quarta-feira, 16 de julho de 2025

O desespero!

 

Em impressionante imagem postada na internet, vislumbra-se uma furiosa mãe correndo, com vareta na mão, atrás do seu filho, também correndo em desespero, na iminência de ser apanhado e surrado.

Essa linda imagem da criança servindo de guia para a maratona atlética entre ela e a mãe dele é muito expressiva para marcar a importante época em que a educação dos filhos era prioritária, porque a lição era muito bem aprendida e funcionava direitinho como forma de enaltecer os valores de cidadania, desde tenra idade.

Nessa época, ninguém escapava do cipó, da correia de couro, da corda ou da varinha de madeira, salvo se se tratasse de criança anormal, porque, do contrário, todas elas estariam passíveis a esse momento desesperador, mas de extrema importância para a formação essencial do homem, diante da possibilidade de se mostrar que o erro verificado precisava ser imediatamente corrigido, como forma preventiva de se evitar a sua reincidência.

Lá em casa não tinha o salutar teste atlético nas ruas de Uiraúna, porque o palco do alarido já estava preparado em casa, mesmo.

Lembro-me, sem saudade, como se fosse hoje, que a saudosa mamãe Dalila não perdoava os meus poucos deslises, embora eu fosse modelo de criança educada e cônscia dos meus compromissos cívicos, por ter comportamento como respeitador das boas normas de educação.

Não obstante, vez por outra, quando a coisa passava, vamos dizer assim, do limite da tolerância do respeito comportamental, ela me obrigava a ir buscar a corda que ficava guardada atrás da mala dela, isto sim, pois o castigo começava com a vítima sendo obrigada a pegar o instrumento da surra.

O tamanho da pisa dependia muito do estado de disposição dela, mas toda surra tinha a sua importância, porque as marcas da corda faziam questão de ficar expostas no corpo, por bom tempo.

No meu caso específico, não tenho a menor dúvida de que as pisas foram da maior relevância, porque eu sempre fui o menino mais comportado de Uiraúna…, para não dizer que tudo não passava do temor da terrível e malvada corda.

Kakaká

Brasília, em 16 de julho de 2025

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