Os
senadores que integram o grupo do PT mais próximo à presidente da República afastada
não escondem seu desânimo com relação à votação da segunda fase do impeachment da
petista, conhecida como pronúncia, ora em curso no Senado Federal.
O
pessimismo se confirma pela contabilização, com bastante realismo, feita por
senadores petistas, dando conta de que a petista poderá sequer atingir os 22
votos favoráveis a ela na votação de admissibilidade do impeachment, no mês de
maio.
É
notoriamente visível a possibilidade da perda de apoio à petista, que, ao
contrário, pretendia reverter o placar desde aquela votação acachapante de 55
contra 22 favorável ao afastamento dela, depois de transcorridos dois meses, mas
o grupo sequer conseguiu atrair qualquer voto como também contabiliza perdas significativas
de antigos aliados, a exemplo de expressivas viradas de lado de três senadores
peemedebistas.
Os
especialistas entendem que a maior baixa do lado da presidente afastada foi mesmo
a do presidente do Senado, que se manteve, nos momentos de maior turbulência,
como forte aliado da petista, mas agora ele sinaliza que teria mudado de
posição e se aproximado de vez do presidente interino. Até pouco tempo, o
senador alagoano demonstrava ser primoroso articulador com capacidade de
blindagem da petista contra o seu afastamento do Palácio do Planalto,
evidentemente enquanto prevaleciam as conveniências políticas, em especial no
que diz respeito ao atendimento de seus interesses.
Noticia-se,
nos bastidores, que, por conta de seu apoio ao presidente interino, o senador
alagoano espera ser contemplado, em materialização ao vergonhoso sistema do “toma
lá, dá cá”, com o Ministério do Turismo, que até já foi reservado para um
aliado dele.
À
toda evidência, a notória rejeição à volta da presidente afastada ao comando do
país pelos senadores é apenas reflexo da péssima gestão dela, que conseguiu
quebrar as estruturas do Estado brasileiro, com suas ações e políticas
deletérias, que foram capazes de atravancar completamente os sistemas de
produção, consumo e desenvolvimento, contribuindo para a recessão e o
desemprego, graças à administração incompetente e ineficiente do país.
Por
seu turno, seria demonstração da maior temeridade ou até mesmo da falta de
senso de responsabilidade por parte dos senadores se o clamor da sociedade por
rejeição às pretensões da petista não fosse ouvido, justamente por envolver os
sublimes interesses do país, uma vez que este já foi trucidado quando da gestão
dela, à vista dos terríveis resultados que infernizam a vida dos brasileiros.
O
certo é que, desde quando a presidente da República foi colocada no ostracismo,
ela conseguiu desagradar até mesmo seus aliados, a exemplo do caso em que ela atribui
somente ao PT a culpa pelo uso do caixa 2 na sua eleição de 2010, fato que
contrariou de morte a "honorabilidade" dos caciques petistas, tendo
em vista que ela tentou, de forma insensata, se eximir da culpa por atos que
dizem respeito à campanha dela, que foi beneficiada pelo uso de recursos sujos,
desviados da Petrobras, empresa que ela teria obrigação de zelar, ao invés de
contribuir para dilapidar o seu patrimônio, à vista da sua visceral vinculação
funcional com ela.
Urge
que o bom senso e a racionalidade prevaleçam na votação final do processo de
afastamento definitivo da presidente da República, à luz dos substanciosos
prejuízos já causados aos brasileiros, por ocasião da sua desastrada e
devastadora gestão, que foi capaz de ignorar os saudáveis princípios da
administração eficiente e competente. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 09 de agosto de 2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário