De acordo com vídeo que circula nas redes sociais, uma senadora disse
que a sua decisão sobre apoiar ou não o governo depende de conversa com o
presidente do seu partido, deixando muito claro que quem decide, em termos
políticos, é ele e não ela, ficando à mostra que a parlamentar, mesmo contra a
vontade dela, pode ser obrigada a dar seu apoio a quem não gosta.
É extremamente complicada a situação da parlamentar eleita pelo povo, de
não ter autonomia nem escrúpulo para decidir sobre o seu pensamento político,
posto que ela depende da palavra do comandante do partido para tomar importante
decisão de natureza pessoal.
No Estado Democrático de Direito, é livre a liberdade de manifestação,
independentemente do que as pessoas pensam, mas, no presente caso, o absurdo é
visível, uma vez que a parlamentar vai decidir, mesmo discordando do apoio à
principal autoridade do país.
Conforme ela disse, a sua decisão aguarda a manifestação de seu chefe,
para dizer o seu entendimento, ou melhor, o entendimento dele.
Vejam o que ela teve a insensatez de declarar, embora jungida à
exigência partidária: “(…) Quando eu estiver com ele, eu posso dar um retorno
sobre o que ele está pensando”.
Isso tem o condão de mostrar quão é incapaz o trabalho do congressista,
que não se envergonha de mostrar a sua falta de personalidade política para
decidir autonomamente sobre o que deveria pensar, porque isso é feito por
outrem, no caso, o chefe do partido.
O congressista precisa se impor para exercer com autenticidade o mandato
delegado pelo povo, tendo, sobretudo, o direito de livre manifestação,
principalmente no que diz respeito ao decoro e à dignidade inerentes ao
exercício do mandato.
A verdade é que não há o menor cabimento o parlamentar ser obrigado a
apoiar o governo se não estiver de acordo com as políticas adotadas por ele,
tendo em conta questões de princípios ideológicos, por decorrência das questões
de ordem democráticas.
Não obstante, ao que se pode intuir, o convencimento sobre as “benesses”
vindas do governo têm influência no apoio a ele, mesmo que o parlamentar se
mostre particularmente desconfortável, precisamente por não ter o direito de
pensar senão como pensa o presidente do partido, que é algo extremamente deplorável,
para quem se elege com o compromisso dignificar e honra o cargo para o qual foi
efeito.
Enfim, cada político tem o seu comandante que merece, sempre obediente
às diretrizes dele, sem condições de pensar pessoalmente, como se fosse
empregada dele.
É preciso que essa deprimente mentalidade política seja urgentemente corrigida,
em respeito à dignidade que se exige do exercício dos mandatos políticos
emanados pelo povo.
Acorda, povo brasileiro!
Brasília, em 8 de março de 2025
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