Diante de emocionante e maravilhosa poesia da lavra do grande poeta sertanejo, o uiraunense Vandenildo Oliveira, em que ele ressalta as belezas vividas no seu tempo de infância, ao pontuar as mais importantes passagens dos tempos de menino na amada nossa terra natal, eu escrevinhei as palavras a seguir me solidarizando com o pensamento desse brilhante escritor.
Sim, assim mesmo, ô Sertão, tão puro e tão autêntico, porque eu tudo
isso também tive a felicidade de viver e muito mais e com bastante intensidade,
porque as circunstâncias me obrigavam a fazer além das minhas posses físicas,
mas que isso não se diga, pelo amor à vida sertaneja, que seja sacrifício!
Sacrifício é não ter tido a felicidade de ter passado por caminhos
íngremes que levavam à tão felizes experiências de vida, começando muito cedo,
ainda bem menino, ao trabalho em igualdade com o adulto, tendo que comer
exatamente o que ainda tinha e tudo bem racionado, no limite da quantidade da sempre
numerosa família, no dia a dia da pobreza que era própria de todos os lares do
sertanejo e ainda sendo obrigado a enfrentar o duro eito, suado e duro da roça,
que era a sala do campo onde se aprendia as primeiras lições de cidadania e
dignidade para ser homem de verdade, para o resto da vida.
Tudo começava na idade de menino, aprendendo com a velha e sábia
experiência dos pais, que se desdobravam na dureza do roçado, para o alimento
do lar.
Quase todas as experiências ditas na verdadeira e precisa poesia do
mestre poeta Vandenildo Oliveira eu me orgulho de ter sido, ao mesmo tempo,
discípulo aprendiz e mestre, porque vivenciei as experiências ali descritas e
sei precisamente da importância de cada momento delas, porque, na minha época
de infância não existência outra cartilha mais maravilhosa do que obrigava todo
menino a viver conforme a tradição ditada por nossos pais, cujo script
vinha pregado na testa de cada menino, que era obrigado a seguir sempre o mesmo
destino de ser feliz com o que tinha, tudo nos limites adaptados com os mesmos
roteiros da dura vida de sertanejo.
Parabéns, irmão poeta Vandenildo, por dizer, em poesia, a verdade de
cada um de nós, nos bons e maus tempos de infância, que vivíamos felizes
exatamente como eles eram, na forma da inocência referida no seu puríssimo
texto, que enaltece sim ter vivido como verdadeiro menino do rico Sertão, que,
em mim, deixou importantes marcas de boas e felizes lembranças...
Diante da minha mensagem, o poeta Vandenildo escreveu mais o belo texto
a seguir, verbis:
“Ô maravilha... muito obrigado meu caríssimo
conterrâneo, grande abraço saúde!!
Ah ! Como éramos felizes
Porque Tínhamos raízes
Fincadas na dignidade,
Longe de ser flores
Mas suportavamos as dores
Em nome da honestidade...
Eramos nossos próprios críticos
Não esperávamos por políticos
Pra suprir as tantas necessidades...
Em fim...
Tudo tão diferente de hoje em dia ...
Valeu irmão...!”.
Em resposta à amável mensagem, eu disse como
valeu, prezado poeta Vandenildo, ter vivido o nosso tempo de menino de engenho,
embrenhado nas belezas da meninice do Sertão, onde tudo era inocência com o bom
senso de muita responsabilidade, com os cuidados voltados para o trabalho, os
estudos e as brincadeiras, tudo ao seu devido tempo.
Nunca me queixei de coisa nenhuma, ressalvada a enorme pobreza que fez
companhia a mim, no meu querido lar, que realmente me fazia doer muito n'alma,
mas o que fazer senão tolerar pacientemente, pois tudo era obra da divina
providência, situação essa apenas ressalvada para poucos viventes da região?
E assim ia se vivendo, como Deus queria, na conformidade dos aconchegos
dos queridos pais, que tudo faziam para o sustento e a alegria da prole.
E quis Deus que eu tivesse sobrevivido ao meio das maiores dificuldades,
lépido, forte e solto ao vento, para hoje eu puder contar um pouco da feliz
epopeia vivida no Sertão do meu Deus, que também é mais sertanejo do que
brasileiro, porque ele permite que todos dali vivam mesmo nas intempéries
cruentas e difíceis, que são assim para justamente marcar a pujança e a
grandeza próprias dos sertanejos.
Viva o Sertão!
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