À
vista da existência de uma série de taxas, contribuições, impostos e outros
tantos encargos, é comum as grandes empresas que atuam no Brasil criarem departamento
exclusivamente para tratarem dessas obrigações, aumentando substancialmente os
seus custos.
Também
por conveniência forçada, mantém órgãos ou contratam empresas especializadas em
serviços de contabilidade e pagamentos de obrigações trabalhistas e previdenciárias,
apenas para ficarem em dia com o fisco e outras instituições do Estado.
Na
realidade, trata-se complexo labirinto burocrático de obrigações legais que sobrecarregam
em custos as empresas que vão se somando à medida em que novas regras são
introduzidas, sempre complicando as atividades empresariais, no Brasil.
As
exigências são tantas que as regras inflexíveis contribuem para levar empresas
para a informalidade ou optarem por fraudes às regras, preferindo à sonegação, o
subfaturamento ou criando outras medidas para se livrarem de tanto tributos e
encargos sociais.
Nessa
deformidade história, ainda tem outra variante, diante desse massacre de
exigências tributárias e encargos sociais, no sentido de que muitos
empreendedores optam por não abrir negócios no Brasil, que só pensa em
arrecadar, não oferecendo mínimas condições favoráveis à produção e ao emprego.
Como
se percebe, há exagero de exigências, leis, tributos, encargos e governo e pouquíssima
ou nada liberdade de empreendimento, com tudo preparado para dificultar a
iniciativa privada, a produção e o emprego, quando deveria ser o contrário,
tendo em vista o conjunto dos fatores necessários ao desenvolvimento
socioeconômico.
À
toda evidência, essa estrutura poderosamente restritiva e opressora conspira de
forma decisiva contra o livre empreendedorismo, prejudicando de maneira
agressiva a produção nacional de bens e a geração de empregos do país, que não
tem como se desenvolver, em termos de competitividade mundial.
Essas
preocupantes e distorcidas situações se juntam aos complexos casos de
corrupção, que são pulsantes em governo que demonstram pouco interesse na
moralização dos atos da administração pública.
Vejam-se
que os grandes empresários metidos até os cabelos em casos nebulosos de
corrupção, que deletaram o principal político, estão se reunindo publicamente com
o governo, com força para decidirem os destinos do país, como se nada de seboso
e deprimente tivesse ocorrido num passado recente.
É
chocante que ultrapassada a fase aguda da Operação Lava-Jato, os grandes
empresários e protagonistas de casos de corrupção estão se estruturando para
reaver o produto do dinheiro desviado, que entregaram, em confissão e acordo de
leniência como fruto de desvio dos cofres públicos, ao Tesouro ou às empresas
roubadas.
A
verdade é que os gastos são realizados tão somente por motivação e especulação meramente políticas e isso contradiz
os verdadeiros objetivos inerentes às atividades do Estado, quanto ao
atendimento às necessidades essenciais da população.
A
verdade é que a recente reforma tributária se distanciou ainda mais da
racionalização dos princípios tributários, ganhando relevo o espírito crescente
da arrecadação, sem qualquer preocupação de haver justiça tributária, como era
de se esperar, à vista das distorções existentes e prejudiciais aos interesses
nacionais.
Essa
e outras questões pertinentes ao aumento da carga tributária ganham ainda mais entraves e
empecilhos ao progresso do país, quando se observa que o atual governo, por
razões que óbvias, à vista da gastança desenfreada, busca, de maneira desesperada,
meios e formas de arrecadar cada vez mais, apenas para cobrir os rombos nas
contas públicas provocados por sua esquizofrênica e incontrolável política em
gastar, desviada da verdadeira finalidade relacionada com o interesse público.
Enfim,
o ideal seria se falar em justiça tributária, como forma de se proceder sob o
pálio da racionalidade, quanto às exigências sobre tributos e encargos sociais,
tendo por parâmetros as possibilidades de arrecadação justa e equânime com a
real finalidade de desenvolvimento socioeconômico do país.
Brasília,
em 6 de junho de 2024
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