quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Escravidão medieval


Com a finalidade de “minimizar” o grave problema do desabastecimento de produtos básicos na Venezuela, principalmente alimentos, que começou há mais de três anos e vem se agravando, de forma progressiva, com o decorrer do tempo, o presidente da Venezuela editou decreto, já em pleno vigor, estabelecendo que as pessoas que trabalham em empresas públicas e privadas podem ser convocadas para trabalhar em organizações estatais especializadas na produção de alimentos.
A norma também estabelece que os referidos empregados deverão trabalhar, temporariamente, nas citadas organizações, por, no mínimo, 60 dias e seus “contratos” poderão ser renovados, de forma automática, por período extra de 60 dias ou retornarão a seus trabalhos originais.
A organização Anistia International (AI) agiu com rapidez, tendo condenado e questionado a edição do decreto pelo governo bolivariano, que determina que qualquer empregado pode ser obrigado a trabalhar em tarefas da agricultura, como forma de combater a crise alimentícia no país, cuja medida tem a equivalência do trabalho forçado.
Uma diretora daquela organização afirmou que “tentar abordar a severa falta de alimentos na Venezuela forçando o povo a trabalhar no campo ‘é como tentar curar uma perna quebrada com um curativo’. O novo decreto é completamente inútil em termos de encontrar formas para que a Venezuela saia da crise em que ficou imersa por anos. As autoridades venezuelanas devem focar em pedir e levar de maneira urgente a ajuda humanitária que milhões de pessoas necessitam em todo o país e desenvolver um projeto efetivo a longo prazo para solucionar esta crise”.
À toda evidência, é inacreditável que aquele país seja fragmentado, em completa degeneração social, agora com a imposição de regime trabalhista comparável à escravidão, em cristalina demonstração do absoluto caos socioeconômico.
É inacreditável que a sociedade organizada, as instituições militares, os organismos internacionais, as nações sérias e evoluídas fiquem totalmente omissos, como que a concorda com a sublimação de atos bárbaros de desprezo ao ser humano, que não pode perder a sua dignidade em nome da incompetência e da tirania impostas à nação, que, de forma covarde, se cala em sintonia com insensatez mórbida e prejudicial aos direitos humanitários e aos princípios da civilidade e da modernidade alcançados no resto do mundo que respeita a dignidade do ser humano.
Trata-se de ato que deprime e humilha o ser humano, que não condiz com os sentimentos de valorização do homem, diante da imposição de método de trabalho indigno de escravidão somente praticado na Idade Média, por governo insensato que tem como alternativa para a sua completa incompetência a adoção de medida visivelmente contrária aos princípios humanitários, que precisa ser repudiada e contraposta, se possível, pelo povo que elegeu o governo déspota e insensato.
É extremamente degradante e inadmissível a submissão, em pleno século XXI, do povo venezuelano aos métodos da escravidão, em total demonstração de incivilidade e de ultraje aos princípios humanitários, tudo por conta da absurda e bestial Revolução Bolivariana, que não passa da imposição de martírio e sofrimento à população daquele país, comandado cada vez mais por tirano da pior estirpe, que não se cansa de adotar medidas estapafúrdias e humilhantes, haja vista que ele, como exemplo, não se submete ao trabalho escravo.
É induvidoso que os venezuelanos tenham significativa parcela de culpa nesse lamentável episódio, sendo que eles são castigados por sua ingenuidade de ter apoiado a ascensão da maldade, da incompetência e da destruição da dignidade do ser humano, agora ainda mais com o emprego de métodos escravagistas, não mais usados nem mesmo nas piores republiquetas.
Certamente que o povo venezuelano não mereceria tamanha crueldade caso não tivesse votado, livremente, em quem foi capaz de levar a nação às completas ruínas social e econômica, conforme evidenciam os fatos, ante as “miraculosas” promessas de igualdade e de progresso sociais, que são a base do sistema socialista que simplesmente arruinou aquela nação, de forma irremediável e impiedosa.
À vista da indiscutível adoção de mais uma medida com viés de tirania, truculência e desrespeito, patentemente prejudicial ao interesse dos venezuelanos, urge que a sociedade organizada e as instituições militares daquele país e, no âmbito das relações diplomáticas e do Direito Internacional, os organismos internacionais e as nações sérias e civilizadas repudiem, com veemência, esse truculento ato de visível abuso de autoridade e de extremas barbaridade e violência aos direitos humanos, por haver nele cristalina degeneração da dignidade dos trabalhadores daquele país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 04 de agosto de 2016

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