No
auge da turbulência que se encaminha para destronar o PT do poder, o
distanciamento da presidente afastada da cúpula do PT agora é realidade
indisfarçável, culminando com acusações de lado a lado, tanto nos bastidores
como explicitamente, em razão da iminente perda do poder e ninguém quer ficar
com a pecha de ter sido o protagonista do debacle que decretou o fim do ardoroso
projeto de absoluta dominação da classe política e da perenidade na
administração do país.
Já
há consenso entre dirigentes, militantes e parlamentares do PT de que,
confirmado o afastamento da petista do Palácio do Planalto, a ex-presidente
seja capaz de tentar apenas salvar a sua biografia, não tendo o menor escrúpulo
para apontar o dedo para as falcatruas do partido, tendo o condão de complicar
ainda mais a situação de caos que ele se encontra, às vésperas das eleições
municipais.
A
convicção dos petistas foi consolidada depois que a presidente afastada afirmou
que o PT precisa assumir seus erros, sob a ótica do princípio ético, e passar
por “grande transformação”, enquanto
ela posa de toda imaculada.
Essa
declaração foi feita logo após ela ter afirmado que não autorizara caixa 2 em
sua campanha e que qualquer responsabilidade pelo pagamento de dívidas nesse
sentido deveria ser debitada na conta do PT, deixando muito claro que os
desentendimentos entre ambos ficaram patenteados, havendo inclusive forte suspeita
até mesmo que a petista, na condição de ex-presidente do país, possa decidir deixar
o partido, em fase mais adiantada desse processo de intenso desgaste.
Depois
que o Senado Federal decidiu torná-la ré, a presidente afastada aparenta estar
bastante abatida, mas, mesmo assim, ela garantiu que pretende ir ao Congresso Nacional,
para se defender, no fim deste mês.
Para
colocar mais lenha na fogueira, ela reiterou a intenção de apoiar proposta de
plebiscito para antecipar a eleição presidencial, que é outro motivo de
divergência com o PT, por já ter se posicionado contrário à medida.
Não
obstante, o presidente do PT disse que “O
PT dá apoio incondicional à presidente Dilma e continuará na luta contra o
golpe”, embora ele tivesse concluído pela inviabilidade da proposta de
plebiscito, principal e única bandeira defendida por ela, que acredita que
seria capaz de pacificar o país.
Apesar
das negativas oficiais, a cúpula petista avalia, nos bastidores, que manter a
presidente afastada nas condições atuais seria certeza de “sangramento” até a
eleição de 2018, por ser cenário bastante favorável ao PSDB, que agora se
tornou forte aliado do presidente em exercício.
O
PT também critica a carta lançada pela presidente afastada, que tem por
finalidade expor diretrizes de “programa
da volta”, uma vez que o documento perdeu qualquer sentido político, diante
da intempestividade.
O
ex-presidente da República petista disse, em reunião com parlamentares do PT, que
o partido precisa se preparar para ser oposição, após quase 14 anos à frente do
governo, em razão da expressiva debandada de filiados, em decorrência das investigações
sobre os esquemas criminosos que desviaram recursos da Petrobras.
Os
brasileiros nunca estiveram tão conscientes sobre as maldades protagonizadas
pelo PT contra os interesses da população, com o seu jeito disfarçado de bom
moço e o discurso maroto e falacioso de maior defensor dos desvalidos e
desassistidos, quando, na verdade, os programas sociais de distribuição de
renda, em especial o Bolsa Família, não passaram de engodo para enganar as
pessoas desinformadas e desinteressadas na decência na administração do país e
nas finalidades ideológicas intrínsecas do PT, que não trabalhava senão em
defesa dos próprios interesses, em especial na plena dominação e na permanência
no poder.
Os
brasileiros precisam defender a efetiva alternância de poder, como única forma
de possibilitar a erradicação das entranhas dos palácios a casta que soube,
como ninguém, explorar ao máximo a máquina pública em benefício dos interesses
pessoais e partidários, como forma de se manter encastelado e garantir a sua sobrevivência,
que fez miséria para defender a incompetência gerencial e a ruína da nação, em visível
degeneração dos princípios salutares da eficiência na administração do país,
conforme mostram os fatos e os resultados da gestão petista. Acorda,
Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 17 de agosto de 2016
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