segunda-feira, 7 de março de 2011

Explicação genética

A parlamentar brasiliense, flagrada com a “boca na botija” recebendo pacote de dinheiro sujo da corrupção, deve estar, agora, tremendamente decepcionada com a reação ilógica, estúpida e violenta adotada pela sociedade acerca dessa aparente irregularidade, máxime porque essa grana, de valor irrisório para os seus costumes, foi  por certo recebida de boa fé e naturalmente teve destino integral aos programas sociais de filantropia, em consonância com os projetos de campanha. É evidente que, no seu entender, essa sociedade é muito preconceituosa e invejosa, não suportando conviver com o sucesso de pessoas “competentes” na política. Também é provável que a sua grande estranheza resida no fato de que o absurdo alarde se contradiz com a costumeira morosidade quanto às apurações dos fatos e ao seu julgamento, a exemplo dos famosos escândalos do mensalão, sanguessuga e tantos outros que estão mofando nos escaninhos da Justiça, propiciando aos envolvidos o direito à reeleição e assunção de cargos importantes. Sem citar os recentes casos de prescrições operadas nos prazos de processos versando sobre corrupção envolvendo "colarinhos brancos". No específico caso em foco, a sociedade tem a obrigação de sopesar em especial o DNA genético, a origem e tradição familiares e outros atenuantes da parlamentar envolvida, para que o julgamento dos fatos seja justo, cujo veredicto não venha prejudicar a sua "brilhante" carreira política.  

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 08 de março de 2011

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