Conforme mensagem que circula nas
redes sociais, há o veemente apelo em defesa do bolsonarismo, nos seguintes
termos, ipsis litteris: “O bolsonarismo nada mais é que um grupo seleto de brasileiros
cansados da safadeza de políticos sujos. Ser bolsonarista é apoiar as próximas
gerações. Sinto orgulho de fazer parte deste grupo seleto. Se este também é o
seu caso, repasse esta mensagem, para que mais pessoas possam estar nesta
caminhada. Sou Bolsonaro. Caio Coppolla.”.
O bolsonarismo pode ser sim um
grupo seleto de pessoas que têm a mesma mentalidade de político demagogo e
insensato, que conseguiu a simpatia de seus seguidores graças à ignorância
política deles, que não conseguem perceber as deformações, as imperfeições, as
incompetências e as incongruências ínsitas dele, que são facilmente
perceptíveis, não fosse a cegueira inata causada pela ideologia, que impede de
se vislumbrar que esse político é igualzinho às demais pessoas públicas, que
tem o mesmo timbre de aproveitador, desonestidade e mentiroso.
Alguém se lembra muito bem da
pessoa que defendia o lema criado por ele, por onde fosse, segundo o qual o
Brasil estava acima de tudo e Deus estava acima de todos.
Sem dificuldade para se perceber
ligeira interpretação disso, que colocava o Brasil somente abaixo de Deus, sob
a lógica de merecer especial prioridade, evidentemente por parte dele e do
governo dele?
Pois bem, no governo dele, a
crise institucional se agravou ao limite extremo, aconselhando a imediata e
urgente decretação da garantia da lei da ordem, com base no artigo 142 da
Constituição, combinado com o artigo 78 também da Carta Política, que diz que o
presidente da República se compromete, no ato de posse, a manter, defender e
cumprir a Constituição e observar as leis do país.
Dito isto, que não é novidade de
ninguém, ele simplesmente ignorou os apelos dos brasileiros honrados e, de
forma acentuadamente covarde, não apresentou justificativa para a sua
inadmissível e gravíssima omissão, tendo feito voto de obsequioso silêncio, completamente
contrário ao seu estilo de falador, permitindo que o “amado” Brasil dele se
aprofundasse cada vez mais na desgraça, para não dizer coisa pior.
Diante disso, ele teria os
recursos constitucionais para adotar medidas salvadoras do Brasil, bastando tão
somente a decretação da garantia da lei e da ordem, de competência dele, nas
circunstâncias.
Isso mostra que ele não é homem
que assume o que diz, quando afirmava que o Brasil estava acima de tudo, mas no
momento que o país mais precisou e que o presidente poderia atender ao apelo de
vida ou morte, ele simplesmente se acovardou e ajudou a sepultar as esperanças
de transformação do Brasil em nação democrática e livre da tirania.
Quem jamais vai esquecer as
grosseiras e absurdas trapalhadas protagonizadas por ele no curso da pior crise
da saúde pública brasileira, em que ele se após a tudo sobre as orientações
inerentes ao combate à pandemia do coronavírus, tendo chegado ao péssimo
exemplo de sequer ser vacinado, que serviria de exemplo para a população ser
imunizada.
O desinteresse dele pela saúde
dos brasileiros foi tanto que um militar especialista em suprimento do
Exército, sem conhecimento de medicina, foi incumbido de cuidar do combate ao
mal do século, cujo resultado não poderia ter sido pior, com o alarmante saldo
de mais de setecentos mil mortes, que poderiam ter sido minimizadas se ele
tivesse sensível à causa, por meio da adoção de medidas revolucionárias, quando
o governo somente fez o estritamente necessário.
Além disso, ele zombava de quem
ficava em casa, se prevenindo contra o vírus, chegando a chamar essas pessoas
de maricas.
Ele não usava máscara e chegou a
comparar o coronavírus com uma “gripezinha”, em forma de desprezo à prevenção
contra o desastre da contaminação das pessoas, posto que o vírus matou mais de
700 mil pessoas, o que era realmente perigoso se expor em multidão.
Como ter orgulho de político que
pregava a moralidade, sabidamente para se eleger, mas, depois de eleito, se
tornou amigo do deplorável Centrão, especialista no fisiologismo na
administração pública, cuja abominável costume político foi cognominada pelo então
candidato “paladino” da moralidade como a “velha política”?
Não obstante, depois de ter sido
ameaçado de impeachment e sem apoio no Congresso Nacional, o já presidente
resolveu colocar o infame Centrão no colo do governo, entregando para ele, de
forma inescrupulosa, cargos públicos e emendas parlamentares, que são
procedimentos notoriamente própria de corrupção, visto que o ato em si visava à
exclusiva satisfação do interesse pessoal do presidente, para blindar o seu
cargo, no Congresso Nacional.
Ou seja, como o ingresso do
imundo Centrão, no Palácio do Planalto, não teve nada para justificar a
satisfação do interesse público, isso caracteriza aproveitamento da máquina
pública para fins privados do mandatário, que é considerado procedimento
incompatível com as finalidades políticas de interesse público e contrários aos
princípios da moralidade, da legalidade e da honestidade.
Há de se notar que o
insignificante Centrão conseguiu criar o recriminável e imoral “orçamento
secreto”, no governo dele, que nem reclamou, de vez que a finalidade dessa
excrescência é comprar a “consciência” de parlamentares para votarem nos
projetos do governo.
Frise-se que, ainda no seu
governo, foram lacradas, em definitivo, as portas da importante Operação
Lava-Lato, que andava a passos largos à busca de parlamentares que praticavam
irregularidades com recursos públicos, por meio dos vergonhosos “puxadinhos”,
sob suspeita do envolvimento de filhos dele.
Isso mostra distanciamento dos
princípios da honestidade e da moralidade, antes defendidos com rigor por ele.
Estranha-se que os bolsonaristas,
considerados brasileiros seletos, tenham se cansados da safadeza de políticos
sujos, mas não têm nenhuma dignidade para reconhecerem os gravíssimos deslizes
e desajustes do seu líder-mor, como se ele fosse eternamente infalível, embora
fatos mostre bem ao contrário disso.
Como é deplorável o brasileiro
ter a indignidade de dizer que “sou Bolsonaro”, porque isso é confissão de
ingenuidade e não se envergonhar por ser também indigno, em termos políticos,
por comungar com os mesmos propósitos políticos dele, que, queira ou não,
também praticou seus desvios de conduta, extremamente prejudiciais ao interesse
da população, em especial no que se refere à pacífica entrega do poder à ala
decomposta da política brasileira, quando ele, se tivesse o mínimo de sensatez,
teria decretado a garantia da lei e da ordem, como forma altruísta de salvação
da democracia brasileira.
É com extrema decepção que se percebe
campanha, apoiada por brasileiros, enaltecendo a figura de político demagogo,
inconsistente, insensato e omisso, devidamente comprovado por meio do seu
abandono do Brasil e dos brasileiros, em momento que a atuação dele se tornou
imprescindível, mas ele preferiu se distanciar dos fatos, jogando o Brasil à
própria sorte, à vista da desgraça que impera nas instituições brasileiras,
terrivelmente prejudiciais aos interesses dos brasileiros, que teria sido
evitada por meio de medida que somente dependia dele.
Brasília, em 27 de abril de 2024
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