domingo, 24 de abril de 2011

Inutilidade legislativa

A Câmara Legislativa do Distrito Federal, famosa por ter sido exemplo de roubalheiras  pelos deputados distritais,  gastança desenfreada e pouca produtividade legislativa, considerada, comprovadamente, de prestadora de grandes desserviços para a sociedade brasiliense, prometia, ao ensejo da nova legislatura recém-instalada, passar a limpo esse passado inglório, com total dedicação, transparência e eliminação de regalias e benefícios absurdos e inadmissíveis, ou seja, o objetivo daquela Casa era mostrar corpo, cara e roupa novos, servindo de modelo para o resto do país. Entrementes, passados quase noventa dias de “intensos e árduos trabalhos legislativos”, absolutamente nada foi apresentado de concreto à sociedade e tudo não passou daquelas promessas ocas, próprias de campanha eleitoral. A verdade é que, caso o brasiliense, para sobreviver, dependesse com exclusividade do que produz o Poder Legislativo local, certamente teria grandes dificuldades para contornar esse grave problema, ante a inexistência de algo substancial, não justificando, dessa maneira, os vultosos custos e o enorme sacrifício imposto aos candangos, para a manutenção de um gigantesco órgão igualmente inoperante e imprestável para os fins colimados. É bastante estranho e até incompreensível que a sociedade brasiliense, tão inteligente e cônscia da dura realidade, mantenha-se pacificamente quieta, aceitando uma situação vexatória e absurda, quando o normal seria a realização de plebiscito, aproveitando a moda, para decidir sobre o fechamento de direito da Câmara Legislativa do Distrito Federal, porque de fato isso já ocorreu, na prática, há bastante tempo.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 24 de abril de 2011

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