sábado, 26 de março de 2011

A higidez da ficha

A derrota dos defensores da Ficha Limpa, no Supremo Tribunal Federa, foi bastante para o desencadeamento de tremenda onda de insatisfação, indignação e até repúdio, não só pelos políticos afetados desfavoravelmente, mas, principalmente, por significativa parcela da sociedade, que ainda acreditava na moralização do sistema eleitoral, com o aval do Poder Judiciário, que teve a incumbência de se manifestar sobre a aplicabilidade ou não da lei editada exatamente no mesmo exercício da realização das eleições. O resultado da demanda, infelizmente, não foi o esperado, vindo beneficiar os chamados fichas sujas, que deverão tomar posse nos cargos para os quais foram eleitos pela vontade popular. Foi justamente o povo, isso mesmo, que os colocou legitimamente nesses cargos, que, agora, deve arcar com o mérito ou demérito da sua vontade livre e soberana, ou seja, não adianta querer condenar ou culpar se não a si o próprio por esse estado lamentável, onde se encontra a pobre representatividade política popular. Enquanto não houver sensibilidade e maturidade dos eleitores brasileiros, no sentido de assumir sério e decidido compromisso de sufragar nas urnas somente aqueles que demonstrarem, de forma comprovada, respeito aos salutares princípios da honra, competência, moralidade, ética etc., essa caótica situação vai continuar e, nem mesmo a lei, será capaz de influenciar na mudança dos hábitos prejudiciais ao interesse público.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 25 de março de 2011

Um comentário:

  1. Acredito que ter a ficha limpa deve ser visto como requisito de elegibilidade e não como mudança de regra.

    ResponderExcluir