quarta-feira, 26 de março de 2025

A tristeza de conterrâneo


Diante de texto da minha lavra, em que eu enalteci o meu especial amor ao casarão do sítio Canadá, o ilustre conterrâneo Antônio Jorge escreveu a mensagem a seguir.

“Casarão imponente, resiste às intempéries do tempo, está situado em uma área nobre do sítio Canadá, lugar onde nasci e me criei. Hoje está sensivelmente modificado pelo tempo, não tem mais o engenho funcionando, não tem mais a olaria fábrica de telha nas coxas, não tem mais o canavial a perder de vista, nem o mangueiral, nem as goiabeiras, nem os araçazeiros, nem as carnaubeiras, nem os cajueiros, nem os bananais, nem os coqueirais, nem a bagaceira cheia de gente alegre e nem o cheiro da garapa cozinhando preste a se transformar em mel e rapadura... O açude símbolo maior, está agonizando na sua própria lama alta, pedindo socorro aos responsáveis pela degradação ambiental... Uma tristeza só.”.

A propósito da lembrança, em especial, sobre a existência de deliciosas frutas, recordo-me também da existência de pinhas, graviolas, limões, jacas, pitombas e condessas, formando o conjunto maravilhoso de saborosas e nutritivas frutas de época, que era produzidos com abundância e generosamente pelas dádivas celestiais.   

Pois bem, caro conterrâneo Antônio Jorge, eu tive a satisfação de usufruir, na sua plenitude, das belezas enumeradas por você, além outras belezas naturais, que realmente fizeram parte do conjunto das maravilhas que respaldavam o meu conceito que mais se aproximava do paraíso terrestre, como verdadeira dádiva da generosidade divina de dispor as delícias de frutas e outras tantas riquezas que jorravam ali, como verdadeiro mel da terra, na sua virginal fertilidade, em oferecer frutos extremamente deliciosos.   

É verdade que, na minha época do Canadá, tudo isso o que você disse existia com bastante fartura e esplendor da mãe natureza, em plena e tranquila conservação, como algo comparável à existência do Éden, mas, lamentavelmente, deixou de existir para a nossa enorme tristeza.

Sim, é com muita tristeza que fico sabendo que as belezas de outrora  não existem mais, certamente em harmonização com a própria evolução da humanidade, que até pode justificar pelo enxergar em substituição por outros prazeres, em forma de novos atrativos jamais incomparáveis pelas belezas naturais de outrora.

Infelizmente, tudo faz parte da evolução da humanidade, que a própria natureza cuidar de experimentar, quer queira ou não, fazendo com que tudo realmente se transforme, no caso, tristemente, para bastante pior, certamente em prejuízo em forma da diminuição da qualidade de vida do homem.

            Brasília, em 24 de março de 2025 

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