Querida
nora Clara, em retribuição ao seu carinho à minha pessoa, quando quis me
presentear com a crônica abaixo, por ocasião do evento supremo do Amigo Oculto,
uma espécie do Oscar tupiniquim, eu vou encerrar meu quadragésimo terceiro
livro, exatamente com o texto da sua lavra, como prova maior do meu incentivo à
sua estreia no mundo literário.
O
texto da Clara diz precisamente o seguinte: “
Presente do Seu
Adalmir: É tradição na família de meu esposo realizar um amigo oculto, o maior
evento anual da família Fernandes. Todo ano, nas festividades de natal e o ano
novo, tiramos quem a gente vai entregar um presente. Geralmente, damos dicas do
que queremos receber da família. No início tirávamos no papelzinho, agora
abrimos o nome pelo celular. Na hora da revelação, costuma-se dizer que essa
pessoa tem um “A” no nome, que é muito querida. Quando meu marido era criança,
a tradição era uma farofa de natal. Só que esta tradição vai sendo
aperfeiçoada. Agora é tradição a lasanha da Dona Aldenir, um salmão gostoso.
Nasceram os netos do vovô Adalmir e da vovó Aldenir: Ana Luiza, mantendo a
tradição do A no início do nome, mas seguido de Pedro Henrique, Liz e Lara,
dando um ar de jovialidade à tradição, e confortando as norinhas Priscila e
Clara, que apesar de ter “a” no nome, não inicial pela tradicional letra. É
tradição um riso solto e leve nesta família que me abraçou com tanto carinho.
Este é mantido sem esforço quando estão todos reunidos. Um riso solto, alto,
feliz. Uma gargalhada gostosa de se ouvir. Outra tradição é ser lido um texto
do Seu Adalmir. Mas este ano tomei a liberdade de fazê-lo, já que precisava
pensar em um presente para o meu amigo oculto, que dificultou muito a minha
vida, não dando nenhuma dica de presente. Como tradição, tirei novamente meu
sogro. Pensei em o que ele mais gostava nesta vida, seus hobbies, o que gosta
de comer, beber, mas queria algo diferente. Veio então a ideia de ser um
presente diferente, quebrando a tradição, algo não físico, mas que acho que ele
gostaria muito: um prefácio, com cara de agradecimento, para quem sabe, um dia
fazer parte de um novo livro. Seu Adalmir, pessoa simples, honesta,
respeitável, que ama escrever sobre os fatos do Brasil e do mundo. Pessoa que
foi se mostrando a medida que escrevia sobre suas opiniões, escrevendo blog,
livro, carta, propostas para técnicos de futebol e presidentes da república.
Que adora o Botafogo e jogos de futebol em geral, de tomar um vinho, de ir ao
supermercado e até aprendeu a tomar chá imaginário das netas. Obrigada Seu
Adalmir por tudo! Obrigada por fazer parte de sua família. Clara Fernandes”.
Enfim,
querida nora Clara, sinto-me feliz e realizado com o seu maravilhoso texto, que
me surpreendeu e encheu meu coração de alegria, ao perceber que, na família, têm
bons escritores e agora, você, se revelando como excelente cronista, ao
apresentar texto escorreito e objetivo, com a narração perfeita de quase tudo o
que realmente acontece nos bastidores e no evento propriamente do nosso encontro
anual de fim de ano, com a já tradicional festa do Amigo Oculto.
Realmente,
trata-se de evento emocionante e engraçado com as peripécias surgidas com a apresentação
de cada pessoa, que consegue criar momentos de tensão e surpresa, até a revelação
do verdadeiro amigo, que sempre termina recebendo o presente preferido e outros
penduricalhos nem tanto, mas tudo faz parte do jogo da confraternização da
principal família de Brasília, que eu amo muito e tenho enorme alegria de
participar dela como membro titular fundador, efetivo, emérito, remido e caduco,
para os fins legais e jurídicos.
Reafirmo
a você, querida Clara, que o inovador presente deste último Natal não poderia
ter sido melhor, principalmente porque ele veio como importante lição de como escrever com concisão,
objetividade e clareza (olha o derivativo involuntário), o que me agrada muito,
quando meus textos pecam pela prolixidade, embora eu tenha a ideia de que isso
integra o necessário objetivismo a ser imprimido a eles.
No
fundo, essa minha mania de escrever crônicas longas diz muito com a
produtividade que ganha relevo com a brevidade do tempo para a conclusão de
cada livro, o que não seria possível se os textos fossem curtos demais, quando
eu levaria bem mais de dois meses para a concepção e formatação de mais um
filho amado que resolvi adotar no mundo literário.
Querida
nora Clara, em reciprocidade e agradecimento por sua reafirmação de amabilidade
com que diz em integrar a nossa família, eu lhe digo que a sua participação
entre nós constitui algo essencial que a complementa e valoriza, ante a sua permanente
demonstração de voluntariedade, amizade e amor às causas fundamentais que levam
ao conforto e à felicidade familiar.
Com
beijos de agradecimentos...
Brasília, em 11 de fevereiro de 2020
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