terça-feira, 20 de março de 2012

Pobre mentalidade política

Embora o maior líder e estrategista político petista esteja momentaneamente afastado do cenário nacional, por motivos alheios à sua vontade, se enganam aqueles que ainda duvidam que ele não é realmente quem dá as cartas no complicado jogo das decisões governamentais, máxime porque ninguém tem coragem nem petulância para modificar o seu plano vitorioso de domínio ideológico do poder, cuja conquista não exigiu qualquer sacrifício senão a abdicação do culto aos princípios da decência, da ética, da honestidade, da moralidade, da sinceridade e dos verdadeiros sentimentos de amor ao Brasil, conforme evidenciam os fatos e os desdobramentos protagonizados pelos seus partidários e aliados da coalizão formada com a exclusiva finalidade de acomodar a sua base de sustentação, impedindo, a partir desse momento, qualquer possibilidade do surgimento de iniciativa voltada para as reais causas nacionais, porquanto a mentalidade política regrediu e se igualou por baixo, em consonância com a liderança predominante, perdendo o brilho e a inteligência próprios dos verdadeiros brasileiros. A luminosidade dos políticos de escol foi ofuscada pela mentalidade vencedora das práticas sebosas desses últimos governos, que vicejaram em terras férteis daqueles que preferiram levar vantagem a lutar em defesa dos interesses maiores da nacionalidade. Infelizmente, essa degradação moral e ética foi cada vez mais robustecida com o progressivo aumento das benesses com a ocupação de cargos públicos e afagos políticos desproporcionais, com o propósito de fortalecer a aliança formada por pessoas com o mesmo pensamento e idêntica formação ideológica para exploração de fins comuns, voltados unicamente para a realização seus sonhos políticos do poder supremo. A concretização desse miraculoso projeto beneficiou os próprios envolvidos e alguns poucos brasileiros, em especial os participantes do programa Bolsa Família, verdadeira bolsa esmola em troca de votos. O mais chocante de tudo isso é que todo esse processo vitorioso ocorreu em clima da pseudo-humildade da conveniência política do bom moço, como forma planejada e capaz de superar adversidades e derrubar os obstáculos, passando por cima de práticas de corrução no governo, que passou para a história política do país como a República da depravação moral, justamente em razão do maior escândalo denominado mensalão, destinado à compra, com dinheiro sujo, proveniente de origem desconhecida, portanto, irregular, da consciência de parlamentares para aprovar, no Congresso Nacional, projetos governamentais. Esse fato, por si só, mostra a irresponsabilidade e a falta de consciência dos envolvidos no lamentável episódio, como prova da tacanha mentalidade desses pobres de espírito político. Ao passo que se consolidava a desorganização político-administrativa, o país conheceu a sua maior e aguda estagnação, em termos de reformas estruturais, objeto de promessas ao povo em campanhas eleitorais, e de investimento em importantes obras públicas, como forma capaz de colocar o Brasil no verdadeiro rumo do progresso e do desenvolvimento. A sociedade precisa com urgência se despertar para a necessidade de ser exigido dos governantes o cumprimento de metas e projetos eficientes de modernização do Estado, com a eliminação de coalizão prejudicial aos interesses nacionais, moralização da administração pública e adoção de reformas estruturais abrangentes, que possibilitem à retomada dos grandes investimentos no país. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 20 de março de 2012

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