terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Estrela em ascensão

Querida nora Clara, em retribuição ao seu carinho à minha pessoa, quando quis me presentear com a crônica abaixo, por ocasião do evento supremo do Amigo Oculto, uma espécie do Oscar tupiniquim, eu vou encerrar meu quadragésimo terceiro livro, exatamente com o texto da sua lavra, como prova maior do meu incentivo à sua estreia no mundo literário.
O texto da Clara diz precisamente o seguinte: “
Presente do Seu Adalmir: É tradição na família de meu esposo realizar um amigo oculto, o maior evento anual da família Fernandes. Todo ano, nas festividades de natal e o ano novo, tiramos quem a gente vai entregar um presente. Geralmente, damos dicas do que queremos receber da família. No início tirávamos no papelzinho, agora abrimos o nome pelo celular. Na hora da revelação, costuma-se dizer que essa pessoa tem um “A” no nome, que é muito querida. Quando meu marido era criança, a tradição era uma farofa de natal. Só que esta tradição vai sendo aperfeiçoada. Agora é tradição a lasanha da Dona Aldenir, um salmão gostoso. Nasceram os netos do vovô Adalmir e da vovó Aldenir: Ana Luiza, mantendo a tradição do A no início do nome, mas seguido de Pedro Henrique, Liz e Lara, dando um ar de jovialidade à tradição, e confortando as norinhas Priscila e Clara, que apesar de ter “a” no nome, não inicial pela tradicional letra. É tradição um riso solto e leve nesta família que me abraçou com tanto carinho. Este é mantido sem esforço quando estão todos reunidos. Um riso solto, alto, feliz. Uma gargalhada gostosa de se ouvir. Outra tradição é ser lido um texto do Seu Adalmir. Mas este ano tomei a liberdade de fazê-lo, já que precisava pensar em um presente para o meu amigo oculto, que dificultou muito a minha vida, não dando nenhuma dica de presente. Como tradição, tirei novamente meu sogro. Pensei em o que ele mais gostava nesta vida, seus hobbies, o que gosta de comer, beber, mas queria algo diferente. Veio então a ideia de ser um presente diferente, quebrando a tradição, algo não físico, mas que acho que ele gostaria muito: um prefácio, com cara de agradecimento, para quem sabe, um dia fazer parte de um novo livro. Seu Adalmir, pessoa simples, honesta, respeitável, que ama escrever sobre os fatos do Brasil e do mundo. Pessoa que foi se mostrando a medida que escrevia sobre suas opiniões, escrevendo blog, livro, carta, propostas para técnicos de futebol e presidentes da república. Que adora o Botafogo e jogos de futebol em geral, de tomar um vinho, de ir ao supermercado e até aprendeu a tomar chá imaginário das netas. Obrigada Seu Adalmir por tudo! Obrigada por fazer parte de sua família. Clara Fernandes”.
Enfim, querida nora Clara, sinto-me feliz e realizado com o seu maravilhoso texto, que me surpreendeu e encheu meu coração de alegria, ao perceber que, na família, têm bons escritores e agora, você, se revelando como excelente cronista, ao apresentar texto escorreito e objetivo, com a narração perfeita de quase tudo o que realmente acontece nos bastidores e no evento propriamente do nosso encontro anual de fim de ano, com a já tradicional festa do Amigo Oculto.
Realmente, trata-se de evento emocionante e engraçado com as peripécias surgidas com a apresentação de cada pessoa, que consegue criar momentos de tensão e surpresa, até a revelação do verdadeiro amigo, que sempre termina recebendo o presente preferido e outros penduricalhos nem tanto, mas tudo faz parte do jogo da confraternização da principal família de Brasília, que eu amo muito e tenho enorme alegria de participar dela como membro titular fundador, efetivo, emérito, remido e caduco, para os fins legais e jurídicos.
Reafirmo a você, querida Clara, que o inovador presente deste último Natal não poderia ter sido melhor, principalmente porque ele veio como  importante lição de como escrever com concisão, objetividade e clareza (olha o derivativo involuntário), o que me agrada muito, quando meus textos pecam pela prolixidade, embora eu tenha a ideia de que isso integra o necessário objetivismo a ser imprimido a eles.
No fundo, essa minha mania de escrever crônicas longas diz muito com a produtividade que ganha relevo com a brevidade do tempo para a conclusão de cada livro, o que não seria possível se os textos fossem curtos demais, quando eu levaria bem mais de dois meses para a concepção e formatação de mais um filho amado que resolvi adotar no mundo literário.
Querida nora Clara, em reciprocidade e agradecimento por sua reafirmação de amabilidade com que diz em integrar a nossa família, eu lhe digo que a sua participação entre nós constitui algo essencial que a complementa e valoriza, ante a sua permanente demonstração de voluntariedade, amizade e amor às causas fundamentais que levam ao conforto e à felicidade familiar.
Com beijos de agradecimentos...   
       Brasília, em 11 de fevereiro de 2020 

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