sexta-feira, 31 de março de 2017

Recadastramento como solução

O Ministério Público Federal investiga a regularidade do pagamento do benefício do Bolsa Família, em 26 municípios do Sertão paraibano, mediante inquérito civil instaurado, diante de indícios de irregulares no cadastramento.
O inquérito tem abrangência ao período de 2013 a 2016, sob a suspeita do pagamento irregular do montante aproximado de R$ 12 milhões a pessoas com condições financeiras incompatíveis com os fins preconizados na legislação de regência.
As investigações têm por base o emprego do “Raio-X do Bolsa Família”, mecanismo utilizado pelo Ministério Público Federal para detectar possíveis irregularidades com relação especificamente à exigência legal de renda mínima familiar, como requisito para inclusão de beneficiários no programa em referência.
O aludido mecanismo digital identificou grupos de beneficiários com indicativos de renda contrária ao perfil exigido de pobreza ou extrema pobreza de que tratam as normas do programa em tela, quanto à concessão do benefício, entre os quais constam servidores públicos, doadores de campanha eleitoral e até empresários, em completa dissonância com seus fins institucionais.
Cada fraude grosseira e inadmissível contra o programa Bolsa Família, a exemplo dos casos em tela, onde os beneficiários tinham renda incompatível com o perfil exigido de pobreza absoluta, somente contribui para suscitar a premência de recadastramento geral dos bolsistas, porque a farra e o desperdício com dinheiro público vão ser encontrados com fartura em muitos outros casos, principalmente diante da fragilidade do controle sobre as concessões desse benefício, que normalmente ficam sob a responsabilidade das prefeituras, onde são exemplos de despreparo e descuido com o cadastramento, a supervisão e o controle sobre o funcionamento do programa.
          Convém que o recadastramento tenha por prioridade rigorosa a avaliação sobre a situação socioeconômica dos beneficiários, de modo que se confirmem as inscrições efetivas somente aqueles que comprovem, de forma cabal, o atendimento dos requisitos exigidos pela lei de regência, qual seja, situação de pobreza absoluta, que certamente não é o caso de expressiva quantidade dos atuais beneficiários, sendo que muitos dos quais mantêm relação de parentesco ou de amizade com os responsáveis pela execução do programa.
Também é muito importante que não somente os beneficiários indevidos, mas sobretudo os responsáveis pelo controle da execução do Bolsa Família sejam devidamente identificados e punidos, com penas severas, inclusive a solidariedade no ressarcimento dos danos causados ao erário, para o fim de servir de exemplo pedagógico e disciplinar, na tentativa de se evitar a reincidência de casos futuros semelhantes.
Não somente o Bolsa Família, mas todos os programas assistenciais do Estado precisam passar por constantes pentes finos, ou seja, por periódicas avaliações quanto à efetividade da sua execução, com vistas ao levantamento das verdadeiras situações dos beneficiários, principalmente quanto à confirmação do atendimento aos requisitos legais que justificam a sua instituição, tendo em conta a necessidade da verificação da efetividade das despesas com programas sociais de suma importância para a legião de pobreza, que não pode ser sacrificada por aqueles que estão se beneficiando de forma indevida, quando muitos brasileiros, em estado de pobreza, deixam de ser atendidos pelos programas assistenciais em razão do pagamento do benefício a quem comprovadamente não se enquadra nas finalidades para as quais ele foi instituído.
Urge que esse recadastramento, por sua suma importância, seja efetivado o quanto antes, como forma de se corrigir falhas gritantes e inaceitáveis na atualidade, que vêm de longe e de forma reiterada e irregular, a sugar montanhas de recursos públicos, que devem se destinar com exclusividade para fins realmente de interesse público e satisfazer as reais carências de assistência de parcela expressiva de brasileiros que ainda estão à margem das assistências sociais do Estado. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 31 de março de 2017

A felicidade de escrever

     Elaboro minhas crônicas com inspiração em notícias surgidas no cotidiano, extraídas de publicações nos meios de comunicação do país e do exterior, com destaque para matérias relacionadas com questões sociais oriundas das áreas política, economia, administração pública, entre outras.
          Nas matérias que escrevo, são mostrados acentuados sentimentos difusos de desinteresse e apatia quanto aos saudáveis princípios da administração pública, a ensejar que a execução das políticas públicas não está merecendo a devida priorização, em termos da satisfação das vicissitudes sociais.
Em razão da notória constatação do sentimento de desprezo à preservação e à relevância do patrimônio dos brasileiros, por força da deterioração dos princípios da administração pública, bem assim de valores sociais, convém se vislumbrar para a necessidade da análise dos fatos sob a exposição com base em versão diferenciada da contextualização costumeira, para melhor atender aos interesses dos leitores ávidos por novidades, no campo literário.
Esse é o meu propósito de apresentar os fatos sob a minha visão de análise, que tem sido substancialmente diversificada do mercado editorial, ante a possibilidade de também ter a finalidade de propor, com muita veemência, a moralização e a valorização dos princípios de civilidade e razoabilidade, por meio da transformação, para melhor, da mentalidade das pessoas, como forma de contribuição ao aperfeiçoamento das relações sociais.
   Até o momento, já escrevi 2.680 crônicas, que são postadas nesta página e posteriormente passadas para livros, que são publicados sempre que eles atingem 288 páginas.
Com apoio em valiosos ensinamentos hauridos ao longo da vida, as crônicas que escrevo imprimem filosofia compatível com a minha experiência profissional, assentada na vontade de serem observados os princípios da transparência e da legalidade nos atos públicos, objetivando à satisfação dos interesses sociais e nacionais, conforme evidenciam as sínteses abaixo:
       “... O povo brasileiro tem o dever moral de mudar a forma de escolha dos seus representantes no Congresso Nacional e no serviço público de modo geral, somente elegendo pessoas que tenham compromisso com as causas sociais, a resolução dos graves problemas nacionais e o desenvolvimento da nacionalidade.”.
“A sociedade não pode admitir que essa triste e vergonhosa prática política se perpetue no tempo, sem que esses maus servidores públicos sejam desbancados de suas arrogantes e desarrazoadas ganâncias com recursos públicos.”.
“... de modo que o povo seja efetivamente protegido contra esse câncer da modernidade, porque o claro descaso oficial a problema tão grave e a falta de punições duras somente contribuem para beneficiar as ações devastadoras dos narcotraficantes.”.                                 
É fácil se perceber que a sociedade e o país se beneficiariam se as ações, os atos e as políticas da administração pública tivessem por base a fiel observância aos princípios da ética, moralidade, legalidade, transparência, eficiência e economicidade, com renúncia aos nefastos e espúrios costumes do fisiologismo amplamente disseminado nas negociatas palacianas.
Na avaliação pessoal, escrevo com o pensamento direcionado para a construção de um país bem melhor e próspero, apesar de sentir que nada vai mudar a mentalidade do povo já dominado e familiarizado com as arraigadas politicagens protagonizadas pelos inescrupulosos e aproveitadores, cujas raízes históricas ajudam a consolidar a maneira fácil de iludir a ingenuidade da população, com falsas promessas de campanha.
Não obstante seja percebível que a sociedade vem se manifestando com ardente desejo de que o país possa ser administrado com competência e responsabilidade, sob o primado da legalidade, economicidade, transparência e moralidade, como forma essencial ao seu desenvolvimento socioeconômico.
Sinto-me imensamente recompensado de puder escrever o que tenho em mente sobre os fatos da vida, procurando interpretá-los proximamente à melhor forma como eles deveriam se materializar, caso a sociedade tivesse real interesse de exigir a moralização na administração pública brasileira.
Tenho muita sorte e felicidade de conseguir exprimir, mediante singelas crônicas, o sentimento de muitos brasileiros, que comungam com ideias de realismo desejável para o país próspero, honesto e absolutamente livre das amarras do oportunismo e do lucro facilitado, inclusive na vida pública.
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 31 de março de 2017

quinta-feira, 30 de março de 2017

Proceder com correção e lisura

Conforme mostram os fatos e indicadores, o legado do PT se traduz em verdadeira hecatombe ética, política, econômica e administrativa, mas nem por isso, como se não fosse um dos autênticos responsáveis pela ruína do país, à luz das investigações da Lava-Jato, o ex-presidente petista aparece empunhando a bandeira de “salvador da pátria”, a antecipar o lançamento de sua candidatura ao Palácio do Planalto, em 2018.
Na verdade, a real finalidade de seu espetaculoso movimento objetiva tão somente tentar intimidar a Justiça, com vistas a se evitar que ele sofra pesada condenação, em face dos cinco processos que já responde como réu.
Como explicar que um político que responde a vários processos na Justiça, com enorme possibilidade de ser enquadrado como réu em novas ações, ainda seja defendido entusiasticamente por simpatizantes enlouquecidos, ao fazerem arruaças, a criticarem a imprensa e gritarem palavras de apoio ao ex-presidente, que foi descrito pelo Ministério Público Federal como o “comandante máximo” do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava-Jato?
Na gestão petista, houve inovação na forma de governo, com a introdução do sistema presidencialista de coalizão, tendo por base o estabelecimento de projeto estruturado na corrupção e no poder, onde se discutia a plena dominação das classes política e social e a perenidade no poder, não importando os fins empregados para o atingimento dos meios, a exemplo do mensalão e petrolão, em que a corrupção predominou e se consolidou como base da estrutura delituosa que sustentava os objetivos políticos.
Mas o petrolão foi a forma engenhosa arquitetada para dilapidar os cofres da Petrobras, que foi destronada da liderança de empresa estatal sólida depois que sofreu o golpe fatal com o desvio de recursos para a irrigação de campanhas eleitorais de inescrupulosos políticos, sob o artifício de crime quase perfeito, qual seja, a doação registrada oficialmente na Justiça Eleitoral.
Como se não bastassem os benefícios políticos, com a garantia da consolidação e perenidade no poder, a propina desviada da estatal serviu também para abarrotar os bolsos de políticos, executivos e de outros criminosos assemelhados, em medíocre festim que levaria ao enriquecimento deles, sem o menor esforço.
O esquema criminoso engendrado vicejou por mais de década, na forma do mensalão e petrolão, que vêm de longa data, tendo beneficiado principalmente o petista-mor nos seus projetos políticos, que mereceu incondicional apoio de congressistas, sendo lícito também se imputar a ele a principal responsabilidade pela debacle do sistema político, muito bem representada na lista do procurador-geral da República, recém-divulgada, que elenca em seu bojo corriola de beneficiários das propinas.
Embora o considerado pai da institucionalização da corrupção, dos malfeitos e da hecatombe ética, política e econômica, na conclusão do Ministério Público Federal, também indicado por ele como o comandante da “organização criminosa”, o político se apresenta como o único “salvador da pátria”, como se nada tivesse ocorrido de ilícito contra os interesses dos brasileiros, que teria ignorado e esquecido as maldades protagonizadas pelos governos petistas, em que o país ingressou em forte recessão e foi obrigado a administrar forte onda de desemprego, juros altos, falta de investimentos público e privado, além do descrédito do sistema produtivo, que não confiava na gestão do governo afastado.
O político dá a impressão de que as investigações da Lava-Jato não passam de brincadeirinhas para, na interpretação dele, apenas persegui-lo e macular a sua reputação política, por acreditar que os fatos denunciados não têm consistência capaz de incriminá-lo e muito menos de fundamentar a sua condenação, à vista da sua convicção de que, ao final, ele ressurgirá impávido das acusações da Lava-Jato.
Entrementes, ao que tudo indica, o político pretende manobrar no sentido de, mesmo sem comprovar nada em contrário, transformar as denúncias, em um passe de mágica, em simples miragens, como forma de, se possível, construir majestoso palácio sobre os escombros de um edifício (no caso, o Brasil) que foi implodido com a maligna engenhosidade atribuída a ele pela força-tarefa da Lava-Jato.
É visível a ardilosa e cuidadosa estratégia de antecipação da candidatura dele ao Palácio do Planalto, com a clara tentativa de pressionar a Justiça o quanto possível, para que ela seja constrangida a evitar condená-lo, para não politizar o que deveria ser examinado apenas nas esferas policial e judicial, tendo em vista que a condenação dele em primeira instância é tida inapelavelmente como certa.
Por seu turno, com a finalidade de não ser descartado do processo eleitoral, já existe discurso pronto, segundo o qual não há fatos que justifiquem a condenação dele e se isso acontecer será por mera perseguição política, com vistas a evitar que ele se candidate, conquanto a antecipação do lançamento do seu nome à Presidência da República visa evitar justamente sua condenação.
Quando o ex-presidente se sentou, pela primeira vez, no banco dos réus, foi colocada em prática a tática da intimidação contra autoridades judiciárias, por meio da exortação à militância da agremiação a processar aquele que acusar seu partido de ser uma organização criminosa, nos termos da qualificação feita pelo Ministério Público, conquanto isso seja forma de tentar ignorar os gravíssimos indícios de desvios de recursos de empresas estatais, que foram desfalcadas para suprir não somente os cofres de seu partido, mas também o bolso de políticos, executivos e outros aproveitadores do dinheiro público.
Ainda na ocasião, o político disse ao juiz que “Eu tô cansado de ver procurador dizer que não precisa de prova, que ele tem convicção. De juiz dizer que ‘não preciso de prova, eu tenho fé, vou votar com fé’. Eu quero provas, alguém tem que dizer qual é o crime que eu cometi, aonde que eu cometi. Chamar o PT de organização criminosa? Se dependesse de mim, cada deputado do PT, cada vereador do PT, cada militante abria um processo para quem disser qual é a quadrilha”, dando a entender que seu partido é o mais ético do planeta, quando os fatos indicam a necessidade da urgente reparação dos estragos causados à dignidade dos brasileiros.
O político, ao invés de contestar, com elementos plausíveis, o mérito das graves denúncias contra ele e seu partido, em harmonia com a grandeza da moralidade, preferiu recorreu ao teatro do absurdo, para interpretar o principal papel de vítima e de perseguido político, ao afirmar, ainda no banco dos réus, que “Há mais ou menos três anos, doutor, eu tenho sido vítima de quase que um massacre. Eu acho que todos aqui têm dimensão do que é um cidadão que foi presidente da República, que foi considerado o mais importante presidente da história desse país, que saiu com 87% de aprovação de bom e ótimo, que fez com que o Brasil fosse respeitado no mundo inteiro e virasse protagonista internacional, de repente é pego de surpresa por manchete de jornais, por notícias de televisão, todo dia, todo santo dia. No café da manhã, no almoço e na janta, alguém insinuando: ‘Tal empresário vai prestar uma delação e vai acusar o Lula. Tal deputado vai prestar uma delação e vai acusar o Lula. Agora vão prender fulano, agora vão pegar o Lula. Prenderam a Odebrecht, vai delatar o Lula. Prenderam a OAS, vai delatar o Lula. Prenderam Bumlai, vai delatar o Lula. Prenderam o Delcídio, vai delatar o Lula. Prenderam o papa, vai delatar o Lula”.
Embora existam muitas acusações e até denúncias contra o político, ele insiste em se passar por vítima de investigadores insensatos e usa, como tática de intimidação, o ingresso de ações na Justiça contra delegados, procuradores e juízes, cobrando reparação por danos morais, mediante indenização pecuniária.
Numa das ações, a Advocacia Geral da União foi bastante elucidativa, ao se expressar nestes termos: “Ao tentar fazer o réu responder a uma ação com pedido de indenização exorbitante, o autor visa interferir nas decisões e medidas adotadas no âmbito da Operação Lava Jato, criando um receio generalizado de que as ações legítimas contra o autor estarão sujeitas a fortes reações. O verdadeiro fim é intimidar e retaliar, e não compensar o dano moral dito abalado”.
Ou seja, o político se insurge contra os fatos, por achar que deve ser submetido a um regime especial, diferenciado dos demais brasileiros, que não pode ser investigado e que qualquer decisão do juiz da Lava-Jato contra ele representa descabida e abusiva, mesmo que as provas sejam contundentes.
Ao que tudo indica, na ausência de justificativas plausíveis contra as acusações referentes ao recebimento de benefícios e vantagens repassados por empreiteiras, em troca de favores, o político encontra a estratégia dos famosos ataques com palavras e ações judiciais para se defender, na tentativa de acuar e constranger autoridades que cuidam das investigações da Lava-Jato e de sobreviver ao mar de gravíssimas denúncias que o envolvem em atos de corrupção, ainda não infirmada.
Em que pesem os gigantescos esforços nesse sentido, os resultados mostram a inocuidade e a completa falta de êxito, porquanto os robustos e substanciosos indícios prevalecem sobre as meras falácias, de vez que os fatos falam por si sós, evidenciando as dificuldades para rebatê-los senão com a força da apresentação de provas legalmente válidas e cabais.
Urge que o político, ao invés de tentar intimidar e constranger as autoridades com ameaças próprias de quem tem intimidade com o poder e o tráfico de influência, se conscientize de que os fatos investigados pela Lava-Jato emergem com força tal que é preciso humildade para se reconhecer que ninguém está acima da lei, conforme princípio constitucional segundo o qual todos são iguais perante a lei, em direitos e obrigações, a se confirmar a sábia ponderação do juiz da Lava-Jato, que afirmou, certa vez, verbis: “Aqui, até o príncipe está sujeito à lei” e não poderia ser diferente, principalmente porque mesmo a maior autoridade tem obrigação de proceder com correção e lisura, além de prestar contas à sociedade sobre seus atos na vida pública.  
Como o Brasil tem pressa para ser passado a limpo e a revelação da verdade é forma essencial para se alcançar os objetivos da tão ansiada moralização, não resta alternativa melhor do que se contribuir para que os fatos denunciados sejam devidamente investigados e esclarecidos, não importando quem esteja incluído no rol dos envolvidos, mesmo que isso possa custar o altíssimo preço do prestígio político, porque o que se encontra em jogo é a sustentabilidade dos princípios da ética, moralidade, legalidade, dignidade e demais conceitos capazes de contribuir para a consolidação da democracia e da República. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 30 de março de 2017

quarta-feira, 29 de março de 2017

Efeitos nefastos das mentiras

Os ex-presidentes da República petistas, cada qual aos seus estilos, protagonizaram, recentemente, espetáculos próprios do anedotário nacional, à vista da extrema zombaria à inteligência e à capacidade dos brasileiros.
Por ocasião da primeira audiência que foi obrigado a comparecer, mesmo contra a vontade, como réu para prestar esclarecimentos sobre a acusação da tentativa de atrapalhar investigações da Lava-Jato, o petista aproveitou para reclamar da inadmissível condição de vítima e de perseguição, tendo tripudiado das insinuações das suspeitas sobre possíveis favores que teria sido alvo, no dizer dos procuradores, principalmente com relação ao triplex e ao sítio, incluídas as reformas nesses imóveis, e ainda os nababescos repasses a título de palestras para empresas que, em compensação, lhe pediam favores, segundo afirmações da força-tarefa da Lava-Jato.
Noutro ponto, ele refutou a existência de organização criminosa no seu partido, além de ter reclamado de se levantar diariamente com receio de ser preso e de negar qualquer influência na indicação daqueles que saquearam sem piedade as empresas do Estado.
Na sua extrema “modéstia”, ficou o sentimento de que o ex-presidente gostaria que tudo que se fala contra ele fosse simplesmente esquecido, porque não há a mínima possibilidade de ele reconhecer qualquer malfeito que o incrimine, principalmente porque, na opinião dele, as invencionices imputadas como sendo da autoria dele não passam de insinuações originárias da oposição, da imprensa e dos perseguidores que o querem longe do processo sucessório de 2018.
Ainda na audiência, o político se referiu ao massacre que vem sendo submetido e se lançou como verdadeiro “salvador da pátria” contra o que ele chama de governo “ilegítimo”, que vem destruindo o país, esquecendo ele que a situação econômica brasileira já é outra bastante diferente daquela bagunça deixada por sua afilhada política, quando o país se encontrava mergulhado no caos, com inflação altíssima, juros nas alturas, desemprego batendo recorde, forte recessão econômica, falta de investimentos, descrédito dos investidores, inclusive estrangeiros, além de outras mazelas que conduziam o país ao abismo econômico.
No fundo, ele se imagina aquele que tem o dom de ser o todo-poderoso, imaculado e competente, com capacidade para arrebanhar a confiança dos brasileiros que acreditam nas realizações no campo social, não se preocupando com as questões de incompetência na execução dos recursos públicos e muito menos com a sua efetividade e de moralidade, porque pouco importam os fins, mas sim os meios, ou seja, na verdade, a culpa da situação caótica não é totalmente dele, mas sim de quem infelizmente ainda tem a ingenuidade de acreditar piamente nas mentiras que se propagam em profusão.
Já a petista demonstrou que aprendeu muito com seu padrinho político, ao se se dirigir ao primeiro mundo, como se tivesse falando para os bestas dos brasileiros, tendo dito à plateia europeia, entre tantas diatribes, que os maus resultados da economia foram culpados por seu afastamento, que o chamou de “golpe”, omitindo o real motivo do impeachment, que foi o seu enquadramento no crime de responsabilidade, que é resultado da prática de abuso do orçamento, quando se gasta mais do que foi arrecadado e isso gera rombo nas contas públicas, a exemplo da famosa contabilidade criativa, representadas pelas estapafúrdias pedaladas fiscais.
No tortuoso raciocínio desenvolvido na ocasião, a petista teve a insensatez de indagar à plateia, sem corar a cara, o seguinte: “você acha que alguém investe em um país em que parte da oposição pede o impeachment da presidente? Eles construíram algo irresponsável, a insegurança do Brasil. Hoje a economia se deteriora”.
Não é certo que a “economia se deteriora”, quando todo mundo sabe que os principais indicadores econômicos estão dando, agora, sinais de vitalidade e de recuperação, notadamente porque a economia não se derrete como no governo dela, de vez que, hoje, a inflação caiu pela metade, os juros estão em escala descendente e em rumo da civilidade, o emprego parou de cair e agora está crescendo, a recessão se retrai e, enfim, os bons ventos sopram de forma benfazeja, na proa da economia, bem diferente da situação deixada por ela, conforme mostram os fatos.
Sabe-se que a quase totalidade do Congresso Nacional e não somente “parte da oposição”, com o apoio da maioria dos brasileiros insatisfeitos com a gestão deletéria dela, a afastou do Palácio do Planalto, por caracterização do crime de responsabilidade, diante das graves crises de indiscutível má administrativa do país.
A petista conseguiu deletar da sua memória a deterioração da economia no seu governo, tendo se esquecido rapidinho dos números que devastavam o PIB, os empregos de milhões de trabalhadores, os repiques da inflação, o descontrole nas contas públicas, a destruição das empresas, o caos, em resumo, em razão das desastradas e inconsequentes medidas adotadas por ela, que contribuíam para empurrar o país em direção ao fundo do poço.
Como fez com muita maestria por ocasião da campanha da reeleição, a petista não aprendeu a lição e continua falseando os fatos, evidentemente com a finalidade de tirar proveito e mostrar situação diferente da realidade, para se passar por vítima e perseguida por parte daqueles que não comungam com a sua cartilha da incompetência e da insensibilidade sobre as precariedades e as mazelas que imperavam no seu governo, em boa hora reconhecidos pelo Congresso Nacional, que teve o respaldo retumbante do Supremo Tribunal Federal, ao negar todos os recursos interpostos por ela, prova da legitimidade do processo de impeachment dela.
Exatamente para os suíços, que cultuam rígidos princípios de moralidade, a petista escondeu que o partido dela cobrava percentagem de propina dos contratos celebrados pela Petrobras, conforme informações constantes de delações premiadas, e disse, para assombro do mundo, verbis: “duvido que vão continuar chamando o PT de corrupto daqui para frente!”, quando os fatos sinalizam para a caracterização de partido que se beneficiou do dinheiro sujo desviado da Petrobras, à vista das investigações produzidas pela Lava-Jato.  
Não se sabe ainda com base em que ela teria feito tamanha insensatez, conquanto nada foi provado em contrário das informações colididas das delações premiadas e das investigações, que forneceram fartos e substanciosos elementos comprovando o mar enlameado pelas irregularidades com relação aos recursos repassados aos partidos que se beneficiaram das propinas, inclusive o dela.
Ultimamente, não tendo argumentos para justificar seus desastrados atos político-administrativos, a ex-presidente difama do país, da democracia e das instituições como demonstração de verdadeira atitude de desprezo aos princípios democrático e de civilidade, por certo na tentativa de cunho populista de encobrir e distorcer a realidade dos fatos, com vistas a se aproveitar da situação, que, por enquanto, ainda se encontra bastante desfavorável para os propósitos e interesses dela.
A verdade que é o maior político da história contemporânea brasileira e sua pupila não teriam chegado onde chegaram se não fosse o apoio maciço dos bestas e ingênuos brasileiros, que acreditaram piamente nas mentiras com a face do autêntico populismo mais escrachado possível, como forma de angariar a confiança do povo, fazendo-o a acreditar que tudo que não vem de seu partido é contra os interesses sociais, porque somente ele tem capacidade para executar as políticas que agradam o povão, que, aliás, já passou do momento de se conscientizar que tudo que se faz para o povo tem a marca do dinheiro público, proveniente dos contribuintes, sem qualquer vinculação partidária.
O país foi contaminado, por muito tempo, pelas mentiras que se tornaram verdade, na versão do petismo, e o povo menos informado, na sua ingenuidade, acreditou nelas como se elas fossem verdade, à mercê da falta dos autênticos homens públicos que se dignassem, como é do seu dever público, a esclarecer à população o verdadeiro sentido das reiteradas mentiras protagonizadas por quem efetivamente se beneficiaria delas, como forma de alcançar seus objetivos políticos, em detrimento dos sentimentos da verdade, ética, moralidade, dignidade e de tudo o mais que representasse princípios e condutas condizentes com o verdadeiro caráter de retidão e de honestidade, que não envolvesse artifícios arquitetados com a finalidade da obtenção de vantagens pessoais e partidárias.
Enfim, encaminha-se para o desmascaramento daqueles que transformaram o país em um complexo de mentiras e de artificialismo próprios para a implantação do sistema socialista, onde prevalece o totalitarismo das patranhas e do usufruto das vantagens propiciadas pelo Estado somente por parte da classe dominante, sendo que a população sem instrução, desinformada ou sem conhecimento sobre o verdadeiro sentido do populismo, que não passa de viés eleitoreiro, com vistas à plena dominação das classes política e social e à conquista do poder e à perenidade nele.
Convém que os bons e conscientizados homens públicos sejam capazes de liderar campanhas nacionais, no sentido de esclarecer, por meio de seus partidos e por cota própria, a população menos informada e pouco esclarecida sobre o verdadeiro sentido nefasto das mentiras protagonizadas pelos péssimos políticos, que as professam com a exclusiva finalidade de se beneficiar da ingenuidade dos brasileiros, de modo que possam ser desmascaradas as farsas das indústrias das reiteradas e poderosas mentiras, de cunho político-eleitoreiro que somente causam prejuízos aos salutares princípios republicano e democrático. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 29 de março de 2017

terça-feira, 28 de março de 2017

Encontra da Turma 162/EEAer

A briosa Turma 162 (Tarjeta Verde) da Escola de Especialistas da Aeronáutica promoveu, nos dias 24 e 25 do fluente mês, mais um empolgante e sensacional de seus encontros anuais, na acolhedora cidade litorânea de São Sebastião (SP), onde estiveram presentes abnegados e sempre queridos irmãos de antiga jornada de bancos escolares.
No primeiro dia do evento, dando cumprimento, com fidelidade franciscana, à sua programação, houve o passeio de escuna, em “city tour” à famosíssima e charmosa Ilhabela, mais especificamente, em primeiro momento, à praia da Fome, que apenas foi vista a distância, devido à impossibilidade de desembarque da turma, em razão da perigosa agitação das águas, sendo aconselhável, por segurança náutica, que a escuna retornasse para ancorar na bem próxima e não menos linda praia do Curral, que também é conhecida pela praia dos Sinos, porque suas enormes e impressionantes pedras, quando tocadas, emitem som característico do sino.
Ali houve desembarque tranquilo e com total segurança.
O referido local se destaca e impressiona pela riquíssima paisagem, que eflui ares de mansidão e aconchego, proporcionados pelas belezas naturais, ensejadoras de demorada contemplação, à vista da magnífica paisagem nativa da região, da mais pura exuberância da flora litorânea, a evidenciar a enorme contribuição que a natureza se dispõe a retribuir ao homem, em termos de conforto e lazer, quando ela é bem tratada e conservada, como é o caso, por se perceber o estrito dever de se cuidar da natureza, havendo estreita reciprocidade de benefícios entre ambos, para que essa harmonia perfeita resulte sempre na construção de mais e melhor bem-estar para a vida humana.
Depois disso, ainda na Ilhabela, foi chegado o tão ansiado momento para se conhecer a aprazível culinária desse encantador paraíso terrestre, onde, no seu centro turístico, existem dezenas de restaurantes de primeira linha, inclusive do menu internacional, ficando a escolha dos cardápios maravilhosos não em razão do gosto de cada um, mas do poder de seu bolso, para a melhor escolha do prato que se encaixaria no seu perfil gastronômico.
No segundo dia, houve a visita às lindas e maravilhosas praias de Guaeca, Santiago e Maresias, obviamente todas do litoral paulista, bem próximo de São Sebastião.
A praia de Guaeco tem algo de primitivo, por ser muito pouco visitada por banhistas e dá impressão de que o homem ainda não a tivesse descoberto, ante a originalidade de tudo que se encontra ali, onde se vislumbra um “mundão” de areias brancas, banhadas por águas límpidas e emolduradas pela mata virgem da Serra do Mar, sob o cenário de beleza deslumbrante, à vista do conjunto perfeito a demonstrar que a região ainda se encontra muito bastante preservada, bem distante da ganância enlouquecida e devastadora do poder econômico, que vem devorando as belezas naturais do país, com irresistível e incontrolável agressividade destruidora.
Já a praia de Santiago, mesmo com intensa frequência de visitantes, mantém-se absolutamente preservada da insensibilidade do bicho homem, onde as belezas naturais merecem permanentes e especiais cuidados de vigilância e conservação, por fazerem parte do conjunto majestoso da mata original da região, que enriquece a exuberância da praia e oferece visão extraordinária de pedreiras girantes, dando início à flora centenária de inigualáveis densidade e desenvoltura, à vista de seus agigantados tamanho e compactação.
Complementando esse lindo e harmonioso quadro da natureza, pintado com singularidade e invulgar beleza, existe no local magnífica fonte (bica de água), que desce da Serra do Mar, de água potável quase gelada, derramando com abundante volume por um cano, vinda com a força de uma ducha poderosa, sensacional e aprazível, deixando a impressão de que não pode haver algo similar tão maravilhoso e extasiante, resultante do impacto da água pura, refrescante e relaxante no corpo.
A praia de Maresias é encantadora e já se tornou famosa por sediar, nas suas águas agitadas, o badalado campeão mundial de surfe, o destemido garoto Gabriel Medina, glória do esporte nacional e símbolo de uma geração de surfistas e atletas das águas bravias.
Conforme o programa do evento, nesse mesmo dia, o almoço aconteceu em Maresias, ficando liberado para cada participante, que, na sua maioria, optou pelo charmoso cardápio composto por peixe da região, tendo liderado a preferência dos bons comensais.
O ponto alto do encontro foi coroado com o tão aguardado jantar de confraternização, tanto pelo menu combinado como pela apresentação do célebre e requisitado conjunto musical composto pelos queridíssimos maestro Alvimar, vocalistas e violinistas Wilson Andrade - que faz as vezes de passarinho - e Matta, formando o trio que foi capaz de interpretar harmoniosas músicas dos velhos e idos bons tempos de fantásticos musicais, aliás, de fazer inveja àqueles garotos de Liverpool, que só conseguiram revolucionar e transformar de ponta-cabeça o mundo da música, nos anos sessenta.
O conjunto estava tão animado e empolgante que conseguiu varar a noite tocando e despertar nos presentes a sensação da volta aos saudosos tempos dos Beatles, tendo provocado o entusiasmo adormecido das pessoas, que se entregaram aos embalos vividos nos bons tempos da época de aluno.
O trio musical é digno de encômios e agradecimentos por parte dos participantes, diante do esforço individual desprendido para nos brindar com espetáculo simplesmente sensacional e memorável.
Por oportuno, convém que se ressalte e agradeça a importante participação do Sr. Carlos, proprietário do restaurante, que, além de nos oferecer comida de excelente qualidade, contribuiu, com bastante cortesia e entusiasmo, para abrilhantar o jantar com a interpretação de belíssimas canções, ajudando a incendiar – no bom sentido – a noite tão aprazível.
No intervalo da apresentação musical, o anfitrião do encontro, Dr. Pazinatto, dirigiu palavras de agradecimentos pela presença dos amigos e de satisfação, por ter conseguido concluir com absoluto sucesso o evento em tela, na sua acolhedora e simpática cidade de São Sebastião, que nos proporcionou momentos agradabilíssimos.     
Em seguida à citada fala, eu tive a honra de agradecê-lo e homenageá-lo, com o oferecimento do meu vigésimo quarto livro, que mereceu o seguinte texto, na primeira folha:
“Em homenagem e agradecimento ao seu hercúleo trabalho para organizar, com extrema eficiência, o encontro da Turma 162 aqui na sua casa, em São Sebastião, é com muita honra que lhe ofereço o meu vigésimo quarto livro, que acabo de publicar.”.
Dando sequência, como forma de homenagear os integrantes da Tuma 162, eu tive a satisfação  de ler a crônica que fiz, em 11/12/2014, por ocasião das comemorações dos 40 anos de formatura da referida turma, nessa data, que consta do meu décimo terceiro livro, onde foram enaltecidos os feitos heroicos da mais unida, entusiástica e festeira turma que já passou pela Escola de Especialistas da Aeronáutica, motivo de orgulho de seus integrantes e do sucesso alcançado nos imprescindíveis encontros que são promovidos anualmente, justamente para reacender e realimentar os sentimentos de irmandade e confraternização.
O jantar propriamente, precedido de canapés, foi composto por cardápio do agrado de todos, pelo oferecimento de carne, frango, peixe, arroz, massa, saladas, verduras etc. e sobremesa, dignos de comensais exigentes e conhecedores da culinária brasileira, compatível com a confraternização comemorativa de boas amizades de velhos tempos, que são renovadas por ocasião de eventos dessa magnitude.
Em todos os aspectos, os resultados das atividades evidenciaram, com indiscutível clareza, que essa forma de congraçamento entre amigos tem o condão de acentuar o verdadeiro sentimento de que não existe maneira mais expressiva de manifestação e de valor humanos de se demonstrar a afabilidade e a integração entre pessoas colocadas em nossas vidas que a reunião delas, como vem sendo feita na prática, com total êxito, na forma como mostrada no encontro em apreço.
É sem dúvida forma possível de potencialização dos sentimentos de amizade que existem em cada um de nós, principalmente diante da constatação de que nossos corações recebem impulso valioso de satisfação e alegria, pelo regozijo de puder rever velhos e importantes amigos e de cumprimentá-los afetuosamente, até mesmo com beijo de respeito fraterno, queridos companheiros de luta e de combate, dentro de bem apertada trincheira que se defendia, com muita bravura, o futuro glorioso nosso e de nossa família.
Não se pode olvidar a evidência de que, na despedida, por ocasião do término das atividades, há forte, terrível e penosa denúncia do vazio no nosso coração, que se aprofunda com o apertar das mãos, na hora da partida dos amigos para a retomada de seus afazeres costumeiros, simplesmente por anunciar que a festa acabou, mas resta o alvissareiro consolo pela certeza de que novos encontros não vão demorar a acontecer e as vidas dos velhinhos especialistas, sarados e incansáveis, se renovam em um passe de mágica e ganham novos ânimos, sempre na esperança de satisfazer esse precioso e primitivo sentimento de se cultuar e preservar boas, importantes e verdadeiras amizades.
O balanço final do encontro, entre ganhos e perdas, resulta, à unanimidade, que todos saíram de alma lavada, satisfeitos, felizes e realizados, por terem participado de atividades turísticas e gastronômicas, prazerosas, belíssimas, inesquecíveis e de primeira qualidade, com a sua realização sempre observada a pontualidade inglesa, em terras tupiniquins.
Por questão de justiça e reconhecimento, louve-se o gigantesco trabalho desenvolvido pelo organizador e responsável pelo encontro, na pessoa de fina educação e sensibilidade do Dr. Renato Pazinatto, que demonstrou dinamismo e eficiência na execução do empreendimento, tendo contado com o magnífico apoio da sua simpática e atenciosa consorte, Drª Mirian, que esbanjou elegância, dedicação e voluntariedade - quando procurada ou não por participantes.
Aos queridos irmãos Pazinatto e Mirian, em nome dos participantes do encontro em referência, fica aqui o registro do mais sincero sentimento de agradecimento, pelo esforço empreendido para a realização de tão exitoso evento, reconhecido como de excelência, ante o pleno atendimento do sucesso ansiado por cada participante, que reconhece, ao final, o real significado do empenho para a realização de empreendimento de tamanha expressão.       
ANTONIO ADALMIR FERNANDES - Al 73/161

Brasília, em 28 de março de 2017

quarta-feira, 22 de março de 2017

Imperdoável omissão

A realidade sobre o descaminho tomado pelas estradas do país continental é de incontestável desconcerto, que é mostrada com fidelidade pelos maus caminhos esburacados, enlameados e completamente desprezados à absoluta precariedade, que têm contribuído para o maior entrave ao escoamento da produção agrícola.
Além da carência e do sucateamento das rodovias necessárias ao transporte desses produtos, a malha rodoviária padece da má conservação e do eterno descaso por parte dos governos federal e estaduais, que são cobrados permanente e insistentemente pelos setores produtivos.
O que se percebe é que pouco ou nada importa para as autoridades públicas a existência de supersafra de produtos agrícolas, que precisa ser transportada para os centros de distribuição e consumo, mas são infrutíferos os esforços do campo, porque eles não são correspondidos à altura da sua importância para o país, justamente pela falta boas estradas, que seriam o mínimo da compensação pelo esforço do agronegócio.
Causa perplexidade que os recordes de produção estão sucedendo ano a ano, como agora, com a perspectiva de colheita aproximada de 220 milhões de toneladas de grãos na temporada 2016-2017, mas parte dessa auspiciosa supersafra corre o risco de ser jogada no ralo da incompetência, principalmente do governo federal, que é responsável pela construção e manutenção da maioria das estradas por onde passa a produção.
          Há o reconhecimento de que as estradas existentes além de serem absolutamente insuficientes para o transporte dos produtos agrícolas, a sua conservação também é inexistente ou a sua conservação é inexistente ou em condições precárias, demonstrando o enorme desprezo do governo para área que exige prioridade e cuidados especiais.
          O caos nas estradas vem de longa data e tem como causa a insensibilidade do governo federal, que não investe na ampliação delas nem promove a indispensável manutenção nas existentes, que se desgastam com o tempo e praticamente ficam intransitáveis, causando os maiores prejuízos ao país, aos produtores e aos caminhoneiros, neste caso, com os precoces desgastes dos veículos, diante das precárias e inaceitáveis condições de uso das estradas.
Todo ano, por causa das chuvas, a BR-163, que é uma das principais estradas federais e a mais importante ligação entre a zona produtora de grãos de Mato Grosso e os portos do Norte do país, se torna gigantesco terror da região, por causa da intransitabilidade de trecho problemático, infestado de atoleiros perigosos e destruidores dos caminhões.
As dificuldades para o transporte da produção agrícola são antigas e se renovam sempre por ocasião das safras, exatamente quando mais se precisa de boas estradas para o escoamento dos grãos.
É sabido que a eficiência na distribuição dos produtos agrícolas contribui de forma significativa não somente para barateá-los, mas sobretudo para estimular maiores safras, em razão do apoio proporcionado pelos órgãos governamentais incumbidos de fomentar a melhoria das condições ideais do transporte delas.
Não há a menor dúvida de que a eficiência do agronegócio depende do bom desempenho de seus componentes, em especial o oferecimento de boa infraestrutura, aí incluídos os meios de transportes e de distribuição dos produtos, de modo que seus preços possam encontrar competitividade, inclusive no exterior, considerando que o Brasil é um dos maiores países exportadores mundiais.
Não obstante, os permanentes insucessos verificados nas atividades rurais são penalizados pela incompetência dos governos federal e estaduais, pelo desprezo e pela omissão demonstrados pela inexistência de estradas em condições para facilitar a comercialização dos produtos agrícolas.
Não bastassem os maus-tratos enfrentados nos extensos trajetos em estradas esburacadas, enlameadas, mal sinalizadas e com graves defeitos de toda ordem, os transportadores de produtos agrícolas, notadamente para exportação, são obrigados a encarar dias a fio em filas na espera para descarregá-los nos portos, sempre sobrecarregados com centenas de caminhões perfilados em quilométricas filas, que causam enormes desgastes e prejuízos aos envolvidos nesse lastimável processo.
A deficiente logística é responsável por expressivas perdas e ainda contribui para aumentar os custos dos produtos, que certamente seriam bem mais atrativos se o processo inerente ao seu transporte não fosse tão precário e prejudicial ao sistema do agronegócio.
Nem precisa de esforços para se perceber que é caótico o cenário representado pelas gritantes precariedades nos transportes das safras de grãos, conforme evidenciam os fatos, que mostram a incompatibilidade do sistema rodoviário com as grandezas econômicas do Brasil e os enormes reflexos negativos e prejudicais ao escoamento da produção agrícola, justamente por causa da indiscutível incompetência dos órgãos governamentais incumbidos da execução das políticas públicas de transportes,
Urge que o governo se conscientize sobre a sua injustificável irresponsabilidade por permitir que o Brasil seja submetido a esse estrondoso vexame de não possuir estradas em condições de levar a produção agrícola aos centros de distribuição e consumo e por se omitir quanto à urgência e priorização da adoção das medidas capazes de sanear em definitivo os problemas inerentes às condições de tráfego das estradas brasileiras, em especial aquelas que estão relacionadas ao transporte de grãos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 22 de março de 2017

Sugestões estapafúrdias

Um ministro do Supremo Tribunal Federal, em duro discurso contra a divulgação de conteúdos sigilosos, voltou a defender a anulação pela Justiça de materiais e depoimentos que foram vazados de inquéritos, tendo criticado, em especial, o vazamento por parte de autoridades públicas, a exemplo da Procuradoria Geral da República, um dos integrantes da força-tarefa da Operação Lava-Jato.
O ministro disse que “A divulgação de informações sob segredo de Justiça parece ser a regra e não exceção. Não há nenhuma dúvida de que aqui está narrado um crime. A Procuradoria não está acima da lei. E é grande a nossa responsabilidade, sob pena de transformarmos este tribunal num fantoche. Um fantoche da Procuradoria da República. É preciso tratar o Supremo, Doutora Ella (representante da PGR no julgamento), com mais respeito”.
Ele foi enfático, ao dizer, em tom bastante crítico, que “Eu mesmo me manifestei publicamente sobre este lamentável fenômeno em mais de uma oportunidade. Cheguei a propor no final do ano passado o descarte de material vazado, uma espécie de contaminação de provas colhidas licitamente, mas divulgadas ilicitamente. E acho que nós deveríamos considerar este aspecto”.
O ministro aproveitou o ensejo para criticar o uso de “offs coletivos” – quando informações são passadas, sob a condição de anonimato, a um grupo de repórteres que se comprometem a manter protegida a fonte da informação -, tendo dito que “É importante destacar a fonte da denúncia. A imprensa parece acomodada com este acordo de traslado de informações. Pouca relevância dá ao fato inescapável de que, quando praticado por funcionário público, vazamento é crime. Os procuradores certamente não desconhecem”.
Outro ministro do Supremo endossou as severas críticas de seu par, ressaltando que “Realmente, temos que refletir sobre isso, eminente relator. Temos o cuidado, nas diligências, em determinar, sob pena de nulidade, que o sigilo seja respeitado”.
Até possa, um ou outro caso, ficar sob segredo de Justiça, mas não há a menor justificativa para praticamente se tornar sigiloso todo assunto que não possa ser divulgado, em se tratando que normalmente o crime de que se trata é contra a sociedade e ela precisa conhecer os fatos mediante os quais foi agredida, ou seja, salvo pequenas exceções, tudo na Justiça precisa ser transparente, posta às claras, porque não faz sentido que o criminoso tenha preservado seu histórico de maldades e a verdade, nesses casos, precisa ser ostensiva, em conformidade com a Lei da Informação no serviço público, que obriga a transparência dos atos da administração.
Certamente que uma criancinha, ainda sem cérebro formado, ou mesmo pessoa sem qualquer experiência no mundo jurídico vão entender perfeitamente que essa ideia mirabolante e absurda vinda da relevância do conhecimento e da responsabilidade de defender os princípios insculpidos na Carta Magna, de se anular as provas de crime somente porque houve vazamento de informação não condiz com os princípios da racionalidade e do bom sendo, por não haver o mínimo de consistência jurídica nisso e somente tem o condão de beneficiar o infrator, que tudo faria para que as provas contra seu crime sejam indevidamente divulgadas.
Possivelmente nem mesmo nas cabeças dos ideólogos das piores republiquetas, onde os magistrados de lá, incumbidos de defender a consistência do ordenamento jurídico do país, seriam incapazes de defender questão tão polêmica quanto estapafúrdia como essa, que teria o condão tão somente de beneficiar o criminoso, comprovadamente, por causa de outro crime que não diz respeito à delinquência de que se trata, diante, inclusive, da possibilidade de ter sido praticado justamente com a deliberada intenção de anular as provas.
É razoável, isto sim, que aquele que tenha participado da ilegal quebra do sigilo seja devido e exemplarmente punido, porque ele agiu e contribuiu conscientemente, mesmo conhecedor da ilegalidade, para a divulgação de informações sob a guarda da Justiça e isso merece ser apurado, para o fim de identificar o nome do culpado, que precisa responder por seu crime, que não tem qualquer vinculação com os ilícitos objeto dos fatos tornados públicos, cujos autores também devem responder por eles, na forma da lei, independentemente da sua ilegal divulgação, porque isso apenas se refere ao aspecto burocrático da questão, sem qualquer reflexo nos assuntos infracionais propriamente, com autoria e identificação dos culpados.
É absolutamente incompreensível que jurista de renome e da autoridade de ministro do Supremo Tribunal Federal não perceba que a delicadeza do momento brasileiro, diante de tantas irregularidades, roubalheiras, corrupções, criminalidades potencializadas, que exigem medidas inteligentes e capazes de contribuir para a aplicação de duras penalidades, com vistas à tão ansiada moralização do país, não combina senão com sugestões que tenham como finalidade exatamente o combate à alarmante criminalidade.
A forma absolutamente inconveniente da destemperada crítica do ministro do Supremo aos procuradores, sem ter apresentado prova sobre a autoria dos questionados vazamentos, constitui quebra de decoro ínsita de integrante da mais alta Corte de Justiça do país, em razão de incitação à continuidade da impunidade e à esculhambação no sistema jurídico do país, que, ao contrário, precisa de sugestões que possam contribuir para a firmeza e a consolidação de medidas de combate à delinquência.  
Pensamento em direção contrária disso certamente não tem o respaldo da sociedade, que anseia exatamente com a adoção de medidas no sentido de mostrar, de vez, que o país precisa urgentemente de limpeza e de expurgo de tudo que é ruim e foi e é capaz de destruir a dignidade dos brasileiros e que esse divisor de águas, passando a se cuidar da criação de bons pensamentos e boas ideias, parta exatamente dos brasileiros que têm responsabilidade cívica e amor à pátria, que se encontra maltratada e patinando no lamaçal das irregularidades graças às ideias e sugestões contrárias às assepsias indispensáveis à moralização do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 22 de março de 2017

terça-feira, 21 de março de 2017

O fiel retrato da degeneração

O governo da Venezuela mandou prender quatro padeiros pelo “absurdo” crime de terem produzido brownies, croissants e outros doces catalogados como “ilegais” na República Bolivariana, cujo procedimento exorbita a mais nova lei regulatória daquele país, aprovada para combater o que foi chamada de guerra do pão, com vigência nos últimos dias.
Na verdade, dois funcionários de uma padaria de Caracas, capital do país, foram detidos em razão do uso de farinha “em excesso” para fazer produtos doces, segundo foi informado pela Superintendência de Preços Justos, porque a produção daqueles doces fere a regra estabelecida no país, mediante a qual 90% do trigo devem se destinar ao fabrico de pães populares – o famoso pão de sal -, ao invés de bolos e alimentos mais caros.
Enquanto outros dois padeiros, de um segundo estabelecimento, foram presos por terem usado farinha vencida para fazer brownies. Outra padaria permanecerá sob controle estatal, por 90 dias, por ter violado a referida norma.
A legislação normatizando as atividades das padarias do país objetiva combater o que foi denominado de “guerra” implementada pelo sindicato do setor para criar escassez, tendo ficado estabelecido que “Todos os dias haverá uma inspeção e a padaria que descumprir a legislação vai ser ocupada temporariamente pelo governo”, segundo informou um agente público.
Diante da visível e generalizada escassez de produtos no país, o governo recorre às proibições mais estranhas para regular até a fabricação de pães, passando a proibir ou limitar a produção de outros produtos também importantes para a população, procedimento este que tem como consequência a vedação, mediante rigoroso controle, da livre iniciativa empresarial, que precisa se enquadrar nas regras restritivas do Estado totalitário e absolutista.
As limitações sobre a individualidade e iniciativas pessoais e comerciais são próprias de ultrapassado regime socialista, sustentado pelos totalitarismo e atrasos social e econômico, que chega ao ponto de contribuir para o extremo da falta de tudo e propicia terrível  e profunda escassez de gêneros básicos, resultante, por óbvio, da visível incompetência administrativa do governante, que se torna escravo dos absurdos elencos de controles e de proibições em todos os setores das atividades econômicas e sociais, em horroroso e insuportável estado absolutista de permanente vigilância improdutiva e subdesenvolvimentista, sobrando até mesmo para atividade primária como a de padeiros.
É engraçado que essa loucura de modelo socialista bolivariano já teve enorme simpatia de governos brasileiros, que caminhavam de mãos dadas com o governo daquele país, dando a entender que o Brasil se encaminharia para a implantação de gestão troglodita, nos moldes da operada, de forma desastrada, na Venezuela.
As medidas repressivas e limitantes impostas às pessoas e às atividades empresariais pelo governo da Venezuela somente demonstram que o país se encontra em franco processo de completa exaustão, em todos os sentidos, o que evidencia o total descabimento de sistema revolucionário que destruiu o país e seu povo, conforme mostram os fatos, principalmente pela generalizada escassez de alimentos, remédios e gêneros de primeira necessidade, a par da extrema fragilidade dos processos produtivos, com a economia em frangalhos, onde, pela previsão do FMI, a inflação poderá ultrapassar 1.600% no corrente ano.
À vista desse estado deplorável e caótico, é possível se concluir que teria sido horrorosa a continuidade do governo brasileiro, afastado em muito boa hora, porque, além de ser simpatizante dessa temida e fracassada Revolução Bolivariana, ele apoiava a tragédia venezuelana com maciços financiamentos, ou seja, mediante a remessa de recursos dos brasileiros, por intermédio do BNDES, para a construção de importantes obras naquele país, quiçá a fundo perdido, as quais estão beneficiando os venezuelanos, quando elas poderiam ter sido construídas no Brasil, para exclusivo usufruto dos brasileiros.
O fiel retrato representado pelo caos e pela tragédia socioeconômicos da Venezuela serve de autêntico modelo para que os brasileiros se espelhem e decidam evitar, para o próprio bem, apoio político aos homens públicos simpatizantes e defensores do sistema socialismo/comunista, nos moldes do implantado naquele país, com absoluto e estrondoso insucesso, a par da degeneração dos princípios democráticos e dos direitos humanos, muito bem evidenciados pela completa destruição das estruturas do Estado, exatamente como vem acontecendo ali, cujo totalitarismo serve de mola propulsora para empurrá-lo em rumo ao abismo social e econômico, com graves reflexos contra a população, que está sendo submetida aos rigores da fome, da doença, da miséria, da violência, dos maus-tratos e das demais maldades e desumanidades, como mostram os fatos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 21 de março de 2017O governo da Venezuela mandou prender quatro padeiros pelo “absurdo” crime de terem produzido brownies, croissants e outros doces catalogados como “ilegais” na República Bolivariana, cujo procedimento exorbita a mais nova lei regulatória daquele país, aprovada para combater o que foi chamada de guerra do pão, com vigência nos últimos dias.
Na verdade, dois funcionários de uma padaria de Caracas, capital do país, foram detidos em razão do uso de farinha “em excesso” para fazer produtos doces, segundo foi informado pela Superintendência de Preços Justos, porque a produção daqueles doces fere a regra estabelecida no país, mediante a qual 90% do trigo devem se destinar ao fabrico de pães populares – o famoso pão de sal -, ao invés de bolos e alimentos mais caros.
Enquanto outros dois padeiros, de um segundo estabelecimento, foram presos por terem usado farinha vencida para fazer brownies. Outra padaria permanecerá sob controle estatal, por 90 dias, por ter violado a referida norma.
A legislação normatizando as atividades das padarias do país objetiva combater o que foi denominado de “guerra” implementada pelo sindicato do setor para criar escassez, tendo ficado estabelecido que “Todos os dias haverá uma inspeção e a padaria que descumprir a legislação vai ser ocupada temporariamente pelo governo”, segundo informou um agente público.
Diante da visível e generalizada escassez de produtos no país, o governo recorre às proibições mais estranhas para regular até a fabricação de pães, passando a proibir ou limitar a produção de outros produtos também importantes para a população, procedimento este que tem como consequência a vedação, mediante rigoroso controle, da livre iniciativa empresarial, que precisa se enquadrar nas regras restritivas do Estado totalitário e absolutista.
As limitações sobre a individualidade e iniciativas pessoais e comerciais são próprias de ultrapassado regime socialista, sustentado pelos totalitarismo e atrasos social e econômico, que chega ao ponto de contribuir para o extremo da falta de tudo e propicia terrível  e profunda escassez de gêneros básicos, resultante, por óbvio, da visível incompetência administrativa do governante, que se torna escravo dos absurdos elencos de controles e de proibições em todos os setores das atividades econômicas e sociais, em horroroso e insuportável estado absolutista de permanente vigilância improdutiva e subdesenvolvimentista, sobrando até mesmo para atividade primária como a de padeiros.
É engraçado que essa loucura de modelo socialista bolivariano já teve enorme simpatia de governos brasileiros, que caminhavam de mãos dadas com o governo daquele país, dando a entender que o Brasil se encaminharia para a implantação de gestão troglodita, nos moldes da operada, de forma desastrada, na Venezuela.
As medidas repressivas e limitantes impostas às pessoas e às atividades empresariais pelo governo da Venezuela somente demonstram que o país se encontra em franco processo de completa exaustão, em todos os sentidos, o que evidencia o total descabimento de sistema revolucionário que destruiu o país e seu povo, conforme mostram os fatos, principalmente pela generalizada escassez de alimentos, remédios e gêneros de primeira necessidade, a par da extrema fragilidade dos processos produtivos, com a economia em frangalhos, onde, pela previsão do FMI, a inflação poderá ultrapassar 1.600% no corrente ano.
À vista desse estado deplorável e caótico, é possível se concluir que teria sido horrorosa a continuidade do governo brasileiro, afastado em muito boa hora, porque, além de ser simpatizante dessa temida e fracassada Revolução Bolivariana, ele apoiava a tragédia venezuelana com maciços financiamentos, ou seja, mediante a remessa de recursos dos brasileiros, por intermédio do BNDES, para a construção de importantes obras naquele país, quiçá a fundo perdido, as quais estão beneficiando os venezuelanos, quando elas poderiam ter sido construídas no Brasil, para exclusivo usufruto dos brasileiros.
O fiel retrato representado pelo caos e pela tragédia socioeconômicos da Venezuela serve de autêntico modelo para que os brasileiros se espelhem e decidam evitar, para o próprio bem, apoio político aos homens públicos simpatizantes e defensores do sistema socialismo/comunista, nos moldes do implantado naquele país, com absoluto e estrondoso insucesso, a par da degeneração dos princípios democráticos e dos direitos humanos, muito bem evidenciados pela completa destruição das estruturas do Estado, exatamente como vem acontecendo ali, cujo totalitarismo serve de mola propulsora para empurrá-lo em rumo ao abismo social e econômico, com graves reflexos contra a população, que está sendo submetida aos rigores da fome, da doença, da miséria, da violência, dos maus-tratos e das demais maldades e desumanidades, como mostram os fatos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
          Brasília, em 21 de março de 2017

segunda-feira, 20 de março de 2017

O Brasil volta a decolar?

A revista The Economist põe em destaque, na sua capa, junto com outros países o Brasil sob a forma de balão em ascensão. Os outros balões, que aparecem acima do que representa o Brasil, trazem as bandeiras dos Estados Unidos da América, da União Europeia, da China, do Reino Unido, do Japão e da Índia.
A reportagem de capa ressalta que há muito tempo o crescimento econômico global não ficava tão sincronizado e generalizado e, que “mesmo em lugares afeitos à recessão, o pior já passou. A economia brasileira vem encolhendo por oito trimestres, mas, com expectativas de inflação domadas, as taxas de juros estão caindo. Brasil e Rússia provavelmente vão contribuir, e não subtrair do PIB mundial neste ano”.
A propósito, o presidente brasileiro disse que está começando a se retomar a confiança no país e que “Estamos começando a restabelecer a confiança no país. Vejam, convenhamos, a inflação caiu de 10,7% para no fim do ano 6,29% e hoje está em 5,2%. E a projeção é que ao final do ano estará abaixo de 4%, sendo que o centro da meta é 4,5%; e isso num tempo curtíssimo”.
O presidente vinha falando, nos discursos anteriores, na convergência da média dos preços ao consumidor para próximo do centro da meta, que é de 4,5%.
Nessa linha de otimismo, o governo vem comemorando o resultado da geração de empregos formais em fevereiro, que superou as demissões pela primeira vez, em 22 meses.
Em abril do ano passado, ainda no governo anterior, aquela revista colocou o Cristo Redentor pedindo socorro, em alusão à grave crise econômica que tomava conta do país sem governança e sem perspectivas de estancamento da sangria das precariedades administrativas.
Em novembro de 2009, o Brasil foi objeto de reportagem da The Economist, que ilustrou na sua capa o Cristo Redentor alçando voo com o sugestivo título “O Brasil decola”, com a afirmação de que o país deveria se tornar a quinta maior economia do planeta e que o maior risco para a nação seria a arrogância, talvez do governo.
Quatro anos mais tarda daquela reportagem, a revista voltaria a destacar o país em suas publicações, mas a edição trazia o Cristo Redentor caindo, após voo malsucedido, com destaque para o questionamento: “O Brasil estragou tudo?”, que fazia clara referência à forte estagnação econômica que o país enfrentava durante 2013 e que se estendeu nos anos seguintes.
A nova publicação dá um sopro de esperança, com a volta da economia à retomada do rumo perdido, diante das perspectivas do aquecimento dos fatores de desenvolvimento, principalmente tendo como parâmetros a queda dos juros, o aumento das contratações de emprego e, enfim, o surgimento de novas aberturas para o crescimento da economia.
O certo é que só em já se ter conseguido estancar a escala crescente e desenfreada da decadência econômica, com a volta do emprego e a retomada da produção, vislumbra-se condições positivas para a avaliação mundial sobre o desempenho da economia brasileira, em que pese a indigna resistência à moralização do país, à vista da escandalosa sanha dos aliados ao governo de tentar blindar os políticos corruptos, por meio de mecanismos indecentes de impunidade.
          Causa estranheza que o presidente do país demonstre cumplicidade às tratativas visando à aprovação de medidas contrárias aos processos de apuração das denúncias de práticas de corrupção por políticos e isso indica fragilidade por parte dele com relação ao Congresso, a quem são feitas muitas concessões pelo Palácio do Planalto, notadamente com o loteamento de cargos públicos no governo, inclusive agora que já se cogita sobre a criação de ministério para agradar a bancada mineira, que se encontra naqueles dias de rebeldia.
Ou seja, é dando que se recebe e continua em pleno atividade o vergonhoso, criticado e espúrio sistema de governos do passado, que valorizaram ao extremo o escrachado toma lá, dá cá, que tem o condão de fragilizar e tornar ineficiente o desempenho da administração pública, com a precariedade da prestação dos serviços à sociedade, considerando que os principais órgãos públicos são dirigidos por políticos despreparados e alheios, em termos de competência, às atividades de seus respectivos ministérios.
Não há dúvida de que o país precisa, com urgência, ser passado a limpo, no embalo da visível recuperação da economia, para que suas estruturas passem por completo aperfeiçoamento, de modo que os sistemas administrativos possam funcionar sob a égide da competência, economicidade, moralidade e eficiência, com embargo das mazelas existentes no governo anterior, que tanto contribuíram para o retrocesso do Brasil, à vista das conclusões das agências internacionais de classificação de risco. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 20 de março de 2017