quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

A garantia da vacina

            Em crônica, ressaltei o maravilhoso esforço que vêm fazendo os governos das nações civilizadas e evoluídas, por terem dado início à imunização do seu povo, enquanto, no país tupiniquim, o mandatário fica criticando a validade e a eficiência das vacinas, com base em nada, antes mesmo da manifestação oficial do órgão competente, em cristalina prova da sua total ineficiência no combate à pandemia do novo coronavírus, fato este que somente conspira contra os interesses da população.

O certo é que o povo já não suporta mais tantas opiniões e atos visivelmente na contramão da história, que bem poderia ser escrita de maneira bastante diferente se a mentalidade do comandante estivesse em condições de perceber a enorme gravidade dos prejuízos já causados aos brasileiros por suas omissões e irresponsabilidades, à vista do rastro de bastantes mortes e danos em vidas humanas.

Diante disso, um ilustre e inteligente cidadão de Uiraúna, Paraíba, escreveu importante mensagem, vazada nestes termos: “Querido conterrâneo, eu fico estarrecido com essa pressão para a aplicação atabalhoada dessas vacinas, na realidade nenhuma delas cumpriu até hoje todos os trâmites da metodologia científica, portanto, nenhuma delas é segura para se tomar. Na Inglaterra, por exemplo as pessoas assinaram o termo de responsabilidade, isso porque nenhum dos laboratórios quer assumir o que pode acontecer em termos de efeitos colaterais, resumindo, estão fazendo o ser humano de cobaias. Vejo muito e interesse político e econômico nessa questão. Sou biólogo e não vou tomar essa vacina antes de ver o resultado do que vai acontecer! um abraço ao amigo!”.

Acredito que não seja necessária a assinatura de termo de responsabilidade, no caso de o governo ter verificado, como é do seu dever constitucional e legal de garantir segurança plena e absoluta da vacina, sob pena de ninguém a aceitar, em hipótese alguma, diante de risco à sua saúde, fato este que seria extremamente grave, porque evidenciaria total irresponsabilidade por parte de quem tem competência, repita-se, para garantir qualidade de saúde para os brasileiros.

Data vênia, acredita-se que talvez a razoável pressão pela vacina venha precisamente por parte das pessoas sensatas, que acreditam que as autoridades públicas somente permitiriam a vacinação sob a garantia e a segurança da eficácia dela contra a Covid-19, na certeza de que ela somente produzirá o bem para a população, nos moldes das iniciativas já adotadas pelos países em que os mandatários somente primam pelas saúde e felicidade da sua população.

Na verdade, não faz o menor sentido que a aplicação de vacina venha possibilitar senão somente à preservação e a conservação da vida, sem causar  a menor interferência nela ou se cogitar, por qualquer hipótese, o surgimento de qualquer risco para a saúde do povo, que já pagou preço muito caro com as restrições impostas de toda ordem e não pode, a partir de agora, arcar mais  com a incompetência e a irresponsabilidade por parte de laboratórios e governos, ao se permitirem a imunização sem a menor garantia de exclusiva eficácia contra a Cvid-19.

Penso que já demonstrei, de maneira muito clara, que sou defensor de remédios ou vacinas contra a Covid-19, como único instrumento capaz de contrapô-la, como já estão fazendo muitas nações cujos governantes são conscientes não somente sobre o seu dever como estadista, mas como a imperiosa necessidade de oferecer condições possíveis como forma de preservação da vida.

Nessa mesma linha, os laboratórios produtores da vacina precisam garantir a eficácia do seu produto, tendo a honestidade de especificar também possíveis efeitos colaterais, a se permitir que os órgãos governamentais se pronunciem com responsabilidade sobre a garantia, a conveniência e a imperiosidade da aplicação da vacina, com a chancela de que há segurança e eficácia do produto, sem o menor risco de efeitos colaterais, diante da seriedade que precisa ser imprimida a campanha de imunização.

Ou seja, o que eu penso é que a imunização somente possa ser realizada mediante a garantia da eficácia da vacina e que os imunizados tenham a certeza de não de correr o menor risco de contaminação por outros elementos estranhos e prejudicais à sua vida.

Na verdade, não se trataria de imunização contra a Covid-19, mas sim de atestação da coragem e até mesmo do grau de paciência dos brasileiro, que submeteria ao risco de se imunizar contra determinada doença, na expectativa de puder ser contaminado por outros agentes desconhecidos, mas também da maior gravidade.  

Em tese, até posso concordar com o seu bom senso no sentido de somente haver imunização se houver a devida garantia de que há eficácia da vacina e que não haverá a menor possibilidade do surgimento de efeitos colaterais, neste termos e nestas condições, assim assegurados pelos governo e órgãos governamentais, de modo que ninguém seja obrigado a fazer algo que não condiga com a consciência livre, esclarecida e absolutamente certa de que há somente vantagem na imunização.

Ao contrário disso, o governo incorre em gigantesca atitude de incompetência e irresponsabilidade, ao permitir que a aplicação de medicamento ou vacina possa contribuir para a desgraça e o sofrimento da população.

Isso certamente se traduziria em verdadeiro contrassenso e imperdoável maldade contra os brasileiros, que somente merecem cuidados e tratamentos de primeira qualidade, ante tanto sacrifício pela péssima atenção que vêm tendo das autoridades públicas extremamente insensíveis à gravidade da pandemia do novo coronavírus.

Agora, é grande erro da população ficar pacientemente esperando que o governo resolva imunizar a população, quando o resto do mundo já começou, sob a ingenuidade de argumentos não comprovados ou que em tais circunstâncias houve isso e aquilo, sem nenhuma prova oficial, em total desprezo às indústrias das fakes news.

Enfim, é preciso que os brasileiros, em especial os cidadãos estudados do assunto referente ao sanitarismo e à imunização, se mobilizem no sentido de exigir que o governo somente autorize a aplicação da vacina quando tiver absoluta certeza da sua eficácia e da sua impossibilidade de haver graves efeitos colaterais nas pessoas, de modo que a finalidade dela seja somente para a realização do bem, porque a dissonância disso tem como resposta a permanência do status quo, em que todos que tenham juízo permaneçam no isolamento obsequioso, contando com a proteção divina e a boa vontade do Covid-19, porque ninguém é louco para correr o risco de servir de cobaia para outros vírus ainda desconhecidos.

          Brasília, em 31 de dezembro de 

Feliz Ano-Novo!

 

No último dia do ano, é preciso que cada pessoa se conscientize, em agradecimento a Deus, pela importância da vida e por ter conseguido a superação de muitas dificuldades, perceptíveis ou não, no que se finda, que foram colocadas no seu caminho, tendo a certeza de que sempre vale a pena lutar incansavelmente por ideais em benefício da vida, que é o bem mais valioso da pessoa.

O momento, agora, é de esperança no porvir, com a imaginação voltada para o horizonte construído por cada pessoa, que tem enorme capacidade de idealização e consecução do próprio bem-estar e da plena felicidade, tudo fazendo para aspergir junto a si o dom da emanação da fé nas boas aventuranças e nas graças divinas, do sentimento da bondade, da amizade e do amor, do desejo de que todos os propósitos do homem resultem em seu benefício, como forma de contribuição para a construção do mundo cada vez melhor de se viver em harmonia com os salutares princípios universais.

Com esse pensamento, o mais otimista possível, agradeço a amizade sempre gentil das pessoas, por meio de apoio e solidariedade às ideias, ao tempo em que desejo para elas que o Ano-Novo se inicie com os melhores eflúvios favoráveis à realização de seus projetos e até mesmo de seus sonhos, como forma da materialização da vida em plena felicidade.

É sempre bom se relembrar as coisas boas do passado, como a canção popular que se notabilizou nos velhos tempos, que diz assim:

“Adeus ano velho, feliz Ano-Novo!

Que tudo se realize no ano que vai nascer!

Muito dinheiro no bolso, saúde para dar e vender!”.

Feliz Ano-Novo!   

Brasília, em 31 de dezembro de 2020

Imperdoável?

 

Circula, nas redes sociais, a foto do papa encimada da importante mensagem, in verbis: “O aborto venceu na Argentina. Acabam permitir que bebês sejam mortos sem punição para os assassinos. Enquanto isso, nenhuma palavra do Vaticano. Afinal, vidas não geram lucro como a Amazônia...”.

Diante dessa triste realidade, digo que o papa, na qualidade especial de ser argentino, perde excelente oportunidade para se contrapor a essa degeneração humanitária da legalização do aborto, nas condições mais agressivas possíveis ao ser humano.

O silêncio do papa mostra a sua insensibilidade diante de medida das mais insanas praticadas pelo homem contra a vida absolutamente inocente, que exige, no mínimo, que não somente as entidades que se dizem de defesa dos direitos humanos, mas, em especial, a Igreja Católica dura e contundente reafirmação de manifesto contra medida homicida e criminosa claramente prejudicial à vida humana, que não pode ficar sem o repúdio da principal autoridade mundial que tem obrigação de dizer em bom e alto som que o aborto contraria o princípio da vida defendido por Jesus Cristo.

Sem dúvida alguma, é por essa atitude omissiva do santo padre e muitas outras situações reprováveis por cristãos que o pontífice vem sendo severa e muito apropriadamente criticado, exatamente porque o lídimo representante de Jesus Cristo na Terra tem o dever evangelical de defender os princípios da vida, com a obrigação de condenar fortemente a mais vil forma de mortalidade do ser humano, por meio do aborto, em escala morticida para a qual não há qualquer plausibilidade, em forma de sana justificativa.

O papa precisa se conscientizar de que a sua vinculação com a Argentina é apenas como homem, o que é bem diferente da representatividade litúrgica do sumo pontífice perante a Igreja Católica, em que o seu pensamento como religioso deve e precisa prevalecer sobre qualquer outras ideologias, segundo os princípios e os ensinamentos da evangelização da igreja de Jesus Cristo.

É lamentável que os cristãos precisem lamentar mais essa fabilidade do santo papa, porque a sua autoridade máxima no seio do cristianismo exige que ele se manifeste imediatamente e de maneira veemente e com o máximo de contundência contra atos e atitudes agressivas e contrárias à vida do ser humano.

Simplesmente imperdoável.

Brasília, em 31 de dezembro de 2020

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Desserviço à causa pública

 

Já não é mais novidade que vários países deram início à imunização contra a Covid-19, mas o governo brasileiros sequer consegue adquirir, pasmem, seringas e agulhas, que são materiais essenciais na aplicação das vacinas.

O Ministério da Saúde fracassou na tentativa da compra de seringas e agulhas para a vacinação no Brasil, porquanto, das 331 milhões de unidades que ele pretendia adquirir, somente foi conseguida a oferta para a venda de 7,9 milhões, no pregão eletrônico realizado, quantidade esta que corresponde a apenas cerca de 2,4% do total das unidades necessárias, ou seja, com esse estoque, a campanha de vacinação somente começaria e imediatamente se encerrava, precisamente por completa incompetência administrativa, diante da falta de material, que é algo muito estranho.

Diante desse revés, o Ministério da Saúde precisa promover novo certame, que também ainda não foi definida a data, para a compra de seringas e agulhas, por certo, em regime de urgência, urgentíssima, quando a boa técnica gerencial recomenda prévio planejamento, em especial em se tratando de tempos de pandemia, que possivelmente ainda nem seja do conhecimento das autoridades públicas de que a crise pandêmica envolve a população de mais de 200 milhões de brasileiros e, para tanto, todas as medidas em relação a material de sapa precisam ser cogitadas, questionadas e solucionadas, tudo em caráter emergencial.

          A princípio, há a estimativa da aplicação de 108 milhões de doses de vacinas, somente no primeiro semestre, contra a Covid-19, conquanto são necessárias seringas e agulhas também  para a campanha de imunização contra o sarampo.

Ou seja, o dano que a falta de gerenciamento pode causar à população tem tamanho muito maior do que a própria pandemia, mas tudo isso, infelizmente, pode ser minimizado normalmente pela costumeira e habitual experiência governamental largamente colocada à disposição dos brasileiros, que, embora sendo claramente prejudicados, permanecem silentes e compreensivos diante da insensibilidade pública, repita-se, mesmo no torvelinho de tão grave crise, que não consegue sensibilizar algumas autoridades públicas do país.

O mais grave mesmo é que, segundo a mídia, a Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo) afirma, que desde julho, ou seja, com bastante antecedência, alerta o Ministério da Saúde sobre a necessidade de planejar a compra das vacinas, o que vale dizer que nem com cutucão por parte de fora do governo, foi possível ser despertada a consciência sobre a responsabilidade administrativa de competência pública, ensejando, com isso, a caracterização de flagrante descaso com a gestão da coisa pública, de extrema relevância, por envolver a saúde dos brasileiros.

Enfim, o certo mesmo é que a imunização propriamente dita da população brasileira ainda depende da liberação do produto principal, que o governo entende que se trata de medida sob a incumbência dos laboratórios junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Não obstante, em tempos de pandemia, as autoridades públicas da saúde precisam liderar as medidas necessárias à aprovação e à liberação não somente da vacina, mas de tudo que for necessário para que a população possa ser cuidada o mais precisamente possível, em termos de precisão e segurança, sem necessidade senão à presteza na satisfação do interesse público, que está acima de qualquer vaidade política ou incompetência gerencial, tão em voga em momento absolutamente impróprio.

Urge que os gestores públicos precisem ser responsabilizados por seus atos, em especial nos casos de incompetência, omissão ou irresponsabilidade, como nesse a que se refere à aquisição de seringas e agulhas, em que a sua imprescindibilidade é tão notória que o seu estoque é mais do que a simples continuidade da boa prática administrativa, ao se permitir que a população seja prontamente atendida nas suas necessidades, como a imunização, que precisa acontecer o mais rapidamente possível.

Certamente que a falta desse material poderá implicar na demora para o início da vacinação, cujo fato é da maior gravidade, diante do adiamento da prevenção contra a Covid-19, que tem sido terrivelmente prejudicial à saúde dos brasileiros, pela maneira como eles vêm sendo castigados justamente em razão de omissões absolutamente inaceitáveis, como o suprimento de agulhas e seringas.

No momento em que as autoridades públicas, não importando o seu nível de responsabilidade no contexto governamental, forem obrigadas a prestar contas sobre seus atos que resultem em indiscutível prejuízo para a população, como a demora para a imunização, onde possa haver medida punitiva, a exemplo do afastamento dos cargos e da proibição temporária para o exercício de outros, inclusive com a imposição de sanção pecuniária, tudo a mostrar a seriedade quanto ao compromisso do exercício dos cargos por eles ocupados, somente assim será possível a moralização da administração pública, que precisa atentar para as necessárias competência e eficiência no gerenciamento da coisa pública.

Em termos do princípio da razoabilidade, ao administrador público, em algumas situações, é concebível a prática de eventuais erros de gestão somente nos casos em que eles possam ser justificáveis, mas nunca que a sua incidência possa contribuir para prejudicar o interesse da sociedade, que é a célula principal da pátria e o cargo pública somente faz sentido diante da existência dela, que precisa ser cuidada com o mesmo zelo como ela cuida do abastecimento do erário com os pesados tributos.      

Na verdade, o que se percebe é o jogo de empurra de tudo que deveria ser feito com o maior gosto possível pelo governo, que tem obrigação constitucional e legal de defender o interesse público, ou seja, a população, nas suas necessidades básicas, como a saúde pública, que se encontra jogada às traças, como mostram os fatos e, em especial, neste caso do suprimento de seringas e agulhas, que seria a coisa mais simples para o titular da principal pasta, porque ele é considerado especialista em suprir os almoxarifados do Exército, mas, nesse caso, ele foi truculentamente atropelado pela incompetência gerencial, o que poderá implicar o adiamento do início da vacinação dos brasileiros, fato que é extremamente prejudicial aos seus interesses.

É preciso que os brasileiros se conscientizem sobre a necessidade de repúdio aos atos governamentais que não se coadunem com o combate à pandemia do novo coronavírus, tendo em conta que todos os deslizes protagonizados pelas autoridades públicas estão, de uma forma ou de outra, tendo graves reflexos prejudiciais nos interesses da população e isso precisa ser entendido como desserviço à causa pública.  

Brasília, em 30 de dezembro de 2020

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Inaceitável descaso

 

Enquanto praticamente todos os outros países estão vacinando ou vão começar a imunizar a sua população contra a Covid-19, o presidente do Brasil voltou a minimizar a demora para a liberação e a aquisição de vacinas, por parte do governo.  

No entendimento do presidente brasileiro, à vista de mercado consumidor “enorme” no país, os laboratórios é que deveriam estar interessados nos pedidos de autorização junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e em vender a vacina ao Brasil, deixando antever que ele não qualquer incumbência nem responsabilidade nessa questão da maior relevância para os brasileiros, quando se trata de interesse nacional, relacionado com a saúde pública, visivelmente desprezada pelo governo.

Ele completou seu célebre raciocínio, afirmando que o “Pessoal diz que eu tenho que ir atrás. Quem quer vender (que tem)”.

O presidente fez a seguinte indagação: “O Brasil tem 210 milhões de habitantes, um mercado consumidor de qualquer coisa enorme. Os laboratórios não tinham que estar interessados em vender para a gente? Por que eles não apresentam documentação na Anvisa?”.

Na mesma ocasião, o mandatário brasileiro repetiu a bizarra história de que as bulas de vacinas apontam que a responsabilidade sobre o uso do medicamento e possíveis efeitos colaterais são do consumidor e também que não irá tomar vacina, pois já contraiu covid-19.

O presidente esclareceu que já teria assinado “o cheque de R$ 20 bilhões” para a compra de vacinas, produto esse que já devia ter sido comprado bem antes, caso o governo demonstrasse interesse em cuidar com competência e responsabilidade dos brasileiros, ao invés de ficar falando nada interessante ao caso.

Ele afirmou, sem qualquer sentido lógico e desnecessariamente, que “Tem muita gente de olho nesse dinheiro. Impressionante como uma ou outra pessoa que a gente conhece, não vou dizer o nome aqui, jamais se preocuparia com a vida do próximo. A preocupação é outra. Não vou falar qual que é”.

Como deve ser o único presidente nessas condições, ele repetiu, sem o mínimo de remorso, que só demonstra despreocupado com o início da campanha de vacinação no país, pois o processo depende da Anvisa, deixando claro que, disse ele, “Se eu vou na Anvisa e digo ‘corre aí’, vão falar que estou interferindo”.

O curioso é que o presidente, diante das bizarrices, ainda tem frase de efeito pronta, para justificar seus atos, quando sacou essa: "Certas coisas você não pode fazer correndo, está mexendo com a vida do próximo. A imprensa meteu o cacete em mim. (...)".

O laboratório Pfizer esclareceu que ainda não pediu o registro emergencial na Anvisa porque, segundo eles, o contrato para fornecimento do imunizante com o governo brasileiro ainda não foi fechado.

A Pfizer disse que o governo brasileiro recebeu vários contatos do laboratórios a partir de agosto, mas, segundo ela afirma, nenhum foi respondido, o que demonstra visível falta de interesse sobre a aquisição da vacina produzida por ela.

Somente há cerca de um mês é que o Ministério da Saúde começou a negociar a compra de 70 milhões de doses, quantidade apenas suficiente para vacinar 35 milhões de pessoas, mas ainda não foi fechado o contrato, o que vale dizer que o Brasil vai esperar para ser atendido, uma vez que há outros contratos já em atendimento prioritário.

A Pfizer informou que a previsão de entrega de 8,5 milhões de doses no primeiro semestre, mas apenas cerca de 500 mil em janeiro, e o laboratório já informou que, agora, não tem condições de acelerar a entrega para o Brasil, evidentemente porque os demais países se anteciparam nas negociações e quem chega primeiro tem preferência sobre os retardatários e despreocupados com a saúde da sua população e esse fato é da maior importância para se conhecer o grau de interesse do governo brasileiro de cuidar da saúde pública.

Diante dos fatos, fica muito claro que o governo deixou tudo para ser resolvido no apagar das luzes, quanto todos os países já estão em plenas condições de promover a vacinação contra a Covid-19, que é medida extremamente necessária à proteção dos brasileiros, mas isso não será possível agora porque o presidente entende que quem precisa agir é o laboratório, que está interessado no cheque que ele já até assinou, dando a entender que o dinheiro é muito mais importante do a saúde da população, diante de mentalidade tão diminuta, à vista da enorme gravidade da crise enfrentada para a solução do problema referente à imunização, que já deveria ter sido declarada prioridade número um do governo, desde agosto.

O presidente chega a demonstrar insensibilidade para questão pública da maior importância, ao dizer que não está preocupado com pressão sobre o acesso às vacinas, tendo dito, sem o menor constrangimento, que "não dá bola para isso", ou seja, faz lembrar velho e surrado bordão de programa televisivo de humor, onde um artista sempre concluía a sua fala dizendo: “o povo que exploda”.

Além das negociações com a Pfizer, o Brasil já tem acordo para fornecimento de doses da vacina feita em conjunto entre a AstraZeneca e a Universidade de Oxford, por meio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que estima entregar doses em fevereiro, mas também não há ainda pedido de registro desta vacina junto à Anvisa.

O presidente da República não precisa pedir nada a órgão algum para a agilização de medidas da sua alçada, muito menos à Anvisa, porque a sua obrigação primacial é adotar as medidas administrativas de incumbência do governo, com a devida antecedência e os cuidados exigidos no caso de pandemia, onde tudo deve funcionar em condições de prioridade, repita-se, por envolver preciosas vidas humanas, objeto principal de todo trabalho que ainda não foi capaz de sensibilizar, como deve, a autoridade maior da nação, que apenas vem fazendo de conta que a pandemia não é tão preocupante como alardeado pelas ciência e mídia.

Todo esse imbróglio envolvendo negociações sobre a compra de vacinas tem o condão de evidenciar, com bastante clareza tanto a falta de interesse como a completa incompetência do governo no trato de assunto de natureza emergencial, que já deveria ter sido resolvido desde o mês de agosto, com o que já teria possibilitado o início da vacinação ainda neste ano.

A indiscutível negligência por parte do governo, que agora não se ruboriza por tentar inverter o papel, ao jogar a responsabilidade pelo registro das vacinas para os laboratórios, quando o interesse da vacina é do Brasil, somente será permitida a imunização depois da segunda quinzena de fevereiro, havendo, nesse interregno, enorme prejuízo para a população, onde parte dela já poderia ter recebido a primeira dose e ficar mais tranquila com relação à Covid-19.

Como se trata da aquisição de vacinas para a imunização da população, como parte de política de saúde pública de incumbência do interesse pública, o importante é que tanto o governo como os laboratórios se esforcem, cada qual fazendo igualmente o que for necessário para a obtenção da licença pertinente, posto que o importante é o resultado final, restando nada elegante para exigência presidencial, que somente acena para acentuar o descaso sobre assunto que já deveria ter sido solucionado há muito tempo, independentemente de quem tem a incumbência de ação, quando o alvo diz respeito à saúde pública, que sempre exige prioridade de todos, no caso, o governo, a sociedade e as empresas.

No caso específico da pandemia, senhor presidente, todas as coisas precisam sim ser feitas correndo, à vista do envolvimento de vidas humanas, cujos atos de lerdeza, como nesse da aquisição de vacinas, têm reflexo prejudicial às pessoas, onde há situações irreversíveis que poderiam ter sido evitáveis se as autoridades públicas tivessem o devido zelo com a coisa pública, em especial nos casos que são de extrema prioridade, como a imunização da população.

O senhor presidente da República precisa entender, de vez por todas, que o interesse na vacina é exclusivamente dos brasileiros, que precisam ser imunizados e não dos laboratórios, que têm a função apenas de fornecedor do produto para quem demonstrar interesse em adquirir e cuidar da população que a deve representar com dignidade, zelo e amor, por envolver a proteção de vidas humanas.

Cada vez mais o governo acentua as suas omissão e incompetência na gestão das negociações da aquisição de vacinas, que já deveria ter sido adquiridas há bastante tempo, mas a predominante despreocupação demonstrada a todo instante pelo presidente do país não permite que assunto emergencial e da maior importância, como a saúde dos brasileiros, mereça o tratamento adequado, cuidadoso e zeloso, segundo os saudáveis princípios da administração pública, que não permitem negligência como a que vem sendo praticada na aquisição de vacinas contra a Covid-19, em claro detrimento dos interesses da população.

Brasília, em 29 de dezembro de 2020

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Mudar é preciso?

 

Em crônica, eu analisei e critiquei, com veemência, a indigência de vontade política e de competência administrativa do governo para tratar de assunto da maior complexidade e responsabilidade, como no caso da vacina contra a Covid-19, por envolver vidas humanas, que acontece precisamente no momento errado e em circunstâncias inapropriadas, cuja consequência é a gravidade da saúde pública dos brasileiros, que foi relegada à vala do brutal descaso.

Diante disso, um conterrâneo demonstrou sua indignação sobre a omissão do governo, tendo escrito o seguinte comentário: “Para ser sincero, foi a primeira vez na minha vida, que eu vi um governo ser contrário ao Programa de Vacinação, nem mesmo o Collor que até então era considerado o pior governo dá na nossa República, é inadmissível o que o Presidente está fazendo com o povo brasileiro, um descaso total.”.

Em resposta à mensagem de repúdio, eu disse que seu comentário, prezado amigo, tem total pertinência, exatamente pela evidência de insensibilidade para assunto da maior gravidade, por ter por alvo justamente a vida humana, que exige o máximo de prioridade e o emprego de todos os recursos e empenhos para a otimização dos melhores resultados possíveis.

Em pleno século XXI, quando o homem já conseguiu desbravar quase tudo, em termos de conhecimentos científico e tecnológico, parecia impossível existir governante com mentalidade tão apequenada e problemática, em termos de competência administrativa, sensibilidade para a gravidade sobre questões cruciais, como no caso da pandemia, e amor ao ser humano, conjunto esse de fatores que dá a exata dimensão do quanto o Brasil ainda precisa se desenvolver, e muito, para alcançar as nações evoluídas, no que se refere, em especial, ao tratamento das questões e dos problemas sociais.

 Convém se chamar a atenção para que qualquer mudança do status quo depende exclusivamente da vontade do povo, para a escolha de seus representantes políticos, cuja ideologia seja, entre outros requisitos, a competência, a eficiência, o equilíbrio e a sensibilidade humana, além de que eles devam ser tolerantes e compreensíveis quanto à realidade sobre os fatos da vida.

O certo é que a experiência com o atual mandatário ficou mais do que provado e comprovado que realmente o povo tem o governo que merece, exatamente porque ele foi escolhido pela maioria de votos que tem prevalência no sistema político democrático.

Por certo, esse não é o governante que o Brasil merece, diante da sua grandeza de nação que não pode mais ficar à mercê de homens públicos com mentalidades retrógradas e bastante distanciadas da modernidade, que exige o arejamento de ideias e de atitudes condizentes com a evolução da humanidade.

Brasília, em 28 de dezembro de 2020

A pressão é da ciência

Vários países do mundo, inclusive da América Latina, já iniciaram ou estão iniciando ainda este ano a vacinação contra a Covid-19, mas, no Brasil, infelizmente, ainda não há data para o começo da imunização.

Não obstante, o presidente da República demonstrou, dias atrás, que não se sente incomodado diante do fato de as campanhas internacionais já terem sido anunciadas sem que haja prazos aqui no Brasil, tendo declarado, pasmem, que “Ninguém me pressiona para nada”, garantiu, enquanto circulou por Brasília, sem usar máscara.

Ele foi bastante enfático, ao afirmar que “Entre mim e a vacina tem uma tal de Anvisa, que eu respeito e não estão querendo respeitar”, fazendo alusão à Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Na ocasião, o presidente também lembrou a assinatura, recente, de Medida Provisória que liberará, no ano que vem, o valor de R$ 20 bilhões para aquisição e distribuição do imunizante, entre outros usos.

O presidente voltou a salientar que os laboratórios não querem se responsabilizar por reações adversas que possam vir a ocorrer com as vacinas, tendo alegado que “Não pode aplicar qualquer coisa no povo. Eles não se responsabilizam por qualquer efeito colateral (da vacina)”.

Na sua crítica, o presidente afirmou que a falta de respaldo, pelo que soube, “é válida para todas as empresas que estão comercializando o imunizante.”.

O curioso é que as indevidas e precipitadas avaliações feitas sobre a vacinação ocorreram enquanto o chefe do Executivo esteve em vários estabelecimentos comerciais de Brasília, por cerca de duas horas, sempre acompanhado por seguranças e novamente sem usar máscara de proteção contra o coronavírus.

O presidente, com suas avaliações intempestivas e indevidas, vem tentando minimizar a urgência de imunizar a população e sempre se mostrou arredio ao uso da vacina Coronavc, que tem origem na China e que está sendo negociada pelo governo do Estado de São Paulo, para ser produzida no Instituto Butantan.

          Nesse caso, há visível jogo de forças, envolvendo interesse políticos, quando se trata de assunto que diz respeito à ciência, entre o presidente do país e o governador paulista, em torno do imunizante.

Não obstante, o governo federal voltou a considerar o uso da vacina que será produzida junto com o país asiático, quando o ministro da Saúde estimou que a imunização contra a Covid-19 começará, no país, somente em “meados de fevereiro”.

O Palácio do Planalto entregou o plano de vacinação do governo ao Supremo Tribunal Federal, ainda sem previsão de datas.

O presidente brasileiro precisa ter humildade para se conscientizar de que a gravidade da situação emergencial da pandemia não se confunde com nada parecido com pressão, senão da própria ciência, que diz claramente para os estadistas com o mínimo de responsabilidade pública e amor ao ser humano que o quanto antes de aplicar a vacina mais gente pode se salvar, diante da resistência à Covid-19.

Ou seja, não se trata, em absoluto, de qualquer forma de pressão, mas sim de priorização de políticas públicas necessárias à proteção da população, com o máximo de urgência para o salvamento de preciosas vidas, na forma como estão fazendo os líderes mundiais conscientes do seu dever de estadista extremamente responsáveis, que sabem o quanto é importante cuidar bem da vida humana, os quais estão se empenhando ao máximo no sentido da facilitação e antecipação da vacina, enquanto o presidente brasileiro fica dando opinião completamente estranha à sua competência institucional.    

O presidente não deveria ficar acusando falta de responsabilidade dos laboratórios, sem antes ter o pronunciamento da Anvisa, que é o órgão competente para dizer se o remédio é seguro ou não e, conforme o seu veredicto, a população tem absoluta segurança para ser vacinada, sob a certeza de que, se houver efeitos colaterais, estes devem ficam bastante explícito nas bulas e recomendações próprias dos fabricantes.

Não é de bom tom que o presidente se antecipe, por que de forma precipitada, para informar que a vacina não pode ser aplicada como se fosse qualquer coisa.

Essa maneira de se dirigir à nação demonstra desprepara por parte de quem precisa ter a maior cautela possível em tudo o que fala e diz para os brasileiros, porque ele precisa saber que a sua opinião tem peso muito grande perante a opinião pública, embora, em termos de pandemia, até agora ele tem sido precioso poço de inutilidade, porque a sua contribuição vem sendo sempre no sentido contrário às orientações oficiais, como se ele fosse o único certo nesse assunto, em se tratando de tema referente à saúde pública da maior responsabilidade, sem que ele tenha se preocupado para esse detalhe tão importante.     

Em síntese, o presidente precisa saber que nenhum laboratório cometeria tamanha insanidade de fabricar vacinas se elas não estivessem devidamente testadas o suficiente para a suficiência da finalidade para a qual ela foi criada, não só em razão da defesa da sua credibilidade como instituição medicamentosa, mas, em especial, pela segurança e preservação da integridade da vida humana, no sentido de que não valeria a pena tratar da imunização contra a Covid-19 sem os devidos cuidados com as questões de efeitos colaterais, que poderiam desencadear outras monstruosidades no seio da humanidade e isso seria simplesmente o fim do mundo, diante da falta de conscientização por parte das instituições que têm o dever de garantir a certeza quanto à qualidade dos produtos destinados exclusivamente à salvação de vidas e não trazer maiores problemas para a humanidade.

O governo brasileiro está tão defasado quanto à imunização, sem a menor perspectiva de quando dará o seu início, quando demonstrado a sua completa incompetência administrativa, que ainda se encontra negociando a compra do produto e ainda sem preparo de nada.

Enquanto isso, ao contrário do Brasil, os países da União Europeia e muitas nações conscientes da sua responsabilidade pública já começaram a campanha de vacinação contra a Covid-19, justamente tendo por principal preocupação a preservação de vidas humanas, consideradas prioritárias fora daqui.

Vejam-se o grau de competência e responsabilidade dos líderes dos países da Europa que, mesmo tendo alguns dos sistemas de saúde mais bem equipados do mundo, resolveram, diante da importância e do gigantismo da campanha de vacinação, convocar médicos aposentados para dar as injeções.

E mais, os líderes de governos europeus disseram que a vacina é a melhor chance de os países voltarem a ter vida normal em 2021, mas tamanha compreensão de sabedoria passa ao largo da administração brasileira, que sempre encontra injustificáveis argumentos justamente para o afastamento da realidade da história, como a absurda dificuldade para a aceitação das vacinas.    

Ao afirmar que “ninguém me pressiona para nada”, afastando qualquer sugestão ou ajuda, fica a possibilidade da ilação de que o presidente do país está acima de tudo e de todos e ele não está obrigado a seguir nada que venha abaixo da sua autoridade, como mandatário máximo da nação.

Isso dá margem para se intuir ainda que nem adiante sugerir medidas administrativas para contribuir para o combate à Covid-19, porque o governo autoritário, discricionário o antidemocrático não vai ceder em nada, porque ele tem certeza absoluta de que atua no limite da sua competência que entende que vem fazendo a gestão certa, a de não precisar ouvir ninguém e muito menos prestar contas sobre os seus atos, justamente o que faz todo governo tirânico, que acha normal dar as costas para o povo que o elegeu.

Enfim, o que se percebe, sem o menor esforço, é que, enquanto tudo de maravilhoso acontece com os governos das nações civilizadas e evoluídas, no país tupiniquim, o mandatário fica criticando a validade e a eficiência das vacinas, com base em nada, antes mesmo da manifestação oficial do órgão competente, em cristalina prova da sua total ineficiência no combate à pandemia do novo coronavírus e ainda conspirando contra os interesses da população, que já não suporta mais tantas opiniões e atos visivelmente na contramão da história da humanidade, que bem poderia ser escrita de maneira bastante diferente se a mentalidade do comandante estivesse em condições de perceber a enorme gravidade dos prejuízos já causados aos brasileiros por suas omissões e irresponsabilidades, à vista do rastro de bastantes mortes e danos em vidas humanas.

         Brasília, em 28 de dezembro de 2020 

domingo, 27 de dezembro de 2020

À falta do extraordinário?

 

Em crônica, eu disse que, realmente, o ano de 2020 foi extremamente lastimável, mas não pode, em hipótese alguma, ser considerado o pior de todos, salvo para quem foi acometido por esse vírus quase sempre letal e não resistiu ao seu poderoso impacto somente comparável ao que aconteceu nas terríveis guerras mundiais, que tiveram outras conotações próprias da crueldade humana.

Agora, a humanidade vive momento de expectativa quanto à esperança de que as vacinas tragam no seu bojo o poder milagroso da proteção contra a Covid-19, de modo que a vida humana volte à normalidade anterior à tragédia que abalou e impactou às atividades essenciais à sobrevivência do homem, que precisa urgentemente ser recompensado com as belezas da liberdade em todos os sentidos.

A sempre distinta conterrânea e elegante nos seus comentários, prezada senhora Bernadete Gonçalves escreveu a seguinte mensagem: “Parabéns pelo belo texto tenho orgulho de tê-lo como conterrâneo. Com certeza amigo, esse foi um ano muito triste, quem não foi atingido direta ou indiretamente com esse vírus da covid 19!! Pais de luto, filhos de luto, parentes intubados, vizinhos contaminados... a dor, sofrimento e angústia, tomaram conta das mentes e corações, desemprego aumentou, a fome chegou, a solidão e depressão também. Mas confiando em Deus temos a esperança de um ano de 2021 melhor com todos vacinados e curados desse vírus. (...)”.

Em resposta à ponderada mensagem, eu digo que a sua explanação, prezada amiga Bernadete Gonçalves representa síntese muito clara do que pode ter sido o ano 2020, que precisa ser abandonado, o mais rapidamente e sem nenhuma saudade, salvo sobre quanto aos gigantescos atos explícitos de maldade e crueldade contra a humanidade, que precisam ser muito bem aprendidos como lição negativa, para que muitas atrocidades contra as pessoas possam ser doravante evitadas.

Isso parece ser preciso, principalmente no sentido de que os incompetentes possam se conscientizar sobre o tamanho das suas omissões e irresponsabilidades inerentes aos seus atos de desmazelo com relação aos cuidados que deveriam ter tido, no exato cumprimento das suas obrigações constitucional e legal, mas, ao contrário, eles permitiram que a sua vaidade falasse mais alto do que o interesse da sociedade, cujo terrível resultado salta impunemente aos olhos, com a quantidade estarrecedora e inadmissível de milhares de mortes e infectados pela Covid-19.

 Para a tristeza maior, esses tristes acontecimentos ainda recebem aplausos de milhões de brasileiros que dão guarida a atos de pura insanidade praticados por quem precisa aprender o mínimo do dever de estadista cônscio das suas funções constitucional e legal perante os seus representados, tendo a obrigação primacial de cuidar deles em melhores condições do que em relação a si próprio.

Urge que os brasileiros se conscientizem sobre a sua real importância de ser povo que mantém a República com a arrecadação de seus tributos e, por isso mesmo, tem o direito de ser comandado por pessoa, no mínimo, com competência, equilíbrio, humildade, serenidade, responsabilidade e, acima de tudo, amor ao ser humano, para que possa sentir na própria pele o tanto de dor e sofrimento que as pessoas que já perderam entes queridos.

Esse fato exige que alguém com incumbência de comandar o país estivesse dia e noite à frente de tudo que fosse necessário para combater, com total empenho e dedicação, com toda as forças e em todos os francos os efeitos desse terrível vírus letal e assustador.

É extremamente doloroso o acompanhamento das medidas que já foram adotadas pelo governo e das outras que estão em curso, para apenas se perceber que nada, absolutamente nada, de extraordinário se contabiliza como tenha sido feito pelo governo para combater a desgraça da Covid-19, salvo as medidas extremamente corriqueiras e apenas necessárias, quando elas já foram adotadas além-fronteiras brasileiras.

Citem-se, como excelente exemplo a vacinação, que é forma inteligente de prevenção contra o vírus, em que vários países já iniciaram a imunização, enquanto a incompetência brasileira, ainda se encontra emaranhado nas teias da complicada burocracia governamental, sem planos nem efetividade de coisa alguma, deixando expostas as completas e costumeiras omissões e irresponsabilidades, a se permitirem graves prejuízos para os brasileiros, em termos de perdas de vida.

Sabe-se que, quanto mais tempo se demora para a imunização da população, muito mais risco de exposição se tem a favor do vírus e isso pode implicar mais legalidade, que deveria sim ser imputada a quem dá causa a esse drástico dano à vida humana, ou seja, enquanto a sociedade não se mobilizar para responsabilizar os maus administradores, aqueles que demoram em cumprir o seu dever constitucional, os estragos continuam a acontecer normalmente, e a irresponsabilidade se expande, na certeza da impunidade e ainda se achando que seus atos são os melhores que realmente deveriam ter sido adotados.

Há a clara certeza de que nem titular à altura do ministério existe para cuidar da saúde pública, como constitucionalmente deveria, uma vez que ele é ocupado por especialista em suprimento de víveres do Exército, quando à sua frente deveria estar, em razão da gravidade da pandemia, especialista gabaritado em conhecimento da saúde dos brasileiros, em evidente demonstração de competência, consciência sobre a gravidade da situação, importância sobre o ser humano e principalmente responsabilidade administrativa, que todo estadista precisa saber como o seu intrínseco dever maior de comandar os interesses da nação com a grandeza do Brasil.

Acredita-se que essas poucas palavras apenas expõem a veemente indignação de muitos brasileiros que sentem, com muita tristeza no coração, que a perda de muitas vidas bem que poderia ter sido evitada, se realmente a saúde pública da população estivesse sendo cuidada com as devidas competência e responsabilidade.

 Ante a evidência dos fatos, há a absoluta certeza de que convém que sejam realizadas medidas extraordinariamente além do necessário, em combate à pandemia do novo coronavírus, como demonstração do quanto a vida humana precisa ser valorizada e certamente isso ainda precisa ser mostrado, com o devido vigor, para os brasileiros.

Brasília, em 27 de dezembro de 2020

sábado, 26 de dezembro de 2020

O pior ano de todos?

 

A revista americana Time descreve o ano de 2020 como o "O pior ano de todos".

Em edição colocada às bancas, dias atrás, a publicação reconhece que a humanidade já enfrentou outros momentos de muitas dificuldades na história, a exemplo das duas guerras mundiais, mas entende que a maior parte da população é muito nova e não viveu essas difíceis tragédias do passado, nem nada parecido com a pandemia do coronavírus.

No texto, que foi elaborado por escritora e crítica de cinema, consta que "Meu trabalho como crítica de cinema é olhar os filmes e descobrir suas conexões com o mundo e com nossas vidas. Se 2020 fosse um filme distópico, você provavelmente desligaria depois de 20 minutos".

A escritora afirma ainda que “a sensação de impotência foi a ameaça mais debilitante deste ano e critica a postura do presidente americano Donald Trump na condução da crise do coronavírus.”.

Ela disse que, "Desde o fascismo nos anos 1930, não enfrentávamos tantos acontecimentos anormais que foram distorcidos de forma tão flagrante por liderança que é como uma aberração. Enfrentamos o indizível apenas para sermos enganosamente assegurados de que não era nada demais".

Com todo o respeito, em especial, à revista Time, por prestígio mundial, em termos importantes reportagens, mas é até compreensível que o ano de 2020 poderia ser considerado, no máximo, um dos piores para a humanidade, diante dos males causados pela terrível pandemia do novo coronavírus, que já matou e continua mantando milhares de pessoas em todo o mundo, o que não deixa de ser situação extremamente traumática, por se tratar de verdadeira tragédia incontrolável contra a humanidade.

Além dessa desgraça, a humanidade foi totalmente privada da liberdade, sendo obrigada ao dificílimo isolamento social, que contribuiu para atravancar o progresso socioeconômico, em todo planeta, além de outras imposições, em forma de prevenção.

Em síntese, o Covid-19 foi capaz de travar os planos da humanidade e adiar muitos projetos que há de ser realizados com o passar desse furacão que se tornou impossível de ser tanto administrável como contornável, diante da sua imponderabilidade.

É preciso se reconhecer sim que a pandemia bateu muito forte sobre a humanidade, mas, à luz do bom senso e da razoabilidade, não tem tanto cabimento se dizer que a população atual é nova e não viu nem passou os horrores das guerras, para se afirmar que este ano foi o pior de todos, como se fosse preciso se viver e sentir na pele para se saber que as terríveis maldades das guerras podem ser superadas, porque análise nesse sentido não faz o menor sentido, em termos meramente comparativos sobre fatos e situações completamente diferentes.

Há nesse análise um tanto de ingenuidade, quando se sabe que a truculência e a crueldade das guerras são inevitáveis, incontornáveis ou inadministráveis, por parte de pessoas e governos, cujo resultado delas é a destruição total, sem a menor possibilidade de salvação dos envolvidos, enquanto a pandemia do coronavírus pode haver sábias e humanas medidas preventivas e gerenciáveis racionalmente, mesmo com aceitável e norma sacrifício, que possibilitam resultados satisfatoriamente em benefício da humanidade, embora sob privações necessárias à prevenção da vida e controle de hábitos próprios das pessoas, mas tais imposições são bem diferentes dos regimes advindos compulsoriamente das guerra, em que não há a menor chance de sobrevivência, salvo em alguns casos, mas mesmo sob incessante estado de precariedade de segurança da vida.

É bem provável que a matéria completa tenha abordado situações outras, com mais abrangência, falando não somente da tristeza das mortes, mas das crises decorrentes, em especial com relação à econômica, que resultou em desemprego e das manifestações naturais contra as medidas de isolamento social, objeto do desagrado das pessoas, à vista da natural perda de liberdade de ir e vir, caso em que também se verifica nas guerras, cujas prioridades são voltadas pra a produção de armas e produtos bélicos.

É evidente que, comparativamente aos anos modernos, o fadigado ano 2020 foi disparado o pior de todos, que merece qualquer título com o sinete de tragicidade, notadamente não falando somente para as pessoas que se foram, em razão do contágio com a Covid-19, mas para as consideradas de idade e aquelas possuidores de comorbidade, que foram castigadas pelo desagradável isolamento obsequioso.

Sem dúvidas, este ano de 2020 foi extremamente trágico, pela infelicidade da produção de muitas mortes e pelos graves problemas causados à economia, que saiu dos trilhos em todo mundo, propiciado enormes dificuldades para a humanidade, que foi obrigada a paralisar e adiar compulsoriamente seus planos de vida.

Agora, fora de dúvidas, quem viveu na Europa, nos anos de 1914 a 1918 e 1939 a 1945, gostaria muito conhecer o paraíso existente no ano 2020, porque tem-se a escolha de viver, apenas sob o maravilhoso sacrifício do isolamento social e outras orientações apenas protetivas, mas nada comparável às “bombinhas” surpreendentes e incessantes lançadas sobre o telhado das casas e as cabeças da população, para a atanazar terrivelmente as suas tranquilidade e paz.

Enfim, o pior ano da vida é aquele onde as pessoas não têm qualquer perspectiva de vida, o que nada disso aconteceu para as pessoas que puderam contar com a possibilidade de se cuidar e contornar os perigos causados pela Covid-19, fato este que mostra que realmente o ano de 2020 foi extremamente lastimável, mas não pode, em hipótese alguma, ser considerado o pior de todos, salvo para quem foi acometido por esse vírus quase sempre letal e não resistiu ao seu poderoso impacto somente comparável ao que aconteceu nas terríveis guerras mundiais, que tiveram outras conotações próprias da crueldade humana.

Agora, a humanidade vive momento de expectativa quanto à esperança de que as vacinas tragam no seu bojo o poder milagroso da proteção contra a Covid-19, de modo que a vida humana volte à normalidade anterior à tragédia que abalou e impactou às atividades essenciais à sobrevivência do homem, que precisa urgentemente ser recompensado com as belezas da liberdade em todos os sentidos.

Brasília, em 26 de dezembro de 2020

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Feliz Natal!

 

Como se trata de importante festa da cristandade, o Natal é tradicionalmente o encontro maravilhoso das famílias e dos amigos e isso vem se consolidando ao logo da história cristã.

Depois da sua institucionalização, trata-se da época do ano muito especial, que se comemora com a magia igual como existisse a especial presença do Menino Jesus entre nós, para Ele nos mostrar o seu amor aos cristãos, sendo natural a intensificação dos sentimentos humanos, em termos de fraternidade, paz e amor, à qual ninguém consegue ficar indiferente a esse elevado momento de bons eflúvios, muito benéfico para as relações entre as pessoas, cujas relações são estreitadas em nome desse ser maravilhoso Jesus Cristo.

É evidente que há pessoas que adoram o Natal, justamente aquelas que estão de bem com a vida, em situação tranquila e equilibrada, enquanto outras nem tanto, que até desejam que o tempo se encarregue de mudar a sua vida para algo bem melhor, exatamente no ritmo dos bons fluidos das comemorações natalinas.

É bem possível que o Natal deste ano seja diferente para muitas famílias, diante da ausência de entes queridos, que tenham sido, infelizmente, atingidos pelo terrível mal do século e vão fazer muita falta nas costumeiras comemorações de fim de ano, mas são precisos aceitação e compreensão, diante das circunstâncias, que nem sempre são inevitáveis.

O Natal deste ano deve ser especialmente vivido com o mesmo sentimento de amor ao Menino filho de Deus, que vem, mais uma vez, para se juntar a nós, para fazermos a festa do Seu renascimento nos nossos corações, que se alegram com esse gesto  simbólico de fortalecimento espiritual de amor e fraternidade entre as pessoas.

É preciso que haja aceitação da comunidade cristã para este momento de dificuldade, de modo que esta passagem  especial se converta em pensamentos positivos, na esperança de que os drásticos efeitos da pandemia sejam rapidamente diluídos no curto tempo, com a sua total eliminação, como forma de propiciar o conforto à vida plena, cheia de tranquilidade e paz.

Por certo que o Natal deste ano também terá o reflexo das dificuldades econômicas, propiciadas pela grave crise da pandemia, que contribuiu para a redução da produção e, por via de consequência, o desemprego, aumentando em muito o temor pela volta das atividades normais, que são essenciais à vida.

Tudo isso precisa ser contemporizado no sentido de se elevar nossos pensamentos ao poder do Menino do amor de Deus, para que Ele permita que os cientistas passam oferecer, o quanto antes, o remédio, que possa ser em forma de vacina, capaz de eliminar toda dificuldade colocada no caminho do homem, vindo, por certo, para atrapalhar deus fantásticos planos de vida.

Como a inteligência nos ensina que o Natal é festa de comemoração do nascimento de Jesus Cristo, sempre prestigiada para presentear não o dono do evento, mas sim as pessoas queridas e os amigos também, síria interessante que os festejos deste ano tivessem lugar para o alargamento da nossa compreensão, no sentido de se arranjar mais espaço nos corações das pessoas para a criação de cantinhos destinados ao armazenamento de afetos, sensibilidade, amor, respeito, tolerância, compreensão e muitos outros atributos saudáveis, para possibilitar o oferecimento deles em todos os momentos e situações da vida, em continuada prática do somente haver lugar para o bem, a bondade e o amor entre os homens, porque estes são realmente presentes valiosos dos cristãos, que têm o poder de aproximação eles.

Desejo que o Menino Jesus, neste Natal, deixe de presente para cada um de seus filhos a certeza do rápido esquecimento de 2020 e a esperança do restabelecimento das atividades normais de viver.

Esse é o melhor presente que encontrei para pedir a Jesus Cristo, neste Natal, na certeza de que Ele há de atendê-lo, para a felicidade da humanidade. 

Aproveito o ensejo para almejar que as luzes advindas do Natal iluminem a vida das pessoas, com poderes mágicos para a transformação da energia divina em forma de saúde, amor, harmonia, bondade, progresso, felicidade e tudo de maravilhoso que propicie o bem-estar para a humanidade.  

Desejo a todos que se sintam felizes nas festas do Natal, aproveitando para enviar-lhes abraço virtual como o meu carinhoso e afetuoso presente natalino.

Feliz Natal!

Brasília, em 25 de dezembro de 2020

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

O carinho de Albertoni Martins

 

Diante do texto referente ao anúncio sobre a conclusão do meu 49°, o estimado amigo Albertoni Martins me dirigiu emocionante mensagem alusiva ao fato, dizendo exatamente o seguinte: “Bravos! Bravos! Mano véio Adalmir a sua dedicação literária e sua sabedoria e talento para escrever crônicas o faz merecedor de aplausos e colocar seu nome no quadro, sem medo de errar, dos grandes cronistas deste país. Um belo exemplo para seus conterrâneos de Uiraúna, mas também o povo nordestino em geral e chegando a nível nacional. Parabéns!”.

Em resposta à cativante mensagem, eu disse ao irmão Albertoni Martins que  afirmação nessa qualidade da sua, feita exatamente por pessoa do seu quilate intelectual, deixa-me extremamente envaidecido, por entender, em especial, que você aprecia realmente os meus textos, tanto que, com coragem me qualificou como grande cronista brasileiro.

Esse fato é capaz de honrar-me bastante, conquanto eu me considero apenas esforçado e dedicado cronista contemporâneo, diante da marca já alcançada por mim de quase 4.500 crônicas já escritas e publicadas no meu blog, na sua maioria tratando de fatos da maior seriedade e importância para o interesse da sociedade e do Brasil.

Certamente que eu entendo ser, sem falsa modéstia, grande cronista precisamente pela quantidade de textos, não pela qualidade literária, porque acredito que pouca gente consegue escrever uma crônica todo santo dia, como eu tenho feito, quando não escrevo mais de uma, porque a minha voracidade para escrever é apenas incontrolável e compulsiva.

É preciso estar dentro de mim para sentir o prazer, o orgulho, o sentimento de brasilidade, enfim, o amor que sinto por meu semelhante quando escrevo uma crônica da enorme grandeza (evidentemente sob a minha ótica), em termos humanitários, que escrevi hoje, com o título "É dever do estadista" (já postada nesta coluna), porque ela sintetiza, com muita clareza e objetividade, o meu extremo sentimento de indignação, que não seria diferente de qualquer pessoa comum, que deve sentir no coração diante da brutalidade e da insensibilidade do homem público.

Há homem público que se deixa dominar, caprichosamente, pelo egoísmo, pela vaidade, pela ignorância, pelo intrínseco sentimento de visível desumanidade, quando adota procedimentos autoritários e contrários às orientações científicas, como no caso do uso de máscara, que poderia contribuir para o bem-estar dos brasileiros (Peço perdão pelo veemente desabafo, mas confesso que estou emocionado e indignado, diante da indiferença e da insensibilidade dos homens poderosos, que somente pensam neles).

Enfim, meu caro Albertoni, a minha felicidade é grande em receber seus aplausos, dizendo que o sentimento que me move é o de pedir a Deus que lhe conceda muita e mais sabedoria para me avaliar com o seu coração magnânimo, para me fazer emocionar e pôr no papel esse sentimento de verdade que todos os brasileiros honrados e justos precisam dizer em bom e alto som, para mostrar às autoridades do país que a razão da existência do Brasil é exatamente o seu povo, que tem o direito de ser cuidado, tratado e zelado com muito carinho, como ser importante e precioso, inclusive neste momento da maior gravidade da saúde pública, que foi desprezada e relegada a segundo plano, em termos de políticas públicas, justamente por força da insensibilidade e da desumanidade, colocadas a serviço de interesses políticos.

Mil desculpas. 

Muito obrigado pelo carinho, querido irmão Albertoni Martins.

Brasília, em 24 de dezembro de 2020

É dever do estadista

Um especialista da Escola de Engenharia da Universidade de Edimburgo, capital da Escócia, disse que as máscaras faciais reduzem em até 99,9%, ou seja, praticamente 100%, o risco de espalhar as gotículas capazes de transmitir a Covid-19, ao falar ou tossir, de acordo com uma nova experiência de laboratório realizada com manequins e humanos.

Os pesquisadores declararam, na data de ontem, que uma pessoa a dois metros de outra que tosse sem máscara será exposta a 10.000 vezes mais gotas desse tipo do que se estivesse usando uma máscara, cujo relato dos estudos foi publicado na revista Royal Society Open Science.

O principal autor do estudo, que é especialista em dinâmica de fluidos aplicados na Escola de Engenharia da Universidade de Edimburgo, afirmou que “Não há dúvida de que as máscaras podem reduzir consideravelmente a dispersão de gotículas potencialmente carregadas de vírus”.

Essa notícia é de suma importância para que seja divulgada entre os brasileiros, porque ela deriva de experiência feita por cientistas que estão interessados em proteger a saúde das pessoas, no sentido de apelar para a necessidade do intransigente uso das máscaras, como maneira simples e sem nenhum empecilho ou incômodo.

Enquanto há pessoas que se preocupam com a vida do seu semelhante, a principal autoridade brasileira, sem o menor sentimento de sensatez ou responsabilidade públicas, ao contrário, tudo faz para as pessoas não se preocuparem com esse pedacinho de pano que tem importância capital na preservação da vida humana, pela garantia de se evitar a contaminação do Covid-19, que é feita pelo ar respirado.

Ontem mesmo, o presidente do país participou de aglomeração com o povo e colocou criancinha no colo, todos sem usar máscaras, em clara demonstração de que, se depender dele, ninguém precisa usar mais a máscara, cuja atitude somente evidencia o extremo da insensibilidade e da irresponsabilidade, à vista da imperiosa necessidade de proteção da sociedade.

Se o Brasil fosse um país com o mínimo de seriedade, em termos de responsabilidade cívica, o presidente da República precisaria ser severamente admoestado pelas autoridades incumbidas da execução das políticas de saúde pública, considerando que ele, como a principal autoridade do país, tem o dever de dar bons exemplos e ser o principal defensor do uso de máscara e de fiel cumpridor de todas as orientações pertinentes ao combate da pandemia, que tantos malefícios já causou aos brasileiros.

Nesse caso imperioso de alerta sobre as cautelas de distanciamento dos perigos de infecção pela Covid-19, a exemplo do uso da máscara, pouco importa que o presidente tenha entendimento diferente, porque ele sabe o que pode acontecer consigo, mas ele não tem o direito de se eximir da responsabilidade perante a sociedade, na qualidade de lídimo representante do povo, no preciso sentido de que ele foi eleito justamente para atuar sempre em defesa do interesse público e essa forma de proteção pode servir para se evitar muitas contaminações, com consequente vidas salvas e protegidas.

É impressionante como a pessoa que se investe em cargo público da maior relevância não consiga atinar para sentimentos tão simples, que o seu egoísmo e a sua prepotência podem efetivamente contribuir como péssimo exemplo, quando muitas pessoas tendem a interpretar o fato de o presidente do país, que é tão poderoso e influente, não precisar usar máscara, então  por que as demais pessoas são obrigadas a usá-las?

É deplorável que o Brasil, mesmo diante dos avanços e das modernidades obtidos com os esforços da humanidade, ainda seja governado por pessoa que prefere ignorar, sabe-se lá por quais motivos, comezinhas regras de civilidade, que poderiam contribuir para se evitar muitas perdas de vidas humanas.

O mais grave disso é que essas terríveis teimosias, omissões e irresponsabilidades não têm o poder de gerar, no presidente, o mínimo sentimento de culpa nem de desumanidade, porque são exatamente esses atributos, entre outros, que se inserem nas pessoas que têm o dever de praticar o bem, mas decidem, deliberadamente, ou seja, conscientemente, seguir a orientação contrária, em detrimento do bem-estar da sociedade.  

Urge que o presidente da República se conscientize de que, como pessoa física, cidadão, ele usufrui de plenas liberdades para decidir normalmente da maneira que lhe aprouver, em termos de conveniência, porém, como homem público, investido em cargo público, com a responsabilidade de estadista, ele tem o dever constitucional e moral de se curvar aos ditames da cartilha que se harmoniza com o dever de Estado, em estritos zelo e defesa do interesse público, procurando ser o mais fiel possível no sentido de honrar a representatividade do cargo de mandatário do país, para fazer exatamente as práticas corretas e saudáveis, de modo a mostrar à população os bons exemplos de cidadania, como nesse caso específico do uso da máscara, em que ele, mesmo não gostando, tem o dever de usá-la, por ser prática recomendada por cientistas, ante a sua importância para se evitar contato com a Covid-19, que se traduz em beneficio para os brasileiros.         

          Brasília, em 24 de dezembro de 2020