terça-feira, 9 de agosto de 2016

A rejeição à incompetência


Os senadores que integram o grupo do PT mais próximo à presidente da República afastada não escondem seu desânimo com relação à votação da segunda fase do impeachment da petista, conhecida como pronúncia, ora em curso no Senado Federal.
O pessimismo se confirma pela contabilização, com bastante realismo, feita por senadores petistas, dando conta de que a petista poderá sequer atingir os 22 votos favoráveis a ela na votação de admissibilidade do impeachment, no mês de maio.
É notoriamente visível a possibilidade da perda de apoio à petista, que, ao contrário, pretendia reverter o placar desde aquela votação acachapante de 55 contra 22 favorável ao afastamento dela, depois de transcorridos dois meses, mas o grupo sequer conseguiu atrair qualquer voto como também contabiliza perdas significativas de antigos aliados, a exemplo de expressivas viradas de lado de três senadores peemedebistas.
Os especialistas entendem que a maior baixa do lado da presidente afastada foi mesmo a do presidente do Senado, que se manteve, nos momentos de maior turbulência, como forte aliado da petista, mas agora ele sinaliza que teria mudado de posição e se aproximado de vez do presidente interino. Até pouco tempo, o senador alagoano demonstrava ser primoroso articulador com capacidade de blindagem da petista contra o seu afastamento do Palácio do Planalto, evidentemente enquanto prevaleciam as conveniências políticas, em especial no que diz respeito ao atendimento de seus interesses.
Noticia-se, nos bastidores, que, por conta de seu apoio ao presidente interino, o senador alagoano espera ser contemplado, em materialização ao vergonhoso sistema do “toma lá, dá cá”, com o Ministério do Turismo, que até já foi reservado para um aliado dele.
À toda evidência, a notória rejeição à volta da presidente afastada ao comando do país pelos senadores é apenas reflexo da péssima gestão dela, que conseguiu quebrar as estruturas do Estado brasileiro, com suas ações e políticas deletérias, que foram capazes de atravancar completamente os sistemas de produção, consumo e desenvolvimento, contribuindo para a recessão e o desemprego, graças à administração incompetente e ineficiente do país.
Por seu turno, seria demonstração da maior temeridade ou até mesmo da falta de senso de responsabilidade por parte dos senadores se o clamor da sociedade por rejeição às pretensões da petista não fosse ouvido, justamente por envolver os sublimes interesses do país, uma vez que este já foi trucidado quando da gestão dela, à vista dos terríveis resultados que infernizam a vida dos brasileiros.  
O certo é que, desde quando a presidente da República foi colocada no ostracismo, ela conseguiu desagradar até mesmo seus aliados, a exemplo do caso em que ela atribui somente ao PT a culpa pelo uso do caixa 2 na sua eleição de 2010, fato que contrariou de morte a "honorabilidade" dos caciques petistas, tendo em vista que ela tentou, de forma insensata, se eximir da culpa por atos que dizem respeito à campanha dela, que foi beneficiada pelo uso de recursos sujos, desviados da Petrobras, empresa que ela teria obrigação de zelar, ao invés de contribuir para dilapidar o seu patrimônio, à vista da sua visceral vinculação funcional com ela.
Urge que o bom senso e a racionalidade prevaleçam na votação final do processo de afastamento definitivo da presidente da República, à luz dos substanciosos prejuízos já causados aos brasileiros, por ocasião da sua desastrada e devastadora gestão, que foi capaz de ignorar os saudáveis princípios da administração eficiente e competente. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 09 de agosto de 2016

Nenhum comentário:

Postar um comentário