domingo, 9 de fevereiro de 2020

Jovem de nome amor


Uma garota de apenas 18 anos (Gabriela Paola Santos Cunha), da cidade de Picuí, no Seridó da Paraíba, vive momentos de muitas dificuldades na sua tenra idade, ao tentar angariar dinheiro para alimentar seu sonho de pagar o tratamento da doença da mãe dela (Edneide Cristine Dantas Santos).
A sua mãe é auxiliar de enfermagem e foi diagnosticada com colite crônica, doença intestinal que não permite a absorção dos nutrientes dos alimentos pelo organismo, a que facilita a perda de peso.
Em razão da doença, a mãe da menina se encontra afastado do serviço e apenas recebe o benefício correspondente ao seguro saúde, pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que é apenas o necessário para as despesas básicas da casa e da aquisição de parte dos remédios indicados para o controle da doença.
A garota, muito preocupada com a doença da mãe, vem tentando ajudar nas despesas da casa e uma das alternativas encontradas foi a juntada de latinhas de bebidas, que tem sido uma de muitas opções que restaram, depois de procurar emprego nos estabelecimentos comerciais da cidade onde mora, mas não obteve êxito.
A jovem coleta o material em bares, ruas, festas e movimentos de pessoas, principalmente durante à noite, que nem reclama, para, enfim, contabilizar a bagatela de, no máximo, R$ 120 mensais, algo extremamente penoso diante da exposição de praticamente uma menina que poderia ter sua juventude se dedicando aos estudos e ao lazer de pessoa própria da sua idade.
Além desse trabalho muito difícil, a garota ainda é obrigada a encarar o preconceito das pessoas desumanas, que, infelizmente, criticam o seu honesto e digno trabalho de reciclagem, mas ela procura não reclamar da situação e segue na luta, porque gosta do que faz e foi a maneira encontrada para ajudar a sua querida mãe.
Contam-se que o esforço da garota tem sido notado e reconhecido por muitas pessoas da região, que procuram juntar as latinhas e encaminhar para ela, como forma de cooperação ao seu trabalho árduo e praticamente infrutífero, diante de tão pouco dinheiro que ela consegue amealhar durante um mês de duro sacrifício.
Não obstante, em momento algum, a jovem paraibana pensou em desistir da sua destemida luta, porque ela sabe o que quer e o que precisa fazer para conseguir seus objetivos, principalmente não tendo se descurado da valorização dos estudos, pois vem cursando a segunda série do ensino médio, em escola pública, sempre na esperança de melhoras para a sua difícil situação.
Vejam-se que, como garota extremamente dedicada, ela também se dispõe a realizar mudanças e fretes, com o uso de carrinho de mão-pedreiro, notadamente na proximidade da feira da cidade onde mora.
Finalmente, a nossa heroína, que representa simbolicamente muitas crianças brasileiras, que enfrentam toda forma de problemas sociais, ante as enormes e variadas dificuldades que grassam país afora, contou que o preconceito no local não é de classe, mas de gênero, que ela precisa enfrentar com a disposição de verdadeira guerreira, para que a sua luta inglória e incansável possa ter continuidade.
A história dessa heroína garota é extremamente comovente, que emociona e toca profundamente o coração, por se perceber o tanto que o ser humano é capaz de se submeter para tentar superar as intransponíveis dificuldades da vida.
É evidente que a doença acometida à mãe dela já deveria, há muito tempo, ter sido tratada pelo Estado, que tem o dever constitucional de garantir o tratamento das doenças, na forma do disposto no artigo 196 da Carta Magna, que diz que "A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.".
Nesse texto constitucional, fica bastante claro que todo brasileiro tem direito ao tratamento médico-hospitalar, incluído aí o atendimento prioritário às doenças da maior gravidade, que é o caso dessa senhora, que tem enormes dificuldades para o processamento dos alimentos, substâncias essenciais à sua sobrevivência, que não pode ficar submetida a tamanho desprezo por parte do Estado, que também não direito de fechar os olhos para situação de vida ou morte das pessoas mais desvalidas e desassistidas, conforme se evidencia com relação ao caso dessa senhora.
Diante das visíveis omissão e irresponsabilidade do Estado, com muita boa vontade, tenho o presente caso como a caracterização de situação que a sociedade pode perfeitamente se interessar e interagir, em gesto de amor humanitário próprio do sentimento voluntário das pessoas capazes de compreender o sofrimento do seu próximo, que é o caso típico em comento, no sentido da mobilização em que as pessoas de boa vontade podem se interessar em se associar em ajuda ao ingente esforço dessa criatura que demonstra o quanto tem disposição para denunciar ao mundo o seu sofrimento pessoal, de querer conseguir meios, a todo custo, para o tratamento e a cura da doença da sua amada mãezinha.
Trata-se, na verdade, da mais pura e viva evidência do sentimento externado por qualquer um de nós, que faria, assim como ela faz, mesmo diante da incompreensão humana, qualquer sacrifício para propiciar o bem-estar de seu ente mais querido.
Gostaria muitíssimo de participar de alguma campanha que tenha por objetivo ajudar o tratamento da doença dessa senhora e retribuir o sentimento de solidariedade dos brasileiros a essa pérola de menina chamada amor, que merece total carinho, por suas atitudes de paraibana de fibra e amor a causa justíssima, em todos os aspectos, que não se enverga jamais, mesmo diante das atrocidades e adversidades impostas na sua trajetória, cheia de gigantescos percalços, mas ela demonstra disposição e forças para a conquista de seus objetivos.
Eu sugiro que a Uiraúna.Net, portal de extrema respeitabilidade na região, de onde eu colhi a notícia sob análise, ou quem possa ter condições, na medida do possível, forneça informações para contato com essa genial e brava jovem ou organize e crie, de forma séria e responsável, conta bancária destinada a arrecadar ajuda dos brasileiros para mostrar amor ao seu semelhante, mesmo com doação simbólica de pessoa bondosa, que somada há de contribuir para mostrar à heroína e guerreira desta história que os brasileiros têm coração generoso e sabem perfeitamente compreender as agruras de quem luta pela vida, com tamanho gesto de amor.  
De antemão, deixo claro que eu não teria condições de cuidar diretamente da incumbência da arrecadação por mim cogitada, por morar muito distante da Paraíba, mas fico na esperança e torcendo que alguma alternativa surja para ajudar a jovem que deu mostras de verdadeiro exemplo de amor filial e cristão, que merece ser correspondido na altura da bondade do seu coraçãozinho de menina-moça sonhadora.
Brasília, em 9 de fevereiro de 2020 

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