para se discuti-la e examiná-la em profundidade.

Essa medida tem por finalidade se chegar ao padrão de comportamento que possa sinalizar para o real quadro da saúde pública, com as implicações da pandemia do coronavírus, evidentemente tendo como epicentro as consequências sobre as aglomerações naturais dos festejos momescos.

Ou seja, para quem tem um pouco de massa cinzenta no cérebro, o que precisa mesmo é bom senso, raciocínio, competência e eficiência administrativas, para se antecipar aos fatos e decidir em harmonia com o interesse público.

É preciso apenas que haja autoridade para ter a iniciativa para liderar as importantes questões nacionais e procurar, ao seu tempo, adotar as medidas apropriadas, como fazem os governos evoluídos e de vanguarda.

Como isso é absolutamente impossível no país tupiniquim, ministros e assessores governamentais ficam se manifestando, sem base em nada de concreto, porque eles apenas falam sobre conjecturas, na perspectiva de que o presidente do país não pode ser responsabilizado pelas consequências desastrosas do Carnaval.

Se essas mesmas autoridades tivessem o mínimo de experiência administrativa, iam perceber claramente que o único responsável nessa questão do Carnaval é o mandatário do país, que se omite, de forma cristalina, sobre a imperiosa necessidade de discutir, com todos os detalhes, a conveniência de ter ou não Carnaval com segurança e, conforme as conclusões dos estudos, se posicionar com a autoridade de governo competente e responsável.

É profundamente lamentável que as pessoas fiquem aplaudindo autoridades que se atrevem a opinar e até  ameaçar, evidentemente em nome do governo, quando elas deveriam ter a sensibilidade para chamar a causa para si, ou seja, para o governo, a fim de decidir exatamente no estrito dever da sua incumbência constitucional de cuidar e zelar, de forma efetiva, da vida dos brasileiros.

Quando há falência de iniciativa do governo, as consequências terríveis são inevitáveis, a exemplo da insensibilidade governamental ocorrida no combate à crise da pandemia do coronavírus, que foi visivelmente soberba a falta de liderança e coordenação por parte governo federal, que tem a incumbência constitucional de cuidar da saúde dos brasileiros.

No caso do combate à pandemia do coronavírus, o que o mundo viu prevalecer mesmo foi o negativismo sobre o mal do século, cujas consequências foram desastrosas, à vista da contabilização de mais de 600 mil mortes, verdadeira calamidade humanitária, que certamente poderia ter sido minimizada, ao menos, caso o governo federal tivesse tido interesse em liderar e coordenar medidas agressivas e de impacto, de âmbito nacional, contra a Covid-19, quando, na verdade, a sua incumbência se limitou às medidas necessárias, que foram insuficientes, diante da brutal desproporcionalidade impingida pelo coronavírus, que até contou com o inegável negativismo acerca da doença.

O Carnaval se oferece como grã oportunidade para que o governo possa agir o mais rapidamente possível e mostre a sua verdadeira capacidade de liderança, em harmonia com a sua incumbência constitucional de preservação da vida dos brasileiros, no sentido de adotar as medidas necessárias, na busca da adequada solução para esse imbróglio do Carnaval, de modo que, desta feita, a sua imperdoável omissão não venha acompanhada com as ridículas desculpas posteriores de não aceitação de culpa pela desgraça da saúde pública, a exemplo do que ocorreu com o combate à pandemia do coronavírus, onde a sua inação, diante de tão grave crise, pode sim ter contribuído para a potencialização da tragédia.   

Não se pode culpar  ninguém senão o próprio povo por essa situação de calamidade por que passa o país, porque ele se conforma com casos nefastos e de precariedades gerenciais e ainda se digna a aplaudir o governo, dando seu apoio, em convalidação aos atos visivelmente inaceitáveis, por envolver a vida dos brasileiros, quando se esperava exatamente o contrário, ou seja, que houvesse exigência dos brasileiros para que o governo procedesse sempre em harmonia com os princípios da competência e da satisfatoriedade do interesse público.

Em se tratando do envolvimento de saúde dos brasileiros, a Constituição diz, ex-vi do disposto no art. 196, que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços à sua promoção, proteção e recuperação.”.

Quando a Lei Maior do país diz que “é dever do Estado”, compete ao presidente do país a incumbência, quer queira ou não, de garantir os meios necessários à consecução da falada redução de risco, ou seja, ele tem a obrigação de fazer tudo para a preservação da vida dos brasileiros, com a adoção de políticas necessárias à minimização das crises na saúde pública e o caso do Carnaval tem tudo a ver com essa situação, diante do risco sobre a incidência de contágio do coronavírus com as aglomerações de pessoas, que são inevitáveis nas festas carnavalescas.

          Trata-se de medida impositiva ao Estado, que o presidente do país precisa entender como sendo do seu dever, cuja incumbência deve ser vista com a maior seriedade possível, sem as corriqueiras brincadeiras irresponsáveis de que tudo é culpa do mandatário, porque os casos elencados na Carta Magna, envolvendo a saúde e a vida dos brasileiros, exigem o maior respeito, a exemplo do combate à pandemia do coronavírus e, agora, essa difícil questão do Carnaval, que são sim da competência do Estado, cabendo ao governo agir de maneira diligente e responsável.

          A verdade é que o governo vem tratando os assuntos da sua incumbência constitucional, como nesse caso do Carnaval, sem a menor preocupação inerente ao seu precípuo dever de agir, possivelmente em razão de ainda não ter sido responsabilizado judicialmente sobre as suas omissões, porque se, caso a caso, houvesse penalização por omissão e desídia, certamente que seriam redobrados os cuidados quanto ao seu dever de agir, em especial no que diz respeito à preservação da vida das pessoas.     

Convém que o governo federal compreenda a sua verdadeira incumbência constitucional de presidir o Brasil, tendo conhecimento da exata dimensão de que já passou do tempo para se conscientizar de que esse jogo de empurra instituído para não se realizar o que precisa, tendo como sustentação acusações e críticas, muitas das quais somente para alimentar deprimentes polêmicas e futricas, que não levam absolutamente a lugar algum, conforme mostram os fatos do dia a dia, e ainda tem o condão de contribuir para o agravamento dos casos que tais, a exemplo desse assunto relacionado com o Carnaval, que precisa ser resolvido com muita urgência, porque envolve a segurança da vida de brasileiros.

Urge que o governo se conscientize no sentido de entender que as causas nacionais da competência constitucional do Estado, como nesse caso da realização do Carnaval, porque elas dizem respeito diretamente ao interesse público, à vista do envolvimento da saúde e da vida de brasileiros, precisam ser examinadas com a maior seriedade possível, de modo que os estudos a serem promovidos nas esferas competentes sirvam de orientação segura sobre o pensamento e a orientação do governo, com embargo, em definitivo, das opiniões e das críticas que somente contribuem para tumultuar ainda mais e gerar crises que somente promovem discordâncias e distanciamento das questões que precisam de solução, com base no gerenciamento competente e eficiente.

Brasília, em 30 de novembro de 2021

A confissão do padre?

 

O padre que foi afastado das funções de reitor do Santuário Basílica de Trindade (GO), por suspeita de malversação de dinheiro proveniente de doações de fiéis, confessou em áudio que integrava um esquema para burlar contratos e sabia do risco de ser preso pela polícia.

A gravação, constante de vídeo, foi feita pelo próprio padre, a qual foi divulgada pelo Jornal da Record.

O aludido arquivo foi apreendido pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) e devidamente periciado com autorização da Justiça.

Já há pedido de prisão preventiva por corrupção ativa contra o religioso e outras quatro pessoas, feita pela Polícia Federal ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Consta da reunião gravada, que o padre e a equipe jurídica buscavam formas de tentar mascarar a ilegalidade em contratos de compras realizadas em nome de terceiros pela Associação Filhos do Pai Eterno, presidida pelo religioso, ainda antes de ele ter sido afastado da instituição.

As investigações sobre o envolvimento do padre nas suspeitas de irregularidades foram feitas pelo MPGO, na Operação Vendilhões, em agosto de 2020.

O religioso e a sua equipe reconhecem, durante a reunião, que os contratos poderiam ser objeto de investigação pelas autoridades competentes, à vista das dificuldades para se explicar a relação direta da associação com negócios e investimentos imobiliários.

Entendimento nesse sentido foi feito pelo próprio padre, que teria dito, in verbis: “(…) Eu estou dando legitimidade para uma coisa ilegítima, porque eu considero que foi estelionato aquilo lá. Os caras lá já falavam: olha, você vai passar, por fora, para mim, tanto. Eu, de bobão… complicado isso aqui. Não está bom, não. Isso aqui é a mesma coisa de estar assinando um mandado de prisão. Ô, gente. O meu medo nessas coisas aí chama-se… apuração dos fatos. Quando for apurar fatos, olhando nossa contabilidade, olhando nossa contabilidade do Júnior, do Gleison, vão ver que eles deram outra destinação aos valores, que não bate com datas e nem com nenhum tipo de… não tem jeito, gente”.

Na época da gravação, o religioso já vinha sendo investigado por suposto desvio de valores provenientes de doações de fiéis à Afipe, que tem como destinação a construção do novo Santuário Basílica de Trindade, cujo montante, contabilizado e administrado sob a forma fundo, já atingia o valor de R$ 2 bilhões para essa finalidade.

Ao invés de o dinheiro ir para o templo, foi desviado para aplicações financeiras e compras de fazendas e imóveis de luxo, inclusive na praia, o que bem demonstra a farra com o dinheiro que se processava sob a batuta do padre, em desvirtuamento da destinação originária dele.

Nesse caso, em que o padre se empenhava para juntar dinheiro a “rodo”, fica a certeza de que as doações não foram aplicadas imediatamente no projeto da catedral.

          As declarações do padre são incisivas e contundentes, ao confirmarem a materialidade das irregularidades levantadas nas investigações, quando ele afirma que “Isso aqui é a mesma coisa de estar assinando um mandado de prisão. (...) “olhando nossa contabilidade do Júnior, do Gleison, vão ver que eles deram outra destinação aos valores, que não bate com datas e nem com nenhum tipo de… não tem jeito, gente.”.

No jargão policial, pode se dizer que o religioso entregou a “rapadura”, ao confessar a existência de falcatruas com a movimentação do dinheiro doado por fiéis.

É lamentável que o padre, com formidável carisma religioso, a ponto de arrecadar tanto dinheiro, muito além das necessidades do santuário, para mais de R$ 2 bilhões, que até ficaram ociosos, sem destinação adequada, tenha tido a fraqueza moral de permitir que as doações feitas de bom coração pelos religiosos tenham sido desviadas do seu caminho normal e que aproveitadores se beneficiassem indevidamente delas, conforme mostram os fatos investigados pela polícia.

Na verdade, o pecado do famoso vigário é da ordem tão expressiva que a única forma de o expiar é a reclusão à penitenciária, onde ele terá bastante tempo para se arrepender e pagar com merecido castigo.

O padre, que já foi  instrumento de perdoador de pecados dos fiéis, agora não pode perdoar, em nome de Deus, os seus pecados, que foram confessados em vídeo por ele, porque eles são de demissão monstruosa, a ponto de ser extravasada toda capacidade humana de enganar e trair a boa vontade de milhões de religiosos, que fizeram doações pensando se tratar da mais pura boa vontade, por causa verdadeiramente de cunho cristão, mas o religioso cuidou de dar descaminho do dinheiro que deveria atender propósito que deveria ser sagrado, com destinação lícita.

Agora que o principal implicado com o escândalo do Santuário de Trindade confessou que realmente houve malversação do dinheiro doado por fiéis tão piedosos, a Justiça precisa concluir o julgamento o mais rapidamente possível, para que os culpados por esse nefasto episódio sejam obrigados a promover o ressarcimento dos valores referentes aos danos causados à igreja.

Convém que, além da determinação dos envolvidos para o cumprimento das pertinentes penas de prisão, as demais medidas adotadas, nas áreas penal, disciplinar e reparadora, possam servir para que a fortuna arrecadada de boa-fé seja preservada e administrada em absolutos controle, segurança e eficiência nas aplicações e nos investimentos legalmente previstos, evidentemente na esperança de que casos horrorosos como esse sejam definitivamente evitados, por se tratar do envolvimento da Igreja Católica, instituição secular da maior respeitabilidade.    

Brasília, em 30 de novembro de 2021

O destaque da Time?

 

Um vídeo que circula nas redes sociais ressalta que a revista Time, norte-americana, vem realizando pesquisa, no mundo, para escolher o líder ou o personagem para figurar na capa dela, na próxima edição, cuja expectativa é enorme, diante da sua importância, em termos de notícia e reportagens com destaque mundial.

Diante disso, um internauta chama a atenção para o fato de que os avaliadores mundiais estão colocando o presidente brasileiro no topo da pesquisa, com 79% de aprovação, enquanto importantes personagens estão tendo fraco desempenho, a exemplo do presidente norte-americano, que figura na lista com apenas 9% da preferência das pessoas.

O referido internauta, quase que em êxtase, ressalta que consta da lista somente a nata das celebridades mundiais e o mandatário tupiniquim é a excelência entre todas, por liderar a preferência dos avaliadores mundiais, tendo grande possibilidade de se tornar capa daquela revista, que levaria à loucura os fanáticos defensores dele.  

 Provavelmente, não sou eu que digo, mas deve haver algo muito errado nessa história, pelo fato, conforme a narrativa constante do vídeo, dando a entender que o presidente brasileiro é disparadamente reconhecido no exterior e estranhamente desvalorizado no Brasil, à vista da brutal queda de popularidade dele, conforme mostram as fajutas pesquisas de opinião pública em relação à avaliação dele, quanto ao desempenho do seu governo.

Na minha opinião, seria bem melhor que a mesma avaliação tivesse resultado inverso, ou seja, que a avaliação dele no Brasil fosse mais acentuada, porque ele tem mais valor sendo mais bem admirado e avaliado pelos brasileiros, porque isso faz verdadeiro sentido, levando-se em conta que ele é o presidente dos brasileiros.

Imagina-se que os demais concorrentes sejam bem menos qualificados ou que os avaliadores tenham pouco conhecimento sobre o real desempenho do governo dele, que precisa de muito esforço para o atingimento do nível ao menos razoável, em termos de avanço das políticas públicas, em que pouquíssimas reformas foram operadas, notadamente no que diz à paquidérmica estrutura da máquina pública, ultrapassada, inchada, ineficiente, gastadora e corrupta, à vista da participação do famigerado Centrão no governo dele, em se tratando de grupo político símbolo do autêntico fisiologismo, que vem influenciando na gestão dos recursos públicos, conforme a existência, em especial, do deplorável "orçamento secreto".

A aludida peça orçamentária vem servindo como instrumento para a compra de votos, igualmente de maneira sigilosa, quando somente neste governo passou a existir essa asquerosa e recriminável forma de gastos secretos, completamente ao arrepio das normas orçamentárias, ante a obrigação constitucional da prestação de contas sobre a boa e regular aplicação dos recursos pertinentes, fato este que torna irregular o repasse de recursos sob sigilo, porque isso configura, indiscutivelmente enorme possibilidade para a prática de irregularidades, como o desvio da finalidade do atendimento do interesse público.

Por outro lado, os avaliadores universais demonstram ignorância no sentido de que o presidente brasileiro precisa justificar as denúncias feitas pela CPI da Covid, realizada no Senado Federal, referentes ao possível negligenciamento do governo no combate à pandemia do coronavírus, onde ele se houve muito mais como negativista contra à terrível doença do século, do que ferrenho opositor a essa desgraça que infernizou a vida dos brasileiros, matando mais de 600 mil, conforme mostram os fatos horrorosos.

Espera-se que a revista Time tenha outros importantes parâmetros para a avaliação do personagem a ser colocado na sua capa, a exemplo do sentimento que diz com a sensibilidade humana e outros que realmente justifiquem o merecimento do destaque mundial, que tem sido a finalidade a ser atingida com a postagem dela como algo que seja realmente notável e adequadamente digno da honraria mundial.

Isto não significa que o presidente brasileiro não tenha muitos méritos, porque isso não é verdade, mas convém que o personagem da capa da Time seja avaliado com base no conjunto da sua obra, conquanto seja mais do que notório que o desempenho dele perante a Covid-19 foi verdadeiro desastre, notadamente no que diz com o atraso na aquisição do imunizante e a sua exposição em defesa explícita do negativismo sobre a doença, que são fatos indiscutíveis.

Seria realmente muito bom que o presidente brasileiro galgasse o cenário mundial da fama, mas tendo por base algo efetivamente palpável é notório, como forma autêntica de realmente justificar o reconhecimento de seus méritos pelo planeta e não somente pelo Brasil.

Aqui no Brasil ainda falta muitíssimo para ele sequer atingir o nível razoável e pretendido de estadista com a preferência da população em geral e cônscia dos sentimentos humanitários, entre outros, por exemplo de competência, eficiência e efetividade dos gastos públicos, a exemplo do alto índice de desemprego e dos notórios casos de fome pelo país afora.

Infelizmente, essa ainda é a realidade nua e crua, à vista dos fatos, enxergados sob a ótica do não fanatismo ideológico, que, infelizmente, já ultrapassou o nível do bom senso e da razoabilidade.

Espera-se que o personagem escolhido para a capa da revista Time seja aquele que realmente represente a dignidade da sua indiscutível grandeza, de modo a justificar a honraria do prêmio de reconhecimento mundial, mas tão somente pelos reais méritos do homenageado.

Brasília, em 30 de novembro de 2021

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

O bom mensageiro

 

Diante da minha manifestação em regozijo às homenagens prestadas ao saudoso Bonifácio Fernandes, pelo Colégio Santa Terezinha, de Uiraúna, Paraíba, seu filho Joaquim Moreira houve por bem agradecê-la, tendo pronunciado o texto a seguir.

Suas palavras nos conforta na imensa saudades que sentimos diariamente de nosso amado pai, ele será sempre nosso super herói. Somos grato a Deus por ter nos dado um pai amoroso, presente, amigo e acima de tudo atencioso e caridoso com as pessoas mais necessitadas. A cada dia, em cada mensagens transmitidas por quem o conhecia, sentimos o quanto ele foi importante para nós, e para sociedade sertaneja. Cristão exemplar, por isso, que ele tinha centenas de afilhados.”.

Em resposta, eu disse que a certeza sobre a grandeza de Bonifácio tem pleno respaldo por parte das pessoas que o conheceram, que ainda guardam as melhores lembranças dele e muitas saudades de pessoa alegre, feliz, responsável e de bem com a vida, somente ajudando e cuidado de quem o procurasse.

As maravilhosas obras de caridade e amor realizadas por ele certamente provieram da imaginação de Jesus Cristo, em sintonia com a necessidade do acolhimento, o mais próximo possível, das pessoas que precisassem de socorro para o alívio ou a cura da sua dor, da sua doença ou do seu sofrimento.

À toda evidência, Bonifácio foi privilegiado por ter sido eleito por Jesus Cristo para ser seu fiel mensageiro para a realização de missão dignificante e condizente com os princípios insculpidos no Evangelho instituído pelo Filho de Deus.

Honra-me por demais ter conhecido o grande homem Bonifácio, sem que pessoalmente tivesse precisado dos bondosos préstimos dele, mas os meus queridos país sim, porque estes sempre precisavam do atencioso e sempre eficaz atendimento dele, que era de primeira qualidade, posto que o alívio vinha logo após a visita dele.

Lembro-me de ter ido, por muitas vezes, à procura dele para socorrer, em especial, a amada mamãe Dalila e ele, mais do que prontamente, aparecia em  socorro, com as injeções incrivelmente milagrosas e reparadoras, em forma de coramina, que, como força de expressão, eram aplicadas na veia e acertava o mal também na “veia”, de modo a restabelecer quase que imediatamente à normalidade da saúde.

À época, eu não fazia avaliação quanto à real dimensão do quanto foi extraordinária a obra desse gênio, sob o aspecto humanitário, que, na verdade, nem mesmo ele imaginaria ser verdadeiro "monstro" que realmente foi, no bom sentido do seu excelente trabalho em benefício da humanidade, em especial da comunidade de Uiraúna e localidades circunvizinhas.

Na verdade, a população daquela época somente podia contar, em especial, com os préstimos dele, basicamente, para o tratamento de múltiplas doenças, com o seu notório espírito voluntarioso de ser sempre útil, na prestação dos serviços assistenciais da saúde primária, que era da maior importância para a localidade totalmente desprovida e desamparada de recursos provenientes da saúde pública, tão precária quanto inexistente, naquela época.

É sempre muito bom que o legado do herói Bonifácio Fernandes seja avivado nas memórias dos uiraunenses, diante da felicidade de se aproveitar, no meu caso, o ensejo para se puder dissertar um pouco mais sobre a importância dele para o povo de Uiraúna, que podia contar com o “médico” de família 24 horas, porque ele tratava desde unha encravada, palpitações do coração, dor de dente e das demais enfermidades do corpo e da alma.

Salve o grande Bonifácio Fernandes, que foi, em pessoa, um dos melhores mensageiros enviados por Jesus Cristo, de passagem por Uiraúna, para a realização importantes obrar de caridade e ações beneméritas, em nome de Deus.  

Muito obrigado.

Brasília, em 29 de novembro de 2021

domingo, 28 de novembro de 2021

Parabéns, tia Terezinha!

            Hoje, o dia amanheceu muito festivo e alegre lá para as bandas de Uiraúna, Paraíba, diante da importante da oportunidade de se comemorar os 90 anos de vida da querida tia Terezinha.

Particularmente, posso dizer do meu contentamento, porque ela foi pessoa da minha familiaridade desde o meu nascimento, no casarão do sítio Canadá, onde certamente eu também devo ter tido os paparicos próprios do carinho dela, na qualidade de seu sobrinho-irmão, posto que nasci lá e tivemos convivência por bons tempos, sendo eu criancinha e ela moça, na sua mais linda flor da idade.

Nas minhas lembranças dessa época, guardo boa recordação dela como pessoa muito dedicada à família, à religiosidade, aos estudos, à leitura e ao saber.

Ainda a vejo sempre quietinha no seu canto envolvida com a leitura de livros, possivelmente como preparativo para a sublime missão do magistério, que viria a assumir por toda a sua vida profissional, eis que ela se tornou dedicada professora do querido e sempre festejado Grupo Escolar Jovelina Gomes, onde ajudou a formar grandes personagens uiraunenses.

Importantes qualidades que sempre estiveram presentes na vida da tia Terezinha, como uma das marcas indeléveis herdadas de meus queridos e saudosos avós Juvino e Úrsula, foram a religiosidade, a fé e o amor aos ensinamentos do Evangelho de Jesus Cristo, que acompanham a sua trajetória na caminhada da santidade como pessoa, porque ela sempre demonstrou a pujança do seu amor ao próximo, com peculiar espontaneidade.

Outro grande destaque de tia Terezinha é a sua vocação para amar a família, por ser exemplo vivo e verdadeiro, em excelência, de filha, esposa, mãe, avó, tia, prima e tudo o mais que possa se tornar digna da melhor referência familiar, em todos os sentidos como pessoa dedicada e amiga.

Logo cedo, enviei parabéns para a querida tia Terezinha, com a companhia de lindo vídeo, cujo conteúdo traduz belíssima composição poética produzida pelos mais afinados músicos do planeta: os pássaros, com o desejo de que os noventa anos dela sejam realmente marcados com a mais perfeita alegria dos fantásticos artistas da natureza, que são certamente enviados por Deus, para alegrar os corações das pessoas.

A minha mensagem enviada com o vídeo diz o seguinte: “Bom dia, querida tia Terezinha. Parabéns por seus 90 anos. Como é impossível que eu convoque a banda JMJ para tocar em sua homenagem, nesta tão expressiva data para a senhora e todos nós, eu convoquei algo muito especial, condizente com a estima e o amor que sentimos pela senhora: a orquestra da floresta, composta pelos sábios dos cânticos: os pássaros, que capricharam na execução de linda canção, em sublimes harmonia e sonoridade, para realmente dizer da grande alegria de se comemorar esta data com o sentimento de felicidade que queremos que ele seja impregnado na sua vida, com a beleza que vem dos encantos da natureza. Tenha dia maravilhoso e que ele se prolongue para sempre.”.    

A comemoração dos 90 anos da querida tia Terezinha multiplica a felicidade em nossos corações sobre a certeza da magnanimidade de Deus vivo e verdadeiro, à vista da importância da presença dela entre nós: familiares e amigos.

A tia Terezinha é a prova maior da bondade em pessoa, que tem o carisma natural de contagiar a todos com a sua espontânea delicadeza, em demonstração de perene felicidade, que se evidencia por seu amor às pessoas, em verdadeiro sentimento de singulares alegria e carinho, que a fazem merecedora da admiração de todos.

Agradeço a Deus por ter a agradável oportunidade para dizer à querida tia Terezinha que é maravilhoso parabenizá-la pelo transcurso da dádiva divina dos seus 90 anos de existência, que são concedidos a poucas pessoas, e ainda mais por causa da sua linda e modelar existência, desejando que as graças celestiais continuem como forte marca na sua vida, por muitos e alegres anos, para a satisfação de seus familiares e amigos.

Toda glória a Deus pela existência da querida tia Terezinha e por ter tido a felicidade da convivência com ela, que é pessoa que prima pelo amor ao seu próximo.

Parabéns, querida tia Terezinha!

          Brasília, em 28 de novembro de 2021

sábado, 27 de novembro de 2021

A lembrança de Bonifácio

            O Colégio Santa Terezinha, de Uiraúna/PB, promoveu a Feira do Conhecimento – Memória de um Povo, na qual importantes personagens que se destacaram na cidade, por terem realizado trabalho em benefício da comunidade uiraunense ou apenas servido como exemplo de cidadania construtiva e saudável, foram lembrados e homenageados, com a citação de seu legado, entre os quais figurava o grande humanista Bonifácio Fernandes, de saudosa memória.

É sempre maravilhoso relembrar os feitos dos grandes personagens da nossa história contemporânea, em especial quanto mais se trata desse magnífico e memorável homem público de nome Bonifácio Fernandes, o “doutor” que operava curas e salvava vidas na sua atribulada vida colocada à disposição do povo de Uiraúna.

Bonifácio sempre merece ser homenageado pelo muito que ele fez em benefício do seu próximo e com quem muito mais tempo com ele teve estreita e salutar convivência, em especial na intimidade da dor e da doença das pessoas, que não tinham alternativa senão de pedir socorro a ele quando precisassem, que prontamente eram atendidas, sob os auspícios das generosas graças divinas, por intermédio dele.

Bonifácio tinha o poder de operar verdadeiros milagres, ao fazer curas e salvar vidas por meio das suas mãos abençoadas pelo Mestre Jesus Cristo, sempre com o seu jeitinho carinhoso de atendimento em igualdade de condições aos necessitados.

A obra de Bonifácio precisa estar sempre em perene evidência para o povo de Uiraúna, porque o seu exemplo tem a importância de servir de lição em forma de abnegação, carinho e amor à vida do ser humano, porque ela foi materializada de maneira existencial, caridosa e generalizada como verdadeira prática de serventia à realização do bem maior, em estreita harmonia com os belos ensinamentos disseminados por Jesus Cristo, que teria dito que a dedicação ao próximo, como fazia Bonifácio, é a prova maior de amor a si mesmo.

A prática espontânea e incondicional de cuidar de quem precisava do lenitivo para as suas aflições era a especialidade de Bonifácio, como espécie de dom da vida, que certamente lhe foi entregue pelo deus da medicina curativa, tendo por incumbência a eterna escravidão à serventia da caridade e do amor ao seu semelhante.

É com alegria no coração que parabenizo a feliz iniciativa da homenagem ao herói Bonifácio Fernandes, com extensão aos seus ilustres familiares, por se tratar de ato que contribui para engrandecer ainda mais o mérito da gratidão àqueles que são inesquecíveis por suas magníficas obras de amor ao próximo.

Muito obrigado.

          Brasília, em 27 de novembro de 2021

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Sujeira política?

 

Senadores aliados do presidente da República estão pressionando o Palácio do Planalto por nomeação em cargos e liberação imediata de emendas para a votação da PEC dos Precatórios, que acaba de ser aprovada pela Câmara dos Deputados, que objetiva a criação do Auxílio Brasil, considerado principal programa social do governo.

Em razão das citadas exigências, já houve pedido de vista coletivo da matéria, que obrigou a transferência da votação do parecer do relator, para a próxima semana, tendo por finalidade a criação de mais tempo para que o governo se digne a avalizar os pedidos elencados acima.

Os assessores presidenciais afirmam que os pedidos estão sendo feitos por senadores do MDB, que é o partido que tem a maior bancada no Senado Federal.

Esses assessores ressaltam que é impossível o atendimento dos pedidos em tela, no ritmo pretendido pelos senadores aliados, em especial no que se refere às emendas parlamentares, uma vez que elas precisam ser empenhadas, para posterior repasse dos recursos, diferentemente das exigências senatoriais, que querem a liberação imediata.

Por seu turno, aliados do presidente do país, no Senado, reclamam e com absoluta razão, diante da praxe da vileza, que o governo tem privilegiado os deputados na liberação de verbas do Orçamento, enquanto os senadores não estariam sendo atendidos em seus pedidos, com a mesmas presteza.

A situação chegou a clima de tamanho absurdo que um senador afirmou que “o governo trata de forma diferenciada aliados e, com isso, gerou um clima de insatisfação dentro do Senado.”.

Interlocutores do presidente brasileiro disseram que os aliados estão aproveitando que essa deve ser a votação mais importante do ano para o governo, para tirar “tudo o que desejam”, com o aproveitamento da reta de final de ano do Palácio do Planalto.

A PEC dos Precatórios cuida da viabilização do pagamento do Auxílio Brasil, no valor de R$ 400, que deve ser uma das principais bandeiras de campanha do presidente do país, na disputa da reeleição dele, no próximo ano.

Eis aí muito bem explicadinho o real significado das indecentes compra e ao mesmo tempo venda de votos feitas à luz solar entre parlamentares e o Palácio do Planalto, com a verdadeira cara-de-pau de inescrupulosos e indignos senadores da República, que não têm o menor temor de que o seu excrescente ato possa ser considerado crime de lesa-pátria, por ficar devidamente comprovada a falta de decoro no exercício de cargo público eletivo.

Esse comportamento indigno e imoral já nem mais constrange esses abutres dos orçamentos públicos, que aproveitam a influência do seu poder para impor exigências esdrúxulas como essa de somente aprovarem projetos do governo se houver a aceitação dessa indecorosidade, que deveria ser repudiada e negada, com o acompanhamento dos nomes desses reles senadores, para que a sociedade, os eleitores, fiquem sabendo quem são eleitos para fazerem uso do cargo para exigirem benefícios absurdos como esses, porque o resultado dessa imundície termina sendo verdadeiro ônus para o povo, que tem a obrigação de recolher os tributos.

Os homens públicos brasileiros precisam entender que eles são servidores públicos, na essência, que têm o dever apenas de defender e atender aos interesses da população, já que, para tanto, eles são muito bem remunerados, fazendo jus ainda a injustificáveis prerrogativas que não existem em nenhum outro lugar do mundo.

Não se trata de votar senão projeto que trata de matéria essencialmente de delicado interesse da vida de muitos brasileiros, que precisam desse auxílio, embora a sua criação venha em pacote que o presidente do país pretende, também em harmonia com o jeitinho descarado brasileiro, tirar vantagem, posto que certamente ele vai alegar, na campanha à reeleição, que se esforçou o máximo para que essa ajuda financeira fosse possível e se tornasse realidade. 

O pior de tudo é que essa degeneração moral logo é esquecida pelos brasileiros, que ainda votam nos mesmos indignos e aproveitadores homens públicos, que continuam nos mesmos cargos e protagonizando os mesmos absurdos de indecência, porque isso faz parte da cultura ou da falta da cultura brasileira.

De acordo com o acompanhamento dos fatos, o Poder Legislativo conta na sua composição com a velha política ou a banda podre, que somente se elege, em muitos casos, em processo de pura hereditariedade, para tratar de interesses pessoais, como verdadeiros profissionais da política.

Essa prática de ficar exigindo contraprestação, envolvendo cargos e emendas parlamentares, para possibilitar a votação de matérias de interesse do povo, tendo origem no Poder Executivo, tem toda característica de ato visivelmente criminoso, à vista de se tratar de assunto da competência desse poder, que tem o dever apenas de aprovar ou rejeitar, sem que seja permitida nenhuma exigência adicional, como essa feita por senadores.

Agora, “quem te viu e quem te vê”, porque isso envolve enorme mudança de compreensão sobre o que seja moralidade, porque a maneira atual de se governar o país tem tudo com o mandatário igualmente desprezível e desmoralizado, em aceitar passivamente as exigências imorais e absurdas dos indignos parlamentares, porque todos estão se entendendo harmoniosamente, quanto aos interesses políticos, se lambuzando nas mesmas lamas pútridas da indecência da gestão pública, conforme mostram os fatos, respaldados pelas verbas provenientes do “orçamento secreto”, que é forma excrescente da realização de despesas públicas, feitas pelos próprios congressistas, sem necessidade de prestação de contas sobre os gastos pertinentes.

Quem não se lembra da campanha eleitoral, onde o presidente que hoje aceita exigências infectadas pela carniça da imoralidade dizia, em alto e bom tom, que seu governo era de efetivas mudanças, exatamente no sentido de não se aceitar tamanha esculhambação na gestão dos recursos públicos, como vem sendo praticado à luz do dia, sem o menor constrangimento.

Na campanha eleitoral de 2018, houve sim promessa de se acabar com as negociatas políticas, além dos costumeiros xingamentos e esbravejamentos, aos gritos mesmo contra os integrantes do Centrão, com quem o hoje presidente do país se encontra no mesmo cercado no Palácio do Planalto com eles, participar diretamente das importantes decisões do governo e dos brasileiros, em verdadeiros conluios de negociatas com os principais membros da velha política brasileira.

          Na verdade, em termos de imoralidade, nada se pode estranhar, uma vez que o presidente do país convive no dia a dia com as lideranças políticas que integram o famigerado Centrão, que fazem essas indecentes exigências ao governo, cujo titular deve engrossar as fileiras desse imundo grupo político fisiologista, com a sua filiação ao PL, que é comandado por político considerado verdadeiro sanguessuga do poder e do orçamento público, conforme mostram os fatos.

Esse fato pacifica a gigantesca traição aos seus eleitores honrados e dignos, no que se pode ser considerado um dos maiores calotes eleitorais, quando o então candidato enchia o peito para reverberar cantos e hinos em defesa da potencialidade dos princípios republicanos, mostrando-se ser o verdadeiro paladino da ética e da moralidade, mas agora se confunde bisonhamente entre aqueles que ele xingava e tripudiava em cima dos integrantes da velha política, onde agora ele se encontra completamente atolado com eles no mesmo lamaçal da indignidade política.

Os brasileiros honrados e bem intencionados, conscientes da sua responsabilidade cívica e patriótica, têm o dever moral de repudiar os atos indecentes protagonizados pelos principais políticos brasileiros, representados pelos poderes Executivo e Legislativo, nas pessoas do presidente da República, deputados federais e senadores, que são os lídimos representantes do povo, conquanto se mostram autênticos defensores dos próprios interesses, fazendo uso da influência de seus cargos, em evidente demonstração da prática mais vil no exercício do mandato emanado pelo povo, como evidenciado neste triste e decepcionante episódio.

Brasília, em 26 de novembro de 2021

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Fraude processual?

 

Em mensagem que circula nas redes sociais, consta, em alusão ao então juiz da Operação Lava-Jato, uma vez que a foto dele se encontra ao seu lado, que, ipsis litteris:Esse homem foi responsável pela maior fraude processual da história do Brasil.”.

A assertiva de que o então juiz da Operação Lava-Jato foi certamente responsável pela maior fraude processual da história do Brasil é tão “pura verdade” quanto à confirmação, em três das quatro instâncias do Poder Judiciário brasileiro, de todas as sentenças proferidas por ele, especialmente com relação ao mais importante político brasileiro, tendo por base as provas constantes dos autos, que ninguém foi capaz de contestá-las, em forma de contraprova.

Quanto a ele, todos os seus julgados foram confirmados, evidentemente sem exceção e, pasmem, por unanimidade, na segunda instância, que tem a incumbência revisora dos processos na sua jurisdição, sob a batuta de três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, e na terceira instância, sob o julgamento de cinco ministros do Tribunal Superior de Justiça, também por unanimidade, o que bem demonstra o tamanho da “fraude” encontrada nos processos, onde os veredictos prolatados tiveram por base as robustas provas materiais e a certeza de que o réu não conseguiu provar nada em contrário com relação aos fatos denunciados.

É bem de se dizer que as sentenças judiciais em questão foram anuladas, não por exame sobre o mérito das ações penais, mas sim por exclusiva conveniência de ministros do Supremo Tribunal Federal, que acharam por bem reconhecer a incompetência quanto à jurisdição para julgar os fatos objeto das condenações já em plena execução, os quais permanecem com a sua integralidade, com plena validade para novos julgamentos, agora sob a incumbência da Justiça de Brasília, para onde os processos pertinentes foram enviados.

Ou seja, os fatos irregulares cuja autoria é atribuída a importante político brasileiro permanecem intocáveis, conforme autenticação depois das investigações pertinentes, que têm a importância de corroborarem com o acerto das sentenças proferidas pelo juiz acusado injustamente de praticar fraude processual, certamente por ter mexido com a banda podre do poder brasileiro, algo que nunca, nem antes nem depois dele, alguém se atreveu a fazê-lo, com tantos empenho e determinação, exclusivamente para o bem dos princípios da ética e da moralidade.

No caso em comento, as investigações confirmaram as denúncias feitas à Justiça, por meio de elementos juridicamente válidos, como depoimentos, delações premiadas, notas fiscais, demonstrativos contábeis, e-mails e outros documentos legalmente reconhecidos, que não foram infirmados por parte da defesa, por ter sido completamente incapaz de provar a sua inculpabilidade com relação aos fatos inquinados de irregulares, ensejando as sentenças condenatórias, à vista das robustas provas materializadas nos autos.

Agora, o que se pode atribuir como sendo fraude processual praticada pelo então juiz da Operação Lava-Jato, o fato de ele ter condenado político poderoso, que, em instância nenhuma conseguiu reverter as sentenças, mas apenas as chancelando?

Não se trata aqui de se fazer defesa nem de se acusar ninguém, mas sim de se mostrar a verdade sobre os fatos, de modo que é mais justo somente acusar depois que ficar provado que as pessoas envolvidas na Justiça realmente tenham conseguido provar a sua inocência, porque não tem a menor consistência se condenar o trabalho que foi feito pela Lava-Jato sem que nada existe em contrário quanto aos resultados encontrados pelo competente trabalho de investigação e julgamento realizada pela operação que foi modelo de eficiência e moralização.

A Operação Lava-Jato teve capacidade para desvendar estranhados e intrincados esquemas criminosos que desviavam recursos dos cofres públicos e ainda trancafiar na prisão importantes políticos, empresários, empreiteiros, lobistas e outros relevantes criminosos de colarinho branco.

Ressalte-se que, jamais, em tempo algum, o Poder Judiciário havia colocado no xadrez a nata da bandidagem brasileira, algo que vai ficar indelével na história, porque certamente nunca mais vai surgir outro corajoso, competente e eficiente magistrado com as magníficas qualidades suficientes para praticar as “fraudes processuais” semelhantes às perpetradas pelo então responsável pela saudosa Operação Lava-Jato, onde tudo foi feito com o propósito de moralização do Brasil, que muitos brasileiros desonestos e ingênuos ainda se atrevem em pueril condenação, como nesse estranho caso, que tem o devotado desejo muito mais de pura vingança.

Para que não reste a menor dúvida quanto à verdadeira autoria dos crimes perpetrados contra o patrimônio dos brasileiros, por poderosos políticos, empresários, executivos e outros graúdos criminosos de colarinho branco, o magistrado que julgar ações na Justiça fica passível de punição, inclusive com a perda do cargo, conforme a gravidade da desídia funcional, no caso de sentença que não tenha por base as devidas provas materiais nos autos.

Essa forma de fraude processual teria sido  imediatamente acusada pelas defesas de todos os criminosos condenados e prejudicados por sentenças injustas e indevidas, por falta de provas nos autos, que seriam facilmente identificadas pelos órgãos revisor e de instância superior, não permitindo o prosseguimento dos feitos.

É evidente que, como forma passível de aplicação das penas legais cabíveis ao então juiz da Lava-Jato, as defesas teriam o principal elemento para acusá-lo, que teria sido a falta de prova nos autos e isso, por óbvio, nunca aconteceu, senão em forma de mera suposição construída por fanáticos, quando o que se tem conhecimento mesmo é a justeza dos veredictos, que permitiram que todos os atos do magistrado da Lava-Jato fossem placitados pelas instâncias superiores.

Ademais, resta apenas o justíssimo esperneio de quem não se conforma com a justeza e a adequabilidade das penas aplicadas aos bandidos aproveitadores do dinheiro dos brasileiros, à vista dos fatos constantes dos autos, que permanecem intocáveis, assim como a audácia dos aproveitadores, que insistem com a prática de atividades políticas, mesmo sem possuírem a mínima condução moral, conforme mostram os fatos.   

Na verdade, no sentir das pessoas honradas e dignas a grande fraude praticada pelo então juiz dessa importante operação foi ter condenado, com base na lei, um bando de criminosos de alta periculosidade e posteriormente o sistema errático brasileiro ter permitido que todos fiquem livres e impunes, como a se dizer que o crime compensa nas hostes deste país onde grassa a banalização da impunidade.

Esses mesmos criminosos podem, inclusive, voltar às costumeiras práticas de irregularidade com o envolvimento de dinheiro dos bestas dos contribuintes, para o gáudio dos ingênuos brasileiros que preferem, inexplicavelmente, defender a bandidagem de colarinho branco e condenar quem agiu e dedicou esforços e determinação em defesa do Brasil e dos princípios da ética e da moralidade, desvendando fortes e intrincados esquemas perpetrados por organizações criminosas, com o seu manejo por especialistas em desvio de recursos públicos, à vista das competentes investigações realizadas.

Urge que os brasileiros honrados e dignos não somente repudiem todos os atos contrários aos princípios da ética e da moralidade como reivindiquem a instituição de unidade de investigação e julgamento, nos moldes e com as estruturas da competente Operação Lava-Jato, que poderia ter o nome de Operação Lava-Sujeira, tendo por finalidade combater, com efetividade, a criminalidade enraizada na administração brasileira.

Brasília, em 25 de novembro de 2021

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Repúdio ao indecoro

 

Uma senadora, que é mãe do ministro-chefe da Casa Civil e suplente dele, gastou, pasmem, o valor de R$ 46.989,07, por conta da cota parlamentar referente a combustível para avião, de acordo com dados do Portal da Transparência do Senado Federal.

A perplexidade fica por conta de o fato de que a parlamentar não possuir aeronave em seu nome, segundo informações constantes do Tribunal Superior Eleitoral, prestadas por ela, na eleição de 2018, na qualidade de suplente de seu filho.

Acontece que o filho dela possui um jatinho, mas ele se encontra licenciado do Senado, por ocupar cargo de ministro no governo e a mãe está no lugar dele, por decorrência da suplência constitucional.

A senadora apresentou notas fiscais de gastos entre julho e outubro do fluente ano, tendo obtido ressarcimento para oito despesas com combustíveis de aeronaves.

De acordo com as notas fiscais, os gastos foram efetuados em cidades como Sorocaba (SP), São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Teresina.

Por mera coincidência, há informação de que o filho da senadora esteve nesses municípios, conforme dados constantes da agenda dele, na qualidade de ministro e não de parlamentar, o que significa que o ressarcimento do combustível é visivelmente irregular.

Segundo apuração feita por importante jornal, nas mesmas datas, a mãe do ministro publicou fotos, nas redes sociais, em eventos em outras localidades diferentes daquelas indicadas acima, para onde a aeronave teria ido.

Concomitantemente aos gastos com combustíveis, por incrível que possa parecer, a senadora apresentou ao Senado comprovantes de passagens aéreas e bilhetes de embarque em voos comerciais para esse mesmo período, sendo igualmente ressarcida regularmente das despesas pertinentes, fato este que corrobora a apropriação indevida de dinheiro público.

Ou seja, a própria senadora contribui para evidenciar a brutal irregularidade com os gastos relacionados com o combustível para avião, ficando duplamente patenteada a fraude, em especial porque ela não tem avião e jamais poderia fazer despesas com essa rubrica, e ainda foi ressarcida de passagens aéreas, no mesmo período.

Esses fatos, se for confirmada a sua veracidade, caracterizam crime, à vista da apropriação indébita de dinheiro público, ou seja, na forma como noticiada, a senadora participou efetivamente do desvio de recursos públicos para pagar gasolina para o avião do filho dela, cuja aeronave teria sido usada por ele e não por ela, conforme ela confirma por meio das notícias publicadas nas redes sociais e ainda pelo ressarcimento de passagens aéreas.

Esse é caso de grave irregularidade, que jamais poderia ter sido concretizado, à luz das legislação de regência das despesas públicas, fato este que tem como consequência a obrigatoriedade da devolução dos valores pertinentes aos cofres públicos, além das demais penalidades cabíveis ao caso, como forma preventiva sobre a incidência de casos indignos semelhantes.

Essa indecente  farra com o dinheiro público é apenas pequena amostra de como os recursos públicos são aproveitados por inescrupulosos congressistas, em especial alguns que integram o famigerado Centrão, que é justamente o caso dela, que faz parte desse deplorável grupo político, o que mostra o enorme amor ao dinheiro dos sacrificados contribuintes, que são espoliados com pesados tributos e ainda são obrigados a pagarem combustíveis para avião que tem serventia para serviços estranhos ao interesse da sociedade.

É preciso ficar muito claro que o ministro que se beneficiou indevidamente de combustíveis colocados no seu aviãozinho, trabalha confortavelmente ao lado do presidente da República, por ser o principal assessor da mais alta autoridade do país.

Diante de tamanha anomalia, o presidente do país tem o dever de se manifestar sobre a traquinagem de importante assessor, envolvendo dinheiro público, em especial à vista do jargão adotado pelos defensores de sua excelência, segundo o qual “este é o governo que não rouba nem deixar roubar”, a despeito de ele conviver enlameado na sujeira pútrida produzida pelo Centrão, como nesse caso do ministro, que é um dos líderes desse indigesto grupo símbolo do fisiologismo, que se confirma com o desvio de dinheiro do contribuinte, para encher os tanques da sua aeronavezinha.   

Esse caso é de extremo sentido ruidoso para a imagem do governo, que abriga sob as suas asas pessoa capaz de protagonizar grandioso dano aos cofres públicos, sob o prisma de que o homem público, com o mínimo de honestidade que seja, seria incapaz de aderir à fraqueza moral como essa, exatamente porque, quanto maior seja a sua autoridade, mais ela tem obrigação de dá bons exemplos quanto aos princípios de honradez e dignidade à sociedade.

A propósito, convém ainda que seja feita pequena digressão sobre a deplorável e terrivelmente figura do suplente de senador, que, na forma da Constituição, ele tem dois suplentes e essa esculhambação política precisa ser sublinhada precisamente nesse caso do desvio do dinheiro para a compra de combustíveis.

Pois bem, a senadora alvo desse affaire ocupa, no momento, o relevante cargo de senadora, porque o titular dele foi nomeado ministro de estado e todo imbróglio começa exatamente aí.

Na forma do art. 46 da Constituição, “o Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.”.

Na forma prevista no supratranscrito dispositivo, é preciso que o senador seja eleito pelo sufrágio universal, mas o § 3º desse mesmo artigo estabelece que “Cada senador será eleito com dois suplentes.”, caso em que fica criada violência jurídica ao caput do texto, onde se afirma que o titular do cargo precisa ter voto, ou seja, ser eleito pelo povo, povo este que sequer ouviu falar dos nomes dos dois suplentes, que certamente não são votados.

No caso do suplente que, de repente vira titular, há verdadeira aberração jurídica, porque ele não obteve nenhum voto na urna, ou seja, ele não foi eleito, porque o eleitor só pode votar em um candidato a senador, que é aquele que recebe o voto.

Agora, para que a esculhambação e a pouca-vergonha possa ficar muito ao gosto do indecente jeitinho brasileiro, ainda há políticos inescrupulosos e sem o mínimo de dignidade que coloca como seu suplente o pai, a mãe, o irmão, a esposa, o filho ou o empresário que financia a sua campanha, tudo para mostrar e ficar realmente caracterizado a mais vil desmoralização da figura do suplente, que não merece o menor respeito pelos brasileiros, porque a sua representatividade já tem o timbre do que seja a pior vileza da política brasileira, exatamente diante do desvio preconcebido da moralidade quanto ao instituto do suplente.

A senadora que pegou dinheiro para encher os tanques do avião do filho é cristalina assertiva dessa esculhambação representada pelo figura do suplente, porque ela ocupa o cargo que é de direito do filho, mas se afastou dele para ser ministro, que dá péssimo exemplo de indignidade ao país, ao permitir que o dinheiro público, oriundo do Senado abasteça o seu avião.

Acredita-se que nem nas republiquetas exista a excrescência de suplente de senador, porque isso representa indigno aborto político, exatamente porque ele não é derivado do voto, na forma prevista na Constituição, que estabelece que a ocupação de cargos públicos eletivos tem legitimidade exclusivamente com o voto.

Tenho o entendimento segundo o qual quem for eleito para qualquer cargo público eletivo tem o dever constitucional de exercê-lo privativamente e, por qualquer motivo de afastamento dele, o perde em definitivo, como no caso do senador, que foi nomeado ministro, o que é normal.

Nesse caso, o ocupante de cargo público deixa de exercê-lo nos termos do voto, diante da descaracterização para o que ele foi eleito, fato este que o obriga, no caso do ministro, a deixar automaticamente de ser senador e essa hipótese serve para todos os cargos eletivos.

Para tanto, o substituto do cargo vacado precisa ser alguém que tenha sido votado, conforme obriga a Constituição, como, por exemplo, no presente caso, o candidato a senador mais votado depois de quem deixou o cargo, por se tratar do consagrado princípio da votação majoritária, segundo a norma prevista no aludido art. 46.

É preciso acabar, com a maior urgência possível, essa indecente, imoral e indigna figura de suplente de senador ou ainda, que se demonstre sobre a impossibilidade de o fazê-lo, mas obrigando que jamais seja permitido que familiares, como pais, irmãos, filhos e outros afins sejam os escolhidos, porque essa forma de esculhambação precisa ser exterminada o quanto antes e em definitivo.

Não há a menor dúvida de que os eleitores brasileiros precisam criar vergonha na cara, para eliminar da vida pública gente dessa espécie, que não tem o menor escrúpulo para se apoderar indevidamente do dinheiro público, ante a escassez para a prestação dos serviços públicos de qualidade, devendo, nesse caso horroroso, sopesar as atitudes tanto da mãe como do filho, porque ambos incidiram em práticas indecorosas, à vista do verdadeiro homem de bem e que realmente valoriza e zela pelo dinheiro do contribuinte.

Brasília, em 24 de novembro de 2021