quarta-feira, 11 de junho de 2025

Letargia moral

 

Há algum tempo, os escândalos de corrupção causavam repugnância à sociedade, em forma de verdadeira traição por parte a quem foi delegado poderes pelo povo, por meio do voto, somente para a prática do bem e da defesa dos interesses da população.

É sintomático como sociedade reage ou nem sente que a corrução atinge diretamente os seus interesses, mas esse fato nem importa mais, justamente porque até ela já se acostumou com a continuidade da lesão ao seu patrimônio.

A recente história brasileira mostra verdadeiro e alarmante contraste entre os escândalos, em que, no passado, era possível se investigarem e punirem os atos de corrupção (vindo o perdão depois).

Agora, nem mais se apuram os fatos pertinentes à efetividade da corrução, que é esquecida com o silêncio ensurdecedor diante da roubalheira sistemática de bilhões de reais do Instituto Nacional do Seguro Social, que era tido como seguro reduto da esperança de milhões de brasileiros que ainda pensava envelhecer e vier com a dignidade advinda de muitos anos de suado trabalho, recolhendo as devidas contribuições.

Trata-se de gigantesco rombo de R$ 6,3 bilhões nos cofres do INSS, mas, inexplicável e injustificadamente, o governo sequer pensou em investigar, como se isso não tivesse a menor implicação na vida dos velhinhos.

A verdade é que a necessária régua moral com que se deve medir os escândalos e as corrupções do passado tornou-se absolutamente peça de museu, diante da magnitude abissal das roubalheiras recentes.

Convém ser substituído o referencial do passado, diante da nova modalidade de desvios de recursos, que deixaram de ser pontuais para serem monstruosas pilhagens institucionalizadas.

Os horrorosos escândalos do mensalão, petrolão e INSS, cada qual com as suas especificidade, são provas cabais da monstruosidade aos cofres públicos, com a drenagem de bilhões de reais, sob os auspícios da impunidade e do consentimento passiva da sociedade, cujo silêncio tem o condão de “legalizar”, blindar e vernizar a pouca-vergonha que se espraia comodamente no reino tupiniquim.

O certo é que os brasileiros até já se acostumaram com a sua submissão à insensatez dos atos corruptivos com o emprego do dinheiro público, em repetição incessante de escândalos seguidos de outros, deixando de serem refratários a eles.

Diante da contumácia dos gravíssimos atos de corrupção, sem nenhuma consequência, em especial punitiva, é possível se intuir que eles passaram a ser a exceção da moralidade, em lugar da saudável regra da probidade na administração pública, ganhando estatura de norma institucionalizada pelos próprios corruptos, evidentemente com o respaldo da sociedade, que a aceita passivamente.

Ou seja, as irregularidades já não causam mais nenhuma indignação por parte da sociedade, que os aceita com naturalidade, à vista da impunidade dos gravíssimos acontecimentos.

A verdade é que os brasileiros já sequer acreditam na eficácia da denúncia e muito menos da punição dos envolvidos nas irregularidades, diante das suas apatia e inexistência de indignação.

Na realidade, trata-se de notório fenômeno com a designação de dessensibilização moral, diante de processo que se configura pela contínua exposição de escândalos sem a devida punição aos culpados, cuja prática contribui para destruir a capacidade da vergonha e do julgamento ético da sociedade.

A verdade é que esse indiscutível desinteresse pela moralização do Brasil, que pode ser denominado de entorpecimento da consciência cívica e psíquica, vem merecendo estudos sob o pomposo título de “fadiga de compaixão”, diante do desprezo aos princípios do decoro e da honestidade.  

Com maior precisão, esse câncer na vida dos brasileiros deveria ser pesquisado, com a devida propriedade, sob a “fadiga de indignação”, à vista da falta de reação da sociedade aos monstruosos atos de corrupção, que não espantam nem indignam mais ninguém.

Infelizmente, o desleixo da sociedade tem o condão de se permitir o triunfo das maldades contra a si própria, à vista da preponderância do clássico coma cívico, com a força da clara erosão sistemática e progressiva da sua sensibilidade moral.

O certo mesmo é que, antes, a corrupção era motivo de forte indignação da sociedade, mas, agora, apenas surgem poucos gatos pingados que ainda se arriscam em gritar o seu repúdio de protesto, porquanto a monstruosa e assombrosa corrupção, em forma de máquina de desvio de dinheiro público, já não assusta nem incomoda mais os brasileiros.

Não precisa ser inteligente para entender que a corrupção se trata de golpe financeiro “legalizado” contra a sociedade que precisa ser interpretado como agressão também à legislação penal, financeira e criminal do país, que vem sendo tragicamente desprezada.

A sociedade, cônscia da sua responsabilidade cívica e patriótica, não pode deixar que o país continue a servir de paraíso para os políticos corruptos, desonestos, indignos e irresponsáveis, precisando ser despertada dessa inaceitável letargia.

Urge que os brasileiros readquiram o amor à pátria, o respeito à moralidade e o repúdio aos políticos desonestos e improbos, de modo que isso possa servir de substancial ingrediente para a limpeza da vida pública dos aproveitadores do dinheiro dos contribuintes.

Brasília, em 11 de junho de 2025

terça-feira, 10 de junho de 2025

Bravo Ciro Fernandes!

 

Assisti à admirável entrevista do genial artista visual Ciro Fernandes, meu querido primo e conterrâneo, onde ele fala um pouco sobre a sua experiência, tendo declarado, entre importantes assuntos, que nasceu em Uiraúna, que ele chamou de “terra perdida”, em lugar bem distante, e que “a arte é uma coisa que não é nada. A arte não alimenta o corpo.”.  

Diante disso, eu disse ao querido primo Ciro que o lugar perdido a que você se refere foi achado logo depois que ele saiu de lá.

Segundo conta a história, esse lugar foi descoberto por bravos desbravadores, que, em nome das pessoas perdidas, como você, eu e muitos mais, eles descobriram-no e fincaram, no alto do Cristo-Rei, a imponente bandeira com as poderosas inscrições com o logotipo sagrado da gloriosa Família de Nazaré, a qual sinaliza que, naquele lugar, reina a paz e o amor que abençoam todo o seu povo, sempre amparado pelas graças celestiais.

Noutra vertente, cheguei a rir quando você, Ciro, afirmou que “a arte é uma coisa que não é nada, porque ela não alimenta o corpo”.

Na minha concepção, especialmente na qualidade de escriba inveterado, sei perfeitamente que a arte é obra e criação sagrada de Deus, disponibilizada em forma de dom pessoal e especial, somente concedida às pessoas predestinadas ao merecimento da genialidade inatas, como a que você domina com o dom divinal, que é reconhecido como brilhante artesão autor de sublimes e fantásticas qualidades artísticas, demonstradas em inúmeros trabalhos que encantam por suas peculiares sensibilidade e genialidade.

Ouso afirmar que a arte é a ciência, chamada por “coisa” por Ciro, que tem o poder mágico de alimentar não o corpo, mas especialmente a alma, que tem a essência do fortalecimento pessoal e é fundamental para a vida saudável.

Queira Deus que fortaleça cada vez mais a genialidade do Ciro e que a sua obra continue sendo as melhores referências como legado desse excelente e notório artista surgido ou nascido na longínqua terra perdida dos pássaros pretos.

Brasília, em 10 de junho de 2025

O poder da criminalidade

 

Conforme imagens postadas na internet, o crime organizado desfila em ruas públicas, ao meio de policiais militares, expondo a sua violência e matando bandidos em verdadeiro estado de guerra declarada, com reflexo na segurança da população, que é potencial refém da criminalidade.

As deprimentes e selvagens imagens mostradas pelo vídeo revelam o tanto da decadência da civilização de uma nação, que, voluntariamente, participa dessa desorganização e desagregação social comandada impunemente pelo submundo do crime organizado.

Sim, compele aos governos adotarem efetivas medidas capazes de coibir a violência e a desordem pública, segundo o disposto no artigo 144 da Constituição Federal, que diz que “A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação de ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, (…)”.

A verdade é que o dito estado é governado por quem o povo elege com o seu voto, que recebe a delegação para a execução das políticas públicas determinadas pela Constituição, mas o que se vê é exatamente a falta de segurança e o império da desordem e da selvageria, sob o comando de organizações criminosas, como aceitação da triste realidade da inversão da ordem política.

Ou seja, quem governa o país, que, constitucionalmente, é escolhido pelo povo, simplesmente nada faz para combater a criminalidade, à vista da falta de medidas nesse sentido.

As imagens mostram que a polícia age, sim, em forma de comboio, transportando amontoado de pessoas mortas, em caçamba de camionete.

Ou seja, a polícia, que tem o dever de propiciar segurança à população, faz apenas o papel de coveiro ou algo assemelhado, por cuidar de recolher os defuntos, ao meio dos olhares de criminosos, que permanecem no meio da rua, exibindo seu armamento sofisticado, evidentemente o belíssimo arsenal bélico e o seu potencial poder, em nome da poderosa criminalidade.

Diante de cenas chocantes e aterrorizadoras, os brasileiros deveriam se envergonhar dessa trágica realidade nacional, em que as organizações criminosas são a lei do desrespeito, da desordem, da violência e da insegurança, tudo praticado à luz do dia e nas barbas das autoridades, que simplesmente assistem a tudo de perto, assistindo à degradação da sociedade e nada faz para combater a criminalidade dominante.

Apelam-se por que os brasileiros criam vergonha, decência e dignidade, para protestar contra essa verdadeira e completa esculhambação dos princípios de cidadania e civilidade, para não somente exigirem a urgente adoção de medidas de combate à criminalidade, à luz do disposto no artigo 144 da Constituição, como também somente votarem em representantes políticos que trabalhem, entre outras políticas, em defesa da segurança pública e da preservação da integridade pessoal e patrimonial.

Brasília, em 10 de junho de 2025

sábado, 7 de junho de 2025

Amor à pátria

 

Em mensagem que circula na internet, aparece a seguinte inscrição: “Chega de (o partido das trevas). O Brasil precisa de (omiti o nome) novamente. Quem quer (omiti o nome) em 2026?”.

Os verdadeiros brasileiros precisam se conscientizar, com urgência e isento de ideologia, que o ingresso do político pretendido na mensagem em apreço, como candidato e ainda pior como presidente do país eleito não poderia haver nada mais desastroso para os interesses do Brasil e dos brasileiros, ante o seu comportamento de descontrole e insensibilidade.

O histórico desse importante político já é famoso e, quem o conhece, sabe perfeitamente o quanto ele é explosivo e agressivo, capaz de criar confusão para se vitimar como forma de proveito político, conforme casos precedentes, ainda mais pelo fato de os integrantes da corte maior do país continuarem com ou pior antagonismo de extremo poder prejudicial às causas do Brasil e dos brasileiros.

Por tudo o que já aconteceu e ainda vem acontecendo, não tem o menor cabimento, pela possibilidade do acirramento do antagonismo, que esse político invente de se candidatar, evidentemente a depender ainda da reabilitação política dele, visto que ele se encontra inelegível e não pode disputar cargo público eletivo.

À toda evidência, é muito importante que o candidato da direita seja pessoa moderada, tolerante, competente e sensível, além de não ter problema nenhum com o sistema dominante, porque, do contrário, as encrencas vão prevalecer presentes tanto na campanha eleitoral como no governo, caso ele seja eleito, diante da inafastável falta de paz e tranquilidade tão necessárias à campanha eleitoral, que certamente terá desfecho nada auspicioso.

Nas condições atuais, acredita-se que o ex-presidente do país jamais se elegerá, ante a existência dos mesmos pressupostos prevalentes na eleição anterior, em que o emprego dos quais o impediu de ele ser reeleito, evidentemente por força da vontade do sistema dominante.

Acredita-se que o bom senso e a racionalidade aconselham, por razões óbvias, que é salutar aos interesses do país que o ex-presidente do país nem pense em cogitar em se candidatar, caso isso seja permitido, ao cargo presidencial, na próxima eleição, porque a sua candidatura servirá certamente de motivo para o indesejável aquecimento dos ânimos de partes antagônicas, em notório prejuízo para os interesses nacionais.  

Para o bem do Brasil e dos brasileiros, apelam-se por que seja escolhido o melhor político que tenha a preferência eleitoral, em especial aquele que não seja encrenqueiro, agressivo, incompetente nem insensato.

Enfim, há quem concorde, por razões pessoais, no âmbito do livre-arbítrio, com as atitudes antidiplomáticas desse político, olvidando que isso pode ter sido a motivação maior para o antagonismo fortemente prevalente, certamente com reflexos direta na perda do poder.

Os verdadeiros brasileiros precisam pensar, sobretudo com relação à política, na grandeza do Brasil, com vistas às suas moralização e redemocratização, tendo por base a eleição de político que possa contribuir para a pacificação das instituições republicanas.  

Por último, não se pode desprezar a experiência que mostrou que o sistema fez tudo, possível e impossível para não permitir a reeleição desse político, pelas motivações que somente ele concebeu e consolidou para a sua plena satisfação.

Acontece que esses mesmos fatos estão prevalecendo, em conspiração desfavoravelmente ao político, o que vale se puder afirmar que ele continua sem a mínima chance de se eleger ao cargo presidencial, lembrando que essa avaliação tem em conta os pressupostos de momento.     

À vista desses fatos, é aconselhável que o ex-presidente do país seja convencido a não concorrer à Presidência da República, na compreensão de que isso se trata da melhor contribuição dele para a tranquilidade do Brasil e dos brasileiros, que ele sempre disse que os ama, mas é preciso mostrar isso na prática, especialmente no momento tão crucial como o atual.

Brasília, em 6 de junho de 2025

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Qual motivação?

 

Em vídeo que circula na internet, é mostrada a figura de autoridade da República sendo representada por animal, mais especificamente como asno, no sentido de se expor a sua inferioridade intelectual.

Tenho procurado encontrar a verdadeira motivação para a realização de vídeos e mensagens que disseminam imagens de animais representando pessoas, em visível forma muito clara de tentativa de humilhação e degradação do ser humano, sem qualquer consequência desse procedimento, em forma de aproveitamento para a sociedade.

Em princípio, entendo isso como forma agressiva de querer se vingar por algo que alguém teria feito de errado, prejudicando diretamente ou não as pessoas que compartilham tais mensagens que não condizem com a dignidade humana.

Fico a perguntar em que sentido isso satisfaz à sensibilidade humana, consistente no nítido desejo de humilhação sem que se busque, com isso, nada em proveito para a mudança do status quo, mas por simples prazer de tentar denegrir a imagem do ser humano já desprezível pelas próprias atitudes, que merecem, sim, ser censuradas por seus nefastos atos?

Então, fico a pensar por que essa mesma capacidade criativa da maldade não imagina figuram ou fatos positivos, na criação de crítica e repúdio às péssimas práticas político-administrativas, sem a necessidade do emprego de imagens que são incompatíveis com a dignidade humana?

Agindo conforme a maneira politicamente correta, possivelmente o propósito de reeducação para a compreensão da sociedade, deixa de ser mera distração humorística, de forma pejorativa, para sublimarem tanto a real inteligência dos protagonistas de tais ideias, como pode até contribuir para a mudança da mentalidade de quem vota em políticos desonestos, desprezíveis, aproveitadores e incompetentes.

Apelam-se por que os brasileiros se conscientizem sobre a importância das críticas e repúdios aos procedimentos maléficos, na gestão pública, de maneira que eles sejam feitos com inteligência e capacidade passíveis de contribuir como instrumento pedagógico e benéfico de mudança, evidentemente em proveito do bem comum da sociedade.

Brasília, em 5 de junho de 2025

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Aconselhamento!

 

Em mensagem postada na internet, foi divulgada a imagem da principal autoridade do país sendo representada pela figura de um animal, deixando bem claro o desejo do menosprezo à dignidade do ser humano, à vista da explícita intenção de inferiorizá-la.

Como forma de aconselhamento, eu pedi permissão à pessoa que fez a postagem, evidentemente em nome da amizade que sendo nutrida por ela, para dizer, sem qualquer conotação, em absoluto, com censura sobre o que é postado ou compartilhado, da minha extrema preocupação com as postagens que tratam de imagem ou mensagem que objetivam difamar ou denegrir pessoas ou autoridades.

Segundo o meu modesto entendimento, essa maneira de procedimento não contribui senão com o acirramento dos ânimos das pessoas, em termos de atrito ideológico, tão em voga na atualidade.

A meu ver, essa forma de procedimento, independentemente do que as pessoas pensam, deixa bastante patente, com muita clareza, o sentimento de antipatia e até mesmo o desejo de ódio, em muitos casos.

Na forma da legislação penal brasileira, muitas situações de disseminação de imagens e/ou mensagens podem caracterizar agressão moral, difamação e outras formas abusivas contraditórias à dignidade humana, em que essa legislação enquadra como crime praticado pela simples divulgação, em forma de compartilhamento dessas matérias que podem ser consideradas como ofensivas ao ser humano.

Assim, tendo em vista que não se vislumbra qualquer finalidade plausível, em termos de benefício para a sociedade, e muito menos ainda para o aperfeiçoamento de coisa alguma, quando o seu verdadeiro objetivo é realmente tentar se divertir, em forma de ridicularização, com o uso de imagens indicando algum fato relacionado com o sacarmo sobre situação nada confortável para quem é direcionada a agressão.

Assim, parece visível a tranquilidade por ainda não existir controle, na mídia, com a finalidade repressiva quanto à situação que tal, mas pode ser possível que, de repente, alguém resolva buscar reparação pelos danos morais que considera ter sofrido.

Nesse caso, quem vem divulgando e compartilhando imagens e mensagens agressivas e danosas à dignidade humana pode ter que precisar se defender, na Justiça, caso haja ação nesse exato sentido de pedido de reparação moral, entre outras medidas judiciais.

Por cautela, com vistas a se evitar possíveis aborrecimentos, evidentemente no futuro, em especial, no sentido de ter que se explicar por seus atos, absolutamente evitáveis, de vez que eles não contribuíram para nada relevante, convém o compartilhamento somente de mensagens e matérias de teor apropriado e aproveitável ao aprimoramento dos conhecimentos humanos.

Salvo o melhor juízo!

Brasília, em 4 de junho de 2025

Esperança?

 

Em texto atribuído à autoria do famoso jornalista e escritor Olavo de Carvalho, foi transcrito que “A Lei Magnitsky é a maior ou a única esperança de um Brasil livre de comunolarápios.”, mas ele não disse de que forma isso seja possível.

O disposto na aludida lei se aplica a estrangeiros corruptos ou violadores de direitos humanos, cujas medidas punitivas impedem que essas pessoas entrem naquele país ou mantenham contas e operações financeiras, além do bloqueio de seus bens naquele país.

Ou seja, nada dessas medidas impede ou limita o trabalho dos juízes, porque elas apenas fazem restrições a eles, com relação aos assuntos supraindicados, mas lá nos Estados Unidos, sem poder de interferência no trabalho deles, o que vale dizer que existe esperança de coisa alguma, em termos de livramento das arbitrariedades. 

Chega a ser impressionante a interpretação sobre a aplicação da Lei Magnitsky, no Brasil, como se ela tivesse a força e a eficácia mágicas de influenciar diretamente no pensamento ideológico de quem decide e comanda as ações aqui no país.

Na realidade, ela, ao que se sabe, pode ter o poder de limitar o acesso a alguns direitos concedidos às pessoas, inclusive fora dos Estados Unidos, frise-se, exclusivamente em forma de restrição, mas sem qualquer interferência nas atividades ou nos procedimentos de ninguém, especialmente no caso de autoridades brasileiras, que até podem deixar de usufruir apenas algum privilégio, mas que pode ser algo pessoalmente importante, pela forma de facilitação concedida por aquele país.

Na minha modéstia visão, caso essa norma legal seja aplicada a membros do Judiciário brasileiro, por razão de quaisquer motivações, os magistrados ficam tão somente impedidos dos benefícios estipulados nas sanções pertinentes, mas sem nenhuma interferência nas atribuições e competências funcionais inerentes aos seus cargos.

Ou seja, os magistrados podem perder  apenas regalias internacionais, mas vão continuar atuando tal e qual ou ainda mais intensamente nas suas atividades de interpretação dos casos sob o seu império de julgamento, sem nenhuma vinculação com as medidas decorrentes da aplicação daquela lei, salvo melhor juízo.

Acredita-se até que, se houver o uso do disposto na citada lei contra magistrados brasileiros, eles poderão até endurecer ainda mais nos seus julgamentos, à vista da sua índole que condiz com o sentimento de justiça em nome da sua "democracia".

Sim, de nada adianta a aplicação de penalidades sem força de restrição do poder de agir e decidir, exatamente porque isso é indiferente para os propósitos deles, posto que, nesse particular, eles são autônomos e independentes, podendo adotar livremente as medidas que quiserem, da mesma forma com ou sem a "temida" Lei Magnitsky.

Diante desse quadro extremamente preocupante, o único remédio para o caos instalado nas instituições brasileiras ainda pende da iniciativa do Senado Federal, que tem a incumbência de processar e julgar os integrantes da corte maior do país, ex-vi do disposto no art. 52, II, da Constituição Federal.

 Na verdade, a maior ou a única esperança de um Brasil livre somente depende do querer do próprio brasileiro, que tem os instrumentos capazes de propiciá-la, sem depender absolutamente de ninguém, mas, infelizmente, as conveniências e os interesses políticos de alguns não permitem que a plena liberdade possa vicejar e espargir abundantemente, no seio da sociedade brasileira.  

Ante o exposto, apelam-se, com veemência, por que a Câmara Alta da República brasileira se digne a dar cumprimento ao que estabelece o inciso II do art. 52 da Lei Maior do país, como autêntica demonstração de amor aos sagrados princípios democráticos.

Acorda, Brasil!

Brasília, em 4 de junho de 2025