É com o coração cheio de alegria que concluo mais uma obra literária, com
a publicação do meu octogésimo segundo (82º) livro, cuja efeméride tem se
tornado motivo de importante estímulo para o acréscimo de saudáveis energias
que alimentam minhas fontes criadoras e inspiradoras, considerando que
necessito delas para a continuidade das profícuas atividades de escrever textos
sobre os múltiplos fatos da vida.
Neste livro, resolvi homenagear, com especial carinho, as minhas reminiscências
sobre o saudoso velho açude de Uiraúna, Paraíba, em registro de histórias que
guardo comigo e mostra um pouco da importância desse lugar que me marcou muito,
à vista da minha vivência em maravilhosos momentos.
Entendo
que essa forma de resgate da história diz muito com o carinho que demonstro, em
forma de amor sobre o que senti e vivi, ainda como jovem que sempre participei
ativamente das atividades proporcionadas pelo querido e saudoso açude.
Tenho o dever de agradecer
a Deus, por eu memorizar algumas
e importantes lembranças do extinto açude, que se transformaram em eternas saudades,
dizendo que isso me faz muito feliz em ter vivido bons tempos no auge da sua
existência.
Em coerência com a dedicatória do livro, a capa tem
a fotografia de açude à semelhança do velho açude de Uiraúna, com a marca da
homenagem e do amor que dedico a ele.
Transcrevo, a seguir, com eterno carinho, um pouco
do meu sentimento de amor ao inesquecível açude.
“DEDICATÓRIA
É com muita alegria que
dedico este livro à memória do saudoso velho açude de Uiraúna, Paraíba, que foi
centro de importantes e diversificados atrativos para a população, sendo também
celeiro de muitos alimentos e farturas, nas suas cercanias.
Tenho lindas e eternas
lembranças desse lugar sagrado que fazia a alegria do povo, principalmente nas
épocas das chuvas, quando ele pegava muita água e enchia até sangrar e isso
atraia a atenção das pessoa, por muito tempo.
Esse açude é rico de
muitas histórias pitorescas, que atravessaram gerações, principalmente pela
beleza do mar de águas que se avolumava ano após ano, mesmo que elas tivessem
senão alguma serventia para a população, menos para se beber, pois ela padecia da
poluição, diante da falta de adequado tratamento.
Quando o açude foi
extinto, em definitivo, eu já estava em Brasília, mas a notícia da construção
de outro açude, para substituí-lo, trouxe terrível tristeza para mim, tendo em
conta que se tratava da morte de velha amizade que eu nutria no coração, mesmo
sabendo que essa medida vinha em benefício do povo de Uiraúna, diante do fato
de que o seu antigo manancial passaria a ser utilizado para o abastecimento de
água potável para a população.
Lembro-me que, na época
da estiagem, a população criava várias cacimbas, no leito do açude, para o uso
da sua límpida água, que jorrava com bastante abundância.
Tem
um fato que me impressionava sobremodo, que nunca me esqueci, por dizer
respeito à “orquestra” superafinada composta de sapos e cururus, que competia
(força de expressão) com a requintada banda sinfônica Jesus, Maria e José,
quando, no inverno, os ensaios dessa orquestra noturna eram realizados toda
noite, no açude, aos fundos da minha casa, e isso não tinha limite de som nem
de resistência.
A verdade é que eu não
sei o uso que foi dado à imensa extensão das terras do extinto açude, mas sei
que eu ainda guardo marcas de muitas saudades das natações, dos pulos do balde e
do cacimbão extinto nas águas, das alegres e movimentadas sangrias, dos jogos
de futebol, dos passeios de canoa, das pescarias, das cacimbas, das
brincadeiras nas suas terras e de tudo o mais que liga a minha infância ao
velho açude, de eternas e lindas lembranças, que certamente enriqueceram os
meus tempos de Uiraúna, até os meus dezessete anos.
Sei que a alegria e a
felicidade invadem o meu coração, pela maravilhosa oportunidade que tenho, agora, para dedicar
este livro ao saudoso açude do padre, como assim ele era chamado, porque as
suas terras pertenciam à igreja matriz Jesus, Maria e José.
Isso tem o condão de
mostrar a pureza de sentimento que guardo das boas lembranças e do amor que
permanecem em mim, pois foi junto ao querido açude que vivi importantes
momentos da minha existência, em Uiraúna.
Enfim, agradeço
muitíssimo a Deus, pelo usufruto das benesses proporcionadas pelo velho açude
de Uiraúna, local abençoado que fez muito bem para a população, deixando
enormes saudades...!”.
Brasília, em 13 de agosto de
2025
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