sexta-feira, 11 de julho de 2025

Senso de responsabilidade?

 

Diante da aplicação de pesada sobretaxa sobre os produtos exportados pelo Brasil, pelos Estados Unidos da América, o último ex-presidente brasileiro emitiu esclarecimentos, na forma do texto a seguir.

Recebi com senso de responsabilidade a notícia da carta enviada pelo presidente Donald J. Trump ao governo brasileiro, comunicando e justificando o aumento tarifário de produtos brasileiros. Deixo claro meu respeito e admiração pelo Governo dos Estados Unidos. A medida é resultado direto do afastamento do Brasil dos seus compromissos históricos com a liberdade, o Estado de Direito e os valores que sempre sustentaram nossa relação com o mundo livre. Isso jamais teria acontecido sob o meu governo. Essa caça às bruxas - termo usado pelo próprio presidente Trump - não é apenas contra mim. É contra milhões de brasileiros que lutam por liberdade e se recusam a viver sob a sombra do autoritarismo. O que está em jogo é a liberdade de expressão, de imprensa, de consciência e de participação política. Conheço a firmeza e a coragem de Donald Trump na defesa desses princípios. O Brasil caminha rapidamente para o isolamento e a vergonha internacional. A escalada de abusos, censura e perseguição política precisam parar. O alerta foi dado, e não há mais espaço para omissões. Peço aos Poderes que ajam com urgência apresentando medidas para resgatar a normalidade institucional. Ainda é possível salvar o Brasil.”.

Nos esclarecimentos, o ex-presidente do país se refere a senso de responsabilidade, ao ficar sabendo do tarifaço imposto ao Brasil pelo presidente norte-americano, prejudicando direta e injustificadamente os brasileiros, fato este que só demonstra a inexistência de total senso de responsabilidade, nessa lamentável história.

É preciso que esse delicado assunto seja tratado com muito cuidado e senso de honestidade, responsabilidade e seriedade, porque quem foi punido, severamente penalizado, não foi quem teria motivado a adoção dessa medida extremamente absurda, mas sim os brasileiros, que dependem de emprego e mais produtos para exportação, atividades estas que tendem à drástica redução por força do tarifaço de 50% nos produtos exportados para aquele país.

Como ter coragem para dizer que sente "respeito e admiração pelo Governo dos Estados Unidos", quando ele foi completamente incapaz de punir diretamente quem, no dizer da nota acima, causou o "afastamento do Brasil dos seus compromissos históricos com a liberdade, o Estado de Direito e os valores que sempre sustentaram nossa relação com o mundo livre", porque nesse ponto ele estaria fazendo justiça aos acontecimentos, caso também ele tivesse competência jurídica e jurisdicional, para assim proceder, que, infelizmente, não tem.

A verdade é que o presidente norte-americano não tem competência alguma para sancionar diretamente quem ele entende que vem praticando atos arbitrários e abusivos, que seria o normal, mas, de maneira simplória, equivocada e  prejudicial, ele entende impor tarifaço que teve por alvo a produção brasileira e os empregos de pais de família, fato este que não têm qualquer liame com o senso de responsabilidade anunciado acima, porque isso não condiz exatamente com o cerne das questões referentes às anunciadas perseguições políticas.

Isso foi precisamente o que teria motivada a adoção dessa insana medida, que ainda conta com o apoio de quem não tem o mínimo senso de compreensão para a sua gravidade, principalmente porque é evidente que a pesada sanção aos produtos brasileiros não vai afetar em nada quem são responsáveis pelos chamados atos abusivos e inconstitucionais, que vão continuar agindo tal e qual e tranquilamente como antes no quartel de Abrantes, enquanto o país e os brasileiros deverão pagar bem caro por crime que jamais cometeram.

Diante dessa horrorosa situação que foi criada justamente na tentativa de contribuir para ajudar o ex-presidente brasileiro a se desvencilhar dos casos que estão sendo investigados, na Justiça, apelam-se no sentido que ele realmente tenha “senso de responsabilidade” para refletir sobre a real gravidade dos prejuízos causados aos brasileiros, principalmente envolvendo muitos pais de família, que vão perder empregos diretamente por sua causa, porque a sanção de que se trata não existiria não fossem as suas questões judiciais.

Sim, “ainda é possível salvar o Brasil”, mas com o emprego exclusivamente de medidas racionais, coerentes e compatíveis com a realidade dos fatos efetivamente protagonizados, sem qualquer incidência de prejuízos à dinâmica da normalidade, mas somente com a promoção de atos sobre o que realmente precisa ser saneado, à luz dos princípios apropriados à plausibilidade capaz de justificá-las.

Ao contrário disso, é suscitável o “senso de irresponsabilidade” diante da percepção de tão desastrosas e incoerentes medidas, sem que não se tenha a mínima sensibilidade para sequer tentar a mediação com vistas ao seu imediato saneamento, mostrando os reais e visíveis danos causados aos brasileiros, na forma estapafúrdia adotada, ante o disparate da nítida falta de lógica e racionalidade.     

Ante o exposto, apelam-se por que o ex-presidente brasileiro se digne a usar a inteligência para serem encontrados, com urgência, mecanismos suficientemente capazes de explicar ao presidente norte-americano que a medida adotada por ele não resolve a sua situação com a Justiça, por não afetar absolutamente nada a quem age na contramão dos princípios democráticos, deixando claro que ela somente prejudica diretamente os brasileiros.

Brasília, em 11 de julho de 2025

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