quarta-feira, 17 de agosto de 2016

O destronamento do poder


No auge da turbulência que se encaminha para destronar o PT do poder, o distanciamento da presidente afastada da cúpula do PT agora é realidade indisfarçável, culminando com acusações de lado a lado, tanto nos bastidores como explicitamente, em razão da iminente perda do poder e ninguém quer ficar com a pecha de ter sido o protagonista do debacle que decretou o fim do ardoroso projeto de absoluta dominação da classe política e da perenidade na administração do país.
Já há consenso entre dirigentes, militantes e parlamentares do PT de que, confirmado o afastamento da petista do Palácio do Planalto, a ex-presidente seja capaz de tentar apenas salvar a sua biografia, não tendo o menor escrúpulo para apontar o dedo para as falcatruas do partido, tendo o condão de complicar ainda mais a situação de caos que ele se encontra, às vésperas das eleições municipais.
A convicção dos petistas foi consolidada depois que a presidente afastada afirmou que o PT precisa assumir seus erros, sob a ótica do princípio ético, e passar por “grande transformação”, enquanto ela posa de toda imaculada.
Essa declaração foi feita logo após ela ter afirmado que não autorizara caixa 2 em sua campanha e que qualquer responsabilidade pelo pagamento de dívidas nesse sentido deveria ser debitada na conta do PT, deixando muito claro que os desentendimentos entre ambos ficaram patenteados, havendo inclusive forte suspeita até mesmo que a petista, na condição de ex-presidente do país, possa decidir deixar o partido, em fase mais adiantada desse processo de intenso desgaste.
Depois que o Senado Federal decidiu torná-la ré, a presidente afastada aparenta estar bastante abatida, mas, mesmo assim, ela garantiu que pretende ir ao Congresso Nacional, para se defender, no fim deste mês.
Para colocar mais lenha na fogueira, ela reiterou a intenção de apoiar proposta de plebiscito para antecipar a eleição presidencial, que é outro motivo de divergência com o PT, por já ter se posicionado contrário à medida.
Não obstante, o presidente do PT disse que “O PT dá apoio incondicional à presidente Dilma e continuará na luta contra o golpe”, embora ele tivesse concluído pela inviabilidade da proposta de plebiscito, principal e única bandeira defendida por ela, que acredita que seria capaz de pacificar o país.
Apesar das negativas oficiais, a cúpula petista avalia, nos bastidores, que manter a presidente afastada nas condições atuais seria certeza de “sangramento” até a eleição de 2018, por ser cenário bastante favorável ao PSDB, que agora se tornou forte aliado do presidente em exercício.
          O PT também critica a carta lançada pela presidente afastada, que tem por finalidade expor diretrizes de “programa da volta”, uma vez que o documento perdeu qualquer sentido político, diante da intempestividade.
O ex-presidente da República petista disse, em reunião com parlamentares do PT, que o partido precisa se preparar para ser oposição, após quase 14 anos à frente do governo, em razão da expressiva debandada de filiados, em decorrência das investigações sobre os esquemas criminosos que desviaram recursos da Petrobras.
Os brasileiros nunca estiveram tão conscientes sobre as maldades protagonizadas pelo PT contra os interesses da população, com o seu jeito disfarçado de bom moço e o discurso maroto e falacioso de maior defensor dos desvalidos e desassistidos, quando, na verdade, os programas sociais de distribuição de renda, em especial o Bolsa Família, não passaram de engodo para enganar as pessoas desinformadas e desinteressadas na decência na administração do país e nas finalidades ideológicas intrínsecas do PT, que não trabalhava senão em defesa dos próprios interesses, em especial na plena dominação e na permanência no poder.
Os brasileiros precisam defender a efetiva alternância de poder, como única forma de possibilitar a erradicação das entranhas dos palácios a casta que soube, como ninguém, explorar ao máximo a máquina pública em benefício dos interesses pessoais e partidários, como forma de se manter encastelado e garantir a sua sobrevivência, que fez miséria para defender a incompetência gerencial e a ruína da nação, em visível degeneração dos princípios salutares da eficiência na administração do país, conforme mostram os fatos e os resultados da gestão petista. Acorda, Brasil! 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 17 de agosto de 2016

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