quinta-feira, 31 de agosto de 2017

O cúmulo da insensibilidade

O ex-presidente da República petista voltou a fazer duras críticas aos responsáveis pela Operação Lava-Jato, tendo declarado, sem citar nomes, que os "meninos da Operação Lava-Jato" tiveram responsabilidade na morte da sua mulher, ocorrida no começo deste ano.
Ele disse que "Esses meninos da Operação Lava-Jato têm responsabilidade com a morte dela, porque você não pode dedicar uma vida inteira a cuidar de filho, a fazer política, solidariedade, e de repente, da forma mais banal possível, mais cretina possível, você ser tachada de corrupta. Não tem explicação".
A ex-primeira dama morreu após sofrer AVC (acidente vascular cerebral). Ela era ré em ação penal junto com o marido, na aludida operação, os quais respondiam pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em contratos firmados entre a Petrobras e a Odebrecht.
Causou espanto que, em pleno velório, o político tivesse classificado de "facínoras" aqueles que "levantaram leviandades" contra a sua ex-mulher.
As acusações contra a ex-primeira-dama foram extintas pelo juiz federal, logo após o falecimento dela, tendo declarado pela extinção da punibilidade dela.
Como o político tem audiência, no próximo dia 13, com o juiz da Lava-Jato, durante a passagem da sua caravana pelo Nordeste, ele tem evitado, de forma estratégica, criticar diretamente o juiz federal nos palanques, mas, como se vê, não tem poupado elevar o tom contra a Lava-Jato, com destaque para os procuradores.
O ex-presidente fez o discurso mais duro da caravana sobre a operação, chamando os integrantes da força-tarefa da Lava-Jato de "canalhas”, tendo acrescentado que “Já tenho 20 horas gravadas de Jornal Nacional; dezenas de capas de revistas; já tenho dezenas, dezenas, centenas de páginas de jornais, entrevistas de rádio, e, até agora, nenhum canalha teve coragem de dizer que teve uma coisa errada na minha vida".
          Como se sabe, o ex-presidente é réu em seis processos, já tendo sido condenado em primeira instância em um deles, no âmbito da Lava-Jato, sob a acusação de ter se beneficiado de propina, na aquisição e reforma do tríplex do Guarujá (SP), cujo recurso pende da decisão do Tribunal de Apelação, que dirá se ele é realmente culpado ou inocente.
Ele também disse que "É muito difícil construir o que construímos nesse país, para depois ver meia dúzia de meninos, que o único serviço prestado à nação foi ter feito um concurso, tentar destruir tudo isso. Se eles estão acostumados a mexer com político corrupto que enfia o rabo no meio das pernas e fica quieto, comigo eles vão ter que provar".
É lamentável que ainda, em pleno século XXI, existam políticos com a mentalidade capaz de imaginar que ficar se vitimando e se passando por perseguido político pode sensibilizar a opinião pública e ganhar eleição, como se somente isso fosse suficiente para suplantar o mar de lama que ainda precisa ser desvendado e removido, porque ainda há muitos fatos irregulares pendentes de esclarecimentos e de julgamentos, visto que seus autores não podem ficar impunes, diante da majestosa roubalheira perpetrada na Petrobras, que foi aparelhada no governo do político, resultando no maior desvio de recursos públicos que se tem conhecimento na história da República.
Trata-se de discursos absolutamente toscos, agressivos, ameaçadores e destoantes da realidade da política moderna, edificante e adequada ao país que precisa virar a página da tragédia da desmoralização, da incompetência, da ineficiência e da destruição da administração e dos princípios da probidade, moralidade, dignidade, entre outros conceitos ínsitos da gestão pública sob o pálio da responsabilidade e da licitude.   
Agora, essa de achar de culpar a ação da Lava-Jato pela morte de sua ex-mulher é algo que transcende ao senso crítico e à razoabilidade, além de mostrar gravíssimo sentido de extrema apelação e de falta de equilíbrio, sensatez e responsabilidade pública, quanto em se tratando de quem já foi presidente da República, que tem o dever de ser justo e ponderado, evitando se emitir juízo de valor sobre algo que não se possa ter condições de provar, porque não comum alguém fazer acusação leviana e irresponsável.
Só que a maior gravidade dessa agressão à Lava-Jato é que esse lamentável discurso foi proferido diante do povo sofrido e calejado pelas intempéries do Nordeste, que certamente não merece ouvir tanta lamúria e comiseração de quem, na verdade, deveria ter ficado na sua casa, cuidando de se defender de tantas acusações sobre a prática de graves crimes contra a administração pública.
Em última análise, aproveitar discurso político para culpar procuradores da Lava-Jato pela morte de sua ex-mulher é absolutamente inadmissível, porque isso fere e agride os bons sentimentos dos nordestinos, que merecem total respeito e tratamento da melhor dignidade da sua pureza.
Certamente que, diante da chacoalhada que o político foi forçado a passar, à vista do sufoco das denúncias, diga-se de passagem, graves para quem se considera absolutamente inocente, embora não tivesse convencido sobre isso o principal responsável pela condução da Operação Lava-Jato, na primeira instância, tanto que já foi condenada à prisão por ele, justa ou injustamente, e quem vai dizer sobre a correção da condenação é a Corte de Apelação, que tem poder para confirmar ou rever o veredicto já sentenciado.
Esperava-se que a experiência do político fosse orientá-lo a seguir, no Nordeste, a terrinha onde ele diz que mais se identifica com a pobreza, porque sabe falar a mesma linguagem do sertanejo, linha mais amena e bem comportada de humildade de pessoa que tivera excelente aprendizado na vida pública, mas, ao contrário disso, essa de pôr a culpa da morte da sua ex-consorte aos competentes procuradores do Ministério Público, na Lava-Jato, diz tudo aquilo que os nordestinos e, de resto, os brasileiros, jamais gostariam de ter ouvido, com tanta ênfase como se tudo isso fosse verdadeiro, porque se trata de acusação muito forte, considerando, principalmente, que ela tinha histórico médico de que o aneurisma já se encontrava instalado nela, por bastante tempo, e isso poderia ser motivo de algo mais complicado, a qualquer tempo.
Não se pode mudar os fatos, porque eles são imutáveis e eternos, mas seria muito menos grave se, a bem da verdade, o político tivesse apenas dito que uma das causas mortis da sua então companheira teria sido o seu envolvimento e o dela nas investigações da Lava-Jato, a saber que esta operação apenas cumpre a sua missão, na forma do dever institucional, de apurar os fatos compreendidos no âmbito da sua jurisdição, com origem no escândalo com epicentro na Petrobras, de onde saiu bastante dinheiro para políticos, executivos, empresários etc., objeto das investigações sob a incumbência daquela operação.
Na verdade, é de toda justiça que os procuradores integrantes da força-tarefa da Operação Lava-Jato exijam que o político prove a sua acusação, eis que o silêncio deles implica na aceitação tácita da culpa por tão gravíssimo infortúnio. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 31 de agosto de 2017

Somente frases de efeito?



          Como tem sido do seu feito, o ex-presidente da República petista repetiu o surrado discurso que tem marcado sua caravana pelo Nordeste, ao atacar, com veemência, as "elites do país".
O político enfatizou que "A perseguição que eles estão fazendo não é contra o Lula, porque o Lula tem idade o suficiente e já apanhou demais. O que eles estão tentando é tirar do povo brasileiro as conquistas que nós tivemos".
Para a reduzidíssima plateia que ocupou um terço do espaço reservado para seu comício no centro de uma cidade do interior do Rio Grande do Norte, o político elencou programas como Bolsa Família, Luz Para Todos e a criação de universidades federais como conquistas dos governos do PT.
Na presença do prefeito petista da cidade, o político também destacou o projeto de transposição do Rio São Francisco como conquista de seu governo para o Nordeste, mas ele não disse que as obras deveriam ter sido inauguradas, no máximo, até 2012, mas ainda se encontram em construção e os recursos previstos, inicialmente, pularam de R$ 2 bilhões para mais de R$10 bilhões e não há previsão para a sua finalização, porém já se sabe que bilhões se escoaram pelos ralos dos desperdícios e da roubalheira, quando também é notório que as obras públicas têm a mão carregada da fraude e da propina para a classe política, que se encarrega de cuidar do filé dos recursos públicos destinadas às obras de grande porte.
Em harmonia com o seu espírito demagógico de ser, ele repetiu que havia tomado, mais cedo, um "copo de água" em Campina Grande, na Paraíba, como resultado do projeto de transposição, quiçá não tenha sido água mineral, dessas de garrafa plástica.
O portal UOL mostrou que antes da visita do político, o governador do Estado, aliado dele, havia anunciado a suspensão de racionamento de água que atingia 700 mil pessoas, em 19 cidades, desde dezembro de 2014, pondo por terra o entusiasmo disseminado pelo petista, que não perde oportunidade para mostrar muitas de suas ações que não passaram de projeto.
É extremamente lamentável que o maior político brasileiro da atualidade se digne a se encontrar com o povo do Nordeste, que ele o tem como fiel seguidor, municiado tão somente de ideais de cunho visivelmente de proteção à sua pessoa, quando só sabe repetir que é perseguido por “eles”, sem citar seus nomes, como se o político vivesse eternamente correndo da perseguição de fantasmas.
Noutras vezes, inventa a perseguição vinda das “elites”, também sem mencionar nomes, mas todos sabem que as elites que o importunam agora devem ser aquelas que sempre estiveram com ele no seu governo, que são os empresários da Odebrecht, OAS, JBS e muitos outros que estão sendo investigados, juntamente com ele na Operação Lava-Jato, em razão das suspeitas sobre a prática dos crimes perpetrados contra os cofres da Petrobras, que foram gravemente dilapidados por fortíssimo esquema de corrupção jamais visto na história da República, graças ao aparelhamento implantado pelo governo dele, naquela estatal.
Convém se atentar que muitas realizações possivelmente alegadas sob a sua autoria, como a execução do Bolsa Família, do Luz Para Todos e da criação de universidades federais como conquistas dos governos do PT, não seriam capazes de compensar o tanto de precariedade deixada como herança maldita, a exemplo da recessão econômica, que contribuiu para elevar a monstruosidade de mais de 13 milhões de desempregos; da elevação dos juros; da inflação alta; da desindustrialização; da queda do consumo; da falta de investimentos público e privado; da falta brusca da arrecadação; enfim, do descrédito da gestão do governo petista, que conduziu o país ao abismo e foi punido pelas agências de classificação de risco, com o rebaixamento do grau de investimento do Brasil, fazendo com que os investidores estrangeiros fossem embora, levando consigo o seu capital.
Por seu turno, não é de bom tom que o político se apresente para o povo do Nordeste se passando por eterno coitadinho que vive o tempo todo apanhando, como ele diz que “já apanhou demais”, porque a sua realidade é bem outra, de ostentação e de glória quando se encontra no poder, que nem se lembra das suas frases de efeito, na vã tentativa de impressionar a pobreza que ele diz que a encarna, como se ele fosse exatamente um pobre coitado que não tem a menor ideia porque vem sendo investigado na Operação Lava-Jato.
Aliás, aquela operação vem mostrando o que ele é capaz, porque, com o cabedal de conhecimento e de experiência dos integrantes da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Justiça Federal, que conduzem com competência os levantamentos pertinentes aos fatos suspeitos de irregularidades, nenhuma denúncia teria seguimento se sobre ela não houvesse provas devidamente materializadas e o juiz não teria condições de condenar ninguém se os indícios encontrados não fossem robustos, sob pena de incorrer em crime de prevaricação, tanto quanto em se tratando do envolvimento de ex-presidente da República, que tem o dever moral de jamais ser suspeito por qualquer ilicitude, por mais tênue que possa ser.     
Os brasileiros e especialmente os nordestinos esperavam que o político tivesse a humildade de se dirigir àquele povo sofrido, mas extremamente honrado e digno, para reconhecer seus erros na condução do país com as potencialidades do Brasil, que causaram astronômicos prejuízos aos interesses nacionais, a par de enterrar de vez essa medíocre ideia de perseguição por fantasmas, que somente são enxergados por aqueles que têm dificuldade de ver que o rei está nu.
A realidade clama por urgente mudança de mentalidade, em especial no sentido de que os homens públicos precisam se conscientizar de que as atividades públicas não têm mais espaço para quem mente, trapaça, acusa, ameaça, se promove, se vangloria, se endeusa e se encanta ao extremo por algo que apenas foi feito absolutamente no âmbito sua obrigação funcional como agente público, por ser mero administrador da coisa pública, sem que isso implique qualquer forma compensatória, eis que o eleito foi devidamente pago para promover senão o bem comum. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 31 de agosto de 2017

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

À espera da revolução no ensino?

      O deputado carioca, que é pré-candidato à Presidência da República, pretende implantar no país o rígido e disciplinar, porém de eficiência e eficácia comprovadas, padrão de ensino adotado em instituições militares, que, atualmente, têm sob seu comando e administração 0,1% das 147 mil unidades públicas de ensino básico.
O parlamentar imagina promover convênios com as redes de ensino municipal e estadual, objetivando a implantação do novo padrão de ensino, que precisa passar por verdadeira revolução e modernização.
Caso seja eleito presidente do país, ele disse que entregará o comando do Ministério da Educação a um general, com experiência na área da educação, para se harmonizar com a sua ideal concepção de ensino público, sendo que esse militar deve ter o perfil de pessoa que "represente autoridade, amor à pátria e respeito à família".
Na ocasião, o parlamentar fez duras críticas aos titulares recentes daquela pasta, tendo citado dois petistas como "Pais do 'kit gay' (projeto para discutir orientação sexual nas escolas)”.
Não há a menor dúvida de que o ensino militar já mostrou suas plenas eficiência e qualidade diferenciadas do ensino ministrado nas demais instituições públicas, diante dos reconhecidos resultados padronizados de ordem, organização, alto nível de escolaridade, entre outras qualidades que certamente podem contribuir para a melhoria da educação e do ensino no país.
O certo é que, caso o deputado venha a eleger a educação como o carro-chefe do seu programa de governo, como prioridade para alguma forma de revolução que ele pretende implantar no país, não há a menor dúvida de que será escolha bastante aplaudida e se firmará como estadista com visão capaz de alterar a filosofia focada apenas no populismo que visa à formação de infrutíferos currais eleitorais, tendo por base a centralização de programas destinados exclusivamente à distribuição de renda, que é importante, mas somente isso é incapaz de promover o desenvolvimento integrado da nação.
No atual contexto do ensino público, pouco importa que seja militar ou civil no comando do ministério responsável pela educação, porque o que interessa mesmo é que ele seja competente, entenda dos meandros do ensino, tenha experiência na sua área de atuação e que os resultados da sua gestão sejam os melhores possíveis, de modo a contribuir para modificar esse estado de coisas desastradas que existe na atualidade e que perdura desde alguns anos, nessa situação de precariedade de abandono, em que pesem os altos investimentos que pecam pela falta de efetividade e de bons resultados.
Na verdade, percebe-se que os ministérios são entregues ou loteados entre as suas "excelências", normalmente deputado ou senador, completamente desvinculado da área de atuação, mas pertencentes aos partidos que formam as famigeradas alianças de coalizão que dão apoio aos projetos do governo no Congresso Nacional e os resultados não poderiam ser os piores e mais desastrados da história do país, conforme mostra a precariedade que impera na administração pública.
O certo é que o desempenho dos aproveitadores tem sido o pior possível, com a precaríssima prestação dos serviços públicos de incumbência do Estado, a exemplo da saúde, da educação, da segurança pública e de todos os demais segmentos, por não terem absolutamente nada que realmente demonstrem o mínimo de eficiência e qualidade, em clara evidência de desperdício de recursos públicos, uma vez que não há a menor preocupação dos estadistas quanto à perseguição dos princípios inerentes à busca de economicidade e da otimização dos resultados, conquanto o seu maior interesse é apenas o atingimento da absoluta dominação das classes política e social e da perenidade no poder, em cristalino desprezo aos interesses da população.
Convém que os brasileiros sejam beneficiados com políticas públicas que privilegiem programas e práticas saudáveis de administração pública, principalmente no que tange às áreas sensíveis como o ensino público, que exige nada mais do que verdadeira revolução transformadora, notadamente nos aspectos fundamentais da qualidade e da efetividade dos recursos aplicados, que são requisitos essenciais para os avanços tão ansiados pela sociedade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 30 de agosto de 2017

O poder da impunidade

Ao pedir a suspeição do ministro do Supremo Tribunal Federal, no âmbito de dois habeas corpus envolvendo alvos da Operação Ponto Final, braço da Lava-Jato no Rio de Janeiro, o procurador-geral da República diz enxergar "múltiplas causas que configuram impedimento, suspeição e incompatibilidade do Ministro Gilmar Mendes para atuar em processos envolvendo Jacob Barata Filho".
O mencionado empresário e o ex-presidente da Fetranspor deixaram o presídio de Benfica, por força de habeas corpus concedido pelo mesmo ministro, que ainda estendeu, no mesmo dia, seus efeitos para outros quatro presos na Operação Ponto Final.
O procurador-geral encaminhou à presidente do Supremo duas arguições de impedimento do ministro envolvendo os habeas corpus concedidos ao "rei do ônibus" e ao outro empresário.
Os pedidos atendem à solicitação da Procuradoria da República no Rio de Janeiro, nos quais os procuradores cogitaram a suspeição do ministro.
Na avaliação do procurador-geral da República, o fato de o ministro ter sido padrinho de casamento da filha do empresário com o noivo que é sobrinho da sua esposa é um dos argumentos para a suspeição do ministro.
A Procuradoria Geral da República diz que "a busca e apreensão realizada na Operação Ponto Final" também "permitiu compreender que, além das ligações sociais e comerciais, Jacob Barata Filho mantém estreita relação de amizade e compadrio com Francisco Feitosa, cunhado do ministro Gilmar Mendes. As conversas de aplicativos que demonstram proximidade (encontro em Fortaleza) são de junho deste ano, dois meses antes de Gilmar Mendes assumir a relatoria".
O ministro disse, em defesa, que "as regras de impedimento e suspeição às quais os magistrados estão submetidos estão previstas no artigo 252 do Código de Processo Penal, cujos requisitos não estão preenchidos no caso.".
Esse é o caso típico que o povo precisa repudiar e denunciar a demonstração da falta de zelo para com a coisa pública, que é a falta de postura e de sensibilidade por parte do ministro, que jamais poderia ter atuado em processo que, no mínimo, poderia suscitar questionamentos, como terminou acontecendo.
Verifica-se, em princípio, que, não fosse a iniciativa da Procuradoria Geral da República, nenhum outro órgão se atreveria a questionar a atuação do ministro, que ainda se acha coberto de razão, como se estivesse sendo massacrado e injustiçado por ter simplesmente mandado soltar dois criminosos que compraram, por meio de propina, facilidade de acesso às portas de órgãos incumbidos da execução dos transportes públicos.
É lamentável que sistema do Judiciário funcione absolutamente sem contrafreios e os magistrados entendam que tudo pode, inclusive mandar soltar grupo de criminosos, quando eles devem ficar presos para pagar por seus crimes, mas esse é o nível trágico de instabilidade atingido pela sociedade, que tem sido maltratada e até incompreendida, quando espera que haja justiça por parte das autoridades que têm a incumbência constitucional e legal de fazê-lo, mas as suas aspirações de proteção são destruídas com a insensatez de quem possui poder para mandar criminosos para fora da prisão, sem qualquer preocupação com ações disciplinares ou punitivas, que são perfeitamente cabíveis no caso, por se tratar de criminosos de colarinho branco,
Na atualidade, possivelmente em razão do sucesso alcançado pelo juiz da Operação Lava-Jato, alguns juízes não querem ficar para atrás e começam a imaginar que eles são deuses de verdade, mas, ao que tudo indica, há ministros do Supremo que têm plena certeza de que o são.
Na realidade, existem várias formas de suspeição ou de impedimento aplicáveis à atuação dos magistrados, sendo que a principal é a legal, imposto pela legislação e as outras se encaixam nos princípios da ética, moralidade, honradez, dignidade e outras impostos pela sociedade, para se evitar que as decisões judiciais possam ser questionadas ou contribuam para beneficiar indevidamente a disseminação da criminalidade e a impunidade, em prejuízo da sociedade.
Mesmo que não haja o enquadramento legal da suspeição propalada no caso, o simples fato de o ministro ter mantido relação de aproximação, no passado, com os criminosos, quer no ato de casamento de familiar ou por qualquer outro motivo já é mais do que suficiente para que ele se declarasse não em suspeição na forma da lei, mas impedido por questão ética, moral, pessoal, ou cousa que o valha, sendo que esse fato em si só contribuía para mostrar – mas ele não o fez - o seu alto nível de magistrado e certamente o seu conceito perante a opinião pública teria sido elevadíssimo, ante a demonstração de sensatez e de bom caráter como dever ser a atuação dos servidores públicos, quanto mais na relevância do cargo de ministro que ele ocupa, que, em princípio, não deveria ser objeto do mínimo questionamento por parte de ninguém, quanto mais na dimensão desse rumoroso caso que envolve o "rei do ônibus", suspeito de ter distribuído gordas propinas às autoridades governamentais, evidentemente em troca de facilidades.
Mesmo que o ministro não seja admoestado, que certamente não o será, o Supremo Tribunal Federal será atingido nas suas grandeza e dignidade, por contar na sua composição com ministro que teria agido, no mínimo, com a prepotência funcional, deixando de ouvir o clamor da sociedade, que tanto aspira pelo fim da corrupção e da impunidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 30 de agosto de 2017

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Sob a avaliação da sociedade

O ex-presidente da República petista aproveita a caravana que faz no Nordeste para deixar claro quais são seus inimigos eleitos pós-impeachment da sua sucessora no cargo presidencial, quando, nos seus discursos, procura sempre elevar o tom das críticas e dos ataques contra seus segmentos prediletos, quais sejam, a imprensa, as elites e o governo do peemedebista.
Causa estranheza que o seu principal alvo, o juiz da Operação Lava-Jato, só mereceu uma única citação, mas já se sabe que se trata de jogada estratégica, motivada pelo fato de que ele "não gostaria de falar dele (juiz)" porque o político vai prestar depoimento naquela operação, no próximo dia 13, noutro processo que figura como réu, embora, nos últimos dias, ele passou a criticar duramente os integrantes da força-tarefa da Lava-Jato, alegando que ela nada apontou de errado contra ele.
Os jornalistas são mencionados com frequência pelo político, nos seus discursos, com destaque, como não poderia ser diferente, para os profissionais da Rede Globo, mas ele tem atacado de forma mais genérica para desqualificar profissionais de imprensa em geral, sem citar nomes.
Prova disso é que ele disse que "Eu respeito muito os jornalistas, mas não respeito nada quando eles são desonestos. É por isso que eles sabem que, se por acaso um dia eu voltar a ser presidente da República, certamente têm algumas coisas que precisam acontecer".
Nessa viagem, há visível distanciamento dele com os profissionais da imprensa, ante a falta de entrevistas coletivas dadas por ele, salvo com relação a casos específicos, como a entrevista concedida a uma televisão pertencente ao governo da Bahia (emissora estatal) e outros casos esporádicos.
Alguns profissionais de imprensa já foram hostilizados por militantes, que insistentemente usam o termo "mídia golpista", possivelmente instruídos pelas lideranças para se manter bem acirrado o clima de animosidade com os jornalistas.
Em discurso para jovens, ele atacou as TVs, afirmando que "Não é possível que este povo se informe pela rede Globo, por televisões que só passam filmes brasileiros em horário nobre. Neste país, até debate político acontece quase à meia-noite, quando o povo está dormindo. Parece que eles são só para formadores de opinião".
Por seu turno, o político joga flechas venenosas em direção às elites, quando disse que os grandes empresários do país ganharam muito dinheiro em seu governo, mas seriam mal-agradecidos, tendo feito grave acusação contra eles, nestes termos: "Empresário gosta de duas coisas: pegar dinheiro emprestado no Banco do Brasil e não pagar depoisO rico, além de pegar financiamento, sai falado mal da gente, é ingrato. Quando dá R$ 20 a uma pessoa humilde, ela agradece e vai levar comida para casa".
De forma sistemática, nos seus discursos, o político frequentemente faz menção ao pronome "eles", evidentemente para se referir aos inimigos preferidos dele, a exemplo das seguintes menções, que são ditas com frequência: "Eles sabem que posso consertar o país", "eles me perseguem", "eles não gostam de quem gosta de pobre". 
Trata-se de velha e surrada tática, sempre repisada para marcar seu sentimento político, na tentativa de mostrar ódio à elite e conquistar o apoio das classes sociais mais baixas, culpando os "segmentos inimigos", tendo elencado alguns motivos pelos quais a elite não gosta dele, tais como: "Eles não se importam com o fato de termos criado 22 milhões de empregos com carteira assinada. A elite não nos perdoa porque todas as categorias tiveram por 12 anos aumento real. Não nos perdoa porque aumentamos o salário mínimo em 74%. Não nos perdoa porque transformamos a empregada doméstica de verdade, com direito. Não me perdoam porque os pobres passaram a ocupar aeroporto, frequentar shopping. Ele deixou de comer acém para comer filé, contrafilé; porque deixou de comer pescoço e pé para comer coxa, sobrecoxa e peito de frango. Os pobres começaram a comprar computador, laptop, a ter aquilo que todo ser humano tem direito de ter".
Sobre o governo do peemedebista, o político “reclama dos cortes no orçamento e das reformas propostas e diz que ele não representa o povo, ele representa uma parte da imprensa - que trabalhou contra a Dilma - e representa os deputados picaretas que votaram no impeachment".
O político não se cansa de repetir que o governo está arruinando o país e chegou a dizer que o Brasil está "sem governo. Ninguém governa comprando senador, deputado, cortando orçamento dos programas sociais. Eles estão destruindo tudo de bom que deixamos. Não é justo que o trabalhador pague a culpa da desgraça desse país".
Ele disse que "Agora a fome está voltando porque o Brasil está sem governo", citando que, mesmo com a maior seca dos últimos 100 anos, não se vê saques ou pessoas passando sede ou fome no Nordeste.
O político também lembrou as dezenas de faculdades que criou em seu governo e diz que "o PT fez mais que todos os governos anteriores juntos".
É muito estranho que o político critique agora, de forma agressiva e pejorativa, as "elites", incluindo aí os empresários que povoavam o seu mundo palaciano quando estava no poder e faziam parte do ciclo de amizades, obviamente por patrocinarem as milionárias campanhas eleitorais, tendo como expoentes, em especial, os executivos já manjados das empreiteiras Odebrecht, OAS, JBS, e todas as que estão envolvidas com a Operação Lava-Jato, assim como ele próprio.
Só que agora, além de muitos empresários estarem sendo investigados por atos de corrupção, acabaram as mamatas dos financiamentos eleitorais, fato este que facilita o político descer o malho neles, evidentemente diante da impossibilidade de haver as famosas relações espúrias do caixa 2.
Com relação à imprensa, a forma odiosa e ameaçadora como o político se refere a ela demonstra a real dimensão do quanto ele não gosta que os fatos sejam informados exatamente na forma verdadeira como a notícia precisa ser transmitida para a sociedade, quanto mais no que diz respeito aos fatos relacionados com a Operação Lava-Jato, onde ele já foi condenado à prisão e responde a processos como réu, por vários crimes.
Ou seja, a sua repulsa ao trabalho da imprensa não é à toa, visto que, informando a verdade sobre os fatos, principalmente com relação a ele e o seu partido, seus projetos políticos são afetados e prejudicados, como mostraram os resultados da última eleição municipal, com completo naufrágio de seu partido nas urnas.
Agora, não parece justo que ele ameace em fazer regulação da mídia, que tem a cara e o jeito da censura própria dos tiranos, que não gostam que a imprensa faça o seu trabalho de informar a verdade, porque isso não condiz com a transparência e as conquistas da humanidade.
Falta humildade para o político que se esforça para tentar transmitir seu pensamento que se contradiz com a realidade da sua personalidade ideológica, quando tenta mostrar, até de forma desesperada, situação que não condiz com o que aconteceu no seu governo, quando ele mesmo confirma que os empresários aproveitavam das mamatas dos empréstimos vantajosos e depois nem pagavam e ainda se passavam por verdadeiros ingratos, ou seja, ele reconhece a promiscuidade do seu governo com relação àqueles que agora são seus inimigos, para mostrar para os poucos ouvintes que ele agora é autêntico povo, que encarna a sina do povo sofrido do Nordeste, que ele teria conseguido elevar, no seu governo, ao patamar de gente civilizada, porque “... os pobres passaram a ocupar aeroporto, frequentar shopping. Ele deixou de comer acém para comer filé, contrafilé; porque deixou de comer pescoço e pé para comer coxa, sobrecoxa e peito de frango. Os pobres começaram a comprar computador...”.
Não passa de insensata demagogia se afirmar que pobre mudou de vida, para melhor, num passe de mágica, quando se viu que a classe mais sofrida, em todos os governos, é a do pobre, que tem sido cada vez mais castigada.
No fundo, o político faz o papel que ele acha que melhor se adeque à sua filosofia política, embora caiba à sociedade refletir e avaliar se essa forma de pensamento condiz com os princípios da ética, honestidade, dignidade, entre outros que precisam corresponder aos anseios de mudanças nas práticas administrativas de eficiência, eficácia, competência, responsabilidade e principalmente compromisso com a satisfação do interesse público, com embargo das mentiras, dos conchavos, das alianças espúrias, das coligações interesseiras, do fisiologismo, e de tudo que seja contrário às práticas saudáveis na administração pública. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de agosto de 2017

De quem é a culpa?

O ex-presidente da República petista comentou, em entrevista concedida durante a sua passagem pelo Nordeste, na caravana que percorrerá 28 cidades, em 20 dias, sobre o crescimento do deputado carioca que vem subindo nas pesquisas de intenção de voto para as próximas eleições presidenciais.
O político foi categórico em afirmar: "Eu acho que tem muito a ver, primeiro, com a negação da política, ou seja, toda vez que você começa a trabalhar contra a política, o que vem depois da política é pior do que o que havia antes. Quando você começa, de forma sistemática, a dizer 'nada presta, tudo está errado', aí o resultado é isso. É alguém que se diz um político diferente, ou alguém que não se diz político, querer ocupar esse espaço".
Em que pese a indagação ter sido feita fazendo referência ao citado parlamentar, o político enfatizou que não iria responder à pergunta mencionando o nome de nenhum político.
Em seguida concluiu seu pensamento, afirmando com palavras duras que "essa figura, no fundo, é resultado do analfabetismo político no Brasil. Você passa a compreender que fora da política você vai encontrar um cara que é diferente, que pode resolver, ou um político grotesco como essa figura, agressivo, que ofende as mulheres, que ofende negro. É um cidadão que não tem um mínimo de respeito com as pessoas".
Para ser mais incisivo ainda, o político defendeu que os eleitores precisam rejeitar esse tipo de postura, porque "O brasil tem de negar isso".
É engraçado que, sem fazer maiores comentários, o vídeo com esse trecho da entrevista foi postado pelo próprio deputado, em seu perfil nas redes sociais, dando a entender que ele apenas está colecionando os comentários sobre seu respeito, muito bem quietinho, no seu quadrado, para depois analisar, de forma ponderada a seu modo, com os pormenores que ele achar conveniente sobre tudo isso, podendo se imaginar, desde logo, que pode vir chumbo grosso, no momento que a cobra fumar o cachimbo.
Quem apenas ler o texto, sem a preocupação de identificar a sua autoria, vai logo imaginar que foi dito ou escrito por qualquer pessoa, menos pelo maior político da atualidade.
Não que o sentido da afirmação não tenha sido exatamente como foi dito, mas para quem já foi tantas vezes acusado de ter se beneficiado da votação maciça de pessoas da classe menos esclarecida, mal informada, incluindo aí justamente os analfabetos, diante da falta de acesso às informações sobre a situação de gravidade que se encontra o país, à vista dos resultados das desastrosas políticas adotadas nos governos petistas, a assertiva não poderia ter sido tão inadequada e descabida pela agressão com palavras contra segmento social de amplitude nacional, porquanto ele não se cansa de dizer que o encarna como sendo um de seus integrantes, por saber falar a sua linguagem e compreender as suas ansiedades.
Por sua vez, causa estranheza que o político tenha sido tão insensato em agredir um deputado pré-candidato à Presidência da República, inserindo-o em contexto gracioso e absolutamente fora de propósito, senão de procurar denegrir a imagem dele e, de forma visivelmente impensada e indevida, a figura do sempre respeitado analfabeto, que tem sido eterno prejudicado pela falta de políticas públicas visando à erradicação do analfabetismo, que é filhote nutrido e crescido de governos que nunca se preocuparam com o cuidado e o carinho que os analfabetos merecem, como forma de dignificação do ser humano, que vive no breu do saber e do conhecimento.
A verdade é que não houve o menor interesse, pelo menos por parte dos últimos governos, em priorizar a erradicação do analfabetismo no Brasil, exatamente por não haver a menor possibilidade da quebra do forte elo que une as pessoas analfabetas com os políticos inescrupulosos, diante dos inquebrantáveis laços de aproximação existentes entre eles e os políticos potencialmente populistas, que têm absoluta consciência de que esse vínculo de extrema cumplicidade jamais poderá ser interrompido, sob qualquer pretexto, porque a consciência política orienta que a cultural do analfabetismo é de extrema importância para a consecução dos projetos de absoluta dominação das classes política e social, bem assim da conquista do poder e da sua perenidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de agosto de 2017

Obs.: Neste artigo, aparece uma figura que muda de paisagem que, por ocasião da postagem, se instalou no meio do texto, e eu não consegui deletá-la. Com as minhas escusas pela falha absolutamente alheia ao meu controle;  

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

A dignificação humana

O deputado federal carioca que vem se destacando na corrida presidencial concedeu entrevista ao programa Correio Debate, da rádio Correio Sat/98FM, da Paraíba, tendo discorrido em especial sobre combate à violência - que é a sua área preferida -, homofobia, crise política, adversários e Bolsa Família.
Como de costume, ele preferiu não se incursionar em temas que agitam a sociedade e podem causar maiores polêmicas, mas com relação ao Bolsa Família, o parlamentar se posicionou dizendo que é preciso ensinar as pessoas a ganharem dinheiro com o próprio suor e que “Ninguém quer acabar o Bolsa Família, mas temos que ter uma saída. Essas pessoas têm que trabalhar e ter como ganhar dinheiro do próprio bolso (sic)”.
A par de defender o fim do programa Bolsa Família, como visto acima, o parlamentar disse que “Eu não confio na Justiça Eleitoral”.
No que diz respeito ao combate à violência, ele foi radical, ao afirmar que “Você não vai combater a violência soltando pombas brancas, botando lencinhos brancos na janela de sua casa. Tem que combater com mais violência, porque a bandidagem está aí e não tem pena de ninguém. Temos contra nós a política de direitos humanos, de desencarceramento. Todo mundo tem pena dos encarcerados”.
Ele defendeu a revisão das leis penais, para combater a criminalidade com firmeza, tendo dito: “A tal da audiência de custódia, o marginal sai para responder em liberdade e muitas vezes é liberado ainda na frente da polícia que o prendeu. Não podemos ter pena desse tipo de gente. Temos que mudar o Código Penal. Existe legitima defesa no Brasil? Veja o caso da apresentadora Ana Hickman, o marginal invade o apartamento, o cunhado dela consegue atracar o bandido, dá dois tiros no bandido e o Ministério Público decidiu mandar ele para o Tribunal do Júri. Temos que garantir a legítima defesa no Brasil (sic)”.
O parlamentar negou que seja homofóbico, ao enfatizar que "O que não admito é o material escolar ensinar a criança a fazer sexo a partir de seis anos de idade. Eu vi lá o cara dizendo que estava estudando para fazer o vídeo de como a língua de uma menina é beijando outra menina. Você quer que seu filho de 7 anos vá para a escola e assista duas crianças se beijando, que seja apresentado esse tipo de conteúdo. Estão estimulando nossos filhos para o sexo precoce, daí vem a fama que sou homofóbico. Quem já me viu falando que tem que espancar homossexual? Essas pessoas não têm argumento e ficam mentindo".
Ele acha complicado o quadro político, tendo dito que “A crise tem contaminado todo o Brasil, na economia, na segurança, nos acordos internacionais. É muito difícil resolver a crise, mas cada um tem que fazer sua parte. Mas o que é que estão tentando mudar? A forma de escolher os deputados com o tal do distritão, mas não é assim”.
O deputado também comentou sobre o ex-presidente da República petista e que não acredita nas pesquisas que mostram ele como um dos favoritos a concorrer à Presidência. Ele disse que “Cada dia que passa o pessoal vai se conscientizando que quem colocou o Brasil nessa miséria foi o PT. É um governo que quebrou a Petrobras, basicamente tirou a capacidade produtiva do Porto de Suape, que é de sua terra, e investiu em Cuba. Esse homem aí enganou a população brasileira”.
O deputado que faz parte do Legislativo, já poderia ter apresentado os projetos pertinentes à atualização e ao aperfeiçoamento da legislação penal, reclamada por ele, de modo a contribuir para o efetivo combate à criminalidade, porque somente criticar, na forma como ele fez, não adianta absolutamente nada.
Não há a menor dúvida de que muitas ou todas políticas do governo e do Estado precisam mudar de maneira radical, como forma de, por meio de gigantesca chacoalhada de tudo que se encontra aí, se imprimir ações verdadeiramente compatíveis com o interesse público e o bem da população, de modo que possa se alcançar o mínimo de competência, eficiência, efetividade e principalmente economicidade na implementação dos gastos públicos, sem olvidar que a arrecadação precisa ser otimizada, com o aperfeiçoamento dos mecanismos de controle, principalmente com a redução da pesadíssima carga tributária, que tanto sacrifica o bolso dos contribuintes.
Convém que o candidato tenha inteligência suficientemente capaz para fazer constar de seu programa de governo políticas efetivamente em condições de realmente executá-las, sob pena de cair no ridículo de ficar priorizando ações exclusivamente em benefício de determinada situação ou de interesse especifico, como no caso da distribuição de renda, que é indiscutivelmente importante para o desenvolvimento social, mas perversamente porque estimula o terrível populismo de esquerda e estrangula e estagna as demais políticas de Estado, que são essenciais ao desenvolvimento integrado da nação, considerando que não convém desenvolver setores específicos em detrimento de outros que são indispensáveis ao progresso socioeconômico da nação.
A questão do programa assistencial do Bolsa Família não tem como solução plausível a sua simples eliminação dos programas de governo, ante a imperiosa necessidade de se cuidar da criação de política sensata e responsável para essa área social, de modo a estimular o interesse dos beneficiários para o trabalho, porque eles são eternos e crônicos dependentes da assistência do Estado, a exemplo da instituição da obrigatoriedade de as pessoas (os titulares) serem obrigadas a participar de cursos de especialização, quando então, depois de devidamente profissionalizadas, puderem ser conduzidas ao emprego já devidamente estruturado, mediante convênios com empresas subsidiadas com recursos economizados do próprio Bolsa Família, com a saída desses beneficiários, de modo que os pais de família possam ser tocados nas suas autoestima e dignidade de que são capazes de sustentar e manter a sua família com o seu esforço.
Além disso, é muito importante que o responsável pela família saiba que o seu trabalho contribui para a produção e o desenvolvimento do país e que um dia ele pode se aposentar por tempo de serviço prestado como profissional, tudo permitindo que os recursos públicos possam cumprir fiel e realmente a sua finalidade social de distribuição de renda que condiz, de forma efetiva e definitiva, para dignificar os país de família, que precisam da assistência do Estado não, em última análise, como formador de curral eleitoral, que tem sido eterna forma de desmoralização e indignidade do ser humano, para constituir, enfim, a esperança do Brasil, com os seus efetivos esforço e trabalho. 
Convém que o estadista não aja apenas pelo instinto pessoal, por imaginar que o seu pensamento é perfeito e acabado, quando é preciso se avaliar a conjuntura social da época, para que a finalidade pública seja fielmente cumprida, de forma satisfatória, sem prejudicar os programas assistenciais, que devem isto sim ser aperfeiçoados e adequados às circunstâncias, para o atendimento do bem comum.  Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 28 de agosto de 2017