sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Representação política

 

Diante da grave crise institucional brasileira, uma pessoa faz veemente lamento sobre a precariedade e o despreparo da representação política, em razão da sua precariedade no enfrentamento das dificuldades, que só aumentam, não havendo esperanças quanto à pretendida normalidade democrática e republicana.  

Esse importante desabafo, que certamente tem a concordância dos brasileiros, porque os fatos denunciados dizem exatamente a deplorável situação vivenciada no Brasil, mostrando o retrato fiel do que vem acontecendo.

Enquanto muitos têm pouco ou nada, poucos têm muito e até mais do que eles merecem, à vista das dificuldades econômicas do país.

Todo esse gritante quadro de disparidade e discriminação social tem muito a ver com o próprio povo, que tem a faca e o queijo na mão para selecionar seus representantes políticos, tendo oportunidade para somente escolher aqueles que demonstrem condições para trabalharem em defesa dos interesses da sociedade.

Os eleitores precisam eliminar da vida política aqueles que estão preocupados somente com seus projetos e as benesses propiciadas pelo poder.

No desabafo, uma pessoa pergunta: “vocês acham isso normal?

A resposta é muito simples: sim, porque os representantes políticos são eleitos sem nenhum compromisso perante os eleitores e isso permite que eles tenham a liberdade para fazerem o que normalmente fazem, ou seja, nada em benefício senão deles mesmos, exatamente diante da desnecessidade de prestação de contas sobre os seus atos, no exercício do mandato.

O certo é que os eleitores precisam aprender a votar, no sentido de organizar pautas de exigência para serem entregues aos candidatos, esclarecendo que o cumprimento daquelas pode garantir a reeleição ou a eliminação deles, da vida pública.

Somente assim, poderá haver interesse do político em valorizar os eleitores, diante da certeza de que as exigências cumpridas são a garantia da continuidade na vida política, porque, do contrário disso, pode significar o fim da linha, na política, caso os eleitores realmente tiverem interesse em se organizar para exigirem dos seus representantes a realização das suas necessidades, que precisam ser acompanhadas com rigor.

Enfim, têm toda pertinência os gritos da sociedade, com reclamação sobre o desprezo dos políticos, em que eles estarem muito bem confortáveis no usufruto do mandato, sempre na certeza da recondução ao mesmo cargo, porque eles sempre confiam na fidelidade dos eleitores, que não se preocupam com a qualidade de quem eles normalmente votam.

Apelam-se por que os eleitores aprendam a votar, passando a exigir de seus candidatos compromissos com os assuntos do seu interesse e isso precisa ficar muito bem definido, como forma de reciprocidade, caso contrário, tudo continua como antes, no quartel de Abrantes, com a promiscuidade política, sem nenhum compromisso com os eleitores e continuidade na vida política, com apenas direito à reclamação, como fazem agora, sem serem ouvidos e sem qualquer efeito prático.

Brasília, em 24 de agosto de 2025

Nenhum comentário:

Postar um comentário