A última ex-primeira-dama do país
disse que acredita que o último ex-presidente brasileiro será o próximo
presidente do Brasil.
Ela afirmou, in verbis: “(...) Parece que
há um interesse em acelerar a apresentação de nomes presidenciáveis para diminuir
a importância do nome do meu marido. Lamento informar a esses ‘precoces’ que
Jair está mais ativo do que nunca. Estamos trabalhando para reverter as
injustiças que ele enfrenta, acredito que ele será o nosso próximo presidente.
As pessoas estão sedentas por mudanças não querem a ‘cena do crime’ atual. Os brasileiros,
apesar das grandes crises que o nosso governo enfrentou, experimentaram o que é
ser governado por um presidente patriota, honesto e que acredita no Brasil. (...)”.
Na realidade e à toda evidência,
não passa de afirmação revestida de puro devaneio, no sentido de que o último
ex-presidente do país será o próximo presidente da República, de vez que isso é
apenas o ardente desejo natural de seguidores do político, tendo por base, como
se pode constatar, fato nenhum a respaldá-la, ou seja, à luz do caso decidido,
com base nos elementos constantes do processo, nada acena para mudança do entendimento
da Justiça.
Poder-se-ia se cogitar nessa possível
hipótese se, ao menos, tivesse qualquer perspectiva de mudança significativa
nos quadros dos órgãos jurídicos superiores brasileiros que cuidam do exame dos
recursos pertinentes à matéria sobre a decretação da inelegibilidade do ex-presidente
do país.
Não obstante, não há a menor
esperança de alteração expressiva nos cargos incumbidos de decidirem sobre a
questão.
Além disso, não se vislumbra o
surgimento de fatos novos sobre o caso, evidentemente diferentes daqueles
existentes no processo já decidido, posto que isso poderia contribuir para possível
desdobramento do caso e, por via de consequência, de entendimento diferente favorável
ao político.
O certo é que o ex-presidente do
país foi totalmente incapaz de convencer os juízes sobre a inexistência de
crimes com força para condená-lo à pena capital da inelegibilidade, justamente
porque o caso, em si, sequer aparenta caracterização de crime de qualquer
gravidade, muito menos com potencial incriminatório para afastá-lo da
candidatura a cargo público eletivo, segundo a jurisprudência predominante no
país, quando se trata de primeiro caso, com punição draconiana e praticamente com
impossibilidade de apelação, nos termos das práticas jurídicas, por se tratar
de político adversário do sistema dominante.
Trata-se, na verdade, de
resultado de brutal disputa pelo poder, em que o sistema dominante impôs as
suas regras, tendo decidido segundo o seu pensamento, que há de prevalecer,
quer queira ou não, sem gemido, podendo apenas reclamar, mas sem sucesso.
À toda evidência, a afirmação
feita pela própria ex-primeira-dama do país tem algo de muita insensatez e
irresponsabilidade, em razão de não haver qualquer base de sustentação para o
reexame da matéria, que seria o mínimo necessário para fundamentar a pretensão
compartilhada por ela, com bastante ênfase.
Sim, se afirmar alguma hipótese sobre
o futuro político do país, sem o mínimo respaldo, certamente constitui atitude
da maior irresponsabilidade, à vista de se induzir pessoas a acreditarem em
informação inconsistente, irrealista, que põe em dúvida a credibilidade da
pessoa que se arvora em dizer algo sem fundamento, fato este que fica muito
feio para quem afirma o que não devia, exatamente por faltar consistência, que
é algo que jamais poderia acontecer por parte de políticos, que precisa ter
credibilidade nos seus atos.
À vista do exposto, é
aconselhável que os políticos somente façam afirmações sobre os fatos que
tenham consistência, evidentemente por haver fundamento para a devida sustentação
deles, como forma de não pôr em dúvida a sua credibilidade.
Brasília, em 9 de junho de 2024
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